estatuto da cidade lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001

CURSO REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIACURSO REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Tratamento Constitucional da Política Urbana: Tratamento Constitucional da Política Urbana: Estatuto da Cidade; Regularização Fundiária Estatuto da Cidade; Regularização Fundiária

e o Papel do Plano Diretor.e o Papel do Plano Diretor.

INSTITUTO PÓLISINSTITUTO PÓLIS20092009

► Heliópolis – São Paulo Heliópolis – São Paulo

O papel do Plano Diretor

Regularização Fundiária

Estatutoda Cidade

Tratamento Constitucional

da Política Urbana:

Padrão de urbanização Padrão de urbanização excludente e predatórioexcludente e predatório

►Maior parte dos moradores urbanos não tem Maior parte dos moradores urbanos não tem direito à cidade(precariedade na inserção direito à cidade(precariedade na inserção física e ambigüidade do ponto de vista da física e ambigüidade do ponto de vista da cidadania – informal/irregular/ilegalcidadania – informal/irregular/ilegal

►Ocupação de áreas periféricas, distantes Ocupação de áreas periféricas, distantes e/ou ambientalmente frágeise/ou ambientalmente frágeis

Crescimento por expansão Crescimento por expansão permanente de fronteiraspermanente de fronteiras

►Para os mais pobres – áreas infra-equipadas Para os mais pobres – áreas infra-equipadas e ocupação de áreas com impedimentos e ocupação de áreas com impedimentos legais, que dificultam a urbanizaçãolegais, que dificultam a urbanização

►Para as classes médias – criação Para as classes médias – criação permanente de novos eixos de expansão permanente de novos eixos de expansão deixando para trás vazios e áreas deixando para trás vazios e áreas subutilizadassubutilizadas

Ação do Poder PúblicoAção do Poder Público

• O aparato de planejamento, regulação e O aparato de planejamento, regulação e controle do uso e ocupação só dialoga controle do uso e ocupação só dialoga com a cidade formalcom a cidade formal

• Os investimentos públicos se concentram Os investimentos públicos se concentram nas áreas centrais, aumentando o valor da nas áreas centrais, aumentando o valor da terra nessas áreasterra nessas áreas

• O resultado é um movimento cíclico O resultado é um movimento cíclico progressivo e auto-alimentado de progressivo e auto-alimentado de periferização irregular em áreas não periferização irregular em áreas não urbanizadas e/ou ambientalmente frágeisurbanizadas e/ou ambientalmente frágeis

Equação de insustentabilidade Equação de insustentabilidade urbano ambientalurbano ambiental

• Ocupação das áreas de preservação Ocupação das áreas de preservação ambientalambiental

• Enchentes, erosãoEnchentes, erosão• Grande necessidade de deslocamentos Grande necessidade de deslocamentos

longos moradia/trabalho ( alto custo do longos moradia/trabalho ( alto custo do transporte)transporte)

• Pressão sobre o uso agrícola pouco rentável Pressão sobre o uso agrícola pouco rentável nas áreas de fronteira urbano/rural nas áreas de fronteira urbano/rural Insegurança, etc.Insegurança, etc.

• Áreas dotadas de infraestrutura esvaziadas Áreas dotadas de infraestrutura esvaziadas e degradadase degradadas

Falta de planejamento?Falta de planejamento?

Zoneamento, Planos Diretores e políticas públicas Zoneamento, Planos Diretores e políticas públicas definem para as classes médias e altas áreas definem para as classes médias e altas áreas

devidamente urbanizadas bem maiores do que devidamente urbanizadas bem maiores do que podem absorverpodem absorver

