estadio mané garrinha
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Pesquisa sobre sustabilidade do Estádio Mané GarrinchaTRANSCRIPT
Estadio mané Garrinha, um Projeto de arquitetura Sustentável
Os estudo da sustentabilidade é alto relativamente novo, mesmo que a Priore
este termo tenha sido citado a algumas décadas atrás, ele somente entra
começa a ter vigor, depois de viárias discussões que vieram ocorrer após
graves consequências ambientais. Sendo assim para entender o termo
"sustentável" que provém do latin sustentare ( que significa : sustentar;
defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar) definição perfeitamente
apropriada para o objetivo ao qual este temo está relacionado. Segundo o
Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve
"suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das
gerações futuras de suprir as suas".
Basicamente, este termo deu origem a outro termo complementar, que seria de
“Desenvolvimento Sustentável” onde percebeu-se que era impossível parar o
processo evolucionário do planeta, bem como sua expansão econômica, viu-se
então a necessidade de crescer com consciência respeitando certos limites, e
utilizado o conhecimento para crescer sem destruir, ou destruir menos
Destaca-se o primeiro grande passo nessa direção em âmbito global do
desenvolvimento sustentável foi a realização da Conferência de Estocolmo em
1972 (UN Conference on the Human Environment), onde se percebeu uma
necessidade de reaprender a conviver com o planeta. Este passo não foi algo
que obteve resultados sólidos, mais foi um marco, onde o mundo estava
começando a olhar para necessidade de preservar o planeta.
Partindo desse ponto o desenvolvimento sustentável passou a ser a principal
questão de política ambiental, onde a partir da Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) reunião esta que fora um
verdadeiro marco no processo de sustentabilidade. Onde a Organização das
Nações Unidas, através do relatório Nosso Futuro Comum, publicado pela
Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento em 1987,
elaborou o seguinte conceito.
“Desenvolvimento sustentável é aquele que busca as
necessidades presentes sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de atender suas próprias necessidades.”
Infelizmente entre a conferencia de ESTOLMO e a RIO-92 passaram vinte
anos, tempo o suficiente para tripricar os impactos ambientais na planeta e
terríveis incidentes como o de shernobil em 1987 , assim o termo sustentável
desde aquela época ganhou inúmeras definição e citações na literatura.
Porém, mais tarde ela passou a ser interpretada em um sentido
excessivamente amplo. Em conseqüência disso, o termo “sustentabilidade” foi
muitas vezes utilizado para justificar qualquer atividade, desde que ela
reservasse recursos para as gerações futuras. Mas num sentido mais rigoroso,
significa que todas as atividades realizadas devem sofrer uma avaliação mais
aprofundada para determinar todos os seus efeitos sobre meio ambiente.
Entretanto muitas das ideias, não saíram do papel e não passaram de palavras
O conceito atual de desenvolvimento sustentável, que foi expresso na Cúpula
Mundial em 2002, envolve a definição mais concreta do objetivo de
desenvolvimento atual (a melhoria da qualidade de vida de todas os habitantes)
e ao mesmo tempo distingue o fator que limita tal desenvolvimento e pode
prejudicar as gerações futuras (o uso de recursos naturais além da capacidade
da Terra).
O que se entende pelo termo desenvolvimento sustentável é procura da
melhoria da qualidade de vida de todos os habitantes do mundo sem aumentar
o uso de recursos naturais além da capacidade da Terra. ou seja buscar um
equiplibrio, onde possa se conviver retirando somente o necessário, ou
devolvendo ao ambiente aqui que lhes foi tirado. Enquanto o desenvolvimento
sustentável pode requerer ações distintas em cada região do mundo, os
esforços para construir um modo de vida verdadeiramente sustentável
requerem a integração de ações em três áreas-chave.
Sob o prisma das Organizações das Nações Unidas (ONU), a sustentabilidade
envolve os seguintes aspectos: conservação do solo, da água e dos recursos
genéticos animais e vegetais, além de não degradar o ambiente, ser
tecnicamente apropriado, economicamente viável e socialmente aceito
(GIORDANO, 2005).
