espaço mariano nº 3 ano 4

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3 Ano 4

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3 Ano 4

APRESENTAÇÃO

O Ano da Fé, proclamado por Bento XVI, com o objetivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé” (Porta Fidei, n. 4), é tempo favorável para a Igreja, para cada comunidade cristã ou pessoa em particular, deter-se demoradamente diante desse dom precioso que conduz a uma maior comunhão com Deus e a intensificar a experiência do seu infinito amor por seus filhos e filhas.

Eis porque é dedicado este Espaço Mariano ao tema da fé, onde Irmã Monica oferece uma consistente oportunidade para conhecer mais profundamente Maria, como Mulher de fé, tendo presente que falta pouco tempo ainda para concluir o Ano da Fé. Neste contexto ela, sabiamente, evidencia também que Jesus Cristo é a “Porta” por onde entramos na experiência da salvação e pela mesma “Porta” saímos do estado de “pecadores/as” (Carta Apostólica Porta Fidei). E, então, onde encontramos Maria, a Mulher da fé? Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de Mulher, para todos recebermos a dignidade da filiação divina (cf. Gl 4,4-5). Vale a pena ler, refletir, aprofundar.

Assim, com a consciência de serem filhos e filhas de Deus Pai-Mãe, acolhamos também o dom que o jovem Valdinei nos faz com a sua reflexão sobre o discipulado na ótica do evangelista Lucas, com a qual ele conduz o leitor e a leitora a dar-se conta que: é na fé em Jesus que acontece o chamado ao seguimento, a um seguimento comprometido, a ser “discípulos/as missionários/as caminhando na estrada de Jesus”.

Temos ainda a oportunidade e a alegria de aproximar-nos de outra mulher, Elisa Andreoli que, a exemplo de Maria, viveu audaciosamente sua fé no seguimento de Jesus Cristo, como Serva de Maria Reparadora e, através de sua vida, revelou que não se sustenta a fé sem o amor! Enfim, alegramo-nos com o Grupo “Maria Mãe da Graça”, da Associação Nossa Senhora das Dores, que celebra e agradece a Deus pelo chamado de viver o Evangelho inspirando-se no caminho de fé de Santa Maria, Mãe e Serva do Senhor, servindo e promovendo a cultura da vida entre os irmãos e irmãs da Comunidade eclesial, na família, no trabalho e na sociedade.

A redação

I

MULHER DE FÉ Várias vezes no Espaço Mariano as reflexões sobre Maria de

Nazaré mostraram essa mulher judia contextualizada, inserida na sua cultura. E continuaremos desse jeito porque faz bem ao nosso universo devocional captá-la como alguém que se pode fixar o olhar e seguir o seu Filho Jesus Cristo.

A crente de Nazaré foi como canta Pe. Zezinho, “Fiel ao seu Deus” e por isso, viveu o processo característico de quem caminha na experiência e na descoberta de “guardar no coração” (cf. Lc 2,19.51), as manifestações, as revelações da presença divina. Então, a afirmação da prima Isabel: “Feliz porque acreditaste”, em Lucas 1,45 nos dá sustentação para refletir e divulgar que ela é “Mulher de fé”.

Prossigamos a partir de um aspecto celebrativo da nossa comunidade de crentes, seguidores e seguidoras, o Ano da Fé.

Faltam poucos meses para a conclusão deste evento, convocação feita no dia 11 de Outubro de 2012 pelo Papa Bento XVI, cuja conclusão será na Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo – último domingo, dia 24 de novembro de 2013. No documento de convocação “Porta Fidei” o Papa relembra que a Porta é Jesus Cristo, por onde entramos no espaço/experiência da salvação e pela mesma Porta saímos do “estado de pecadores”.

Mas, onde encontramos a sinalização mariana? Como atualizar nossa devoção mariana através desse escrito Papal? Será através da palavra de Paulo Apóstolo, exortando a comunidade dos Gálatas a aceitar a Pessoa de Jesus, o Cristo, como Salvador, Libertador, Irmão. Por Ele vem a graça divina e a possibilidade de

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todo ser humano sentir-se filho e irmão numa única família de fé. O apóstolo convida os Gálatas a observar com atenção a

chegada da plenitude, do ponto alto da experiência de fé: “Chegando a plenitude dos tempos, Deus enviou se Filho nascido de Mulher”(cf. Gl 4,4-7).