►Vazios Urbanos ►Sub-utilização►Especulação

►Baixa densidade

►Escassez de localização para mercado de baixa

renda►Revalorização diferencial e seletivamente planejada

RELAÇÃO PLANEJAMENTO RELAÇÃO PLANEJAMENTO REGULAÇÃO DO SOLO URBANO E A REGULAÇÃO DO SOLO URBANO E A

URBANIZAÇÃO EXCLUDENTE E URBANIZAÇÃO EXCLUDENTE E PREDATÓRIAPREDATÓRIA

Apropriação diferencial da Apropriação diferencial da valorização da terra urbanavalorização da terra urbanaDemarcação de fronteiras Demarcação de fronteiras entre o legal e o ilegalentre o legal e o ilegal

► O valor da terra é definido por uma série de investimentos O valor da terra é definido por uma série de investimentos públicos e privados (exs: realização de obras, alteração dos públicos e privados (exs: realização de obras, alteração dos parâmetros de uso, ocupação e parcelamento do solo) parâmetros de uso, ocupação e parcelamento do solo)

► A valorização da terra urbana é definida também pelos A valorização da terra urbana é definida também pelos parâmetros de uso, ocupação e parcelamento do solo parâmetros de uso, ocupação e parcelamento do solo estabelecidos por leis municipais.estabelecidos por leis municipais.

► A valorização decorrente de ações públicas normalmente é A valorização decorrente de ações públicas normalmente é apropriada de forma privada pelo proprietário do imóvel, apropriada de forma privada pelo proprietário do imóvel, sem que haja qualquer retorno à coletividade.sem que haja qualquer retorno à coletividade.

Produção social e Produção social e apropriação privada da apropriação privada da

valorização da terravalorização da terra

Efeitos políticos da irregularidadeEfeitos políticos da irregularidade

• De maneira seletiva o poder público implanta De maneira seletiva o poder público implanta ações deações de• Regularização – Urbanização – Infra-estrutura - Regularização – Urbanização – Infra-estrutura -

Serviços e equipamentosServiços e equipamentos• No entanto, nunca é eliminada a precariedade No entanto, nunca é eliminada a precariedade

da ocupação, revelando as diferenças sócio da ocupação, revelando as diferenças sócio espaciais e a fragmentação do território espaciais e a fragmentação do território urbano urbano

• Essa forma seletiva resulta em alta Essa forma seletiva resulta em alta rentabilidade política (urbanização como favor rentabilidade política (urbanização como favor pago com voto)pago com voto)

Quem são/foram os interlocutores dos Quem são/foram os interlocutores dos processos dominantes de planejamento e processos dominantes de planejamento e regulação do solo até o final dos anos 80?regulação do solo até o final dos anos 80?

►Setores empresariais que tem o Setores empresariais que tem o desenvolvimento urbano como negócio desenvolvimento urbano como negócio principal ( loteadores/ principal ( loteadores/ construtores/incorporadores/ consultoria)construtores/incorporadores/ consultoria)

►Setores técnico/profissionais ligados a este Setores técnico/profissionais ligados a este mundo empresarial mundo empresarial (arquitetos/engenheiros/advogados etc) (arquitetos/engenheiros/advogados etc)

►Tecnoburocracia do setor públicoTecnoburocracia do setor público►Agentes políticos ( vereadores e gestores Agentes políticos ( vereadores e gestores

municipais)municipais)

Década de 80Década de 80• Redemocratização Redemocratização • Crise fiscal do EstadoCrise fiscal do Estado• Crítica aos modelos de Política e Planejamento Crítica aos modelos de Política e Planejamento

Urbano como objeto técnico e autoritárioUrbano como objeto técnico e autoritário

Fórum Nacional pela Reforma UrbanaFórum Nacional pela Reforma UrbanaEmenda popular de Reforma UrbanaEmenda popular de Reforma Urbana

Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988

Movimento Nacional pela Movimento Nacional pela Reforma UrbanaReforma Urbana

Fortalece-se na década de 80, com a Fortalece-se na década de 80, com a redemocratização e a organização de redemocratização e a organização de movimentos populares por melhorias urbanasmovimentos populares por melhorias urbanas

