estatuto da oab livro
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Estatuto OABTRANSCRIPT
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 2
NOVO ESTATUTO DA
ORDEM DOS DVOGADOS
DO BRASIL COMENTADO
. Íntegra do Estatuto da OAB comentado (Lei nº. 8.906 ,
de 4 de julho de 1.994)
. Código de Ética e Disciplina da OAB
.Formulários para o Exercício de Advocacia e
Postulação Corporativa
-Edipel-
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 3
3ª edição 2.012
(BLOG do Pellizzaro)
Advogado Reinaldo Assis Pellizzaro
E-mail: [email protected]
PELLIZZARO, Reinaldo Assis
ESTATUTO DA ORDEM DOS ADVOGADOS
DO BRASIL COMENTADO
Proibida a reprodução total ou parcial, sem permissão
expressa do autor
(Lei n° 5.988, de 14.12.73)
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Á Anadir, minha companheira de todas as horas, e aos meus filhos Fábio,
Denise, Enzo Sander, Cleonar, André Luiz, Fernanda e Michelle Karine, minha gratidão pela compreensão, no exercício da profissão de
advogado que exige horas preciosas de ausência do esposo e pai.
0 Autor
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 5
Minha homenagem aos profissionais do direito, que desbastando a pedra bruta da atividade advocatícia,
cinzelam a imagem da justiça dando-lhe polimento e brilho, incomparável.
O autor
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SUMÁRIO
Apresentação.......................................................... 08
TÍTULO I - DA ADVOCACIA (Arts. 1° até 43)
Capítulo I - Da Atividade de Advocacia.......... 12
Capítulo II - Dos Direitos do Advogado....... ..... 76
Capítulo III - Da Inscrição.................................. 109
Capítulo IV - Da Sociedade de Advogados........ 142
Capítulo V - Do Advogado Empregado............. 160
Capítulo VI - Dos Honorários Advocatício........ . 167
Capítulo VII - Das Incompatibilidades e
Impedimentos........................................................ 182
Capítulo VIII- Da Ética do Advogado.................. 191
Capítulo IX - Da Infrações e Sanções
Disciplinares.......................................................... 203
TÍTULO II - DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO
BRASIL ( Art.44 até 67 )PG.................................258
Capítulo I - Dos Fins e Da Organização............ 276
Capítulo II - Do Conselho Federal............. ....... 279
Capítulo III - Do Conselho Seccional................... 300
Capítulo IV - Da Subseção.................................. 310
Capítulo V - Da Caixa de Assistência
dos Advogados...................................................... 318
Capítulo VI - Das Eleições e dos
Mandatos.............................................................. 326
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TÍTULO III - DO PROCESSO NA OAB ( Art.68 até 77
Capítulo I - Disposições Gerais.............................326
Capítulo II - Do Processo Disciplinar.................... 341
Capítulo III - Dos Recursos................ 245
TÍTULO IV - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E
TRANSITÓRIAS (Art.78/87)............................... 352
FORMULÁRIOS.................................................. 430
Bibliografia........................................................... 496
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APRESENTAÇÃO
Ao iniciar este trabalho, tão logo me chegou às
mãos o primeiro estudo do anteprojeto da Lei N° 8.906/94
agora publicada, jamais poderia imaginar que fosse de
tamanha magnitude.
Na verdade a necessidade de reforma de nossa
vetusta e utilíssima Lei N° 4.215/63, era o clamor ouvido
sempre que a classe dos advogados se reunia em
congressos e conferências.
A dinâmica da modernidade exigia que os
advogados brasileiros, fossem organizados sob a égide de
um novo ordenamento jurídico, mais consentâneo com a
atual quadra da vida jurídica de nosso País.
Desta forma como ao obreiro é necessário
recolher o material, a ser utilizado para a construção da
obra desejada, iniciamos nosso trabalho.
A cada momento ouvíamos a advertência do
magistrado ELIÉSER ROSA, que fez escrever ainda na
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capa de seu maravilhoso livro LEITURAS DE
PROCESSO CIVIL, o pensamento do imortal
FLAUBERT: " Nunca se escreve o livro que se quer".
A par de nos entregarmos ao estudo das
normas corporativas, resgatamos ainda que na proporção
mínima possível, a imensa dívida que temos para com
nossa atividade de advocacia.
Após mais de três décadas de labor advocatício,
tudo o que sou e tenho devo a minha banca de advogado,
à exemplo de tantos outros advogados, como o imenso
RUI BARBOSA, que deixou escrito no mármore de nossa
história corporativa e brasileira, verbis: " Sempre limitei
os meus projetos e sonhos, na carreira profissional que
elegi desde a primeira mocidade, a granjear, pelo trabalho
honesto, crédito de exercer o meu ofício, com seriedade,
competência e zêlo".
Vivendo intensamente as lides forenses, dois de
meus filhos decidiram por seguir os passos do pai, e
minha filha ao que parece se inclina para ser advogada...
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Como então, resgatar dívida tão grande, senão
tomando nas mãos nosso Ordenamento Corporativo
Máximo, e percorrendo palavra por palavra para comentá-
lo, com a simples e sincera afeição de quem tributa o mais
sincero sentimento de gratidão.
Este livro foi concebido para a ser a
ferramenta útil e de uso constante, como auxiliar na
postulação diária, colocado sobre a mesa de trabalho
sempre à mão de todos àqueles que fazem do direito a
mais bela e nobre das profissões.
Na verdade não tem a mais mínima pretensão
doutrinária. Como pedra bruta, deverá ainda sofrer o
talho do cinzel da crítica construtiva, e aí sim, após
receber os doutos e indispensáveis suplementos daqueles
que o compulsarem, terá alcançado o desejado polimento
de perfeição, e para quem se dispôs a comentar com
reconhecida modéstia será justo e de extrema valia.
Contendo a Lei N° 8.906/94, artigo por artigo
sob comento, fizemos inserir em capítulo especial
quarenta formulários, que vai desde FICHA
CONFIDENCIAL, que representa o primeiro contato com
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o cliente até a PETIÇÃO INICIAL, passando pelas peças
necessárias à postulação corporativa, não sendo outra a
intenção senão tornar este livro o mais útil possível.
Este é pois nosso contributo aos que fazem da
ciência do direito o objetivo de suas existências, na certeza
de que com a publicação deste livro não há limites para o
homem que possui a capacidade de sonhar!
Não é sem emoção que editamos através de
nosso , BLOG do Pellizzaro, esta edição na esperança de que
seja útil para todos aqueles que nos prestigiarem com suas
visitas.
O autor
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LEI Nº 8.906, de 04 de julho de 1994
Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem
dos Advogados do Brasil OAB
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
DA ADVOCACIA
CAPÍTULO I
DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA
Art. 1º - São atividades privativas de
advocacia:
I - a postulação a qualquer órgão do Poder
Judiciário e aos juizados especiais;
II - as atividades de consultoria, assessoria e
direção jurídicas.
§1º Não se inclui na atividade privativa de
advocacia a impetração de habeas corpus em
qualquer instância ou tribunal.
§2º Os atos e contratos constitutivos de
pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só
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podem ser admitidos a registro, nos órgãos
competentes, quando visados por advogados.
§3º. É vedada a divulgação de advocacia em
conjunto com outra atividade.
1 – Natureza do Estatuto. O termo
ESTATUTO, é derivado do latim statutumm ou
statuere, que significa, estabelecer, constituir ou
fundar; em sentido amplo, significa a lei ou
regulamento em que se estabelecem as normas
jurídicas institucionais ou orgânicas de uma
coletividade, corporação pública ou particular.
A criação da Ordem dos Advogados do
Brasil, remonta aos primeiros tempos do Segundo
Reinado, quando foi fundado o Instituto dos
Advogados Brasileiros, no ano de 1.843.
Foi, todavia, á luz do Decreto Nº. 1.940
de 18 de novembro de 1930, que foi editado para
reorganizar a Corte de Apelação do Distrito Federal,
que surgiu como entidade do serviço público
brasileiro, a ORDEM DOS ADVOGADOS DO
BRASIL.
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Esta consagração, de inserção da OAB,
no ordenamento jurídico pátrio, se deve à atuação
do Desembargador André de Faria Ferreira e do
Ministro da Justiça Osvaldo Aranha.
Um ano após, pelo Decreto Nº. 2.784 de
14 de dezembro de 1931, foi editado, o
denominado, Regulamento da Ordem, cuja
redação se deve ao Dr. Levi Fernandes Carneiro,
que teve sua vigência diferida pelo Decreto Nº.
2.266 de 28 de dezembro de 1932 para 31 de março
de 1933.
Quatro anos mais tarde, ou seja, em 1937
foi editada a Lei Nº 510, que alterou o Regulamento
dando à entidade as feições hodiernas sendo
totalmente derrogada pela Lei Nº 4.215 de 27 de
abril de 1963, que foi expressamente derrogada pelo
Estatuto, o dispor expressamente que:
Art. 87 - Revogam-se as disposições em
contrário, especialmente a Lei Nº 4.215, de 27
de abril de 1963; a Lei Nº 5.390, de 23 de
fevereiro de 1968; o Decreto Nº 505 de 18 de
março de 1969; a Lei Nº 5.681, de 20 de julho
de 1971; a Lei Nº 5.842, de 6 de dezembro de
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1972; a Lei Nº 5.960, de 10 de dezembro de
1973; a lei Nº 6.743, de 5 de dezembro de
1979; a Lei Nº 6.884, de 9 de dezembro de
1980; a Lei Nº 6.994, de 26 de maio de 1982,
mantidos os efeitos da Lei Nº 7.346, de 22 de
julho de 1985.
Este atual Ordenamento Estatutário é o
resultado do trabalho de uma Comissão de
Sistematização, criada pelo Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil, tendo como
Relator o Conselheiro PAULO LUIZ NETTO
LOBO (AL), consubstanciado em 4 Títulos, 18
Capítulos e 87 Artigos.
2 – Da Advocacia. No primeiro Título, o
Estatuto estabelece as normas corporativas cogentes
que tutelam a atividade advocatícia, direitos do
advogado, inscrição, sociedade de advogados,
advogado empregado, honorários advocatícios,
incompatibilidades e impedimentos, ética do
advogado e finalmente infrações e sanções
disciplinares.
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As condições legais, para o exercício da
advocacia como profissão, exige formação
científica, conforme a lei estabelecer, nos termos
dos artigos insculpidos na Carta Política Brasileira;
notadamente, o 5º inc. XIII, que determina
soberanamente que: “é livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer”; e
ainda o artigo 22, inc. XVI, que dispõe ser privativo
da União legislar sobre as “ (...) condições para o
exercício de profissões”; e finalmente o artigo 214,
inc. IV e V, que estabelece o plano nacional de
educação, para a “formação do trabalho”.
Todavia, insta observar-se que o diploma
ou certidão de graduação em Direito, obtido em
instituição de ensino oficialmente autorizada e
credenciada, se constitui em, apenas um dos
requisitos, para inscrição nos quadros da Ordem dos
Advogados do Brasil; e, consequentemente habilitar
para o exercício pleno da advocacia como profissão
liberal.
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Hodiernamente, vem preocupando a
classe dos advogados, a multiplicação dos Cursos
de Direito. Sendo necessário fazer-se uma digressão
de forma a pôr a lume, o mecanismo que permite e
de certa forma, facilita a criação dessas unidades de
Ensino Superior.
Analisando-se as normas que orientam a
autorização de funcionamento dos Cursos Jurídicos,
vamos encontrar no artigo 207 da Constituição
Federal, que: “As Universidades gozam de
autonomia didático-científica, administrativa e de
gestão financeira e patrimonial, e obedecerão aos
princípios da indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão”.
Já no ordenamento infraconstitucional
destaca-se o Decreto Nº 105 de 25 de abril de 1991,
que regulamentou a Lei Nº 5.540/68 e dispensou as
Universidades de consulta prévia aos Conselhos de
Educação dos Estados, para a criação de novos
cursos jurídicos sob a justificativa de redistribuição
de vagas
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Com efeito dispõe o artigo 5º do referido
Diploma Legal, que: “Salvo no caso das
universidades, a redistribuição de vagas entre
cursos da mesma instituição de ensino superior
dependerá de prévia consulta ao Ministério da
Educação, quanto a sua compatibilidade, com as
prioridades previstas no parágrafo primeiro do
artigo primeiro do Decreto-Lei Nº 574 de 1969, na
redação dada pela Lei Nº 5.850 de 1972”.
É bem verdade, que o atual ordenamento
estatutário estabeleceu ser de competência do
Conselho Federal: “Colaborar com o
aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar,
previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos
competentes para a criação, reconhecimento ou
credenciamento desses cursos”. ( Art. 53, inc. XV
do EOAB).
A busca de melhor solução será objeto do
estudo que faremos ao analisar o artigo 8º do
EOAB, que estabelece a obrigatoriedade do Exame
de Ordem, e mais especificamente quando da
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análise do parágrafo primeiro daquele artigo que
estabelece ser a aprovação no Exame de Ordem,
condição obrigatória para inscrição nos quadros da
OAB, regulamentado agora em provimento do
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil.
3 – Atividade de advocacia. Acometida
a tarefa de elaboração da Lei Estatutária, ao
próprio Conselho Federal da Ordem dos
Advogados, compreende-se a imediata preocupação
em elencar preambularmente os dispositivos que
tutelam diretamente a atividade desenvolvida pelos
advogados (Título I, Arts. 1º até 44); ficando para
a Segunda parte o status juris, da entidade ( Título
II, Arts. 45 até 65).
Dir-se-ia que dispondo o ordenamento
desta forma, feriu-se melhor técnica legislativa.
Todavia nascendo no seio dos profissionais do
Direito, este ordenamento estatutário, mesmo
antecipando o advogado, como parte, do organismo
a que pertence, ou seja, a organização da Ordem,
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reveste-se de perfectibilidade jurídica formal e
material como norma jurídica perfeita.
Destinando-se o Estatuto, aos
profissionais do Direito, o legislador deixa bem
evidenciada a justificada preocupação, em editar
uma lei da máxima importância, destinada a regular
a atividade de advocacia, que por todos os títulos
se reviste de dignidade e nobreza.
Chegamos a essa conclusão ao
analisarmos etimologicamente o termo atividade,
que significa, exercício efetivo de função ou de
dignidade, ou seja, a qualidade de quem é digno,
respeitável, nobre, que detém autoridade moral,
ética e de decoro.
Desta forma a profissão do advogado é
ungida em nosso Texto Político Máximo, como
sendo indispensável para a administração da
justiça, recebendo proteção especial para o
desempenho de sua atividade profissional, ex vi, do
artigo 133, com a seguinte redação: “O advogado é
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indispensável à administração da justiça, sendo
inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão, nos limites da lei”.
Significa que até mesmo no âmbito do
Direito Administrativo, efetivo exercício da
função coloca num mesmo e único plano o JUIZ
EM ATIVIDADE, o PROMOTOR DE
JUSTIÇA EM ATIVIDADE, e o ADVOGADO
EM ATIVIDADE, ou seja, todos no mesmo nível,
integrantes do quadro efetivo da administração da
justiça.
E mais, valendo-se do legislador da
preposição de, ao ligar as palavras atividade de
advocacia, (Capítulo I, Da Atividade de
Advocacia), o legislador estatuário, deixou claro o
sentido que deliberadamente exprimiu, a mais
elevada importância daquela função do advogado;
revestida de todos os predicados que lhe são
inerentes e que culminam como sendo
constitucionalmente indispensável à administração
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da justiça, como objetivo último da prestação
jurisdicional do Estado.
Com efeito José CRETELLA JR.,
apoiando o princípio constitucional que impõe a
indispensabilidade do advogado na administração
justiça, afirma ser: “Correta a norma constitucional
ao ressaltar a presença ou a indispensabilidade da
presença e a atuação do advogado, nos processos
cíveis e penais influindo na parte técnica da
administração da justiça”.1
Na verdade o exercício de advocacia pode
ser exercitado em causa própria, suscitando todavia
atenção postulatória especial, devendo, ser ouvida a
terrível advertência do emérito comentarista
constitucional citado:” As partes, embora bacharéis
em Direito, levam para as lides toda a carga de
emotividade, em que são envolvidas. Os povos da
língua inglesa têm famoso adágio a respeito: o
advogado em causa própria tem como cliente um
tolo”. Finalmente arremata asseverando
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 23
doutrinariamente que: “A regra jurídica
constitucional ordena a presença de advogado, nos
feitos, quer cíveis, quer criminais, pois esta
atuação impede que inúmeros erros de técnica
sejam cometidos, retardando a administração da
justiça”.2
4 – Atividades privativas de advocacia.
O Estatuto prevê, aqui, o exercício efetivo de função
que somente pode conferida a advogado, ou seja,
àqueles que estiverem regularmente inscritos nos
quadros da Ordem.
Essa exigência, decorre do fato de que o
Bacharel, em qualquer profissão regulamentada,
somente poderá exercê-la legalmente após inscrição
no órgão de classe ao qual pertence.
Desta forma pelo que se viu
anteriormente, podemos sintetizar, que a Faculdade
gradua o bacharel, que somente adquire o status da
1 CRETLLA JR., José. Comentários à Constituição de 1988. Rio de
Janeiro. Editora Forense 2 CRETELLA JR., José. Obra. Cit.
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profissionalidade, após sua inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil.
É de observar-se que constitui infração
disciplinar o exercício das atividades privativas dos
advogados, quando por estes exercidas estando
impedidos ou não, se estiverem regularmente
inscritos nos quadros da OAB (Art. 35, inc. I).
Nesse sentido é taxativo o Código de
Processo Civil, ao determinar em seu artigo 36, que:
“A parte será representada em juízo por advogado
legalmente habilitado”.
Estabelecendo ainda que a falta de
advogado constitui irregularidade de
representação das partes, cuja verificação impõe
ao juiz a suspensão do processo, e a determinação
de regularização, penalizando severamente o
desatendimento da imposição instrumental.
É de ser admitido, que com implantação
dos Juizados Especiais e de Pequenas Causas, sob a
justificação da democratização e facilitação da
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 25
prestação jurisdicional pelo Estado, tem sido
admitido a postulação sem a obrigatória presença de
advogado.
Todavia esta situação especial se constitui
em exceção, posto que mesmo nos casos em que a
lei faculta a dispensa de advogado, sua ausência,
admita-se, em nada contribui para a igualdade
postulatória das partes no exercício do contraditório
e para a necessária distribuição da justiça.
Daí porque, o Estatuto estabelecer ser
atividade privativa de advocacia, portanto
exercitada por advogado, “a postulação a qualquer
órgão do Poder Judiciário e aos juizados
especiais”. (Art. 1º , inc. I, EOAB).
5 – A postulação privativa pelos
advogados. Ao elencar os atos que somente
poderão validamente geral efeitos legais, o
legislador valendo-se do termo postulação, fora de
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dúvida, tencionou dar uma dimensão que excede ao
ato de peticionar, em juízo.
Entendendo-se como peticionar, a
elaboração da petição inicial (Art. 282, CPC) ou,
contestação (Art. 300, CPC), vale dizer, o ato
jurídico formal, assinado por advogado, dirigido ao
órgão jurisdicional competente, objetivando a
prestação da tutela jurisdicional nos casos e formas
legais (Art. 2º do CPC), bem como a todos os
órgãos da administração pública direta, indireta e
fundacional.
Desta forma, por força de lei, tanto a
petição quanto a postulação têm sua validade e
aceitação sujeitas à representação obrigatória e
personalíssima por advogado, quer como procurador
da parte, ou mesmo agindo em causa própria.
A lei estatutária estabeleceu, com
precisão, a área de postulação exclusiva dos
advogados, abrangendo todos os órgãos do Poder
Judiciário, ou seja: Supremo Tribunal Federal,
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 27
Superior Tribunal de Justiça; Tribunais Militares,
Tribunais dos Estados e do Distrito Federal (Art. 92
CF).
Fazendo a lei inclusão expressa das
disposições contidas no artigo 98 da Constituição
Federal, os Tribunais da Justiça Comum e
especializada, a exclusividade de postulação por
advogados se estende às comarcas, varas e órgãos,
que através de leis de organização judiciária,
estrutura o funcionamento do Poder Judiciário, em
primeiro grau de jurisdição judicial ou voluntária.
Esta postulação exclusiva, inclui até mesmo, os
denominados Juizados Especiais, e respectivas
Turmas de Recursos.
6 – Atividades de consultoria.
Consultoria, se constitui na atividade privativa da
advocacia e pode ser caracterizada como a
contratação de advogado, por particulares ou pelo
Poder Público para orientação profissional de
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caráter permanente; quer compulsando autos a fim
de prestar esclarecimentos técnicos, ou ainda, opinar
sobre determinadas situações de direito ou de fato.
Assessoria, se caracteriza como a
permanente presença do advogado ao lado dos
interessados, para orientação jurídica na condução
das causas até o julgamento final, assim como a
orientação em assunto ou prestação de serviço
profissional junto à autoridade com o fim de
aconselhamento e orientação técnica.
Direção jurídica, tipifica a posição de
comando pelo advogado na condução de empresa
particular ou mesmo pública, conduzindo-as na área
jurídica de sua especialidade profissional.
Analisando-se as três condições de
atuação profissional, torna-se clara a intenção do
legislador em atribuir ao advogado todas as
atividades inerentes ao pleno exercício da sua
profissão e ao seu ministério.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 29
O que proporciona segurança às partes
interessadas, ampliando e privatizando a área
natural de atuação laborativa dos profissionais do
Direito.
A importância da atividade de advocacia
desempenhada pelos advogados na sociedade em
vivemos, pode ser avaliada nas palavras do imenso
Rui Barbosa, citado por Rubem NOGUEIRA:
Advogado, afeito a não ver na minha banca o
balcão do mercenário, considero-me obrigado a
honrar a minha profissão como um órgão
subsidiário da justiça, como um instrumento
espontâneo das grandes reivindicações do
direito, quando os atentados contra ele ferirem
diretamente, através do indivíduo, os interesses
gerais da coletividade. (Rui, O estado de sítio,
sua natureza, seus efeitos, seus limites, Capital
Federal 1892, pág. 70/1, discurso no Superior
Tribunal Federal na Sessão Plenária de
23.04.92).3
7 – Exclusão do habeas corpus. A legislação
codificada exclui da área de atuação privativa do
advogado o remédio constitucional que garante
proteção àqueles que na dicção da nossa Carta
Política: “ conceder-se-á habeas corpus, sempre
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de
3 NOGUEIRA Rubem. O Advogado Rui Barbosa. Editora Gráfica
Olímpica. 1.949. Rio de Janeiro. P.19
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locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. (
Art. 5º, inc. LXVIII CF); sendo nesse mesmo
sentido o disposto pelo artigo 654 do Código de
Processo Penal Brasileiro.
Expressivamente conclusiva a justificação
do legislador estatutário, para a exclusão, quando do
envio da matéria à Câmara dos Deputados: “O
artigo 133 da Constituição elevou à sede
constitucional o preceito do Art. 68 da Lei Nº.
4.215, considerando o advogado como elemento
indispensável à administração da justiça. Dessa
indispensabilidade o projeto excepciona apenas o
habeas corpus, porque, desde suas origens
históricas configura garantia plena da cidadania,
para cujo exercício não se pode exigir mediação
obrigatória de profissional. O próprio juiz pode (ou
deve) concedê-lo de ofício, sem qualquer pedido
formal”.
Importante assinalar as normas
procedimentais extremamente liberalizantes do
habeas corpus, conforme disposto pelo artigo 654
da Lei Adjetiva Penal: “O habeas corpus poderá
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 31
ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor
ou de outrem, bem como pelo Ministério Público”;
sendo que no parágrafo primeiro desse artigo, são
enumerados os itens que devem compor o pedido:
a) – nome da pessoa que sofre violência,
coação e o de quem exercer a
violência, coação ou ameaça;
b) - declaração da espécie de
constrangimento ou em caso de
simples ameaça de coação, as razões
em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de
alguém a seu rogo, quando não
souber ou não puder escrever, e a
designação das respectivas
residências.
Dada a sua importância dispõe o
parágrafo segundo, que: Os juízes e tribunais têm
competência para expedi a ordem de habeas
corpus, quando no curso do processo verificar-se
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 32
alguém sofre ou está na eminência de sofrer
coação ilegal’.
O legislado constitucional, por seu turno,
fez insculpir no Texto Supremo, o princípio de que
: “São gratuitas as ações de habeas corpus e
habeas data, e na forma da lei, os atos necessário
ao exercício da cidadania”.
8 – Atos e contratos constitutivos de
pessoa jurídica. A determinação de que os atos e
contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob
pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro,
nos órgãos competentes, quando visados por
advogados, é uma conquista da classe dos
advogados.
Importante se fazer referência ao termo
visar, encontrado no texto estatutário, ou seja, o ato
privativo do advogado de, após ler e analisar o
contrato ou ato destinado constituir uma pessoa
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 33
jurídica, assinalar ou chancelar apondo sua
assinatura e numero de inscrição na OAB.
A aposição da assinatura pelo advogado
de forma alguma transgride o disposto pelo artigo
35, inc. V, que o proíbe de “assinar qualquer
escrito destinado a processo judicial ou
extrajudicial que não tenha feito, ou em que não
tenha colaborado”, pois aqui, não sendo o contrato
ou ato de autoria do advogado ou mesmo que não
tenha colaborado na sua elaboração, ao visa-los,
estará cumprindo determinação estatutária expressa;
alem do que, o ato de ler, visar, e validar seus
efeitos jurídicos, já implica ter colaborado.
Na verdade o dispositivo dilargou o que já
estava consignado no Estatuto derrogado (Lei Nº.
4.215/63), que restringia essa exigência aos
estatutos das sociedades civis e comerciais,
submetidos a registro e arquivamento nas
repartições competentes.
Todavia como está escrito na lei, é
derrogada a exclusão dessa exigência pelo disposto
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 34
no artigo 3º Parág. 9º da Lei 6.939 de 9.9.1981, que
instituiu o regime sumário de registro e
arquivamento no Registro do Comércio, que fazia
referência expressa ao disposto pelo Parág. 4º do
artigo 71 da Lei 4.215/63 ao dispor que: “Não se
aplica ao regime sumário, previsto neste artigo, o
disposto no Parag. 4º do Art. 49 do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil”, ao
limitar a participação obrigatória de advogado aos
atos de registro.
Registre-se finalmente que, a exigência
legal é no sentido do advogado visar, tais contratos
e atos, vale dizer, examinar atentamente os
pressupostos de validade jurídica, para imprimir o
selo de aprovação instrumental.
A exigência vale para os atos
condominiais, ou seja, o visto, nos atos que de
criação da pessoa jurídica do condomínio edilício, é
necessário para a sua validade.
Poderá, todavia, manter-se o impedimento
para visar tais contratos e atos, aos advogados que
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 35
mantenham vínculo laboral ou sejam funcionários
das Juntas Comerciais ou de qualquer outro Órgão
da Administração Pública, cujo óbice decorra de
subordinação empregatícia.
9 – Vedada divulgação de advocacia
com outra atividade. A proibição de divulgação de
advocacia com outra atividade, visa proteger e
dignificar a atividade da advocacia, evitando
vulgarizá-la, ao anunciar seu exercício com outra
atividades de somenos importância.
É necessário, todavia, exigir-se com
extremo rigor a observância desta determinação
legal, eis que proliferam as mal elaboradas
inscrições nos domicílios profissionais de
advogados e escritórios “técnico-jurídicos”, e ainda
nos malsinados impressos utilizados por esses
escritórios de serviços burocráticos gerais.
A vedação não alcança todavia a
publicidade de titulação que leva ao destaque
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 36
científico de especialização numa das tantas e
abrangentes áreas do direito.
Art. 2º O advogado é indispensável à
administração da justiça.
§ 1º No seu ministério privado, o advogado
presta serviço público e exerce função social.
§ 2º No processo judicial, o advogado
contribui, na postulação de decisão favorável
ao seu constituinte, ao convencimento do
julgador, e seus atos constituem múnus
público.
§ 3º No exercício da profissão, o advogado é
inviolável por seus atos e manifestações, nos
limites desta Lei.
1 – O advogado é indispensável à
administração da Justiça. O dispositivo é
colocado no Texto Estatutário, como pedra angular
onde o legislador alicerça o ordenamento jurídico
que sustenta a corporação.
Reedita aqui o princípio constitucional
insculpido no Texto Supremo. com a soberana
dicção: “O advogado é indispensável à
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 37
administração da justiça, sendo inviolável por seus
atos e manifestações no exercício da profissão, nos
limites da lei”. ( Art.133 CF)
É função essencial, e privativa do Estado
administrar a justiça através dos órgãos que
integram o Poder Judiciário, elencados no artigo
92 da Constituição Federal, com vistas a proteger os
direitos inerentes a cidadania, enumerados no
Preâmbulo da Carta Política Brasileira.
Essa proteção se torna efetiva, pela
prestação da tutela, requerida pela parte, ou seu
interessado, nos casos e formas legais, ou seja,
atendimento das normas procedimentais ditadas pelo
artigo 2º do Código de Processo Civil, sendo a
presença do advogado obrigatória, por imposição do
que é estabelecido pelo artigo 36 do mesmo
Diploma Adjetivo: “A parte será representada em
juízo por advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-
á lícito, no entanto, postular em causa própria,
quando tiver habilitação legal, ou não a tendo, no
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 38
caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou
impedimento dos que houver”.
Convém observar-se que a permissão
para que a parte mesmo sem habilitação profissional
postule em juízo, como previsto na parte final do
dispositivo acima, foi derrogado em face do
disposto pelo artigo 133 da Constituição Federal.
Em face da disposição contida no artigo
133 de nossa Carta Política, restou derrogado o
disposto pelo artigo 93, inc. IX do próprio Texto
Constitucional, ao limitar a presença do advogado
sempre que o interesse público exigir: “(...), em
determinados atos, as próprias partes e a seus
advogados ou somente a estes; isto porque, onde
estiver presente o interesse público, com maior
vigor será exigida a presença de advogado.
Justifica-se todavia a dispensa de
advogado na impetração de habeas corpus, como
visto anteriormente, inobstante abrangência do
disposto, pelo citado artigo 133 da Carta Política
Brasileira.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 39
2 – Exercício da profissão de advogado.
A profissão de advogado se define como a atividade
de trabalho especializado, de advocacia, pelo qual a
pessoa física graduada aufere recursos necessários a
sua própria subsistência e de seus dependentes.
No exercício da profissão advocatícia,
podemos distinguir duas grandes classes de
advogados:
a) – A primeira é constituída por aqueles
profissionais que exercitam atividade decorrente de
qualificação profissional e intelectual com
independência plena, auferindo honorários
exclusivamente da profissão de advogado.
b) - A Segunda é composta por
advogados que inobstante dedicando-se
preferencialmente à sua banca advocatícia, exercem
cumulativamente outras atividades paralelas ligadas
à advocacia. Tendo todas um forte liame, ou seja, o
exercício efetivo da profissão de advogado
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 40
devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do
Brasil.
Insta fazer-se a necessária distinção entre
o Bacharel em Direito, ou seja, aquele que é
detentor do grau acadêmico em Ciências Jurídicas e
Sociais, que é conferido por Faculdade de Direito; e
o Advogado, identificado como aquele que é
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
A titulação de Bacharel, é consequência
da conclusão do currículo mínimo estabelecido para
colação de grau pela Faculdade de Direito,
habilitando o titulado a ter acesso aos cargos,
empregos e funções públicas vias concurso público
e especialmente inscrever-se no quadro de
advogados da Ordem dos Advogados do Brasil.
Donde se conclui que a condição de
Bacharel, ou seja, portador de diploma de
graduação em direito, obtido por aprovação junto a
Instituição de Ensino Oficialmente Reconhecida, é
uma as condições para obtenção do título de
Advogado.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 41
Portanto, os bacharéis, podem mediante
concurso, integrar a Magistratura, Promotoria de
Justiça, Delegacia de Polícia, investirem-se portanto
em funções públicas, que não exijam o exercício por
tempo mínimo da atividade advocatícia; os
Advogados, sem embargo, não lhes seja vedado
acesso àquelas funções públicas, podem ainda por
força da inscrição exercer atividade advocatícia com
independência em todos os setores da sociedade,
conforme expressiva disposição inserida no
Provimento Nº. 66 de 20.12.1988 do Conselho
Federal da OAB:
Art. 1º - A advocacia compreende, além da
representação, em qualquer Juízo, Tribunal ou
repartição, o procuratório extrajudicial, assim
como trabalhos jurídicos de Consultoria e
Assessoria e as funções de Diretoria Jurídica.
Parágrafo único. A função de Diretoria Jurídica
em qualquer empresa pública, privada ou
paraestatal, é privativa do Advogado, não
podendo ser exercida por quem não se encontre
inscrito regularmente na Ordem.
Art. 2º - É privativo dos advogados legalmente
inscritos nos quadros da Ordem o
assessoramento jurídico nas transações
imobiliárias e na redação de contratos e
estatutos de sociedades civis e comerciais, e a
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 42
elaboração e defesas, escritas e orais, perante
quaisquer Tribunais e repartições.
Art. 3º - A elaboração de memoriais do âmbito
da Lei do Condomínio no que concerne,
estritamente, à sua fundamentação jurídica,
também é privativa dos advogados legalmente
inscritos nos quadros da Ordem.
Art. 4º - É vedado aos advogados prestar
serviços de assessoria e consultoria jurídica para
terceiros, através de sociedades de prestação de
serviços, inclusive de cobrança de títulos ou
atividades financeiras de qualquer espécie, se
essas entidades não puderem ser inscritas na
Ordem dos Advogados do Brasil.
Art. 5º - A prática dos atos previstos no art. 71,
da Lei nr. 4215/63, por profissionais e
sociedades não inscritos na Ordem dos
Advogados do Brasil, constitui exercício ilegal
da profissão, a ser punido na forma da lei penal.
Esta abrangente área de atividade,
inobstante disposta por provimento erigido sob a
égide da vetusta Lei Nº 4.215/63, derrogada,
encontra prefeita consonância com o Estatuto
vigente.
3 – Ministério privado do advogado.
Dispõe o Estatuto que no seu ministério privado, o
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 43
advogado presta serviço público e exerce função
social; analisando-se exegeticamente o dispositivo,
conclui-se que ministério privado do advogado,
deve ser entendido, como sendo o advogado órgão
que integra a ordem jurídica do Estado,
indispensável a consecução de seus objetivos de
manter a ordem social e política.
Vale dizer, que o advogado inobstante ser
considerado como órgão do Estado, exerce sua
atividade profissional com liberdade, desvinculado
do Poder Público, não estando sujeito
hierarquicamente a qualquer entidade ou pessoa.
4 - O advogado presta serviço público.
O advogado no exercício de seu ministério privado,
presta serviço público, pois se dedica no
atendimento das necessidades gerais e essenciais da
sociedade, para que esta possa subsistir e
desenvolver-se.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 44
Deve-se todavia observar que constitui
serviço público aquele que o Estado diretamente
presta aos cidadãos; via de regra, tais serviços são
privativos da administração pública.
Dado seu caráter de essencialidade
somente o Estado deve prestar o serviço público,
sem delegação a terceiros que não sejam
funcionários públicos devidamente investidos na
função administrativa, mesmo porque exigem atos
de império e medidas compulsórias, em relação
aos administrados.
Todavia, dada importância da atividade
exercida pelo advogado, adquire status de serviço
público, pois excede em muito a utilidade pública,
tais como, concessionários, permissionários ou
autorizatórios de serviço público.
Portanto, o advogado se caracteriza no
livre exercício de sua atividade profissional como
órgão que efetivamente integra a ordem jurídica de
caracter privado, indispensável ao atendimento das
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 45
necessidades essenciais da sociedade, sendo
inviolável por seus atos e manifestações nos limites
da lei.
5 – O advogado exerce função social.
Efetivamente o advogado exerce função social, ao
prestar relevante serviço para a organização e o
desenvolvimento da sociedade, e o faz, em tal grau
de importância e imprescindibilidade que não
encontra outra profissão a que se equipare; prova
disso é o compromisso de atendimento gratuito
àqueles que não têm recursos para pagamento de
despesas processuais e consequentemente de
honorários profissionais.
Com efeito constitui-se em infração
disciplinar recusar o advogado, sem justo motivo
prestar assistência advocatícia em virtude de
ausência ou deficiência da Defensoria Pública ( Art.
35, XII do Estatuto).
Nesta ordem de abordagem, sendo o
advogado o primeiro a manter contato com as partes
litigiosas, tornam-se verdadeiros conciliadores e
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 46
defensores públicos, ouvindo e aconselhando
pacientemente, a todos aqueles que no recinto
sigiloso de sua banca, atende profissionalmente a
todos, numa verdadeira prestação de serviço
publico.
6 – Atuação profissional do advogado
no processo judicial. O Estatuto estabelece a linha
de conduta profissional do advogado, no processo
judicial, cujos atos são praticados sob a forma de
premissas: primeira, contribuir na postulação de
decisão favorável ao seu constituinte; segunda,
contribuir para o convencimento do julgador;
terceira em, conclusão, resulta que, seus atos
constituem múnus público.
Como processo judicial, deve ser
entendido o instrumento da atividade advocatícia
que busca a obtenção da prestação jurisdicional,
acolhendo, ou não, a pretensão das partes litigantes,
ou seja, o Autor formulando o pedido e o Réu
oferecendo oposição, ex vi, do disposto pelo artigo
5º, inc. LV da Constituição Federal.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 47
A contribuição do advogado, conforme
colocado, tem dois momentos bem distintos:
Primeiro é buscar uma decisão favorável para o seu
constituinte e o segundo é levar ao julgador
elementos que o conduzam a verdade real, e que
esta seja efetivamente favorável ao seu cliente.
Constitui-se numa verdade incontestável
que o advogado é o primeiro julgador dos fatos
expostos no processo para o convencimento do juiz;
este é o momento crucial da vida profissional do
advogado, que deve ter conhecimento técnico-
jurídico que o habilite a postular corretamente e
antever o julgamento favorável ao seu cliente; e
postura ética para somente iniciar o processo
judicial e formular o pedido se atender aos preceitos
do direito e da moral.
Em ambos os momentos, há que se ter
presente os deveres éticos de lealdade e boa fé,
conforme ditados pelo Código de Processo Civil,
com a seguinte redação:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 48
Art. 14 – Compete às partes e aos seus
procuradores:
I – Expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - proceder com lealdade e boa-fé;
III - não formular pretensões, nem alegar
defesa, cientes de que são destituídas de
fundamento;
IV - não produzir provas, nem praticar tos
inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa
do direito.
Ainda neste sentido pode-se afirmar que o
advogado na busca da decisão favorável, atendidos
os pressupostos de observância ao direito e a moral,
pode e deve ser absolutamente parcial.
Assim foi o luminar Rui Barbosa, que
como advogado da parte que em processo judicial,
suprimia certos ângulos da equação jurídica, para
evidenciar outros que melhor atendiam a tese
defendida.
Prova dessa conduta, é o registro histórico
de sua atuação profissional no famoso caso de
anistia inversa, que ao confrontar-se no processo
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 49
judicial com o não menos formidável advogado
Medeiros de Albuquerque, foi por este acusado de
mutilar no corpo das alegações finais certa citação
inglesa, ao que Rui Barbosa, teria respondido: “Se
que me houvesse proposto a escrever trabalho
didático sobre a anistia, a teoria completa sobre o
assunto, comprometendo-me a desempenhar uma
tarefa científica, o meu dever seria, então, ventilar
imparcialmente a doutrina sobre todos os lados. No
meu papel de advogado, porém, a parcialidade era
uma atitude natural”. 4
7 – Os atos praticados por advogado
constitui-se munus publico. A atividade
advocactícia por sua importância se constitui em
encargo que transcende a atividade privada, pois
tem como escopo o bem comum, tamanha a
4 NOGUEIRA Rubem. Obr. Cit.p.29
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 50
grandeza e magnitude como se desenvolve na
sociedade.
8 – Inviolabilidade do advogado. A
inviolabilidade do advogado é prerrogativa legal,
conferida pelo Estatuto, para assegurar o pleno
desempenho da atividade advocatícia.
Esta prerrogativas, que representam a
necessária proteção decorrem do fato de que, o
profissional do direito milita em área de notória
turbulência social, intermediando o interesse
conflitante das partes, justificando-se por isso a
proteção especial prevista pela norma estatutária.
A inviolabilidade por atos e
manifestações, ocorre internamente ou seja no
âmbito dos processos e tribunais bem como
externamente em seu local de trabalho ou onde quer
que esteja desempenhando sua atividade
profissional.
Do ponto de vista doutrinário não pode
ser confundido inviolabilidade, que significa, a
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 51
exclusão da punibilidade em face do cometimento
de certos atos, com imunidade, que é própria dos
parlamentares, que somente respondem a processo
criminal mediante prévia autorização do parlamento
que integram no exercício do mandato.
Por conseguinte a inviolabilidade exclui
o crime, enquanto que a imunidade parlamentar
impede o processo, enquanto não autorizado pelo
Parlamento. A inviolabilidade, exclui os crimes de
difamação e de injúria que são capitulados pelos
artigos 139 e 1490 do Código Penal Brasileiro,
cometidos pelo advogado no exercício da profissão
quer seja por atos ou por palavras.
Sendo que esta disposição amplia a
proteção prevista pelo artigo 142 do Código Penal,
que dispõe: “Não constituem injúria ou difamação
punível: I – a ofensa irrogada em juízo, na
discussão da causa, pela parte ou seu procurador”.
A jurisprudência pacificou entendimento,
no sentido de ampliar a área da proteção agora
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 52
transformada em lei, sendo expressivos os arestos
no sentido de que: “Não há difamação, se o ânimo
foi tão só o de narrar fatos indispensáveis à
fundamentação da ação cível proposta (TACrSP,
RC. 228407, in RT.541/385); ainda, “cabe
imunidade (= inviolabilidade), se há nexo, ainda
que remoto, entre o litígio e a ofensa (TACrSP, AC
263/335, Julgados 67/120 e RT 552/322); sendo
que a exclusão alcança qualquer espécie de causa ou
forma de processo (TAMG, RC 677, 263/335), e
finalmente, exclui a tipificação quando praticada a
transgressão no bojo dos autos, no exercício da
atividade advocatícia (TACrSP, HC. 92096, in,
RT.530/340).
Sendo que tal garantia de atuação
encontra limites ditados pela própria lei estatutária,
quando estabelece os deveres dos advogados e
prevê punição por infrações disciplinares.
Sem embargo, o advogado goza de
imunidade profissional, não constituindo injúria,
difamação ou desacato puníveis quaisquer
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 53
manifestações de sua parte, no exercício de sua
atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das
sanções a que esta sujeito perante a Ordem dos
Advogados pelos excessos que cometer (Art. 7º
Parág. 2º EOAB).
Os tribunais vêm se mantendo reticentes,
tratando com certo rigor condenatório, as ofensas
irrogadas contra juízes.
Todavia oportuno assinalar-se que o
próprio Supremo Tribunal Federal assevera que o
“magistrado deve ser tolerante com excesso de
crítica dos advogados”. (STF, RHC 56490, RTJ
87/854), aliás, este entendimento melhor atende a
amplitude da exclusão encontrada no Código Penal,
Celso DELMANTO 5 coloca o juiz no processo na
condição de parte CPP. Art. 95, inc. I e CPC Art.
312), cujo entendimento veio agora consagrar-se no
novo ordenamento corporativo.
5 DELMANTO Celso. Código Penal Comentado. Editora Renovar
1986. p.241.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 54
Art.3º - O exercício da atividade de advocacia
no território brasileiro e a denominação de
advogado são privativos dos inscritos na
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
§ 1º. Exercem atividade de advocacia,
sujeitando-se ao regime desta lei, alem do
regime próprio a que se subordinem, os
integrantes da Advocacia Geral da União, da
Procuradoria da Fazenda Nacional, da
Defensoria Pública e das Procuradorias e
Consultorias Jurídicas dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e de suas
respectivas entidades de administração
indireta e fundacional.
§ 2
º. O estagiário de advocacia, regularmente
inscrito, pode praticar os atos previstos no
artigo 1° na forma do Regulamento Geral, em
conjunto com advogado e sob
responsabilidade deste.
1. Exercício da atividade e
denominação privativa dos advogados. Da
inscrição regular nos quadros da Ordem decorrem
duas consequências de máxima importância, ou
seja, o exercício privativo da atividade
postulatória e o uso da denominação de advogado
em todo o território nacional.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 55
O inicio da classe dos advogados
remonta à data do Reinado de Afonso V, quando
surgiram as Ordenações Affonsinas, organizadas
em Portugal por João Mendes e outros luminares.
Quando as Ordenações e Leis de
Portugal, por determinação do Rei Dom Felipe
foram recompiladas, exigia-se para os advogados
oito anos de estudos na Universidade de Coimbra ,
de Direito Canônico ou Direito Civil e que o
advogado possuísse o livro das Ordenações não
podendo "requerer ou aconselhar contra elas".
Todavia registra a História Universal que
foi em Roma que a advocacia teve seu traço mais
marcante, sendo que aos cidadãos romanos era
permitido constituir mandatário ad litem o gognitor
que representava a parte interessada na sorte da
quaestio.
Já ao tempo da República haviam duas
espécies de advogado, o patronus ou causidicus
que oralmente defendia no pretório o direito de seus
constituintes e finalmente o advocatus cuja função
era assessorar a parte ou seu patrono.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 56
Este trabalho eminentemente intelectual
exigia estudos somente encontrados no silencio de
seus gabinetes, que os foi afastando de lugares
públicos, transformando-os em jurisconsultos que
iluminaram o mundo com suas obras.
A advocacia como profissão liberal, exige
dois requisitos imprescindíveis, sendo o primeiro
de ordem legal e o segundo de ordem pessoal.
Aquele se assenta no atendimento ao
principio constitucional que garante a liberdade do
exercício da profissão " atendidas as qualificações
profissional que a lei, (ou seja, o Estatuto da
Ordem dos Advogados do Brasil) estabelecer ".
A Lei Corporativa Federal impondo-se a
observância em todo o território nacional, estabelece
em seu artigo 8°, as condições mínimas necessárias
para a inscrição.
Já as condições pessoais dizem respeito
aos requisitos de ordem física especialmente
mentais e acima de tudo morais, e neste passo se
deve ter presente a terrível advertência do insigne
advogado Rui Barbosa, citado por Rubem
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 57
NOGUEIRA: “uma das primeiras necessidades de
qualquer causa é a integridade moral de seu
patrono, o prestigio de sua sinceridade".6
Assim como as Nações de primeiro
mundo se colocam no topo do desenvolvimento
econômico alcançando o mais alto nível de riqueza
e bem estar de seu povo, porque eliminaram o vírus
da corrupção há mais de uma década; também a
Ordem dos Advogados deve valer-se de
mecanismos poderosos para evitar o retorno ao
tempo em que o advogado, sendo leigo, servia aos
interesses dos particulares, que de mandavam entre
si quedando-se o Estado como mero espectador.
Naquela malsinada quadra da nossa
história o triunfo era inexoravelmente alcançado
pelo mais forte, pelo mais astuto, pelo mais
esperto, pelo chicaneiro.
Todavia com a evolução da sociedade ,
assumindo o Estado sua superior função de julgar
com vistas a aplicação de leis igualitárias na defesa
6 NOGUEIRA, Rubem. O Advogado Rui Barbosa Editora Olímpica
l949. p.428
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 58
do direito e obtenção da justiça, a atuação do
advogado passou a exigir padrões de moralidade
ditada por normas éticas que justificam o privativa
denominação de advogado e o consequente
exercício da atividade de advocacia.
2. Exercem atividade de advocacia...O
Estatuto, faz integrar o Quadro da Ordem, exigindo
sua inscrição e observância das determinações
corporativas os advogados que atuarem em áreas
criadas por lei.
Quer diretamente vinculadas ao poder
publico central ou quaisquer outras entidades de
administração direta ou fundacional da União,
Estados e Municípios.
A lei estabelece a esses advogados os
impedimentos legais, conforme se verá no estudo do
Art. 28 e seguintes, sendo que aqui o objetivo é
claro no sentido, de impor a esses profissionais as
normas desta Lei.
O que implica em não se fazer distinção
entre os profissionais independentes e aqueles
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 59
vinculados a órgãos da administração, estando nesta
situação os advogados que integrarem a Advocacia
Geral da União, Procuradoria Geral da União,
Procuradoria da Fazenda Nacional, Defensoria
Pública, Consultorias Jurídicas das entidades de
direito público.
3 - Situação dos estagiários. Estagiário
se identifica como aquela pessoa que estiver
freqüentando os últimos anos do curso jurídico e se
exercite regularmente sobre técnica de postulação.
Este aprendizado de ordem prática pode
ser mantido pelas próprias instituições de ensino
superior, por escritórios de advocacia credenciados
pela Ordem dos Advogados sendo obrigatório o
estudo do Estatuto e do Código de Ética e
disciplina..
Como se verá quando no estudo do
Capítulo III, que cuida da inscrição nos Quadros da
Ordem, para o deferimento de inscrição do
estagiário são exigidos requisitos mínimos iguais ao
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 60
advogado, excepcionado o diploma de graduação
em direito.
4 - Pratica de atos conforme
Regulamento Geral. Os atos afeitos aos estagiários
são aqueles elencados no artigo 2°, subordinado
todavia a condição da presença de advogado e sob
responsabilidade deste.
Note-se que constitui infração disciplinar
o advogado que assinar qualquer escrito destinado a
processo judicial ou para fim extrajudicial
que não tenha feito, ou em que não tenha
colaborado (Art. 35, V), vale dizer que o termo em
conjunto encontrado na lei, significa que o
advogado deve colaborar efetivamente dos atos
referendados.
Não se pode todavia confundir o ato de
assinar escrito destinado a processo judicial de
autoria de terceiro com o simples visto em contrato
social, sendo este ultimo permitido e até exigido
pelo Estatuto.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 61
Por fim há que destacar-se a necessidade
de elaboração do que o legislador denomina de
Regulamento Geral que deverá estabelecer a forma
de atuação do estagiário, que se faz necessário ser
de certa amplitude eis que regularmente inscrito nos
Quadros da Ordem.
Art.4° - São nulos os atos privativos de
advogado praticado por pessoa não inscrita
na OAB, sem prejuízo das sanções civis,
penais e administrativas.
Parágrafo único - São também nulos os atos
praticados por advogado impedido - no
âmbito do impedimento - suspenso, licenciado
ou que passar a exercer atividade
incompatível com a advocacia.
1 - Nulidade dos atos praticados por
pessoa não inscrita na OAB. O Estatuto defende
com extremo rigor, a pratica dos atos privativos dos
profissionais regulamente inscritos nos Quadros da
Ordem, advogados e estagiários.
A nulidade, está prevista no artigo 145 do
Código Civil, que estabelece em seu inciso V que a
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 62
lei retira o efeito jurídico do ato," quando a lei
taxativamente o declarar nulo ou lhe negar
efeito".
Sendo que o mesmo pergaminho
substantivo estabelece no seu artigo 145, que tais
nulidades podem ser alegadas por qualquer
interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe
couber intervir.
Todavia " Devem ser pronunciadas
pelo juiz, quando conhecer do ato ou de seus
efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo
permitido supri-las, ainda a requerimento das
partes" (Art.146 CC, parágrafo único).
Por seu turno o Código de Processo Civil,
impõe as partes a obrigatoriedade de alegar a
nulidade dos atos na primeira oportunidade em que
lhe couber falar nos autos sob pena de preclusão;
não se aplicando todavia esta exigência legal "às
nulidades que o juiz deva decretar de ofício"
(Art. 245, parágrafo único do C.P.C.).
Tratando-se pelos termos autoaplicáveis
da lei de nulidade absoluta, estamos cuidando de
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 63
atos que nunca geram efeito ab ovo, não sendo
passível de ratificação ou qualquer forma de
convalidação.
Desta forma o advogado deve fazer
constar quando de sua qualificação,
imprescindivelmente na procuração, e mesmo na
inicial ou contestação, as
expressões:...,regularmente inscrito na OAB
Seccional de ( sigla da unidade da federação ) sob
N°...; Não sendo obedecida esta exigência legal,
fica sujeito a declaração de nulidade dos atos
processuais praticados.
Dentre as preliminares possíveis de
serem suscitadas exsurge agora com a entrada em
vigor deste Estatuto, a decretação nulidade dos atos
praticados por advogado por falta de indicação de
inscrição na OAB, que sendo nulos não ensejam
ratificação á guisa de convalidação.
Tão importante é esta exigência legal que
desde logo oferecemos proposta de redação para a
prefacial ( Art. 301 CPC ), ou mesmo para
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 64
requerimento a ser feito pelo Autor ( Art.5°, LV da
CF usque 398 CPC ) na impugnação...
" I - DAS PRELIMINARES
1.1 - Tendo o ilustre Procurador do A.
omitido sua inscrição regular na OAB,
requer prefacialmente seja reconhecida a
nulidade dos atos por ele praticados no
processo, a teor do disposto pelo art.4°
da Lei N° 8.906/94 (Estatuto da OAB), e
decretada a extinção do processo."
2 - Sem prejuízo das sanções civis. Em
face da nulidade dos atos praticados por pessoa não
inscrita nos Quadros da Ordem, obriga-se aquele
que os praticou a indenizar a titulo de perdas e
danos os prejuízos causados pela transgressão da
norma legal.
Exponenciais tratadistas, oferecem
preciosos estudos sobre a responsabilidade civil do
advogado, destacando que ela decorre da aplicação
das normas do Código Civil, do Código de
Processo Civil, do Estatuto da Ordem dos
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 65
Advogados e finalmente do Código de Ética e
Disciplina.
Como mandatário da parte o advogado
responde por danos causados ao mandante por força
do vínculo contratual decorrente da procuração
(Art. 1.300 do Código Civil).
Destarte, objetivamente a sanção civil
decorre do vínculo obrigacional da representação
decorre da prática de atos sabidamente nulos que
ocasionem danos ao mandante.
3 - Sanções penais. Com efeito dispõe o
Código Penal, Decreto-Lei N° 2.848 de 7 de
dezembro de 1.940 em seu Título IV, Parte Final:
“Art.205 - Exercer atividade de que está impedido
por decisão administrativa: Pena detenção de
três meses a dois anos ou multa”.
Já a Lei das Contravenções Penais,
Decreto-Lei Nº. 3.608 de 3 de outubro de 1941,
estabelece: "Art.47 - Exercer profissão ou atividade
econômica ou anunciar que exerce sem preencher
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 66
as condições a que por lei está subordinado o
exercício: Pena: Prisão simples, de quinze dias a
três meses ou multa."
Resulta pois claro, que a lei menor pune
como contravenção aquele que praticar atos
privativos de advogados sem preencher as
condições legais, ou seja inscrição na Ordem dos
Advogados, enquanto que a lei penal tipifica como
crime a pratica destes mesmos atos.
4. Sem prejuízo ainda, das sanções
administrativas. Estas sanções escapam do âmbito
da Ordem dos Advogados, sendo esta restrita aos
advogados inscritos não há como punir-se.
Todavia esta situação de transgressão as
normas internas da corporação poderão constar de
registro especial, como óbice ao deferimento de
pedido de inscrição do transgressor.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 67
5. São também nulos os atos praticados
por advogado impedido. O legislador estatutário
impede que aqueles profissionais do direito mesmo
inscritos nos Quadros da Ordem, pratiquem atos
privativos de advogados no âmbito do impedimento.
Com efeito o impedimento se caracteriza
como a proibição parcial do exercício da
advocacia, sendo de natureza objetiva nos casos e
formas expressamente consignados na lei, ex vi do
Art. 29 deste Estatuto.
6 - Advogados suspensos, licenciados ou
que exerçam atividade incompatíveis com a
advocacia.
Há que se fazer uma distinção entre as
condições inibidoras do livre exercício da profissão
dos advogados, ou seja, advogados suspensos,
licenciados, e que exercem atividades
incompatíveis.
Os advogados, suspensos, são aqueles
que submetidos a processo contraditório
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 68
corporativo forem apenados por infração
disciplinar, prevista pelo artigo 38 do Estatuto; por
cometimento de transgressões tais como, fraude
postulatória, ou ainda, imputação de crime sem
autorização do constituinte.
A lei pune com a pena de nulidade dos
atos praticados aqueles que mostrarem contumácia
nas transgressões disciplinares que ficarão sujeitos
a aplicação da pena de suspensão a teor do Art.38
inc. II do Estatuto.