A noção de sustentabilidade incorpora uma clara dimensão
social e implica atender também as necessidades dos mais
pobres de hoje, outra dimensão ambiental abrangente, uma
vez que busca garantir que a satisfação das necessidades
de hoje não podem comprometer o meio ambiente e criar
dificuldades para as gerações futuras. Nesse sentido, a
idéia de desenvolvimento sustentável carrega um forte
conteúdo ambiental e um apelo claro à preservação e à
recuperação dos ecossistemas e dos recursos naturais
(BUAINAIN, 2006, p. 47).
Entretanto este ponto de vista da ONU, se tratado de maneira mais atenta
possui uma abrangência gigantesca do termo sustentabilidade, que não se
prede apenas em parar de degradar o ambiente, mas também na reposição
dos efeitos já causados nele, em uma melhor evolução da qualidade de vida
em aspecto geral, no contexto econômico empresarial, utilização de energia
limpa, conscientização social, entre outros.
De acordo com os autores Savitz e Weber (2007, p. 3) que afirmam que a
“sustentabilidade é gestão do negócio de maneira a promover o crescimento e
gerar lucro, reconhecendo e facilitando a realização das aspirações
econômicas e não-econômicas das pessoas de quem a empresa depende,
dentro e fora da organização”.
E ainda os autores Barbieri e Cajazeira (2009), complementam o conceito de
desenvolvimento sustentável dando a ela várias dimensões englobando: social,
econômica, ecológica, espacial, cultural, política e institucional. Entretanto, o
autor complementa que no âmbito das organizações consideram-se três
dimensões, que são específicas da atuação organizacional. São elas: a
econômica, a social e a ambiental. Assim, uma organização sustentável “busca
alcançar seus objetivos atendendo simultaneamente os seguintes critérios:
equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica” (BARBIERI e
CAJAZEIRA, 2009, p. 69-70).
Histórico do estádio Sustentável
O Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha foi inaugurado em 1974,
recebeu em 2010 a aprovação para realizar reestruturação e adequações
exigidas pela FIFA para sediar os jogos da Copa do Mundo de Futebol em
2014. As mudanças previam modificações totais no estádio, anteriormente
construído, que lhe iria conferir características ‘olímpicas’ (incluindo pistas de
atletismo, por exemplo), uma arena multiuso. Com o novo projeto o Estádio
recebeu uma cobertura de tensoestrutura sobre as arquibancadas,
estacionamentos e áreas de apoio, vestiários, central médica, lojas e outros
empreendimentos, além de técnicas compensatórias em microdrenagem que
proporcionarão manejo adequado da água de drenagem pluvial. Neste material
você encontrará informações sobre o sistema de manejo de águas pluviais
desenvolvido para o Estádio Mané Garrincha. O sistema é composto por
captação da água de chuva da cobertura e do campo, pela utilização de
pavimentos permeável e intertravado com juntas drenantes para área externa,
associados a outras técnicas. A partir da implantação desse sistema é possível
a reutilização da água para irrigação do campo, reservatório de incêndio, vasos
sanitários e espelhos d’água. Além disso, o Estádio está em processo de
certificação e poderá ser o único no mundo a obter nível Platinum da
Certificação LEED, índice máximo de sustentabilidade pelo U.S. Green Building
Council (USGBC).
O estádio Mané garrincha receberia então o selo de estádio autossustentável,
pois iria produzir sozinho sua luz e agua, tornando-se além de auto suficiente,
um produtor energético, pois seu consumo excedente seria transferido para as
abastecedoras locais A CEB (companhia Energética de Brasília) CAESB
()Companhia de agua e esgoto sanitário de Brasília)
Entretanto o selo de sustentabilidade concedido pelo U.S. Green Building
Council (USGBC) é reconhecido internacionalmente e garante que a
construção é altamente sustentável, até o presente momento do estudo em
questão este selo ainda não havia sido efetivado, por questões burocráticas do
projeto.
O Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha foi proposto com uma serie de
desafios dentre ele satisfazer os padrões da FIFA para a copa do Mundo de
2014, bem com manter a consonância com as obras arquitetônicas de Oscar
Niemeyer, considerado como de uma poesia inigualável, e como se não
bastasse, ele esteve na mira de diversos entraves burocráticos que retardaram
o inicio das o obras em quase 18 meses.
Dentre os projetos analisados para propor o estádio os projetistas e
engenheiros foram buscar inspiração em outros projetos arquitetônicos ao que
se matinha ao redor – assim o traçado do Palácio da Alvorada - a proposta de
colunatas do prédio da justiça, dentre outras foram incorporados aos avanços
tecnológicos dos principais estádios do mundo, que incluem, por exemplo,
captação de luz solar para gerar energia, arquibancadas que não vibram com o
movimento do público e cobertura autolimpante.
De acordo com um dos arquitetos responsáveis arquiteto Eduardo Castro
Mello, autor do projeto, onde ele declara que: "Seria irresponsável se
quiséssemos brigar com a arquitetura de Niemeyer", sendo assim como
explicamos anteriormente "O projeto guarda semelhança com construções que
podem ser vistas ao longo do Eixo Monumental, cercadas de pilares e com
uma grande varanda que protege o edifício principal. O Autor do projeto ainda
afirma:
A identidade das obras de Oscar Niemeyer com os
inconfundíveis pilares que tomam as fachadas e criam
uma grande varanda nos Palácios do Planalto, da
Justiça, do Itamaraty e da Alvorada serviram de
inspiração para o Estádio Nacional de Brasília,
popularmente conhecido como Mané Garrincha
É o resgate da estrutura colonial brasileira." Outro fato marcante que o
arquiteto cita é que mesmo sendo uma obra imensa a localização e os projetos
arquitetônicos subjacentes fizeram com que ele mante-se as proporções.
O projeto do estádio teve grandes entraves burocráticos, dentre as diversas
denuncias de corrupção e superfaturamento fizeram que o projeto tivesse um
atraso significativo onde o início da construção estava previsto para outubro de
2009 e ainda em fevereiro de 2010, o Tribunal de Contas do Distrito Federal
(TCDF) apontou suspeitas de superfaturamento e identificou faltas de garantias
econômicas para conclusão da arena. O período coincidiu com escândalo de
corrupção que atingiu a cúpula do Governo do Distrito Federal (GDF), incluindo
o então governador José Roberto Arruda. Finalmente, após lançamento de
novo edital, as obras começaram em outubro de 2010.
Estádio Sustentável.
Ao ideia do projeto é ser altamente sustentável desde a sua concepção, para
ser uma obra arquitetônica autossuficiente em termos de energia e agua. Até
mesmo na execução. Onde a arena verde como ficou conhecida contou na
criação de seu projeto com a ideia de matéria recilado , sendo assim diversos
materiais utilizados na obra são recicláveis ou foram reciclados de outras
construções. Tudo o que saiu do antigo estádio foi reaproveitado na própria
obra ou em cooperativas de reciclagem do Distrito Federal. Sendo assim o
conceito de reaproveitamento foi levado a ferro e fogo onde. 3
O entulho de cimento/concreto retirado do estádio foi encaminhado a uma área
licenciada pelo Ibama apta a receber entulho de obras, em Sobradinho (DF).
No local, o material foi transformado em brita e aproveitado em outras áreas da
capital federal; o entulho obtido da derrubada da última arquibancada foi
transformado em brita no próprio estádio e reutilizado na concretagem do piso
da obra.
Todo o material de ferro foi enviado à Centcoop, uma cooperativa de
reciclagem do DF. A areia e o cascalho que estavam debaixo do gramado
foram reaproveitados na obra do novo Estádio Nacional de Brasília; as cadeiras
do antigo estádio foram reutilizadas no Estádio Serejão, em Taguatinga (DF) e
as redes no estádio do Bezerrão, no Gama (DF). O gramado anterior foi
cultivado no viveiro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil
(Novacap), para posterior reutilização nos canteiros da capital federal.