Durante o processo de construção da Durante o processo de construção da Constituição de 1988, agregação intersetorialConstituição de 1988, agregação intersetorial

Emenda Popular pela Reforma Urbana (131.000 Emenda Popular pela Reforma Urbana (131.000 assinaturas)assinaturas)

Inclusão do Capítulo de Política Urbana no Texto Inclusão do Capítulo de Política Urbana no Texto Constitucional (artigos 182 e 183)Constitucional (artigos 182 e 183)

Título II Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos Art. 5° - XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

Fundamentos Constitucionais Constituição Federal/ 88

Direito de Propriedade

• Antes - direito absoluto do proprietário • Hoje (CF 88)- condicionado à função social da

propriedade

Regularização é um direito !

Função Social da Propriedade Função Social da Propriedade UrbanaUrbana

Direito de PropriedadeDireito de Propriedade ee

Direito de UsoDireito de Uso

Função Social da Cidade e da Função Social da Cidade e da Propriedade UrbanaPropriedade Urbana

A A propriedade urbana precisa cumprir uma propriedade urbana precisa cumprir uma função socialfunção social, ou seja, a terra urbana deve , ou seja, a terra urbana deve servir para o benefício da coletividade, e não servir para o benefício da coletividade, e não apenas aos interesses de seu proprietário.apenas aos interesses de seu proprietário.

►Cidadania e dignidade da pessoa Cidadania e dignidade da pessoa humana (fundamentos do Estado humana (fundamentos do Estado Democrático de Direito – art. 1º, II Democrático de Direito – art. 1º, II e III)e III)

►Erradicação da pobreza e redução Erradicação da pobreza e redução das desigualdades sociais (objetivo das desigualdades sociais (objetivo do Estado Brasileiro – art. 3º, III)do Estado Brasileiro – art. 3º, III)

►Direito à moradia (direito social - Direito à moradia (direito social - art. 6º) art. 6º)

Fundamentos Constitucionais Constituição Federal/ 88

Fundamentos ConstitucionaisConstituição Federal/88

Art. 6o São direitos sociais a Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, educação, a saúde, o trabalho, a a moradiamoradia, o lazer, a segurança, a , o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.forma desta Constituição.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 26, de 2000)(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 26, de 2000)

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc26.htm

Componentes do Direito à Moradia Adequada

• ADEQUADA HABITABILIDADE (ADEQUADA HABITABILIDADE (condições de saúde, físicas e de condições de saúde, físicas e de salubridade adequadas)salubridade adequadas)

• SEGURANÇA JURÍDICA DA POSSE (TITULAÇÃO)SEGURANÇA JURÍDICA DA POSSE (TITULAÇÃO)• DISPONIBILIDADE DE SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURADISPONIBILIDADE DE SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA• CUSTO ACESSÍVELCUSTO ACESSÍVEL• ACESSIBILLIDADE ( contemplando os grupos vulneráveis) ACESSIBILLIDADE ( contemplando os grupos vulneráveis) • BOA LOCALIZAÇÃOBOA LOCALIZAÇÃO• ADEQUAÇÃO CULTURAL (respeitando a diversidade cultural)ADEQUAÇÃO CULTURAL (respeitando a diversidade cultural)

Art. 6º, CFArt. 6º, CFPacto Internacional DESCPacto Internacional DESCComentário Geral nº 4 do Comitê DESCComentário Geral nº 4 do Comitê DESC

VII Da Ordem Econômica e Financeira

Capítulo II Da Política Urbana

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.

§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.