Já licenciado, identifica o advogado, que
requerer por motivo justificado a paralisação
temporária do exercício da profissão; ou que,
transitoriamente passar a exercer atividade
incompatível com o exercício da advocacia; ou
mesmo for acometido de doença mental considerada
curável. (Art.12 do Estatuto)
Importante observar-se que em se
tratando de ato praticado por advogado licenciado
pertencente a sociedade de advogados a pena de
nulidade será relevada se firmado por sócio
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 69
legalmente desimpedido. ex vi do Art. 16, $ 2. do
Estatuto).
Finalmente, atividades incompatíveis,
são aquelas expressamente referidas pelo Estatuto e
que impedem o deferimento da inscrição conforme
exigências necessárias preconizadas pelo legislador
no artigo 8° desta Lei.
Art. 5° - O advogado postula, em juízo ou
fora dele, fazendo prova do mandato.
§ 1° - O advogado, afirmando urgência,
pode atuar sem procuração , obrigando-se a
apresentá-la no prazo de quinze dias,
prorrogável por igual período.
§ 2° - A procuração para o foro em geral
habilita o advogado a praticar todos os atos
judiciais, em qualquer juízo ou instância,
salvo os que exijam poderes especiais.
§ 3º - O advogado que renunciar ao mandato
continuará, durante os dez dias seguintes à
notificação da renúncia, a representar o
mandante, salvo se for substituído antes do
término desse prazo.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 70
1 - O advogado postula fazendo prova
do mandato. O termo postula deixa evidente a
intenção do legislador estatutário em dar a atividade
advocacia a maior amplitude possível. E referindo-
se a postulação em juízo ou fora dele, fazendo
prova do mandato, como contrato originado do
direito romano, onde denominava-se mandatum.
A atividade exercida pelo advogado em
juízo implica na prova do mandato geral para o
foro, sob a égide do direito adjetivo (Art. 38 do
Código de Processo Civil), já aquele recebido para
atividades extrajudiciais, deve atender as regras
do direito substantivo (Art. 1.288 do Código Civil).
A prova do mandato, é exigência legal e
a sua não apresentação no prazo implica na
inexistência dos atos praticados pelo advogado que
se sujeita a responder por perdas e danos.
2 - O advogado afirmando urgência
pode postular sem mandato. O mandato define-se
como o ato jurídico pelo qual o mandante se faz
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 71
representar pelo mandatário para praticar atos ou
administrar interesses (Art. 1.288 Código Civil).
O mandato se prova pelo instrumento de
procuração que é poderá ser dispensada ao
advogado que afirmar urgência para a pratica dos
atos de representação.
Ficou pois garantida, a postulação cuja
aceitação é uma imposição do status de advogado,
sem se submeter ao arbítrio da autoridade a qual se
dirige.
Fazendo reviver-se a figura do mandato
verbal, que tem sua existência até o término do
prazo concedido a apresentação do instrumento de
procuração como se verá.
O prazo para o advogado fazer a prova
do mandato é de quinze dias prorrogável por igual
período.
Resta pois, saber-se se esta prorrogação,
se opera sem requerimento formal pelo advogado
interessado na dilatação do prazo.
Entendemos que a regularização da
representação postulatória objetiva a prestação da
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 72
tutela jurisdicional; como tal implica na iniciativa
da parte interessada requerer, ex vi do disposto pelo
artigo 2º. do Código de Processo Civil, sem que
todavia se lhe imponha a necessidade de justificar
justo impedimento pois seu direito a prorrogação
decorre de lei, expressis verbis.
Sujeitando-se todavia o advogado a
ratificar os atos praticados, sob pena de serem
havidos como inexistentes respondendo o advogado
por despesas e perdas e danos.
3 - Amplitude dos poderes da
procuração geral para o foro. O Estatuto segue a
linha da legislação adjetiva civil, ao abandonar a
vetusta denominação ad judicia, para estabelecer a
forma genérica de outorga de poderes para a
postulação em qualquer juízo ou instância, sob a
denominação de procuração geral para o foro
(Art. 38 CPC).
Poderes especiais, são elencados pelo
ordenamento instrumental civil: receber a citação
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 73
inicial, confessar, reconhecer a procedência do
pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito
sobre que se funda a ação, receber, dar quitação
e firmar compromisso.
Mesmo postulando fora do Juízo, a
procuração deverá especificar os poderes expressos
para a pratica de atos que excedam a simples
administração.
Importa asseverar-se que tanto na
procuração geral para o foro como aquela
outorgada pela parte ao advogado para praticar atos
extrajudiciais, guardam alguns traços comuns bem
claros:
a) - A confiança é pressuposto
imprescindível para a existência do mandato;
b) - dependendo da natureza da
representação pode ser outorgado por instrumento
publico ou particular;
c) - independem de testemunhas
instrumentais e autorização conjugal;
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 74
d) - para validade se exige o
reconhecimento da firma do mandatário.
4 - Renúncia do mandato. O Estatuto,
repete orientação de ordem mandamental adjetiva e
substantiva, (Art. 45 CPC e 1.320 do CC).
Devendo o mandante ser notificado da
renúncia prosseguindo o advogado na
representação pelo prazo de dez dias afim de evitar
prejuízo.
Cessando todavia a representação em
decorrência da outorga pelo mandante de
procuração a novo procurador judicial.
Insta anotar-se que a superposição de
procuração, implica na revogação da procuração
outorgada ao procurador anterior.
Todavia não implica em renúncia,
sujeitando o mandante ao pagamento dos honorários
contratados ou aqueles que forem arbitrados em
ação especial pelo procurador prejudicado.
Sem prejuízo da verificação da
transgressão ética cometida pelo novo procurador.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 75
Releva anotar-se que o substabelecimento
de mandato sem reserva de poderes, importa em
renúncia, devendo o mandatário atentar para duas
situações:
1ª. Notificação do substabelecimento ao
mandante, ou seja, o mandatário deverá notificar o
mandante da ocorrência do substabelecimento, eis
que ocorreu ato equivalente a renúncia de poderes,
continuando na representação por dez dias.
2ª. Anuência do mandante no
substabelecimento, ou seja, o mandatário que
substabelecer fará com que o mandante assine no
ato de substabelecimento concordando com a
substituição do procurador.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 76
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DO ADVOGADO
ART. 6° - Não há hierarquia nem
subordinação entre advogados, magistrados e
membros do Ministério Público, devendo-se
todos consideração respeito recíprocos.
Parágrafo único. As autoridades, os
servidores públicos e os serventuários da
justiça devem dispensar ao advogado, no
exercício da profissão, tratamento compatível
com a dignidade da advocacia e condições
adequadas a seu desempenho.
1 - Direitos do advogado. O termo
direito, deve ser analisado no seu significado
jurídico, como o conjunto de normas dotadas de
coatividade que tem por objetivo, assegurar a
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 77
atividade do profissional devidamente inscrito na
Ordem dos Advogados do Brasil.
Aqui vamos encontrar o direito, como
tradicionalmente, considerado pelos civilistas ou
seja norma agendi, ou ainda, a regra jurídica
escrita: a lei, elaborada pelo legislador no
cumprimento do mandato, outorgado pelo povo,
como expressão do exercício de cidadania.
E ainda como facultas agendi ou seja, a
garantia da faculdade de agir de aqueles que
estando inscritos nos Quadros da Ordem, poderem
se dedicar a advocacia profissionalmente.
Insta registrar-se que dos direitos do
advogado elencados pelo Legislador Federal
Estatutário, à luz dos preceitos constitucionais que
circunscreve a matéria, deixa evidente que atribuiu-
se aos advogados, a exponencial tarefa de
guardiães dos Direitos e Garantias
Fundamentais, insculpidos no Capítulo I, artigo 5º
da Constituição Federal.
Eis que o Estatuto, ao cuidar dos direitos
do advogado, reedita aqueles direitos
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 78
constitucionais, que se constitui em apanágio de
conquista da sociedade hodierna, onde pontifica o
advogado como seu mais lídimo defensor.
2 - Tratamento a ser dispensado aos
advogados. O legislador estabelece a forma de
relacionamento do advogado com autoridades e
servidores conforme exige a dignidade da profissão
advocatícia.
Neste sentido, divide a maneira de
atuação profissional, em dois planos: no primeiro é
colocado o relacionamento pessoal, exigindo
tratamento compatível com o que denomina de
dignidade da advocacia; enquanto que no segundo,
prescreve as condições de trabalho adequadas ao
desempenho profissional.
Art. 7° - São direitos do advogado:
I - exercer, com liberdade a profissão em todo
território nacional;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 79
II - ter respeitada em nome da liberdade de
defesa e do sigilo profissional, a
inviolabilidade de seu escritório ou local de
trabalho, de seus arquivos e dados, de sua
correspondência e de suas comunicações,
inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de
busca e apreensão determinada por
magistrado e acompanhada de representante
da OAB;
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e
separadamente, mesmo sem procuração,
quando estes se acharem presos, detidos ou
recolhidos em estabelecimentos civis e
militares, ainda que considerados
incomunicáveis;
IV - ter a presença de representantes da
OAB, quando preso em flagrante, por
motivos ligado ao exercício da advocacia,
para lavratura do auto respectivo, sob pena
de nulidade e, nos demais casos, a
comunicação expressa á Seccional da OAB;
V - não ser recolhido preso, antes de sentença
transitada em julgado, se não em sala de
Estado Maior com instalações e comodidades
condignas, assim reconhecidas pela OAB, e
na sua falta, em prisão domiciliar;
VI - ingressar livremente:
a ) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo
alem do cancelos que separam a parte
reservada aos magistrados;
b ) nas salas e dependências de audiências,
secretarias, cartórios, ofícios de justiça,
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 80
serviços notariais e de registro, e, no caso de
delegacias e prisões, mesmo fora de hora de
expediente e independentemente da presença
de seus titulares;
c ) em qualquer edifício ou recinto em que
funcione repartição judicial ou outro serviço
público onde o advogado deva praticar ato ou
colher prova ou informação útil ao exercício
da atividade profissional, dentro do
expediente ou fora dele, e ser atendido, desde
que se ache presente qualquer servidor ou
empregado;
d ) em qualquer assembléia ou reunião de que
participe ou possa participar o seu cliente, ou
perante a qual este deva comparecer, desde
que munido de poderes especiais;
VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-
se de qualquer local indicado no inciso
anterior, independentemente de licença;
VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados
nas salas e gabinetes de trabalho,
independentemente de horário previamente
marcado ou outra condição, observando-se a
ordem de chegada;
IX - sustentar oralmente as razões de
qualquer recurso ou processo, nas sessões de
julgamento, após o voto do relator, em
instância judicial ou administrativa, pelo
prazo de quinze minutos, salvo se prazo
maior for concedido;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 81
X - usar da palavra pela ordem em
qualquer juízo ou tribunal, mediante
intervenção sumária, para esclarecer
equívoco ou dúvida surgida em relação a
fatos documentos ou afirmações que influam
no julgamento, bem como para replicar
acusação ou censura que lhe forem feitas;
XI - reclamar, verbalmente ou por escrito,
perante qualquer juízo tribunal ou
autoridade, contra a inobservância de
preceito de lei, regulamento ou regimento;
XII - falar, sentado ou em pé, em juízo
tribunal ou em órgão de deliberação coletiva
da Administração Pública ou do Poder
Legislativo.
XIII - examinar, em qualquer órgão do Poder
Judiciário e Legislativo, ou da Administração
Pública em geral, autos de processos findos ou
em andamento, mesmo sem procuração,
quando não estejam sujeitos a sigilo,
assegurada obtenção de cópias podendo
tomar apontamentos;
XIV - examinar, em qualquer repartição
policial, mesmo sem procuração, autos de
flagrante e de inquérito, findos ou em
andamento, ainda que conclusos á
autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos.
XV - Ter vista dos processos judiciais ou
administrativos de qualquer natureza, em
cartório ou na repartição competente, ou
retirá-los pelos prazos legais;
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 82
XVI - retirar autos de processos findos,
mesmo sem procuração, pelo prazo de dez
dias;
XVII - ser publicamente desagravado,
quando ofendido no exercício da profissão ou
em razão dela;
XVIII - usar os símbolos privativos da
profissão de advogado;
XIX - recusar-se a depor como testemunha
em processo no qual funcionou ou deva
funcionar, ou sobre fato relacionado com
pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo
quando autorizado ou solicitado pelo
constituinte, bem como sobre fato que
constitua sigilo profissional;
XX - retirar-se do recinto onde se encontre
aguardando pregão para ato judicial, após
trinta minutos do horário designado e ao qual
ainda não tenha comparecido a autoridade
que deva presidir a ele mediante comunicação
protocolizada em juízo;
§ 1º - Não se aplica o disposto nos incisos
XV e XVI:
1) aos processos sob regime de segredo de
justiça;
2) quando existirem nos autos documentos
originais de difícil restauração ou ocorrer
circunstância relevante que justifique a
permanência dos autos no cartório, secretaria
ou repartição, reconhecida pela autoridade
em despacho motivado, proferido de oficio,
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 83
mediante representação ou a requerimento da
parte interessada;
3) até o encerramento do processo, ao
advogado que houver deixado de devolver os
respectivos autos no prazo legal, e só o fizer
depois de intimado.
§ 2º - O advogado tem imunidade
profissional, não constituindo injúria,
difamação ou desacato puníveis qualquer
manifestação de sua parte, no exercício de sua
atividade em juízo ou fora dele, sem prejuízo
das sanções disciplinares perante a OAB,
pelos excessos que cometer;
§ 3º - O advogado somente pode ser peso em
flagrante, por motivo de exercício da
profissão, em caso de crime inafiançável,
observado o disposto no inciso IV deste
artigo;
§ 4o. - O Poder Judiciário e o Poder
Executivo, devem instalar em todos os
juizados, fóruns, tribunais, delegacias de
polícia e presídios, salas especiais
permanentes para os advogados, com uso e
controle assegurados á OAB;
§ 5º - No caso de ofensa a inscrito na OAB,
no exercício da profissão ou de cargo ou
função de órgão da OAB, o Conselho
competente deve promover o desagravo
público do ofendido, sem prejuízo da
responsabilidade criminal em que incorrer o
infrator.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 84
1 - São direitos do advogado. Neste
artigo sétimo o Código, enumera os direitos do
advogado, desde a garantia da liberdade no
exercício da profissão até o desagravo em caso de
ofensa no exercício da atividade advocatícia.
2 - O livre exercício da profissão do
advogado. O exercício da profissão decorre de
preceito constitucional que deve ser examinado à
luz do artigo 5º, Inc. XIII da nossa Carta Política
que estabelece ser livre o exercício de qualquer
trabalho, oficio ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer.
A profissão do advogado não admite
vínculo de subordinação sendo por isso
caracterizada dentre as profissões liberais como a
mais autentica e representativa.
A liberdade no exercício profissional
somente encontra limites de atuação na própria lei
que a estrutura e no Código de Ética Profissional.
Sendo aquela norma jurídica federal o exercício
profissional por ela instituído e tutelado garante sua
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 85
observância em todo o território nacional de ordem
pública com observância coativa imposta a todos.
3 - Garantia do sigilo profissional e
inviolabilidade do local de trabalho do advogado.
A atividade especialíssima do profissional do
direito, como mandatário do cliente, torna o
advogado confessor e depositário de atos e fatos ,
que se denomina de foro íntimo, que somente no
mais profundo relacionamento ético pode existir, e
que por certo, exige proteção especial na Lei.
Nesta delicada área de relacionamento,
revelou-se sensível o legislador constitucional, ao
inscrever em nossa Lex Máxima principio
assegurando sigilo "quando necessário ao
exercício profissional". (Art.5º, XIV CF)
Resulta pois, definitivamente colocado
sob proteção legal especial na condição de
inviolável do sigilo profissional, o escritório ou
local de trabalho do advogado, seus arquivos e
dados, correspondências, comunicações onde se
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 86
inclui expressamente a telefonia ou afins;
constituindo-se pois nos termos da lei, crime a
transgressão deste preceito legal.
Excepciona-se somente a quebra desta
proteção pelo cumprimento de mandado judicial,
desde que seu cumprimento seja acompanhado
por um representante da Ordem dos Advogados.
Vale dizer que a decisão judicial passa
pela decisão de admissibilidade da corporação a
que pertence o profissional, eis que sendo
arbitrária a determinação judicial, basta que o
representante da Ordem dos Advogados, se negue a
acompanhar no cumprimento da medida para que
esta não se efetive.
A disposição legal ora instituída, nada tem
de inovador eis que já consagrada pela tradição
jurídica e jurisprudencial que ao longo de nossa
história vem protegendo a atividade do advogado
que atuando em zona de turbulência e interesses
opostos, deve merecer proteção especial quanto a
privacidade de seu ministério.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 87
4 - Liberdade para o advogado
comunicar-se com seus clientes. A liberdade de
atuação profissional do advogado exige abertura de
um permanente e seguro canal de comunicação com
seu cliente, mesmo que este esteja sob condição de
incomunicabilidade.
Esta comunicação pela leitura do texto
legal tem o sentido mais amplo possível, podendo
ser pessoal, por correspondência, ou ainda por
outro qualquer meio de troca de informações, a que
o legislador denomina afins. Esta a correta
conclusão exegética que se chega ao cotejar-se o
inciso III deste artigo que garante o sigilo, com o
inciso XII do Art. 5° da Constituição Federal.
É de anotar-se que o principio
constitucional que assegura a " ampla defesa "
garante os meios e recursos ao seu exercício, o que
significa que ao advogado é assegurado não
somente a livre e reservada comunicação com seu
cliente detido em estabelecimento civil ou penal,
como ainda proporcionar os recursos para a
consecução deste superior objetivo.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 88
Esta via aberta pela lei de livre
comunicação é de mão dupla, porque ao preso é
igualmente assegurada imediata comunicação ao
juiz, os familiares e ainda a pessoa por ele
indicada onde se inclui o advogado (Art.5° LXII
CF) cuja presença é indispensável conforme
previsto pelo dispositivo constitucional citado ( inc.
LVIII.
5 - Prisão em flagrante do advogado.
Adotando-se a definição do Código de Processo
Penal, considera-se em flagrante delito o
advogado que: " I- está cometendo infração
penal; II- acaba de cometê-la; III- é perseguido,
logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por
qualquer pessoa, em situação que faça presumir
ser o autor da infração; IV- é encontrado, logo
depois, com instrumentos, armas, objetos ou
papéis que façam presumir ser ele autor da
infração" (art.302 CPP).
Em qualquer uma destas situações tendo o
advogado cometido a infração, somente poderá ser
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 89
preso estando presente um represente da Ordem dos
Advogados.
Além da garantia constitucional
prevista pelo Art. 5° LXII da CF, o legislador
para completa garantia da ampla defesa ao
advogado, torna nulo o flagrante delito que culmine
com a prisão de advogado que não tenha a
presença de um representante da Ordem dos
Advogados, conforme visto anteriormente, cuja
inobservância torna ilegal e arbitraria a prisão
ensejando reparação imediata via habeas corpus (
Art. 5° LXV e LXIX CF.).
6 - Não ser recolhido preso antes da
sentença trânsita. A prisão do advogado antes de
transitar em julgado a sentença condenatória, vale
dizer, em flagrante delito, somente se faz em
condições especiais.
Assim somente poderá ser recolhido em
sala de Estado Maior, cujas condições sejam
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 90
consideradas condignas pela Ordem dos
Advogados, e na sua falta a prisão será domiciliar.
É de suma importância esta proteção,
contra abusos cometidos contra advogados que
sofrendo prisão são trancafiados em cubículos onde
a autoridade coatora determina seja afixado na
porta uma folha de papel com os ignominiosos
dizeres " Sala Especial "...
Por evidente que uma vez transitado em
julgado a sentença condenatória, vencido o amplo
contraditório, o advogado perde seu status de
profissional do direito, cumprindo sua pena como
preso comum e por via de consequência cassada sua
inscrição.
7 - Livre trânsito dos advogados. O
advogado goza de plena liberdade para a sua
atuação profissional, sendo-lhe garantido o livre
acesso nas dependências destinadas as sessões dos
tribunais.
Aqui o legislador manteve a vetusta
expressão cancelos, que significa aqueles
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 91
obstáculos em forma de tapumes de pequeno porte
que delimitam as áreas privativas dos magistrados,
para garantir o livre acesso do advogado mesmo
alem destes obstáculos de delimitação.
8 - Salas, delegacias e prisões. Enfim
todos os lugares onde se possam praticar atos
inerentes a profissão do advogado, seu livre transito
é assegurado pela lei. Afinal o advogado se constitui
no fiscal da sociedade, os olhos e os ouvidos dos
cidadãos no Poder Judiciário.
Tão importante é a atuação fiscalizadora
do advogado, que seu livre acesso a todos estes
departamentos e lugares, se faz sem observância de
horário de expediente, atendimento ao público, e o
que é mais importante mesmo sem a presença de
seus titulares.
No legítimo interesse de defesa da classe
os órgãos de representação dos advogados, são
instados a indagar das autoridades responsáveis da
existência desses espaços físicos privativos;
podendo ocorrer duas situações: Sê existentes, é do
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 92
interesse dos advogados que seja divulgada a
localização e endereço; se não existirem, sejam as
autoridades responsáveis compelidas ao
cumprimento da lei, pelos meios coercitivos legais
por iniciativa desses próprios órgãos de
representação.
9- Liberdade de acesso em qualquer
edifício. A atividade privativa dos advogados é
garantida pela inteira liberdade de acesso não
somente nas salas e repartições judiciárias mas
também qualquer edifício ou recinto, que preste
serviço público onde o advogado tenha que obter
provas.
Este acesso se dá dentro do expediente
ou fora dele, somente condicionado a presença de
um servidor ou empregado.
10 - Participação em assembleias ou
reuniões. É direito do advogado participar de atos
coletivos de entidades civis ou condominiais em
que tenha interesse o seu cliente. Devendo neste
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 93
caso fazer prova do mandato com poderes
especiais.
Análise menos superficial do teor do
dispositivo comentado deixa claro que o termo
cliente se refere ao mandante, eis que a prova do
mandato é obrigatório, sendo que aquele poderá ou
não estar presente no momento em que se realize a
assembleia ou reunião.
11 - Permanecer sentado ou em
pé...Vale dizer que atendidas as normas da
civilidade e boa educação, nada pode inibir o
advogado do livre exercício de suas atividades.
Pode e deve, transitar livremente sem qualquer
empecilho, em todos os lugares neles
permanecendo e retirando-se livremente.
12 - Dirigir-se diretamente aos
magistrados sem observar horário. Este direito é
a confirmação da igualdade no desempenho da
elevada função do advogado. Não havendo
hierarquia entre magistrados e advogados, é
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 94
imperioso a observância do seu direito de ter acesso
aos magistrados.
Fica pois a margem da lei as
determinações fixadas em forma de éditos de que o
horário para atendimento aos advogados pelo
magistrado é uma hora no período da manhã...por
força da lei durante o período de atendimento do
fórum este contado é permanente, atendida a hora
de chegada.
13 - Sustentação oral. A oralidade é da
essência da atividade advocatícia. É na tribuna que
o profissional do direito deve exercitar o
contraditório na sua forma mais eloquente em
qualquer tribunal ou forma de julgamento seja
judicial ou meramente administrativo.
A intervenção oral tem seu momento
ótimo após o voto do relator, pelo prazo mínimo de
quinze minutos, nos termos da lei.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 95
14 - Uso da palavra, pela ordem. Uso
da palavra pela ordem, significa, falar livremente,
bastando para tanto aguardar sua vez; numa reunião
ou em audiência, o advogado deve olhar fixamente
para o dirigente, e dizer alto e em bom som: Peço a
palavra pela ordem! No momento em que
pronunciar estas palavras estará se colocando sob o
palio e proteção do Estatuto, que garante o livre
exercício de sua atividade profissional.
E se o juiz ou autoridade não atender o
pedido formulado por advogado no exercício da
profissão, de falar pela ordem, deverá exigir para
que a recusa seja registrado na ata, ou provar
através de testemunhas, para que seja reparado o
gravame, levando até a nulidade dos atos, em se
tratando de audiência, ou solenidade formal.
Com efeito, o advogado pela sua
formação científica pode e deve estar sempre
preparado e a disposição para esclarecer dúvidas
surgida em relação a fatos que estão sendo
abordados, especialmente em defesa do direito, da
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 96
ética dos bons princípios e notadamente de seu
cliente e de sua causa.
Exercita este direito de falar livremente
pela ordem em qualquer juízo ou tribunal, sobre
fatos e documentos, podendo ainda replicar
quaisquer acusação ou censura que lhe forem feitas.
15 - Reclamar contra a inobservância
de norma legal. O advogado é o natural e legítimo
guardião das instituições e estas se assentam sobre o
ordenamento jurídico, legitimamente editado e
respeitado.
Desta forma cabe ao profissional do
direito, a tarefa de verberar seja verbal ou por
escrito, contra a inobservância de preceito de lei
regulamento ou mesmo regimento.
16 - Falar em órgão da Administração
Pública. O legislador estatutário, elimina quaisquer
limites de atuação profissional do advogado.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 97
Determina que fale, sentado ou em pé, em
qualquer tribunal, órgão de deliberação coletiva da
Administração Pública, o que é salutar.
Justifica-se o exercício deste direito
porque a atuação do advogado transcende aos
limites do procuratório de representação como
mandatário do cliente, pois é defensor como vimos,
das próprias instituições e da sociedade como um
todo.
17 - Examinar autos de processo. Este
direito assegurado ao advogado extrapola os
limites do judiciário pois permite que tenha acesso
a autos de processo em quaisquer setor da
administração pública.
Relevando anotar-se que este livre acesso
envolve autos de processo, findo ou em
andamento, mesmo sem a prova do mandato,
podendo obter cópias ou simplesmente fazer as
anotações que julgar de seu interesse.
Excepciona-se somente os processos que
tramitem sob regime de segredo de justiça.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 98
Eis aqui, a solução corporativa para a
aspiração do necessário controle externo do
judiciário, por determinação do Conselho Federal,
as Secionais, poderiam constituir Comissões de Alto
Nível, composta por advogados experientes, para
visitar os Cartórios Judiciários, fazer um
levantamento dos processos em tramitação,
fornecendo relatório com sugestões para instar a
entrega da prestação jurisdicional.
18 - Examinar em qualquer
repartição policial autos de inquérito. Igual
procedimento de livre acesso, consulta obtenção de
cópias e anotações de autos de inquérito, diligencia
ou sindicância, findos ou em andamento.
No caso de atos que estejam sendo
praticados em qualquer repartição policial, o acesso
é livre e ilimitado mesmo se estiver sob decreto de
sigilo.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 99
19 - Ter vista dos processos judiciais ou
administrativos. Difere o direito de acesso aos
autos de processo, do tradicional e clássica vista
dos autos, ou seja retirá-los do cartório ou
repartição competente.
O prazo legal a que se refere o texto
legal, é de 5 (cinco) dias a teor do artigo 40, II do
Código de Processo Civil. Aqui o legislador omitiu
a necessidade ou não da prova do mandato,
oferecendo dupla interpretação: observado o
disposto pelo artigo 5° do Estatuto, somente para
postular se faz necessário a apresentação do
instrumento procuratório; e aplicando-se o inciso III
deste artigo não se faz necessário a apresentação de
procuração.
20 - Retirar processos findos mesmo
sem procuração. Entende-se findos aqueles
processos arquivados ou não cuja instrução tenha
sido concluída mediante decisão .
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 100
Neste caso o advogado mesmo sem
procuração poderá retirar tais processos observado
o prazo de deis (10) dias.
21 - Ser publicamente desagravado.
Atuando, como já se disse em área de conflitos e
turbulências, o advogado contraria interesses
expondo-se a agressões e ofensas, no exercício de
sua profissão.
O antídoto contra as ofensas sofridas
pelo advogado no exercício da profissão, ou de
forma mais ampla e quase ilimitada em razão dela,
por direito assegurado pelo Estatuto, é ser
publicamente desagravado.
O processo de desagravo atende aos
princípios dos procedimentos disciplinares, devendo
ser sumário, tendo-se em conta que a reparação
em forma de desagravo deve ser imediata, sob pena
de perder efeito prático; devendo pois ter, sua
tramitação corporativa em regime de urgência,
urgentíssima.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 101
22 - Usar os símbolos privativos da
profissão. Incorporou-se a mais longeva tradição, a
identificação das profissões por símbolos. Embora
o Estatuto não faça expressa descrição dos símbolos
do advogado, se tem como certo: O anel como
jóia; a beca, como vestimenta, alem da própria
balança como símbolos que tradicionalmente
identificam o advogado e que são de seu uso
exclusivo.
23 - Recusar-se a depor. O
depoimento pressupõe a prova oral, a qual o
advogado pode negar-se a prestar em processo que
funcionou ou deva funcionar.
Esta recusa por envolver foro íntimo e
de resguardo inerente a discrição que deve pautar a
atuação profissional dos advogados, é assegurada
pela lei.
Neste sentido dispõe o Art.406, Inc. II do
Código de Processo Civil, que a testemunha não é
obrigada a depor de fatos: " a cujo respeito, por
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 102
estado ou profissão, deva guardar sigilo". Com
efeito é do magistério do doutrinador Sérgio
Sahione FADEL, ao comentar o referido
dispositivo de direito adjetivo, a observação de que:
" (...) a escusa de depor não é uma obrigação da
testemunha, nem um dever; é uma faculdade que
ela utilizará se e quando entender necessário".
Arremata o insigne comentarista, esclarecendo bem
o assunto:
"Por isso mesmo, o juiz não poderá nem
constrangê-la a depor, nem censurá-la porque
depôs, a respeito de fatos, como os previstos neste
artigo." 7
24 - Retirar-se após decorrido trinta
minutos do prazo marcado para realização de
ato judicial. Este dispositivo assegura o direito de
igualdade defendido pelo Código entre o advogado
e as demais autoridades.
7 FADEL, Sérgio Sahione. Código de Processo Civil Comentado.
Rio de Janeiro. José Kofino Editor. 1974 II Vol. P.268
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 103
Na verdade o prazo se exige para os atos
que o advogado deve prestar, não sendo verdadeira
a recíproca, e a isto, se insurgem todos os
profissionais do direito.
Nesse passo, insta se fazer cumprir o
disposto pelo Código, e sempre que por atraso que
exceda a trinta minutos - que se tem como razoável
- o ato não se realizar, o advogado fará protocolizar
sua presença e o fato, retirando-se do local.
25 - Procedimentos sob regime de
segredo de justiça. Por sua própria natureza os
processos que devem correr em segredo de justiça
impedem o livre acesso do advogado. Isto se faz
para resguardar o interesse das partes e da melhor
prestação jurisdicional, que finalmente atende aos
interesses do próprio advogado.
Na verdade estes processos que correm
em Segredo de Justiça pela sua natureza perdem a
sua característica de ato processual público, à luz
do disposto pela Lei Adjetiva Civil, ao dispor:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 104
Art.155. Os atos processuais são públicos.
Correm, todavia, em segredo de justiça os
processos:
I - que exigir o interesse público;
II - que dizem respeito a casamento, filiação,
desquite, separação de corpos, alimentos e
guarda de menores."
Parágrafo único. O direito de consultar os
autos e pedir certidões de seus atos é restrito
às partes e a seus procuradores. O terceiro
que demonstrar interesse jurídico, pode
requerer ao juiz certidão do dispositivo da
sentença, bem como de inventário e partilha
resultante do desquite.
26 - O advogado tem imunidade
profissional. Aqui a profissão do advogado,
assume status, que a difere em importância de
todas as demais profissões; a imunidade se equipara
á proteção corporativa inerente aqueles que detém
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 105
mandato popular decorrente da soberania dos
cidadãos como eleitores.
Sob a proteção legal expressa na lei, o
advogado gozando de imunidade, inobstante
responder perante a corporação pelo excessos que
cometer, somente poderá ser processado mediante
autorização corporativa.
Importa acentuar que não constitui crime
a injuria, difamação ou desacato, cometidos no
exercício de sua atividade. O que não inclui crimes
comuns e mesmo calunia, que exige atenção
redobrada, tendo-se em vista que, mesmo atribuir-se
a terceiros em nome do cliente a pratica de fato
definido como crime, constitui-se em infração
disciplinar, desde que não expressamente
mencionado na procuração ( Art. 35, Inc. XV do
Estatuto ).
27 - O advogado somente poderá ser
preso em flagrante. A prisão do advogado no
exercício da profissão somente poderá ser feita em
flagrante delito ou em caso de cometimento de
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 106
crime inafiançável, ou seja, nas formas capituladas
pelos artigos 323 e 324 do Código de Processo
Penal.
Devendo todavia o flagrante sob pena de
nulidade absoluta ser acompanhado por um
representante da Ordem dos Advogados, conforme
dispõe o artigo 7° Inc. V deste Código.
28 - Exigência de salas especiais para
advogados. Estabelece o ordenamento estatutário a
obrigatoriedade pelos poderes Judiciário e
Executivo de instalações de salas privativas para
uso pelos advogados.
Estas salas devem ficar sob controle da
Ordem dos Advogados e instaladas nos fóruns,
tribunais, delegacias de policia e presídios.
É garantida assim a privacidade do
advogado no desempenho de suas atividades
profissionais, é assegurada desta forma em especial
a ampla defesa e o contraditório.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 107
29 - Ofensa a inscrito na Ordem dos
Advogados. Como complemento a medida de
desagravo o Conselho recebe a incumbência de
promover, alem daquele ato público, procedimento
criminal que apure a responsabilidade penal do
infrator.
Desta forma resultou dupla proteção ao
advogado no exercício de suas atividades, ou seja a
promoção do ato publico de desagravo e ainda a
deflagração de competente ação penal contra o
infrator e o mais importante, ambas por iniciativa da
Ordem dos Advogados.
Sobre a necessidade de proteção especial
para o advogado no exercício da atividade de
advocacia sendo que, Paulo Luiz Netto LÔBO bem
orienta no sentido de que :
Os atos e manifestações do advogado, no
exercício profissional, não podem ficar
vulneráveis e sujeitos permanentemente
ao crivo da tipificação penal comum. O
advogado é o mediador técnico dos
conflitos humanos e, às vezes, depara-se
com abusos de autoridades, prepotência,
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 108
exacerbações de ânimos. O que, em
situações leigas, possa considerar-se uma
afronta, no ambiente de litígio ou do ardor
da defesa devem ser tolerado”. 8
O escólio doutrinário é corroborado por
precedentes jurisprudências, no sentido de que:
”Não há difamação nem injúria, dizer o advogado
nos autos, em defesa de seus constituintes, se
encontrar o magistrado ligado a facção política.
Igualmente inexiste o animus calumniandi, em
focalizar com certo calor sua personalidade.(RT.
439/448).
8 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Comentários ao Novo Estatuto da
Advocacia e da OAB. Edit. Brasília Jur. l994 p.45
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 109
CAPÍTULO III
DA INSCRIÇÃO
Art.8º - Para inscrição como advogado é
necessário:
I - capacidade civil;
II - diploma ou certidão de graduação em
direito, obtido em instituição de ensino
oficialmente autorizada e credenciada;
III - título de eleitor e quitação do serviço
militar, se brasileiro;
IV - aprovação em exame de Ordem;
V - não exercer atividade incompatível com a
advocacia;
VI - idoneidade moral;
VII - prestar compromisso perante o
Conselho.
§ 1
º - O Exame de Ordem é regulamentado
em provimento do Conselho Federal da OAB;
§ 2º - O estrangeiro ou brasileiro, quando não
graduado em direito no Brasil, deve fazer
prova do título de graduação obtido em
instituição estrangeira, devidamente
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 110
revalidado, alem de atender aos demais
requisitos previstos neste artigo.
§ 3º - A inidoneidade moral, suscitada por
qualquer pessoa, deve ser declarada mediante
decisão que obtenha no mínimo dois terços
dos votos de todos os membros do Conselho
competente, em procedimento que observe os
termos do processo disciplinar.
§ 4
º - Não atende ao requisito de idoneidade
moral aquele que tiver sido condenado por
crime infamante, salvo reabilitação judicial.
1 - Inscrição. A palavra inscrição
tomada no sentido jurídico como desejado pelo
legislador significa a formalidade imprescindível a
que está sujeito o bacharel em direito para o pleno
exercício dos atos privativos de advogado; e ainda
aquele que estiver cursando os dois últimos da
Faculdade de Direito para praticar os atos que lhe
são permitidos pelos estatuto, assinando juntamente
com um advogado.
A legislação codificada, estabelece
como requisitos indispensáveis para que seja feita a
inscrição nos Quadros da Ordem.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 111
2 - Capacidade civil. O termo
capacidade advém do latim capacitas ou seja,
aptidão, qualidade para certo fim.
Corporativamente, capacidade civil,
significa a aptidão legal que tem a pessoa que requer
sua inscrição para integrar os quadros da OAB e
exercer os atos inerentes a atividade de advocacia.
A capacidade civil que se exige é plena,
devendo o postulante estar na livre administração de
sua pessoa e bens, e ainda ser maior que 21 anos.
Quanto a idade, releva anotar-se que a
colação de grau em curso superior é causa de
obtenção de capacidade civil. ( Art.9°, IV CC. )
3 - Graduação em direito. A prova de
graduação é feita pela apresentação do diploma
expedido pela respectiva instituição de ensino
oficialmente autorizada e credenciada.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 112
A validade do diploma, depende do
atendimento de formalidades intrínsecas e
extrínsecas.
As formalidades intrínsecas, dizem
respeito a declaração de colação do grau de
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, com a
identificação da Instituição de Ensino e assinatura
das autoridades educacionais responsáveis; alem da
data, local de expedição e competente registro no
Ministério da Educação.
Já as formalidades extrínsecas consistem
no apostilamento, ou seja, estar, o diploma,
devidamente registrado no Ministério da Educação.
Releva notar, que o legislador abrandou
o rigorismo da comprovação através do diploma,
permitindo que o pretendente à inscrição,
apresente somente certidão passada pela
instituição de ensino, fazendo assim, prova de
que ocorreu a necessária graduação em direito.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 113
4. Aprovação em Exame de Ordem. A
aprovação em Exame de Ordem, é a comprovação,
do que se poderia denominar de higidêz técnico
científica, daqueles que aspiram ingressar nos
quadros da Ordem dos Advogados do Brasil.
Devendo ser observados os casos
especiais de dispensa, na forma do disposto pelo
artigo 84 do Estatuto, ou seja os estagiários que
comprovaram até dois anos após a data de 05/07/99,
conclusão de estágio profissional.
O legislador, atento a necessidade de
valorização dos profissionais do direito, abandonou
a fórmula da Lei 4215/ 63 que permitia substituir o
Exame de Ordem pelo "certificado de
comprovação do exercício e resultado do estágio"
( Art.48,III da lei derrogada), exigindo agora, sem
qualquer exceção, a prova de aprovação no
Exame de Ordem.
Insta observar-se que a Ordem dos
Advogados do Brasil, estruturou-se arregimentando
de seu quadro, profissionais do mais alto gabarito,
dotados de notável saber jurídico para submeter
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 114
àqueles que aspiram inscrever-se ao Exame de
Ordem, que corresponda a dignidade do status de
advogado, e até mesmo disponibilizando cursos de
alto nível para essa finalidade.
Dada a sua importância a Ordem dos
Advogados, avoca para sua competência privativa a
realização do Exame de Ordem, atendendo ao
princípio que define a pratica democrática, que tem
permitido as conquistas sociais desde os tempos
imemoriais, ou seja, iguais sendo julgado por
iguais.
5 - Vedação da inscrição, àqueles que
exercem atividades incompatíveis com a
advocacia. O Estatuto proíbe o deferimento de
inscrição aqueles que exercerem atividade
incompatível com a advocacia, elencadas no artigo
29 do Estatuto.
Por imposição extensiva de ordem
cogente, é vedada a inscrição àqueles que
estiverem impedidos de exercer a advocacia.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 115
Devendo todavia ser deferida a inscrição
àqueles que estiverem vinculados a função nas
condições previstas pelo artigo 30 do Estatuto,
durante o período da investidura, com atuação
advocatícia vinculada ao órgão a que pertencer.
6 - Idoneidade Moral. O Texto
Estatutário, se revela extremamente rigoroso ao
cuidar da idoneidade moral, fechando as portas
para o exercício profissional a todos àqueles que de
qualquer forma se deixarem macular por desvios de
ordem moral.
Este predicado imprescindível ao
exercício da advocacia, é a soma dos atributos
inerentes ao caráter do indivíduo, e a sua conduta
como cidadão.
Profissionalmente idoneidade moral pode
ser conceituada como a soma dos atributos inerentes
a retidão de caráter do indivíduo para o exercício da
profissão avaliada à vista das obrigações e deveres
constantes do Código de Ética e Estatuto da Ordem
dos Advogados do Brasil.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 116
7 - Compromisso perante o Conselho.
Este dispositivo expresso mantém a tradição
dogmática de solenizar o ato de inscrição nos
quadros da Ordem.
Soleniza a outorga do status de advogado,
como o coroamento do esforço daquele que
correndo no estádio da formação intelectual e
profissional recebe finalmente o prêmio.
Tal é a importância desse ato solene que
o Conselho Federal em provimento editado no
ano de 1965, estabeleceu tratar-se de ato
"indelegável pela sua natureza solene e
personalíssimo, o compromisso que devem prestar
os advogados e estagiários" (Provimento N°. 16 de
5.8.1965 CF da OAB).
É de notar-se que o legislador deixa a
critério das Seções Estaduais a formulação do
compromisso, contrariamente do que ocorria na lei
derrogada N° 4.215/63.
Todavia pela sua perfeição dogmática,
assentada em valores éticos que tutelam o
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 117
exercício da profissão advocatícia, que são
absolutamente imutáveis, a exemplo do ouro como
metal cuja preciosidade e brilho vence o tempo
colocado acima das coisas transitórias esta fórmula
merece perenizar-se ad verbum: "Prometo exercer
a advocacia com dignidade e independência,
observar a ética, os deveres e prerrogativas
profissionais e defender a Constituição e a ordem
jurídica do Estado Democrático, os direitos
humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis,
a rápida administração da justiça, e o
aperfeiçoamento da cultura e das instituições
jurídicas."
Finalmente ressalta-se, que este
compromisso se soleniza perante os Conselhos
Federal e Estaduais, ou seja os órgãos que compõem
a Ordem dos Advogados do Brasil, conforme dispõe
o artigo 46 do Estatuto.
Retirando-se desta forma das atuais
Seccionais, a faculdade de praticar este ato, o que
somente poderá ser feito por delegação expressa
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 118
de competência, conforme expresso pelo artigo
61, Inc. IV do Estatuto.
8 - Exame da Ordem será
regulamentado pelo Conselho Federal. É de
competência indelegável do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil, ditar através de
Provimento, as regras para realização do Exame de
Ordem, ou seja a aferição da aptidão técnico-
científica para o exercício da advocacia.
Cumpre observar que aquele Coligado
Sodalício, ainda ao tempo da vigência do Estatuto
derrogado, editou dois Provimentos (Provimento
19/65 revogado pelo Provimento 34/67) que agora
à luz de Novo Ordenamento Estatutário deve ser
revisto e atualizado.
Abandonando-se, a concepção superada
de sua feição de prova superficial "sobre matéria
vaga de prática profissional constante de programa
mínimo dos cursos de estágio"( Sic, Parág. único
do Art. 1° Prov. 34 do CF da OAB), mas como
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 119
aferição profunda e completa do domínio da Ciência
do Direito.
O Exame de Ordem, é atribuição
personalíssima da Ordem dos Advogados do Brasil,
que pela sua máxima importância justifica a
criação de Escolas Superiores de Advocacia, cuja
titulação apostilada interna corporis, gera efeitos
extrínsecos, ou seja, externamente, sendo
reconhecido pelo Ministério de Educação, como
título de pós graduação.
Outro aspecto relevante que merece ser
levado em consideração para que conste
expressamente da regulamentação pelo Conselho
Federal, diz respeito a forma de estruturação do
corpo de advogados que comporão as Bancas de
Exame, arregimentados dentre profissionais de
consagrada conduta ética e notabilizados pelo saber
jurídico.
Não se pode olvidar que inobstante a
multiplicação dos Cursos Jurídicos, compete a
Ordem dos Advogados, criar mecanismos internos
de seleção, para fazer com que o titulo de
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 120
advogado, represente uma conquista aos egressos
de nossas Faculdades de Direito.
9 - Situação dos estrangeiros. Todos
aqueles que obtiverem graduação em direito fora do
Brasil, sejam estrangeiros ou mesmo de
nacionalidade brasileira se obrigam a fazer prova da
graduação para obter inscrição nos Quadros da
Ordem.
Devem ainda revalidar o diploma,
para assim dar atendimento a exigência estatutária
(art.8° inc. II) devendo ainda dar atendimento as
demais exigências expressamente elencadas.
10 - Prova da idoneidade moral. Mais
que simples declaração ou atestado passado por
autoridade é exigência legal que a prova da
idoneidade moral se faça através de competente
processo corporativo, obedecendo :
a) procedimento segue os termos do
processo disciplinar;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 121
b) qualquer pessoa poderá suscitar, ou
seja, requerer ou mesmo opor-se ao seu
deferimento.
c) sujeita-se a aprovação por dois terços
da totalidade dos integrantes do Conselho.
11 - Situação dos condenados por
crimes infamantes. Pela disposição legal
estatutária, os pedidos de inscrição de pessoas
condenadas por crimes infamantes, não poderão ser
deferidos
Obviamente que para o exercício de uma
atividade nobre como a de advocacia, é exigido
conduta honrosa de todos aqueles que desejem
exercitá-la. Neste sentido jamais se poderia admitir
aqueles que fossem condenados por crime grave
punido com pena de reclusão, ou, infamante.
(Conforme comentário que se fez no item 28 retro.)
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 122
Temos que admitir que o processo de
feição disciplinar que colima a decisão que
materializa a prova de idoneidade moral não
prescinde de certidão de antecedentes criminais do
interessado; pois que, comprovada a condenação
por cometimento de crime, mesmo infamante o
indeferimento será liminar, a menos que se prove a
existência de reabilitação.
Resulta pois, que a reabilitação enseja o
atendimento da exigência de idoneidade moral, nos
termos da Lei Estatutária.
Art. 9°. Para inscrição de estagiário é
necessário:
I - preencher os requisitos mencionados nos
incisos I, III, V , VI e VII do art. 8°;
II - ter sido admitido em estágio profissional
de advocacia;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 123
§ 1°. O estágio profissional de advocacia,
com duração de dois anos, realizado nos
últimos anos do curso jurídico, pode ser
mantido pelas respectivas instituições de
ensino superior, pelos Conselhos da OAB, ou
por setores, órgãos jurídicos e escritórios de
advocacia credenciados pela OAB, sendo
obrigatório o estudo deste Estatuto e do
Código de Ética e Disciplina;
§ 2°. A inscrição do estagiário é feita no
Conselho Seccional em cujo território se
localize seu curso jurídico;
§ 3°. O aluno de curso jurídico, que exerça
atividade incompatível com a advocacia, pode
frequentar o estágio ministrado pela
respectiva instituição de ensino superior, para
fins de aprendizagem, vedada a inscrição na
OAB;
§ 4°. O estágio profissional poderá ser
cumprido por bacharel em Direito que queira
se inscrever na Ordem.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 124
l - Inscrição de estagiário. Estágio é o
período de aprendizagem atinente a prática forense,
que antecede ao término do curso jurídico, com
duração mínima de dois anos.
Ao estagiário é permitido praticar os atos
privativos de advocacia previstos no artigo 2°. do
Estatuto, na forma do Regulamento Geral, sempre
em conjunto com advogado e sob a
responsabilidade deste.
Para deferimento da inscrição por ato
privativo do Conselho Estadual competente, deve o
requerente preencher os requisitos mínimos
necessários: a) capacidade civil; b) não exercer
atividade incompatível com a advocacia; c)
idoneidade moral; d) prestar compromisso perante a
Ordem.
2 - Ter sido admitido em estágio
profissional de advocacia. A inscrição de
estagiário é feita no Conselho Estadual, mediante
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 125
comprovação de sua aceitação pela própria
instituição de ensino superior, ou outra entidade
enumerada por este Estatuto.
Atente-se para a expressão estágio
profissional de advocacia, escrita na lei, ou seja, o
estágio para ter validade deverá ser exercido como
atividade laborativa do estagiário responsável por
sua sobrevivência e manutenção.
Neste sentido fica extremamente difícil
entender-se como esta poderá ser desenvolvida em
estabelecimento de ensino ou mesmo no Conselho
Estadual.
3 - Tempo e manutenção do estágio. O
momento ótimo para realização do estágio é os dois
últimos anos do curso jurídico.
O legislador estabeleceu de forma
ampliada as entidades e locais onde o estagiando
pode realizar seu mister: a) pelas respectivas
instituições de ensino superior; b) Conselhos da
Ordem dos Advogados do Brasil; c) setores e
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 126
órgãos jurídicos; d) escritórios de advocacia
credenciados pela OAB.
O Regulamento deverá determinar com
precisão e cautela quais os setores e órgãos
jurídicos, que poderão prestar este relevante
trabalho de preparação dos estagiários para o
exercício da advocacia.
É obrigatório o estudo do Estatuto e
Código de Ética, durante o estágio, sendo que o
efetivo controle de cumprimento desta determinação
é extremamente difícil; e sob pena de vulgarização
do estágio, é mister atentar-se para a importância de
rigorosa normatização pelo Regulamento.
4 - Inscrição do estagiário pelo
Conselho Seccional. Avisadamente, o Legislador
Corporativo, reservou para o Conselho Seccional, a
inscrição dos estagiários
Ressalta-se a importância deste ato
privativo, ao tempo em que ao analisar-se sua
admissão em estágio profissional, será
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 127
criteriosamente estudado o credenciamento do
estabelecimento onde o mesmo atuará
profissionalmente.
5 - Estagiário que exerce atividade
incompatível com a advocacia. Todos aqueles que
estiverem cursando os dois últimos anos do curso
jurídico, segundo disposição estatutária, inobstante
exercerem atividades incompatíveis com a
advocacia elencados pelo artigo 29 do Estatuto,
podem freqüentar estágio ministrado pelo
estabelecimento.
Sendo proibida a inscrição como
estagiário, o legislador apenas permitiu a pratica de
um ato que diz respeito a própria instituição a quem
se vincula do estagiário; ora, não havendo inscrição,
ser-lhe-à vedado praticar os atos privativos de
advogado na forma disposta pelo Estatuto, sendo
portanto, de pouco ou nenhum efeito prático.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 128
Art. 10. A inscrição principal do advogado
deve ser feita no Conselho Seccional em cujo
território pretende estabelecer o seu domicílio
profissional, na forma do Regulamento Geral.
§ 1°. Considera-se domicílio profissional a
sede principal da atividade de advocacia,
prevalecendo, na dúvida, o domicilio da
pessoa física do advogado.
§ 2°. Além da principal, o advogado deve
promover a inscrição suplementar nos
Conselhos Seccionais em cujos territórios
passar a exercer habitualmente a profissão,
considerando-se habitualidade a intervenção
judicial que exceder de cinco causas por ano.
§ 3°. No caso de mudança efetiva de
domicilio profissional para outra unidade
federativa, deve o advogado requerer a
transferência de sua inscrição para o
Conselho Seccional correspondente.
§ 4°. O Conselho Seccional deve suspender o
pedido de transferência ou de inscrição
suplementar, ao verificar a existência de vicio
ou ilegalidade na inscrição principal, contra
ela representando ao Conselho Federal.
1 - Inscrição principal do advogado.
Estabelece o Código duas espécies de inscrição:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 129
a) - Principal, aquela feita no Conselho
Estadual, onde o advogado tem a sede
principal de suas atividades.
b) - Suplementar, onde intervir
judicialmente em mais de cinco causas
por ano.
Ao estabelecer como domicilio
profissional o território onde o advogado
pretende estabelecer o seu domicilio profissional o
Estatuto, deixa ao Regulamento Geral, a formulação
deste critério.
2 - Considera-se domicilio
profissional. A avaliação dos critérios para se
estabelecer o Conselho Estadual, competente para o
advogado fazer sua inscrição principal, é feita pelo
próprio ordenamento estatutário.
O primeiro critério para se estabelecer o
domicilio profissional é o lugar onde o advogado
fixar a sede principal da atividade de advocacia; o
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 130
segundo é que na falta daquele o domicilio
profissional é aquele da pessoa física do advogado.
Este último critério remete ao artigo 31 do
Código Civil, que reza:"O domicilio civil da
pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo".
3 - Transferência da inscrição do
advogado. Inobstante não faça referencia expressa a
inscrição principal, estabelece o Código a
obrigatoriedade do advogado de transferi-la para o
Conselho Estadual, do território onde fixar o
domicilio profissional.
5 - Representação ao Conselho Federal.
A transferência de um para outro Conselho
Seccional ou mesmo inscrição suplementar, quando
se verificar a existência do que o legislador
denomina de vício ou ilegalidade, na inscrição
principal, o inscrito fica sujeito a ser representado á
corporação.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 131
Ocorrendo tal fato, o pedido de
transferência ou de inscrição suplementar fica
suspenso no Conselho Estadual de origem, que
representará contra o advogado.
Observando-se que o texto estatutário
usa a expressão" contra ela representando ao
Conselho Federal"; referindo-se a inscrição não foi
feliz, eis que, a representação se faz contra o
advogado, jamais contra a sua inscrição embora
inquinada.
Art. 11. - Cancela-se a inscrição do
profissional que:
I - assim requerer;
II - sofrer penalidade de exclusão;
III - falecer;
IV - passar a exercer, em caráter definitivo,
atividade incompatível com a advocacia;
V - perder qualquer um dos requisitos
necessários para a inscrição.
§ 1° - Ocorrendo uma das hipóteses dos
incisos II, III e IV, o cancelamento deve ser
promovido, de oficio, pelo Conselho
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 132
competente ou em virtude de comunicação
por qualquer pessoa.
§ 2° - Na hipótese de novo pedido de
inscrição - que não restaura o número de
inscrição anterior -, deve o interessado fazer
prova dos requisitos dos incisos I, V , VI e
VII do art.8°.
§ 3° - Na hipótese do inciso II deste artigo, o
novo pedido de inscrição também deve ser
acompanhado de provas de reabilitação.
1 - Cancelamento da inscrição. A
extinção dos efeitos jurídicos da inscrição pode se
dar por ato voluntário, punição disciplinar,
falecimento, exercício em caráter definitivo de
atividade incompatível com a advocacia ou mesmo
perda de requisito necessário para a inscrição.
2 - Requerimento de cancelamento. O
ato voluntário de pedido de cancelamento é
instrumentalizado através de requerimento, que
pode, ser firmado pelo próprio inscrito, ou por
mandatário com poderes especiais.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 133
O requerimento formalmente elaborado,
deverá se dirigido ao Conselho Seccional do
território a que pertencer o advogado, fazendo
referencia expressa ao seu número de inscrição
principal e suplementares dispensado de declinar os
motivos do pedido.
Estando o interessado com sua situação
regularizada o pedido será deferido.
3 - Penalidade de exclusão. Esta
penalidade de gravíssimas conseqüências está
prevista pelo artigo 36 do Estatuto sendo aplicável
nos casos previstos pelo artigo 39 deste mesmo
Pergaminho Corporativo.
É passível de cancelamento de inscrição o
advogado que sofrer três vezes a pena de
suspensão; tiver obtido sua inscrição mediante falsa
prova; praticar crime infamante, devendo o ato
condenatório ser aprovado por dois terços dos
membros do Conselho Estadual competente.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 134
4 - Falecimento. Da mesma forma como
a personalidade civil do homem começa do
nascimento com vida (Art.4° CC) com a morte dá-
se sua extinção, e por via de conseqüência o
cancelamento de sua inscrição profissional.
Provado portanto a morte do advogado,
mediante a apresentação do atestado de óbito, o
cancelamento será procedido de oficio pelo
Conselho, como se viu anteriormente.
5 - Atividade incompatível com a
advocacia. O cancelamento da inscrição, se dará
quando o advogado, passar a exercer em caráter
definitivo atividade incompatível com a advocacia,
ou seja, aquelas elencadas pelo artigo 28 do
Estatuto.
Neste caso, o Conselho deverá determinar
o cancelamento tão logo conheça do impedimento,
podendo ainda, qualquer pessoa comunicar a
irregularidade da situação do profissional, para as
medidas cabíveis.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 135
6 - Perda dos requisitos. Tendo
estabelecido requisitos mínimos para o deferimento
do pedido de inscrição conforme visto no artigo 8°
do Estatuto, a perda que qualquer um deles implica
no cancelamento da inscrição.