Cobertura Multifuncional e sustentável
O estádio é envolto com por uma estrutura metálica com polímeros que
arquitetonicamente recebe o nome de “cobertura de membrana” em forma de
anel onde permite a entrada de luz solar, e ventilação, bem como pode ser
movimentada para realizar a vedação do estádio . A estrutura metálica com
os cabos tensionados recebe uma membrana de PTFE – fibra de vidro e
teflon , com TiO2 (dióxido de titânio) tecnologia está produzida no Japão, onde
esta combinação de elementos tem função dupla sendo autolimpante
(combatendo o acumulo de sujeira e facilitando a manutenção como também
ajuda na retirada de gases poluentes da atmosfera). O anel citado com 22 m de
largura e 1 km de extensão e tem aproximadamente 90 mil m² e possui um
grande potencial energético, além dos outros fatores de iluminação.
O Estadio Mané garrincha utiliza uma combinação de fibra de vidro (material
base) revestido de PTFE com propriedades fotocatalíticas. O dióxido de titânio
libera moléculas de dióxido de oxigênio quando exposto ao sol – o processo
chama-se fotocatálise. Essas moléculas dissolvem a poeira e o produto é
“varrido” pela água da chuva. Com isso, até mesmo a sujeira acumulada
durante o período da seca será removida já nas primeiras chuvas
Isso significa que, quando a membrana entrar em contato com o sol, ocorrerá a
decomposição da sujeira. Desta forma, a cobertura do Estádio Mané Garrincha
retirará da atmosfera gases poluentes do ar, o equivalente ao produzido por
cerca de mil veículos por dia.
O arquiteto Eduardo de Castro Mello afirma que “Essa ‘autopista’ serve para a
colocação de mais de 9,5 mil painéis fotovoltaicos que tomam 13,5 mil m². Este
mecanismo captará a energia solar abundante da região e de graça,
transformando-a em energia elétrica. Poderá gerar até 2.5 mil WH de energia,
o que é muito superior ao necessário para o funcionamento do estádio”,
Entretanto a estimativa é que sejam produzidos 3,2 milhões de quilowatt-hora por
ano, quantidade superior ao que seria gasto na arena caso seja mantida uma
média de quatro eventos por mês. Isso pode fazer o estádio autossuficiente em
energia.
Sendo assim o estádio não somente produz energia suficiente para manter
suas atividades como pode gerar mais energia para ser devolvida a estação de
abastecimento local CEB, gerando assim uma boa econômica. – fato esse que
não ocorre por que ainda falta uma resolução da ANEEL, regulamentando
como seria prestado este serviço.
Ainda a respeito da cobertura do projeto o arquiteto, diz que “a cobertura
funciona como um grande ‘chapéu’ – um sombreiro mexicano, que projeta a
sombra e confere conforto para as pessoas que estarão no interior do estádio.
Essa cobertura é propositalmente posicionada acima do último degrau da
arquibancada, possibilitando a passagem do vento constante”.
Vale ressaltar que a parte central da cobertura – que chega a 83 m de diâmetro
– posteriormente receberá um sistema retrátil (de abrir e fechar) apoiado na
parte fixa da estrutura, com cabos de aço fixos e deslizantes. O material
escolhido para este trecho será em membrana flexível de alta resistência e
durabilidade, composta por malha de fibra de vidro recoberta com vinil de
elevado desempenho.
Outro aspecto interessante sobre o material utilizado é que ele não pega fogo.