Essa mulher, na tradição cristã, é aquela Jovem Judia de Nazaré, tão ligada ao Filho, sempre tão perto Dele que um dos apóstolos e evangelista que viveu com o “Bendito fruto do ventre”, registrou seu nome.

Reze a citação que segue: Mt 13,55 “Não é ele o Filho do carpinteiro? Sua Mãe não é aquela chamada Maria?

E o discípulo amado, escreveu sobre ela, colocando-a em

eventos importantíssimos para a fé daquela época e hoje, nos ajudam nesse “novo Espaço Mariano/devocional proposto por nós! Reze, contemple: Jo 2,1-2. “No terceiro dia, houve uma festa em Caná da Galileia. Lá se encontrava a Mãe de Jesus. E também, Jesus e seus discípulos foram convidados...

Jo 19,25. “Junto à cruz de Jesus estava de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria mulher de Cléofas e Maria Madalena.

Os outros dois evangelistas também escreveram sobre Maria ressaltando, além da maternidade, “a Seguidora, a Caminheira em busca do Filho” Mc 3,31-15; Lc 8,19-21. Então, estes testemunhos escritos às comunidades, estas Boas Novas sobre Jesus Cristo, são os indicadores utilizados pelo Papa. E em um dos números aparece especificamente o que ele deseja nos orientar sobre essa Seguidora, criatura em crescente desenvolvimento na fé, porque procura, envolve-se, arrisca-se.

Portanto, encontramos na Carta Porta Fidei, n. 13 algumas expressões importantes.

Observe: “...Será decisivo repassar a história da nossa fé, durante este Ano...”

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“... o mistério da insondável santidade põe em evidência a grande contribuição que homens e mulheres prestaram para o crescimento e o progresso da comunidade com o testemunho da sua vida”. “... N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação”. “... Pela fé, Maria acolheu a Palavra (cf. Lc 1, 38). “... Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). “...Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo” (cf. Lc 2, 19.51).

Imediatamente, nos vem à memória outra Carta Apostólica – Exortação sobre o Culto à Virgem Maria – do Papa Paulo VI. As práticas de veneração à Maria devem ser ecumênicas (entre outras indicações nesta Carta, temos: base bíblica, litúrgica e antropológica). Pois, a fé em Jesus Cristo proporciona a irmandade. Uma vez que a Mãe do Mestre viveu essa experiência, a fé, será o ponto de comunhão entre nós cristãos e os demais irmãos/ãs. Desacelerando os exageros devocionais, aumentando as evocações marianas com base bíblica, a Mulher de fé, a Mãe do meu Senhor (cf. Lc 1,44), será ponto de convergência entre os que professam que Deus é fiel: mostra sua bondade; derruba os poderosos e eleva os humildes, dá aos que nada têm, despede os ricos sem nada...(cf. Lc 1,47-55).

Na Parte segunda, n. 37, dessa Exortação encontramos um alerta diante do modo como se apresenta a pessoa de Maria como uma Mulher passivamente submissa ou de religiosidade alienada. Perceber com coração tranquilo e seguro essa “falsa imagem de Maria”, e com os mesmos sentimentos de tranquilidade e segurança, perceber que a posição dessa Mulher na Galileia do Século primeiro não é determinante para os modos de ser e agir das mulheres no mundo de hoje. O que tem valor exemplar permanente e universal é a maneira como Ela seguiu o caminho de sua vida diante de Deus, o que pode inspirar as respostas criativas das

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pessoas neste novo tempo. Somos inspiradas/os por seu exemplo porque somos todos humanos. Maria é da nossa estirpe nossa verdadeira irmã, que compartilhou plenamente, mulher pobre... (Conclusão do Culto à Virgem Maria, n. 56).

Afirma Elizabeth Johnson, que a Exortação de Paulo VI, nos dá suporte para uma reflexão sobre Maria com uma visão unificadora que consiste em interpretá-la como amiga de Deus e profeta dentro do círculo de todos os que procuram Deus, na comunhão dos santos e santas, vivos e mortos (cf Nossa Verdadeira irmã, Teologia de Maria na comunhão dos santos, Loyola, p. 170-173).

E agora, é nossa vez de nos sentirmos divulgadores/as de geração em geração do jeito de Deus olhar para sua Serva, a Mãe de Jesus, o Mestre! Colocar no chão da nossa história, do nosso hoje, as pegadas da Mulher Fiel ao seu Deus, seguidora do Filho, cujos passos foram integrados com os passos dos/as amigos/as do Filho, sua família alargada. Que tal ouvir Dele, no silêncio da oração: “... Eis ai tua Mãe...”!? (cf. Jo 19, 27).