7 - Cancelamento de oficio pelo
Conselho. Colimando preservar louvável
moralidade e mesmo valorizar a profissão
advocatícia, o Estatuto permite que o cancelamento
de inscrição, se faça por comunicação por qualquer
pessoa ou mesmo de oficio pelo Conselho
competente em casos especiais.
Estes casos especiais de suma gravidade
ocorrem sempre que o advogado sofrer
penalidade de exclusão, falecer ou passar a
exercer em caráter definitivo atividade
incompatível com a advocacia.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 136
8 - Novo pedido de inscrição. Uma vez
cancelada a inscrição para que o interessado
obtenha novamente a inscrição deve se submeter ao
atendimento dos requisitos elencados pelo artigo 8°
do Estatuto.
Ressalta-se que a nova inscrição, não
restaura sequer o número de inscrição anterior que
foi extinta em decorrência do cancelamento.
9 - Necessidade de provar a
reabilitação. Sendo o cancelamento consequência
de imposição de penalidade de exclusão, a nova
inscrição somente será concedida mediante prova de
reabilitação.
É de anotar-se que se trata de
documento essencial para o recebimento do pedido
de nova inscrição; pois o pedido desacompanhado
desta prova, deverá ser indeferido liminarmente.
Art. l2. - Licencia-se o profissional que:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 137
I - assim requerer, por motivo justificado;
II - passar a exercer, em caráter temporário,
atividade incompatível com o exercício da
advocacia;
III - sofrer doença mental considerada
curável.
1 - Licença do profissional. Diz-se
licença o ato da autoridade competente para
interrupção temporária do exercício da atividade
advocatícia.
A característica principal da licença é a
temporalidade, que pode se dar por ato de vontade,
impedimento por exercício de profissão
incompatível ou moléstia curável.
2 - Requerimento justificado. O ato
formal para concessão é o requerimento dirigido ao
Presidente do Conselho Seccional, ou da própria
Subseção, com a justificativa do pedido.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 138
Observa-se que as Subseções somente
terão competência para receber o requerimento,
que será encaminhado ao Conselho Seccional que
apreciará o pedido.
Podendo todavia ser delegado para as
Subseções, atribuição de receber e conceder pedido
de licença.
3 - Exercício de atividade
incompatível. O exercício de atividade
incompatível, ensejará o cancelamento da inscrição
se for permanente (Art. 8° IV Estatuto); e se for
justificadamente temporária terá como consequência
o licenciamento do profissional.
Estas atividades ditas incompatíveis estão
elencadas no Art. 28 do Estatuto.
4 - Sofrer doença mental considerada
curável. Neste caso o requerimento justificará o
pedido, fazendo-se prova da doença mediante
atestado médico, que diagnosticará o mal como
doença curável.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 139
Art. 13. - O documento de identidade
profissional, na forma prevista no
Regulamento Geral, é de uso obrigatório no
exercício da atividade do advogado ou de
estagiário e constitui prova de identidade
civil para todos os fins legais.
1 - O documento de identidade legal do
advogado. A carteira profissional do advogado
expedida pela Ordem, substitui da Cédula de
Identidade, sendo documento de uso obrigatório
pelo profissional do direito.
A disposição estatutária, reedita a
formula encontrada no Estatuto derrogado, que
consagra a validade como prova de identidade a
Carteira do Advogado ou ainda a denominada
Cédula de Identidade de Advogado.
O uso obrigatório pressupõe que tal
documento faz prova da condição de advogado,
para o pleno exercício de suas atividades privativas,
como de resto para todos os atos da vida civil.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 140
Art. 14. - É obrigatória a indicação do nome
e do número de inscrição em todos os
documentos assinados pelo advogado, no
exercício de sua atividade.
Parágrafo único. É vedado anunciar ou
divulgar qualquer atividade relacionada com
o exercício da advocacia ou o uso da
expressão " escritório de advocacia ", sem
indicação expressa do nome e do número de
inscrição dos advogados que o integrem ou o
número de registro da sociedade de
advogados na OAB.
1 - Obrigatoriedade de identificação
profissional. O que identifica profissionalmente o
advogado é fora de dúvida o nome e o número de
sua inscrição na Ordem.
Exercitando as atividades privativas
inerentes a sua profissão o advogado
obrigatoriamente fará indicar seu número de
inscrição. Entendendo-se que esta exigência,
inobstante não ser encontrada de forma expressa no
texto estatutário deve ser estendida igualmente ao
estagiário.
Evidencia-se a importância deste
procedimento, quando se trata de perquerir se ao
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 141
praticar um determinado ato o advogado estava
efetivamente agindo profissionalmente.
2 - Cuidados especiais quanto a
anúncios e propagandas. Trabalhando como
profissional liberal, exercendo profissionalmente a
atividade advocatícia o advogado necessita
anunciar e divulgar sua especialidade ou local de
trabalho.
O legislador com claro objetivo de
coibir praticas abusivas de anúncios desabonadores
à classe, impõe avisadamente certas normas que
devem ser atendidas, ou seja, é proibido e
naturalmente constitui transgressão disciplinar, o
uso da expressão escritório de advocacia sem o
número de inscrição dos advogados que o integrem.
No caso da existência de sociedade de
advogados deverá constar expressamente o número
do seu registro na OAB.
Releva anotar-se que o Estatuto, exige
somente o número ostensivamente colocado quando
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 142
do anúncio ou divulgação. Sendo que esta exigência
por conclusão lógica deve se estender ao nome dos
advogados ou do advogado, devendo constar
expressamente do escrito.
CAPÍTULO IV
DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS
Art. 15 - Os advogados podem reunir-se em
sociedade civil de prestação de serviço de
advocacia, na forma disciplinada nesta lei e
no Regulamento Geral.
§ 1° - A sociedade de advogados adquire
personalidade jurídica com o registro
aprovado dos seus atos constitutivos no
Conselho Seccional da OAB em cuja base
territorial tiver sede.
§ 2° - Aplica-se à sociedade de advogados o
Código de Ética e Disciplina, no que couber.
§ 3° - As procurações devem ser outorgadas
individualmente aos advogados e indicar a
sociedade de que façam parte.
§ 4° - Nenhum advogado pode integrar mais
de uma sociedade de advogados, com sede ou
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 143
filial na mesma área territorial do respectivo
Conselho Seccional.
§ 5° - O ato de constituição de filial deve ser
averbado no registro da sociedade e
arquivado junto ao Conselho Seccional, onde
se instalar, ficando os sócios obrigados a
inscrição suplementar.
§ 6° - Os advogados sócios de uma mesma
sociedade profissional não podem representar
em juízo clientes de interesses opostos.
1 - Sociedade de advogados. A definição
de sociedade como se apresenta ao mundo jurídico,
é de que se constitui no ente jurídico originado de
contrato consensual, em que dois ou mais
advogados, convencionam combinar esforços e
recursos, com intuito de praticar atos
privativos de advocacia, visando o exercício da
profissão como finalidade comum.
Inobstante se tenha como certo, que a
advocacia se assenta sobre a liberdade do
exercício profissional, marcada pela atuação
personalíssima de confiança entre o advogado e o
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 144
cliente, admite o Estatuto, a conjugação de esforços
para o pleno exercício da atividade postulatória.
A Sociedade de Advogados, inspirada no
preceito legal substantivo, ex vi, do artigo 1.371 do
Código Civil, já integrava o Estatuto derrogado, e
aparece agora consagrada, no atual ordenamento
jurídico estatutário.
Cuida-se aqui de uma forma
especialíssima de sociedade, que situa-se num
ponto intermediário, entre a sociedade
eminentemente civil sem fim lucrativo e aquela dita
comercial, cujo escopo é o lucro.
No âmbito da atividade advocatícia, é de
ressaltar-se que, se de um lado a comunhão de
esforços entre os profissionais que integra a
Sociedade, nada tem de filantrópico; por outro
lado abomina a característica especulativa de lucro,
como uma forma de mercantilizar de forma
absolutamente inaceitável a profissão cujo exercício
se constitui em munus público, como vimos acima.
Marcus Cláudio ACQUAVIVA, em
brilhante síntese doutrinária, discorre sobre tais
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 145
sociedades, com apoio na opinião de Rony Aliberti
Hergert:
É evidente que em escritórios de despachos,
contadoria, cobranças de títulos ou atividades
financeiras de qualquer espécie cumulando
advocacia, o advogado estaria prestando
consultoria jurídica ou acessória a terceiros e só
isso é possível se essas atividades estiverem
inscritas na OAB. Ora, entidades das espécies
mencionadas não se ajustam aos Arts.77 e
seguintes do EOAB, portanto, não é permitido
agora, legalmente, escritório " misto ", de
advocacia e outra atividade. Se a lei proíbe a
advocacia com outras atividades, diferentes dela,
mediante escritórios, sociedades e firmas,
maiormente é proibido o exercício, no mesmo
escritório de uma mesma pessoa, da atividade de
despachante policial e advogado. Parece-nos
mesmo que, de um modo ou de outro, ocorreria
a angariação direta ou indiretamente de causas
ou serviços, cumulando-se despachante policial e
advocacia, contrariando o Código de Ética
Seção I, n° II, letra " a " Rony Aliberti Hergert,
Ob. cit. E 734 p.29. 9
2 - Os advogados podem reunir-se em
sociedade civil. Principia o Estatuto por afastar
desta união de esforços, para atingir objetivos
9 ACQUAVIVA Marcus Cláudio. Estatuto da Ordem dos Advogados do
Brasil Comentado. Editora Brasiliense 1992. p.56
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 146
comuns, a característica mercantil, eis que estatui a
permissão para reunir-se em sociedade civil ou
seja aquelas reguladas pelo Código Civil e não pelas
leis comerciais (Art. 1.364 CC).
Estabelece o Estatuto, que a existência da
Sociedade de Advogados deve obedecer as regras
estatutárias e ainda o que estabelecer o
Regulamento Geral editado pela corporação interna
corporis.
Importante anotar-se que o Estatuto
tipifica como infração disciplinar manter sociedade
profissional fora das normas e preceitos
estabelecidos nesta lei ( Art. 35, II ).
3 - Personalidade jurídica da
sociedade de advogados. A personalidade jurídica,
ou seja, o reconhecimento pela ordem jurídica para
que a sociedade de advogados, exerça direitos e
contraia obrigações, exige na dicção estatutária o
registro aprovado dos seus atos constitutivos no
Conselho Estadual da OAB em cuja base territorial
tiver sede.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 147
Vale dizer que a existência legal da
entidade civil exige previa aprovação do contrato
constitutivo pelo Conselho Estadual competente.
É de registrar-se que nada impede que
advogados atuem profissionalmente em espaços
comuns, formando verdadeiras sociedades de fato,
partilhando acervo bibliográfico, troca de
informações técnicas, sem contudo constituírem
uma sociedade civil.
Esta situação é própria da afinidade
profissional, que se de um lado não tem o
reconhecimento legal como ente jurídico por outro
lado temos que em nada fere o ordenamento jurídico
que tutela a espécie.
4 - A sociedade de advogados deve
obedecer ao Código de Ética e Disciplina. Sendo
a sociedade de advogados constituída para o pleno
exercício da profissão advocatícia, exige o estatuto
a observância das normas éticas e disciplinares que
tutelam a atividade dos sócios.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 148
Daí dizer-se que trata de uma entidade de
feições incomuns cuja atuação é particularmente
especializada.
Imperiosa a conclusão de que, o ente
jurídico de que se cuida, por especialíssimo, não
fere o principio de independência dos sócios, e
longe de mercantilizá-la exige comportamento ético
e disciplinar, sendo portanto ímpar, não encontrado
tal forma de agir, em nenhuma outra forma de
atuação societária.
5 - Procurações outorgadas
individualmente. Segundo estabelece a lei adjetiva
civil, o advogado representa a parte desde que
devidamente habilitado; e por seu turno a Estatuto
exige a prova do mandato para atuação profissional.
Tratando-se de sociedade de advogados,
o instrumento do mandato deve atender a duas
exigências:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 149
a) - Devem as procurações ser outorgada
individualmente a cada um dos integrantes da
sociedade;
b) - É condição para validade que tais
procurações indiquem a sociedade de que façam
parte dos mandatários.
6 - Proibição para integrar mais de
uma sociedade. Assim como é vedado ao
advogado, manter duas inscrições num mesmo
Conselho Seccional, é-lhe vedado integrar mais de
uma sociedade com sede ou filial na mesma área
territorial do respectivo Conselho Seccional.
Significa que inobstante se permita a
constituição de filial, a participação de advogado
como sócio, depende de inscrição suplementar no
Conselho Estadual do território onde se localize.
Sem embargo desta exigência, tendo a
sociedade de advogado feições especiais causa
certa intranquilidade a permissão estatutária de
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 150
instalação de filiais que pressupõe a ausência do
advogado que poderá degenerar em atos que levem
a mercantilização profissional.
7 - A constituição de filiais. O Estatuto
permite o funcionamento de escritórios
descentralizados, cujo termo se nos afigura mais
próprio, eis que não se tratam de estabelecimentos
comerciais, dependem de averbação no registro da
sociedade.
A autorização de funcionamento de um ou
mais, escritórios de advocacia descentralizados,
uma vez averbado á margem do registro no
Conselho Seccional em cujo território atuar a
sociedade principal, é arquivado no Conselho
Seccional, com competência no território onde se
instalar.
Vale dizer que aquele Conselho, é que
compete analisar e autorizar a instalação e
funcionamento do que denomina filial, sendo a
inscrição suplementar, uma exigência legal para
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 151
autorização de funcionamento de filial, tendo-se
como certo que o pedido de averbação deve ser
acompanhado com a prova de atendimento desta
exigência legal.
Ao tempo em que, a denominada filial
deve ter o contrato de constituição averbado ao
Conselho Seccional competente, assim também os
advogados que a integram como sócios se obrigam a
manter ali sua inscrição suplementar.
8 - Os advogados sócios... O Estatuto
proíbe, que os sócios de uma mesma sociedade
profissional, representem em juízo clientes de
interesses opostos, eis que se constitui em crime de
tergiversação.
Com efeito estabelece o artigo 355 do
Código Penal Brasileiro, que comete crime de
tergiversação ou patrocínio infiel o advogado: "...
que defende na mesma causa, simultânea ou
sucessivamente, partes contrárias".
Observa-se pois, que o legislador colocou
o advogado sócio de uma mesma sociedade na
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 152
condição de postular a mesma causa simultânea ou
sucessivamente partes contrárias.
Art. 16. - Não são admitidas, nem podem
funcionar as sociedades de advogados que
apresentem forma ou características
mercantis, que adotem denominação de
fantasia, que realizem atividades estranhas à
advocacia, que incluam sócio não inscrito
como advogado ou totalmente proibido de
advogar.
§ 1° - A razão social deve ter,
obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um
advogado responsável pela sociedade,
podendo permanecer o de sócio falecido.
§ 2° - O licenciamento do sócio para exercer
atividade incompatível com a advocacia em
caráter temporário deve ser averbado no
registro da sociedade, não alterando sua
constituição.
§ 3° - É proibido o registro, nos cartórios de
registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas
comerciais, de sociedade que inclua, entre
outras finalidades, a atividade de advocacia.
1 - Não são admitidos a registro...Dois
aspectos básicos devem ser observados para
admissão de registro da sociedade de advogados.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 153
Quanto a forma de constituição, não
serão registradas, vale dizer autorizadas a
construírem-se e funcionar, aquelas que
apresentarem forma e características mercantis.
Elimina-se desta forma aqueles
"escritórios de advocacia" que têm por finalidade a
especulação imobiliária, contábil ou mesmo de
corretoras de valores; ou seja, estabelecimentos
comerciais de especulação, que através de
prestação de serviço ou intermediação de valores,
somente visam lucros.
O Estatuto nega autorização de
funcionamento dessas sociedades, máxime se
ostentarem denominação de fantasia.
Mesmo porque, admitir o registro de tais
sociedades seria homenagear a especulação e o
lucro, mercantilizando e banalizando a atividade
advocatícia que se reveste, á luz do Estatuto, de
nobreza e dignidade.
Por seu turno o Estatuto, igualmente nega
registro de sociedade em que participar como sócio
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 154
pessoa não inscrita nos quadros da Ordem ou que
estiverem proibidos de advogar.
Aqui o legislador fez constar do texto
estatutário "não inscrito como advogado ou
totalmente proibido de advogar", desejando
naturalmente tornar peremptória e veemente a
vedação.
Mesmo porque o não inscrito perde a
condição de advogado enquanto que a proibição
somente pode ser total, pois inexiste proibição
parcial, para o exercício da advocacia.
2 - Razão social deve ter o nome de um
dos advogados que integram a sociedade. A
norma estatutária menciona expressamente razão
social, preservando a clássica referencia que se faz
ao nome sob o qual a sociedade se torna conhecida,
exercendo direitos e contraindo obrigações, atuando
enfim como pessoa jurídica.
Aqui se exige que apareça
ostensivamente o nome de pelo menos um dos
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 155
advogados responsáveis pela sociedade, facultando-
se a permanência do nome de advogado falecido,
desde que prevista tal possibilidade no contrato de
constituição da sociedade.
É verdade, que a formação de sociedades
enfrenta forte corrente de oposição, que
argumenta não sem razão que tais entidades ferem a
condição especialíssima da atividade desenvolvida
pelo advogado.
Fere o sigilo que torna o profissional do
direito um depositário de fatos que revelados a duas
pessoas ou sócios já não é segredo, demais disso
difícil ou impossível imaginar-se a existência de
liame de confiança entre mais de um advogado e o
cliente, e mais, inexiste o tratamento personalíssimo
nas questões confiadas a mais de um profissional.
Como se tudo isso não bastasse para por
em dúvida tais sociedades, o próprio legislador
estatutário se deixa resvalar pela descida íngreme
da mercantilização e acaba fazendo referencia a
razão social, que segundo clássica definição é o
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 156
nome sob o qual o comerciante ou a sociedade
mercantil exerce o seu comércio...
Ajunte-se à guisa de elucidação que a
existência de sociedade na prestação de serviços
advocatícios torna impossível igualmente o
atendimento ao preceituado pelo Art.35, V, que
estabelece incorrer em infração disciplinar o
advogado que assinar qualquer escrito destinado a
processo judicial ou para fim extrajudicial que não
tenha feito, ou em que não tenha colaborado.
3 - Licenciamento de sócio. A
suspensão temporária para o exercício da atividade
advocatícia por licenciamento não impede que o
licenciado permaneça participando da sociedade de
advogados. Neste caso deverá o licenciado solicitar
averbação no registro da sociedade.
De certa maneira não se pode deixar de
anotar-se que ao licenciado se permite permanecer
no exercício das atividades profissionais, através da
pessoa jurídica de que participa como sócio.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 157
4 - É proibido o registro em Cartórios.
Este dispositivo derroga a determinação expressa
contida no Art. 1.364, in fine, do Código Civil, que
determina que a pessoa as sociedades civis se
obrigam a inscrição no registro civil.
Neste passo o legislador estatutário
restringe ao âmbito da corporação as sociedades
formadas por advogados destinadas a executar
atividades privativas dos profissionais do direito.
Retira desta forma quaisquer marcas de
sociedades civis que podem ou não ter finalidade
especulativa e o faz certo quando proíbe seu registro
nas juntas comerciais, onde são registradas as
entidades tipicamente comerciais.
Não se pode deixar e anotar, um certo
desalinho na formulação desta norma, fazendo
mencionar, que tal proibição alcança sociedades
que exercem atividades de advocacia e também que
inclua, entre outras finalidades, vale dizer que
admite o exercício de outras atividades, cujo
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 158
entendimento se torna difícil à luz do disposto pelo
Art. 16, desta Lei.
Art. 17. - Além da sociedade, o sócio responde
subsidiária e ilimitadamente pelos danos
causados aos clientes por ação ou omissão no
exercício da advocacia, sem prejuízo da
responsabilidade disciplinar em que possa
incorrer.
1 - Responsabilidade solidária dos
sócios. Trata-se aqui de sociedade atípica, de
prestação de serviços profissionais especializados,
privativos dos sócios que a integram na condição
de advogados.
Analisando-se esta disposição legal
exsurge claramente que a sociedade responde por
danos causados aos clientes; e igualmente os sócios
se obrigam a reparar danos causados por incúria na
prestação dos serviços profissionais.
A obrigação de indenizar decorre de que
não cumprindo a obrigação, ou deixando de
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 159
cumpri-la pelo modo e no tempo devidos, responde
o inadimplente por perdas e danos ( Art. 1.056 CC
).
Fora de dúvida que o advogado ao
receber poderes para representar o mandante,
estabelece com esse vinculo obrigacional decorrente
de contrato a que se obriga cumprir.
A bilateralidade está em que o advogado
presta o serviço enquanto que o cliente se obriga a
pagar honorários , custas fornecer as provas, etc.,
sendo que o descumprimento obriga o culpado ao
ressarcimento dos danos na forma de lei.
Naturalmente que estando o advogado
submetido as determinações corporativas a estas
está sujeito disciplinarmente; portanto sem prejuízo
de responder pela reparação de danos decorrentes
do inadimplemento contratual fica pode ainda
sofrer penalização disciplinar interna corporis.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 160
CAPÍTULO V
DO ADVOGADO EMPREGADO
Art. 18. A relação de emprego, na qualidade
de advogado, não retira a insenção técnica
nem reduz a independência profissional
inerentes a advocacia.
Parágrafo único. O advogado empregado,
não está obrigado à prestação de serviços
profissionais de interesse pessoal dos
empregadores, fora da relação de emprego.
1 - Advogado empregado. Segundo a
Consolidação das Leis do Trabalho, é considerado
empregado " toda a pessoa física que prestar
serviço de natureza não eventual a empregador,
sob dependência deste e mediante salário ", vale
dizer que o advogado que se enquadrar nesta
moldura, é considerado empregado.
É bem de ver-se que, em Países
desenvolvidos como na França, Bélgica e mesmo na
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 161
Suíça, é inadmissível que o advogado se vincule a
uma relação de emprego.
Enquanto que em outros países admite-se
a existência de vinculo empregatício, limitando
todavia a atuação destes profissionais, somente a
esfera administrativa interna das empresas
empregadoras.
Todavia, no Brasil, admite-se a situação
de empregado para os advogados, que participam
das empresas no sentido de bem orienta-las
organizando seus mais variados setores, sem que
implique na perda da capacidade de atuação
advocatícia.
2 - Relação de emprego não retira a
isenção técnica. O legislador valeu-se da expressão
isenção técnica, para gizar que o advogado
empregado mantém sua independência profissional e
toda sua aptidão técnica.
Vale dizer que vinculando-se a um
empregador - geralmente uma grande empresa- o
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 162
advogado mantém imune sua liberdade profissional,
agindo livremente.
3 - Limites a prestação de serviços.
Mesmo vinculado ao empregador, o advogado não
se obriga a prestar serviços para atender aos
interesses particulares e pessoais dos empregadores.
A limitação colocada no texto legal,
implica na certeza de que o empregador ser sempre
pessoa jurídica de direito público ou privado; pois
que de nenhuma maneira o advogado se obriga a
atender o interesse pessoal daqueles que o
remunera.
Art. 19. O salário mínimo profissional do
advogado será fixado em sentença
normativa, salvo se ajustado em acordo ou
convenção coletiva de trabalho.
1 - O salário mínimo profissional. Ao
estabelecer a garantia de percepção de um salário
mínimo fixado em sentença normativa, a lei
estatutária, reconheceu os anseios da classe dos
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 163
advogados, que há mais 25 anos vinha tentando
junto ao Congresso Nacional ver reconhecido este
direito.
Nada menos que dez projetos de lei,
tramitaram pelas duas Casas do Congresso, segundo
interessante estudo elaborado pela advogada Gloria
Márcia Percinoto (in, Revista da OAB FEDERAL ,
vol. XV, pg.61).
Art. 20. A jornada de trabalho do advogado
empregado, no exercício da profissão não
poderá exceder a duração diária de quatro
horas contínuas e a de vinte horas semanais,
salvo acordo ou convenção coletiva ou em
caso de dedicação exclusiva.
§ 1°. Para efeitos desse artigo, considera-se
como período de trabalho o tempo em que o
advogado estiver a disposição do empregador,
aguardando ou executando ordens, no seu
escritório ou em atividades externas, sendo-
lhe reembolsadas as despesas feitas com
transporte, hospedagem e alimentação.
§ 2°. As horas trabalhadas que excederem a
jornada normal são remuneradas por um
adicional não inferior a cem por cento sobre o
valor da hora normal, mesmo havendo
contrato escrito.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 164
§ 3°. As horas trabalhadas no período de
vinte horas de um dia até às cinco horas do
dia seguinte são remuneradas como noturnas,
acrescidas do adicional de vinte e cinco por
cento.
1 - Jornada de trabalho. Ao advogado
empregado esta previsto para a jornada diária de
trabalho diferenciada para o exercício da profissão:
a) Sendo diárias, prestadas de forma
contínua será de 4 (quatro) horas;
b) Sendo semanais, será de no máximo 24
(vinte e quatro) horas;
Podendo todavia ser alterado o número de
horas por acordo ou convenção ou ainda não sendo
caso de dedicação exclusiva.
2 - Contagem das horas trabalhadas. A
jornada de quatro horas diárias ou vinte horas
semanais, para os empregados não sujeitos a
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 165
convenção ou dedicação exclusiva, pode ser
cumprida da seguinte maneira:
a) Tempo em que o advogado estiver em
seu escritório a disposição do empregador,
executando ou aguardando ordens.
b) Atividades externas - executando
ordens - do empregador, caso em que deverá ser
reembolsadas as despesas feitas com transporte,
hospedagem e alimentação.
3 - Horas excedentes. As horas
trabalhadas que excederem a quatro diárias ou vinte
semanais, serão consideradas excedentes implicando
numa remuneração não inferior a cem por cento
sobre o valor da hora normal.
Mesmo havendo contrato escrito, o
advogado empregado nestas condições fará jus ao
acréscimo previsto pela lei.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 166
4 - Horário noturno. O legislador
estatutário estabeleceu que será considerado como
noturnas as horas trabalhadas no período das vinte
horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte.
As horas noturnas trabalhadas serão
remuneradas com adicional de vinte e cinco por
cento.
Art. 21. Nas causas em que for parte o
empregador, ou pessoa por este representada,
os honorários de sucumbência, são devidos
aos advogados empregados.
Parágrafo único. Os honorários de
sucumbência, percebidos por advogado
empregado de sociedade de advogados são
partilhados entre ele e a empregadora, na
forma estabelecida em acordo.
1 - Honorários da sucumbência são
devidos ao advogado empregado. Neste ponto o
Código trouxe uma inovação de máxima
importância. Sem deixar margem a interpretação, a
letra da lei favorecendo os advogados empregados,
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 167
assegura a estes o direito a percepção dos
honorários da sucumbência.
2 - Partilha dos honorários na
sociedade de advogados. Vinculando-se o
advogado a sociedade de advogados os horários
percebidos serão partilhados entre o advogado
empregado e a empregadora conforme pactuado no
contrato de criação da sociedade.
CAPÍTULO VI
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Art.22. A prestação de serviço profissional
assegura aos inscritos na OAB o direito aos
honorários convencionados, aos fixados por
arbitramento judicial e aos de sucumbência.
§ 1°. O advogado quando indicado, para
patrocinar causa de juridicamente
necessitado, no caso de impossibilidade da
defensoria pública no local da prestação de
serviço, tem o direito aos honorários fixados
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 168
pelo juiz, segundo tabela organizada pelo
Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo
Estado.
§ 2°. Na falta de estipulação ou de acordo os
honorários são fixados por arbitramento
judicial, em remuneração compatível com o
trabalho e o valor econômico da questão, não
podendo ser inferiores aos estabelecidos na
tabela organizada pelo Conselho Seccional da
OAB.
§ 3°. Salvo estipulação em contrário, um
terço dos honorários é devido no inicio do
serviço, outro terço até a decisão de primeira
instância e o restante no final.
§ 4°. Se o advogado fizer juntar aos autos o
seu contrato de honorários antes de
expedir-se o mandado de levantamento ou
precatório, o juiz deve determinar que lhe
sejam pagos diretamente, por dedução da
quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo
se este provar que já os pagou.
§ 5°. O disposto neste artigo não se aplica
quando se tratar de mandato outorgado por
advogado para defesa em processo oriundo de
ato ou omissão praticada no exercício da
profissão.
1 - Honorários advocatícios: Deve
entender-se por honorários advocatícios, a
remuneração percebida pelo advogado e estagiários
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 169
pelos serviços prestados no exercício da atividade
de advocacia ( Art.3°, Parágrafos 1° e 2° do
Estatuto).
Não deve ser confundida com salários,
posto que este representa a contraprestação pela
atividade laborativa prestada por empregado; ou
seja, a pessoa física que se vincula a empregador
com dependência econômica e subordinação, que
efetivamente não tipifica a atuação do advogado que
é profissional liberal.
O Estatuto assegura aos inscritos àqueles
que estiverem inscritos nos Quadros da OAB, que
uma vez prestado o serviço advocatício, é devido
honorário, sejam advogados ou estagiários.
2 - Honorários convencionados. É
aconselhável, que sejam convencionados ou
contratados formalmente, a forma de prestação e de
pagamento, pelos serviços prestados ao cliente.
3 - Honorários da sucumbência. Quanto
aos honorários da sucumbência, é de asseverar-se
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 170
que o legislador adjetivo civil estabeleceu no artigo
20 do Código de Processo Civil, que: " A sentença
condenará o vencido a pagar ao vencedor as
despesas que antecipou e os honorários
advocatícios. Essa verba honorária será devida,
também, nos casos em que o advogado funcionar
em causa própria".
Insta admitir-se que a verba honorária, é
devida a parte vitoriosa no litígio, pela dicção do
código, sem embargo, modificado o entendimento
frente ao dispositivo estatutário, que assevera que o
advogado faz jus aos honorários decorrentes da
sucumbência.
Todavia é de todo aconselhável que ao
contratar a prestação dos serviços advocatícios, se
faça constar expressamente do contrato que os
honorários da sucumbência serão recebidos pelo
advogado e ou estagiário.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 171
4 - Honorários fixados em
arbitramento. Não sendo convencionados os
honorários e tampouco fixados em sentença judicial.
Uma vez provada a prestação do serviço
advocatício o advogado poderá requerer sejam
fixados por arbitramento, os seus honorários.
Daí recomendar-se a contratação dos
honorários em ato formalizado, ou seja, contrato de
honorários, repita-se, todavia quando o cliente,
revoga a procuração outorgada, pode e deve o
profissional, exigir a justa remuneração pelos
serviços prestados; mesmo porque, o não
pagamento implica em enriquecimento sem causa
por parte do cliente, outorgante.
5 - Assistência judiciária. A defensoria
gratuita aos necessitados, assegura aos advogados, a
percepção de honorários.
O valor corresponde ao mínimo fixado na
tabela de honorários estabelecida pelo Conselho
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 172
Estadual da OAB, cujo ônus de pagamento é
suportado pelo Estado.
É que a atuação nesses casos substitui a
Defensoria Pública, ausente ou mesmo deficiente.
Interessante anotar-se a necessidade de
uniformização do valor dos honorários em todo o
território nacional.
Em Santa Catarina, o Decreto N°
7.037/79, estabeleceu a forma de remuneração para
assistência judiciária quantificada em Unidade de
Serviço de Assistência Judiciária (USAJ), ou seja
valor que se vincula a tabela de honorários, com
reajuste automático pelos índices do Governo
Federal.
Em louvável iniciativa a Tesouraria da
Secional, faz publicar diariamente em jornal de
circulação estadual o valor atualizado da USAJ, que
ajuda em muito advogados e estagiários.
6 - Não recebe honorários. Os
honorários não são devidos ao advogado quando
este postular na defesa de processo oriundo de ato
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 173
ou omissão praticada no exercício da profissão;
tratando-se de mandato outorgado por advogado.
Vale dizer mandato de advogado para advogado...
Art. 23. Os honorários incluídos na
condenação, por arbitramento ou
sucumbência pertencem ao advogado, tendo
este direito autônomo para executar a
sentença nesta parte, podendo requerer que o
precatório, quando necessário, seja expedido
em seu favor.
1 - Os honorários incluídos na
condenação. Pertencem ao advogado os honorários
incluídos na condenação seja por arbitramento ou
sucumbência.
Pertencendo os honorários ao advogado
este poderá de forma autônoma executar a sentença
nesta parte - mesmo porque tal decisão se constitui
em título executivo extrajudicial, a teor do artigo 24
do Estatuto , podendo requerer que o precatório,
quando necessário seja expedido em seu favor.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 174
Art. 24. A decisão judicial que fixar ou
arbitrar honorários e o contrato escrito que
os estipular são títulos executivos e
constituem crédito privilegiado na falência,
concordata, concurso de credores, insolvência
civil e liquidação extrajudicial.
§ 1°. A execução dos honorários pode ser
promovida nos mesmos autos da ação em que
tenha atuado o advogado, se assim lhe
convier.
§ 2°. Na hipótese de falecimento ou
incapacidade civil do advogado, os
honorários da sucumbência, proporcionais ao
trabalho realizado, são recebidos por seus
sucessores ou representantes legais.
§ 3°. É nula qualquer disposição, cláusula,
regulamento ou convenção individual ou
coletiva que retire do advogado o direito ao
recebimento dos honorários de sucumbência.
§ 4°. O acordo feito pelo cliente do advogado
e a parte contrária não lhe prejudica os
honorários, quer os convencionados, quer os
concedidos por sentença.
1 - Honorário se constitui em titulo
executivo. Por força desta lei, os honorários uma
vez fixados em sentença condenatória ou de
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 175
arbitramento, se constitui em dívida liquida certa e
exigível, ou seja, título executivo.
É de gizar-se que igualmente tem força
executiva o contrato de honorários.
É importante que o advogado contrate por
escrito os honorários e a forma de atendimento,
devendo todavia ser gizado que o vínculo
obrigacional, não impõe ganho de causa.
Sendo expressiva a orientação
jurisprudencial, como se colhe do aresto publicado
na Revista de Jurisprudência Brasileira, vol. 35,
p.199 verbis: " O contrato de advogado gera, via
de regra, uma obrigação de meios, pois o
profissional não se obriga a conseguir determinado
resultado mas, sim, empenhar-se com zelo,
diligência e dedicação, para a consecução do
resultado pretendido por seu cliente".
2 - Crédito privilegiado. Tanto a
sentença condenatória, como de arbitramento, e
ainda o contrato escrito de honorários, se constituem
em crédito privilegiado na falência, concordata,
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 176
concurso de credores, insolvência civil e liquidação
extrajudicial.
Nesse sentido pacificou-se a
jurisprudência na linha ementada pelo TACSP,
verbis: " Se o advogado tem direito autônomo a
executar os honorários já arbitrados
definitivamente, a ele cabe o levantamento dessa
verba, que não pode ser deferido á ,massa falida
para ser rateada entre todos os credores
quirografários." (In, Jurisp. Bras. Vol.135, p.224)
3 - A execução dos honorários. A
execução dos honorários pode ser promovida pelo
advogado: a) - Processo de execução autônomo
(Art.24). b) - Execução parcial da sentença nos
autos da condenação (Art.23). c) - Ou
conjuntamente com a sentença condenatória,
igualmente nos autos da ação, sem assim lhe
convier.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 177
4 - Falecimento do advogado. Mesmo
após a morte do advogado ou estagiário, fica
garantida percepção dos honorários da sucumbência
pelos herdeiros do advogado falecido, ou mesmo
ocorrendo incapacidade civil, proporcional aos
serviços prestados.
Portanto, a prestação de serviços
advocatícios, integram a acervo patrimonial do
profissional do direito, e o recebimento do valor
poderá ser feito também por seus representantes
legais.
De igual forma, deverão ser pagos os
honorários contratados, na proporção dos serviços
efetivamente prestados, cuja aferição poderá ser
feita por acordo entre as partes ou através de pedido
especial de arbitramento, para redução de valor
devido pelo contratante.
5 - Honorários da sucumbência é
direito personalíssimo. O legislador deu uma
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 178
proteção especial ao direito de percepção dos
honorários da sucumbência devidos ao advogado.
Desta forma são nulos e de nenhum
efeito jurídico, quaisquer atos tendentes a retirar do
advogado o direito a percepção de honorários,
notadamente em se tratando de clausulas adesivas,
iterativamente utilizadas, por algumas instituições
creditícias.
6 - O acordo feito pelo cliente. O
Estatuto, coloca a salvo o direito do advogado á
percepção de seus honorários sendo estes devidos
mesmo havendo acordo entre o cliente a parte
contrária. A menos que tenha acordado com os
termos do acordo.
Esta norma garante a percepção dos
honorários sejam estes convencionados ou mesmo
concedidos por sentença.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 179
Art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de
cobrança de honorários de advogado,
contado o prazo:
I - do vencimento do contrato, se houver;
II - do trânsito em julgado da decisão que os
fixar;
III - da ultimação do serviço extrajudicial;
IV - da desistência ou transação;
V - da renúncia ou revogação do mandato.
1 - Prescreve em cinco anos. O
legislador estabeleceu o prazo de cinco anos para
cobrança de honorários.
Quer nos parecer que se refere ao prazo
para cobrança executiva, já que para cobrança via
ação ordinária, como direito pessoal o prazo seria
dilargado para 20 anos (Art. 177 CC).
Todavia insta observar-se, que o prazo
prescricional estabelecido pelo Código Civil é de
um ano para cobrança de honorários (Art.178, § 6°,
Inc. X)...
De resto importa, saber que conforme
preleciona Alcides de Mendonça LIMA: " Sendo
prescrição de direito patrimonial, a mesma apenas
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 180
poderá ser conhecida e decretada mediante
provocação da parte a quem aproveite (art.166-
C.Civil e art.219, § 5°do C. Proc. Civil) ". 10
2 - Contagem do prazo prescricional
para cobrança dos honorários. O Estatuto
estabelece de forma clara a contagem do prazo de
cinco anos:
1. Se houver contrato, de seu vencimento.
2. Tratando-se de sentença da data em
que transitar em julgado.
3. Do término o serviço extrajudicial.
4. Da data da desistência ou transação.
5. Da data da renúncia do mandato.
Art. 26. O advogado substabelecido, com
reserva de poderes, não pode cobrar
honorários sem a intervenção daquele que lhe
conferiu o substabelecimento.
10
LIMA, Alcides Mendonça. Dicionário do Código de Processo Civil
Brasileiro. São Paulo. Editora Revista dos Tribunais.1986 p.450.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 181
1 - O advogado substabelecido. O
substabelecimento pressupõe a transferência de
representação judicial, podendo esta ser com ou
sem reserva de poderes.
O legislador assegurou ao advogado
substituído, que tenha se reservado iguais poderes
de representação no processo, o direito a percepção
dos honorários.
Desta forma o substabelecido somente
pode receber a verba referente a honorários sem a
intervenção daquele que conferiu o
substabelecimento.
Nada impede todavia que no ato do
substabelecimento o advogado decline desse direito;
tendo-se como certo de que não constando
expressamente prevalece a regra imposta pela lei.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 182
CAPÍTULO VII
DAS INCOMPATIBILIDADES E
IMPEDIMENTOS
Art. 27. A incompatibilidade determina a
proibição total e o impedimento a proibição
parcial do exercício da advocacia.
Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo
em causa própria, com as seguintes
atividades:
I - chefe do Poder Executivo e membros da
Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos
legais;
II - membros de órgãos do Poder
Judiciário, do Ministério Público, dos
tribunais e conselhos de contas, dos juizados
especiais, da justiça de paz, juizes classistas,
bem como de todos os que exerçam função de
julgamento em órgãos de deliberação coletiva
da administração pública direta ou indireta;
III - ocupantes de cargos ou funções de
direção em orgãos da Administração Pública
direta ou indireta, em suas funções e em suas
empresas controladas ou concessionárias de
serviço público;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 183
IV - ocupantes de cargos ou funções
vinculados direta ou indiretamente a
qualquer órgão do Poder Judiciário e os
que exercem serviços notariais e de registro;
V - ocupantes de cargos ou funções
vinculados direta ou indiretamente a
atividade policial de qualquer natureza;
VI - militares de qualquer natureza, na
ativa;
VII - ocupantes de cargos ou funções que
tenham competência de lançamento,
arrecadação ou fiscalização de tributos e
contribuições parafiscais;
VIII - ocupantes de funções de direção e
gerência em instituições financeiras inclusive
privadas.
§ 1° - A incompatibilidade permanece
mesmo que o ocupante do cargo ou função
deixe de exercê-la temporariamente.
§ 2° - Não se incluem nas hipóteses do inciso
III os que não detenham poder de decisão
relevante sobre interesses de terceiro, a juízo
do Conselho competente da OAB, bem como
a administração acadêmica diretamente
relacionada ao magistério jurídico.
1 - Incompatibilidade e impedimento.
Tanto a incompatibilidade, como o impedimento,
se constituem em óbice legal, que inibe o advogado
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 184
exercitar profissionalmente a atividade de
advocacia.
A incompatibilidade, caracteriza-se como
de maior gravidade, determinando a proibição total
para o exercício da atividade advocatícia; enquanto
que o impedimento, sendo menos grave, atinge a
determinados advogados, com inibição parcial para
o exercício profissional.
2 - A advocacia é incompatível. O
artigo28 do Código, enumera os casos em que não é
permitida a atividade de advocacia, mesmo em
causa própria, ou seja, a proibição é total, senão
vejamos:
I - CHEFE DO PODER EXECUTIVO,
ou sejam todas as pessoas que assumem o cargo de
Prefeito, Governador ou Presidente da República
como chefes deste Poder, não podem advogar;
estendida esta proibição legal aos membros da
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 185
Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos
legais.
II - MEMBROS DE ÓRGÃOS DO
PODER JUDICIÁRIO. Não podem advogar aqueles
que exercem funções de julgamento em órgãos de
deliberação coletiva da administração pública direta
ou indireta, membros do Poder Judiciário, do
Ministério Público, dos tribunais, conselho de
contas, juizados especiais, justiça de paz e juizes
classistas.
III - OCUPANTES DE CARGOS DE
DIREÇÃO. Aqueles que ocuparem cargos ou
função de direção em órgãos da Administração
Pública direta ou indireta, fundações ou empresas
controladas ou concessionárias de serviço público,
estão proibidos de advogar. A juízo do Conselho da
OAB, poderão ser excluídos aqueles que não
detenham poder de decisão relevante sobre interesse
de terceiros, bem como administração acadêmica
diretamente relacionada com o magistério jurídico.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 186
IV - SERVIÇOS NOTARIAIS E DE
REGISTRO. Estão proibidos de exercer a atividade
de advocacia, todos aqueles que ocupem cargos ou
função vinculada diretamente ou indiretamente a
qualquer órgão do Poder Judiciário, bem como os
que exercem serviços notariais e de registro.
V - ATIVIDADE POLICIAL. A
atividade policial, exercida diretamente ou mesmo
indiretamente se constitui em fato proibitivo ao
exercício da advocacia.
VI - MILITARES NA ATIVA. Os
militares que estiverem na ativa estão igualmente
proibidos de advogar.
VII - FUNÇÃO TRIBUTÁRIA. Todos
aqueles que ocupem cargos ou funções de
lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos
e mesmo contribuições parafiscais estão proibidos
de advogar.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 187
VIII - INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS.
É vedada a atividade advocatícia a todos aqueles
que ocupem função de direção e gerência de
instituições financeiras, inclusive privadas.
3 - Exercício temporário. A proibição
total para estas pessoas permanece mesmo que o
ocupantes do cargo ou função proibitiva, deixe de
exercê-la temporariamente.
Art. 29. - Os Procuradores Gerais,
Advogados Gerais, Defensores Gerais e
dirigentes de órgãos jurídicos da
Administração Pública direta, indireta e
fundacional, são exclusivamente legitimados
para o exercício da advocacia vinculada a
função que exerçam durante o período da
investidura.
1 - Procuradores Gerais. A teor deste
dispositivo, todas as pessoas nele incluídas estão
habilitados para postular em favor dos órgãos aos
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 188
quais se vinculam, com poderes gerais de
representação para o exercício da atividade
advocatícia, durante o período da investidura.
Art. 30. São impedidos de exercer a
advocacia:
I - os servidores da administração direta,
indireta e fundacional, contra a Fazenda
Pública que os remunere ou à qual seja
vinculada a entidade empregadora;
II - os membros do Poder Legislativo, em
seus diferentes níveis, contra ou a favor das
pessoas jurídicas de direito público, empresas
públicas, sociedades de economia mista,
fundações públicas, entidades para-estatais
ou empresas concessionárias ou
permissionárias de serviço público.
Parágrafo único - Não se incluem nas
hipóteses do inciso I os docentes dos cursos
jurídicos.
1 - São impedidos de exercer a
advocacia. Na terminologia estatutária o
impedimento jurídico que deve ser entendido como
a proibição parcial para a atividade de advocacia
que atinge determinados advogados.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 189
2 - Servidores, ou seja, aquelas pessoas
legalmente investidos nos cargos da administração
pública; distinguindo-se:
a) ADMINISTRAÇÃO DIRETA, os
serviços que integram a administração pública
diretamente vinculada a Presidência da República e
seus Ministérios.
b) ADMINISTRAÇÃO INDIRETA,
integrada por entidades dotadas de personalidade
jurídica própria, tais como:
c) AUTARQUIAS, que são entes
jurídicos criados por lei, com autonomia financeira e
administrativa, exercendo atividade típicas da
Administração Pública.
d) EMPRESA PÚBLICA,
caracterizada como pessoa jurídica de direito
privado, integralizada com recursos da União, tendo
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 190
patrimônio próprio. São criadas por lei, para atuar
numa determinada área econômica para atender as
conveniência administrativa.
d) SOCIEDADE DE ECONOMIA
MISTA, igualmente se apresentam como pessoa
jurídica de direito privado, criadas por lei sob forma
de Sociedade Anônima, tendo a União participação
majoritária.
e) FUNDAÇÕES, se caracterizam como
entes jurídicos com personalidade jurídica própria
criadas pela Administração Pública para a
realização de objetivos de interesse coletivo.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 191
CAPÍTULO VIII
DA ÉTICA DO ADVOGADO
Art. 31. O advogado deve proceder de forma
que o torne merecedor de respeito e que
contribua para o prestigio da classe e da
advocacia.
§ 1°. O advogado, no exercício da profissão,
deve manter independência em qualquer
circunstância.
§ 2°. Nenhum receio de desagradar a
magistrado ou a qualquer autoridade, nem
de incorrer em impopularidade, deve deter o
advogado no exercício da profissão.
1 - Ética do advogado. Definimos ética
como o conjunto de princípios que regem a
conduta funcional dos advogados no exercício da
profissão.
Neste sentido preleciona Antônio Carlos
OSÓRIO, que:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 192
As normas éticas cuja infração é sancionável
disciplinarmente embora não constituam ilícito
civil, penal ou contravencionista, são a rigor
normas disciplinares de cuja observância prestam
conta os profissionais aos órgãos a que estão
subordinados. De sua infração não decorre mais
apenas a censura moral, mas penas materiais que
podem ir desde advertência até a suspensão de
atividades e eliminação do quadro profissional.
São então comandos jurídicos impostos pelo
direito, e cuja eficácia prática é controlada pelo
Estado. Embora através de órgãos
descentralizados formados pelos próprios
profissionais, segundo as várias leis que
disciplinam as profissões regulamentadas.11
É importante ressaltar que não basta a
graduação em Ciências Jurídicas, para obtenção do
status de advogado; eis que todo o diplomado pelas
Faculdades de Direito, são na verdade bacharéis
como vimos anteriormente.
Todavia é de gizar-se que para o
exercício profissional do advogado se exige,
rigorosa observância aos princípios de moralidade,
honradez, lisura e competência. A tais predicados
se acrescenta a vocação humanista, que faz da
advocacia um verdadeiro sacerdócio.
11 OSÓRIO Antônio Carlos. Peço a Palavra Pela Ordem Editora
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 193
2 - O advogado deve proceder. Vale
dizer que o advogado tem o dever ético de se
conduzir de forma a tornar-se merecedor de
respeitabilidade. Devendo ainda esta sua conduta
ilibada contribuir para o prestígio da classe dos
advogados e da própria atividade de advocacia.
3 - Independência profissional. A
atuação profissional do advogado se assenta sobre
a liberdade e a independência, ou seja, sua
atuação é personalíssima.
Como senhor de seus atos o
advogado, somente obedece a sua consciência
profissional e aos limites das normas jurídicas
legalmente estabelecidas.
A formação intelectual do advogado, é
calcada na ciência do direito de cunho humanistico.
Importa alertar-se que no exercício de seu
ministério do advogado não pode ficar adstrito a
corrente "idealista francesa" que coloca a
UTOPIA, 1992 p.51
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 194
profissão do advogado como verdadeiro
"sacerdócio", e como tal, a contraprestação pelos
serviços prestados se resume da "honra" com
efeito meramente honorífico, daí a origem da
palavra "honorários"; de igual forma não pode
ficar jungido ao estipêndio monetário, com
contornos dependência econômica, subordinação,
enfim de vínculo empregatício.
4 - Independência em qualquer
circunstância. O Código impõe ao advogado
manter-se livre em qualquer situação.
A circunstância que pode comprometer
a mais completa liberdade de atuação diz respeito a
remuneração pelos serviços prestados pelo
advogado. Se de um lado não podemos ficar adstrito
a corrente " idealista francesa " que coloca a
profissão advocatícia como verdadeiro sacerdócio;
onde a contra prestação pelos serviços prestados
tem como resultado " honorários ", ou seja, a
honra recebida de que se reveste o prestador dos
serviços efetivamente prestados.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 195
De igual forma não se pode quedar no
extremo oposto, que reduz a atividade profissional
do advogado a simples relação de emprego; esta na
verdade comprometeria a liberdade em face da
subordinação.
Desta forma a perfeita equidistância é a
solução, a competente atuação dos profissionais do
direito deve ser remunerada a título de honorários,
traduzido em moeda que lhe permita uma vida digna
e economicamente estável.
5 - Advocacia como profissão liberal. O
Código impõe ao advogado manter-se livre em
qualquer circunstância, mesmo quando atuar como
empregado, ex vi do artigo 18 do Código.
Releva observar-se que a Constituição
Federal impõe vedação de " distinção entre
trabalho manual técnico e intelectual entre
profissionais respectivos ", (Art.7°, XXXII) tendo-
se em mira a defesa da igualdade e condição
igualitária de remuneração, o que por óbvio não
retira a liberdade de atuação profissional do
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 196
advogado liberal na mais absoluta acepção do
termo.
6 - Nenhum receio de desagradar a
magistrado...Este preceito tem alcance e efeito de
suma gravidade e deve ser seriamente analisado.
O pleno exercício profissional do
advogado, especialmente na defesa dos direitos
daqueles que se socorrem da prestação
jurisdicional do estado. exige postura destemida e
corajosa mesmo que possa contrariar interesses
jurisdicionais ou mesmo pessoais de magistrados e
autoridades.
De igual gravidade ainda é a difícil
posição do advogado que no exercício de sua
profissão se coloca contra os anseios da
coletividade. inclinada a pronta e sumária
condenação de acusado, cuja defesa é confiada ao
advogado.
Neste sentido preocupou-se o legislador
em impor como condição ética, marchar sem
temor, arrostando a tudo a todos; dando bem a idéia
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 197
do soldado que mesmo solitariamente deve
defender seu posto como última cidadela de defesa
de seu território...a " plenitude de defesa " de seu
constituinte como consagrado no Art. 7°, XXXVII,
a da Constituição Federal.
Art. 32. O advogado é responsável pelos atos
que, no exercício profissional, praticar com
dolo ou culpa.
Parágrafo Único - Em caso de lide temerária,
o advogado será solidariamente responsável
com seu cliente, desde que coligado com este
para lesar a parte contrária, o que será
apurado em ação própria.
1 - O advogado é responsável. O
advogado, na verdade será sempre responsável por
todos os atos que praticar, como cidadão integrado
a comunidade já que se lhe impõe o dever de agir de
forma a trazer prestígio para sua classe. Já no
exercício da profissão, será responsabilizado pelos
atos que praticar, prejudicando terceiros, no
desempenho da atividade advocatícia.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 198
O legislador todavia, fez incluir no
capítulo que trata dos deveres da ética e disciplina, a
responsabilidade objetiva de reparação patrimonial
desde que os pratique de forma deliberada para
prejudicar terceiros (=dolo) ou mesmo
involuntariamente a título de (=imperícia, já que age
como profissional).
2 - Em caso de lide temerária. O termo
lide é encontrado no Código de Processo Civil,
tendo-se como certo que aqui também o legislador
se refere a responsabilidade de reparação de danos
causados a terceiros pelo advogado como
procurador judicial.
Tem-se como lide temerária aquela
destituída de fundamento jurídico, a que o próprio
Código de Processo Civil, pune o litigante de má
fé, em seu artigo 16, com a seguinte dicção:
"Responde por perdas e danos aquele que pleitear
de má-fé como autor, réu ou interveniente"
Desta forma estabelece o Estatuto que
agindo temerariamente, o advogado é responsável
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 199
solidariamente com seu cliente, elencando as
seguintes condições:
a) - Prova da coligação do advogado com
o cliente, com objetivo de lesar a parte contrária.
b) - Ação própria, para provar o conluio e
o objetivo lesivo.
Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir
rigorosamente os deveres consignados no
Código de Ética e Disciplina.
Parágrafo único. O Código de Ética e
Disciplina regula os deveres do advogado
para com a comunidade, o cliente, o outro
profissional e, ainda, a publicidade, a recusa
do patrocínio, o dever de assistência jurídica,
o dever geral de urbanidade e os respectivos
procedimentos disciplinares.
1 - Cumprimento do Código de Ética e
Disciplina. O Estatuto ao obrigar o advogado a
cumprir os deveres insculpidos no Código de Ética e
Disciplina, fez desaparecer a feição meramente
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 200
moral, imprimindo-lhe efeito de regra jurídica
coativa material.
É bem verdade quem o ordenamento
ético já dispunha de força coativa ao impor punição
as suas transgressões, que agora se tornou
imperativo na norma cogente estatutária.
Se no caput imprimiu o legislador o selo
da obrigatoriedade rigorosa de observância do
dever ético-profissional, já no seu parágrafo único
enumera as áreas de atuação que deseja ver
iluminada pelo Diploma Moral Corporativo.
2 - Deveres regulados pelo Código de
Ética e Disciplina. De forma clara e sintética o
legislador enumera as formas de relacionamento
em que deve ser obedecidos os deveres éticos:
I - Com a comunidade, que o inter-
relacionamento do advogado de forma mais ampla
possível, como a coletividade social em que vive.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 201
II - Com o cliente, que deve ser o
destinatário personalíssimo de seu esforço
profissional. Que exemplo grandioso nos deixou
Rui, ao ser censurado profissionalmente por colher
doutrinariamente parte de textos adredemente
escolhidos que somente respaldavam a tese de seu
cliente. Tal reprimenda recebeu pronta resposta no
sentido de que é lícito ao advogado dedicar todo o
esforço compatíveis com a boa ética no sentido de
tornar vitoriosa a tese de seu cliente; sem embargo,
obriga-se a recusar patrocínio a cliente cujos atos
denotem postulação de má fé.
III - Com o outro profissional, eis que
atuando na conturbada área do contraditório o
advogado deve despersonalizar sua atividade
tratando seu colega de forma respeitosa, leal e
plena de consideração; não aceitando super-
posição de mandato sem anuência do advogado
com quem tenha que colaborar ou a quem vier a
substituir. ( Veja-se comentário pg.19 retro )
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 202
IV - A publicidade, deve ser comedida o
advogado quer quanto ao anunciar sua atividade
devendo restringir-se a mencionar o endereço de
seu local de trabalho e a especialidade no ramo do
direito; quer quanto aos seu trabalhos forenses;
sendo-lhe eticamente vedado provocar ou sugerir
publicidade que importe propaganda de seus
merecimentos ou atividades.
V - Assistência jurídica, prestando,
desinteressadamente, serviços profissionais aos
miseráveis, devotando todo o esforço e solicitude;
admitida a escusar-se por motivo justo.
