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ESTADO E GESTÃO PÚBLICA NO BRASIL:REALIDADES E PERSPECTIVAS BELMIRO VALVERDE JOBIM CASTOR, PhD Palestra no 45º Curso de Atualização Jurídica Encontro Estadual de Procuradores do Estado de SP Barra Bonita, 24 de setembro de 2009

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ESTADO E GESTÃO PÚBLICA NO

BRASIL:REALIDADES E PERSPECTIVAS

BELMIRO VALVERDE JOBIM CASTOR, PhD

Palestra no

45º Curso de Atualização Jurídica

Encontro Estadual de Procuradores do Estado de SP

Barra Bonita, 24 de setembro de 2009

Breve história da administração brasileira

Uma coincidência reveladora: o Bacharel de Cananéia

A supremacia do formalismo

Martim Affonso de Souza e sua expedição ao Brasil (1530)

A administração colonial e o controle social via burocracia

Dom João VI no Brasil

O Almanaque de Lisboa

A estruturação administrativa e judicial

A volta da Corte (1821)

Breve ... (2)

O Segundo Reinado

Regionalismo versus centralismo

A burocracia tradicional

Concessões ferroviárias

A República

O conúbio entre a política coronelista e a administração pública

Brasil:um arquipélago de interesses regionais

A Revolução de Trinta

Modernização econômica, social, política e administrativa

O Estado como o protagonista principal da sociedade

Breve ...(3)

A Revolução de Trinta: um marco.

Modernização administrativa de 1930 : duas vertentes principais:

A modernização da burocracia tradicional por critérios weberianos

A flexibilização da máquina pública via adoção de arranjos

organizacionais inovadores

Autarquias

Empresas públicas e mistas

Fundações

As elites burocráticas

O DASP

As autarquias e empresas públicas

Uma cronologia 1930-1964

Modernização da burocracia tradicional: criação do DASP

Autarquização nos setores estratégicos

Empresas e fundações

Período militar

Empresas e fundações

Reforço dos poderes executivos (fim do registro prévio das despesas, p.ex)

Período democrático

Reforço do legislativo, do judiciário e do MP

Reforço das burocracias controladoras (ambiental, TCs, etc.)

Legislação disciplinadora financeira (LRF,Lei de Licitações, Lei de

Concessões)

A emergência do Terceiro Setor

ONGs, OSCIPs

A dinâmica da administração brasileira: o

binômio modernização-moralização

A capacidade administrativa vai se deteriorando e tendendo à

paralisia

A sociedade reage, protesta, a elite político-administrativa age

Iniciativas modernizantes

As liberdades adquiridas levam a abusos

Nepotismo, favoritismo, corrupção, falta de controle

A sociedade protesta, a elite político-administrativa age

Iniciativas moralizantes

Fortalecimento do formalismo

A “moralização” associada ao formalismo leva à catatonia

administrativa

E o ciclo “modernização-moralização” se reinicia

“”

Estamos em pleno ciclo “moralizante”

A Constituição de 1988

A legislação de licitações, compras e contratações

O reforço dos Tribunais de Contas

A LRF

....

Paralelamente, a sociedade se tornou mais

complexa e “difratada”

O conceito de “difração” social

A organização da sociedade civil

Os interesses organizados

Ambientalismo

Lobbies setoriais

O avanço da cidadania e de suas manifestações

Audiências públicas

Leis orçamentárias

...

A Era das ONGs e OSCIPs

Terceiro Setor e sua importância como mecanismo de ação pública

Público-Não Estatal

Importância na gestão de vários setores críticos como o meio ambiente, a

educação e atendimento de pessoas com deficiência.

Agilidade e flexibilidade das “redes” em lugar das burocracias tradicionais

As deturpações na utilização das ONGs e OSCIPs

Transferência de recursos entre setor público e privado livre de controles

efetivos

Tentativas disciplinadoras recentes e sua complexidade

Criação de uma quasi-burocracia, uma burocracia paraestatal

Altamente partidarizada

O aparelho legal-regulatório-controlador não está

conceitualmente aparelhado para enfrentar esses

fenômenos

Formalismo

Excesso de regras e normas de controle

LDOs

TCU e Tribunais estaduais

Controle de todas as etapas dos atos administrativos

MP

Falta de clara delimitação de uma agenda institucional leva a excesso

de intervenções

Hipercorreção ou ultra-cartesianismo nas decisões

Presunção de culpa e dolo

Preocupação com a perfeição instrumental e não com os resultados

Ultra-cartesianismo

Incapacidade de entender as incertezas

Exemplo: SICRO (Sistema de Custos Rodoviários)

A burocracia paralisante

A paralisação dos atos executivos como ferramenta moralizadora

O MP

O exemplo de Natal, RN

As decisões do TCU

Irregularidades Graves com Paralisação ou Continuação

O uso dos poderes controladores como ferramenta ideológica

O controle ambiental

A intimidação dos gestores

Políticos: receio da inelegibilidade

Administrativos: receio das medidas punitivas e das condenações à

devolução de fundos

Bloqueio de bens, ações judiciais, inabilitação

Uma agenda para o futuro

O Estado Modesto

Michel Crozier: État Moderne, État Modeste

A “despolitização partidária” da máquina pública

A redução drástica das funções e cargos “de confiança”

A valorização do processo político-administrativo

Orçamento Público

O emagrecimento compulsório da máquina pública

A Parábola do Médico Generoso

Uma agenda (2)

A transparência absoluta (ou quase absoluta) e a vigência do princípio

da publicidade

“Fishbowl policy”, a “política do aquário”

A reforma do Sistema de Controle

Celeridade

Redução do ritualismo

Incorporação da sociedade civil no controle interno

Reforma dos Tribunais de Contas

Melhor definição dos limites e prerrogativas do MP

Todos conhecem essa obra?

E essa?

Uma pergunta perturbadora:

Elas existiriam se o ecossistema legal-administrativo atual

existisse na época em que elas foram concebidas e

executadas?

Sobre o palestrante

BELMIRO VALVERDE JOBIM CASTOR , 26.04.1942

PhD em Administração Pública pela University of Southern California, Los Angeles, EUA, 1982, Bacharel

em Direito pela Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ) – Rio de Janeiro, 1964

Ex- Secretário de Estado do Planejamento do Paraná ,Secretário de Estado da Educação do Paraná

Professor Titular (apos.) da Universidade Federal do Paraná; Professor do Corpo Permanente do Programa

de Doutorado em Administração da PUC Pr

Autor dos livros:

O BRASIL NÃO É PARA AMADORES (2000 e 2003),

BRAZIL IS NOT FOR AMATEURS (Estados Unidos da América, 2003) ;

TAMANHO NÃO É DOCUMENTO :ESTRATÉGIAS PARA A PEQUENA E A MICRO-EMPRESA BRASILEIRA

(2006);

PARA O BRASIL VOLTAR A CRESCER (em co-autoria com John H. Schulz e outros (2007)

DICIONÁRIO DE TERMOS DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL (co-autoria com Fabio Zugman) (Atlas 2008) e

ESTRATÉGIAS PARA A PEQUENA E MÉDIA EMPRESA (Atlas,2009)