Constituição Federal/88

§ 4º É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Constituição Federal/88

Competências em matéria de Competências em matéria de direito urbanísticodireito urbanístico

União – União – compete editar normas gerais.compete editar normas gerais.Estados e Distrito Federal – Estados e Distrito Federal – suplementar as normas editadas suplementar as normas editadas

pela União.pela União.Município (art. 30, CF) – Município (art. 30, CF) – compete legislar sobre assuntos de compete legislar sobre assuntos de

interesse local; suplementar a legislação federal e estadual no interesse local; suplementar a legislação federal e estadual no que couber; que couber; promover, no que couber, adequado promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbanourbano

A responsabilidade do MunicípioA responsabilidade do Município

Por ser o principal ente federativo Por ser o principal ente federativo responsável pela promoção da política responsável pela promoção da política urbana e habitacional, que englobam a urbana e habitacional, que englobam a regularização fundiária o município regularização fundiária o município deve, necessariamente, se deve, necessariamente, se responsabilizar pela criação, execução e responsabilizar pela criação, execução e manutenção e monitoramento de manutenção e monitoramento de programas de regularização fundiária.programas de regularização fundiária.

União e os Estados – relação com União e os Estados – relação com o Municípioo Município

O Município deve se articular com os Estados e a União O Município deve se articular com os Estados e a União para facilitar a regularização das terras públicas para facilitar a regularização das terras públicas

Estaduais e FederaisEstaduais e FederaisA União e os Estados devem proceder a A União e os Estados devem proceder a

regularização de seus bens e podem realizar regularização de seus bens e podem realizar transferências das terras da União e dos transferências das terras da União e dos Estados para o Município para que este Estados para o Município para que este

proceda à regularizaçãoproceda à regularização

Projeto de Lei 181/89Projeto de Lei 181/89Projeto de autoria do Senador Pompeu de Souza (PMDB)Projeto de autoria do Senador Pompeu de Souza (PMDB)

Origem do Estatuto da CidadeOrigem do Estatuto da Cidade

Aprovado no Senado em 1990Aprovado no Senado em 1990

Início da tramitação na Câmara em Dezembro de 1990 (projeto Início da tramitação na Câmara em Dezembro de 1990 (projeto 5.788/90)5.788/90)

Oposição de setores ligados aos proprietários urbanosOposição de setores ligados aos proprietários urbanos

Paralisação da tramitação (1990-1997 Paralisação da tramitação (1990-1997

Pressão permanente do Fórum Nacional Pela Reforma UrbanaPressão permanente do Fórum Nacional Pela Reforma Urbana

Aprovação no Congresso em Junho de 2001 Aprovação no Congresso em Junho de 2001

Sanção Presidencial em Julho de 2001Sanção Presidencial em Julho de 2001

Anos 90 – o desafio da construção Anos 90 – o desafio da construção de uma nova ordem urbanística, de uma nova ordem urbanística,

redistributiva e includenteredistributiva e includente

Estatuto da Cidade / Plano Diretor Estatuto da Cidade / Plano Diretor

• O Estatuto regulamenta os artigos 182 e 183 O Estatuto regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal da Constituição Federal

• Na Constituição já está designado o Plano Na Constituição já está designado o Plano Diretor como documento que DEFINE O Diretor como documento que DEFINE O CONTEÚDO das funções sociais da cidade e CONTEÚDO das funções sociais da cidade e da propriedade, para cada um dos municípiosda propriedade, para cada um dos municípios

• Implica em mudanças no conteúdo do plano Implica em mudanças no conteúdo do plano e na metodologia de elaboraçãoe na metodologia de elaboração

ESTATUTO DA CIDADEESTATUTO DA CIDADELei nº 10.257, de 10 de Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001julho de 2001

UM NOVO CONCEITO E UMA UM NOVO CONCEITO E UMA NOVA METODOLOGIA DE PLANO NOVA METODOLOGIA DE PLANO

DIRETORDIRETOR

Novo Marco Jurídico Urbanístico Novo Marco Jurídico Urbanístico Trazido pelo Estatuto da CidadeTrazido pelo Estatuto da Cidade

►A partir da reflexão sobre o processo de A partir da reflexão sobre o processo de urbanização brasileira e sua relação com as urbanização brasileira e sua relação com as práticas vigentes de planejamento urbanopráticas vigentes de planejamento urbano