VI - Dever geral de urbanidade,
repisa o legislador a forma ampla da melhor
conduta do advogado, no meio em que atua
devendo pautar-se pela forma educada, lhana,
respeitosa com reflexos positivos para o
prestigiamento de sua classe.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 203
V - Procedimentos disciplinares,
finalmente o Estatuto se refere ao Código de Ética e
Disciplina como regulador dos procedimentos
disciplinares.
CAPÍTULO IX
DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES
Art. 34. Constitui infração disciplinar:
I - exercer a profissão, quando impedido de
fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu
exercício aos não inscritos, proibidos ou
impedidos;
II - manter sociedade profissional fora das
normas e preceitos estabelecidos nesta lei;
III - valer-se de agenciador de causas,
mediante participação dos honorários a
receber;
IV - angariar ou captar causas, com ou sem
a intervenção de terceiros;
V - assinar qualquer escrito destinado a
processo judicial ou para fim extrajudicial
que não tenha feito ou em que não tenha
colaborado;
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 204
VI - advogar contra literal disposição de lei,
presumindo-se a boa fé quando
fundamentado na inconstitucionalidade, na
injustiça da lei ou em pronunciamento
judicial anterior;
VII - violar, sem justa causa, sigilo
profissional;
VIII - estabelecer entendimento com a parte
adversa sem autorização do cliente ou ciência
do advogado contrário;
IX - prejudicar, por culpa grave, interesse
confiado ao seu patrocínio;
X - acarretar, conscientemente, por ato
próprio, a anulação ou a nulidade do processo
em que funcione;
XI - abandonar a causa sem justo motivo ou
antes de decorridos dez dias da comunicação
da renúncia;
XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo,
assistência jurídica, quando nomeado em
virtude de impossibilidade da Defensoria
Pública;
XIII - fazer publicar na imprensa,
desnecessária e habitualmente, alegações
forenses ou relativas a causas pendentes;
XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei,
de citação doutrinária ou de julgado, bem
como de depoimentos, documentos e
alegações da parte contrária, para confundir
o adversário ou o juiz da causa;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 205
XV - fazer, em nome do constituinte, sem
autorização escrita deste, imputação a
terceiro de fato definido como crime;
XVI - deixar de cumprir, no prazo
estabelecido, determinação emanada do órgão
ou autoridade da Ordem, em matéria de
competência desta, depois de regularmente
notificado;
XVII - prestar concurso a clientes ou a
terceiros para realização de ato
contrário à lei ou destinado a fraudá-lo.
XVIII- receber de constituinte qualquer
importância para aplicação ilícita ou
desonesta de emprego, na qualidade de
advogado, não retira a insenção técnica nem
reduz a independência profissional inerentes
a advocacia.
Parágrafo único. O advogado empregado,
não está obrigado à prestação de serviços
profissionais de interesse pessoal dos
empregadores, fora da relação de emprego.
1 – Infração disciplinar. Dizemos
infração disciplinar a transgressão das normas
escritas de conduta tipificada no ordenamento
jurídico codificado. Cuidando-se neste capítulo,
desde o exercício da profissão até a conduta dos
profissionais no que respeita aos superiores
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 206
princípios de probidade e dignidade como
atributos pessoais dos advogados.
2 – Exercer a profissão quando
impedido. O obstáculo intransponível ao exercício
da advocacia atinge àqueles advogados que,
vinculando-se a entidades públicas
profissionalmente, estão impedidos de advogar
contra elas (art. 31 EOAB).Sujeito portanto a
proibição parcial do exercício da advocacia, na
dicção do Estatuto.
De igual maneira, cometem infração
disciplinar os advogados que facilitarem, por
qualquer meio, a prática de atos advocatícios a
pessoas não inscritas nos quadros da Ordem dos
Advogados do Brasil e, ainda, aos advogados que
exercerem atividade incompatível com a advocacia,
conforme elencado pelo artigo 29 do Estatuto.
3 – Sociedade profissional fora das
normas. Sociedade profissional pressupõe a união
de esforços advocatícios de dois ou mais
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 207
profissionais inscritos nos quadros da OAB,
reunidos em sociedade civil.
A constituição do ato associativo, exige
formal atendimento das disposições do Estatuto , na
forma preconizada pelo disposto em seu artigo 15.
Dir-se-ia que o não atendimento dessa
disposição legal implica na existência de mera
sociedade de fato, cuja prática implica em
transgressão sujeitando os sócios às sanções
disciplinares.
Releva observar-se que, todavia, poderão
dois ou mais profissionais inscritos nos quadros da
OAB dividir espaço em um mesmo escritório ou
local de trabalho de atendimento ao público sem que
evidencie a existência de sociedade o que
obviamente não tipifica a transgressão prevista neste
inciso.
4 – Valer-se de agenciador de
causas...Ou seja, utilizar-se dos préstimos ou
intervenção de outra pessoa para captar demandar,
desde que, o agenciados tenha participação nos
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 208
honorários recebidos pelo advogado, tipifica
infração etico-disciplinar.
Dada a gravidade da transgressão que
implica em concorrência desleal, a até mesmo
enriquecimento sem causa, não se houve com o
necessário rigor o legislador estatutário,
condicionando a transgressão a efetiva participação
na percepção da verba honorária; pois, sabemos que
o comprometimento ético não se subsume a
vantagem econômica, mas sim ao cargo ou prestígio
de quem intermedia que fere o princípio da livre
concorrência e submete o advogado a retribuir o
“favor” recebido.
5 – Angariar ou captar causas.
Constitui infração disciplinar a aproximação
deliberadamente sutil do advogado a uma das partes
com objetivos escusos de advogar em seu favor.
Seja esta aproximação pelo suo de boas
maneiras e ainda por conduta de forma enredada
com inteligência, com aparência de sincero
propósito de imprescindível e necessário auxilio.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 209
É esta sem dúvida a forma reprovável e
mais generalizada de obtenção de captação de
serviços profissionais, como consequência da
multiplicação dos Cursos de Direito. Neste sentido a
legislação pune o que se passou a denominar de
concorrência profissional desleal por ato do
próprio advogado ou de terceiros.
6 – Assinar escrito de autoria alheia.
Três elementos essenciais são exigidos para a
tipificação dessa transgressão disciplinar:
a) – existência material de qualquer
escrito;
b) - que o escrito se destine a processo
judicial ou extrajudicial;
c) - que o profissional inscrito não tenha
feito ou colaborado.
Sem dúvida a disposição não teve o
necessário alcance e abrangência analisando-se
exegeticamente o texto, exsurge que o transgressor
fica impedido de assinar escrito que se destine a
processo judicial ou não, que implica em fechar a
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 210
porta para a contrafação, deixando-se todavia
aberta oura porta, ou seja a colaboração.
Por via de consequência torna-se difícil a
tipificação quando se sabe que a colaboração pode
apresentar-se de muitas formas, até por simples
troca de informações verbais.
É preciso todavia profundar-se a análise
direcionada para o uso de peças fornecidas por
pessoas e empresas via internet, quando maus
profissionais, se valem de trabalhos alheios, em
petições e contestações seriadas, cometendo
infração disciplinar.
É que os juízes e advogados, ficam
sujeitos a leitura inocuamente repetitiva de dezenas
de páginas, de autoria alheia, captadas em
programas de computador, em conduta infracional,
que por se enquadrar na moldura do Inc. V, do
artigo 34 do Estatuto, sujeita o infrator a
reprimenda estatutária.
Não se pode todavia, confundir assinar
escrito que não tenha colaborado com a
prerrogativa legal estatutária do advogado visar,
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 211
contratos e atos constitutivos de pessoas jurídicas,
como vimos anteriormente.
7 – Advogar contra literal disposição
de lei. É necessário estabelecer a correlação
existente entre esta disposição e as disposições
contidas no Capítulo II do Código de Processo
Civil, nos artigos 14 até 18, que normatizam os
deveres das partes e dos procuradores,
reputando má-fé, a postulação contra texto
expresso de lei e o disposto pelo art. 34, Inc. VI
do Estatuto.
É que na Lei Instrumental Adjetiva Civil,
o legislador enquadra na litigância de má-fé a
postulação contraria lei; aqui a transgressão
disciplinar não ocorre se o advogado agir
fundamentado inconstitucionalidade, na injustiça da
lei ou em pronunciamento judicial anterior.
Verifica-se pois a toda evidencia a
dilargada possibilidade de atuação do advogado
onde se evidencia a flexibilidade na utilização do
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 212
instrumental jurídico necessário ao desempenho de
seu mister.
Resumindo-se: enquanto para a legislação
adjetiva prevalece a interpretação restritiva atuação
de má-fé, na legislação corporativa codificada
prevalece a analise dos pressupostos especiais cuja
investigação exegética é submetida ao advogado.
O que deve ficar bem claro é que, a
atividade advocatícia exige um pleno e sólido
domínio das normas codificadas, e do tirocínio e
capacidade postulatória do advogado depende o
êxito ou o indesejado insucesso da sua demanda.
8 – Violar, sem justa causa, sigilo
profissional. Pela atuação especial e personalíssima
do advogado é da máxima importância a necessária
e absoluta segredacão dos atos e fatos que lhe são
confiados pelo cliente.
Na verdade o advogado se torna fiel
depositário das angústias mais inconfessáveis de
seres humanos, que procuram na discreta atuação do
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 213
advogado solução para suas mais tormentosas
angustias.
Todavia autoriza o legislador ao
advogado quebrar o compromisso do sigilo, quando
esta conduta estiver de acordo com a lei e bons
costumes, ou na linguagem estatutária por justa
causa.
Esta excepcionalidade exige do advogado
a imensa responsabilidade de avaliar a necessidade
de quebrar o que podemos denominar de cristal de
proteção da vida íntima de seu cliente, quando o
conhecimento por terceiros seguramente vier em
beneficio do próprio constituinte ou confidente, ou
ainda para evitar mal maior.
9 – Entendimento com a parte
contrária. O entendimento, aproximação ou contato
com a parte contrária somente é admitida,
atendendo-se a dois pressupostos míminos exigidos:
a) – autorização pelo próprio cliente;
b) - ciência do advogado contrário.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 214
O lugar e modo devido para a
aproximação das partes litigantes é a sala de
audiências, que pela respeitabilidade as mais
profunda animosidade, é passível de controle.
Tem se mostrado de grande valia, a
utilização pelos advogados do pedido de realização
de audiência conciliatória, facultada pelo legislador
adjetivo a qualquer tempo e fase do processo.
Na impede que o advogado recebendo
poderes para transacionar e acordar, represente seu
cliente no denominado entendimento suasório para
evitar litígio, mas é de todo recomendável que
qualquer acordo que faça, venha sempre a respaldo
direto de seu cliente.
O dispositivo sob comento, por óbvio,
visa proteger os interesses do cliente, a fim de que o
entendimento preliminar que objetiva evitar litígio
futuro, sempre se faça na conveniência do titular do
direito o que é salutar.
10 – Prejudicar por culpa grave...
Agindo o advogado profissionalmente mediante a
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 215
percepção de honorários, obriga-se a bem e
fielmente defender os interesses de seu constituinte.
A responsabilidade decorrente de ato de
representação, vale dizer procuração. Aqui o
legislador ao fazer uso do termo culpa grave,
fazendo clara referência ao mal causado ao cliente,
quer por ação ou mesmo omissão considerada
importante ou relevante ou na linguagem, estatutária
com, culpa grave: Negligência, imprudência ou
imperícia.
Todavia para que se obrigue a reparação a
culpa deve ser de tal magnitude que implique no
desconhecimento de regras que são de
conhecimento de regras que são de conhecimento ao
comum dos homens.
Sendo na visão doutrinária do emérito
Washington de Barros Monteiro, “a modalidade
que mais se aproxima do dolo”.12
Aqui denota-se a intenção de proteção
corporativa, eis que modernamente a melhor
doutrina consagra a princípio de que a culpa mesmo
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 216
levíssima induz á reparação dos danos causados;
máxime, tratando-se de profissional, com
conhecimento em área de atuação especializada,
cuja condução dos interesses da parte lhe são
confiados na sua integralidade.
Observa-se pois, que poderá não ser
considerada como infração disciplinar a ocorrência
de danos causados à parte por culpa do advogado,
ensejando entretanto à luz do ordenamento comum a
obrigação de indenizar.
11 – Acarretar nulidade ou anulação do
processo. Esta transgressão exige a ação do
advogado que de forma consciente age de forma a
causar a nulidade ou anulação do processo em que
postule.
Observe-se que esta disposição encontra
correlação com o Código de Processo Civil que no
artigo 245, impõe a parte o dever de alegar na
primeira oportunidade que lhe couber falar nos
autos, a existência de nulidade.
12 MONTEIRO Washington de Barros. Obr. Cit. p.413
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 217
12 – Abandonar a causa sem justo
motivo. Exige o código que o advogado seja fiel e
persistente no desempenho do mandato recebido.
Poderá todavia renunciar ao desempenho
do mandato na forma do artigo 45 do Código de
Processo Civil; sendo que aqui, para que não incorra
na transgressão disciplinar não poderá desistir do
patrocínio da causa sem justo motivo ou fazê-lo
antes do decênio em caso de renúncia.
13 – Recusar-se a prestar sem justo
motivo assistência...Na verdade compete a
Defensoria Publica a prestação de assistência
jurídica gratuita aos necessitados.
Todavia dada a característica ímpar da
atividade advocatícia que se assenta sobre
superiores princípios humanistas, constitui
transgressão disciplinar a recusa injustificada no
cumprimento dessa obrigação corporativa.
Ausência ou deficiência da Defensoria
Pública e ainda a inexistência de motivo justo, são
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 218
pressupostos necessários para que o advogado
incorra na transgressão tipificada pelo ordenamento
estatutário.
14 – Fazer publicar na imprensa...Ou
seja, como matéria paga ou não, constitui infração
disciplinar ao advogado, fazer publicar de forma
habitual e desnecessariamente alegações forenses ou
mesmo causas pendentes.
A atuação do advogado tem seu brilho e
esplendor nos limites do processo, pois é nele que
defende os interesses de seu constituinte.
O Estatuto veda a forma desnecessária de
dar-se publicidade aos atos profissionais que pratica
in folium, o que é salutar.
15 – Deturpar o teor de dispositivo de
lei... A análise deste dispositivo demonstra
impecável construção técnica, ao punir a alteração
maliciosa das fontes de direito de forma objetiva, ou
seja o teor de:
a) – dispositivo de lei;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 219
b) - citação doutrinária;
c) - excertos jurisprudências;
d) - teor de documentos;
e) - alegações, da parte contrária;
f) - induzir o juiz em erro.
Importa assinalar-se que tal procedimento
se constitui em litigância de má-fé, que impõe a
parte responsável pela transgressão a responder por
perdas e danos quando demandar maliciosamente
(art. 16 e 17 do CPC).
Vale dizer, que repugna ao direito
postulação tisnada pela malícia, alcançando
internamente o mandatário judicial e externamente o
próprio mandante.
Todavia insta repisar que é lícito ao
advogado em prol de sua tese retirar de escritos,
depoimentos, documentos e outros meios
moralmente admissíveis, tão somente os excertos
que respaldam seus argumentos.
Na verdade, em se tratando de dispositivo
de lei ou mesmo documentos, dificilmente se poderá
separar parte do escrito sem que se lhe altere o
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 220
sentido amplo assegurado pela integralidade.
Todavia, exige o texto codificado para que a
transcrição parcial tipifique transgressão disciplinar
a intenção de induzir em erro o adversário ou juiz da
causa.
16 – Imputação a terceiro de fato
definido como crime...Este preceito, da máxima
importância, exige que no instrumento procuratório
conste expressamente poderes para atribuir à parte
adversa ou terceiro ação antijurídica, típica,
culpável e punível, na concepção clássica de crime.
Transcende a regra instrumental
preconizada pelo artigo 38 do Código de Processo
Civil, ao estabelecer que a procuração geral para
o foro, instrumentalizada por ato jurídico escrito de
ordem particular ou publica habilita o advogado a
praticar todos os atos do processo.
Exigindo, poderes específicos para
receber citação inicial, confessar, reconhecer a
procedência do pedido, transigir, desistir,
renunciar ao direito sobre que se funda a ação,
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 221
receber e dar quitação e ainda firmar
compromisso, e por disposição
estatutária...imputar a terceiro fato definido como
crime.
Portanto para imputar a outrem em nome
do constituinte ou outorgante, cometimento de
crime, se faz necessário poderes especiais com a
descrição do fato, exatamente como será descrito
na petição judicial.
17 – Deixar de cumprir determinação.
A notificação regular para prática de determinação
legal que tem origem corporativa, impõe ao
advogado observância e cumprimento.
Dir-se-ia que este dispositivo imprime
força coativa às determinações ético-disciplinares
interna corporis, desde que atendidos os
pressupostos mínimos, ou seja: Determinação
interna corporis; competência e notificação, que
significa, cientificação personalíssima expressa.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 222
18 – Prestar concurso...Este dispositivo
colima coibir a incúria profissional coibindo
qualquer participação dos advogados na prática de
atos contrários ao direito.
Sendo o advogado defensor intransigente
da lei e do direito, dos princípios de legalidade
enfim, não se pode admitir concorra de qualquer
forma para conspurcá-los sob qualquer pretexto ou
forma.
Portanto nada justifica que ferindo tais
princípios o advogado empreste sua competência
profissional concorrendo para que seu cliente ou
mesmo terceiros pratiquem atos contrários a lei ou
mesmo possam de qualquer forma fraudá-la.
Todo o advogado tem consciência de que
a lei como ato jurídico ordinatório instituído pelo
legislador no cumprimento do mandato
outorgado pelo povo, deve ser cumprida e qualquer
ato atentatório a ela agride o estado de direito,
comprometendo a estrutura jurídica da sociedade.
Em síntese, o respeito ás normas
codificadas se constitui na perda angular da
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 223
profissão do advogado e na linha mestra do fiel
desempenho da atividade advocatícia, constituindo
portanto e, gravíssima infração disciplinar a sua não
observância.
18 – Receber valores da parte
contrária...O dever de fidelidade profissional impõe
de um lado a remuneração por parte do cliente e de
outro lado, o não recebimento de qualquer valor
pelo advogado de terceiros e máxime da parte ex
adversa.
Bem andou o legislador em capitular
como infração disciplinar o recebimento pelo
advogado de quaisquer valores decorrentes do
objeto do mandato, que não advierem de seu próprio
cliente ou por outrem sem sua expressa autorização;
eis que inspira atuação a profissional do advogado
superiores princípios de probidade e dignidade.
É de atentar-se para a gravidade e
extensão deste dispositivo que de certa forma
restringe os poderes específicos contidos no
instrumento do mandato para transigir e acordar;
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 224
neste passo, a transação e os acordos somente
poderão ser concretizados com a presença do
representado.
Nada impede todavia, que nos termos do
mandato conste expressamente poderes para
receber valores da parte contrária ou de terceiro
interessado, relacionados com o objeto do
mandato dando quitação, afastando-se assim a
infração corporativa.
Convém atentar-se para o fato de que,
tais poderes expressos especiais pela sua gravidade
e importância não poderão constar da procuração de
forma adesiva, e que logo após o recebimento de
tais valores, deverá ser prestado conta ao outorgante
do mandato, que deverá apor sua concordância de
forma expressa.
20 – Locupletar-se à custa do
cliente...Trata-se de disposição de feição
moralizadora que coíbe a simples retenção de
valores pertencentes ao cliente ou de terceiros em
decorrência da atividade advocatícia.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 225
Aliás a locupletação é uma forma ilícita
de enriquecimento, sendo pois de expressivo
alcance, a reprimenda disciplinar, podendo a
lucupletação ser praticada de qualquer forma, pelo
próprio advogado ou por interposta pessoa.
Sem qualquer esforço de interpretação,
conclui-se pela simples leitura do artigo sob
comento, que a intenção do legislador é coibir
abusos. Tendo-se em conta a justa remuneração
devida ao advogado pelos serviços prestados ao
cliente, levando-se em conta a fama profissional, a
complexidade do trabalho enfim todos os fatores
que devem ser considerados para bem ser
recompensado pelos serviços prestados.
21 – Necessidade de prestação de
contas. É principio incontroverso de direito que
todo aquele que age em nome de outrem obriga-se a
prestar contas de sua representação.
A prestação de contas deve ser feita ao
próprio cliente ou recusando-se este em receber no
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 226
tempo e na forma devida, através o juiz, mediante
competente postulação judicial.
Eis que consabidamente incorre em mora,
tanto aquele sendo obrigado a prestar contas não o
faz, como aquele que estando obrigado a recebê-las
se negar igualmente a receber.
22 – Reter, abusivamente, ou extraviar
autos recebidos...Com efeito, a retenção abusiva de
autos é aquela que excede ao prazo legal ou
convencional; já o extravio é a perda involuntária,
mas todavia, culposa dos autos.
Com efeito a devolução dos autos, via de
regra deve se fazer no prazo máximo legal de 5
(cinco) dias (Art. 40 CPC); retendo o advogado os
autos alem desse prazo estará caracterizada a
conduta abusiva desde que comprovada a restituição
com o competente mandado de busca a apreensão
exarado pelo juiz da causa.
Igual penalidade se aplica ao advogado
que extraviar autos, cujo abrandamento da norma
estatuária deverá ocorrer jurisprudencionalmente,
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 227
eis que o advogado poderá sequer, ter concorrido
culposamente para o extravio dos autos, sendo
injusta portanto a punição, mediante a aplicação da
norma estatutária como direito posto.
Desta forma uma vez ocorrido o extravio,
o advogado deverá imediatamente comunicar o fato
á Seccional da OAB, onde estiver inscrito,
promovendo a imediata restauração dos autos
extraviados pagando as custas devidas.
Todavia ao fazer-se referência aos autos
recebidos em confiança, enseja certa dúvida, porque
é inaceitável que sejam recebidos autos em
confiança do cartório, eis que, dada a
responsabilidade personalíssima do advogado não é
de boa prática, a entrega de autos para terceiros,
mesmo em confiança...
Á luz do disposto pelo artigo 40 do
Código De Processo Civil, o advogado tem direito
de requerer, como procurador, vista dos autos de
qualquer processo pelo prazo de 5 (cinco) dias
(Inc. I); retirar os autos do cartório ou secretaria,
pelo prazo legal, sempre que lhe competir falar
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 228
neles por determinação do juiz, nos casos
previstos em lei (Inc. II); estabelecendo o Código
Instrutório Adjetivo, que sendo comum ás partes o
prazo, a retirada dos autos do cartório poderá ser
feita mediante prévio ajuste, por petição (§ 2º),
não os restituindo ou extraviando comete infração
disciplinar.
21 – Deixar de pagar contribuições...O
advogado está obrigado a pagar as contribuição
devidas a OAB, bem como outros valores devidos á
qualquer título sob pena de cometer infração
disciplinar em face do inadimplemento.
A prova do descumprimento obrigacional
é a notificação regular.
Sem embargo, insta observar-se que a
punição por dívida civil, á exceção do
inadimplemento voluntário e inescusável de
obrigação alimentícia, e ainda aquela do
depositário infiel, é vedado pela nossa Carta
Política (art. 5º Inc. LXVII CF), in casu, mensuradas
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 229
as proporções, é de se questionar a higidez legal do
dispositivo sob comento.
24 – Incidir em erros. Tendo-se como
certo que, para a inscrição nos quadros da Ordem e
consequente exercício da profissão advocatícia se
exige qualificação técnica comprovada em
competente EXAME DE ORDEM, difícil admitir-se
na prática a ocorrência de inépcia profissional.
Forçoso todavia admitir-se, a
possibilidade de incidência de erros reiteradamente
cometidos pelo advogado, em decorrência de
comprometimento de ordem psicológica quer por
embriaguez ou dependência de drogas, enfim pela
degenerescência da personalidade, que acaba por
comprometer a atuação profissional, sintomatizada
nos seus escritos.
25 – Manter conduta incompatível com
a advocacia. Sem dúvida, aquele que se diz
vocacionado para ungir com seu trabalho a
consagração de uma justiça imaculada, não
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 230
poderá oficiar com as mãos sujas; a imagem é
forte, e nem poderia deixar a ser, quando se exige
do advogado conduta ética irrepreensivelmente
compatível o exercício de sua profissão.
Dir-se-ia que este dispositivo estatutário
representa a “espada de Dâmocles”, que sustentada
apenas por um fio pende sobre a cabeça dos
advogados; lembrando-os a cada instante que
advogar significa honrar o compromisso
inquebrantável de probidade e dignidade livremente
assumido pelo profissional do direito.
26 – Fazer falsa prova de qualquer dos
requisitos para inscrição nos quadros da OAB.
Consabidamente para inscrição nos quadros da
Ordem é exigido comprovação dos requisitos
mínimos de idoneidade, probidade e capacidade
técnica pelo postulante.
A inexatidão ou falsidade de qualquer um
dos requisitos exigidos para obtenção da inscrição
nos quadros da OAB, enseja a nulidade do ato de
inscrição; daí porque entendemos que não há como
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 231
se aplicar pena disciplinar aquele que nunca esteve
legalmente inscrito; todavia há que se aceitar tal
punição como um plus, punitivo dada a gravidade
da conduta.
Resulta pois que serão nulos, portanto de
nenhum efeito jurídico, todos os atos praticados
pelo inscrito, cuja inscrição for declarada nula a
nulidade dos atos praticados pelo infrator no
processo, devem ser declarados nulos, de oficio
pelo juiz no momento em que tiver conhecimento da
nulidade da inscrição; vale dizer, que as petições,
requerimentos e demais atos processuais, em que
tenha intervindo o inscrito, serão declarados nulos e
não poderão ser ratificadas, ensejando o julgamento
antecipado do processo, respondendo o infrator
pelos danos causados.
27 – Tornar-se moralmente inidôneo
para o exercício da advocacia. A idoneidade moral
representa a chave para abrir a porta da Ordem para
o ingresso do advogado; a perda constitui grave
infração disciplinar.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 232
A idoneidade moral pressupõe a
existência de valores ‘ticos imprescindíveis à boa
formação de caráter do advogado.
Tem-se como valores morais aqueles que
superam a conduta social irrepreensível, que está
acima das normas cogentes legais de conduta; daí
ter-se como certo que ao advogado se exige conduta
exemplarmente sem mácula, nivelado e mesmo
acima da lei; são estas condições que, sabiamente
exige o Texto Legal Estatutário.
28 – Praticar crime infamante. Ou seja,
aqueles crimes que resultem de ações torpes, do
procedimento de caracterize crime grave cometido
pelo inscrito, trazendo o descrédito e perda de
reputação ao imputado e a sua classe.
No direito são considerados crimes
infamantes, o homicídio, o perjúrio, a heresia, o
adultério, e ainda o lenocínio; quando a própria
sentença condenatória assim o declara ou considera
em face da condução torpe do acusado.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 233
Nesta ordem, devem ser excluídos os
crimes inafiançáveis, previstos pelo artigo 5º Inc.
XLII e XLIII da Constituição Federal.
28 – Praticar, o estagiário, ato
excedente a sua habilitação. Os estagiários, ou
seja, aqueles que cursando Faculdade de Direito,
estejam regularmente inscritos na Ordem, somente
poderão postular em juízo assinando em conjunto
com advogado e sob a responsabilidade deste. (Art.
2º EOAB)
Desta forma sujeitam-se a sanção
disciplinar o estagiário que exorbitar os limites
impostos pela legislação estatutária.
30 – Inclui-se na conduta
incompatível...Pela sua gravidade o legislador
tipifica a conduta que fere a ética profissional dos
advogados ou seja: a prática reiterada de jogo de
azar, não autorizados pela lei; conduta pública
escandalosa e finalmente o vício da embriaguez ou
dependência tóxica, estas últimas sendo habituais,
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 234
ora, sendo dependência a habitualidade é
consequência.
Art. 35 – As sanções disciplinares consistem
em:
I – censura;
II – suspensão;
III- exclusão;
IV – multa
Parágrafo único – As sanções devem constar
dos assentamentos do inscrito, após o trânsito
em julgado da decisão, não podendo ser
objeto de publicidade a de censura.
1- Sanção disciplinar. Podemos definir
como sanção disciplinar, a punição imposta pelo
Órgão de Classe, por infrações disciplinares
cometidas pelos advogados e estagiários inscritos
nos quadros da OAB.
Desta forma, a sanção, está para a
transgressão disciplinar dos inscritos nos quadros da
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 235
OAB, como a pena, está para aqueles que praticam
crimes comuns.
A falta disciplinar cometida por
advogados e estagiários no exercício da profissão,
não se submete a atividade jurisdicional do juiz ou
mesmo do Ministério Público, devendo ser decidido
interna corporis.
Daí decorre conseqüências que pela sua
importância devem ser gizadas, tais como: os juízes
não podem impor sanções aos advogados e
estagiários, mesmo ante flagrante existência de
infração disciplinar; a competência para processar e
julgar esses profissionais é da OAB, e não exclui a
competência da jurisdição comum quando o fato
constitui crime ou contravenção.
Desta forma insta admitir-se que poderá
ocorrer falta disciplinar sem que ocorra infração
penal, sendo que todavia toda a sentença
condenatória trânsita pelo cometimento de crime
comum por inscrito, se constituirá sempre em
infração disciplinar.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 236
2- Gradação das sanções disciplinares.
A aplicação das sanções obedece a fatores de
ordem, fática, pessoal, levando em conta até mesmo
o histórico funcional dos sancionados, elencados
como: CENSURA, SUSPENSÃO, EXCLUSÃO e
MULTA.
A multa poderá ser aplicada
cumulativamente com as sanções de censura ou
suspensão.
3 – Censura...Se caracteriza como sanção
disciplinar que consiste em admoestação corporativa
escrita, sigilosa, A infração macula os registros do
censurado, fazendo desaparecer a primariedade.
A aplicação da sanção de censura,
comporta como se viu, a cumulação da pena de
multa.
4 – Suspensão...Implica no impedimento
temporário do exercício dos atos privativos dos
inscritos na OAB.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 237
Tendo-se presente fatores de agravamento
ou de atenuantes que militam contra ou a favor do
infrator o prazo deverá atender ao mínimo de 30
(trinta) dias e máximo de 12 (doze) meses.
Comporta igualmente a suspensão,
aplicação cumulativa da sanção pecuniária.
5- Eliminação...é a mais severa das
sanções, resultando na cassação das prerrogativas
profissionais do infrator.
O sancionado não mais poderá direta ou
indiretamente praticar os atos inerentes ao exercício
da advocacia.
Vale asseverar que em tal situação,
valendo-se de outro profissional inscrito para
praticar atos advocatícios, praticará ato nulo, sendo
que o advogado conivente deverá sofrer sanções
pela transgressão disciplinar ( Art. 35, Inc. I do
EOAB).
7 – Multa...representa um valor em
dinheiro, cujo pagamento é imposto ao sancionado
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 238
de forma acessória às sanções de censura e
suspensão. A sanção pecuniária deve atender ao
mínimo do valor de 1 (uma) anuidade até o máximo
de 10 (dez) anuidades.
Importante assinalar-se que para
aplicação das sanções deve ser atendidos os
pressupostos procedimentais e processuais,
assegurado ao inscrito o exercício da ampla defesa.
7 – As sanções devem constar dos
assentamentos do inscrito. Tendo o inscrito
registro personalíssimo na OAB, e constituindo-se a
conduta profissional fato de suma importância, faz-
se necessário o registro fiel em seus assentamentos.
O trânsito em julgado da decisão é
condição para ser validamente efetuado o registro.
8 – A censura, não comporta publicidade
tendo caráter sigiloso, por via de consequência
também será sigilosa a multa dada sua natureza
acessória.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 239
As demais sanções comportam
publicidade, sendo esta uma forma de
complementação e eficácia da punição; máxime,
para evitar a prática de atos que por inválidos
venham a prejudicar terceiros interessados.
9 - Interessa verificar-se se a instrução
do processo deve correr em segredo corporativo.
Releve se considerado que o procedimento
reservado deve ser observado, por dois motivos
capitais:
1º - Aquele a quem se atribui cometimento
de transgressão disciplinar é, até prova contraria,
inocente, eis que cabe ao denunciante o ônus da
prova.
2o - Ab initio, é impossível saber-se qual
a sanção final a ser aplicada, podendo ser pertinente
aquela de censura, que não permite publicidade...
Já no que diz respeito a adoção do termo
sanção disciplinar, insta ouvir-se os ensinamentos
doutrinários de Paulo Luiz Neto LOBO, no sentido
de que:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 240
Preferiu-se a locução sanção disciplinar,
em lugar de pena, porque a infração
disciplinar e sua consequência são regidas
pelos princípios do direito administrativo,
como paradigma do direito material, não
lhes aplicando o direito penal, nem
mesmo subsidiariamente (...). Ao
processo disciplinar, contudo, o direito
processual penal e supletivo.13
Art. 36. A censura é aplicável nos casos de:
I - infrações definidas nos incisos I a XVI e
XXXIX do art. 34;
II - violação a preceito do Código de Ética e
Disciplina;
III - violação a preceito desta lei, quando
para a infração não se tenha estabelecido
sanção mais grave.
Parágrafo único - A censura pode ser
convertida em advertência, em ofício
reservado, sem registro nos assentamentos do
inscrito, quando presente circunstância
atenuante.
1 - Censura é aplicável...O Estatuto
estabelece de forma clara os casos em que deve ser
13 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Obr. Cit. p.141
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 241
aplicada da censura, remetendo-se aos inc. I a XVI
e XXIX do artigo 34, retro, enumerando-se:
I - exercer a profissão quando impedido
de fazê-lo, ou facilitar para que outros exerçam;
II - manter sociedade de advogados fora
das normas estabelecidas no Estatuto;
III - valer-se de agenciador de causas,
percebendo honorários;
IV - captar causas, com ou sem
intervenção de terceiros;
V - assinar qualquer escrito destinado a
processo ou finalidade extrajudicial que não tenha
sido de autoria própria ou colaborado na
elaboração;
VI - advogar contra literal disposição de
lei, excepcionando-se a inconstitucionalidade,
justiça da lei ou julgamento anterior.
VII - violar injustificadamente sigilo
profissional;
VIII - estabelecer entendimento sem
autorização do cliente ou ciência do advogado
contrário;
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 242
IX - prejudicar com culpa grave interesse
confiado ao seu patrocínio;
X - acarretar por ato próprio nulidade ou
anulação de processo;
XI - abandonar a causa sem justo motivo
antes de dez dias da comunicação da renúncia;
XII - negar-se a prestar assistência
judiciária, sem justo motivo;
XIII - fazer publicar pela imprensa
desnecessária e habitualmente alegações forenses
ou relativas a processos pendentes;
XIV - deturpar o teor de dispositivo de
lei, citação doutrinária, julgado, depoimentos,
documentos e alegações para confundir o adversário
ou o juiz da causa;
XV - fazer em nome do constituinte e sem
autorização deste, imputação a terceiro de fato
definido como crime;
XVI - deixar de cumprir prazos após
devidamente notificado;
XXIX - praticar o estagiário ato
excedente a sua habilitação;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 243
Ainda será passível de censura o
profissional que, violar preceito do Código de
Ética e Disciplina.
2 - Conversão da pena de censura em
advertência. Pode ocorrer a atenuação da pena de
censura para simples advertência.
Este abrandamento obedecerá aos bons
antecedentes do infrator, como atenuantes
favoráveis a aplicação da sanção.
Art. 37 - A suspensão é aplicável nos casos
de:
I - infrações definidas nos incisos XVII a
XXV do art. 34;
II - reincidência ou infração disciplinar.
§ 1° - A suspensão acarreta ao infrator a
interdição do exercício profissional, em todo
território nacional, pelo prazo de trinta dias a
doze, de acordo com os critérios de
individualização previstos neste capítulo.
§ 2° - Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII
do artigo 35, a suspensão perdura até que
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 244
satisfaça integralmente a divida, inclusive
com correção monetária.
§ 3° - Na hipótese do inciso XXIV do art. 35,
a suspensão perdura até que preste novas
provas de habilitação;
1 - A suspensão é aplicável...Suspensão
do latim suspensio, deve-se entender como a
punição que interrompe temporariamente a atividade
de advocacia do inscrito, sendo aplicável nos casos
de infrações:
a) Incisos XVII a XXV do artigo 34,
verbis:
XVII - prestar concurso a clientes ou a
terceiros para realização de ato contrário á lei ou
destinado a fraudá-la;
XVIII- solicitar ou receber de constituinte
qualquer importância para aplicação ilícita ou
desonesta;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 245
XIX - receber valores, da parte contrária
ou de terceiro, relacionados com o objeto do
mandato, sem expressa autorização do constituinte;
XX - locupletar-se, por qualquer forma, á
custa do cliente ou da parte adversa, por si ou
interposta pessoa;
XXI - recusar-se, injustificadamente, a
prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele
ou de terceiros por conta dele;
XII - reter, abusivamente, ou extraviar
autos recebidos com vista ou em confiança;
XXIII - deixar de pagar as contribuições,
multas e preços de serviços devidos á OAB, depois
de regularmente notificado a fazê-lo;
XXIV - incidir em erros reiterados que
evidenciem inépcia profissional.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 246
XXV - manter conduta incompatível com
a advocacia.
2 - Reincidência em infração
disciplinar. É passível de suspensão portanto o
inscrito que tendo sofrido sanção pelo cometimento
de infração disciplinar repete a transgressão.
Aqui o legislador se refere a reincidência
genérica, ou seja, o cometimento de qualquer das
infrações previstas pela norma estatutária.
Excetuando-se, por óbvio, a aplicação aos que
sofrer sanção de exclusão, prevista pelo artigo 28
do EOAB, que impede a reincidência.
3 - A suspensão acarreta ao infrator a
interdição do exercício profissional...O legislador
valeu-se do termo interdição de interdicere em
virtude do qual se impede a prática da atividade de
advocacia pela transgressão da norma disciplinar.
A sanção de suspensão situa-se pela força
da lei entre um mínimo de trinta dias e um máximo
de doze meses, levando-se em conta critérios de
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 247
justa individualização e atenuação da aplicação da
sanção corporativa.
4 - Aumento do prazo de suspensão. O
prazo de interdição para a atividade de advocacia,
pode ser aumentada, nos casos de:
a) No caso da necessidade de prestação
de contas por valores recebidos, até a efetiva
prestação.
b) Deixar de pagar valores devidos a
OAB, a suspensão perdure até que efetue o
pagamento.
c) Inépcia profissional, evidenciado por
erros reiterados na atividade advocacia, a suspensão
perdura até que preste (=logrando aprovação)
novas provas de habilitação.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 248
Na hipótese de dividas de valor deverá
satisfazer a dívida inclusive com correção
monetária.
Art. 38 - A exclusão é aplicável nos casos de:
I - aplicação por três vezes de suspensão;
II - infrações definidas nos incisos XXVI a
XXVIII do art. 35.
Parágrafo único - Para a aplicação da sanção
disciplinar de exclusão é necessária a
manifestação favorável de dois terços dos
membros do Conselho Estadual competente.
1 - A exclusão é aplicável. O Código
estabelece expressamente os casos em que aplica a
sanção punitiva máxima, ou seja, a exclusão de
seus quadros:
a) Sofrer o inscrito por três vezes
suspensão.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 249
b) Cometer infrações, tais como, previstas
pelo artigo 34 do Estatuto, sendo:
XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos
requisitos para inscrição na OAB;
XXVII - tornar-se moralmente inidôneo
para o exercício da advocacia;
XXVIII- praticar crime infamante.
2. Votação de dois terços. Dada a
gravidade da sanção disciplinar de exclusão o
Estatuto exige o voto favorável de dois terços dos
membros do Conselho Seccional competente.
Art. 39 - A multa, variável entre o mínimo
correspondente ao valor de uma anuidade e o
máximo de seu décuplo, é aplicável
cumulativamente com a censura ou
suspensão, em havendo circunstâncias
agravantes.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 250
1 - Sanção pecuniária. A multa varia de
um mínimo correspondente ao valor de uma
anuidade e o máximo de 10 anuidades.
Devendo ser aplicada cumulativamente
com a censura ou suspensão, desde que ocorra
contrariamente ao inscrito circunstâncias agravantes.
Art. 40 - na aplicação das sanções
disciplinares são consideradas, para fins de
atenuação, as seguintes circunstâncias, entre
outras:
I - falta cometida na defesa de prerrogativa
profissional;
II - ausência de punição disciplinar anterior;
III - exercício assíduo e proficiente de
mandato ou cargo em qualquer órgão da
OAB;
IV - prestação de relevantes serviços á
advocacia ou á causa pública;
Parágrafo único- Os antecedentes
profissionais do inscrito, as atenuantes, o
grau de culpa por ele revelada, as
circunstâncias e as consequências da infração
são considerados para o fim de decidir:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 251
a) sobre a conveniência da aplicação
cumulativa da multa e de outra sanção
disciplinar;
b) sobre o tempo de suspensão e o valor da
multa aplicáveis;
1 - Aplicação das sanções disciplinares.
Na verdade o legislador deixa ao senso de justiça do
julgador a aplicação da sanção disciplinar, eis que
enumera as atenuantes que expressamente devem
consideradas, entre outras, ou seja:
a) falta cometida na defesa de
prerrogativa profissional, vale dizer exasperação
justificada;
b) primariedade do inscrito;
c) positiva atuação nos quadros da OAB,
no exercício de mandato ou cargo de direção;
d) antecedentes de louvável prestação de
serviços a advocacia ou á coletividade.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 252
2 - Circunstâncias que influem para
aplicação da sanção. Para a criteriosa aplicação da
sanção devem ser levado em conta:
a) As atenuantes retro enumeradas.
b) O grau de culpa com se houve o
inscrito.
c) Circunstâncias e as consequências da
infração.
Devendo ainda o julgador, atentar
especialmente sobre:
a) Conveniência da aplicação cumulativa
da multa e ainda de outra sanção
disciplinar.
b) Tempo da suspensão e valor da multa,
aplicáveis.
Art. 41. É permitido ao que tenha sofrido
qualquer sanção disciplinar requerer, um ano
após seu cumprimento, a reabilitação, em
face de provas efetivas de bom
comportamento.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 253
Parágrafo único- Quando a sanção disciplinar
resultar da prática de crime, o pedido de
reabilitação depende também da
correspondente reabilitação criminal.
1 - Reabilitação disciplinar. Um ano
após o cumprimento da sanção, é permitido aquele
que sofreu sanção disciplinar, requerer sua
reabilitação.
O Código exige para o deferimento do
pedido de reabilitação provas concretas de bom
comportamento. Ou seja, a reabilitação somente
será concedida uma vez provado o resultado de
recuperação do transgressor.
2 - Prática de crime. Todavia se a
sanção disciplinar for aplicada em face do
cometimento de crime pelo inscrito para a
reabilitação corporativa é exigido a correspondente
reabilitação criminal.
É bem de ver-se que neste caso, o
deferimento da reabilitação corporativa tem seu
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 254
prazo dilargado para aquele estabelecido pelo
Código de Processo Penal, que estabelece, verbis:
Art. 743. A reabilitação será requerida ao
juiz da condenação após o decurso de
quatro ou oito anos, pelo menos conforme
se trate de condenado primário ou
reincidente, contados do dia em que
houver terminado a execução da pena
principal ou da medida de segurança
detentiva, devendo o requerente indicar as
comarcas em que haja residido durante
aquele tempo.
Art. 42. Fica impedido de exercer o mandato
o profissional a quem forem aplicadas as
sanções disciplinares de suspensão ou
exclusão.
1 - Impedimento para exercer o
mandato. Sendo o mandato um ato de
representação da classe que exige conduta
profissional ilibada.
O legislador proíbe acertadamente,
receber procuração o inscrito que sofrer aplicação
de sanções disciplinares de suspensão , e máxime
de exclusão.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 255
Vale indagar-se se o inscrito reabilitado e,
poderá exercer o mandato.
Quer nos parecer que a reabilitação
fazendo desaparecer a mácula corporativa poderá
habilitar-se ao exercício do mandato.
Art. 43. A pretensão á punibilidade das
infrações disciplinares prescreve em cinco
anos, contados da data da constatação oficial
do fato.
§ 1° - Aplica-se a prescrição a todo processo
disciplinar paralisado por mais de três anos,
pendente de despacho ou julgamento,
devendo ser arquivado de oficio, ou a
requerimento da parte interessada, sem
prejuízo de serem apuradas as
responsabilidades pela paralisação.
§ 2° - A prescrição interrompe-se:
I - pela instauração de processo disciplinar
ou pela notificação válida feita diretamente
ao representado;
II - pela decisão condenatória recorrível de
qualquer órgão julgador da OAB.
1 - Punibilidade prescreve em cinco anos.
Extingue-se o direito de punição corporativa
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 256
decorridos cinco anos, contados da constatação
oficial do ato.
Não nos parece tenha sido feliz o legislador, na
colocação do marco inicial de inicio do prazo; isto
porque, o prejudicado pela transgressão disciplinar
poderá manter-se inerte por largo tempo, eis
somente após o recebimento da representação pela
OAB se terá como constatação oficial.
Fora de dúvida que a orientação jurisprudencial
deverá dar a necessária solução que melhor atenda
ao interesse comum.
2 - Prescrição por inércia corporativa. A
norma cogente estatutária, prevê a extinção da
pretensão punitiva nos processos disciplinares
paralisados por mais de três anos, pendentes de
despacho ou julgamento.
Na verdade o Estatuto, não estabelece prazo
para cumprimento dos atos processuais; todavia se
tem como certo de que entre a pratica do último ato
e o julgamento não possa exceder a três anos, bem
como a inércia para impulsionar a instrução.
O plausível seria estabelecer-se os prazos
mínimos e máximos para a representação e atos
instrutórios e mesmo para julgamento.
Sendo aconselhável que o Conselho Federal
como órgão corporativo máximo, estabeleça estas
regras através de oportuno e necessário provimento,
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 257
garantindo-se assim o cumprimento de prazos com
uniformidade para todo o território nacional.
Verificada a ocorrência da extinção do direito
de processar pelo decurso do prazo trianual, o
processo deverá ser arquivado de oficio ou a
requerimento da parte interessada, sujeitando-se o
responsável pela inércia a responder por seu ato...
3 - Interrompe-se a prescrição. Vale dizer
que, não corre o tempo para prescrição, a partir da
data da instauração do processo disciplinar, ou
ainda, pela notificação válida feita diretamente ao
representado.
Usando o termo representado o legislador leva
ao entendimento de que para a notificação há que
existir a representação.
Portanto somente após o recebimento da
representação, vale dizer, conhecimento oficial do
ato, é possível interromper-se o fluxo temporal para
ocorrência da prescrição.
Igualmente interrompe a prescrição a decisão
condenatória recorrível de qualquer órgão julgador
da OAB.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 258
TITULO III
DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
Art. 44. - A Ordem dos Advogados do Brasil -
OAB, serviço público dotada de
personalidade jurídica e forma federativa,
tem por finalidade:
I - defender a Constituição, a ordem jurídica
do Estado democrático de direito, os direitos
humanos, a justiça, social, e pugnar pela boa
aplicação das leis, pela rápida administração
da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e
das instituições jurídicas.
II - promover. com exclusividade, a
representação, a defesa, a seleção e a
disciplina dos advogados em toda a República
Federativa do Brasil.
§ 1° - A OAB não mantém com órgãos da
Administração Pública qualquer vínculo
funcional ou hierárquico.
§ 2° - O uso da sigla " OAB " é privativo da
Ordem dos Advogados do Brasil.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 259
2 - A Ordem dos Advogados do Brasil –
OAB-, é serviço público. Inicia o capítulo
estatutário que cuida dos Fins e da Organização da
OAB, por caracterizá-la juridicamente como serviço
público, que pode ser definido como : " Serviço
público é todo aquele prestado pela
Administração ou por seus delegados, sob
normas e controles estatais, para satisfazer
necessidades essenciais ou secundárias da
coletividade, ou simples conveniências do
Estado".( HELY LOPES MEIRELLES, Direito
Administrativo Brasileiro, Edit. RT, 12ª Edição,
pág.274).
É da lição do insigne municipalista citado
que serviço público, propriamente dito são aqueles
que a Administração presta diretamente á
comunidade, por reconhecer a sua essencialidade e
necessidade para a sobrevivência do grupo social e
do próprio Estado.
Enquanto que os serviços que não têm
essa característica de essencialidade, e tampouco
necessidade de sobrevivência do grupo, o Estado
delega poderes para que terceiros promovam a
prestação de serviços que interessa a coletividade,
são os serviços de utilidade pública.
Neste sentido o termo usado pelo
legislador, ajustado a orientação doutrinária, se tem
o serviço prestado pela OAB, como essencial para a
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 260
comunidade, e desta forma dada sua máxima
importância é serviço público, sim.
Deve ser gizado, pela sua máxima
importância o fato de que ao caracterizar-se como
prestadora de serviço público, a OAB, deve
sujeitar-se as normas que regem a Administração
Pública, ex vi, do artigo 37 da Constituição
Federal, vale dizer que deve atender aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade, bem como todas as demais
determinações que regem a matéria.
3 - Personalidade jurídica. Numa
análise bem acadêmica podemos entender a OAB
como ente jurídico, criado pela lei, capaz de
direitos e obrigações no mundo social. Todavia é
importante ter-se presente a lição dos mestres, como
Washington de Barros MONTEIRO, que diante do
instituto da pessoa jurídica, afirmam tratar-se de
“tema tormentoso, fascinante e sempre novo,
devido a suas variadas e modernas aplicações”
Ainda na lição do didático e saudoso
professor paulista colhe-se que:
Para bem compreender a existência de
semelhantes entidades, as pessoas jurídicas, é
preciso partir da idéia de que o indivíduo, muitas
vezes, por si só será incapaz de realizar certos
fins que ultrapassam suas forças e os limites da
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 261
vida individual. Para consecução desses fins, o
indivíduo tem de unir-se a outros homens,
formando associações, dotadas de estrutura
própria e de personalidade privativa, com as
quais supera a debilidade de sua forças e a
brevidade de sua via. 14
É bem de ver-se que estes entes jurídicos
passando a interessar ao Estado, prove sua criação
através de lei, delegando poderes que permite a
realização de sua finalidade sendo reconhecido pela
ordem jurídica como sujeitos de direitos.
4 - Forma federativa. Inspirado na
Federação ou Estado Federal, o legislador
caracterizou a OAB, como um órgão dirigido por
um poder central denominado Conselho Federal,
unido indissoluvelmente, aos Conselhos Seccionais,
Subseções e Caixa de Assistência dos Advogados,
constituindo uma única pessoa jurídica.
Há, assim, uma só OAB, embora
descentralizada em subunidades federadas, que
gozam, de uma autonomia administrativa e para
consecução das suas finalidades, dentro dos limites
estatutários que lhes são impostos.
14
MONTEIRO, Washington de Barros. Obra Cit. p.102.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 262
5 - Defesa da Constituição. A defesa da
Constituição é a finalidade primeira, da OAB, como
Ordenamento Supremo, insculpido no
PREÂMBULO, da Constituição da República
Federativa do Brasil., onde é garantida, a existência
de: um Estado democrático, destinado a
assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada
na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica
das controvérsias..."
Valores de valores tão grandiosos,
somente podem ser confiados a uma classe, que
durante toda sua existência não mediu sacrifícios
para tornar-se destemida e fiel guardiã.
6 - Ordem jurídica do Estado
democrático. A defesa do Estado democrático, se
constitui em compromisso da OAB, tal como
elencados pelo Art.1° da Constituição:
I - a soberania;
II - a cidadania;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 263
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Finalmente o primado de sustentação do
Estado democrático, dentro do principio consagrado
pelo parágrafo único, deste primeiro artigo da
Constituição: "Todo o poder emana do povo, que
o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição."
7 - Os direitos humanos. O advogado
tem uma formação cientifica humanista; o direito é
despojado dos pequeninos nadas da materialidade
que principia e termina no ter, seu horizonte de
infinita amplitude envolve o ser humano, garantindo-
lhe o respeito aos seus direitos mínimos e máximos.
Daí porque não é permitido ao advogado
recusar a prestação de serviços gratuitos aos
necessitados, e acima de tudo defender os pobres,
os oprimidos e os perseguidos.
Finalmente defender aqueles que são os
objetivos fundamentais da própria República
Federativa do Brasil, insculpidos na Constituição
Federal:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 264
Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e
solidária.
III - erradicar a pobreza e a marginalização e
reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
8 - Pugnar pela boa aplicação das leis.
A OAB, pela formação intelectual daqueles que a
integra, sabe que no império da lei e na sua
observância esta a garantia da justiça.
As leis são sempre boas, quando não são
casuísticas para a defesa do interesse de minorias
privilegiadas, e a boa aplicação da leis boas e justas,
constitui o compromisso estatutário da OAB.
9 - Rápida administração da justiça. A
justiça tardia se constitui na pior das injustiça,
advertia RUI, falando de sua tribuna para a história.
A OAB, sempre lutou bravamente contra
a morosidade na prestação jurisdicional do Estado, e
assim fazendo cumpre sua missão estatutária de
zelar pela rápida administração da justiça.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 265
10 - Aperfeiçoamento da cultura e das
instituições jurídicas. A falta de cultura somente
interessa aqueles que se servem dos menos letrados
para eternizar-se no poder.
Como as aves noturnas cujas paredes das
cavernas que lhes servem de abrigo limitam seus
diminuídos horizontes assim também são aqueles
que teimam em manter á margem do moderno
processo cultural os seus semelhantes; a OAB,
estatutariamente tomou a si a responsabilidade de
defender o aperfeiçoamento da cultura ; fazendo
com que resplandeça a luz do saber na caverna
escura da ignorância.
11 - Instituições jurídicas. O termo
instituições, encontradas no texto legal deriva do
latim institutio de instituere com significado de
formar, construir, ensinar.
O compromisso estatutário de defender o
ensino voltado para a ciência jurídica, impõe o
dever que a classe dos advogados têm de participar
ativamente. da criação, fiscalização e
aprimoramento das unidades de ensino voltadas para
essa área de atuação.
A proliferação de Cursos Jurídicos, mais
preocupados com o baixo custo de funcionamento
elitização e quantidade, menos ou nada interessados
com a qualidade de ensino, é uma preocupação
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 266
constante da OAB; em boa hora exigiu-se a
exigência legal da OAB, em opinar para a criação e
aprovação de novos curso, como se verá mais
adiante ( Art. 54, XV ).
12 - Defesa, seleção e disciplina.
Compete a OAB, defender aqueles que exercem a
atividade da advocacia, assim como promover
critérios de seleção e finalmente aplicar as sanções
por transgressão a regras disciplinares.
Desta forma, independente da
responsabilidade civil e criminal pela prática dos
atos praticados no exercício da profissão, os
inscritos sujeitam-se as normas corporativas,
competindo a OAB, com exclusividade exigir a sua
observância.
13 - Independência da OAB. Sendo a
OAB dotada de personalidade jurídica, uma vez
criada pela lei, não mantém com a Administração
Pública, quaisquer vínculos seja quanto ao
funcionamento ou ainda no que diz respeito a
hierarquia.
Somente desta forma a OAB, pode atingir
seus objetivos, até mesmo opondo-se a atuação do
próprio Estado que a criou, resguardando assim os
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 267
mais altos interesses da classe que representa e do
próprio Estado democrático de direito.
14 - Exclusividade da sigla " OAB ". A
palavra sigla tem sua origem no latim e de
procedência grega, e etimologicamente significa
abreviatura. Neste caso se compõe das três letras
iniciais da Ordem dos Advogados do Brasil,
difundida desde sua criação, é de seu uso exclusivo.
Ao contrário do que se pode imaginar a
utilização de siglas e amplamente encontrado nos
escritos romanos, - INRI (= Jesus Nazarenos Rei
dos Judeus), S.P.Q.R. (= Senatus Populusque
Romanus) não sendo absolutamente criação dos
tempos de modernidade em que a pressa exige o
resumo das denominações das entidades. I.A.P.C,
S.T.F., D.A.S.P., OAB , esta, sem a separação
por pontos.
Art. 45 - São órgãos da OAB:
I - o Conselho Federal;
II - os Conselhos Seccionais;
III - as Subseções;
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 268
IV - as Caixas de Assistência dos Advogados.
§ 1° - O Conselho Federal, dotado de
personalidade jurídica própria, com sede na capital da
República é o órgão supremo da OAB;
§ 2° - Os Conselhos Seccionais, dotados de
personalidade jurídica própria, têm jurisdição sobre os
respectivos territórios dos Estados-Membros, do Distrito
Federal e dos Territórios.
§ 3° - As Subseções são partes autônomas do
Conselho Secciona, na forma desta Lei e de seu ato
constitutivo.