Irmã Maria Monica Gomes Coutinho, smr

Rio de Janeiro – RJ 5

II

O DISCIPULADO NA ÓTICA LUCANA

O Evangelista Lucas reconhece sua obra como fruto de estudos minuciosos a partir de testemunhos, inclusive oculares da vida de Jesus. Chega a dizer que também ele depois de diversos estudos decidiu relatar a história da salvação que se dá a partir da pratica de Jesus. Lucas narra o nascimento de Jesus a partir da família de Nazaré, passando pelo cântico de Maria é possível ver o pré-anúncio de tudo que vai acontecer na perspectiva do Projeto de Deus. No entanto, o

discipulado na visão da comunidade de Lucas se dá ainda por trás de uma simbologia extremamente objetiva. Os discípulos estão no lago de Genezaré, entre eles Simão. Tudo que está acontecendo acerca dos diversos comentários sobre a prática de Jesus já está trazendo a ele multidões, entre tantos, estão a classe das pessoas mais excluídas e marginalizadas.

E, em Jesus, acontece o chamado ao seguimento. Em Lucas acontece no contexto do lago, isso representa um seguimento comprometido. Pescar aqui já não pode manter aquele grupo de pescadores na preocupação de manter seu sustento e de suas famílias, mas uma pesca comprometida a partir de um discipulado que garante a multiplicação. É possível então voltarmos a dimensão das reflexões da Igreja acerca do tema: “discípulos e missionários, caminhando na estrada de Jesus”. O verdadeiro discípulo não se compromete apenas no seguimento, mas na missão: “Não tenha medo! De hoje em diante você será pescador de homens” (Lc 5, 10).

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No Capítulo seis dos relatos de Lucas, Jesus sobe as montanhas. Aliás, está em lugares equilibrados e harmônicos, se encontrar no silêncio do seu íntimo e se encontrar consigo mesmo, era a característica de Jesus. Aqui Ele está prestes a formar o grupo de continuadores do seu projeto: os apóstolos. Em oração, em plena sintonia com o Pai o grupo é formado. Agora começa sim um discipulado missionário, descer da montanha significa justamente ir para o comprometimento, está com o povo e no meio do povo, vivendo suas alegrias e tristezas, suas exclusões e marginalizações, entre tantas outras situações, mas também está comprometido em formar um povo de discípulos e missionários, comprometidos com a causa do projeto messiânico: formar uma sociedade nova, libertada da alienação e dos males que afligem os homens, aberta a novidade de Deus. Nesse contexto, Jesus chega a alertá-los para o cuidado com o fermento dos fariseus, ou seja, com as ideologias hipócritas que oprimem a sociedade. Estarem atentos significa o cuidado para não se corromperem, pois assim o seguimento deles pode ser comprometido.

A missão dos discípulos precisa estar pautada no desprendimento. Tanto que lá na pesca eles deixaram tudo. E, Jesus acrescenta no Capítulo nove o anúncio do Reino que parte da dimensão de um anúncio que não aprisiona, mas que desprende: “Não levem nada para o caminho...” (Lc 9,3). O desapego trabalha no interior dos apóstolos a necessidade da compaixão e da caridade. As obras que Jesus diz que eles farão não são simplesmente no sentido físico, mas também da recuperação e reintegração da pessoa na sociedade, e a formação do seu ser discípulo. Tanto que no Capítulo dez Jesus envia outros setenta e dois discípulos. Discípulos aqui não são somente aqueles que formam o grupo dos Doze, mas todos aqueles que entenderam a proposta de Jesus. Eles são enviados para os lugares onde Ele próprio devia ir. Ele quer formar uma comunidade de discípulos e missionários a partir do comprometimento de cada um que entendeu sua prática. Alerta ainda sobre as consequências do seu seguimento. Lucas deixa transparecer que seguir o filho de Maria é preciso estar preparado para enfrentar os lobos que ameaçados pelos ensinamentos de Jesus desejam perdurar um sistema que

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marginaliza e que não deseja ver a libertação da pessoa. Lucas, a partir do relato já mencionado, também deixa a entender que o seguimento exige amadurecimento para enfrentar as ideologias dominantes: “Mas, antes que essas coisas aconteçam vocês serão presos e perseguidos; entregarão vocês às sinagogas, e serão lançados na prisão; serão levados diante de reis e governadores, por causa do meu nome” (Lc 21,12).