A cobertura branca ainda libera a passagem de iluminação natural e reflete os
raios solares, o que reduz também o calor interno e a necessidade do uso de ar
condicionado ou outro tipo de ventilação artificial.
o estádio já utiliza lâmpadas de tecnologia LED que além de apresentar uma
econômica considerável no consumo de energia chegando a reduzir até 20%
mais do que as lâmpadas fluorescentes, e ainda tem uma durabilidade
superior elas tendo uma vida útil cerca de 40% maior . além de fornecer uma
iluminação muito mais eficiente que sua concorrente. E como se não bastasse
a tecnologia LED não emite tanto calor como as fluorescente o que ajuda a
manter o conforto térmico do local, evitando assim a demanda de ar
condicionado
Estádio Mané Garrincha Água e Energia.
Como podemos perceber o estádio produz além de usa capacidade de uso a
energia que consome, através de suas placas fotovoltaicas, que estão
dispostas 9,6 mil placas, com capacidade para gerar 2,5 megawatts de energia,
o que corresponde ao abastecimento de quase 2 mil residências por dia. Outro
fator que é motivo de destaque é sua econômica quanto a utilização de agua.
Onde a arena contará, ainda, com captação de água da chuva.
O armazenamento da água da chuva se dará por meio de um sistema formado
por cinco cisternas no interior do estádio e um lago de retenção no entorno, na
área mais baixa do terreno. A água da chuva será captada pela cobertura e
pelo piso permeável em volta do estádio. Sendo levada através de uma
canalização de toda a cobertura do estádio, não desperdiçando uma gota
sequer.
O sistema de manejo integrado de águas pluviais tem como objetivo integrar a
necessidade ambiental com as demandas do empreendimento de uso e
manejo de águas , valendo-se de água de chuva para consumo não-potável.
Para tanto, o projeto apresentou como premissa o aproveitamento de todo o
potencial de captação e retenção de água no próprio empreendimento, tendo
como pontos principais de entrada de água no sistema a cobertura do estádio,
o gramado e a área externa (pavimentação do entorno e áreas de
estacionamento, jardins e lagos)
O sistema de captação de agua da chuva do da parte interior do Mané Garrincha
conta com calhas na cobertura para a captação de água da chuva, onde percorre
um sistema aquífero até uma estação de armazenagem de quatro reservatórios
com capacidade para cerca de 1.400 m³ no subsolo do estádio. A água recolhida
será usada nas descargas dos banheiros e para outros serviços de limpeza do
estádio.
Entretanto o projeto do sistema de aproveitamento da água da chuva ainda deverá
ser ampliado com o projeto do entorno do estádio, que prevê pisos permeáveis e
um lago de retenção. Estas obras, no entanto, ficaram prevista para ter sua
execução iniciada a Copa de 2014, quando a Fifa liberar os espaços usados com
instalações provisórias.
A água não potável será utilizada nos vasos sanitários e mictórios, na irrigação
do gramado e na lavagem em geral. O sistema todo armazenará 6,84 milhões
de litros de água. Isso representa 80% da demanda de água do estádio e
equivale a encher duas piscinas olímpicas e duas semiolímpicas.
.
O sistema que promove a captação de água nas três fontes de origem acima
descritas é seguido por três tipos de estruturas para o armazenamento de
água: cisternas, reservatório e lagos, que por sua vez, provêm água para vasos
sanitários e mictórios, reservatório de incêndio e espelhos d’água.
Conceito Arquitetônico Sustentável
O projeto lança mão em seu entorno de técnicas compensatórias apropriadas
ao contexto urbano, que integradas ao projeto paisagístico, colaboram no
reestabelecimento do ciclo hidrológico local, com a retenção de nutrientes,
retenção e degradação de poluentes e, infiltração de água no solo local,
podendo contribuir para a recarga do lençol freático sob a área de influência do
empreendimento. Além disso o sistema contribui para o conforto térmico local e
redução das ilhas de calor através do sombreamento gerado por árvores
plantadas nestes sistemas, com o aumento da umidade do ar gerado pela
evapotranspiração das plantas, além da colaboração dada pela evaporação do
lago.
Apresentamos várias ideias, que foram adotadas também em outros projetos de
estádios. E aqui, em Brasília, tentamos fazer do Estádio Nacional o melhor símbolo
para este conceito da Ecoarena - explicou Vicente.