§ 4° - As Caixas de Assistência dos
Advogados, dotadas de personalidade jurídica própria,
são criadas pelos Conselhos Seccionais, quando estes
contarem com mais de mil e quinhentos inscritos.
§ 5° - A OAB, por constituir serviço público,
goza de imunidade tributária total em relação a seus
bens, rendas e serviços.
§ 6° - Os atos conclusivos dos órgãos da OAB,
salvo quando reservados ou de administração interna,
devem ser publicados na imprensa oficial ou afixados no
fórum, na íntegra ou em resumo.
1 - São órgãos da OAB. A OAB, tem
forma orgânica, ou seja, na sua composição é
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 269
constituída por um conjunto de órgãos,
independentes e harmonicamente ligados e
submetidos a um poder central.
Assim, é a OAB, composta por quatro
órgãos:
I - Conselho Federal. O termo
Conselho é de origem latina de consilium, ou seja,
assembléia em que se tomam decisões; já a palavra
federal, indica o liame ou laço que une todas os
órgãos que compõe a OAB, foederatio que na
língua-mãe, significava ligar por aliança.
Desta forma Conselho Federal, identifica
o centro de comando, órgão máximo da OAB
dotado de personalidade jurídica própria, com sede
na Capital da República.
II - Conselhos Seccionais. Já o termo
seccional, igualmente tem sua origem no latim
seccio, sectionis, ou seja, parte, divisão de um
todo.
Mais modernamente e especialmente
nesta Lei significa a divisão federativa da OAB com
jurisdição sobre os respectivos territórios dos
Estados-Membros, Distrito Federal e Territórios,
dotados de personalidade jurídica própria.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 270
III - Subseções. Que são partes
autônomas do Conselho Seccional.
IV - Caixas de Assistência dos
Advogados, com finalidade eminentemente
assistencial, são criadas pelos Conselhos
Seccionais, quando estes contarem com mais de mil
e quinhentos inscritos.
2 - Imunidade tributária. Não tendo
finalidade lucrativa, e destinando-se a prestar
serviço público a OAB, situa-se dentre aquelas
entidades que gozam de imunidade tributária, com
relação a seus bens.
A base legal desta imunidade tributária, se
encontra na proibição insculpida na Constituição
Federal que em seu artigo 150 § 2º , determina ser
vedado a União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios, cobrar tributos das autarquias e
fundações instituídas e mantidas pelo poder
público.
É bem de ver-se que não estando a OAB,
perfeitamente enquadrada na moldura do parágrafo
segundo daquele artigo da Lex Máxima, resta buscar
imunidade tributária legal a título de isenção, mas na
forma do preceituado pelo parágrafo 6° do inciso
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 271
VI, do Texto Supremo , mas aí sim, com lei federal
específica...
3 - Publicidade dos atos. Todos os atos
definitivos que interessam a instituição e por
conseguinte aos seus inscritos somente adquire
perfectibilidade jurídica depois de publicado;
excepcionando-se aqueles que forem reservados ou
de administração interna.
O legislador estabeleceu como forma a
publicação na íntegra ou em resumo; e como
meios, através da imprensa oficial, ou ainda, no átrio
do fórum.
Art. 46 - Compete á OAB fixar e cobrar, de
seus inscritos, contribuições, preços de
serviços e multas.
Parágrafo único. Constitui título executivo
extrajudicial a certidão passada pela diretoria
do Conselho Competente, relativa a crédito
previsto neste artigo.
1 - Cobrança de contribuições. Para
custeio de sua manutenção e funcionamento a OAB,
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 272
necessita de recursos financeiros; desta forma não
sendo subvencionada pelo Estado, arrecada de seus
inscritos dinheiro, sob a forma de contribuições
anuais, valores pelos serviços prestados e ainda
multas, sendo de sua competência exclusiva fixar o
valor, bem como promover a necessária cobrança.
A certidão passada pelos Conselhos, -
excluindo-se portanto as Subseções e Caixa de
Assistência-, se constitui em dívida liquida, certa e
exigível, valendo como título executivo
extrajudicial.
Interessante anotar-se que alguns
Conselhos adotaram como parâmetro de valor uma
Unidade de Valor que varia conforme a variação da
moeda, constituindo-se numa maneira inteligente de
manter-se atualizados os valores cobrados pela
instituição.
Art. 47 - O pagamento da contribuição anual
á OAB isenta os inscritos nos seus quadros do
pagamento obrigatório da contribuição
sindical.
1 - Isenção da contribuição sindical. O
pagamento da anuidade a OAB, isenta o inscrito, do
pagamento obrigatório da contribuição sindical.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 273
Mesmo porque a filiação a sindicato é livre
conforme preceitua a Constituição.
Art. 48. - O cargo de conselheiro ou de
membro de diretoria de órgão da OAB é de
exercício gratuito e obrigatório, considerado
serviço público relevante, inclusive para fins
de disponibilidade e aposentadoria.
1 - O cargo de conselheiro. O termo
cargo encontrado no texto corporativo exprime
encargo, responsabilidade, ônus, ocupação.
Na verdade a OAB, para desincumbir-se
de sua missão, serve-se do auxilio laborativo de
seus inscritos, quer na condição de conselheiros
quer como membros da diretorias nos seus órgãos.
Trata-se de prestação de serviço sem
remuneração, devendo se constituir numa honra,
reconhecimento meritório e personalíssimo, o
convite ou mesmo a eleição para o exercício de
quaisquer funções pelos inscritos nos quadros da
OAB.
Sendo todavia considerado como
prestação de serviço público para fins de
disponibilidade ou aposentadoria, considerando-
se ainda como serviço público de máxima
importância ou relevância.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 274
Art. 48. - Os Presidentes dos Conselhos e das
Subseções da OAB têm legitimidade para
agir, judicial e extrajudicialmente, contra
qualquer pessoa que infringir as disposições
ou os fins desta Lei.
Parágrafo único - As autoridades
mencionadas no caput deste artigo têm,
ainda, legitimidade para intervir, inclusive
como assistentes, nos inquéritos e processos
em que sejam indiciados, acusados ou
ofendidos os inscritos na OAB.
1 - As autoridades. Pelos termos desta
Lei, somente podem agir ad e extra processum, os
Presidentes dos Conselhos e Subseções. Sendo que
a disposição sob comento, não deixa dúvida quanto
a intenção de referir-se a quaisquer transgressões
aos termos desta Lei.
O exercício da faculdade de legitimidade
representativa, por óbvio pode ser desempenhado
pessoalmente, ou por terceiros mediante outorga de
mandato extra ou ad judicia.
Estas autoridades detém legitimidade para
qualquer causa, independentemente do objeto e
natureza - no âmbito judicial, ex vi do disposto no
artigo 3°. do CPC; na esfera criminal desde que seja
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 275
indiciado, ou apenas acusados ou ofendidos os
inscritos na OAB, legitima-se para intervir como
assistentes.
Esta última condição não invalida os
inquéritos e processos já que não se cuida de norma
que torna imperativa sob pena de nulidade aqueles
procedimentos, apenas legitima para intervir, como
assistente de seus inscritos.
Art. 50. - Para fins desta Lei, os Presidentes
dos Conselhos da OAB e das Subseções
podem requisitar cópias de peças de autos e
documentos a qualquer tribunal, magistrado,
cartório e órgão da Administração Pública
direta, indireta e fundacional.
1 - Podem requisitar documentos. O
direito as informações consagrado pelo disposto no
artigo 5°., incisos XIV, XXXIII e XXXIV, alínea b
da Constituição Federal, objetiva facilitar e
assegurar o principio do contraditório, necessário a
ampla defesa dos inscritos; este dispositivo legal
amplia o disposto pelo artigo 155, Parágrafo Único,
do Código de Processo Civil, in fine.
A faculdade para requisitar documentos é
ampla, destacando-se qualquer tribunal, magistrado,
cartório e finalmente órgãos da Administração
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 276
Pública direta, indireta e fundacional; fazendo a lei
referência expressa a cópias de peças de autos e
mesmo documentos.
CAPÍTULO I
DO CONSELHO FEDERAL
Art. 51. - O Conselho Federal compõe-se:
I - dos conselheiros federais, integrantes das
delegações de cada unidade federativa;
II - dos seus ex-presidentes, na qualidade de
membros honorários vitalícios.
§ 1° - Cada delegação é formada por três
conselheiros federais.
§ 2° - Os ex-presidentes têm direito apenas a
voz nas sessões.
1 - Composição do Conselho Federal.
O Conselho Federal é integrado pelos conselheiros
federais, com direito a voz e voto; ex-presidentes
com direito somente a voz, já que integram o
Conselho Federal na qualidade de membros
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 277
honorários vitalícios. Presta-se neste passo, justa
homenagem aos ex-presidentes; expressa o
reconhecimento pelo inestimável e relevante
serviços prestado a OAB; e oportunizando para que
opinem sobre as matérias postas em discussão, e
valendo-se da experiência adquirida no exercício do
mandato, bem orientem a solução.
Os presidentes dos Conselhos Seccionais,
quando presentes às reuniões do Conselho Federal,
têm lugar reservado junto à delegação respectiva e
direito somente a voz.
Vale precisar que tanto os ex-presidentes
do Conselho Federal como os presidentes dos
Conselhos Seccionais, quando presentes somente
tem direito a emitir parecer, dado em caráter de
consulta, ou a título de informação, que embora
possa influir nas decisões; caracteriza-se como voz
consultiva porque não é obrigatoriamente tomada
como indispensável à decisão.
2 - Número de Conselheiros Federais.
O Conselho Federal compõe-se de três conselheiros
integrantes de cada delegação que representa cada
uma das unidades da federação (= Estados-
membros, Distrito Federal e Territórios) .
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 278
Art. 53 - O Conselho Federal tem sua
estrutura e funcionamento definidos no
Regulamento Geral da OAB.
§ 1° - O Presidente, nas deliberações do
Conselho, tem apenas o voto de qualidade.
§ 2° - O voto é tomado por delegação, e não
pode ser exercido nas matérias de interesse da
unidade que represente.
1 - Regulamento Geral. Ditando o
Estatuto as normas cogentes gerais de
funcionamento, o legislador deixou as minúcias
diretivas de estrutura e funcionamento da OAB, para
o que denomina de Regulamento Geral.
2 - Voto de qualidade. O Presidente do
Conselho Federal, e por imposição hierárquica os
Presidentes dos Conselhos Seccionais e Subseções,
na deliberações tem somente direito ao voto de
desempate ( = voto de qualidade ).
3 - Voto é tomado por delegação. A
manifestação de vontade deliberativa, é tomada por
delegação, sendo vedado o exercício sobre matérias
de interesse da unidade que represente.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 279
Art. 54 - Compete ao Conselho Federal:
I - dar cumprimento efetivo às finalidades
da OAB;
II - representar, em juízo ou fora dele, os
interesses coletivos ou individuais dos
advogados;
III - velar pela dignidade, independência,
prerrogativas e valorização da advocacia;
IV - representar, com exclusividade os
advogados brasileiros nos órgãos e eventos
internacionais da advocacia;
V - editar e alterar o Regulamento Gera, o
Código de ética e Disciplina, e os Provimentos
que julgar necessários;
VI - adotar medidas para assegurar o
regular funcionamento dos Conselhos
Seccionais;
VII - intervir nos Conselhos Seccionais, onde
e quando constatar grave violação desta Lei
ou do Regulamento Geral.
VIII - cassar ou modificar, de oficio ou
mediante representação, qualquer ato de
órgão ou autoridade da OAB, contrário a esta
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 280
Lei, ao Regulamento Geral, ao Código de
Ética e Disciplina e aos Provimentos, ouvida a
autoridade ou o órgão em causa;
IX - julgar, em grau de recurso, as questões
decididas pelos Conselhos Seccionais, nos
casos previstos neste Estatuto e no
Regulamento Geral;
X - dispor sobre a identificação dos inscritos
na OAB e sobre os respectivos símbolos
privativos;
XI - apreciar o relatório anual e deliberar
sobre o balanço e as contas de sua diretoria;
XII - homologar ou mandar suprir relatório
anual, o balanço e as contas dos Conselhos
Seccionais;
XIII - elaborar as listas costitucionalmente
previstas, para o preenchimento dos cargos
nos tribunais judiciários de âmbito nacional
ou interestadual, com advogados que estejam
em pleno exercício na profissão, vedada a
inclusão de nome de membro do próprio
Conselho ou de outro órgão da OAB;
XIV - ajuizar ação direta de
inconstitucionalidade de normas legais e atos
normativos, ação civil publica mandado de
segurança coletivo injunção e demais ações
cuja legitimação lhe seja outorgado por lei;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 281
XV - colaborar com o aperfeiçoamento dos
cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos
pedidos apresentados aos órgãos competentes
para criação reconhecimento ou
credenciamento desse cursos;
XVI - autorizar, pela maioria absoluta das
delegações a oneração ou alienação de seus
bens imóveis;
XVII - participar de concursos públicos, nos
casos previstos na Constituição e na lei, em
todas as suas quando tiverem abrangência
nacional ou interestadual;
XVIII - resolver os casos omissos neste
Estatuto.
Parágrafo único - A intervenção referida no
inciso VII depende de previa aprovação de
dois terços das delegações, garantindo o
amplo direito de defesa do Conselho
Seccional respectivo, nomeando-se diretoria
provisória para o prazo que se fixar.
1 - Competência do Conselho Federal.
A palavra competência deriva do latim competere,
e significa, aptidão, capacidade e poder, tendo-se
como certo de que o Conselho Federal, é o órgão
supremo da OAB, cabendo-lhe dirigir instituição e
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 282
julgar o procedimento de seus integrantes, esta
capacidade deve ser tomada em seu duplo sentido:
a) Competência administrativa, ou seja, o
Conselho Federal atua num plano de hierarquia
superior a todos os outros órgãos que integram a
OAB. Dotada de poderes decorrentes da Lei, o
Conselho Federal dirige e supervisiona a prestação
de serviço público, a que se destina.
b) Competência de julgamento
corporativo, em grau de recurso, ou seja conhecer
do processo, julgar e punir os seus inscritos.
Em ambos os casos a competência é
absoluta, porque é funcional em razão da matéria e
da hierarquia, sendo inderrogável, a exemplo do que
ocorre com o disposto pelo Art. 111 do CPC.
2 - Dar cumprimento efetivo as
finalidades da OAB. A superioridade hierárquica
do Conselho Federal, impõe-lhe a atribuição de dar
cumprimento permanente com vigor as finalidades
da OAB, conforme elencadas no artigo 44 deste
Estatuto.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 283
3 - Representação geral dos interesses
coletivos ou individuais dos advogados. Como
órgão máximo de representação o Conselho Federal,
detêm a competência de representação judicial
(Art.12, Inc.VI do CPC), e extra judicial da
instituição.
Esta representação, quer coletivamente
da própria OAB , como ainda individualmente de
cada um dos inscritos, decorre legalmente da
outorga do mandato eletivo outorgado a cada um
dos integrantes do Conselho Federal.
É de ser registrado que a Lei 4215
revogada, atribuía ao Presidente da Ordem a
competência de representação em juízo ou fora dele
(Art.9°, Inc.I), já a Lei em vigor, delega esta
competência ao Conselho Federal, para no Capítulo
II,- privativo deste órgão -, designar o Presidente
para a refalada atribuição, ex vi do Art. 55 § 1° do
Estatuto.
4 - Velar pela dignidade...Vale dizer,
que o Conselho Federal, estende seu manto protetor
sobre a instituição que representa.
Desta forma o Conselho Federal está
sempre atento propugnando para que a advocacia
goze sempre do respeito e consideração da
sociedade em que atua. Mas que esta vinculação
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 284
honrosa se faça sem qualquer dependência que
venha a tisnar sua mais absoluta liberdade de
atuação, e nisso implica a defesa intransigente nas
prerrogativas e valorização da atividade advocatícia.
5 - Representação internacional. A
atividade de advocacia, não se limita as fronteiras de
nosso território nacional, e quando se trata da inter-
relação internacional ao Conselho Federal é
delegada a representação exclusiva.
Dir-se-ia que a competência de voz e
voto nos eventos internacionais, bem como a
representatividade em quaisquer eventos é exclusiva
do Conselho Federal.
6 - Editar e alterar...Na sua competência
de comando da instituição o Conselho Federal,
poderá editar e alterar o seu Regulamento Geral, -
por deliberação de dois terços, pelo menos das
delegações, ex vi do artigo 78 do EOAB - e em
votação simples os Provimentos o que se torna
necessário.
Insta observar-se que foi incluída dentre
as competências do Conselho Federal, editar e
alterar o Código de Ética; tarefa de imensa
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 285
magnitude, eis que se trata do monumento moral
de nossa classe.
Basta lembrar-se o Código de Ética
Profissional foi editado em 15 de novembro de
1934, sendo oportuna a constatação do insigne Ruy
de Azevedo SODRÉ, de que: “Hoje, transcorrido
mais de trinta anos de publicação do nosso Código
de Ética, podemos afirmar que seus resultados
foram magníficos, conferindo á classe consciência
profissional moralmente sedimentada”. 15
7 - Adotar medidas para assegurar o
regular funcionamento dos Conselhos Seccionais.
Evidencia-se assim a posição de superioridade
hierárquica do Conselho Superior, que ocupa o
ápice da pirâmide organizacional da OAB.
Deve pois como órgão superior, adotar
medidas com vistas a assegurar o funcionamento
regular dos Conselhos inferiores; competindo aquele
inclusive intervir, quando forma constatada grave
violação deste Estatuto ou do Regulamento Geral
pelos Conselhos Seccionais.
8 - Cassar ou modificar atos. Compete
ao Conselho Federal fazer respeitar o ordenamento
jurídico da OAB ( = Estatuto, Regulamento Geral,
Código de Ética e Disciplina e Provimentos ).
15 SODRÉ, Ruy de Azevedo. Obr. Cit. p.69
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 286
Competindo-lhe igualmente cancelar, desautorizar,
anular ou simplesmente modificar os atos que
contrariem aquele ordenamento.
Para exercitar a cassação ou modificação
o Conselho Federal ouvirá sempre a autoridade ou
órgão da OAB, responsável, podendo entretanto agir
de oficio ou mediante representação.
9 - Julgar em grau de recurso. O
Conselho Federal, se constitui no órgão máximo de
julgamento da questões corporativas. Desta forma
compete-lhe conhecer e julgar os recursos
interpostos contra decisões dos Conselhos
Seccionais.
O Estatuto e o Regulamento Geral, devem
estabelecer a forma de admissão dos recursos pelo
Conselho Federal.
10 - Dispor sobre a identificação dos
inscritos. A identificação dos inscritos é da máxima
importância tendo em vista o disposto pelo Art. 13
deste Estatuto que como vimos estabelece ser de
uso obrigatório para o advogado e para o
estagiário e constitui prova de identidade civil
para todos os efeitos legais.
Deve se constituir em motivo de orgulho
para os inscritos ao ser solicitado a identidade civil,
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 287
fornecerem o número de sua inscrição na OAB e
apresentar sua carteira de identidade profissional.
De igual forma o Conselho Federal tem
competência reservada para dispor sobre os
símbolos privativos da classe que representa.
11 - Apreciar relatório anual. A OAB,
recebendo valores, e de seus atos administrativos
deve se sujeitar a prestar contas e o faz anualmente
através de um relatório de balanço das contas de sua
diretoria.
As contas da OAB, devem como
prestadora de serviço público seguir as normas da
contabilidade pública, especialmente no que diz
respeito a publicidade.
12 - Apreciar o relatório anual dos
Conselhos Seccionais. Igualmente os Conselhos
Seccionais devem prestar contas, de seus atos
administrativos e dos valores recebidos, submetendo
seu relatório anual ao Conselho Federal.
Este procederá a sua análise homologando
o relatório, ou ordenará para que seja suprido,
quando necessário.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 288
13 - Elaborar listas. Para composição
dos tribunais judiciários nacional e interestaduais,
por advogados há necessidade de indicação em
listas de múltipla escolha, sendo da competência do
Conselho Federal a elaboração dessas listas.
É vedada a participação nas listas de
membros do próprio Conselho ou de outro órgão da
OAB.
14 - Ajuizar ações... Sem dúvida, o
preceito estatutário se assenta nos princípios
constitucionais garantidores dos direitos e garantias
individuais e coletivas, encontradas no artigo 5° da
Constituição Federal.
Assim o Conselho Federal, como órgão
máximo de representação da OAB, detém
legitimidade para substituir os seus inscritos e
representá-los, desde que exista um nexo a
correlacionar o interesse jurídico da entidade com o
interesse jurídico dos seus inscritos, sendo:
1. Ação direta de inconstitucionalidade.
Para invalidar ato normativo contrário aos ditames
da Constituição Federal e dos Estados. (Arts. 97,
102, I, usque 103 VII CF).
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 289
Neste sentido é a opinião doutrinária de
José Inácio Botelho de MESQUITA:
A norma inconstitucional, por atentar contra a
organização do Estado, não fere apenas os
direitos ou poderes do Executivo, mas de todos
quantos se situem dentro da órbita de sua
eficácia. O poder de representar perante do
Supremo Tribunal Federal para a declaração da
inconstitucionalidade das leis só se compreende
enquanto exercido no interesse da coletividade.16
2. Ação civil pública. Para proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivos artigo 129,
Inciso III da Constituição Federal.
3. Mandado de Segurança Coletivo.
Esse remédio constitucional deverá ser concedido
para proteger "direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do poder
público” ( Art. 5°., inc. LXXIX da CF )
16
. MESQUITA, José Inácio Botelho De. Anais da VIII Conf. Nac.
OAB, Manaus, Tese n° 15, p.381.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 290
Sendo que o Mandado de Segurança
Coletivo, segundo o disposto pelo inciso LXX,
alínea a do mencionado artigo 5°. da Constituição
Federal, pode ser impetrado por entidade de classe
ou associação legalmente constituída, onde se
inclui a OAB, tendo seu Conselho Federal
competência para a impetração.
4. Mandado de Injunção, ex vi do artigo
5°. Inc. LXXI da Constituição Federal, verbis:
"Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a
falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
das prerrogativas inerentes á nacionalidade, á
soberania e á cidadania".
15 - Colaborar com o aperfeiçoamento
dos cursos jurídicos. A qualidade de ensino
ministrado pelas instituições de ensino jurídico deve
ser uma das preocupações fundamentais da OAB.
É que de um lado a ciência do direito
oferece atrativo excepcional como aprendizado
humanizante, que atinge amplíssimos horizontes na
formação intelectual, com incursões no universo
jurídico que tutela a vida de todos em sociedade.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 291
De outra parte, oportuniza o acesso a
cargos públicos vitalícios com incomparável poder
de comando, de decisão e de inexcedível prestígio.
Já o corpo docente, na sua grande
maioria, é arregimentado dentre os próprios
advogados e o laboratório de ensino se resume no
acervo bibliográfico que já se encontra disponível
em quase todas essas instituições de ensino.
Esta situação preocupa a OAB, e como
maior interessada se dispõe estatutariamente a
ajudar no aperfeiçoamento dos cursos jurídicos
existentes.
16 - Opinar, previamente, nos pedidos
apresentados aos órgãos competentes para
criação, reconhecimento e credenciamento desses
cursos. Vale dizer, que compete ao Conselho
Federal da OAB, emitir parecer sobre a
conveniência ou não de criação de curso jurídico.
Nesta primeira parte do inciso XV, não se
houve com precisão o legislador porque o termo
opinar, não tem a precisão técnica necessária, de
autorizar; todavia deve aquela palavra encontrada
na Lei ser entendida como, competência do
Conselho Federal deliberar sobre os pedidos
formulados para criação de novos cursos
jurídicos.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 292
O texto estatutário submete a decisão do
Conselho Federal, a aprovação prévia para a criação
dos cursos num primeiro momento; para submetê-
los ao acompanhamento de regularidade para opinar
para que seja credenciado a funcionar e finalmente
deve aprovar o pedido de reconhecimento do curso.
O Conselho Federal de Educação, e por
subordinação hierárquica os Conselhos Estaduais de
Educação, é que vinham autorizando a criação e
funcionamento dos novos cursos jurídicos, valendo-
se do disposto pela Resolução Nº. 05 de 1989.
Nesta Resolução para a criação direta ou
indireta com aumento de vagas, era exigido:
justificativa da necessidade social, identificação das
áreas de influência fora do distrito geo-educacional,
necessidade de mercado de trabalho, capacidade
econômica, qualificação e o regime de trabalho do
corpo docente e dirigentes; aos quais agora por
força desta Lei deve ser acrescida nova exigência ou
seja, aprovação prévia do Conselho Federal da
OAB.
Esta exigência vale para as
Universidades, que valendo-se do disposto pelo
Decreto N°105 de 25 04 1991 ao regulamentar a Lei
N°5.540/68, dispensou a consulta e autorização dos
Conselhos de Educação.
Quando se tratar de redistribuição de
vagas. Finalmente é de se frisar que aumento de
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 293
vagas para cursos que funcionam em localidades
distantes se constituem na verdade em criação de
novas vagas em novos estabelecimentos de ensino.
17 - Oneração e alienação de bens
imóveis. O comprometimento e mesmo a venda de
bens imóveis da OAB, como direito real, deve ser
autorizado pela vontade da maioria absoluta do
Conselho Federal.
Esta disposição é necessária e foi
inspirada na necessidade de segurança da melhor
administração do patrimônio da instituição.
18 - Participar nos concursos públicos.
O Conselho Federal detém a competência legal de
participar dos concursos públicos, propugnando
para que se realizem com lisura, igualdade e
legalidade, nos casos autorizado pela Constituição.
Mesmo quando da elaboração de leis
estruturadoras dos concursos públicos com
abrangência estadual e nacional, o Conselho Federal
tem competência para participar na proposta de
elaboração da lei.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 294
19 - Resolver os casos omissos do
Estatuto. Vale dizer que para os casos em que não
se encontrar solução legal no Estatuto, o Conselho
Federal como órgão máximo imporá o procedimento
correto.
Vale também destacar que o Conselho
Federal, sempre que consultado dará a interpretação
correta ao texto estatutário.
20 - Intervenção nos Conselhos
Seccionais. Dada a importância e gravidade da
medida de intervenção nos Conselhos Seccionais
que implica inclusive no afastamento de sua
Diretoria, é exigido o voto favorável de dois terços
das delegações que integram o Conselho Federal.
Em homenagem ao principio do
contraditório, a intervenção somente será posta em
votação no Conselho Federal após o exercício da
ampla defesa; sendo aprovada a intervenção é
nomeada uma diretoria provisória para o prazo
fixado por àquele órgão máximo corporativo.
Art. 55 - A diretoria do Conselho Federal é
composta de um Presidente um Vice-
presidente um Secretario Geral, de um
Secretario Geral Administrativo e de um
Tesoureiro.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 295
§ 1o - O Presidente exerce a representação
nacional e internacional da OAB competindo-
lhe convocar o Conselho Federal presidi-lo
representa-lo ativa e passivamente em juízo
ou fora dele, promove-lhe a administração
patrimonial e dar execução as sua decisões.
§ 2o - O Regulamento Geral define as
atribuições dos membros da Diretoria e a
ordem de substituição em caso de vacância,
licença, falta ou impedimento.
§ 3o - Nas deliberações do Conselho Federal,
os membros da diretoria voltam como
membros de suas delegações, cabendo ao
Presidente, apenas o voto de qualidade e o
direito de embargar a decisão se essa não for
unânime.
1 - Composição de Diretoria do
Conselho Federal. O termo diretoria como
encontrada no texto da lei estatutária significa ação
de dirigir, ou seja a direção mais elevada da
instituição corporativa.
Analisando-se os poderes de que se
reveste, especialmente a pessoa do Presidente,
vemos que foge da acepção do Direito
Administrativo, onde a diretoria se sujeita a
autoridade que lhe é hierarquicamente superior.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 296
Aqui o Presidente esta colocado no ápice
da pirâmide administrativa assumindo pois feições
próprias de uma associação civil.
Cinco pessoas integram a diretoria do
Conselho Federal:
1 - Presidente, que exerce a
representação geral e internacional, com
competência para convocar o Conselho Federal,
presidi-lo, representá-lo ativa e passivamente, em
juízo ou fora dele, promover-lhe a administração
patrimonial e dar execução às suas decisões, ex vi,
do § 1° do Art. 55 deste Estatuto. 2. Vice-
Presidente; 3. Secretário-Geral; 4. Secretário-
Geral Adjunto; 5. Tesoureiro.
3 - O Regulamento Geral define as
atribuições. Observa-se que o Estatuto definiu as
atribuições do Presidente, deixando para o
Regulamento Geral a especificação das atribuições
dos demais membros da Diretoria e a ordem de
substituição em caso de:
a) Vacância, ou seja, a falta de titular
para ocupar o cargo, vacare, do latim em tradução
livre significar estar vazio.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 297
b) Licença, ausência momentânea o
titular da função por motivo de força maior, ou,
justificado.
c) Falta ou impedimento, os termos
como encontrados na Lei, significa o afastamento
ou desocupação do cargo por um obstáculo, físico
ou legal, mas sempre definitivo.
4 - Votação dos membros da Diretoria.
Quando das deliberações os membros da Diretoria,
votam como membros de suas respectivas
delegações, cabendo todavia ao Presidente apenas,
o voto de desempate, podendo este ainda o direito
de embargar a decisão se esta não for unânime.
CAPITULO III
DO CONSELHO SECCIONAL
Art. 56. O Conselho Seccional compõe-se de
conselheiros em numero proporcional ao de
seus inscritos, segundo critério estabelecidos
no Regulamento Geral.
§ 1o - São membros honorários vitalícios os
seus ex-presidentes, somente com direito a
voz nas suas sessões.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 298
§ 2o - O Presidente do Instituto dos
Advogados local é membro honorário,
somente com direito a voz nas sessões
do Conselho.
§ 3o - Quando presentes às sessões do
Conselho Seccional, o Presidente do Conselho
Federal, os Conselheiros Federais integrantes
da respectiva delegação, o Presidente da
Caixa de Assistência dos Advogados e os
Presidentes das Subseções, têm direito a voz.
1 - O Conselho Seccional. Como vimos
anteriormente Conselho Seccional, consiluim
sectionis, significa Assembleia de Divisão de um
organismo juridicamente constituído, que como
órgão detém certa autonomia para deliberar e tomar
decisões.
De igual forma, como o território
nacional de forma federada, se divide em Estados-
Membros, dotados de personalidade jurídica própria
e ligados ao Poder Central: A OAB se constitui de
Conselhos Seccionais, dotados de personalidade
jurídica própria, com jurisdição sobre os respectivos
territórios dos Estados-Membros, do Distrito
Federal e dos Territórios.
A composição dos Conselhos Seccionais,
obedece aos critérios estabelecidos no
Regulamento Geral, editado pelo Conselho
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 299
Federal, com número proporcional aos seus
inscritos.
2 - Membros honorários vitalícios. Os
ex- presidentes assim como o Presidente do Instituto
dos Advogados local, são considerados
conselheiros de honra, ou seja pessoas da máxima
consideração que ocupam lugar de destaque na
composição dos Conselhos Seccionais.
Releva anotar-se que os primeiros
compõem vitaliciamente os Conselhos Seccionais, já
os segundos enquanto exercerem a Presidência do
Instituto dos Advogados, mas ambos com direito
somente a voz nas sessões em que se fizerem
presentes.
3 - Têm direito a voz. Estando presentes
às sessões do Conselho Seccional, tem igualmente
direito a voz:
1. Presidente do Conselho Federal.
2. Os Conselheiros Federais, integrantes
das respectivas delegações.
3. O Presidente da Caixa de Assistência
dos Advogados.
4. Os Presidentes das Subseções.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 300
Art. 57 - O Conselho Seccional exerce e
observa, no respectivo território, as
competências, vedações e funções atribuídas
ao Conselho Federal, no que couber e no
âmbito de sua competência material e
territorial e as normas gerais estabelecidas
nesta Lei, no Regulamento Geral, no Código
de Ética e Disciplina, e nos Provimentos.
1 - Competência dos Conselhos
Seccionais. Compete aos Conselhos Seccionais
exercer as atribuições que lhe são conferidas pelo
Conselho Federal e as normas gerais estabelecidas
no Estatuto, Regulamento Geral, Código de Ética e
Disciplina e nos Provimentos.
Art. 58 - Compete privativamente ao
Conselho Seccional:
I - editar seu Regimento Interno e
Resoluções;
II - criar as Subseções e a Caixa de
Assistência;
III - julgar em grau de recurso, as questões
decididas por seu Presidente, por sua
diretoria pelo Tribunal de Ética e Disciplina
pelas diretorias das Subseções e da Caixa de
Assistência dos Advogados;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 301
IV - fiscalizar a aplicação da receita, apreciar
o relatório anual e deliberar sobre o balanço e
as contas de sua diretoria das diretorias das
Subseções e da Caixa de Assistência dos
Advogados;
V - fixar a tabela de honorários, válida para
todo o território estadual;
VI - realizar o Exame de Ordem;
VII - decidir os pedidos de inscrição nos
quadros de advogados e estagiários;
VIII - manter cadastros de seus inscritos;
IX - fixar, alterar e receber contribuições
obrigatórias, preços de serviços e multas;
X - participar da elaboração dos concursos
públicos, em todas as suas fases, nos casos
previstos na Constituição e nas leis, no
âmbito do seu território;
XI - determinar, com exclusividade critérios
para o traje dos advogados, no exercício
profissional;
XII - aprovar e modificar seu orçamento
anual;
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 302
XIII- definir a composição e o funcionamento
do Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher
seus membros;
XIV - eleger as listas, constitucionalmente
previstas, para preenchimento dos cargos nos
tribunais judiciários, no âmbito de sua
competência e na forma do Provimento do
Conselho Federal, vedada a inclusão do
próprio Conselho e de qualquer órgão da
OAB;
XV - intervir nas Subseções e na Caixa de
Assistência dos Advogados;
XVI - desempenhar outras atribuições
previstas no Regulamento Geral;
1 - Competências exclusivas. É da
competência privativa do Conselho Federal da
OAB:
a) Editar seu Regimento interno e
Resoluções: Ambas as atribuições dizem respeito as
condições mínimas para desempenhar suas
atribuições.
b) Criar as Subseções e a Caixa de
Assistência dos Advogados.As Subseções são
criadas quando o número de advogados num ou
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 303
mais municipios atinge a um número superior a 15;
já a Caixa de Assistência dos Advogados deve ter
um número de mais de 1.500 advogados.
c) Julgar em grau de recurso.
Atendendo ao principio de duplo grau de decisão,
todas as questões decididas por seu Presidente,
Diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina,
Diretoria das Subseções e Caixa de Assistência dos
Advogados, têm suas decisões julgadas em grau de
recurso pelo Conselho Seccional.
d) Fiscalizar as contas. Compete
privativamente aos Conselhos Seccionais exercer a
fiscalização sobre a aplicação de recursos pela sua
propria diretoria, pelas diretorias das Subseções e
Caixa de Assistência dos Advogados.
Esta fiscalização é feita mediante a
análise dos relatórios anuais e balanços.
e) Fixar tabela de honorários. A fixação
do valor dos honorários a ser cobrado em todo o
território de abrangência do Conselho Seccional é
fixado por este.
Interessante anotar que para esta fixação
poderá ser adotado o critério de um índice de
unidade referencial de honorários " U R H ", que
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 304
acompanhando a oscilação da moeda, evite que a
cada ano sejam fixados novos valores.
f) Realizar o Exame de Ordem. Sem
dúvida esta é uma atribuição exclusiva
importantíssima dos Conselhos Subsecionais. As
Faculdades formam Bacharéis, ou sejam, pessoas
habilitadas para participar de concursos públicos em
sua área de conhecimento.
Todavia, para o statutus de advogado e
para o exercício da atividade de advocacia o Exame
de Ordem é imprescindível.
Portanto, assim como as instituições de
ensino graduam bacharéis em ciências jurídicas os
Conselhos Seccionais outorgam o título de
ADVOGADO.
A aprovação Exame de Ordem, se
constitui em condição mínima necessária para a
inscrição nos quadros da OAB, conforme determina
o Art.8°, IV do EOAB.
Tão importante é esta seleção profissional
que deve ser exercida pelo Conselho de forma
personalíssima; bom seria se o Estatuto rezasse ser
indelegável e intransferível esta transcendental
atribuição, atendidos a conceitos supremos de:
CONCEITO PROFISSIONAL, que é a
soma dos atributos inerentes ao caráter do
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 305
bacharelado para o exercício da atividade de
advocacia; avaliado á vista dos conhecimentos
inerentes a ciência do direito e dos deveres e
obrigações constantes no Código de Ética e deste
Estatuto.
CONCEITO MORAL, como a soma de
atributos inerentes ao caráter do bacharelado e a sua
conduta na sociedade como cidadão.
Insta gizar-se que o Exame de Ordem é
regulamentado em provimento pelo Conselho
Federal da OAB, recaindo pois sobre àquele órgão
a responsabilidade de atendimento a estes princípios
garantidores da valorização e prestigio da classe dos
advogados, artigo 8° . § 1°. EOAB.
g) Pedidos de inscrição. É de
competência do Conselho Seccional, processar e
julgar os pedidos de inscrição de advogados e
estagiários.
O procedimento para inscrição visa
atender ao disposto pelo artigo 8°. do Estatuto, que
inicia com a prova da capacidade civil e de
graduação em direito, titulo de eleitor, aprovação no
Exame de Ordem, idoneidade moral e finalmente se
encerra com a prestação de compromisso.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 306
h) Manter cadastro de seus inscritos.
Mais que necessário é imprescindível que um
organismo mantenha rigoroso controle sobre seus
inscritos.
Compete ao Conselho Subsecional,
manter o registro personalizado de cada um dos
inscritos, onde são registrados todos os elementos
de qualificação.
Tratando-se de instituição corporativa, é
de todo recomendável que juntamente com os dados
pessoais sejam anotadas as ocorrências
profissionais, de demérito e mais especialmente de
mérito, eis que tais registros devem se constituir em
motivo de incentivo e orgulho para os bons
profissionais da atividade advocatícia.
i) Fixação de e alteração e recebimento
de valores. Para custeio de suas despesas
administrativa os Conselhos Seccionais, necessitam
receber valores de seus inscritos.
Desta forma é de competência privativa
dos Conselhos Seccionais, fixar, alterar e receber
contribuições obrigatórios, bem como preços de
serviços e multas.
j) Participar da elaboração de
concursos públicos. Compete ao Conselho
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 307
Seccional, participar dos concursos públicos sempre
que exigido pela Constituição, ou seja, Federal e
Estadual, pelas leis, no âmbito do território da
Seccional.
Esta participação é imprescindível para a
validade dos concursos, desde sua elaboração até a
efetiva aprovação ou não dos concorrentes.
l) Determinar os trajes para os advogados,
vale dizer, que os advogados devem obedecer ao
Conselho Seccional, quanto a maneira de vestir-se
para o exercício da atividade de advocacia.
Afasta-se pois as exigências pouco
elegantes de autoridades que exigem que o
advogado faça uso de gravatas e mesmo beca em
desalinho como forma vexatória de impor o uso
obrigatório de trajes. Anote-se que se inclui dentre
os direitos do advogado o uso dos símbolos
privativos da profissão ex vi do artigo 7°, Inciso.
XVIII do EOAB.
m) Aprovar e modificar seu orçamento
anual. Regendo-se pela contabilidade pública a
OAB, deve ter suas previsões de arrecadação de
despesa fixadas em orçamento.
Desta forma é da competência dos
Conselhos Seccionais a elaboração, aprovação e
mesmo modificação de seus orçamentos.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 308
n) Definir o funcionamento do Tribunal
de Ética e Disciplina. Com a instauração e
instrução dos processos disciplinares, o julgamento
é feito pelo Tribunal de Ética e Disciplina.
Importante ser assinalado que é da
competência do Conselho Seccional, estabelecer o
funcionamento e composição desses Colegiados
Corporativos.
Convém sublinhar que ao tempo em que
os Conselhos Seccionais, normatizarem o
funcionamento desses Tribunais, é da maior
importância que definam a forma e prazo para os
procedimentos disciplinares; eis que o legislador
federal deixou para esses órgãos esta tarefa.
o) Eleger os membros das listas...A
Constituição estabelece os cargos dos tribunais
judiciários que devem ser ocupados por advogados
inscritos na OAB.
Estatutariamente os membros devem ser
eleitos ( = escolha por meio de votos ), na forma de
Provimento do Conselho Federal; proibida inclusão
de membros do próprio Conselho, e ainda
qualquer órgão da OAB.
p) Intervir nas Subseções e na Caixa de
Assistência dos Advogados. Como órgãos
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 309
hierarquicamente superior o Conselho Seccional,
poderá intervir nas Subseções e Caixa de
Assistência de Advogados pelo tempo e forma
estabelecido neste Estatuto, afim de assegurar o
regular funcionamento.
q) Desempenhar outras atribuições
previstas no Regulamento Geral. Como órgão
integrante da OAB aos Conselhos Seccionais podem
ser delegadas outras atividades, não elencadas no
Estatuto, compatíveis com seus objetivos.
Art. 59 - A diretoria do Conselho Seccional
tem composição idêntica e atribuições
equivalentes às do Conselho Federal, na
forma do Regimento Interno daquele.
1 - Composição do Conselho Seccional.
Estabelece o Estatuto que a composição da diretoria
dos Conselhos Seccionais é idêntico na sua
formação e atribuições ao Conselho Federal
conforme estabelecer o Regimento Interno deste
último.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 310
CAPÍTULO IV
DA SUBSEÇÃO
Art. 60 - A subseção pode ser criada pelo
Conselho Seccional, que fixa sua área
territorial e seus limites de competência e
autonomia.
§ 1° - A área territorial da subseção pode
abranger um ou mais município, inclusive da
capital do Estado, contando com um mínimo
de quinze advogados, nela profissionalmente
domiciliados.
§ 2° - A subseção é administrada por uma
diretoria, com atribuições e composição
equivalentes às da diretoria do Conselho
Seccional.
§ 3° - Havendo mais de cem advogados, a
Subseção pode ser integrada, também por um
Conselho em número de membros fixados
pelo Conselho Seccional.
§ 4° - Os quantitativos referidos nos
parágrafos primeiro e terceiro deste artigo
podem ser ampliados, na forma do Regimento
Interno do Conselho Seccional.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 311
§ 5° - Cabe ao Conselho Seccional fixar, em
seu orçamento, dotações específicas
destinadas à manutenção das Subseções.
§ 6° - O Conselho Seccional, mediante o voto
de dois terços de seus membros, pode intervir
nas Subseções, onde constatar grave violação
desta Lei ou do Regimento Interno daquele.
1 - A Subseção pode ser criada pelo
Conselho Seccional. O legislador estatutário deixou
a critério do Conselho Seccional, a criação das
Subseções, definido o ato de criação: 1. Área
territorial; 2. Competência; 3. Autonomia.
2 - Área territorial da Subseção. Para a
criação de uma Subseção é exigido um número
mínimo de quinze advogados inscritos na OAB,
com domicilio área territorial de abrangência da
Subseção.
Atendido àquele requisito, a área de
abrangência poderá ser um ou mais municípios ou
parte de município inclusive da Capital do Estado.
Sendo que tanto o número de advogados
integrantes quanto a extensão do território de
abrangência poderá ser ampliado na forma o
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 312
Regimento Interno do Conselho Seccional, ex vi do
§ 4° do artigo 60 sob comento.
3 - Administração da Subseção.
Gozando as Subseções de certa autonomia, é
administrada por uma diretoria, com atribuições e
composição iguais às diretorias do Conselho
Seccional.
4 - Dos Conselhos Subseccionais. O
Estatuto estabelece que havendo mais de cem
advogados em uma Subseção esta pode ser
integrada por um Conselho.
Compete ao Conselho Seccional,
estabelecer o número de membros que devem
compor o Conselhos Subseccional; e por força do
principio da hierarquia, deverá o Conselho Secional,
estabelecer a forma de funcionamento e atribuições
dos Conselhos Subseccionais, conforme previsto em
seu Regimento Interno.
Além das atribuições estabelecidas no
Regimento Interno dos Conselhos Seccionais,
compete aos Conselhos Subseccionais:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 313
a) editar seu Regimento Interno,
sujeitando-o a aprovação do Conselho Seccional;
b) editar resoluções, no âmbito de sua
competência;
c) instaurar e instruir processos
disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de Ética
e Disciplina, vale dizer, remetendo-os para
julgamento ao Conselho Secional, que detém
competência privativa de julgamento, ex vi do artigo
58, Inciso III do Estatuto.
d) receber pedido de inscrição, nos
quadros de advogado e estagiário, instruindo e
emitindo parecer prévio, igualmente remetendo o
processo para decisão do Conselho Seccional.
5 - Manutenção das Subseções. O
orçamento elaborado pelo Conselho Seccional,
deverá fixar o valor das dotações específicas
destinadas á manutenção das Subseções.
6 - Intervenção nas Subseções. Sempre
que necessário, desde que contado grave violação
desta Lei ou do Regimento Interno do Conselho
Seccional, este poderá intervir nas Subseções.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 314
O ato de intervenção deve ser aprovado
pelo voto de dois terços dos membros do Conselho
Seccional.
Art. 61 - Compete á Subseção, no âmbito de
seu território:
I - Dar cumprimento efetivo às finalidades
da OAB;
II - velar pela dignidade, independência e
valorização da advocacia, e fazer valer as
prerrogativas do advogado;
III - representar a OAB perante os poderes
constituídos;
IV - desempenhar as atribuições previstas no
Regulamento Geral ou por delegação de
competência do Conselho Seccional.
Parágrafo único - Ao Conselho da Subseção,
quando houver, compete exercer as funções e
atribuições do Conselho Seccional, na forma
do Regimento Interno, e ainda:
a) editar o seu Regimento Interno, a ser
referendado pelo Conselho Seccional;
b) editar resoluções, no âmbito de sua
competência;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 315
c) instaurar e instruir processos disciplinares,
para julgamento pelo Tribunal de Ética e
Disciplina;
d) receber pedido de inscrição nos quadros de
advogado e estagiário, instruindo e emitindo
parecer prévio, para decisão do Conselho
Seccional.
1 - Compete à Subseção. A Subseção
como parte autônoma do Conselho Seccional e
portanto da OAB (Art.45, § 3° EOAB) tem
competências no âmbito de seu território que devem
ser elencadas no seu ato constitutivo.
É de importância ressaltar-se que
enquanto o Conselho Seccional goza de
competência privativa, este termo não foi usado
pelo legislador estatutário para a Subseção; vale
dizer que inobstante goze de autonomia estes órgãos
tem competência concorrente.
2 - Dar cumprimento efetivo às
finalidades da OAB... ou seja, é cometido às
Subseções a tarefa de enfaticamente (Art.44
EOAB):
1. Defender a Constituição, a ordem
jurídica do Estado democrático de direito, os
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 316
direitos humanos, a justiça social; lutar pela boa
aplicação das leis, pela rápida administração da
justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das
instituições jurídicas.
2. Promover com exclusividade, a
representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos
advogados.
3 - Velar pela dignidade...As Subseções
se constituem nas sentinelas avançadas da OAB,
estão bem próximo aos seus inscritos; acompanham
o dia-a-dia dos profissionais do direito, e por isso
deve estar sempre alerta no sentido de:
1. Velar para que os inscritos atuem com
exemplar acuidade dignificando sua profissão;
2. Garantir a independência e a
valorização da atuação dos advogados, como
valores máximos da atividade advocatícia.
3. Fazer cumprir e serem cumpridas as
prerrogativas do advogado.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 317
4 - Representar a OAB. O Estatuto
delega as Subseções por suas diretorias poderes
para representar a OAB perante o Poder Executivo,
Legislativo e Judiciário.
Oportuno anotar-se que não tendo os
Subseções personalidade jurídica própria, esta
representação deve ser entendida nos limites de sua
autonomia relativa.
5. Delegação de competência. Como
vimos a autonomia das Subseções é relativa
devendo desempenhar as atribuições previstas no
Regulamento Geral editado pelo Conselho Federal
ou ainda àquelas delegadas pelo Conselho
Seccional.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 318
TÍTULO V
DA CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS
ADVOGADOS
Art. 62 - A Caixa de Assistência dos
Advogados, com personalidade jurídica
própria, destina-se a prestar assistência aos
inscritos no Conselho Seccional a que se
vincule.
§ 1° - A Caixa é criada e adquire
personalidade jurídica com a aprovação e
registro de seu Estatuto pelo respectivo
Conselho Seccional da OAB, na forma do
Regulamento Geral.
§ 2° - A Caixa pode, em beneficio dos
advogados, promover a seguridade
complementar.
§ 3° - Compete ao Conselho Seccional fixar
contribuição obrigatória devida por seus
inscritos, destinada a manutenção do disposto
no parágrafo anterior, incidente sobre atos
decorrentes do efetivo exercício da advocacia.
§ 4° - A diretoria da Caixa é composta de
cinco membros, com atribuições definidas no
seu Regimento Interno.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 319
§ 5° - Cabe á Caixa a metade da receita das
anuidades recebidas pelo Conselho Seccional,
considerado o valor resultante após as
deduções regulamentares obrigatórias.
§ 6° - Em caso de extinção ou desativação da
Caixa seu patrimônio se incorpora ao do
Conselho Seccional respectivo.
§ 7° - O Conselho Seccional, mediante voto
de dois terços de seus membros, pode intervir
na Caixa de Assistência dos Advogados, no
caso de descumprimento de suas finalidades,
designando diretoria provisória, enquanto
durar a intervenção.
1 - A Caixa de Assistência dos
Advogados. A Caixa de Assistência dos Advogados
foi instituída pelo Decreto-Lei N° 4.563 de 11 de
agosto de 1942, e suas estruturação e funcionamento
regulamentada pelo Decreto N° 11.051 de 8 de
dezembro de 1942.
O termo caixa como encontrado no Texto
Máximo Corporativo, remete-nos a latim capsa,
ou seja, caixa ou cofre, assim designada porque se
trata de uma instituição onde se depositam fundos
em dinheiro, destinada a auxiliar e amparar os
inscritos na OAB.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 320
Inobstante se denomine Caixa de
Assistência dos Advogados, a assistência é prestada
igualmente aos Estagiários, no âmbito do Conselho
Seccional a que se vincule, desde que inscritos na
OAB, ex vi do Art.9° deste Estatuto.
2 - Aquisição da personalidade jurídica
pela Caixa. A Caixa se constitui num ente jurídico
criado pelo Conselho Seccional ( Art.58, II EOAB)
que adquire personalidade jurídica com a aprovação
e registro de seu Estatuto pelo mesmo Conselho
Seccional que a criou.
Segundo o preceito estatutário tanto para
criação, aprovação e registro do ato constitutivo da
Caixa ( = Estatuto ) é necessário atendimento ao
disposto pelo Regulamento Geral.
3 - A Caixa pode promover a
seguridade complementar. O Legislador Federal
atendeu a justa e necessária aspiração da classe dos
advogados, que serviu como " Recomendação do II
Congresso Internacional de Seguridade Social do
Advogado sobre ' Proteção á Saúde" realizada no
Rio de Janeiro no ano de 1978, verbis:
" O II Congresso Internacional de
seguridade Social do Advogado, reunido no Rio de
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 321
Janeiro, de 10 a 13 de agosto de 1978, aprovou as
seguintes RECOMENDAÇÕES:
1- A) Assistência médico hospitalar pode
ser prestada através de convênios entre a caixa de
Assistência dos Advogados e organizamos estatais.
b) A Caixa de Assistência dos Advogados
pode instar juntos aos organismos estatais para a
criação do suporte financeiro para a execução da
assistência médica, a ser obtida por via de seguro-
saúde estatal.
c) As entidades médicas, através de
convênios, representam uma opção válida para a
prestação de serviços médicos e hospitalares
dentro do atual quadro sócio-econômico.
d) As entidades providenciarias e
assistênciais dos advogados, dentro dos seus
limites orçamentários próprios, somente deve
despender recursos que sejam necessários à
recuperação de associado e seus dependentes.
2- a) Estender a todas as Comarcas as
vantagens auferidas pelos advogados das Capitais.
b) Assegurar a todos os advogados maior
segurança na ocasião da sua aposentadoria.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 322
3- a) Instalar na medida do possível,
casas de repouso para advogados idosos,
administradas pelas Caixas e com regulamentos
próprios, proporcionadas aos advogados as
condições ambientais pre existentes.
4 - a) Que , obedecida a regra de
adequação a seus respectivos regimes
institucionais, considerem, considerem a
adoção dos seguintes princípios:
A) Regime Básico: Para profissionais
inscritos e em atividade que atendam aos
requisitos formais estipulados pelas
Caixas, cujo financiamento estará a
cargo dela própria e compreenderá a
todos os profissionais enquadrados nas
disposições vigentes. Este regime arcará
com o financiamento das próprias
prestações, diferenciadamente, conforme
o profissional esteja ou não incorporado
a outro regime assistencial. O Programa
de Cobertura Automática compreende a
assistência médica exclusivamente em
internação e segundo as normas
estabelecidas na regulamentação do
mesmo.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 323
B) Regime Complementar: para os
profissionais indicados precedentemente,
que optem por adesão mediante o
pagamento das costas que estabeleçam.
Este regime deverá auto financiar-se com
cotas que se estabeleçam para seus
beneficiários diretos, as quais poderão
ser uniformes ou diferenciadas em
função da composição do grupo familiar
amparado. O Regime Complementar
cobre todas as prestações do Regime
Básico e também as correspondentes à
assistência médica ambulatorial,
existindo opção por um subsistema
parcial para o caso de advogados
protegidos por outro regime.
5- Que este II Congresso signifique um
compromisso solene no sentido da
cooperação, integração e reciprocidade
entre as diversas entidades de
previdência e assistência dos Advogados
oriundas dos países nele representados.
Para uma incessante busca de
aperfeiçoamento na prestação de benefícios,
serviços e assistência, visando proporcionar aos
respectivos filiados o atendimento de que carecem,
dentro das possibilidades de suas entidades." ( In,
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 324
ANAIS da VIII Conferência Nacional da OAB, 1980
pg.958).
4 - Contribuição obrigatória. Os fundos
de dinheiro depositado na Caixa, segundo a Lei de
criação (Art.8°) são decorrentes de:
a) metade das anuidades pagas á Ordem
pelos profissionais inscritos;
b) metade das custas judiciais;
c) multas previstas nos Regimentos e
Regulamentos;
d) rendas do seu patrimônio, doações e
legados.
A competência para fixar contribuição
obrigatória é do Conselho Seccional, incidindo
sobre atos decorrentes do efetivo exercício da
advocacia.
Sendo que o Estatuto vigente, destina á
manutenção da Caixa, o valor de metade da receita
das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional,
considerado o valor resultante após as deduções
regulamentares obrigatórias.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 325
5 - Composição da diretoria da Caixa.
A Caixa é dirigida por uma diretoria composta de
cinco membros, com competência funcional
estabelecidas no seu Regimento Interno.
O Estatuto não tratou da existência do
Conselho Fiscal, que a que o Decreto N° 11.051
mencionava.
6 - Destinação do patrimônio da Caixa.
Prevê o Estatuto que em caso de extinção ou
desativação da Caixa, seu patrimônio,
evidentemente honrados os compromissos de
pagamentos por dívida, será incorporado ao
patrimônio do Conselho Seccional respectivo.
7 - Intervenção na Caixa. A intervenção
na Caixa se dará em caso de descumprimento de
suas finalidades assistenciais pelo Conselho
Seccional.
A intervenção deverá ser aprovada pelo
voto de dois terços dos membros do Conselho
Seccional, que designará diretoria provisória,
enquanto durar a intervenção.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 326
TÍTULO VI
DAS ELEIÇÕES E DOS
MANDATOS
Art. 63 - A eleição dos membros de todos os
órgãos da OAB será realizada na segunda
quinzena do mês de novembro, do último ano
do mandato, mediante cédula única e votação
direta dos advogados regularmente inscritos.
§ 1° - A eleição, na forma e segundo os
critérios e procedimentos estabelecidos no
Regulamento Geral é de comparecimento
obrigatório para todos os advogados inscritos
na OAB.
§ 2° - O candidato deve comprovar situação
regular junto á OAB, não ocupar cargo
exonerável ad nutum, não ter sido condenado
por infração disciplinar, salvo reabilitação, e
exercer efetivamente a profissão há mais de
cinco anos.