Lucas narra a caminhada de Jesus que se concretiza em sua prática no entorno de Jerusalém, ponto de chegada do seu caminho, pois é lá que se consumará todo o sentido do projeto de Deus: paixão, morte e ressurreição. E Lucas encerra essa obra dizendo que o testemunho de sua ação messiânica está agora sob a responsabilidade dos apóstolos e de todos aqueles que se fizeram discípulos. Ele diz que mandará aquele que foi prometido pelo Pai para que, revestidos da força do alto, possam continuar seu projeto.

Em Pentecostes, todos aqueles que entenderam e perseveraram na fé, mediante ao medo das autoridades da época, são encorajados a continuarem a proposta de Jesus. As primeiras comunidades começam a ser construídas a partir da continuação do anúncio. Lucas apresenta o grupo dos doze como alicerces da Igreja. Por isso, há a necessidade de completá-lo. Pois há por trás desse grupo uma simbologia: “doze” – as doze tribos de Israel. O novo povo de Deus será formado a partir dos doze apóstolos.

Assim, o Documento da CNBB - 104: “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia” quer levar nossas comunidades a redescobrirem sua identidade cristã, pautada nos valores do Evangelho, acompanhando a contemporaneidade, mas sem perdermos as raízes das primeiras comunidades comprometidas com a compaixão, a caridade e o anúncio da Palavra.

Para refletir: “... buscar novos meios” É uma frase do Documento 104 da CNBB. * Que tal conversar sobre isso?

Valdinei Santana Urandi – Diocese de Caetité/BA

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III Madre M. Elisa Andreoli

uma mulher de fé

Todos/as somos chamados/as a viver o Ano da Fé a fim de ser, no mundo de hoje, testemunhas credíveis e alegres do Senhor ressuscitado. O pensamento corre espontâneo aos santos e, entre

estes à venerável Madre M. Elisa Andreoli, Fundadora das Servas de Maria Reparadoras, que se distinguiu pelo seu espírito de fé e porque, com a sua coerência de vida e seu projeto, convenceu as pessoas que a conheceram. Agora, ela intercede do céu por todos aqueles e aquelas que vacilam na fé, em momentos de fraqueza. Das páginas da Positio (Documento) sobre a Introdução da Causa de beatificação, extraímos alguns testemunhos, eco de quem ficou surpreendido/a e envolvido/a

pela profundidade e, ao mesmo tempo, pela simplicidade da sua relação com o Senhor Jesus, seu esposo, seu tudo, o dono da sua casa religiosa, o defensor dos humildes, dos pobres, dos oprimidos: «Eu sigo a palavra do meu esposo Jesus Cristo... A ajuda de Deus será por nós, porque Ele se declara o defensor dos oprimidos. Eu não sigo outros conselhos; permaneço com aqueles de Cristo. E assim seja». «Não, não, não seja nunca que eu me apóie com a minha Comunidade, nas criaturas; somente Deus, Jesus, Maria SS.ma Dolorosa».

A vida de Elisa não foi fácil: abandonada pelo pai quando ainda era criança, compartilhou com a mãe Margarida incompreensões e fadigas materiais e espirituais. Isto, porém,

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fortificou-a na confiança em Deus; na escuridão que a envolvia, a sua luz era, exatamente, a fé. Nas suas Recomendações (às Irmãs) rezava e exortava a dizer: «Meu Deus, creio em vós, revigorai a minha fé». Sabia que tudo o que acontecia era por vontade de Deus e, portanto, um bem: «Assim quis o bom Deus, assim também eu quero. Deus permite tudo pelo nosso bem». Dirigia-se ao Altíssimo, segura de que: «A Deus tudo é possível», «Deus providenciará», «Tudo se Deus quer, ele é nosso Dono». Nas adversidades, a fé de Madre Elisa permanecia inabalável Em janeiro de 1914, em plena questão Manfredini (uma questão injusta em relação a um bem imóvel), afirmava: «Nós venceremos tudo e todos com estas duas armas: oração e confiança em Deus!». E ainda: «Oração e confiança ilimitada na bondade de Deus, e veremos prodígios». «Quanto mais estamos aflitas, mais devemos rezar, porque a oração é o remédio contra todo mal».