Espaço aberto entre cobertura e arquibancadas possibilita circulação do vento
(Foto: Marcello Casal Jr / ABr)
Com todas as medidas de sustentabilidade adotadas na obra, os projetistas
esperam que o novo Mané Garrincha alcance a categoria máxima da certificação
Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), concedida por uma das
entidades mais conceituadas do setor em todo o mundo.
- Estamos buscando alcançar a certificação por volta de março do ano que vem.
Acreditamos que será o primeiro estádio de Copa com o Leed Platinum - afirmou
Ian McKee, integrante do escritório que projetou o estádio e diretor de
sustentabilidade da obra.
Colunas na fachada seguem a linha de Niemeyer (Foto: Marcello Casal Jr /
ABr)
Inclinação das arquibancadas chama a atenção no novo Mané Garrincha (Foto:
Lula Marques / Secopa-DF)
Atrasos e custo alto são pontos negativos da obra (Foto: Reuters)
Mané receberá abertura das Confederações e sete jogos em 2014 (Foto: Lula
Marques / Secopa-DF)
Conheça alguns números curiosos do novo Mané Garrincha:
Capacidade - 71 mil pessoas (22 mil no setor inferior, 6 mil no setor intermediário e
43 mil no setor superior)
Acessibilidade - 735 lugares para pessoas com condições reduzidas e um
acompanhante
Camarotes - 74 (capacidade para 1.590 pessoas)
Vestiários - 4
Estacionamento externo - 7.848 vagas
Estacionamento interno - 572 vagas
Bares - 40 *previsão
Lanchonetes - 14 *previsão
Restaurantes - 2 *previsão
Elevadores - 20
Escadas rolantes - 16
Iluminação - 465 refletores; 713 refletores para iluminar a fachada; 130 postes de
luz na área externa
Imprensa - 6 cabines de TV; sala de coletiva para 262 pessoas; tribuna para 260
jornalistas
A nova arena é quase uma herança familiar. O arquiteto responsável, Eduardo
Castro Mello, do escritório Castro Mello Arquitetura Esportiva, é filho de Ícaro
Castro Mello, autor do projeto do estádio anterior, inaugurado em 1974.
Eduardo auxiliou o pai na construção do estádio antigo. Agora, o filho de
Eduardo, Vicente Castro Mello, é quem ajuda o pai a viabilizar a nova arena.
Os dois projetos têm diferenças significativas. A principal delas é que o estádio
anterior foi idealizado com perfil olímpico. Na arena antiga, o tamanho da pista
de atletismo, por ser muito maior, inviabilizaria o modelo de disposição das
placas de publicidade à margem dos campos dos dias de hoje.
TECNOLOGIAS ASSOCIADAS QUE COMPÕEM O SISTEMA
FLUXOGRAMA GERAL DO SISTEMA DE ÁGUA DE CHUVA
Considerando inicialmente a água que cai sobre a área interna do estádio,
temos: A água que desce pela (A) cobertura é direcionada por quatro descidas
para (1) tanques de limpeza, que descartam 1l/m² de área de cobertura, a fim
de impedir a passagem de material particulado grosseiro, aderido à cobertura
principalmente nos período de seca, bem como de água contaminada por fezes
de pássaros e outros animais. A partir de cada tanque, a água é encaminhada
para (2) quatro cisternas construídas em concreto armado, cada uma com
volume útil de 350.000 litros, posicionadas no primeiro subsolo do estádio. A
partir das cisternas a água passa pelo filtro de areia e é distribuída para (3)
reservatórios localizados no terceiro subsolo. O excedente das (2) cisternas
segue para o lago.
A chuva que cai sobre o campo (B) é conduzida por gravidade para os
reservatórios de drenagem (4), que também recebem a água do lago após
passar por um filtro de partículas, e depois por um filtro de areia quando
bombeada para um novo reservatório (3) , onde recebe aplicação de ozônio por
recirculação. A partir daí, a água é bombeada (5a) para irrigação do campo, e
serve ainda como complemento (5b) para os (6) reservatórios do terceiro
subsolo, no caso de falta de água de chuva nas cisternas do andar térreo.