1 - Eleição dos membros de todos os
órgãos da OAB. A palavra eleição, deriva do latim
elevatio que em tradução livre significa a ação de
elevar, fazer subir alguém, ou mais modernamente a
outorga de mandato coletivo para desempenhar uma
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 327
função ou ocupar um cargo numa instituição
organizada.
O Estatuto prevê esta outorga de
mandato, estabelecendo:
a) Todos os órgãos da OAB, ou seja,
Conselho Federal, Conselhos Seccionais,
Subseções e Caixas de Assistência dos
Advogados, ( ex vi do Art.63 do EOAB) são
escolhidos através de eleição.
b) A eleição será realizada na segunda
quinzena do mes de novembro, do último ano do
mandato.
c) Os nomes que concorrem para compor
o órgão integrarão uma única cédula, que por conter
vários candidatos, por óbvio, compromete a higidêz
ideal democrática da escolha.
d) A votação é universal dela participando
todos os advogados - excluídos os estagiários -
inscritos na OAB.
2 - Comparecimento obrigatório. O
comparecimento, do inscrito no local de votação é
obrigatório.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 328
A interpretação literal do texto estatutário
leva a concluir que assinando o termo de
comparecimento no local designado para votar o
inscrito terá cumprido a obrigatoriedade exigida pela
lei.
Na verdade se de um lado o ato de votar é
do máximo interesse de todos os advogados de
outro, a nenhum outro profissional é dado defender
com tanta energia a liberdade; e esta deixa ao
advogado a decisão personalíssima e profundamente
subjetiva de depositar ou não seu voto materializado
na cédula única, na urna; a nosso sentir, somada a
não participação dos estagiários regularmente
inscritos, bem como a inexistência de suplentes, a
eleição tem sua higidêz democrática comprometida.
Ao arremate devemos afirmar que o voto
renova e mantem vivo o tecido orgânico da OAB e
se constitui no dever corporativo de todos os
advogados. Cabendo ao Regulamento Geral
editado pelo Conselho Federal, determinar a forma
e os critérios para a realização da eleição dos
membros dos órgãos da OAB.
3 - Requisitos mínimos do candidato.
Em principio todos os advogados regularmente
inscritos na OAB tem direito de votar e ser votado.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 329
Todavia o Estatuto exige para o candidatar-se o
atendimento de determinadas condições:
a) Comprovação de situação regular junto
a OAB.
b) Não ocupar cargo ou função pública
transitórios em comissão ou em confiança
exonerável pela vontade da autoridade que o admitiu
(=ad nutum).
c) Não ter sido ter sofrido sanção (Art. 35
EOAB) por infração disciplinar, salvo se reabilitado
(Art. 42 EOAB).
d) Provar o efetivo exercício da advocacia
como profissional por tempo superior a cinco anos.
Art. 64 - Consideram-se eleitos os candidatos
integrantes da chapa que obtiver a maioria de
votos válidos.
§ 1° - A chapa para o Conselho Seccional
deve ser composta dos candidatos ao
Conselho e á sua Diretoria e, ainda, á
delegação ao Conselho Federal e á Diretoria
da Caixa de Assistência dos Advogados para
eleição conjunta.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 330
§ 2o - A chapa para a Subseção deve ser
composta com os candidatos à diretoria, e de
seu Conselho quando houver.
1 - Candidatos eleitos. Tratando-se de
cédula onde são nominados todos os candidatos que
concorrem agrupadamente , consideram-se eleita a
chapa que obtiver a maioria dos votos válidos.
2 - Eleição geral na OAB. A cada três
anos, na segunda quinzena do mês de novembro, do
último ano do mandato, são eleitos os membros do
Conselho Seccional e sua Diretoria, a delegação ao
Conselho Federal e sua Diretoria e a Diretoria da
Caixa de Assistência dos Advogados.
O nome dos candidatos a todos esses
órgãos devem compor a chapa para o Conselho
Seccional, para eleição conjunta.
Já a Subseção, terá uma chapa com os
nomes que concorrem a sua Diretoria e de seu
Conselho quando houver.
Em ambos os casos não se determinou a
inclusão de suplentes, o que deve ser normatizado
afim de democratizar-se a eleição.
Art. 65. O mandato em qualquer órgão na
OAB é de três anos, iniciando-se em primeiro
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 331
de janeiro do ano seguinte ao da eleição, salvo
o Conselho Federal.
Parágrafo único - Os conselheiros federais
eleitos iniciam seus mandatos em primeiro de
fevereiro do ano seguinte ao da eleição.
1 - Mandato dos eleitos. O tempo de
mandato em qualquer órgão da OAB é de três anos,
contados da seguinte maneira:
a) Conselho Federal: Inicio em 1° de
fevereiro do ano seguinte ao da eleição.
b) Conselhos Seccionais, Subseções e
Caixa de Assistência dos Advogados: Inicio 1° de
janeiro do ano seguinte ao da eleição.
Art. 66. Extingue-se o seu mandato
automaticamente antes de seu término
quando:
I - ocorrer qualquer hipótese de cancelamento
de inscrição ou licenciamento do profissional;
II - o titular sofrer condenação disciplinar;
III - o titular faltar, sem motivo justificado, a
três reuniões ordinárias consecutivas de cada
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 332
órgão deliberativa do Conselho ou da
diretoria da Subseção ou da Caixa de
Assistência dos Advogados, não podendo ser
conduzido no mesmo período de mandato.
Parágrafo único - Extinto qualquer mandato,
nas hipóteses deste artigo, cabe ao Conselho
Seccional escolher o substituto, caso não haja
suplente.
1 - Extinção automática do mandato. A
extinção significa o término, o fim do mandado por
uma causa alheia a vontade do eleito e sendo
automática escapa a determinação dos próprios
advogados que elegeram o representante.
Sendo causa do término antecipado do
mandato do eleito:
a) Cancelamento da inscrição ou mesmo
licenciamento do profissional.
b) Condenação disciplinar.
c) Ausência consecutiva em três reuniões
ordinárias de cada órgão deliberativo do Conselho
ou da diretoria da Subseção ou Caixa de Assistência
dos Advogados, caso em que não poderá ser
reconduzido no mesmo período de mandato.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 333
2 - Substituição do eleito. Extinguindo-se
o mandato do eleito, este será substituído por seu
suplente; não havendo suplente o Conselho
Seccional indicará um substituto.
É de gizar-se que o Estatuto não prevê a
inclusão de suplentes nas chapas de votação, sendo
de todo recomendável que esta providência seja
legalizada, afim de evitar-se a ascensão de membros
não eleitos.
Art. 67 - A eleição da Diretoria do Conselho
Federal, que tomará posse no dia 1° de
fevereiro, obedecerá às seguintes regras:
I - será admitido registro, junto aos
Conselho Federal, de candidatura á
presidência, desde seis meses até um mês
antes da eleição;
II - o requerimento de registro deverá vir
acompanhado do apoiamento de, no mínimo,
seis Conselhos Seccionais;
III - até um mês antes das eleições, deverá ser
requerido o registro da chapa completa, sob
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 334
pena de cancelamento da candidatura
respectiva;
IV - no dia 25 de janeiro, proceder-se-á, em
todos os Conselhos Seccionais, á eleição da
Diretoria do Conselho Federal, devendo o
Presidente do Conselho Seccional comunicar,
em três dias, á Diretoria do Conselho Federal,
o resultado do pleito;
V - de posse dos resultados das Seccionais, a
Diretoria do Conselho Federal procederá á
contagem dos votos, correspondentes á cada
Conselho Seccional um voto, e proclamará o
resultado.
Parágrafo único - Com exceção do candidato
a Presidente, os demais integrantes da chapa
deverão ser conselheiros federais eleitos.
1 - Eleição da Diretoria do Conselho
Federal. O Estatuto aprazou a data de 1° de
fevereiro, para que os membros do Conselho
Federal assumam efetivamente o exercício da
função para qual foram eleitos. Para eleição, devem
concorrentes obedecer as seguintes regras:
a) Prazo para registro da candidatura.
Os advogados que desejarem integrar uma das
chapas para concorrer a vaga de Presidente da
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 335
Diretoria do Conselho Federal, deverão registrar a
sua candidatura no prazo de seis meses até um mês
antes das eleições.
b) Apoiamento de seis Conselhos
Seccionais. O Requerimento de registro da
candidatura, deverá ser respaldado pelo mínimo de
seis Conselhos Seccionais.
c) Prazo de registro da chapa completa.
O prazo de pedido de registro da chapa completa é
de um mês antes das eleições, ou seja: Presidente,
Vice-Presidente, Secretário-Geral, Secretário-
Adjunto e Tesoureiro, consoante artigo 55 deste
Estatuto. Sendo da máxima importância observar-se
que com exceção do candidato á Presidente, os
demais integrantes da chapa deverão ser
Conselheiros Federais eleitos.
O descumprimento desta determinação
implica no cancelamento do registro da
candidatura do postulante a compor a Diretoria do
Conselho Federal.
d) Data de eleição da Diretoria do
Conselho Federal. Estatutariamente no dia 25 de
janeiro, em todos os Conselhos Seccionais, será
realizada a eleição da Diretoria do Conselho
Federal.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 336
Devendo o Presidente do Conselho
Seccional, no prazo de três dias após a apuração,
comunicar ao Conselho Federal o resultado da
apuração.
2 - Proclamação do resultado da
votação. Compete a Diretoria do Conselho Federal,
de posse do resultado da votação comunicada por
cada uma das Seccionais, fará a contagem final dos
votos.
Correspondendo cada Conselho Seccional
um voto, e finalmente será proclamado o resultado,
pela Diretoria do Conselho Federal.
TÍTULO III
DO PROCESSO NA OAB
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 68 - Salvo disposição em contrário,
aplicam-se subsidiariamente ao processo
disciplinar as regras da legislação processual
penal comum e, aos demais processos, as
regras gerais do procedimento administrativo
comum e da legislação processual civil, nessa
ordem.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 337
1 - Processo disciplinar. A identificação
do inscrito, a determinação da infração disciplinar, o
exercício da ampla defesa e finalmente o julgamento
é feito através do processo disciplinar.
Para atingir sua finalidade de decidir a
pretensão disciplinar submetida a tutela corporativa,
são aplicadas as normas contidas no Estatuto.
Subsidiariamente aplicam-se as regras da legislação
processual penal comum, procedimento
administrativo comum e legislação processual civil.
Com efeito, como acentua Rui de
Azevedo SODRÉ, com apoio em Marcelo Caetano:
A disciplina da Ordem dos Advogados não visa
imediata e diretamente a defesa dos interesses
dos seus membros, mas á preservação dos
caracteres essenciais da profissão do advogado.
Como órgão de disciplina, a Ordem dos
Advogados representa, já na sua formulação
originária, um desmembramento do poder
estatal, de controle de uma determinada
atividade. É o Poder de IMPERIUM do Estado
que se atribui, separadamente da administração
direta, ou próprio CORPUS dos profissionais. A
Ordem recebe do Estado o poder de disciplinar a
atividade profissional dos advogados, em típica
função pública a ser exercida em beneficio da
sociedade. Como órgão disciplinar a Ordem se
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 338
substitui ao poder estatal centralizado, atuando
sobre os advogados, e impondo-lhes o
cumprimento de suas obrigações legais e
regulamentares. Essa idéia do poder disciplinar
se vincula a tarefa caracteristicamente estatal de
regular, em exercício da policia, a atividade
profissional, com vistas ao bem público.17
Art. 69 - Todos os prazos necessários à
manifestação dos advogados, estagiários e
terceiros, nos processos em geral da OAB são
de quinze dias, inclusive para interposição de
recursos.
§ 1o - Nos casos de comunicação por oficio
reservado, ou de notificação pessoal, o prazo
se conta a partir do dia útil imediato ao da
notificação do recebimento.
§ 2o - Nos casos de publicação na imprensa
oficial do ato ou da decisão, o prazo inicial
inicia-se no primeiro dia útil seguinte.
1 - Prazos no processo disciplinar. O
prazo para quaisquer atos inerentes ao processo
disciplinar é de quinze dias.
O legislador corporativo não levou em
consideração a maior ou menor dificuldade na
17 SODRÉ Ruy de Azevedo. Obr. Cit.p.239, apud, Marcelo Caetano. Do
Poder Disciplinar. P.439
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 339
realização dos atos, e uniformizou em 15 dias os
prazos para a manifestação dos advogados,
estagiários ou mesmo terceiros; inclusive para a
interposição de recursos.
2 - Contagem de prazo decorrente de
notificação. Em caso de comunicação por oficio
reservado ou notificação pessoal o prazo se conta a
partir do dia útil imediato ao da notificação do
recebimento.
Devemos atentar para o fato de em se
tratando de notificação pessoal o recebimento fica
caracterizado com a assinatura do notificado e a
data de sua ocorrência.
3 - Contagem de prazo decorrente de
notificação pela imprensa. Segundo o texto
corporativo, tratando-se de publicação pela
imprensa oficial o prazo inicia-se no dia útil
seguinte.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 340
Na verdade o prazo deve iniciar em se
tratando de conhecimento ficto, a partir da juntada
nos autos da prova da publicação. Todavia pela
redação encontrada no parágrafo sob comento, o
prazo tem inicio no dia seguinte ao da publicação.
Paulo Luiz Neto LOBO, doutrinando
sobre os efeitos dos recursos esclarece que: “Os
recursos nos processos administrativos na OAB
têm efeito devolutivo e suspensivo". Passando a
mencionar as formas excepcionadas encontradas no
Estatuto, preleciona:" O Estatuto abre três exceções
apenas: quando tratarem de eleições, de suspensão
preventiva aplicada pelo Tribunal de Ética e
Disciplina (...) e de cancelamento de inscrição
obtida com falsa prova." 18
18 LOBO Paulo Luiz Neto. Obr. Cit. p.215.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 341
CAPITULO II
DO PROCESSO DISCIPLINAR
Art. 70 - O poder de punir disciplinarmente
os inscritos na OAB compete exclusivamente
ao Conselho Seccional em cuja base
territorial tenha ocorrido a infração, salvo se
a falta for cometida perante o Conselho
Federal.
§ 1° - Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina,
do Conselho Seccional competente, julgar os
processos disciplinares, instruídos pelas
Subseções ou por relatores do próprio
Conselho.
§ 2° - A decisão condenatória irrecorrível
deve ser imediatamente comunicada ao
Conselho Seccional onde o representado
tenha inscrição principal, para constatar os
respectivos assentamentos.
§ 3° - O Tribunal de Ética e Disciplina do
Conselho onde o acusado tenha inscrição
principal pode suspendê-lo preventivamente,
em caso de repercussão prejudicial à
dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo
seção especial para a qual deve ser notificado
a comparecer, salvo se não atender a
notificação. Neste caso, o processo disciplinar
deve ser concluído no prazo máximo de
noventa dias.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 342
1 - O poder de punir disciplinarmente.
A competência para processar e julgar os inscritos é
exclusiva do Conselho Seccional em cuja base
territorial tenha ocorrido a infração. Se a infração é
cometida perante o Conselho Federal, a
competência para julgamento é daquele órgão
superior.
2 - Tribunal de Ética e Disciplina. Os
processos disciplinares, instruídos pelas Subseções
ou por relatores do próprio Conselho, é julgado pelo
Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho
Seccional.
3 - Decisão condenatória irrecorrível.
Sendo prolatada decisão condenatória da qual já não
caiba recurso, - quer pelo decurso de prazo ou
mesmo por ter se esgotado todos os recursos - a
decisão deve ser comunicada imediatamente ao
Conselho Seccional onde o representado tiver sua
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 343
inscrição principal, para constar dos respectivos
assentamentos.
4 - Suspensão preventiva do acusado. O
Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o
acusado tem sua inscrição principal poderá
suspendê-lo preventivamente, desde que:
a) A transgressão disciplinar tenha
repercussão prejudicial a dignidade da advocacia;
b) Seja ouvido o implicado em sessão
especial apara a qual deve ser notificado a
comparecer, salvo se não atender a notificação.
Em caso de suspensão disciplinar
preventiva o processo deve ser concluído no prazo
máximo de noventa dias.
Vale observar-se que o Conselho
Seccional onde o representado tem sua inscrição
principal, nem sempre é competente para julgar, já
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 344
que a competência se rege pelo lugar da infração
conforme estabelece o artigo 70 do Estatuto.
Por imposição legal, tendo a infração
ocorrido fora da base territorial do Conselho
Seccional, onde o infrator tem sua inscrição
principal, este não poderá ouvi-lo e também não
poderá notificá-lo para a oitiva e por via de
conseqüência aplicar-lhe a reprimenda preventiva.
Não foi feliz o legislador em valer-se do
termo acusado, para referir-se ao inscrito, contra o
qual é iniciado o processo disciplinar. É que
recebida a representação, imediatamente o
Presidente nomeia um relator para emitir um parecer
preliminar a ser submetido do Tribunal de Ética e
Disciplina.
Vale dizer que se neste relatório se
poderá opinar pelo arquivamento, por não se
encontrar indícios do cometimento da transgressão,
e até este estágio o inscrito, não pode ser
denominado acusado, porque existe contra ele
somente uma representação, devendo portanto ser
identificado pela palavra representado.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 345
Art. 71 - A jurisdição disciplinar não exclui a
comum e, quando o fato constituir crime ou
contravenção, deve ser comunicado às
autoridades competentes.
1 - A jurisdição disciplinar não exclui a
comum. Inobstante somente a OAB possa aplicar as
sanções aos seus inscritos, tendo o representado
transgredido normas do direito comum, este deverá
responder por seus atos perante a justiça comum.
Mais que responder independentemente
por seus atos, sendo constatada a existência de
crime ou contravenção o Conselho Seccional,
deverá comunicar a ocorrência às autoridades
competentes.
Art. 72. - O processo disciplinar instaura-se
de ofício ou mediante representação de
qualquer autoridade ou pessoa interessada.
§ 1° - O Código de Ética e Disciplina
estabelece os critérios de admissibilidade da
representação e os procedimentos
disciplinares.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 346
§ 2° - O processo disciplinar tramita o sigilo,
até o seu termino, só tenho acesso às suas
informações as partes, seus defensores e a
autoridade judiciária competente.
1 - Instauração do processo disciplinar.
Derivado de instauratio na terminologia jurídica
significa abertura, inicio. Desta maneira podem
iniciar o processo disciplinar contra transgressão
atribuída aos inscritos na OAB:
1. Quaisquer de seus órgãos, de oficio.
2. Qualquer autoridade.
3. Qualquer pessoa interessada.
2 - O Código de Ética e Disciplina
estabelece critérios. Os critérios de admissibilidade
da representação obedecem as determinações do
Código de Ética e Disciplina, editado pelo Conselho
Federal ( Art. 54, V do EOAB ).
Este mesmo Pergaminho Ético, é que
estabelece os procedimentos disciplinares a serem
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 347
obedecidos para a prestação jurisdicional
corporativa punitiva.
3 - O processo disciplinar tramita em
sigilo. Dada sua importância o processo disciplinar
é instruído em segredo corporativo, desde o
recebimento da representação, até a decisão
irrecorrível.
Por força deste dispositivo somente as
partes tem acesso as informações as partes, seus
defensores e a autoridade judiciária competente.
Art. 73. - Recebida a apresentação, o
Presidente deve designar relator, a quem
compete a instrução do processo e
oferecimento de parecer preliminar a ser
submetido ao Tribunal de Ética e Disciplina.
§ 1° - Ao representado deve ser assegurado
amplo direito de defesa, podendo
acompanhar o processo em todos os termos,
pessoalmente ou por intermédio de
procurador, oferecendo defesa prévia após ser
notificado, razões finais após a instrução e
defesa oral perante o Tribunal de Ética e
Disciplina, por ocasião do julgamento.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 348
§ 2° - Se, após a defesa prévia, o relator se
manifestar pelo indeferimento liminar da
representação, este deve ser decidido pelo
Presidente do Conselho Seccional, para
determinar seu arquivamento.
§ 3° - O prazo para a defesa prévia pode ser
prorrogado por motivo relevante, a juízo do
relator.
§ 4° - Se o representado não for encontrado,
ou for revel, o Presidente do Conselho ou da
Subseção deve designar-lhe defensor dativo;
§ 5° - É também permitida a revisão do
processo disciplinar, por erro de julgamento
ou por condenação baseada em falsa prova.
1 - Recebida a representação. A
autoridade competente para receber a representação
é o Presidente do Conselho Seccional da base
territorial onde ocorreu a transgressão disciplinar;
salvo se esta foi cometida perante o Conselho
Federal, ex vi do artigo 20 do Estatuto.
Recebida a representação pelo Presidente,
este deve designar relator, a quem compete: 1.
Emitir parecer preliminar a ser submetido ao
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 349
Tribunal de Ética e Disciplina; 2. Dirigir a instrução
do processo.
2 - Direitos do representado. Ao
representado é assegurado pelo Estatuto: 1. Ampla
defesa; 2. Acompanhamento do processo em todos
os seus termos; 3. Postulação pessoal ou por
representante legal; 4. Oferecimento de defesa
prévia após ser notificado da existência de
representação; cujo prazo de 15 dias (Art. 69) pode
ser prorrogado por motivo relevante, a juízo do
relator (§ 3°).
5. Oferecimento de razões finais após o
encerramento da instrução do processo disciplinar.
6. Defesa oral perante o Tribunal de Ética
e Disciplina, por ocasião do julgamento do
processo.
3 - Arquivamento do processo
disciplinar. Manifestando-se o relator pelo
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 350
indeferimento liminar da representação, este
deve recorrer de oficio, ao Presidente do Conselho
Seccional, para determinar seu arquivamento.
A interpretação do texto, leva a certeza de
que opinando pelo arquivamento o processo sobe ao
Presidente do Conselho Seccional com finalidade
pré estabelecida de determinar seu arquivamento.
Como o Conselho Seccional tem
competência privativa para julgar, em grau de
recurso, as questões decididas por seu Presidente (
Art.58 III do EOAB ), é certo que deve recorrer de
oficio, para que a determinação de arquivamento
seja submetida ao Conselho.
4 - Nomeação de defensor dativo. A
ausência do representado, segundo a dicção do
Estatuto poderá ocorrer quando: não for
encontrado, ou for revel.
Nestes casos o Presidente do Conselho ou
da Subseção deve designar-lhe defensor dativo.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 351
5 - Revisão do processo. A revisão do
processo após a sentença irrecorrível é permitida em
dois casos:
1. Erro de julgamento.
2. Condenação baseada em falsa prova.
Art. 74 - O Conselho Seccional pode adotar as
medidas administrativas e judiciais
pertinentes, objetivando a que o profissional
suspenso ou excluído devolva os documentos de
identificação.
1 - Devolução dos documentos de
identificação. Sendo suspenso ou excluído o
inscrito se obriga a restituir os documentos de
identificação profissional.
A não restituição espontânea ensejará na
adoção de medidas administrativas e judiciais
pertinentes para a restituição coativa, eis que tais
documentos não devem permanecer com o infrator
que os usará indevidamente.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 352
CAPÍTULO III
DOS RECURSOS
Art. 75 - Cabe recurso ao Conselho Federal
de todas as decisões definitivas proferidas
pelo Conselho Seccional, quando não tenham
sido unânimes ou, sendo unânimes,
contrariem seta Lei, decisão do Conselho
Federal ou Conselho Seccional e, ainda, o
Regulamento Geral, o Código de Ética e
Disciplina e os Provimentos.
Parágrafo único - Além dos interessados, o
Presidente do Conselho Seccional é
legitimado a interpor o recurso referido neste
artigo.
1 - Recurso ao Conselho Federal. Cabe
recurso ao Conselho Federal de todas as decisões
definitivas proferidas pelos Conselhos Seccionais,
quando não forem unânimes.
Mesmo sendo unânimes cabe recurso ao
Conselho Federal das sentenças definitiva proferidas
pelos Conselhos Seccionais quando contrariar:
1°. Esta Lei, ou seja, o Estatuto da OAB;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 353
2°. Decisão do Conselho Federal ou de
outro Conselho Seccional.
3°. Regulamento Geral.
4°. Código de Ética e Disciplina.
5°. Provimentos.
Podem interpor recurso: os interessados
ou o Presidente do Conselho Seccional.
Art. 76. - Cabe recurso ao Conselho Seccional
de todas as decisões proferidas por seu
Presidente, pelo Tribunal de Ética e
Disciplina, ou pela diretoria da Subseção ou
da Caixa de Assistência dos Advogados.
1 - Recursos ao Conselho Seccional.
Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as
decisões proferidas:
1°. Pelo Presidente do Conselho
Seccional.
2°. Pelo Tribunal de Ética e Disciplina.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 354
3°. Pela Diretoria da Subseção.
4°. Pela Diretoria da Caixa de Assistência
dos Advogados.
Art. 77. - Todos os recursos têm perfeito
suspensivo, exceto quando tratarem de
eleições, de suspensão preventiva decidida
pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de
cancelamento da inscrição obtida com falsa
prova.
Parágrafo único - O Regulamento Geral
disciplina o cabimento de recursos específicos,
no âmbito de cada órgão julgador.
1 - Todos os recursos tem efeito
suspensivo. A regra geral é que todos os recursos
devolvem a decisão para o órgão superior,
suspendendo o efeito da decisão recorrida.
Todavia não tem efeito suspensivo, os
recursos contra decisão que tratar de:
1°. Eleições Art. 63 e seguintes do
Estatuto.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 355
2°. Suspensão preventiva decidida pelo
Tribunal de Ética e Disciplina.
3°. Cancelamento de inscrição obtida com
falsa prova.
2 - O Regulamento Geral disciplina os
recursos. O cabimento dos recursos específicos, no
âmbito de cada órgão julgador é disciplinado pelo
Regulamento Geral.
TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 78. - Cabe ao Conselho Federal da OAB,
por deliberação de dois terços, pelo menos,
das delegações, editar no Regulamento Geral
deste Estatuto, no prazo de seis meses,
contados da publicação desta Lei.
1 - O Regulamento Geral. É da
competência do Conselho Federal da OAB, editar
o Regulamento Geral, observando-se:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 356
1°. Quanto ao prazo: Seis meses a contar
de 05.07.94, ou seja, após a publicação no Diário
Oficial, da Imprensa Nacional, N° 126 Terça Feira,
5 de julho de 1994.
2°. Quanto a votação: A aprovação do
Regulamento Geral, necessita do voto de dois
terços, pelo menos, das delegações que integram o
Conselho Federal.
Art. 79 - Aos servidores da OAB, aplica-se o
regime trabalhista.
§ 1° - Aos servidores da OAB, sujeitos ao
regime da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de
1990, é concedido o direito de opção pelo
regime trabalhista, no prazo de noventa dias
a partir da vigência desta Lei, sendo
assegurado aos optantes o pagamento de
indenização, quando da aposentadoria,
correspondente a cinco vezes o valor da
última remuneração.
§ 2° - Os servidores que não optarem pelo
regime trabalhista serão posicionados no
quadro em extinção, assegurado o direito
adquirido ao regime legal anterior.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 357
1 - Os servidores da OAB. A OAB
como instituição organizada para atender seu escopo
representativo, necessita desempenhar tarefas e
executar trabalhos.
Para tanto contrata serviço de pessoal
especializado, criando vínculo empregatício,
atendendo ao regime e aos termos da Legislação do
Trabalho.
2 - Servidores em regime especial.
Mesmo aqueles servidores sujeitos ao regime
especial previsto pela Lei N° 8.112/90, no prazo de
90 dias a partir de 05.07.94, poderão optar pelo
regime trabalhista.
Para os servidores que optarem fica
assegurada a percepção de um valor correspondente
a cinco vezes o valor da última remuneração. Este
valor segundo o Estatuto, será pago por ocasião da
aposentadoria a título de indenização.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 358
Finalmente não havendo interesse do
servidor em optar pelo regime trabalhista, serão
posicionados no quadro de extinção, assegurado,
nos termos da lei, o direito adquirido no regime
legal anterior.
Art. 80. - Os Conselhos Federal e Seccionais
devem promover trienalmente as respectivas
Conferências, em data não coincidente com o
ano eleitoral, e, periodicamente, reunião do
colégio de presidentes a eles vinculados, com
finalidade consultiva.
1 - Conferências Seccionais e Federal
da OAB. O Estatuto estabeleceu a obrigatoriedade
de realização de três em três anos as respectivas
Conferências.
As Conferências devem ser promovidas
periodicamente em data não coincidente com ano
eleitoral.
Devem igualmente ser promovida reunião
do colégio de Presidentes vinculados aos
Conselhos, com finalidade consultiva.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 359
Art. 81 - Não se aplicam aos que tenham
assumido originariamente o cargo de
Presidente do Conselho Federal ou dos
Conselhos Seccionais, até a data da
publicação desta Lei, as normas contidas no
Título II, acerca da composição destes
Conselhos, ficando assegurado o pleno direito
de voz e voto em suas sessões.
1 - É assegurado o direito de voz e voto
aos Presidentes anteriores. Os Presidentes do
Conselho Federal e Conselhos Seccionais, que
tenham ocupados estes cargos até a data de
05.07.94, tem direito adquirido de voz e voto em
suas Sessões.
É que com a vigência desta Lei, essas
autoridades somente tem direito a voz nas sessões
em que participarem.
Art. 82 - Aplicam-se as alterações previstas
nesta Lei, quanto a mandatos, eleições,
composição e atribuições dos órgãos da OAB,
a partir do término do mandato dos atuais
membros, devendo os Conselho Federal e
Seccionais disciplinarem os respectivos
procedimentos de adaptação.
Parágrafo único - Os mandatos dos membros
dos órgão da OAB, eleitos na primeira eleição
sob a vigência desta Lei, e na forma do
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 360
capítulo VI do Título II, terão início no dia
seguinte ao término dos atuais mandatos,
encerrando-se em 31 de dezembro do terceiro
ano do mandato e em 31 de janeiro do
terceiro ano do mandato, neste caso com
relação ao Conselho Federal.
1 - Alterações previstas nesta Lei. O
Estatuto ao entrar em vigor revogou a Lei 4215/63
entre outras tendo alterado substancialmente a
estrutura jurídica da OAB especialmente quanto a:
mandatos, eleições, composição e atribuições dos
órgãos da OAB.
Estas modificações se impõe
especialmente a partir do término do mandato dos
atuais membros.
Neste sentido o Estatuto, determina que
os Conselhos Federal e Seccionais devem
disciplinar os respectivos procedimentos de
adaptação.
2 - Inicio do mandato dos eleitos sob a
vigência desta Lei. O legislador estatutário,
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 361
determinou que os eleitos da primeira eleição sob a
égide desta Lei, término dos atuais mandatos,
encerrando-se em 31 de dezembro do terceiro ano
do mandato e em 31 de janeiro do terceiro ano do
mandato, neste caso com relação ao Conselho
Federal.
Art. 83 - Não se aplica o disposto no art. 28,
inciso II, desta Lei, aos membros do
Ministério Público que, na data da
promulgação da Constituição, se incluam na
previsão do art. 29 § 3°, do seu Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias.
1 - Ministério Público. Não se aplica a
determinação de incompatibilidade, mesmo em
causa própria aos membros do Ministério Público
(Art. 28, II EOAB), que em 5 de outubro de 1988.
Prevê o Estatuto que a ressalva atinge os
membros do Ministérios que se incluam na
previsão do artigo 29 § 3°, do Ato das Disposição
Transitórias, que tem a seguinte redação: " § 3°
Poderá optar pelo regime anterior, no que respeita
às garantias e vantagens, o membro do Ministério
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 362
Público admitido antes da promulgação da
Constituição, observando-se, quanto às vedações, a
situação jurídica na data desta."
Art. 84 - O estagiário, inscrito no respectivo
quadro, fica dispensado do Exame de Ordem,
desde que comprove, até dois anos da
promulgação desta Lei, o exercício e resultado
do estágio profissional ou a conclusão, com
aproveitamento, do estágio de " Prática
Forense e Organização Judiciária", realizado
junto à respectiva faculdade, na forma da
legislação em vigor.
1 - Condições para dispensar o
estagiário do Exame de Ordem: Inobstante ser o
Exame de Ordem obrigatório, o estagiário poderá
ser dispensado desde que comprove no prazo de até
05.07.99, ou seja, dois anos da promulgação desta
Lei:" O exercício e resultado do estágio
profissional, ou a conclusão, com aproveitamento,
do estágio de "Prática Forense e Organização
Judiciária" realizado junto a respectiva Faculdade,
na forma da legislação em vigor."
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 363
Art. 85 - O Instituto dos Advogados
Brasileiros e as instituições a ele filiadas têm
qualidade para promover perante a OAB o
que julgaram do interesse dos advogados em
geral ou de qualquer dos seus membros.
1 - O Instituto dos Advogados
Brasileiros. O Estatuto homenageia o Instituto dos
Advogados, que tem íntima ligação com a OAB já
que ambas tem por escopo a valorização e prestigio
da classe dos advogados.
Neste passo o legislador corporativo,
defere ao Instituto dos Advogados Brasileiros, e a
instituições a ele filiadas, qualidade para promover
perante a OAB o que julgarem do interesse dos
advogados em geral ou de qualquer dos seus
membros.
Art. 86 - Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação.
1 - Da publicação da lei. A lei que
dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem
dos Advogados do Brasil - OAB, foi decretada
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 364
pelo Congresso Nacional e sancionada pelo
Presidente Itamar Franco em 4 de julho de 1994 e
publicada no Diário Oficial da Imprensa Nacional
datado de 5 de julho de 1994, data de sua entrada
em vigor em todo o território brasileiro.
Art. 87 - Revogam-se as disposições em
contrário, especialmente a Lei n° 4.215, de 27
de abril de 1.963, a Lei n° 5.390 de 23 de
fevereiro de 1.968, o Decreto-lei n° 505, DE 18
de março de 1.969, a Lei n° 5.681, de 20 de
julho de 1.971. a Lei n° 5.842, de 6 de
dezembro de 1.972, a Lei n° 5.960, de 10 de
dezembro de 1.973, a Lei n° 6.743, de 5 de
dezembro de 1.979, a Lei n° 6.884, de 9 de
dezembro de 1.980, a Lei de n° 6.994. de 26
de maio de 1.982, mantidos os efeitos da Lei
n° 7.346, de 22 de julho de 1.985.
1 - Revogação tácita e expressa de leis
anteriores. Seguindo o precedente de vários outros
ordenamentos jurídicos esta Lei, estabeleceu a
cessação da obrigatoriedade de leis anteriores.
Desta forma valendo-se da fórmula "
revogam-se as disposições em contrário ",
estabeleceu o seu império como lei nova retirando
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 365
genericamente o efeito das leis anteriores, seja por
incompatibilidade ou divergência (= revogação
tácita das leis anteriores).
Evidenciando a intenção de dar maior
vigor ao novo Texto Máximo Corporativo, o
legislador, fez referência clara as leis que foram
expressamente revogadas, sendo:
1. Lei N° 4.215 de 27 de abril de 1963,
que " Dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos
Advogados do Brasil" .
2. Lei N° 5.390 de 23 de fevereiro de
1968, que " Dispõe sobre a inscrição, como
Solicitador Acadêmico, na Ordem dos
Advogados do Brasil, e dispensa de estágio
profissional e Exame da Ordem. (Lex XXXII,
1.968 pg. 276)
3. Decreto-lei N° 505 de 18 de março de
1969, que " Dispõe sobre a inscrição na Ordem
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 366
dos Advogados do Brasil, como Solicitador
Acadêmico ". (Lex XXXIII, 1.969 p.404)
4. Lei N° 5.681 de 20 de julho de 1971,
que " Altera a redação de dispositivos da Lei n°
4.215 de 27 de abril de 1963 (Estatuto da Ordem
dos Advogados do Brasil) ". (Lex XXXV, 1.971
pg. 1.021)
5. Lei N° 5.842, de 6 de dezembro de
1972, que " Dispõe sobre o estágio nos cursos de
graduação em Direito e dá outras providências".
(Lex XXXVI, 1.972 pg. 1.556)
6. Lei N° 5.960, de 10 de dezembro de
1973, que " Dispõe sobre inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil." (Lex XXXVII, 1.973 pg.
1.854)
7. Lei N° 6.743 de 5 de dezembro de
1979, que " Introduz parágrafo no artigo 84 da
Lei N° 4.215, de 27 de abril de 1.963, excluindo
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 367
da incompatibilidade prevista no "caput" do
artigo os Vice-Prefeitos municipais." (Lex XLIII,
1.979 p.939)
8. Lei n° 6.884, de 9 de dezembro de
1.980, que " Altera dispositivos da Lei N° 4.215
de 27 de abril de 1.963 que dispõe sobre o
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil."
(Lex XLIV, 1.980 p.999)
9. Lei n° 6.994, de 26 de maio de 1982,
que " Dispõe sobre a fixação do valor das
anuidades e taxas devidas aos órgãos
fiscalizadores do exercício profissional, e dá
outras providências." (Lex XLVI, 1.982 p.168)
2 - Mantida a Lei N° 7.346. O Estatuto
fez incorporar em seu texto os dispositivos contidos
na Lei N° 7.346 de 22 de julho de 1.985, ad
litteram:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 368
" Veda novas inscrições no Quadro da Ordem
dos Advogados do Brasil e, mediante
alterações da Lei n° 4.215, de 27 de abril de
1963, assegura, aos atualmente inscritos neste
Quadro, o amplo direito de exercício da
profissão de advogado.
O Presidente da República.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° - Ficam vedadas, exceto quando se
tratar de transferência de sede da atividade
profissional, novas inscrições no Quadro de
Provisionados da Ordem dos Advogados do
Brasil, a partir da data da publicação desta
Lei.
Art. 2° - O "caput" e o parágrafo único do
artigo 87, o "caput" e a alínea " a ", do
parágrafo único, do artigo 92, o artigo 93, o "
caput " do artigo 94, o inciso I, do parágrafo
único, do artigo 96, o artigo 99, o parágrafo
único do artigo 100, o artigo 101, o artigo
102, o $ 5° do artigo 119, a alínea " f " do
artigo 132 e o $ 1°, do artigo 141, da Lei
4.215, de 27 de abril de 1963, passam a
vigorar com a seguinte redação:
" Art. 87 - São deveres do advogado e do
provisionado:
Parágrafo Único. Aos estagiários aplica-se o
disposto em todos os incisos deste artigo,
exceto nos de Nº. XX e XXI.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 369
Art. 89 - São direitos do advogado e do
provisionado:
§ 1° - Aos estagiários aplica-se o disposto nos
incisos I, com as restrições do artigo 72,
parágrafo único " in fine ", II, III, XIV, XV,
XVI, XVII, XVIII, XIX E XXI, do artigo 87,
desta Lei.
Art. 91 - No Estado onde houver serviço de
Assistência Judiciária mantido pelo Governo,
caberá à Seção ou Subseção da Ordem a
nomeação de advogado ou de provisionado
para o necessitado, depois de deferido o
pedido em Juízo, mediante a comprovação do
estado necessidade.
Art. 92 - O advogado ou o provisionado
indicado pelo Serviço de Assistência
Judiciária, pela Ordem, ou pelo Juiz, será
obrigado, salvo justo motivo, a patrocinar
gratuitamente a causa do necessitado até
final, sob pena de censura e multa, nos termos
do inciso XVIII, do artigo 103 e dos artigos
107 e 108 desta Lei.
Parágrafo único. (...)
a) ser advogado ou provisionado constituído
pela parte contrária ou pessoa a ela ligada, ou
ter, com estas, relações profissionais de
interesse atual;
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 370
Art. 93 - Será preferido para a defesa da
causa o advogado ou o provisionado que o
interessado indicar, com declaração escrita de
que aceita o encargo.
Art. 94 - A gratuidade da prestação de
serviço ao necessitado, de honorários quando:
I- (...)
II- (...)
III- (...)
Art. 96 – (...)
Parágrafo único. (...)
I- quando o advogado ou provisionado for
nomeado pela Assistência Judiciária, pela
Ordem, ou pelo Juiz, salvo nos casos do artigo
94 desta Lei;
Art. 99 - Se o advogado ou provisionado fizer
juntar aos autos, até antes de cumprir- se o
mandato de levantamento ou precatório, o
seu contrato de honorários , o Juiz
determinará lhe sejam estes pagos
diretamente, por dedução da quantia a ser
recebida pelo constituinte, salvo se este
provar que já o pagou.
§ 1° - Tratando-se de honorários fixados na
condenação, tem o advogado ou provisionado
direito autônomo para executar a sentença
nesta parte, podendo requerer que o
precatório, quando este for necessário, seja
expedido em seu favor.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 371
§ 2° - Salvo aquiescência do advogado ou
provisionado, o acordo feito pelo seu cliente e
a parte contrária não lhe prejudica os
honorários, quer os convencionais, quer os
concedidos pela sentença.
Art. 100 –(...)
Parágrafo único. A ação, tendo em vista a
cobrança de honorários pelos advogados ou
pelos provisionados, obedecerá ao processo de
execução regulado no livro II do Código de
Processo Civil, desde que ajustados mediante
contrato escrito ou arbitrados judicialmente
em processo preparatório, com a observância
do disposto no artigo 97 desta Lei, devendo a
petição inicial ser instruída com o
instrumento de mandato, como presunção da
prestação do serviço contratado.
Art. 101 - O advogado ou provisionado,
substabelecido com reserva de poderes , não
pode cobrar honorários sem a intervenção
daquele que lhe conferiu o substabelecimento.
Parágrafo único - Os substabelecente e
substabelecido devem acordar-se previamente
quanto à remuneração que lhes toca, com a
intervenção do outorgante.
Art. 102 - O advogado ou provisionado ,
credor de honorários e despesas feitas no
desempenho do mandato, tem privilégio
especial sobre o objeto deste.
Art. 119 –(...)
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 372
§ 5° - O advogado ou o provisionado poderá
sustentar oralmente a defesa em seguida ao
voto do relator, pelo prazo de 20 ( vinte )
minutos, prorrogável a critério do Presidente
do Conselho.
Art. 132 –(...)
f) deveres e direitos dos advogados e dos
provisionados;
Art. 141 – (...)
§ 1° - Os advogados e os provisionados
pagarão anuidades em cada uma das Secções
em que inscrevem."
Art. 2° - Ficam revogados os artigos 51, 52, o
inciso IX, do artigo 54 e o artigo 74 da Lei n°
4.215, de 27 de abril de 1963.
Art. 3° - Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação.
José Sarney, Presidente da República,
Fernando Lyra " ( In, Lex 1984, pg.621 )
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 373
ANÉXO 1
ÍNTEGRA DO
ESTATUTO DA ORDEM DOS ADVOGADOS
DO BRASIL –OAB-
Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994
Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos
Advogados do Brasil OAB
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
TÍTULO I
DA ADVOCACIA
CAPÍTULO I
DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA
Art. 1º São atividades privativas de advocacia:
I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos
juizados especiais;
II - as atividades de consultoria, assessoria e direção
jurídicas.
§1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a
impetração de habeas corpus em qualquer instância ou
tribunal.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 374
§2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas,
sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos
órgãos competentes, quando visados por advogados.
§3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com
outra atividade.
Art. 2º O advogado é indispensável à administração da
justiça.
§1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço
público e exerce função social.
§2º No processo judicial, o advogado contribui, na
postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao
convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus
público.
§3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por
seus atos e manifestações, nos limites desta Lei.
Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território
brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos
inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB.
§1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime
desta Lei, além do regime próprio a que se subordinem, os
integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria
da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das
Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades
de administração indireta e fundacional.
§2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode
praticar os atos previstos no Art. 1º, na forma do
Regulamento Geral, em conjunto com advogado e sob
responsabilidade deste.
Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados
por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções
civis, penais e administrativas.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 375
Parágrafo único - São também nulos os atos praticados por
advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso,
licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível
com a advocacia.
Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo
prova do mandato.
§1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem
procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze
dias, prorrogável por igual período.
§2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a
praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou
instância, salvo os que exijam poderes especiais.
§3º O advogado que renunciar ao mandato continuará,
durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia, a
representar o mandante, salvo se for substituído antes do
término desse prazo.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DO ADVOGADO
Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre
advogados, magistrados e membros do Ministério Público,
devendo todos tratar-se com consideração e respeito
recíprocos.
Parágrafo único - As autoridades, os servidores públicos e os
serventuários da justiça devem dispensar ao advogado, no
exercício da profissão, tratamento compatível com a
dignidade da advocacia e condições adequadas a seu
desempenho.
Art. 7º São direitos do advogado:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 376
I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território
nacional;
II - ter respeitada, em nome da liberdade de defesa e do
sigilo profissional, a inviolabilidade de seu escritório ou local
de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua
correspondência e de suas comunicações, inclusive
telefônicas ou afins, salvo caso de busca ou apreensão
determinada por magistrado e acompanhada de representante
da OAB;
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e
reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se
acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos
civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso
em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia,
para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e,
nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da
OAB;
V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em
julgado, senão em sala de Estado-Maior, com instalações e
comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na
sua falta, em prisão domiciliar;
VI - ingressar livremente:
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos
cancelos que separam a parte reservada aos magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias,
cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro,
e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de
expediente e independentemente da presença de seus
titulares;
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione
repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado
deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao
exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou
fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente
qualquer servidor ou empregado;
d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou
possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deve
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 377
comparecer, desde que munido de poderes especiais;
VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer
locais indicados no inciso anterior, independentemente de
licença;
VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e
gabinetes de trabalho, independentemente de horário
previamente marcado ou outra condição, observando-se a
ordem de chegada;
IX - sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou
processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator,
em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze
minutos, salvo se prazo maior for concedido;
X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou
tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer
equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos
ou afirmações que influam no julgamento, bem como para
replicar acusação ou censura que lhe forem feitas;
XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer
juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de
preceito de lei, regulamento ou regimento;
XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de
deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder
Legislativo;
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e
Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de
processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração,
quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção
de cópias, podendo tomar apontamentos;
XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem
procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em
andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo
copiar peças e tomar apontamentos;
XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de
qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente,
ou retirá-los pelos prazos legais;
XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem
procuração, pelo prazo de dez dias;
XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 378
exercício da profissão ou em razão dela;
XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de
advogado;
XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no
qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado
com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando
autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre
fato que constitua sigilo profissional;
XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando
pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário
designado e ao qual ainda não tenha comparecido a
autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação
protocolizada em juízo.
§1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI:
1) aos processos sob regime de segredo de justiça;
2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil
restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique
a permanência dos autos no cartório, secretaria ou
repartição, reconhecida pela autoridade em despacho
motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a
requerimento da parte interessada;
3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver
deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só
o fizer depois de intimado.
§2º O advogado tem imunidade profissional, não
constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis
qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua
atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções
disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer.
§3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por
motivo de exercício da profissão, em caso de crime
inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo.
§4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar,
em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 379
e presídios, salas especiais permanentes para os advogados,
com uso e controle assegurados à OAB.
§5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da
profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o
conselho competente deve promover o desagravo público do
ofendido, sem prejuízo da responsabilidade criminal em que
incorrer o infrator.
CAPÍTULO III
DA INSCRIÇÃO
Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:
I - capacidade civil;
II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em
instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada;
III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se
brasileiro;
IV - aprovação em Exame de Ordem;
V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;
VI - idoneidade moral;
VII - prestar compromisso perante o Conselho.
§1º O Exame de Ordem é regulamentado em provimento do
Conselho Federal da OAB.
§2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em
direito no Brasil, deve fazer prova do título de graduação,
obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado,
além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo.
§3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa,
deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo
dois terços dos votos de todos os membros do conselho
competente, em procedimento que observe os termos do
processo disciplinar.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 380
§4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que
tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação
judicial. Art. 9º Para inscrição como estagiário é necessário:
I - preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V,
VI e VII do Art. 8o;
II - ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.
§1º O estágio profissional de advocacia, com duração de
dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode
ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior,
pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e
escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo
obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e
Disciplina.
§2º A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional
em cujo território se localize seu curso jurídico.
§3º O aluno de curso jurídico que exerça atividade
incompatível com a advocacia pode freqüentar o estágio
ministrado pela respectiva instituição de ensino superior,
para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB.
§4º O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel
em Direito que queira se inscrever na Ordem.
Art. 10. A inscrição principal do advogado deve ser feita no
Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o
seu domicílio profissional, na forma do Regulamento Geral.
§1º Considera-se domicílio profissional a sede principal da
atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio
da pessoa física do advogado.
§2º Além da principal, o advogado deve promover a
inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos
territórios passar a exercer habitualmente a profissão,
considerando-se habitualidade a intervenção judicial que
exceder de cinco causas por ano.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 381
§3º No caso de mudança efetiva de domicílio profissional
para outra unidade federativa, deve o advogado requerer a
transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional
correspondente.
§4º O Conselho Seccional deve suspender o pedido de
transferência ou inscrição suplementar, ao verificar a
existência de vício ou ilegalidade na inscrição principal,
contra ela representando ao Conselho Federal.
Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que:
I - assim o requerer;
II - sofrer penalidade de exclusão;
III - falecer;
IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade
incompatível com a advocacia;
V - perder qualquer um dos requisitos necessários para
inscrição.
§1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o
cancelamento deve ser promovido, de ofício, pelo Conselho
competente ou em virtude de comunicação por qualquer
pessoa.
§2º Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não
restaura o número de inscrição anterior - deve o interessado
fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII do Art.
8º.
§3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido de
inscrição também deve ser acompanhado de provas de
reabilitação.
Art. 12. Licencia-se o profissional que:
I - assim o requerer, por motivo justificado;
II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade
incompatível com o exercício da advocacia;
III - sofrer doença mental considerada curável.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 382
Art. 13. O documento de identidade profissional, na forma
prevista no Regulamento Geral, é de uso obrigatório no
exercício da atividade de advogado ou de estagiário e
constitui prova de identidade civil para todos os fins legais.
Art. 14. É obrigatória a indicação do nome e do número de
inscrição em todos os documentos assinados pelo advogado,
no exercício de sua atividade.
Parágrafo único - É vedado anunciar ou divulgar qualquer
atividade relacionada com o exercício da advocacia ou o uso
da expressão "escritório de advocacia", sem indicação
expressa do nome e do número de inscrição dos advogados
que o integrem ou o número de registro da sociedade de
advogados na OAB.
CAPÍTULO IV
DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS
Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade civil
de prestação de serviço de advocacia, na forma disciplinada
nesta Lei e no Regulamento Geral.
§1º A sociedade de advogados adquire personalidade jurídica
com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no
Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver
sede.
§2º Aplica-se à sociedade de advogados o Código de Ética e
Disciplina, no que couber.
§3º As procurações devem ser outorgadas individualmente
aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte.
§4º Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade
de advogados, com sede ou filial na mesma área territorial
do respectivo Conselho Seccional.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 383
§5º O ato de constituição de filial deve ser averbado no
registro da sociedade e arquivado junto ao Conselho
Seccional onde se instalar, ficando os sócios obrigados a
inscrição suplementar.
§6º Os advogados sócios de uma mesma sociedade
profissional não podem representar em juízo clientes de
interesses opostos.
Art. 16. Não são admitidas a registro, nem podem funcionar,
as sociedades de advogados que apresentem forma ou
características mercantis, que adotem denominação de
fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que
incluam sócio não inscrito como advogado ou totalmente
proibido de advogar.
§1º A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de,
pelo menos, um advogado responsável pela sociedade,
podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista
tal possibilidade no ato constitutivo.
§2º O licenciamento do sócio para exercer atividade
incompatível com a advocacia em caráter temporário deve
ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua
constituição.
§3º É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de
pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que
inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.
Art. 17. Além da sociedade, o sócio responde subsidiária e
ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação
ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da
responsabilidade disciplinar em que possa incorrer.
CAPÍTULO V
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 384
DO ADVOGADO EMPREGADO
Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado,
não retira a isenção técnica nem reduz a independência
profissional inerentes à advocacia. Parágrafo único - O
advogado empregado não está obrigado à prestação de
serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores,
fora da relação de emprego.
Art. 19. O salário mínimo profissional do advogado será
fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo
ou convenção coletiva de trabalho.
Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no
exercício da profissão, não poderá exceder a duração diária
de quatro horas contínuas e a de vinte horas semanais, salvo
acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação
exclusiva.
§1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de
trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do
empregador, aguardando ou executando ordens, no seu
escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas
as despesas feitas com transporte, hospedagem e
alimentação.
§2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal
são remuneradas por um adicional não inferior a cem por
cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo
contrato escrito.
§3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um
dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como
noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.
Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou
pessoa por este representada, os honorários de sucumbência
são devidos aos advogados empregados.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 385
Parágrafo único - Os honorários de sucumbência, percebidos
por advogado empregado de sociedade de advogados são
partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida
em acordo.
CAPÍTULO VI
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos
inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados,
aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.
§1º O advogado, quando indicado para patrocinar causa de
juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da
Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem
direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela
organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo
Estado.
§2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são
fixados por arbitramento judicial, em remuneração
compatível com o trabalho e o valor econômico da questão,
não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela
organizada pelo Conselho Seccional da OAB.
§3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários
é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de
primeira instância e o restante no final.
§4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de
honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento
ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos
diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo
constituinte, salvo se este provar que já os pagou.
§5º O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar de
mandato outorgado por advogado para defesa em processo
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 386
oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da
profissão.
Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por
arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado,
tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta
parte, podendo requerer que o precatório, quando
necessário, seja expedido em seu favor.
Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e
o contrato escrito que o estipular são títulos executivos e
constituem crédito privilegiado na falência, concordata,
concurso de credores, insolvência civil e liquidação
extrajudicial.
§1º A execução dos honorários pode ser promovida nos
mesmos autos da ação em que tenha atuado o advogado, se
assim lhe convier.
§2º Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do
advogado, os honorários de sucumbência, proporcionais ao
trabalho realizado, são recebidos por seus sucessores ou
representantes legais.
§3º É nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou
convenção individual ou coletiva que retire do advogado o
direito ao recebimento dos honorários de sucumbência.
§4º O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte
contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe
prejudica os honorários, quer os convencionados, quer os
concedidos por sentença.
Art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de
honorários de advogado, contado o prazo:
I - do vencimento do contrato, se houver;
II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
III - da ultimação do serviço extrajudicial;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 387
IV - da desistência ou transação;
V - da renúncia ou revogação do mandato.
Art. 26. O advogado substabelecido, com reserva de
poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção
daquele que lhe conferiu o substabelecimento.
CAPÍTULO VII
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
Art. 27. A incompatibilidade determina a proibição total, e o
impedimento, a proibição parcial do exercício da advocacia.
Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa
própria, com as seguintes atividades:
I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder
Legislativo e seus substitutos legais;
II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério
Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados
especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de
todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de
deliberação coletiva da administração pública direta ou
indireta;
III - ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos
da Administração Pública direta ou indireta, em suas
fundações e em suas empresas controladas ou
concessionárias de serviço público;
IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou
indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que
exercem serviços notariais e de registro;
V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou
indiretamente a atividade policial de qualquer natureza;
VI - militares de qualquer natureza, na ativa;
VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham
competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 388
tributos e contribuições parafiscais;
VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em
instituições financeiras, inclusive privadas.
§1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante
do cargo ou função deixe de exercê-lo temporariamente.
§2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não
detenham poder de decisão relevante sobre interesses de
terceiro, a juízo do Conselho competente da OAB, bem
como a administração acadêmica diretamente relacionada ao
magistério jurídico.
Art. 29. Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais,
Defensores Gerais e dirigentes de órgãos jurídicos da
Administração Pública direta, indireta e fundacional são
exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia
vinculada à função que exerçam, durante o período da
investidura.
Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia:
I - os servidores da administração direta, indireta ou
fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou à
qual seja vinculada a entidade empregadora;
II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes
níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito
público, empresas públicas, sociedades de economia mista,
fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas
concessionárias ou permissionárias de serviço público.
Parágrafo único - Não se incluem nas hipóteses do inciso I
os docentes dos cursos jurídicos.
CAPÍTULO VIII
DA ÉTICA DO ADVOGADO
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 389
Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne
merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da
classe e da advocacia.
§1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter
independência em qualquer circunstância.
§2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a
qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade,
deve deter o advogado no exercício da profissão.
Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no
exercício profissional, praticar com dolo ou culpa.
Parágrafo único - Em caso de lide temerária, o advogado
será solidariamente responsável com seu cliente, desde que
coligado com este para lesar a parte contrária, o que será
apurado em ação própria.
Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os
deveres consignados no Código de Ética e Disciplina.