►Contexto sócio-econômico – grande Contexto sócio-econômico – grande contingente de pobres; classe média contingente de pobres; classe média pequena; grande concentração de renda e pequena; grande concentração de renda e de poderde poder

► FUNÇÃO SOCIAL DA CIDADE E DA PROPRIEDADEFUNÇÃO SOCIAL DA CIDADE E DA PROPRIEDADE o o plano diretor explicita esta função para a os próximos plano diretor explicita esta função para a os próximos 10 anos10 anos

► GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADEGESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE o plano diretor o plano diretor incorpora a totalidade dos segmentos que compõem a incorpora a totalidade dos segmentos que compõem a cidade na definição e implementação de seu destino- cidade na definição e implementação de seu destino- plano como pacto sócio territorialplano como pacto sócio territorial

► DIREITO À MORADIADIREITO À MORADIA o plano diretor reconhece a o plano diretor reconhece a cidade real produzida pelos mais pobres e constrói as cidade real produzida pelos mais pobres e constrói as condições de superação da dualidade formal/informal condições de superação da dualidade formal/informal legal/ilegal– legal/ilegal– REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Estatuto da Cidade/ plano diretor Estatuto da Cidade/ plano diretor

ESTATUTO DA CIDADEESTATUTO DA CIDADE

Art 2Art 2oo A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes geraispropriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais::

► I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;

► IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambienteseus efeitos negativos sobre o meio ambiente

ESTATUTO DA CIDADEESTATUTO DA CIDADEXII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente

natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;paisagístico e arqueológico;

► XIV – regularização fundiária e urbanização de XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas socioeconômica da população e as normas ambientais;ambientais;

► XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e

ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionaishabitacionais

O que é regularização fundiária?

“É o processo de intervenção pública, sob os aspectos jurídico, físico e social e registrário, que objetiva legalizar a permanência de populações moradoras de áreas urbanas ocupadas em desconformidade com a lei para fins de habitação, implicando melhorias no ambiente urbano do assentamento, no resgate da cidadania e da qualidade de vida da população beneficiária”.

Plano DiretorPlano Diretor

• Lei aprovada pelos Vereadores, A PARTIR DE PROCESSO PARTICIPATIVO

• Instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana

•Abrange a totalidade do município, incluindo as zonas urbanas e rurais

•Influencia os orçamentos subsequentes

Plano Diretor

A política de desenvolvimento urbano tem por objetivo ordenar o A política de desenvolvimento urbano tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais das cidades.(Art. 182 CF)pleno desenvolvimento das funções sociais das cidades.(Art. 182 CF)

Principal Instrumento - Plano Diretor: Garantir o Direito à CidadePrincipal Instrumento - Plano Diretor: Garantir o Direito à Cidade

(artigo 2º Estatuto da Cidade)(artigo 2º Estatuto da Cidade)

Direito ao Transporte

Público

Direito ao Lazer e Cultura

Direito à Educação

Direito àSaúde

Direito ao Trabalho

Direito aoSaneamento

Básico

Direito ao Meio

Ambiente

Direito à Moradia

Direito à Cidade

O Plano Diretor é o principal instrumento da O Plano Diretor é o principal instrumento da política de desenvolvimento urbano e deve política de desenvolvimento urbano e deve viabilizar a democratização do acesso à terra viabilizar a democratização do acesso à terra urbanizada e a políticas habitacionais e de urbanizada e a políticas habitacionais e de regularização fundiária para a baixa rendaregularização fundiária para a baixa renda

Instrumentos do Instrumentos do Estatuto da CidadeEstatuto da Cidade

Instrumentos de Indução do Instrumentos de Indução do Desenvolvimento UrbanoDesenvolvimento Urbano

Instrumentos de Regularização FundiáriaInstrumentos de Regularização Fundiária

Instrumentos de Democratização da Instrumentos de Democratização da Gestão urbanaGestão urbana