A sua fé era alimentada por uma forte devoção por Jesus Sacramentado. Nas Memórias (Carderno de anotações pessoais) lemos: «O meu homem é só Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que vive no SS.mo Sacramento. Ele somente me basta». Considerava vazia a casa que estivesse privada do Santíssimo Sacramento: «Quando falta Jesus Sacramentado numa casa religiosa, oh! como é vazia, sem finalidade». A veneração da Fundadora pela Eucaristia é sublinhada expressivamente por uma co-Irmã: «Durante o dia eu a via frequentemente na capela em atitude de súplica com os olhos fixos no Sacrário e os braços estendidos... Quando chegava alguma Irmã de outra casa, perguntava-lhe: foste cumprimentar o Dono da casa?... Se não, antes de ouvi-la, aconselhava-a que o fizesse».

A fé na Redenção de Jesus Cristo ocupava um lugar central na vida de Elisa. Ela desenvolvia o seu apostolado com a certeza de colaborar com Ele fazendo o bem aos irmãos e irmãs com muito amor: «Foi através da cruz que Jesus nos salvou da morte eterna, e por meio dela nós, na nossa pobreza, salvaremos muitas almas». A cruz foi o seu conforto nos muitos sofrimentos que teve que suportar: «Sofro imensamente, mas abraço e uno ao meu coração a cruz: sim, amo-vos, Jesus».

Incentivava também as suas filhas (as Irmãs) a procurarem

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conforto em Jesus e na cruz, aconselhando-as a ter sempre muita fé, diante de tudo o que pudesse acontecer: «Rezemos com fé, confiemos nos méritos de Jesus crucificado e nas dores da nossa Mãe Dolorosa». Exortava constantemente as Irmãs à fé sólida na paixão de Jesus Cristo e nas dores da Virgem Mãe, confiantes de ser ouvidas: «Tende uma grande fé na paixão do vosso Esposo e nas dores de Maria; assim, as vossas orações obterão milagres. Pedi, batei, procurai».

(Continua no próximo Espaço Mariano)... (Cf. Irmã M. Rosaura Fabbri IN: Rivista Riparazione Mariana, Madre M. Elisa Andreoli, uma mulher de fé, Rovigo – Itália, 3/2013, p. 30).

Comunidade SMR

Centro de Espiritualidade Maria Mãe da Vida

AÇÃO DE GRAÇAS POR 20 ANOS DE VIVÊNCIA DE UMA ESPIRITUALIDADE MARIANA

Eu não te disse que, se acreditares, verás a glória de Deus? (Jo 11,40). Quem acredita, vê; vê com uma luz que ilumina todo o percurso da estrada, porque nos vem de Cristo ressuscitado, estrela da manhã que não tem ocaso

(Carta Encíclica do Sumo Pontífice, Francisco, Lumen Fidei, 1).

O Grupo local Maria Mãe da Graça da Associação Nossa Senhora das Dores, Campo Grande – Rio de Janeiro/RJ, no dia 15 de setembro de 2013, celebrou com as Servas de Maria Reparadoras e a Comunidade eclesial, sua gratidão a Deus, pelo chamado de viver na própria família e na sociedade, a espiritualidade das Servas de Maria Reparadoras, no empenho de viver o Evangelho inspirando-se no caminho de fé de Santa Maria, na escuta da Palavra de Deus, no conhecimento da Mãe do Senhor no Mistério de Jesus Cristo e da Igreja, servindo com solicitude e humildade os irmãos e irmãs, promovendo a cultura da vida, cultivando com todas as criaturas

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relações de paz e de amor construtivo, levando à plenitude a sua capacidade de ser para os outros.

Parabéns ao Grupo local Maria Mãe da Graça pelos 20 anos de caminhada e de compromisso na vivência da fé do jeito de Maria!

Comunidade Maria Mãe da Vida

Campo Grande – Rio de Janeiro/RJ

A redação de Espaço Mariano sente-se agradecida por estar concluindo, em comunhão com toda a Igreja, o percurso deste Ano especial com o significativo tema sobre a Fé que nos conduz para o compromisso de ser “discípulos/as e missionários/as”; sente-se agraciada ao poder indicar como companheira de caminhada Maria, mulher de fé, aquela que aponta a direção para seguir o seu Filho Jesus; sente também a alegria de apresentar Elisa Andreoli e outros grupos de pessoas cristãs que responderam ao chamado do Senhor de segui-Lo comprometendo-se no dia a dia de viver e anunciar os valores do Reino! Portanto, desejamos a todos/as uma boa leitura, que nossa fé seja atuante, se transforme em atos de solidariedade e de doação.

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