Parágrafo único - O Código de Ética e Disciplina regula os
deveres do advogado para com a comunidade, o cliente, o
outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do
patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de
urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.
CAPÍTULO IX
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES
Art. 34. Constitui infração disciplinar:
I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou
facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não
inscritos, proibidos ou impedidos;
II - manter sociedade profissional fora das normas e
preceitos estabelecidos nesta Lei;
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 390
III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação
nos honorários a receber;
IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de
terceiros;
V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou
para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não
tenha colaborado;
VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a
boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na
injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;
VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional;
VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem
autorização do cliente ou ciência do advogado contrário;
IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu
patrocínio;
X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação
ou a nulidade do processo em que funcione;
XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de
decorridos dez dias da comunicação da renúncia;
XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência
jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da
Defensoria Pública;
XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e
habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas
pendentes;
XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação
doutrinária e de julgado, bem como de depoimentos,
documentos e alegações da parte contrária, para confundir o
adversário ou iludir o juiz da causa;
XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização
escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como
crime;
XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido,
determinação emanada do órgão ou autoridade da Ordem,
em matéria da competência desta, depois de regularmente
notificado;
XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para
realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la;
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 391
XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer
importância para aplicação ilícita ou desonesta;
XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro,
relacionados com o objeto do mandato, sem expressa
autorização do constituinte;
XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou
da parte adversa, por si ou interposta pessoa;
XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao
cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta
dele;
XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos
com vista ou em confiança;
XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de
serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a
fazê-lo;
XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia
profissional;
XXV - manter conduta incompatível com a advocacia;
XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para
inscrição na OAB;
XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da
advocacia;
XXVIII - praticar crime infamante;
XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua
habilitação.
Parágrafo único - Inclui-se na conduta incompatível:
a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei;
b) incontinência pública e escandalosa;
c) embriaguez ou toxicomania habituais.
Art. 35. As sanções disciplinares consistem em:
I - censura;
II - suspensão;
III - exclusão;
IV - multa.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 392
Parágrafo único - As sanções devem constar dos
assentamentos do inscrito, após o trânsito em julgado da
decisão, não podendo ser objeto da publicidade a de censura.
Art. 36. A censura é aplicável nos casos de:
I - infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art.
34;
II - violação a preceito do Código de Ética e Disciplina;
III - violação a preceito desta Lei, quando para a infração
não se tenha estabelecido sanção mais grave.
Parágrafo único - A censura pode ser convertida em
advertência, em ofício reservado, sem registro nos
assentamentos do inscrito, quando presente circunstância
atenuante.
Art. 37. A suspensão é aplicável nos casos de:
I - infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34;
II - reincidência em infração disciplinar.
§1º A suspensão acarreta ao infrator a interdição do
exercício profissional, em todo o território nacional, pelo
prazo de trinta dias a doze meses, de acordo com os critérios
de individualização previstos neste capítulo.
§2º Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a
suspensão perdura até que satisfaça integralmente a dívida,
inclusive com a correção monetária.
§3º Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão
perdura até que preste novas provas de habilitação.
Art. 38. A exclusão é aplicável nos casos de:
I - aplicação, por três vezes, de suspensão;
II - infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art.
34.
Parágrafo único - Para a aplicação da sanção disciplinar de
exclusão é necessária a manifestação favorável de dois terços
dos membros do Conselho Seccional competente.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 393
Art. 39. A multa, variável entre o mínimo correspondente ao
valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo, é
aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão, em
havendo circunstâncias agravantes.
Art. 40. Na aplicação das sanções disciplinares são
consideradas, para fins de atenuação, as seguintes
circunstâncias, entre outras:
I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;
II - ausência de punição disciplinar anterior;
III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em
qualquer órgão da OAB;
IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa
pública.
Parágrafo único - Os antecedentes profissionais do inscrito,
as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as
circunstâncias e as consequências da infração são
considerados para o fim de decidir:
a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e
de outra sanção disciplinar;
b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis.
Art. 41. É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção
disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a
reabilitação, em face de provas efetivas de bom
comportamento.
Parágrafo único - Quando a sanção disciplinar resultar da
prática de crime, o pedido de reabilitação depende também
da correspondente reabilitação criminal.
Art. 42. Fica impedido de exercer o mandato o profissional a
quem forem aplicadas as sanções disciplinares de suspensão
ou exclusão.
Art. 43. A pretensão à punibilidade das infrações
disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data da
constatação oficial do fato.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 394
§1º Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar
paralisado por mais de três anos, pendente de despacho ou
julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a
requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem
apuradas as responsabilidades pela paralisação.
§2º A prescrição interrompe-se:
I - pela instauração de processo disciplinar ou pela
notificação válida feita diretamente ao representado;
II - pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão
julgador da OAB.
TÍTULO II
DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
CAPÍTULO I
DOS FINS E DA ORGANIZAÇÃO
Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, serviço
público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa,
tem por finalidade:
I - defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado
democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social,
e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida
administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e
das instituições jurídicas;
II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa,
a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República
Federativa do Brasil.
§1º A OAB não mantém com órgão da Administração
Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 395
§2º O uso da sigla "OAB" é privativo da Ordem dos
Advogados do Brasil.
Art. 45. São órgãos da OAB:
I - o Conselho Federal;
II - os Conselhos Seccionais;
III - as Subseções;
IV - as Caixas de Assistência dos Advogados.
§1º O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica
própria, com sede na capital da República, é o órgão
supremo da OAB.
§2º Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade
jurídica própria, têm jurisdição sobre os respectivos
territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos
Territórios.
§3º As Subseções são partes autônomas do Conselho
Seccional, na forma desta Lei e de seu ato constitutivo.
§4º As Caixas de Assistência dos Advogados, dotadas de
personalidade jurídica própria, são criadas pelos Conselhos
Seccionais, quando estes contarem com mais de mil e
quinhentos inscritos.
§5º A OAB, por constituir serviço público, goza de
imunidade tributária total em relação a seus bens, rendas e
serviços.
§6º Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, salvo quando
reservados ou de administração interna, devem ser
publicados na imprensa oficial ou afixados no fórum, na
íntegra ou em resumo.
Art. 46. Compete à OAB fixar e cobrar, de seus inscritos,
contribuições, preços de serviços e multas.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 396
Parágrafo único - Constitui título executivo extrajudicial a
certidão passada pela diretoria do Conselho competente,
relativa a crédito previsto neste artigo.
Art. 47. O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os
inscritos nos seus quadros do pagamento obrigatório da
contribuição sindical.
Art. 48. O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria
de órgão da OAB é de exercício gratuito e obrigatório,
considerado serviço público relevante, inclusive para fins de
disponibilidade e aposentadoria.
Art. 49. Os Presidentes dos Conselhos e das Subseções da
OAB têm legitimidade para agir, judicial e
extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que infringir as
disposições ou os fins desta Lei.
Parágrafo único - As autoridades mencionadas no caput
deste artigo têm, ainda, legitimidade para intervir, inclusive
como assistentes, nos inquéritos e processos em que sejam
indiciados, acusados ou ofendidos os inscritos na OAB.
Art. 50. Para os fins desta Lei, os Presidentes dos Conselhos
da OAB e das Subseções podem requisitar cópias de peças
de autos e documentos a qualquer tribunal, magistrado,
cartório e órgão da Administração Pública direta, indireta e
fundacional.
CAPÍTULO II
DO CONSELHO FEDERAL
Art. 51. O Conselho Federal compõe-se:
I - dos conselheiros federais, integrantes das delegações de
cada unidade federativa;
II - dos seus ex-presidentes, na qualidade de membros
honorários vitalícios.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 397
§1º Cada delegação é formada por três conselheiros federais.
§2º Os ex-presidentes têm direito apenas a voz nas sessões.
Art. 52. Os presidentes dos Conselhos Seccionais, nas
sessões do Conselho Federal, têm lugar reservado junto à
delegação respectiva e direito somente a voz.
Art. 53. O Conselho Federal tem sua estrutura e
funcionamento definidos no Regulamento Geral da OAB.
§1º O Presidente, nas deliberações do Conselho, tem apenas
o voto de qualidade.
§2º O voto é tomado por delegação, e não pode ser exercido
nas matérias de interesse da unidade que represente.
Art. 54. Compete ao Conselho Federal:
I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;
II - representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos
ou individuais dos advogados;
III - velar pela dignidade, independência, prerrogativas e
valorização da advocacia;
IV - representar, com exclusividade, os advogados
brasileiros nos órgãos e eventos internacionais da advocacia;
V - editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética
e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários;
VI - adotar medidas para assegurar o regular funcionamento
dos Conselhos Seccionais;
VII - intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando
constatar grave violação desta Lei ou do Regulamento Geral;
VIII - cassar ou modificar, de ofício ou mediante
representação, qualquer ato, de órgão ou autoridade da
OAB, contrário a esta Lei, ao Regulamento Geral, ao
Código de Ética e Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a
autoridade ou o órgão em causa;
IX - julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos
Conselhos Seccionais, nos casos previstos neste Estatuto e
no Regulamento Geral;
X - dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 398
sobre os respectivos símbolos privativos;
XI - apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e
as contas de sua diretoria;
XII - homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço
e as contas dos Conselhos Seccionais;
XIII - elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o
preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito
nacional ou interestadual, com advogados que estejam em
pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de
membro do próprio Conselho ou de outro órgão da OAB;
XIV - ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas
legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de
segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações
cuja legitimação lhe seja outorgada por lei;
XV - colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos,
e opinar, previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos
competentes para criação, reconhecimento ou
credenciamento desses cursos;
XVI - autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a
oneração ou alienação de seus bens imóveis;
XVII - participar de concursos públicos, nos casos previstos
na Constituição e na lei, em todas as suas fases, quando
tiverem abrangência nacional ou interestadual;
XVIII - resolver os casos omissos neste Estatuto.
Parágrafo único - A intervenção referida no inciso VII deste
artigo depende de prévia aprovação por dois terços das
delegações, garantido o amplo direito de defesa do Conselho
Seccional respectivo, nomeando-se diretoria provisória para
o prazo que se fixar.
Art. 55. A diretoria do Conselho Federal é composta de um
Presidente, de um Vice-Presidente, de um Secretário-Geral,
de um Secretário-Geral Adjunto e de um Tesoureiro.
§1º O Presidente exerce a representação nacional e
internacional da OAB, competindo-lhe convocar o Conselho
Federal, presidi-lo, representá-lo ativa e passivamente, em
juízo ou fora dele, promover-lhe a administração patrimonial
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 399
e dar execução às suas decisões.
§2º O Regulamento Geral define as atribuições dos membros
da Diretoria e a ordem de substituição em caso de vacância,
licença, falta ou impedimento.
§3º Nas deliberações do Conselho Federal, os membros da
diretoria votam como membros de suas delegações, cabendo
ao Presidente, apenas o voto de qualidade e o direito de
embargar a decisão, se esta não for unânime.
CAPÍTULO III
DO CONSELHO SECCIONAL
Art. 56. O Conselho Seccional compõe-se de conselheiros
em número proporcional ao de seus inscritos, segundo
critérios estabelecidos no Regulamento Geral.
§1º São membros honorários vitalícios os seus ex-
presidentes, somente com direito a voz em suas sessões.
§2º O Presidente do Instituto dos Advogados local é
membro honorário, somente com direito a voz nas sessões
do Conselho.
§3º Quando presentes às sessões do Conselho Seccional, o
Presidente do Conselho Federal, os Conselheiros Federais
integrantes da respectiva delegação, o Presidente da Caixa
de Assistência dos Advogados e os Presidentes das
Subseções, têm direito a voz.
Art. 57. O Conselho Seccional exerce e observa, no
respectivo território, as competências, vedações e funções
atribuídas ao Conselho Federal, no que couber e no âmbito
de sua competência material e territorial, e as normas gerais
estabelecidas nesta Lei, no Regulamento Geral, no Código
de Ética e Disciplina, e nos Provimentos.
Art. 58. Compete privativamente ao Conselho Seccional:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 400
I - editar seu Regimento Interno e Resoluções;
II - criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos
Advogados;
III - julgar, em grau de recurso, as questões decididas por
seu Presidente, por sua diretoria, pelo Tribunal de Ética e
Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa de
Assistência dos Advogados;
IV - fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório
anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria,
das diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos
Advogados;
V - fixar a tabela de honorários, válida para todo o território
estadual;
VI - realizar o Exame de Ordem;
VII - decidir os pedidos de inscrição nos quadros de
advogados e estagiários;
VIII - manter cadastro de seus inscritos;
IX - fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias,
preços de serviços e multas;
X - participar da elaboração dos concursos públicos, em
todas as suas fases, nos casos previstos na Constituição e nas
leis, no âmbito do seu território;
XI - determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos
advogados, no exercício profissional;
XII - aprovar e modificar seu orçamento anual;
XIII - definir a composição e o funcionamento do Tribunal
de Ética e Disciplina, e escolher seus membros;
XIV - eleger as listas, constitucionalmente previstas, para
preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários, no
âmbito de sua competência e na forma do Provimento do
Conselho Federal, vedada a inclusão de membros do próprio
Conselho e de qualquer órgão da OAB;
XV - intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos
Advogados;
XVI - desempenhar outras atribuições previstas no
Regulamento Geral.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 401
Art. 59. A diretoria do Conselho Seccional tem composição
idêntica e atribuições equivalentes às do Conselho Federal,
na forma do Regimento Interno daquele.
CAPÍTULO IV
DA SUBSEÇÃO
Art. 60. A Subseção pode ser criada pelo Conselho
Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites de
competência e autonomia.
§1º A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais
municípios, ou parte de município, inclusive da capital do
Estado, contanto com um mínimo de quinze advogados, nela
profissionalmente domiciliados.
§2º A Subseção é administrada por uma diretoria, com
atribuições e composição equivalentes às da diretoria do
Conselho Seccional.
§3º Havendo mais de cem advogados, a Subseção pode ser
integrada, também, por um Conselho em número de
membros fixado pelo Conselho Seccional.
§4º Os quantitativos referidos nos parágrafos primeiro e
terceiro deste artigo podem ser ampliados, na forma do
Regimento Interno do Conselho Seccional.
§5º Cabe ao Conselho Seccional fixar, em seu orçamento,
dotações específicas destinadas à manutenção das
Subseções.
§6º O Conselho Seccional, mediante o voto de dois terços de
seus membros, pode intervir nas Subseções, onde constatar
grave violação desta Lei ou do Regimento Interno daquele.
Art. 61. Compete à Subseção, no âmbito de seu território:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 402
I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;
II - velar pela dignidade, independência e valorização da
advocacia, e fazer valer as prerrogativas do advogado;
III - representar a OAB perante os poderes constituídos;
IV - desempenhar as atribuições previstas no Regulamento
Geral ou por delegação de competência do Conselho
Seccional. Parágrafo único - Ao Conselho da Subseção,
quando houver, compete exercer as funções e atribuições do
Conselho Seccional, na forma do Regimento Interno deste, e
ainda:
a) editar seu Regimento Interno, a ser referendado pelo
Conselho Seccional;
b) editar resoluções, no âmbito de sua competência;
c) instaurar e instruir processos disciplinares, para
julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina;
d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e
estagiário, instruindo e emitindo parecer prévio, para decisão
do Conselho Seccional.
CAPÍTULO V
DA CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS
Art. 62. A Caixa de Assistência dos Advogados, com
personalidade jurídica própria, destina-se a prestar
assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se
vincule.
§1º A Caixa é criada e adquire personalidade jurídica com a
aprovação e registro de seu Estatuto pelo respectivo
Conselho Seccional da OAB, na forma do Regulamento
Geral.
§2º A Caixa pode, em benefício dos advogados, promover a
seguridade complementar.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 403
§3º Compete ao Conselho Seccional fixar contribuição
obrigatória devida por seus inscritos, destinada à
manutenção do disposto no parágrafo anterior, incidente
sobre atos decorrentes do efetivo exercício da advocacia.
§4º A diretoria da Caixa é composta de cinco membros, com
atribuições definidas no seu Regimento Interno.
§5º Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades
recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor
resultante após as deduções regulamentares obrigatórias.
§6º Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu
patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional
respectivo.
§7º O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de
seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência dos
Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades,
designando diretoria provisória, enquanto durar a
intervenção.
CAPÍTULO VI
DAS ELEIÇÕES E DOS MANDATOS
Art. 63. A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB
será realizada na segunda quinzena do mês de novembro, do
último ano do mandato, mediante cédula única e votação
direta dos advogados regularmente inscritos.
§1º A eleição, na forma e segundo os critérios e
procedimentos estabelecidos no Regulamento Geral, é de
comparecimento obrigatório para todos os advogados
inscritos na OAB.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 404
§2º O candidato deve comprovar situação regular junto à
OAB, não ocupar cargo exonerável ad nutum, não ter sido
condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação, e
exercer efetivamente a profissão há mais de cinco anos.
Art. 64. Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da
chapa que obtiver a maioria dos votos válidos.
§1º A chapa para o Conselho Seccional deve ser composta
dos candidatos ao Conselho e à sua Diretoria e, ainda, à
delegação ao Conselho Federal e à Diretoria da Caixa de
Assistência dos Advogados para eleição conjunta.
§2º A chapa para a Subseção deve ser composta com os
candidatos à diretoria, e de seu Conselho quando houver.
Art. 65. O mandato em qualquer órgão da OAB é de três
anos, iniciando-se em primeiro de janeiro do ano seguinte ao
da eleição, salvo o Conselho Federal.
Parágrafo único - Os conselheiros federais eleitos iniciam
seus mandatos em primeiro de fevereiro do ano seguinte ao
da eleição.
Art. 66. Extingue-se o mandato automaticamente, antes do
seu término, quando:
I - ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição
ou de licenciamento do profissional;
II - o titular sofrer condenação disciplinar;
III - o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões
ordinárias consecutivas de cada órgão deliberativo do
Conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de
Assistência dos Advogados, não podendo ser reconduzido
no mesmo período de mandato.
Parágrafo único - Extinto qualquer mandato, nas hipóteses
deste artigo, cabe ao Conselho Seccional escolher o
substituto, caso não haja suplente.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 405
Art. 67. A eleição da Diretoria do Conselho Federal, que
tomará posse no dia 1 de fevereiro, obedecerá às seguintes
regras:
I - será admitido registro, junto ao Conselho Federal, de
candidatura à presidência, desde seis meses até um mês antes
da eleição;
II - o requerimento de registro deverá vir acompanhado do
apoiamento de, no mínimo, seis Conselhos Seccionais;
III - até um mês antes das eleições, deverá ser requerido o
registro da chapa completa, sob pena de cancelamento da
candidatura respectiva;
IV - no dia 25 de janeiro, proceder-se-á, em todos os
Conselhos Seccionais, à eleição da Diretoria do Conselho
Federal, devendo o Presidente do Conselho Seccional
comunicar, em três dias, à Diretoria do Conselho Federal, o
resultado do pleito;
V - de posse dos resultados das Seccionais, a Diretoria do
Conselho Federal procederá à contagem dos votos,
correspondendo à cada Conselho Seccional um voto, e
proclamará o resultado. Parágrafo único - Com exceção do
candidato a Presidente, os demais integrantes da chapa
deverão ser conselheiros federais eleitos.
TÍTULO III
DO PROCESSO NA OAB
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 68. Salvo disposição em contrário, aplicam-se
subsidiariamente ao processo disciplinar as regras da
legislação processual penal comum e, aos demais processos,
as regras gerais do procedimento administrativo comum e da
legislação processual civil, nessa ordem.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 406
Art. 69. Todos os prazos necessários à manifestação de
advogados, estagiários e terceiros, nos processos em geral
da OAB, são de quinze dias, inclusive para interposição de
recursos.
§1º Nos casos de comunicação por ofício reservado, ou de
notificação pessoal, o prazo se conta a partir do dia útil
imediato ao da notificação do recebimento.
§2º Nos casos de publicação na imprensa oficial do ato ou da
decisão, o prazo inicia-se no primeiro dia útil seguinte.
CAPÍTULO II
DO PROCESSO DISCIPLINAR
Art. 70. O poder de punir disciplinarmente os inscritos na
OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional em
cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta
for cometida perante o Conselho Federal.
§1º Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho
Seccional competente, julgar os processos disciplinares,
instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio
Conselho.
§2º A decisão condenatória irrecorrível deve ser
imediatamente comunicada ao Conselho Seccional onde o
representado tenha inscrição principal, para constar dos
respectivos assentamentos.
§3º O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o
acusado tenha inscrição principal pode suspendê-lo
preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à
dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão especial
para a qual deve ser notificado a comparecer, salvo se não
atender à notificação. Neste caso, o processo disciplinar
deve ser concluído no prazo máximo de noventa dias.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 407
Art. 71. A jurisdição disciplinar não exclui a comum e,
quando o fato constituir crime ou contravenção, deve ser
comunicado às autoridades competentes.
Art. 72. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou
mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa
interessada.
§1º O Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios de
admissibilidade da representação e os procedimentos
disciplinares.
§2º O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu
término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus
defensores e a autoridade judiciária competente.
Art. 73. Recebida a representação, o Presidente deve
designar relator, a quem compete instrução do processo e o
oferecimento de parecer preliminar a ser submetido ao
Tribunal de Ética e Disciplina.
§1º Ao representado deve ser assegurado amplo direito de
defesa, podendo acompanhar o processo em todos os
termos, pessoalmente ou por intermédio de procurador,
oferecendo defesa prévia após ser notificado, razões finais
após a instrução e defesa oral perante o Tribunal de Ética e
Disciplina, por ocasião do julgamento.
§2º Se, após a defesa prévia, o relator se manifestar pelo
indeferimento liminar da representação, este deve ser
decidido pelo Presidente do Conselho Seccional, para
determinar seu arquivamento.
§3º O prazo para defesa prévia pode ser prorrogado por
motivo relevante, a juízo do relator.
§4º Se o representado não for encontrado, ou for revel, o
Presidente do Conselho ou da Subseção deve designar-lhe
defensor dativo;
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 408
§5º É também permitida a revisão do processo disciplinar,
por erro de julgamento ou por condenação baseada em falsa
prova.
Art. 74. O Conselho Seccional pode adotar as medidas
administrativas e judiciais pertinentes, objetivando a que o
profissional suspenso ou excluído devolva os documentos de
identificação.
CAPÍTULO III
DOS RECURSOS
Art. 75. Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as
decisões definitivas proferidas pelo Conselho Seccional,
quando não tenham sido unânimes ou, sendo unânimes,
contrariem esta Lei, decisão do Conselho Federal ou de
outro Conselho Seccional e, ainda, o Regulamento Geral, o
Código de Ética e Disciplina e os Provimentos.
Parágrafo único - Além dos interessados, o Presidente do
Conselho Seccional é legitimado a interpor o recurso
referido neste artigo.
Art. 76. Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as
decisões proferidas por seu Presidente, pelo Tribunal de
Ética e Disciplina, ou pela diretoria da Subseção ou da Caixa
de Assistência dos Advogados.
Art. 77. Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto
quando tratarem de eleições (arts. 63 e seguintes), de
suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e
Disciplina, e de cancelamento da inscrição obtida com falsa
prova.
Parágrafo único - O Regulamento Geral disciplina o
cabimento de recursos específicos, no âmbito de cada órgão
julgador.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 409
TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 78. Cabe ao Conselho Federal da OAB, por deliberação
de dois terços, pelo menos, das delegações, editar o
Regulamento Geral deste Estatuto, no prazo de seis meses,
contados da publicação desta Lei.
Art. 79. Aos servidores da OAB, aplica-se o regime
trabalhista.
§1º Aos servidores da OAB, sujeitos ao regime da Lei no
8.112, de 11 de dezembro de 1990, é concedido o direito de
opção pelo regime trabalhista, no prazo de noventa dias a
partir da vigência desta Lei, sendo assegurado aos optantes o
pagamento de indenização, quando da aposentadoria,
correspondente a cinco vezes o valor da última remuneração.
§2º Os servidores que não optarem pelo regime trabalhista
serão posicionados no quadro em extinção, assegurado o
direito adquirido ao regime legal anterior.
Art. 80. Os Conselhos Federal e Seccionais devem promover
trienalmente as respectivas Conferências, em data não
coincidente com o ano eleitoral, e, periodicamente, reunião
do colégio de presidentes a eles vinculados, com finalidade
consultiva.
Art. 81. Não se aplicam aos que tenham assumido
originariamente o cargo de Presidente do Conselho Federal
ou dos Conselhos Seccionais, até a data da publicação desta
Lei, as normas contidas no Título II, acerca da composição
desses Conselhos, ficando assegurado o pleno direito de voz
e voto em suas sessões.
Art. 82. Aplicam-se as alterações previstas nesta Lei, quanto
a mandatos, eleições, composições e atribuições dos órgãos
da OAB, a partir do término do mandato dos atuais
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 410
membros, devendo os Conselhos Federal e Seccionais
disciplinarem os respectivos procedimentos de adaptação.
Parágrafo único - Os mandatos dos membros dos órgãos da
OAB, eleitos na primeira eleição sob a vigência desta Lei, e
na forma do Capítulo VI do Título II, terão início no dia
seguinte ao término dos atuais mandatos, encerrando-se em
31 de dezembro do terceiro ano do mandato e em 31 de
janeiro do terceiro ano do mandato, neste caso com relação
ao Conselho Federal.
Art. 83. Não se aplica o disposto no art. 28, inciso II, desta
Lei, aos membros do Ministério Público que, na data de
promulgação da Constituição, se incluam na previsão do art.
29, §3o, do seu Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.
Art. 84. O estagiário, inscrito no respectivo quadro, fica
dispensado do Exame da Ordem, desde que comprove, em
até dois anos da promulgação desta Lei, o exercício e
resultado do estágio profissional ou a conclusão, com
aproveitamento, do estágio de "Prática Forense e
Organização Judiciária", realizado junto à respectiva
faculdade, na forma da legislação em vigor.
Art. 85. O Instituto dos Advogados Brasileiros e as
instituições a ele filiadas têm qualidade para promover
perante a OAB o que julgarem do interesse dos advogados
em geral ou de qualquer dos seus membros.
Art. 86. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 87. Revogam-se as disposições em contrário,
especialmente a Lei no 4.215, de 27 de abril de 1963, a Lei
no 5.390, de 23 de fevereiro de 1968, o Decreto-lei no 505,
de 18 de março de 1969, a Lei no 5.681, de 20 de julho de
1971, a Lei no 5.842, de 6 de dezembro de 1972, a Lei no
5.960, de 10 de dezembro de 1973, a Lei no 6.743, de 5 de
dezembro de 1979, a Lei no 6.884, de 9 de dezembro de
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 411
1980, a Lei no 6.994, de 26 de maio de 1982, mantidos os
efeitos da Lei no 7.346, de 22 de julho de 1985.
Brasília, 4 de julho de 1994; 173 da Independência e 106 da
República.
ITAMAR FRANCO
Alexandre de Paula Dupeyrat Martins
ANÉXO 2
REGULAMENTO DA ORDEM DOS
ADVOGADOS DO BRASIL –OAB-
ANÉXO 3
CÓDIGO DE ÉTICA DA ORDEM DOS
ADVOGADOS DO BRASIL –OAB-
O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS
ADVOGADOS DO BRASIL, ao instituir o Código de Ética
e Disciplina, norteou-se por princípios que formam a
consciência profissional do advogado e representam
imperativos de sua conduta, tais como: os de lutar sem
receio pelo primado da Justiça; pugnar pelo cumprimento da
Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo com que esta seja
interpretada com retidão, em perfeita sintonia com os fins
sociais a que se dirige e as exigências do bem comum; ser fiel
à verdade para poder servir à Justiça como um de seus
elementos essenciais; proceder com lealdade e boa fé em
suas relações profissionais e em todos os atos do seu ofício;
empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu
patrocínio, dando ao constituinte o amparo do Direito, e
proporcionando-lhe a realização prática de seus legítimos
interesses; comportar-se, nesse mister, com independência e
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 412
altivez, defendendo com o mesmo denodo humildes e
poderosos; exercer a advocacia com o indispensável senso
profissional, mas também com desprendimento, jamais
permitindo que o anseio de ganho material sobreleve à
finalidade social do seu trabalho; aprimorar-se no culto dos
princípios éticos e no domínio da ciência jurídica, de modo a
tornar-se merecedor da confiança do cliente e da sociedade
como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade
pessoal; agir, em suma, com a dignidade das pessoas de bem
e a correção dos profissionais que honram e engrandecem a
sua classe.
Inspirado nesses postulados é que o Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil, no uso das atribuições
que lhe são conferidas pelos arts. 33 e 54, V, da Lei nº
8.906, de 04 de julho de 1994, aprova e edita este Código,
exortando os advogados brasileiros à sua fiel observância.
TÍTULO I
DA ÉTICA DO ADVOGADO
CAPÍTULO I
DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS FUNDAMENTAIS
Art. 1º O exercício da advocacia exige conduta
compatível com os preceitos deste Código, do Estatuto, do
Regulamento Geral, dos Provimentos e com os demais
princípios da moral individual, social e profissional.
Art. 2º O advogado, indispensável à administração da
Justiça, é defensor do estado democrático de direito, da
cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social,
subordinando a atividade do seu Ministério Privado à
elevada função pública que exerce.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 413
Parágrafo único. São deveres do advogado:
I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a
dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de
essencialidade e indispensabilidade;
II - atuar com destemor, independência, honestidade,
decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa fé;
III - velar por sua reputação pessoal e profissional;
IV - empenhar-se, permanentemente, em seu
aperfeiçoamento pessoal e profissional;
V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do
Direito e das leis;
VI - estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo,
sempre que possível, a instauração de litígios;
VII - aconselhar o cliente a não ingressar em aventura
judicial;
VIII - abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do
cliente;
b) patrocinar interesses ligados a outras atividades estranhas
à advocacia, em que também atue;
c) vincular o seu nome a empreendimentos de cunho
manifestamente duvidoso;
d) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a
moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana;
e) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha
patrono constituído, sem o assentimento deste.
IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e
pela efetivação dos seus direitos individuais, coletivos e
difusos, no âmbito da comunidade.
Art. 3º O advogado deve ter consciência de que o
Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o
encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento
para garantir a igualdade de todos.
Art. 4º O advogado vinculado ao cliente ou
constituinte, mediante relação empregatícia ou por contrato
de prestação permanente de serviços, integrante de
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 414
departamento jurídico, ou órgão de assessoria jurídica,
público ou privado, deve zelar pela sua liberdade e
independência. Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo
advogado, do patrocínio de pretensão concernente a lei ou
direito que também lhe seja aplicável, ou contrarie expressa
orientação sua, manifestada anteriormente.
Art. 5º O exercício da advocacia é incompatível com
qualquer procedimento de mercantilização.
Art. 6º É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo
falseando deliberadamente a verdade ou estribando-se na má
fé.
Art. 7º É vedado o oferecimento de serviços
profissionais que impliquem, direta ou indiretamente,
inculcação ou captação de clientela.
CAPÍTULO II
DAS RELAÇÕES COM O CLIENTE
Art. 8º O advogado deve informar o cliente, de forma
clara e inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua
pretensão, e das conseqüências que poderão advir da
demanda.
Art. 9º A conclusão ou desistência da causa, com ou
sem a extinção do mandato, obriga o advogado à devolução
de bens, valores e documentos recebidos no exercício do
mandato, e à pormenorizada prestação de contas, não
excluindo outras prestações solicitadas, pelo cliente, a
qualquer momento.
Art. 10. Concluída a causa ou arquivado o processo,
presumem-se o cumprimento e a cessação do mandato.
Art. 11. O advogado não deve aceitar procuração de
quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 415
deste, salvo por motivo justo ou para adoção de medidas
judiciais urgentes e inadiáveis.
Art. 12. O advogado não deve deixar ao abandono ou
ao desamparo os feitos, sem motivo justo e comprovada
ciência do constituinte.
Art. 13. A renúncia ao patrocínio implica omissão do
motivo e a continuidade da responsabilidade profissional do
advogado ou escritório de advocacia, durante o prazo
estabelecido em lei; não exclui, todavia, a responsabilidade
pelos danos causados dolosa ou culposamente aos clientes
ou a terceiros.
Art. 14. A revogação do mandato judicial por vontade
do cliente não o desobriga do pagamento das verbas
honorárias contratadas, bem como não retira o direito do
advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual
verba honorária de sucumbência, calculada
proporcionalmente, em face do serviço efetivamente
prestado.
Art. 15. O mandato judicial ou extrajudicial deve ser
outorgado individualmente aos advogados que integrem
sociedade de que façam parte, e será exercido no interesse
do cliente, respeitada a liberdade de defesa.
Art. 16. O mandato judicial ou extrajudicial não se
extingue pelo decurso de tempo, desde que permaneça a
confiança recíproca entre o outorgante e o seu patrono no
interesse da causa.
Art. 17. Os advogados integrantes da mesma sociedade
profissional, ou reunidos em caráter permanente para
cooperação recíproca, não podem representar em juízo
clientes com interesses opostos.
Art. 18. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus
constituintes, e não estando acordes os interessados, com a
devida prudência e discernimento, optará o advogado por
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 416
um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado o
sigilo profissional.
Art. 19. O advogado, ao postular em nome de
terceiros, contra ex-cliente ou ex-empregador, judicial e
extrajudicialmente, deve resguardar o segredo profissional e
as informações reservadas ou privilegiadas que lhe tenham
sido confiadas.
Art. 20. O advogado deve abster-se de patrocinar
causa contrária à ética, à moral ou à validade de ato jurídico
em que tenha colaborado, orientado ou conhecido em
consulta; da mesma forma, deve declinar seu impedimento
ético quando tenha sido convidado pela outra parte, se esta
lhe houver revelado segredos ou obtido seu parecer.
Art. 21. É direito e dever do advogado assumir a
defesa criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a
culpa do acusado.
Art. 22. O advogado não é obrigado a aceitar a
imposição de seu cliente que pretenda ver com ele atuando
outros advogados, nem aceitar a indicação de outro
profissional para com ele trabalhar no processo.
Art. 23. É defeso ao advogado funcionar no mesmo
processo, simultaneamente, como patrono e preposto do
empregador ou cliente.
Art. 24. O substabelecimento do mandato, com reserva
de poderes, é ato pessoal do advogado da causa.
§1º. O substabelecimento do mandato sem reservas de
poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do
cliente.
§2º O substabelecido com reserva de poderes deve
ajustar antecipadamente seus honorários com o
substabelecente.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 417
CAPÍTULO III
DO SIGILO PROFISSIONAL
Art. 25. O sigilo profissional é inerente à profissão,
impondo-se o seu respeito, salvo grave ameaça ao direito à
vida, à honra, ou quando o advogado se veja afrontado pelo
próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar
segredo, porém sempre restrito ao interesse da causa.
Art. 26. O advogado deve guardar sigilo, mesmo em
depoimento judicial, sobre o que saiba em razão de seu
ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor como testemunha em
processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato
relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido
advogado, mesmo que autorizado ou solicitado pelo
constituinte.
Art. 27. As confidências feitas ao advogado pelo
cliente podem ser utilizadas nos limites da necessidade da
defesa, desde que autorizado aquele pelo constituinte.
Parágrafo único. Presumem-se confidenciais as
comunicações epistolares entre advogado e cliente, as quais
não podem ser reveladas a terceiros.
CAPÍTULO IV
DA PUBLICIDADE
Art. 28. O advogado pode anunciar os seus serviços
profissionais, individual ou coletivamente, com discrição e
moderação, para finalidade exclusivamente informativa,
vedada a divulgação em conjunto com outra atividade.
Art. 29. O anúncio deve mencionar o nome completo
do advogado e o número da inscrição na OAB, podendo
fazer referência a títulos ou qualificações profissionais,
especialização técnico-científica e associações culturais e
científicas, endereços, horário do expediente e meios de
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 418
comunicação, vedadas a sua veiculação pelo rádio e televisão
e a denominação de fantasia.
§1º Títulos ou qualificações profissionais são os
relativos à profissão de advogado, conferidos por
universidades ou instituições de ensino superior,
reconhecidas.
§2º Especialidades são os ramos do Direito, assim
entendidos pelos doutrinadores ou legalmente reconhecidos.
§3º Correspondências, comunicados e publicações,
versando sobre constituição, colaboração, composição e
qualificação de componentes de escritório e especificação de
especialidades profissionais, bem como boletins informativos
e comentários sobre legislação, somente podem ser
fornecidos a colegas, clientes, ou pessoas que os solicitem
ou os autorizem previamente.
§4º O anúncio de advogado não deve mencionar, direta
ou indiretamente, qualquer cargo, função pública ou relação
de emprego e patrocínio que tenha exercido, passível de
captar clientela.
§5º O uso das expressões "escritório de advocacia" ou
"sociedade de advogados" deve estar acompanhado da
indicação de número de registro na OAB ou do nome e do
número de inscrição dos advogados que o integrem.
§6º O anúncio, no Brasil, deve adotar o idioma
português, e, quando em idioma estrangeiro, deve estar
acompanhado da respectiva tradução.
Art. 30. O anúncio sob a forma de placas, na sede
profissional ou na residência do advogado, deve observar
discrição quanto ao conteúdo, forma e dimensões, sem
qualquer aspecto mercantilista, vedada a utilização de
"outdoor" ou equivalente.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 419
Art. 31. O anúncio não deve conter fotografias,
ilustrações, cores, figuras, desenhos, logotipos, marcas ou
símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia,
sendo proibido o uso dos símbolos oficiais e dos que sejam
utilizados pela Ordem dos Advogados do Brasil.
§1º São vedadas referências a valores dos serviços,
tabelas, gratuidade ou forma de pagamento, termos ou
expressões que possam iludir ou confundir o público,
informações de serviços jurídicos suscetíveis de implicar,
direta ou indiretamente, captação de causa ou clientes, bem
como menção ao tamanho, qualidade e estrutura da sede
profissional.
§2º Considera-se imoderado o anúncio profissional do
advogado mediante remessa de correspondência a uma
coletividade, salvo para comunicar a clientes e colegas a
instalação ou mudança de endereço, a indicação expressa do
seu nome e escritório em partes externas de veículo, ou a
inserção de seu nome em anúncio relativo a outras atividades
não advocatícias, faça delas parte ou não.
Art. 32. O advogado que eventualmente participar de
programa de televisão ou de rádio, de entrevista na
imprensa, de reportagem televisionada ou de qualquer outro
meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos
exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem
propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados
pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus
colegas de profissão.
Parágrafo único. Quando convidado para manifestação
pública, por qualquer modo e forma, visando ao
esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o
advogado evitar insinuações a promoção pessoal ou
profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista.
Art. 33. O advogado deve abster-se de:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 420
I - responder com habitualidade consulta sobre matéria
jurídica, nos meios de comunicação social, com intuito de
promover-se profissionalmente;
II - debater, em qualquer veículo de divulgação, causa
sob seu patrocínio ou patrocínio de colega;
III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade
da profissão e da instituição que o congrega;
IV - divulgar ou deixar que seja divulgada a lista de
clientes e demandas;
V - insinuar-se para reportagens e declarações
públicas.
Art. 34. A divulgação pública, pelo advogado, de
assuntos técnicos ou jurídicos de que tenha ciência em razão
do exercício profissional como advogado constituído,
assessor jurídico ou parecerista, deve limitar-se a aspectos
que não quebrem ou violem o segredo ou o sigilo
profissional.
CAPÍTULO V
DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS
Art. 35. Os honorários advocatícios e sua eventual
correção, bem como sua majoração decorrente do aumento
dos atos judiciais que advierem como necessários, devem ser
previstos em contrato escrito, qualquer que seja o objeto e o
meio da prestação do serviço profissional, contendo todas as
especificações e forma de pagamento, inclusive no caso de
acordo.
§1º Os honorários da sucumbência não excluem os
contratados, porém devem ser levados em conta no acerto
final com o cliente ou constituinte, tendo sempre presente o
que foi ajustado na aceitação da causa.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 421
§2º A compensação ou o desconto dos honorários
contratados e de valores que devam ser entregues ao
constituinte ou cliente só podem ocorrer se houver prévia
autorização ou previsão contratual.
§3º A forma e as condições de resgate dos encargos
gerais, judiciais e extrajudiciais, inclusive eventual
remuneração de outro profissional, advogado ou não, para
desempenho de serviço auxiliar ou complementar técnico e
especializado, ou com incumbência pertinente fora da
Comarca, devem integrar as condições gerais do contrato.
Art. 36 - Os honorários profissionais devem ser fixados
com moderação, atendidos os elementos seguintes:
I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade
das questões versadas;
II - o trabalho e o tempo necessários;
III - a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir
em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou
terceiros;
IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o
proveito para ele resultante do serviço profissional;
V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a
cliente avulso, habitual ou permanente;
VI - o lugar da prestação dos serviços, fora ou não do
domicílio do advogado;
VII - a competência e o renome do profissional;
VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos.
Art. 37. Em face da imprevisibilidade do prazo de
tramitação da demanda, devem ser delimitados os serviços
profissionais a se prestarem nos procedimentos preliminares,
judiciais ou conciliatórios, a fim de que outras medidas,
solicitadas ou necessárias, incidentais ou não, diretas ou
indiretas, decorrentes da causa, possam ter novos honorários
estimados, e da mesma forma receber do constituinte ou
cliente a concordância hábil.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 422
Art. 38. Na hipótese da adoção de cláusula quota litis,
os honorários devem ser necessariamente representados por
pecúnia e, quando acrescidos dos de honorários da
sucumbência, não podem ser superiores às vantagens
advindas em favor do constituinte ou do cliente. Parágrafo
único. A participação do advogado em bens particulares de
cliente, comprovadamente sem condições pecuniárias, só é
tolerada em caráter excepcional, e desde que contratada por
escrito.
Art. 39. A celebração de convênios para prestação de
serviços jurídicos com redução dos valores estabelecidos na
Tabela de Honorários implica captação de clientes ou causa,
salvo se as condições peculiares da necessidade e dos
carentes puderem ser demonstradas com a devida
antecedência ao respectivo Tribunal de Ética e Disciplina,
que deve analisar a sua oportunidade.
Art. 40. Os honorários advocatícios devidos ou fixados
em tabelas no regime da assistência judiciária não podem ser
alterados no quantum estabelecido; mas a verba honorária
decorrente da sucumbência pertence ao advogado.
Art. 41. O advogado deve evitar o aviltamento de
valores dos serviços profissionais, não os fixando de forma
irrisória ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de
Honorários, salvo motivo plenamente justificável.
Art. 42. O crédito por honorários advocatícios, seja do
advogado autônomo, seja de sociedade de advogados, não
autoriza o saque de duplicatas ou qualquer outro título de
crédito de natureza mercantil, exceto a emissão de fatura,
desde que constitua exigência do constituinte ou assistido,
decorrente de contrato escrito, vedada a tiragem de protesto.
Art. 43. Havendo necessidade de arbitramento e
cobrança judicial dos honorários advocatícios, deve o
advogado renunciar ao patrocínio da causa, fazendo-se
representar por um colega.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 423
CAPÍTULO VI
DO DEVER DE URBANIDADE
Art. 44. Deve o advogado tratar o público, os colegas,
as autoridades e os funcionários do Juízo com respeito,
discrição e independência, exigindo igual tratamento e
zelando pelas prerrogativas a que tem direito.
Art. 45. Impõe-se ao advogado lhaneza, emprego de
linguagem escorreita e polida, esmero e disciplina na
execução dos serviços.
Art. 46. O advogado, na condição de defensor
nomeado, conveniado ou dativo, deve comportar-se com
zelo, empenhando-se para que o cliente se sinta amparado e
tenha a expectativa de regular desenvolvimento da demanda.
CAPÍTULO VII
AS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 47. A falta ou inexistência, neste Código, de
definição ou orientação sobre questão de ética profissional,
que seja relevante para o exercício da advocacia ou dele
advenha, enseja consulta e manifestação do Tribunal de Ética
e Disciplina ou do Conselho Federal.
Art. 48. Sempre que tenha conhecimento de
transgressão das normas deste Código, do Estatuto, do
Regulamento Geral e dos Provimentos, o Presidente do
Conselho Seccional, da Subseção, ou do Tribunal de Ética e
Disciplina deve chamar a atenção do responsável para o
dispositivo violado, sem prejuízo da instauração do
competente procedimento para apuração das infrações e
aplicação das penalidades cominadas.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 424
TÍTULO II
DO PROCESSO DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE ÉTICA E
DISCIPLINA
Art. 49. O Tribunal de Ética e Disciplina é competente
para orientar e aconselhar sobre ética profissional,
respondendo às consultas em tese, e julgar os processos
disciplinares.
Parágrafo único. O Tribunal reunir-se-á mensalmente
ou em menor período, se necessário, e todas as sessões serão
plenárias.
Art. 50. Compete também ao Tribunal de Ética e
Disciplina:
I - instaurar, de ofício, processo competente sobre ato
ou matéria que considere passível de configurar, em tese,
infração a princípio ou norma de ética profissional;
II - organizar, promover e desenvolver cursos, palestras,
seminários e discussões a respeito de ética profissional,
inclusive junto aos Cursos Jurídicos, visando à formação da
consciência dos futuros profissionais para os problemas
fundamentais da Ética;
III - expedir provisões ou resoluções sobre o modo de
proceder em casos previstos nos regulamentos e costumes
do foro;
IV - mediar e conciliar nas questões que envolvam:
a) dúvidas e pendências entre advogados;
b) partilha de honorários contratados em conjunto ou
mediante substabelecimento, ou decorrente de sucumbência;
c) controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade
de advogados.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 425
CAPÍTULO II
DOS PROCEDIMENTOS
Art. 51. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou
mediante representação dos interessados, que não pode ser
anônima.
§1º Recebida a representação, o Presidente do
Conselho Seccional ou da Subseção, quando esta dispuser de
Conselho, designa relator um de seus integrantes, para
presidir a instrução processual.
§2º O relator pode propor ao Presidente do Conselho
Seccional ou da Subseção o arquivamento da representação,
quando estiver desconstituída dos pressupostos de
admissibilidade.
§3º A representação contra membros do Conselho
Federal e Presidentes dos Conselhos Seccionais é processada
e julgada pelo Conselho Federal.
Art. 52. Compete ao relator do processo disciplinar
determinar a notificação dos interessados para
esclarecimentos, ou do representado para a defesa prévia, em
qualquer caso no prazo de 15 (quinze) dias.
§1º Se o representado não for encontrado ou for revel,
o Presidente do Conselho ou da Subseção deve designar-lhe
defensor dativo.
§2º Oferecidos a defesa prévia, que deve estar
acompanhada de todos os documentos, e o rol de
testemunhas, até o máximo de cinco, é proferido o despacho
saneador e, ressalvada a hipótese do 2ºdo artigo 73 do
Estatuto, designada a audiência para oitiva do interessado e
do representado e das testemunhas, devendo o interessado, o
representado ou seu defensor incumbir-se do
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 426
comparecimento de suas testemunhas, na data e hora
marcadas.
§3º O relator pode determinar a realização de
diligências que julgar convenientes.
§4º Concluída a instrução, será aberto o prazo
sucessivo de 15 (quinze) dias para a apresentação de razões
finais pelo interessado e pelo representado, após a juntada da
última intimação.
§5º Extinto o prazo das razões finais, o relator profere
parecer preliminar, a ser submetido ao Tribunal.
Art. 53. O Presidente do Tribunal, após o recebimento
do processo devidamente instruído, designa relator para
proferir o voto.
§1º O processo é inserido automaticamente na pauta da
primeira sessão de julgamento, após o prazo de 20 (vinte)
dias de seu recebimento pelo Tribunal, salvo se o relator
determinar diligências.
§2º O representado é intimado pela Secretaria do
Tribunal para a defesa oral na sessão, com 15 (quinze) dias
de antecedência.
§3º A defesa oral é produzida na sessão de julgamento
perante o Tribunal, após o voto do relator, no prazo de 15
(quinze) minutos, pelo representado ou por seu advogado.
Art. 54. Ocorrendo a hipótese do art. 70, 3, do
Estatuto, na sessão especial designada pelo Presidente do
Tribunal, são facultadas ao representado ou ao seu defensor
a apresentação de defesa, a produção de prova e a
sustentação oral, restritas, entretanto, à questão do
cabimento, ou não, da suspensão preventiva.
Art. 55. O expediente submetido à apreciação do
Tribunal é autuado pela Secretaria, registrado em livro
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 427
próprio e distribuído às Seções ou Turmas julgadoras,
quando houver.
Art. 56. As consultas formuladas recebem autuação em
apartado, e a esse processo são designados relator e revisor,
pelo Presidente.
§1º O relator e o revisor têm prazo de dez (10) dias,
cada um, para elaboração de seus pareceres, apresentando-os
na primeira sessão seguinte, para julgamento.
§2º Qualquer dos membros pode pedir vista do
processo pelo prazo de uma sessão e desde que a matéria
não seja urgente, caso em que o exame deve ser procedido
durante a mesma sessão. Sendo vários os pedidos, a
Secretaria providencia a distribuição do prazo,
proporcionalmente, entre os interessados.
§3º Durante o julgamento e para dirimir dúvidas, o
relator e o revisor, nessa ordem, têm preferência na
manifestação.
§4º O relator permitirá aos interessados produzir
provas, alegações e arrazoados, respeitado o rito sumário
atribuído por este Código.
§5º Após o julgamento, os autos vão ao relator
designado ou ao membro que tiver parecer vencedor para
lavratura de acórdão, contendo ementa a ser publicada no
órgão oficial do Conselho Seccional.
Art. 57. Aplica-se ao funcionamento das sessões do
Tribunal o procedimento adotado no Regimento Interno do
Conselho Seccional.
Art. 58. Comprovado que os interessados no processo
nele tenham intervindo de modo temerário, com sentido de
emulação ou procrastinação, tal fato caracteriza falta de ética
passível de punição.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 428
Art. 59. Considerada a natureza da infração ética
cometida, o Tribunal pode suspender temporariamente a
aplicação das penas de advertência e censura impostas, desde
que o infrator primário, dentro do prazo de 120 dias, passe a
freqüentar e conclua, comprovadamente, curso, simpósio,
seminário ou atividade equivalente, sobre Ética Profissional
do Advogado, realizado por entidade de notória idoneidade.
Art. 60. Os recursos contra decisões do Tribunal de
Ética e Disciplina, ao Conselho Seccional, regem-se pelas
disposições do Estatuto, do Regulamento Geral e do
Regimento Interno do Conselho Seccional. Parágrafo único.
O Tribunal dará conhecimento de todas as suas decisões ao
Conselho Seccional, para que determine periodicamente a
publicação de seus julgados.
Art. 61. Cabe revisão do processo disciplinar, na forma
prescrita no art. 73, inciso 5º, do Estatuto.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 62. O Conselho Seccional deve oferecer os meios
e suporte imprescindíveis para o desenvolvimento das
atividades do Tribunal.
Art. 63. O Tribunal de Ética e Disciplina deve
organizar seu Regimento Interno, a ser submetido ao
Conselho Seccional e, após, ao Conselho Federal.
Art. 64. A pauta de julgamentos do Tribunal é
publicada em órgão oficial e no quadro de avisos gerais, na
sede do Conselho Seccional, com antecedência de 07 (sete)
dias, devendo ser dada prioridade nos julgamentos para os
interessados que estiverem presentes.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 429
Art. 65. As regras deste Código obrigam igualmente as
sociedades de advogados e os estagiários, no que lhes forem
aplicáveis.
Art. 66. Este Código entra em vigor, em todo o
território nacional, na data de sua publicação, cabendo aos
Conselhos Federal e Seccionais e às Subseções da OAB
promover a sua ampla divulgação, revogadas as disposições
em contrário.
Brasília - DF, 13 de fevereiro de 1995.
José Roberto Batochio
Presidente
Modesto Carvalhosa
Relator
(Comissão Revisora: Licínio Leal Barbosa, Presidente;
Robison Baroni, Secretário e Sub-relator; Nilzardo Carneiro
Leão, José Cid Campelo e Sérgio Ferraz, Membros)
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 430
REDAÇÃO
DE
PEÇAS PROCESSUAIS
( FORMULÁRIOS)
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 431
-
FORMULÁRIOS
1. Inicio da atividade de advocacia primeiro contato com
o cliente:
DADOS CONFIDENCIAIS DE CLIENTE
NOME DO CLIENTE:
ENDEREÇO:
TELEFONE: FÁX:
DADOS FAMILIARES:
DADOS PROFISSIONAIS:
EXPOSIÇÃO DOS FATOS:
Quem?
O que?
Quando?
Como?
Por que?
Obs: O profissional saberá, buscar a riqueza dos detalhes
necessários, para completa elucidação dos fatos...
PROVAS DOCUMENTAIS:
PROVAS TESTEMUNHAIS:
OBSERVAÇÕES:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 432
HONORÁRIOS :
( Local, data, assinaturas advogado c/OAB e cliente (s)).
Quanto a finalidade:
1) É da máxima importância que o profissional mantenha
sempre sobre sua mesa um formulário de anotações de tudo
quanto for conversado com o cliente, com todas as
informações para o competente e responsável atendimento
ao cliente.
2. Carta solicitando comparecimento de pessoas para
possibilitar a atividade de advocacia...
Local, data...
Ilmo (s). Srs (s).
.........
.........
Prezado (s) Senhor (s):
Rfte: Solicitação de comparecimento para tratar assuntos
profissionais de interesse comum.
Cumpre-nos, no exercício da atividade de advocacia,
solicitar seu comparecimento em nosso domicilio profissional
rua...n°...nesta cidade
com a máxima urgência.
O não atendimento ensejará o ajuizamento de competente
ação judicial, como solução para o caso suscitado pelo
constituinte,...
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 433
Estamos certos de seu necessário e pronto atendimento,
evitando-se assim a necessária postulação judicial, valendo a
presente como notificação epistolar para todos os efeitos
legais.
Cordialmente
Advogado OAB...
Quanto a finalidade:
a) Manter um contato com a parte contrária, objetivando
uma solução amigável.
b) O inscrito deverá ter cuidados especiais para saber se o
chamado já não esta assistido por advogado, sendo que nesta
caso deverá contactar com o mandatário sob pena de
transgressão disciplinar (Art.34, VIII EOAB).
3 - Postulação sem a prova do
mandato...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DE ..........
R. A. P, ... brasileiro, casado, advogado regularmente
inscrito na OAB SC sob N° 1.315, domiciliado
profissionalmente na...N°...em... vem com o máximo
respeito, ab initio sem prova do mandato, nos Autos da
Ação...aforada por...contra... (A...Vara...), dizer e requerer o
que segue:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 434
1. Tomou hoje conhecimento da tramitação da refalada
demanda, sendo que o Requerido, está hospitalizado na
cidade de Curitiba, eis que foi vítima de atropelamento,
tratando-se de pessoa da mais estreita relação de amizade e
consideração.
2. Como tenha sido citado por edital, deseja não somente
declinar seu endereço para renovar-se a citação como ainda
passar a representá-lo, afirmando urgência, afim de evitar
danos processuais irreparáveis.
Ex expositis
Requer digne-se V.Exa., em receber a presente, ordenando
que seja expedida precatória para citação do Demandado,
que se encontra no endereço constante do incluso Atestado
de Internamento Hospitalar, deferindo a atuação sem
procuração a teor do disposto pelo Art. 4°, § 1° da Lei N°
8.906/94 (Estatuto da OAB), usque Art. 37, sob
compromisso de apresentar o instrumento do mandato no
prazo de lei.
Termos em que pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura com n° OAB )
4 - Procuração geral para
atividade de advocacia...
INSTRUMENTO DE MANDATO POSTULATÓRIO
(Doc.01)
MANDANTE (S) : .............................
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 435
MANDATÁRIO (S): ( Advogados qualificados, fazendo-se
constar as expressões:...regularmente inscritos na OAB
(...Estado) sob N°...)...
P O D E R E S : Para em nome dos outorgante (s) postular
em Juizo ou fora dele, fazendo este prova do mandato,
habilitando legalmente o (s) mandatário (s), a praticar todos
os atos da atividade de advocacia, receber a citação inicial,
confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir,
acordar na fase conciliatória, desistir, renunciar ao direito
sobre que se funda a ação, receber, dar quitação, firmar
compromisso e substabelecer no todo ou em parte com ou
sem reserva de poderes, bem como imputar a terceiros fatos
definidos como crime nos termos da postulação,(1) podendo
assinar em conjunto ou separadamente sem ordem de
colocação ou precedência.(l)
(Local, data, assinaturas com firma reconhecida em
Cartório).