Instrumentos de Financiamento da Instrumentos de Financiamento da Política UrbanaPolítica Urbana


►Deve definir Políticas Deve definir Políticas ►Deve estabelecer os instrumentos de Deve estabelecer os instrumentos de

Regularização FundiáriaRegularização Fundiária►Deve definir as zonas (ZEIS) onde serão Deve definir as zonas (ZEIS) onde serão

aplicadosaplicados►Deve prever a assistência técnica e jurídica Deve prever a assistência técnica e jurídica

gratuitagratuita►Deve mapear as áreas irregulares e vazios Deve mapear as áreas irregulares e vazios

urbanosurbanos


►Deve definir as áreas para onde serão Deve definir as áreas para onde serão relocadas famílais que residem em áreas relocadas famílais que residem em áreas de risco e de preservação ambientalde risco e de preservação ambiental

►Deve vincular a regularização fundiária a Deve vincular a regularização fundiária a políticas de geração de renda e políticas de geração de renda e sanemaneto ambientalsanemaneto ambiental

►Deve estar vinculado a lei orçamentáriaDeve estar vinculado a lei orçamentária

Etapas do Plano Diretor

1. Leitura técnica do território e da legislação, e leitura comunitária

2. Confrontação dos dados obtidos na primeira etapa, e construção de eixos estruturantes do Plano Diretor

3. Discussão dos eixos estruturantes nos vários segmentos da sociedade

4. Elaboração de uma proposta de macrozoneamento, e sua discussão nos diversos segmentos da sociedade

5. Redação do Projeto de Lei e de um texto base de apresentação do Plano

6. Realização de um Congresso da Cidade, para discussão final e legitimação da proposta

7. Envio do Plano à Câmara Municipal, onde deve ser realizada audiência pública

Etapas da participação popular no Plano Diretor

• Leitura Comunitária como parte da análise do território

•Discussão coletiva da análise da realidade local e dos eixos estruturantes do Plano

•Pactuação dos instrumentos e parâmetros do Plano

•Discussão e legitimação pública das propostas (Conferência da Cidade)

•Participação na Implementação da estrutura de gestão participativa do Plano (Conselho de Desenvolvimento Urbano)

•Monitoramento e controle social da implementação do Plano

•Participação na avaliação e revisão do Plano

Instrumentos de Instrumentos de Regularização Regularização

FundiáriaFundiária

Instrumentos de Regularização

● Plano Diretor● ZEIS● Usucapião especial de imóvel urbano● Concessão especial para fins de moradia (CEFM)● Concessão de direito real de uso (CDRU)● Direito de Superfície● Cessão de Posse (6766/79)● Autorização de uso● Assistência técnica e jurídica gratuita para as

comunidades e grupos sociais menos favorecidos ● Demarcação urbanística para fins de regularização

fundiária (MP 459)● Legitimação de posse (MP 459)

TERRENOS VAZIOS

USOS QUE INCOMODAM

PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIACOMÉRCIO E SERVIÇOS

INDUSTRIA

LUGARES QUE AS PESSOAS USAM BICICLETAS

LUGARES PARA PRESERVAÇÃO

LUGAR DE DIFÍCIL ACESSO

Fonte: Mapas participativos da O.P.

Mapas participativos – A cidade pelos cidadãos: Piracicaba

Vazios Urbanos

Uso Rural: cana de açúcar

pastagem

Maciços Vegetais

Fonte:Semuplan

Vazios urbanos: Piracicaba

Lei Federal 6.766/79Lei Federal 6.766/79

► Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, se desatendida pelo Federal quando for o caso, se desatendida pelo loteador a notificação, poderá regularizar o loteador a notificação, poderá regularizar o loteamento ou desmembramento não autorizado loteamento ou desmembramento não autorizado ou executado sem observância das determinações ou executado sem observância das determinações do ato administrativo de licença, para evitar lesão do ato administrativo de licença, para evitar lesão aos seus padrões de desenvolvimento urbano e na aos seus padrões de desenvolvimento urbano e na defesa dos direitos dos adquirentes de lotes.defesa dos direitos dos adquirentes de lotes.