Os reservatórios do terceiro subsolo privilegiam o recebimento de água a partir
das cisternas do andar térreo, cuja origem é a chuva que incidiu sobre a
cobertura e que tem melhor qualidade que a água que caiu no gramado. Não
havendo água nas cisternas, o reservatório com água de drenagem do campo,
e do lago, passa a complementar a cisterna, e somente em caso de seca nas
cisternas e no lago é que se permite a entrada de água da CAESB (Companhia
de Água e Esgoto de Brasília). A partir do reservatório, a água é levada por
bombas elétricas para (7) quatro caixas elevadas, recebendo dosagem de cloro
durante o trajeto. A partir das caixas elevadas, a água desce por gravidade
para consumo nos (8) vasos sanitários, mictórios e espelhos d’agua na área
externa.
Na área externa (C), a água de chuva é captada a partir dos pisos do
estacionamento, áreas de pedestres e de recursos integrados ao paisagismo: A
área destinada a veículos (trânsito e estacionamento) está subdividida em três
tipos:
Parada de veículos leves (carros/motos), com emprego de pavimento
permeável
Parada de veículos de maior porte (especialmente ônibus), com
emprego de pavimento intertravado com juntas permeáveis
Área de trânsito de veículos, com emprego de pavimento intertravado.
Há também as áreas de circulação de pedestres:
Anel de entorno do estádio, que utiliza pavimento intertravado liso (não-
drenante), emoldurado por biovaletas que recebem a água escoada.
Esplanadas para trânsito de pedestres, localizadas entre os
estacionamentos, cuja base é de pavimento permeável. Nas laterais das
esplanadas foram construídos planters, com vertedouros que retém
parte da água para infiltração, e conduz o restante para os lagos. Na
parte sul do terreno foram utilizados jardins de chuva, que proporcionam
retenção e infiltração gradual de água da chuva e configuram a área
mais ajardinada de todo o empreendimento.
Existem, ainda, (9) dois lagos interligados com volume total de 4,8mil m³, que
recebem água de toda a área externa e estão interligados com a área interna
do estádio, tanto pela entrada (10) do excedente das cisternas internas, quanto
pela tubulação de recalque (11) que leva água do lago para os (4) reservatórios
de drenagem do campo, e de lá para o (5) sistema de irrigação, e/ou quando
houver necessidade, para o (6) sistema de aproveitamento interno. A entrada
da água coletada nas áreas externas sem tratamento (pisos impermeáveis) é
controlada por um (12) divisor de fluxo, cuja função é garantir que no evento de
chuvas de grande intensidade, a menor vazão de água entre pelo circuito
completo de tratamento no lago (bacia de sedimentação, wetland e lago),
enquanto a maior vazão seja direcionada diretamente para o corpo do lago. A
entrada de água no circuito completo de tratamento no (9) lago acontece em
três etapas:
a água passa por uma (13) bacia de sedimentação, que retém o material
particulado carreado pela água captada nas áreas impermeáveis;
de lá para (14) wetlands, que mantém uma lâmina d´água constante de
50cm sobre as plantas e cuja função é purificar a água usando plantas
macrófitas emergentes;
após esse processo acontece a entrada de fato no (9) lago. Em cada
uma das duas lâminas do lago, há uma (15) bomba solar que faz a
recirculação da água entre o lago e a região de wetland. Intenciona-se
com o sistema de recirculação do lago, a oxigena- ção da água, a
recirculação e consequente filtragem complementar da água pelo
sistema de tratamento por wetland, e a minimização ou até a mitigação
de possíveis locais creatórios de mosquitos causadores de doenças,
como o mosquito causador da dengue (Aedes aegypti).
Referencias Bibliográficas .
http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/castro-mello_/estadio-
nacional-de-brasilia-mane-garrincha/1037