Inovações em Regularização Fundiária de Interesse Social Inovações em Regularização Fundiária de Interesse Social segundo a MPV 459/PLV 11/2009segundo a MPV 459/PLV 11/2009

PAPEL DO MUNICÍPIO NO LICENCIAMENTO O município poderá dispor sobre o procedimento de Regularização O município poderá dispor sobre o procedimento de Regularização Fundiária em seu território (art. 49Fundiária em seu território (art. 49))

))

A regularização poderá ser promovida também:A regularização poderá ser promovida também:

- pela União- pela União- pelos Estados- pelos Estados- pelo Distrito Federal- pelo Distrito Federal- Municípios e;- Municípios e;- seus beneficiários, individual ou coletivamente, ou;- seus beneficiários, individual ou coletivamente, ou;- cooperativas habitacionais, associações de moradores ou outras - cooperativas habitacionais, associações de moradores ou outras associações civis.associações civis.


PAPEL DO MUNICÍPIO NO LICENCIAMENTO

O município definirá os requisitos para a elaboração do projeto O município definirá os requisitos para a elaboração do projeto de Regularização no que se refere aos desenhos, ao memorial de Regularização no que se refere aos desenhos, ao memorial descritivo e ao cronograma físico de obras e serviços.descritivo e ao cronograma físico de obras e serviços.

Na Regularização fundiária de assentamentos consolidados Na Regularização fundiária de assentamentos consolidados anteriormente à publicação desta MP, o Município poderá anteriormente à publicação desta MP, o Município poderá autorizar a redução do percentual de áreas destinadas ao uso autorizar a redução do percentual de áreas destinadas ao uso público e da área mínima dos lotes definidos na legislação do público e da área mínima dos lotes definidos na legislação do parcelamento do solo urbano (art. 52)parcelamento do solo urbano (art. 52)

pp

Inovações em Regularização Fundiária de Interesse Social segundo a MPV Inovações em Regularização Fundiária de Interesse Social segundo a MPV 459/PLV 11/2009459/PLV 11/2009

PAPEL DO MUNICÍPIO NO LICENCIAMENTO

A aprovação municipal corresponde:A aprovação municipal corresponde:

- Licenciamento ambientalLicenciamento ambiental- Licenciamento urbanísticoLicenciamento urbanístico

- DESDE QUE O MUNICÍPIO TENHA CONSELHO DE MEIO AMBIENTE E DESDE QUE O MUNICÍPIO TENHA CONSELHO DE MEIO AMBIENTE E ÓRGÃO AMBIENTAL CAPACITADO (art. 53 § único)ÓRGÃO AMBIENTAL CAPACITADO (art. 53 § único)

- O Município poderá dispor sobre o procedimento de - O Município poderá dispor sobre o procedimento de regularização fundiária em seu território.regularização fundiária em seu território.

- A ausência da regulamentação Municipal não obsta a - A ausência da regulamentação Municipal não obsta a implementação da regularização fundiária.implementação da regularização fundiária.

(Art. 49) (Art. 49)



A regularização fundiária consiste no conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais que visam à regularização de assentamentos irregulares e à titulação de seus ocupantes, de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

(Art. 46)

III – demarcação urbanística: •Demarcação de imóvel de domínio público ou privado (definindo limites, área, localização e confrontantes) •Finalidade identificar seus ocupantes e qualificar a natureza e o tempo das respectivas posses

IV – legitimação de posse: •Destinado a conferir título de reconhecimento de posse de imóvel objeto de demarcação urbanística: -identificação do ocupante do tempo e natureza da posse.

(Art. 47)

Inovações em Regularização Fundiária de Interesse Social segundo a MPV 459/PLV 11/2009

V – Zona Especial de Interesse Social - ZEIS: parcela de área urbana instituída pelo Plano Diretor ou definida por outra lei municipal, destinada predominantemente à moradia de população de baixa renda e sujeita a regras específicas de parcelamento, uso e ocupação do solo;

VI – Assentamentos irregulares: ocupações inseridas em parcelamentos informais ou irregulares, localizadas em áreas urbanas públicas ou privadas, utilizadas predominantemente para fins de moradia;

(Art.47)

Inovações em Regularização Fundiária de Interesse Social segundo a MPV 459/PLV 11/2009


CONDIÇÕES PARA A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE INT. CONDIÇÕES PARA A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE INT. SOCIALSOCIALAssentamentos irregulares:Assentamentos irregulares:-ocupações em parcelamentos informais ou irregulares-ocupações em parcelamentos informais ou irregulares

Que podem estar localizados em:Que podem estar localizados em:-áreas públicas-áreas públicas-utilizadas predominantemente para fins de moradia-utilizadas predominantemente para fins de moradia-ocupados predominantemente por população de baixa -ocupados predominantemente por população de baixa rendarendaSÃO PASSÍVEIS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE SÃO PASSÍVEIS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE INTERESSE SOCIAL(art. 47, parágrafos e incisos)INTERESSE SOCIAL(art. 47, parágrafos e incisos)


Inicialmente a MPV trata a Regularização Fundiária de Inicialmente a MPV trata a Regularização Fundiária de Assentamentos Urbanos comoAssentamentos Urbanos como::

- medidas jurídicas- medidas jurídicas- medidas urbanísticas- medidas urbanísticas- medidas ambientais- medidas ambientais- medidas sociais- medidas sociaisQue visem à regularização de assentamentos urbanos e à titulação de Que visem à regularização de assentamentos urbanos e à titulação de seus ocupantes (art. 46)seus ocupantes (art. 46)

ss

GARANTINDO O DIREITO SOCIAL À MORADIA, AS FUNÇÕES SOCIAIS DA GARANTINDO O DIREITO SOCIAL À MORADIA, AS FUNÇÕES SOCIAIS DA PROPRIEDADE E O DIREITO AO MEIO AMBIENTE EQUILIBRADOPROPRIEDADE E O DIREITO AO MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO

Princípios da regularização fundiária :

I – ampliação do acesso à terra urbanizada pela população de baixa renda, com prioridade para sua permanência na área ocupada, assegurados o nível adequado de habitabilidade e a melhoria das condições de sustentabilidade urbanística, social e ambiental;II – articulação com as políticas setoriais de habitação, de meio ambiente, de saneamento básico e de mobilidade urbana, nos diferentes níveis de governo e com as iniciativas públicas e privadas, voltadas à integração social e à geração de emprego e renda;III – participação dos interessados em todas as etapas do processo de regularização;IV – estímulo à resolução extrajudicial de conflitos; eV – concessão do título preferencialmente para a mulher. VI – assentamentos irregulares: ocupações inseridas em parcelamentos informais ou irregulares, localizadas em áreas urbanas públicas ou privadas, utilizadas predominantemente para fins de moradia;


!

Os programas de regularizaçãofundiária não podem estar

dissociados de umconjunto de políticas ,

diretrizes de planejamento e estratégias de gestão

urbana destinadas a reverter o atualpadrão excludente

de crescimento urbano !

Programas de regularização fundiária devem se inserir dentro de uma política de Reforma Urbana que

envolve:● Democratização do acesso à terra: política

habitacional para baixa renda + indução do cumprimento da função social da propriedade

● Políticas de geração de renda, capacitação profissional, apoio ao cooperativismo etc.

● Fiscalização e prevenção a ocupação de áreas de risco e preservação ambiental

A regularização fundiária é um direito

da população de baixa renda

estatuto da cidade lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001

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