Obs: Quando o profissional mandatário. pertencer a uma
SOCIEDADE DE ADVOGADOS, a procuração deve ser
outorgada individualmente e indicar a sociedade de que
faça parte. ( Art. 15, § 3° EOAB).
Obs: (1) Quanto a atribuir a terceiro fato definido como
crime é imprescindível poderes especiais com a descrição do
crime (Vide nota acima).
5 - Procuração em conjunto
com estagiário...
INSTRUMENTO DE MANDATO POSTULATÓRIO
(Doc.01)
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 436
MANDANTE (s) : ...............................
MANDATÁRIOS: (Advogado e estagiário devidamente
qualificados, com número de inscrição no Conselho
Seccional da OAB)....................
P O D E R E S: Para postular em Juízo ou fora dele,
fazendo este prova do mandato, habilitando legalmente os
procuradores a praticar todos os atos inerentes a atividade
de advocacia em qualquer Juízo ou Instância, receber citação
inicial, acordar na fase conciliatória, renunciar, substabelecer
com ou sem reserva de poderes, receber e dar quitação,
firmar compromisso, imputar a terceiros fato definido como
crime nos termos da postulação... (1)
( Local, data e assinatura com firma reconhecida em
Cartório).
Observação: (1) Estabelece o Estatuto, que:
" Art. 5° - O advogado postula, em juízo ou fora dele
fazendo prova do mandato.
..............................................
§ 2° - A procuração para o foro em geral habilita o
advogado a praticar todos os atos, judiciais em qualquer juiz
ou instância, salvo os que exijam poderes especiais."
Quanto ao estagiário, estabelece a Lei estatutária, que:
" Art. 3° - (...)
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 437
§ 2° - O estagiário de advocacia, regularmente inscrito,
pode praticar os atos previstos no Art. 1°, na forma do
Regulamento Geral, em conjunto com advogado e sob
responsabilidade deste."
Obs: A atribuição a terceiro de fato definido como crime
exige poderes especiais (o fato delituoso deve ser descrito
na procuração) incorrendo em infração disciplinar a sua
inobservância (Art. 34 inc. XV EOAB).
6 - Substabelecimento de procuração com dispensa de
honorários conjuntos...
SUBSTABELECIMENTO
POSTULANTE: ...............................
POSTULADO: ................................
A U T O S: .......................................
J U I Z O: ........................................
V A R A : ........................................
Substabeleço ao
advogado....................................................OAB
N°...............
os poderes que me foram outorgados nos autos em epígrafe,
reservando para mim iguais poderes,(1) declinando do
direito assegurado pelo Art.26 da Lei 8.906/94.(2)
( Local, data e assinatura com n° OAB)
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 438
Obs: (1) A reserva de poderes no substabelecimento,
mantém o mandatário ligado ao processo, com a
responsabilidade assumida originariamente perante o
outorgante. Não desejando manter-se ligado ao processo, o
mandatário deverá substituir as palavras " reservando para
mim iguais poderes " por " sem reserva de poderes para
mim".
Anote-se todavia que o mandatário que substabelece sem
reserva de poderes deverá notificar o mandante; ou fazer
constar do instrumento de substabelecimento a assinatura do
mandante, anuindo a transferência de mandatário.
Por óbvio, este consentimento quando o substabelecimento é
feito com reserva de poderes, e no mandato não se proibiu
expressamente poderes para substabelecer no todo ou em
parte á advogado de confiança do procurador.
(2). A teor do Art. 26 do Estatuto, o advogado
substabelecido com reserva de poderes não pode cobrar
honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o
substabelecimento.
7 - Renúncia de mandato postulatório...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DE .........
R. A. P., brasileiro, casado, advogado regularmente inscrito
na OAB SC sob N° 1.315, domiciliado profissionalmente na
rua.. N°...em vem com o máximo respeito nos autos da
Ação...aforada por...contra... (A...Vara...) que tramita nesse
r.Juizo, dizer e requerer o que segue:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 439
1. Não mais convindo ao advogado signatário a postulação
na forma da procuração de fls. renuncia expressamente aos
poderes conferidos naquele instrumento de mandato.
Ex expositis
Requer digne-se V.Exa. em receber a presente, requerendo
seja notificado o mandante, a fim de que lhe nomeie
sucessor, continuando o requerente na representação como
mandatário, pelo prazo de dez dias, desde que necessário
para lhe evitar prejuizo, ex vi, do Art. 4°, $ 3° da Lei N°
8.906/94 (Estatuto da OAB), usque, Art. 45 do Pergaminho
Processual Civil.
Termos em que pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura com n° OAB )
Obs: O renunciante pode comunicar a renúncia diretamente
ao outorgante da procuração, por CARTA COM AVISO
DE RECEBIMENTO, fazendo juntar à petição o aviso de
recebimento, caso em que, por óbvio, não necessita requerer
ao Juízo que determine a intimação do outorgante.
8 - Exame de processo judicial, findos ou em andamento,
mesmo sem procuração...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DE ...........
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 440
R.A.P., brasileiro, casado, advogado regularmente inscrito
na OAB SC sob N° 1.315,domiciliado profissionalmente na
rua...n°...em... vem com o máximo respeito com amparo no
Art.7°, inc.XIII da Lei 8.906/94, dizer e requerer a V.Exa. o
que segue:
1. Como advogado para o exercício da atividade de
advocacia tem interesse de obtenção de cópias, do processo:
A...da Ação...promovida por...contra...que se encontra
arquivado nesse MM.Juizo.
Ex expositis,
Requer digne-se V.Exa. em deferir este pedido para que
possa examinar, os autos do processo refalado, podendo dele
extrair as cópias que desejar fazendo as anotações
necessárias, mesmo sem procuração, com amparo no Art. 7°,
inc. XIII da Lei N° 8.906/94 (Estatuto da OAB).
Termos em que pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura com n° inscrição na OAB ) (1)
Obs: Este requerimento, obedece ao Art. 7°, inc. XII do
Estatuto sendo válido para:
Quanto aos órgãos:
a) Órgãos do Poder Judiciário.
b) Órgão do Poder Legislativo.
c) Órgãos da Administração Pública.
Quanto a prova do mandato:
e) Mesmo sem procuração.
Quanto aos autos:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 441
f) Processos findos ou em andamento, não sujeitos a sigilo.
Quanto as condições:
g) Examinar no próprio órgão.
Quanto a finalidade:
g) Assegurada a obtenção de cópias e apontamentos.
9 - Pedido para examinar flagrante ou inquérito policial,
mesmo sem procuração...
ILUSTRíSSIMO SENHOR DELEGADO DE POLICIA
DE..
R.A.P., brasileiro, casado, advogado regularmente inscrito
na oAB SC sob N° 1.315, domiciliado profissionalmente na
rua...n°... em..,vem com o devido respeito, dizer e requerer o
que segue:
1 - No exercício da atividade de advocacia o postulante tem
interesse, de examinar o auto de flagrante em que é parte ....
Ex expositis
Requer se digne Vossa Senhoria, em conceder possa
examinar os autos refalados, podendo copiar peças e tomar
apontamentos, mesmo sem procuração, com amparo no
disposto pelo Art. 7°, inc.XIV da Lei 8.906/94 (Estatuto da
OAB).
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 442
Termos em que, pede e espera deferimento.
( Local, data e assinatura )
Quanto ao órgão:
a) Repartição Policial.
Quanto a prova do mandato:
b) Mesmo sem procuração.
Quanto aos autos:
c) Autos de flagrante e de Inquérito findos ou em
andamento, ainda que conclusos a autoridade.
Quanto as condições:
d) Examinar em qualquer repartição policial.
Quanto a finalidade:
e) Copiar peças e tomar apontamentos.
10 - Pedido para ter vista de processo judicial e retirá-los
pelos prazos legais...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DE. ..........
B.A.S, brasileiro, casado, do comercio, residente e
domiciliado na rua...n°...em....
por seu mandatário judicial, advogado regularmente inscrito
na oAB SC sob N°...,domiciliado profissionalmente na
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 443
rua..n°...em...vem com o máximo respeito , requerer nos
autos do processo n°...em que é Autor...e Réu...que tramita
nessa MMa. Vara, o que segue:
1 - A fim de exercitar o contraditório necessita ter vista do
processo, retirando-o do cartório pelo prazo de lei.
Isto pôsto,
Requer se digne V.Exa. em receber o presente, deferindo
pedido de vistas podendo retirá-los pelo prazo de cinco dias,
com amparo no disposto pelo Art.7° inc.XV, usque Art.40
inc.III do Caderno Processual Civil.
Termos em que, pede e espera deferimento.
( Local, data, assinatura )
Quanto ao órgão:
a) Judiciais ou admistrativos.
Quanto a prova do mandato:
c) Necessária (Art.5° EOAB)
Quanto aos autos:
d) Processos judiciais ou administrativos de qualquer
natureza.
Quanto as condições:
e) Retirá-los pelo prazo legais (= Dez dias, Art. 7°, inc. XVI
EOAB, ou (?) cinco dias, Art. II do CPC), quando o
processo não correr em segredo de justiça, quando não
existirem nos autos documentos originais de difícil
restauração, ou cujos autos devam permanecer em
cartório por motivo justificado pelo juiz em despacho
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 444
fundamentado; ou quando o advogado não houver
deixado de restituir os autos no prazo legal. ($ 1°)
Quanto a finalidade:
f) Exercer a atividade de advocacia.
11 - Ter vista e retirar autos de processos findos mesmo
sem procuração...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DESTA
COMARCA
............................8 ESPAÇOS MÍNIMOS
R.A.P, brasileiro, casado, advogado
regulamente inscrito na OAB SC sob N° 1.315, domiciliado
profissionalmente na rua..N°.....
em... vem com devido respeito, dizer e requerer a V.Exa, o
que segue:
1. No exercício de sua atividade de advocacia tem interesse
em retirar o processo ...findo que tem como
Autor...demandou contra...(A...da...Vara....).
Ex expositis
Requer digne-se V.Exa., conceder-lhe vista dos refalados
autos de processo, mesmo sem procuração pelo prazo de dez
dias, a teor do disposto pelo Art.7°, inc.XVI da Lei N°
8.906/94 (Estatuto da OAB).
Termos em que pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura )
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 445
Quanto ao órgão:
a) Quaisquer órgãos necessário ao exercício da atividade de
advocacia.
Quanto a prova do mandato:
b) Mesmo sem procuração.
Quanto aos autos:
d) Processos findos.
Quanto as condições:
e) Retirar os autos, que não estejam sob regime de
segredo de justiça, quando os documentos não forem de
difícil restauração, ou ainda quando se justifique a
permanência do processo em cartório - despacho
motivado -, cujo advogado não tenha retido
indevidamente os autos além do prazo legal.( $ 1°)
Quanto a finalidade:
f) Exercer atividade de advocacia.
12 - Ser publicamente desagravado...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO
CONSELHO SECCIONAL EM ...............
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 446
R.A.P., brasileiro, casado, advogado
regularmente inscrito na OAB SC sob N° 1.315,domiciliado
profissionalmente na rua...n°...em... vem com o máximo
respeito dizer e requerer a V.Exa o que segue:
1. O Requerente exerce há mais de vinte anos a atividade de
advocacia, na Comarca de....
onde mantem escritório profissional na rua......
2. Ocorre que hoje pela manhã compareceu a audiência de
Instrução e Julgamento de seu constituinte .... cujo ato
instrutório realizou-se nas dependências do Forum local.
3. Qual não foi sua surpresa quando o MM.Juiz, que preside
o processo, aos gritos de "fora imbecil, eu não admito sua
entrada nesta sala, vagabundo, aqui você não põe os
pés", na verdade o Magistrado usando palavras ofensivas,
somente não partiu para agressão física contra o Requerente,
pela pronta intervenção das pessoas presentes.
4. As ofensas foram gratuitas, pois o Requerente jamais deu
qualquer motivo para tão lastimável ocorrência, com grande
repercussão na comarca e região, onde o Requerente goza
de ilibado conceito profissional.
Ex expositis
Requer digne-se V.Exa. em receber o presente, para realizar
ato de desagravo público, eis que as ofensas foram
irrogadas no exercício da profissão e ainda em razão dela, ex
vi do disposto pelo Art.7°, XVII, usque $ 5° todos do Texto
Máximo Corporativo, Lei N° 8.906/94.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 447
Termos em que, pede e espera deferimento
( Local, data, assinatura )
Quanto a base legal :
a) Art.7° inc.XVII EOAB, que inclui dentre os direitos do
advogado ser publicamente desagravado, quando
ofendido no exercício da profissão ou em razão dela.
Quanto a competência:
b) Art. 7°, § 5°, o legislador na verdade se refere a " o
conselho competente deve promover o desagravo público
do ofendido" seria o do lugar do fato (Art. 70 EOAB) que
atribui competência exclusiva ao Conselho Seccional em cuja
base territorial tenha ocorrido a infração? Ou aquele
Conselho Seccional em que o advogado agravado tenha sua
inscrição?
Tendo o desagravo finalidade de reparação por danos
profissionais e morais, a competência deve ser do Conselho
onde ocorreram os fatos, mesmo porque ali o desagravo terá
a repercussão reparatória necessária; sem prejuízo de que o
Conselho onde o advogado esteja inscrito igualmente dê
publicidade ao ato de desagravo.
Quanto a finalidade:
c) Tornar do conhecimento público a arbitrariedade
cometida pela autoridade e proteger o advogado no livre
exercício da atividade de advocacia.
Quanto ao procedimento do Conselho Seccional:
d) O Conselho Seccional, tomando conhecimento do pedido
por seu Presidente, imediatamente indicará Relator, que
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 448
instruirá o processo com as provas que julgar necessárias,
buscando dar uma resposta jurisdicional corporativa da
forma mais rápida possível. Opinando pelo realização do
desagravo dar-se-á maior publicidade possível, solenizando-
se significativamente o ato, que se reveste da maior
importância. Sendo necessário o Conselho Seccional,
oferecerá representação contra a autoridade implicada.
13 - Recusar-se a depor como
testemunha...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA
COMARCA DE....
R.A.P. brasileiro, casado, advogado
regularmente inscrito na OAB SC sob N° 1.315, domiciliado
profissionalmente na rua...N°...em...onde poderá ser
intimado, vem com o máximo respeito dizer e requerer o que
segue:
1. Foi intimado para depor como testemunha nos autos do
processo da ação de...que...promove contra...(A...) que
tramita nessa MMa. Vara Cível.
2. Todavia possível conhecimentos dos fatos vinculados a
quaestio refalada vinculam-se estritamente na atividade de
advocacia profissional do Requerente, a que por dever de
ofício deve guardar sigilo, cuja quebra se constitui em
infração disciplinar, ex vi do Art.34, VII do EOAB.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 449
Ex expositis
Requer se digne V.Exa. em deferir a presente recusa, com
amparo no Art.7°, XIX do Pergaminho Corporativo, Lei
N° 8.906/94, usque Art.406, inc. II do Caderno Processual
Civil.
Termos em que, pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura )
- 287 -
Quanto a competência:
a) O requerimento deve ser dirigido ao Juiz que preside a
instrução do processo.
Quanto a base legal:
b) A recusa está amparada pelos Arts.7° inc.XIX e 34 inc.
VII do EOAB e ainda Art.406, inc.II do CPC.
Quanto a finalidade:
c) Proteger o sigilo profissional do advogado no exercício da
profissão, que se constitui no liame de confiabilidade entre o
advogado e seu constituinte.
14 - Retirar do recinto, protocolizando comunicação ao
Juízo...
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 450
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA
COMARCA DE....
R.A.P., brasileiro, casado, advogado regularmente inscrito
na OAB SC sob N° 1.315, domiciliado profissionalmente na
rua...n°...em... vem com o máximo respeito dizer e requerer
a V.Exa. o que segue:
1. Foi intimado para comparecer a audiência de oitiva de
testemunha na instrução do processo em que demandam as
partes como Autor...e Réu....
(A...dessa MMa.Segunda Vara Cível), aprazada para
ser
realizada hoje às 14 horas.
2. Aguardando para o ato judicial refalado, por trinta e cinco
minutos, e como deve atender compromisso inadiável,
necessita retirar-se.
Ex expositis,
Faz a presente comunicação para necessária protocolização
nesse MM.Juizo, com amparo no disposto pelo Art. 7° inc.
XX do Texto Soberano Corporativo, Lei 8.906/94
(Estatuto da OAB).
Termos em que, pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura )
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 451
Quanto a competência:
a) Juiz que preside o ato judicial.
Quanto as condições:
b) Advogado que aguarda por mais de trinta minutos pregão
para ato judicial.
Quanto a finalidade:
c) Exigir maior consideração por parte dos juizes, que
retardam a realização dos atos em que a presença do
advogado é obrigatória, prejudicando seus compromissos
profissionais.
15 - Prisão ilegal de advogado no exercício da profissão...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA
COMARCA DE....
R.A.P., brasileiro, casado, advogado regularmente inscrito
na OAB SC sob N° 1.315, domiciliado profissionalmente na
rua...n°...em...,vem com o máximo respeito impetrar uma
ORDEM DE HABEAS-CORPUS, em favor de M.S., com
amparo no Art.647 do Código de Processo Penal, Art.5°
inc.LXVIII da Constituição Federal, usque Art.7° inc.IV, §
§ 2° e 3° da Lei 8.906/94, expondo e requerendo o que
segue:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 452
1. O Paciente, como profissional regularmente inscrito na
OAB SC sob n°..., compareceu na manhã de hoje na
Delegacia de Policia, acompanhando seu constituinte que
responde a Inquérito Policial, sob acusação de estar incurso
no Art.168 do Código Penal (= Crime de Apropriação
indébita).
2. Como o Delegado de Policia, de forma arbitraria
determinasse que o Acusado fosse interrogado sem a
presença do advogado constituído este se insurgiu,
resultando numa acalorada discussão que deu motivo a que
aquela autoridade determinasse a prisão do Paciente sob
acusação de desacato.
3. Agindo ainda arbitrariamente a autoridade policial, negou-
se a permitir que o Impetrante, que se fazia presente no local
quando se lavrava o flagrante-delito, se fizesse presente a
lavratura do auto respectivo, resultando na sua condução a
Cadeia Pública onde se encontra trancafiado em um
cubículo.
4. Trata-se pois de flagrante nulo (Art.7°, IV EOAB), cuja
acusação defere a imunidade profissional do Paciente que
compareceu na Delegacia de Policia no exercício de sua
atividade profissional, ferindo finalmente a Autoridade
Policial, de forma violenta o sagrado direito de liberdade de
locomoção do Paciente.
Ex expositis
Requer se digne V.Exa., em receber o presente dignando-se
a conceder ao Paciente a necessária ORDEM DE HABEAS
CORPUS, eis que esta sofrendo violência e coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade e abuso de poder,
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 453
em flagrante e injustificado desrespeito ao ordenamento
jurídico que tutela a espécie.
Termos em que, pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura )
Quanto a competência:
a) Juiz de Direito, autoridade imediatamente superior a que é
responsável pela prisão ilegal.
Quanto as condições:
b) Advogado que sofre violência ou coação em seu direito
de locomoção, privado da assistência de representante da
OAB , que teve ferida sua condição de imunidade
profissional.
Quanto a finalidade:
c) Proteção aos direitos individuais do cidadão e
especialmente do advogado no exercício da atividade de
advocacia.
16 - Relaxamento do flagrante, em caso de crimes
afiançáveis...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA
COMARCA DE....
V.A.R., brasileiro, casado, advogado regularmente inscrito
na OAB SC sob N°..., profissionalmente domiciliado na
rua...em...vem com o máximo respeito por seu advogado ,
regularmente inscrito na OAB SC sob N° 1.315, com
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 454
escritório profissional na...em..., ut prova do mandato junto,
vem com o máximo respeito, dizer e requerer a V.Exa. o
seguinte:
1. O Requerente exerce desde longos anos atividade de
advocacia com ilibada atuação profissional, tendo prestado
serviços relevantes ao judiciário.
2. Inobstante na manhã de hoje, dirigiu-se a Delegacia de
Policia, onde acompanhava um constituinte acusado de crime
de receptação; sendo impedido pela autoridade que preside
ao Inquérito de adentrar na sala onde seu cliente estava
sendo interrogado de forma intimidativa, o Requerente
verberou com veemencia contra a arbitrariedade.
3. Tal fato foi tipificado pela autoridade policial como
desacato (Art.331 Código Penal), punido com pena de
detenção de seis meses a dois anos ou multa, lavrando
incontinente Auto de Flagrante sem a presença de um
representante da OAB, sendo ato contínuo trancafiado na
Cadeia Pública.
4. Trata-se de uma medida odiosamente arbitraria, que fere
frontalmente a lei, repugna o direito, eis que se desacato
existiu trata-se de crime afiançável, sendo absolutamente
núlos os atos praticados.
Ex expositis
Requer se digne V.Exa. em receber o presente, ordenando a
imediata soltura do Requerente, com o Relaxamento do
Flagrante, com fundamento no Art.7° inc.IV e $$ 1° usque
2° do Texto Básico Corporativo ( Lei 8.906/94 - Estatuto
da OAB), et Art.5° inc.LXI e LXV da CF.)
Termos em que, pede deferimento.
( Local, data e assinatura )
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 455
Quanto a competência:
a) Juiz de Direito, autoridade imediatamente superior.
Quanto as condições:
b) Vítima de ilegalidade ser advogado, estar no exercício da
atividade de advocacia. O flagrante ocorrer em crimes
afiançáveis, ou seja aqueles, punidos com detenção, salvo as
exceções da lei, nos termos do Art. 285 do Código de
Processo Penal.
Quanto a finalidade:
c) Proteger o advogado no exercício da atividade de
advocacia (= imunidade profissional).
17 - Salas especiais para os
advogados...
Local e data...
Ilustríssimo Senhor
Delegado de Policia da Comarca de...........
...................
Senhor Delegado
Em nome da classe dos advogados que honrosamente
representamos, cumprimos o dever legal de solicitar
informação sobre a existência de sala permanente para os
advogados nessa delegacia.
Por oportuno transcrevemos o $ 4° do Art. 7° da Lei
8.906/94 ( Estatuto da OAB) com se seguinte, dicção:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 456
" O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar,
em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de
polícia e presídios, salas especiais permanentes para
advogados, com uso e controle assegurados a OAB."
Cumpre-nos solicitar a informação da existência desse
espaço físico reservado, e respectivo endereço para
informação a todos os advogados inscritos nesse Conselho
Seccional; temos o dever de alertar que a existência da sala
especial exigida pela lei, é imprescindível para o exercício da
atividade de advocacia pelos profissionais que atuam nessa
comarca.
O não atendimento a esta imposição legal, poderá ensejar
medidas necessárias a fiel observância da lei.
Certos de seu atendimento, reiteramos protestos de
consideração.
Presidente do ...
Quanto a necessidade de solicitar a informação:
a) É imprescindível que os órgãos que representam os
advogados organizem uma listagem dos espaços físicos
privativos dos profissionais da advocacia; instando as
autoridades a cumprir a lei.
Quanto a finalidade:
b) Agir de forma despersonalizada através dos órgãos de
representação, instando as autoridades a instalar salas
especiais para que os advogados possam exercer a atividade
de advocacia.
18 - Inscrição de advogado...
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 457
EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DO CONSELHO
SECCIONAL EM....................
A.R.P.,brasileiro, casado, Bacharel em Direito (
e ou acadêmico de direito cursando os dois últimos anos da
Faculdade de Direito...Universidade de...) , residente e
domiciliado na rua...em..., vem com o máximo respeito,
requerer sua INSCRIÇÃO como advogado, nesse Conselho
Seccional, anexando documentos probatórios de:
1. Capacidade civil.
2. Diploma de graduação em direito, obtido em instituição
de ensino oficialmente autorizada e credenciada. Obs:
Comprovante de revalidação do título de graduação, se o
Requerente for estrangeiro ou brasileiro não graduado no
Brasil.( Art.8° $ 2° do EOAB; se for Requerido por
estagiário, o diploma de graduação é substituído por
certidão probatória de ter sido admitido em estágio
profissional de advocacia ( Art.9° II EOAB).
3. Título de eleitor e quitação do serviço militar.
4. Certificado de aprovação em Exame de Ordem.
5. Comprovante que não exerce atividade incompatível com
a advocacia.
6. Prova de idoneidade moral do Requerente.
Ex expositis
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 458
Requer se digne V.Exa. em receber o presente deferindo seu
pedido de inscrição como advogado, aprazando dia a hora
para que possa prestar compromisso perante esse Conspícuo
Conselho, atendidas as formalidades legais, ex vi do disposto
pelo Art.8° do Pergaminho Estatutário Corporativo (Lei
8.906/94).
Termos em que, pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura )
Quanto a legalidade:
a) Atendimento dos requisitos do Art.8° EOAB
exigido dos advogados graduados no Brasil, dos estrangeiros
e brasileiros graduados em instituições estrangeiras e ainda
de acadêmicos de direito que cursarem os dois últimos anos
do curso jurídico.
Quanto a finalidade:
b) Obtenção da inscrição no quadro da OAB, para o
exercício da atividade de advocacia.
19 - Expressões injuriosas, pedido para que sejam
riscadas em peças de processo...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA
COMARCA....
J.R.M.,brasileiro, casado, do comercio,
residente e domiciliado na rua...n°...em...vem com o máximo
respeito, nos autos do processo...que promove
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 459
contra...(A....) ali qualificado dizer e requerer a V.Exa. o que
segue:
1. Refuta com veemência as expressões injuriosas e ofensivas
empregadas pelo ex adverso, em impugnação de fls..., que
fere de morte, o mandamento ético corporativo, insculpido
na Lei 8.906/94, verbis:
" Art. 34 - O advogado deve proceder de forma que o torne
merecedor de respeito e que contribua para o prestigio da
classe e da advocacia."
2. Por descabidas, requer digne-se Vossa Excelência em
mandar riscá-las conforme determina o Art.15, usque 125
do Pergaminho Instrumental Civil.
Termos em que, pede e espera deferimento.
( Local, data assinatura com n° OAB)
Quanto a competência:
a) É competente para mandar riscar o Juiz que preside a
instrução.
Quanto a finalidade:
b) Assegurar o tratamento ético e respeitoso que deve existir
entre os profissionais da advocacia.
20 - Inidoneidade moral
suscitada por qualquer
pessoa...
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 460
EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DO CONSELHO
SECCIONAL EM..............
J.A.B., brasileiro, casado, do comercio, residente e
domiciliado na rua...n°...em...vem com o máximo respeito
dizer e requerer a V.Exa. o que segue:
1. É do conhecimento do Requerente que o
advogado...(devidamente qualificado), foi condenado no
Juizo da comarca...por envolvimento em tráfico de drogas.
2. Sendo a OAB, uma instituição que defende os valores
éticos e morais, tal condenação torna o inscrito inidôneo
moralmente.
Ex expositis
Requer se digne V.Exa. em receber a presente, para que
atendidas as formalidades legais seja submetida a julgamento
pelo Colendo Conselho Seccional, a fim de ser declarada a
inidoneidade moral do inscrito , nos termos do Art.8°, $ 4°
do Texto Máximo Corporativo (Lei N° 8.906/94).
Termos em que, pede
deferimento
( Local, data e assinatura )
Quanto a legitimidade e
competência:
a) Ativa: Qualquer pessoa
Passiva: Inscrito ou requerente de pedido de inscrição nos
quadros da OAB
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 461
Competência: Conselho Seccional da OAB, competente para
conceder a inscrição.
21 - Inscrição suplementar...
EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DO CONSELHO
SECCIONAL
EM ...........
R.A.P.,brasileiro, casado, advogado
regularmente inscrito na oAB SC sob N° 1.315, com
escritório profissional e domicilio na rua A. Rossa N° ... em
... vem com o máximo respeito dizer e requerer a V.Exa. o
que segue:
1. O Requerente tem seu domicilio profissional e sede
principal de advocacia em Curitibanos SC, tendo sua
inscrição principal no Conselho Seccional, daquele Estado.
2. Todavia no exercício da atividade de advocacia, milita no
foro da comarca de ... nesse território, em número excedente
a cinco causas por ano, cumprindo-lhe promover a
inscrição suplementar.
Ex expositis
Requer se digne V.Exa., em receber a presente deferindo-lhe
pedido de inscrição suplementar, atendidas as formalidades
legais, com amparo no Art.10 $ 2° do Estatuto
Corporativo (Lei N° 8.906/94).
Nestes termos, pede e espera deferimento
( Local, data assinatura )
Quanto a competência e legitimidade:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 462
a) É competente para conhecer do pedido de inscrição
suplementar o Conselho Seccional em cujo território ocorrer
a intervenção judicial pelo inscrito em mais de cinco causas.
b) Deve requerer aquele que possuindo inscrição principal no
Conselho Seccional onde tem seu domicilio profissional,
intervém judicialmente em mais de cinco causas anualmente
em outro território seccional.
22. Cancelamento da
inscrição...
EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DO CONSELHO
SECCIONAL EM ...........
R.A.P, brasileiro, casado, advogado
regularmente inscrito na OAB SC sob N° 1.315, com
domicilio profissional na Rua..., N°..., em... vem com o
máximo respeito dizer e requerer a V.Exa. o que segue:
1. O Requerente está regulamente inscrito nesse Colendo
Conselho Seccional.
2. Não mais exercendo atividade de advocacia, deseja
cancelar sua inscrição como profissional.
Ex expositis
Requer se digne V.Exa. em receber o presente, deferindo-lhe
pedido de cancelamento de sua inscrição, á luz do disposto
pelo Art.11, I do Texto Básico Corporativo (Lei N°
8.906/94).
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 463
Termos em que, pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura )
Quanto a competência e legitimidade:
a) Deve o pedido ser dirigido ao Conselho Seccional onde o
inscrito tem a inscrição que deseja cancelar.
b) Deve requerer o cancelamento o profissional regulamente
inscrito na OAB. O cancelamento
deverá ser feito de oficio pelo próprio Conselho Seccional
ou em virtude da comunicação de qualquer pessoa,
quando o inscrito:
1. Sofrer penalidade de exclusão.
2. Passar a exercer em caráter
definitivo,
atividade incompatível com a advocacia.
23 - Pedido de licença...
EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DO CONSELHO
SECCIONAL EM .............
R.A.P., brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB SC
sob N° 1.315, com domiciliado profissionalmente na rua ...
N°...em ..., vem com o máximo respeito, dizer e requerer o
que segue:
1. O Requerente está regulamente inscrito nesse Conselho
Seccional.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 464
2. Tendo como Vereador ocupado função como membro da
Mesa do Poder Legislativo, passou a exercer, em caráter
temporário, atividade incompatível com o exercício da
advocacia.
Ex expositis
Requer se digne V.Exa. em receber a presente, deferindo-lhe
pedido de licença nos termos do disposto pelo Art.12, inc.II
do Pergaminho Corporativo ( Lei N° 8.906/94 ).
Termos em que, pede e espera deferimento
(Local, data assinatura)
Quanto a competência e legitimidade:
a) O pedido deve ser dirigido ao Conselho Seccional do
território onde o profissional tiver sua inscrição.
b) Deve licencia-se o profissional por:
1. Motivo justificado.
2. Passar a exercer, em caráter temporário, atividade
incompatível com o exercício de advocacia.
3. Sofrer doença mental considerada curável.
24 - Sociedade de advogados pedido de registro...
Excelentíssimo PRESIDENTE DO CONSELHO
SECCIONAL EM .............
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 465
R.A.P., brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB SC
N° 1.315, domiciliado profissionalmente na
rua...n°...em...vem com o máximo respeito dizer e requerer o
que segue:
1. Para melhor realizar a atividade de advocacia, estabeleceu
uma Sociedade de Advogados, nos termos do incluso
contrato constitutivo.
2. A fim de dar atendimento ao ordenamento legal
corporativo colimando adquirir personalidade jurídica,
necessita aprovação de seus atos constitutivos por esse
Colendo Conselho Seccional.
Ex expositis
Requer se digne V.Exa. de receber o presente, deferindo-lhe
pedido de necessário registro, com fundamento no Art.15 $
1° do Diploma Corporativo, Lei 8.906/94 (Estatuto da
OAB).
Termos em que, pede e espera deferimento.
( Local, data, assinatura ).
Quanto a competência e legitimidade:
a) Compete ao Conselho Seccional da OAB em cuja base
territorial tiver sede, conhecer do pedido de registro que
deve atender aos seguintes requisitos:
1. Não podem ter características mercantis.
2. Não podem adotar nome de fantasia.
3. Não podem realizar atividades estranhas á advocacia.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 466
4. Não podem incluir sócio não inscrito como advogado
ou totalmente proibido de advogar.
5. A razão social de ter, obrigatoriamente o nome de,
pelo menos, um advogado responsável pela sociedade,
podendo permanecer nome de sócio falecido desde que
prevista tal possibilidade no ato constitutivo.
b) Têm legitimidade para requerer os advogados
legalmente inscritos.( Art.16 EOAB).
Quanto a finalidade:
c) Legalizar a sociedade adquirindo personalidade jurídica.
Obs: É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de
pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que
inclua entre outras atividades, a atividade de advocacia
(Art.16, § 3° EOAB).
25 - Honorários, pedido de
arbitramento...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA
COMARCA DE...
R.A.P., brasileiro, casado, advogado inscrito
na OAB SC sob N° 1.315, domiciliado profissionalmente na
rua...n°...em...vem com o máximo respeito dizer e requerer o
que segue:
1. O Requerente no exercício da atividade de advocacia, foi
constituído procurador de F.L.C., brasileiro, casado, do
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 467
comercio, residente e domiciliado na rua...N°...em...para
requerer a execução de uma divida representada por
confissão hipotecária no valor de R$100.000,00 vencida em
10 08 94 tendo como devedor M.R. (doc.)
2. Promovendo a execucional o peticionário, envidou todo o
empenho para efetivar-se a penhora de bens suficientes a
liquidação, o devedor ofereceu embargos, que foram
impugnados pelo peticionário, tendo sido procedida a
instrução com a realização de prova pericial, oitiva de
testemunhas e finalmente oferecidos memoriais para entrega
da prestação jurisdicional.
3. Ocorre que antes do julgamento dos Embargos o
Exequente-constituinte que também é advogado esteve
pessoalmente no Cartório fazendo juntar pedido de extinção
da execucional por ter recebido amigavelmente a importância
devida; agora advogando em causa própria.
4. Procurado o Constituinte se nega a pagar os honorários
devidos alegando que recebendo amigavelmente nada deve
ao peticionário, por não ter contrato de honorários escrito.
Ex expositis
Requer se digne V.Exa., em receber a presente ordenando a
citação do requerido, que a final deverá ser condenado nas
cominações legais
fixando-se por arbitramento os honorários devidos ao
Requerente; requer ainda, a produção dos meios necessários
de prova, especialmente pericial, com a nomeação de perito
arbitrador para que estime o valor dos honorários devidos,
valorando-se em R$10,00 ex vi do disposto pelo art.22 $ 2°
da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB.
Termos em que, pede deferimento
( Local, data e assinatura )
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 468
Quanto a competência e legitimidade:
a) A petição deve ser dirigida ao Juiz de Direito pelo
advogado que prestador do serviço profissional.
Quanto a finalidade:
b) Receber pelo serviço profissional prestado, mesmo não
havendo contrato escrito de honorários e dar atendimento ao
Art.22 § 2° EOAB.
Quanto a prescrição:
c) Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de
honorários de advogado. (Art.25 EOAB)
26 - Honorários, em assistência
á necessitado...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA
COMARCA DE..
R.A.P., brasileiro, casado, advogado inscrito
na OAB SC sob N°...domiciliado profissionalmente
na...n°...em...vem com o máximo respeito nos autos do
processo...que...move contra... (A...) todos ali qualificados
dizer e requerer a V.Exa. o que segue:
1. O Requerente patrocina a causa do Autor que é
juridicamente necessitado e como tal tem direito aos
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 469
honorários fixados por esse honrado Juízo segundo a tabela
fixada pelo Conselho Seccional da OAB.
Ex expositis
Requer se digne V.Exa., de receber a presente, para que na
sentença de entrega da prestação jurisdicional, seja
obedecido ao mínimo legal fixado na forma refalada, nos
termos do Art.22, § 1° do Diploma Corporativo (Lei
8.906/94 Estatuto da OAB).
Termos em que, pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura com n° OAB)
Quanto a competência:
a) Juiz que preside a instrução
Quanto a finalidade:
b) Garantir a percepção dos honorários pela tabela fornecida
pelo Conselho Seccional da OAB.
Obs: Este formulário serve somente para os casos em
que este pedido não é inserido na própria inicial,
sugerindo-se a seguinte fórmula para que conste da parte
final da petição inicial:.." Requer ainda, que tratando-se
de patrocínio de causa de juridicamente necessitado,
sejam os honorários fixados por esse honrado Juízo,
segundo a tabela organizada pelo Conselho Seccional da
OAB e pagos pelo Estado. ex vi do disposto pelo Art. 22,
§ 1° da Lei 8.906/94, Estatuto da Ordem dos Advogados
do Brasil."
27 - Honorários, contrato...
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 470
CONTRATO DE HONORÁRIOS N°...
CONTRATANTE (S): ..............................
CONTRATADO (S): ..............................
O B J E T O : Postulação para defesa dos direitos do(s)
Contratante(s) em.................
...............................................
em Primeira Instância, recebendo o Contratado os
honorários da sucumbência e a importância de
R$.......pagáveis da seguinte maneira: 25% na data da
citação da parte ex adversa; 25% na data da audiência de
Instrução e Julgamento e o saldo de 50% na data do
oferecimento do memorial sendo que a desistência ou
extinção do processo importará no vencimento antecipado
dos honorários devidos pelo (s) contratados na sua
totalidade; devendo o (s) Contratante (s) pagar as custas
processuais, despesas de viagens, fornecendo todas as
provas necessárias para comprovação de seu direito. Assim
justos e acordados firmam o presente com duas testemunhas
instrumentais.
( Local, data, assinaturas das partes )
Da objetividade jurídica:
a) Tornar certa e garantir a percepção justa de honorários
pela prestação do serviço de advocacia, cuja decisão tem
efeito de titulo executivo. (Art. 24 EOAB)
b) Possibilidade de juntar aos autos o contrato de
honorários, caso em que, o juiz mandará pagar os honorários
contratados com dedução do valor destinado ao cliente (Art.
22 § 4°)
Do contratante:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 471
b) Advogado ou Sociedade de Advogados, legalmente
inscrito ou com registro autorizado pela OAB.
Obs: É nula qualquer cláusula, regulamento ou convenção
que retire do advogado o direito de recebimento dos
honorários da sucumbência.
28 - Honorários, pedido de juntada de contrato para
recebimento nos autos da ação...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA
COMARCA DE...
R.A.P, brasileiro, casado, advogado regularmente inscrito na
OAB SC sob n°...,domiciliado profissionalmente na rua...,
n°...em...,vem com o máximo respeito nos autos da
ação...que...move contra...Autos...da MMa...Vara Cível,
dizer e requerer o que segue:
1. O Requerente exerceu sua atividade de advocacia como
procurador do Autor, tendo com este celebrado contrato de
honorários, devendo receber no final da ação R$....
2. O Demandado após a sentença trânsita efetuou o deposito
do valor devido, desejando o peticionário receber nos autos
o que lhe é devido.
Ex expositis
Requer se digne V.Exa. em receber a presente ordenando
que lhe sejam pagos diretamente o valor dos honorários
algarismado no refalado contrato, com amparo no Art. 22, §
4° do Texto Básico Corporativo ( Lei 8.960/94 ).
Termos em que, junto aos autos mencionados
Pede e espera deferimento
(Local, data e assinatura com n° OAB)
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 472
Quanto a competência e legitimidade:
a) O pedido deve ser feito ao Juízo da prestação jurisdicional
pelo advogado que prestou os serviços conforme contrato de
honorários escrito.
Quanto as condições:
b) Existência de valor depositado nos autos.
29 - Honorários, execucional...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA
COMARCA DE..
R.A.P., brasileiro, casado, advogado inscrito
na OAB SC sob n°...domiciliado profissionalmente na
rua...N°...em...onde poderá ser intimado, vem com o máximo
respeito, em causa própria, requerer a presente EXECUÇÃO
DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL, contra..., expondo e
requerendo o que segue:
1 - O Exequente é credor da quantia de R$...(...), dívida esta
representada pelo valor estipulado no contrato escrito que
estipulou para pagamento em ... . (doc.)
2 - Resultaram infrutíferos todos os esforços para que
recebesse amigavelmente seu crédito, daí o aforamento da
presente execucional.
Ex expostis
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 473
Requer digne-se V.Exa. de receber a presente ação de
execução, com fundamento no Art. 24, caput da Lei N°
8.906/94, usque Art. 585, VII do CPC., requerendo-se:
I - CITAÇÃO, do executado já qualificado nos termos do
Art. 652 do CPC, para que pague o principal, acrescido das
custas, honorários advocatícios, juros e demais cominações.
II - PENHORA, de bens livres de ônus de propriedade do
Executado, não sendo paga a dívida após a citação como
determina o Art. 659 do CPC, sendo que não sendo
encontrado o executado, seja facultado ao Oficial de Justiça,
agir na forma autorizada pelo Art. 653 do Cânone
Processual Civil.
III - INTIMAÇÃO, do cônjuge, em sendo casado, em caso
de constrição de bens do casal (JC. 5/6 pg. 257).
IV - REGISTRO, da constrição, se esta recair sobre
imóvel, pelo mesmo mandado, no Registro de Imóveis,
consoante Art.167, inc.I, nr.5 da Lei de Registros Públicos.
V - PROVAS, todas as provas necessárias.
VI - VALORANDO-SE, a presente em R$.......
Termos em que, pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura com n°OAB )
Quanto a competência:
a) É competente para a prestação jurisdicional o Juiz de
Direito
Quanto as condições:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 474
b) Postulando em causa própria deve o advogado atender ao
disposto pelo Art.39 CPC, isto é, declarar na petição
inicial ou na contestação, o endereço em que receberá
intimação; comunicar ao escrivão do processo qualquer
mudança.
c) Os honorários são devidos, mesmo advogando em causa
própria.
30. Prestação de contas...
Local e data...
Ilmo (s). Sr (s).
....
....
Prezado (s) Senhor (s):
Rfte: Prestação de contas decorrente da atividade de
advocacia
Com prazer informamos que efetuamos por sua conta a
cobrança abaixo, cumprindo-nos fazer a seguinte prestação
de contas:
Título de crédito:
..................... R$__________________
..................... R$__________________
..................... R$__________________
..................... R$__________________
Adicionais........... R$_______________
Custas processuais... R$____________
Total recebido....... R$_____________
Descontos:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 475
Honorários(contrato). R$____________
Despesas (contrato).. R$____________
Saldo................
R$_________________(................................ ................)
Obs:...
Cordialmente
Advogado OAB...
De acordo:....
Quanto a legalidade:
a) A obrigação de prestação de contas decorre do mandato.
b) Todo àquele - e máxime àquele que exerce a advocacia -
deve prestar contas não somente dos valores recebidos, mas
de todos os atos praticados.
Quanto a finalidade:
c) Cumprir o que determina o EOAB, que se constitui em
infração disciplinar, verbis:
" Art. 34 ...
..........
XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao
cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por
conta dele".
Pena de suspensão...
" Art. 37 ...
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 476
.............
$ 2° - Nas hipóteses dos incisos XXI...do art. 34, a
suspensão perdura até que satisfaça integralmente a
dívida, inclusive com correção monetária".
d) Vê-se pois a preocupação do legislador estatutário se
preocupou em manter a pena de suspensão até que o inscrito
prove que pagou integralmente, inclusive com correção
monetária seu mandatário.
31 - Consignação em pagamento...
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA
COMARCA DE..
R.A.P., brasileiro, casado, advogado inscrito
na OAB SC sob N°...,domiciliado profissionalmente na
rua...N°...em...vem com o máximo respeito, por seu
procurador judicial F.P., brasileiro, casado, advogado
inscrito na OAB SC sob N°...,domiciliado profissionalmente
na rua...N°...em..., aforar a presente AÇÃO DE
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, contra..., pelos
fatos e fundamentos que expende:
1. Na condição de advogado o Autor recebeu do Requerido
para uma NP...Valor...Vencimento...tendo como
devedor...com honorários de 10% sobre o valor total
recebido pelo Requerido, quando da liquidação da
execucional, sem prejuízo da percepção dos honorários da
sucumbência que pertencem ao Autor.(doc.)
2. O processo de execução teve sua tramitação regular tendo
o executado pago o valor da dívida conforme GRJ (doc.),
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 477
considerando-se as deduções pactuadas e legais, resulta em
favor do Requerido um saldo de R$...
3. Inobstante procurado com insistência o Requerido se
recusa injustamente em receber o que lhe é devido, sendo do
interesse do Postulante, desobrigar-se consignando o valor
com vistas a receber a necessária quitação.
4. Com efeito estabelece o Código de Processo Civil,
verbis:
" Art.890. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou
terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação
da quantia ou coisa devida."
Ex expositis
Requer se digne V.Exa. em receber a presente ordenando a
citação do Demandado para " em lugar, dia e hora
determinados, vir ou mandar receber a quantia devida,
sob pena de ser feito o respectivo depósito" (Art.893
CPC). Requer ainda seja o Requerido condenado na
cominações de direito, bem como a produção necessária de
provas, destacando-se o depoimento pessoal do Requerido
sob as penas da confissão; valorando-se em R$...
Termos em que, pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura com n° OAB)
Quanto a competência:
a) Compete a Juiz do domicílio do Requerido, instruir e
julgar o pedido de consignação ( Salvo se o contrato de
honorários tenha eleito foro preferencial...)
Quanto a finalidade:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 478
b) Sendo obrigação do inscrito prestar contas de sua
atividade de advocacia, especialmente quanto ao
recebimento de valores; sob pena de sofrer sanção disciplinar
se obriga ao adimplemento desta obrigação.
Quanto a contestação:
c) O consignante deve ter todo o cuidado em fazer o calculo
do valor devido alem do atendimento as condições de
aforamento do pedido, lembrando-se que, verbis:
" Art. 896. A contestação será oferecida no prazo de dez
(10) dias, contados da data designada para recebimento,
podendo a réu alegar que:
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou
coisa devida;
II - foi justa a recusa;
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do
pagamento;
IV - o depósito não é integral."
d) Desta forma é da máxima importância que o profissional,
tenha o máximo de cautela em postular no processo de
consignação, mesmo porque, o indeferimento do pedido
poderá ensejar representação por infração disciplinar...
DO PROCESSO DISCIPLINAR
32 - Representação contra
inscrito...
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 479
EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DO CONSELHO
DA OAB...
J.A.M., brasileiro, casado, do comercio,
residente e domiciliado na rua...N°...em...vem com o máximo
respeito oferecer a presente REPRESENTAÇÃO
DISCIPLINAR contra M.O.V., brasileiro, casado,
advogado regularmente inscrito na OAB SC sob
N°...domiciliado profissionalmente na rua...n°...em...pelos
fatos e fundamentos que expende:
1. O Requerente outorgou procuração, para que o
Representado na condição de advogado aforasse execucional
para cobrança de uma NP. no valor de R$10.000,00.
2. A ação de execução foi ajuizada tendo o Executado pago
a importância de R$...referente ao valor da cártula e
despesas acessórias, cujovalor foi recebido pelo
Representado na condição de procurador, em data de 27 de
agosto do ano em curso. (doc.)
3. Todavia nega-se a prestar contas do valor recebido,
inobstante procurado com insistência pelo Requerente.
Ex expositis,
requer digne-se V.Exa. em receber a presente, para que seja
apurada a infração disciplinar cometida pelo inscrito, com
aplicação da sanção prevista pelo Texto Disciplinar
Corporativo ( Lei N° 8.906/94 ). Requer ainda, a produção
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 480
dos meios necessários de prova, ouvida das testemunhas
arroladas.
Termos em que, pede deferimento
( Local, data e assinatura)
Relação das testemunhas: (Nome,qualificação e endereço ).
Quanto a juntada pela Secretaria de cópia da ficha de
inscrição e assentamentos do representado:
a) A primeira providência ao ser recebida a representação
pela Secretaria, é proceder a autuação e fazer anexar uma
cópia da ficha de inscrição e assentamentos do representado.
Isto porque, não sendo o representado inscrito, não há como
se apreciar pedido de punição disciplinar. Excepciona-se os
casos de exercício ilegal da profissão como advogado...Já o
assentamento é necessário para a instrução do processo e
conseqüente aplicação da sanção disciplinar.
Quanto a competência e legitimidade:
b) Compete exclusivamente ao Conselho Seccional, em cuja
base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta foi
cometida perante o Conselho Federal (Art.70 EOAB).
c) Como o Conselho Seccional e representado por seu
Presidente a este deve ser requerida a representação. (Art.73
EOAB)
d) O processo disciplinar instaura-se de oficio ou mediante
representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada.
(Art.72 EOAB)
Quanto a tramitação:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 481
d) Recebida a representação, o Presidente deve nomear
relator, a quem compete a instrução do processo e o
oferecimento de parecer preliminar a ser submetido ao
Tribunal de Ética e Disciplina.(Art.73 EOAB).
32. Despacho de recebimento e nomeação de relator pelo
Presidente...
1. Visto, para o impulso corporativo inicial
2. Recebo a representação
3. Designo relator o ilustre Conselheiro...
ao qual por economia processual delego a competência para
o disposto pelo Art.73 § 4° do EOAB.
4. Cumprida a tramitação, observada a determinação
estatutária de sigilo, voltem conclusos, para cumprimento do
disposto pelo Art.58, III EOAB.
( Local, data. assinatura )
Quanto a competência:
a) Compete ao Presidente do Conselho Seccional, em cuja
base territorial tenha ocorrido a infração receber a
representação, salvo se a falta for cometida perante o
Conselho Federal (Art.70 et 73 do EOAB).
Quanto a delegação de competência:
b) Se o representado não for encontrado, ou for revel,
segundo dispõe o Art. 73 em seu parágrafo 4° a competência
para designar defensor dativo e do Presidente do Conselho
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 482
Seccional ou da Subseção. Com se deseja dar uma resposta
imediata as partes, tal competência pode ser delegada, mas
por óbvio o Presidente poderá não declinar, dessa
faculdade.
Quanto as condições:
b) Uma vez recebida a representação pela Secretaria do
Conselho esta deve, autuar a exordial com os documentos,
encaminhando de imediato ao Presidente; este pelos termos
da Lei, não poderá deixar de receber, pois o indeferimento
liminar é da competência do relator no Tribunal de Ética e
Disciplina ((Art.73, $ 2° EOAB).
33. O relator designado deve notificar o representado...
1. Recebi hoje.
2. Visto, para impulso Instrutório disciplinar inicial.
3. Notifique-se, o representado observando- se o disposto
pelo Art.69 do EOAB.
4. Oferecida a defesa prévia, ou vencido o prazo de
oferecimento, voltem conclusos.
( Local, data e assinatura )
Quanto a competência:
a) Compete ao relator designado a competência para exarar
o despacho de impulso instrutório do Tribunal de Ética e
Disciplina.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 483
Quanto a finalidade:
b) Impulsionar a instrução, notificando o representado
estabelecendo o contraditório, devendo ser assegurada a
ampla defesa.
34 - Defesa prévia oferecida
pelo representado...
EXCELENTÍSSIMO CONSELHEIRO RELATOR DA
COLENDA ...COMISSÃO DO TRIBUNAL DE ÉTICA
E DISCIPLINA EM...
M.0.V., brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB SC
sob n°..., domiciliado profissionalmente na rua...n°...em...,
vem com o máximo respeito oferecer DEFESA PRÉVIA,
nos autos do processo disciplinar n°... em que é
representante J.A.M., ali qualificado, pelo fatos e
fundamentos que expende:
1. O Representante alega ter outorgado procuração para que
o Representado, promove competente execucional para
cobrar o valor de R$ 10.000,00 representado por uma NP.
2. Argumenta ainda o Representante que em data de 27.08
do ano em curso, o Executado pagou o valor correspondente
ao valor algarismado na cártula, acrescido de custas
processuais.
3. Todavia, omitiu o fato de que no ato da outorga do
mandato para ajuizamento da execucional, foi celebrado
contrato de honorários entre as partes, pelo qual o
Contratante se obrigou a pagar R$1.000,00 reais quando do
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 484
pagamento pelo Executado da refalada NP., sem prejuízo da
percepção dos honorários da sucumbência que pertencem ao
Representado. (doc.)
4. Desta forma, tomando conhecimento do pagamento feito
sub judice, o Representado com amparo no disposto pelo
Art.22 $ 4° do EOAB, fez juntar o seu contrato de
honorários, recebendo diretamente nos autos o valor
pactuado.
5. Finalmente, como o Representante se negasse o receber o
que lhe era devido, foi promovida competente Ação
Consignatória, julgada procedente cuja sentença trânsita é
acostada (doc.)
Ex expositis
Provada documentalmente a temeridade do processo
disciplinado deflagrado pelo Representante, requer que
recebida a presente, receba justa e necessária manifestação
pelo indeferimento liminar, frente ao permissivo
corporativo, insculpido na Lei 8.906/94, Art.73 $ 2°; requer
ainda seja-lhe deferida a garantia da ampla defesa, com a
produção dos meios necessários de prova, confiando
sinceramente na sua absolvição como medida de JUSTIÇA.
Termos em que, pede e espera deferimento
( Local, data. assinatura com n° OAB)
Quanto a competência:
a) - É competente para receber a Defesa Prévia, o Relator do
processo disciplinar designado pelo Presidente do Conselho
Seccional.
Quanto a finalidade:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 485
b) - Exercitar o contraditório, podendo resultar no
indeferimento liminar, ou prosseguimento do processo até
final decisão pelo Tribunal de Ética com revisão pelo
Conselho Seccional (Art.58, III)
c) - Podendo a defesa ser exercitada pelo advogado,
representado que responde ao processo disciplinar
pessoalmente ou por procurador.
35 - Parecer preliminar do Relator a ser submetido ao
Tribunal de Ética e Disciplina...
PROCESSO n° ....
REPRESENTANTE (S): J.A.M.
REPRESENTADO (S): M.O.V.
RELATOR: Conselheiro...
Vistos, para parecer preliminar.
O processo disciplinar corporativo foi deflagrado, pelo
Representante que alegou em síntese apertada:
1. Objetivando receber o valor de R$10.000,00 representado
por uma NP, contratou os serviços profissionais do
advogado Representado.
2. Ajuizada a execucional, o Executado pagou a importância
devida acrescida das custas processuais em 27 de agosto do
ano em curso, conforme fez prova documental.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 486
3. Negando-se o Representado a fazer a entrega do
numerário recebido, apesar de instado, cometeu infração
disciplinar dando causa a persecução corporativa.
Recebida a exordial, foi o Representado notificado
pessoalmente, tendo no tempo e na forma devida oferecido
defesa, que pode ser assim resumida:
1. Que efetivamente foi contratado para aforar a ação de
execução, colimando receber o valor da cártula refalada.
2. Para a prestação da atividade advocatícia contratou
honorários de 10% sobre o valor algarismado no título
executivo, alem dos honorários da sucumbência(doc.)
3. Como o Executado tivesse feito o pagamento nos autos,
preferiu receber in folium, fazendo juntada aos autos de seu
contrato.
4. Aduz em sua defesa ainda, que como o Representante se
negasse a receber o que lhe era devido, promoveu
competente ação consignando judicialmente o valor devido,
fazendo prova da sentença trânsita. (doc)
Relatado, ofereço o parecer preliminar, após a defesa
prévia.
Cuida-se de processo disciplinar, que visa apurar
responsabilidade por apropriação indevida de valor por
advogado no exercício da atividade profissional.
A matéria não esta a merecer maiores indagações eis que a
prova é irrefutável, no sentido de que o advogado, não
cometeu infração disciplinar.
É que recebeu o valor da dívida executada, fazendo com que
a verba de honorários devidamente contratada fosse retida
nos autos da execucional.
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 487
Como de obrigação, a prestação de contas foi promovida
judicialmente com a consignação do valor devido ao
Representante, desobrigando-se assim o Representado.
Ad summam
Ante as provas encartadas nos autos, firmado em segura
linha de convicção, opino pelo indeferimento liminar da
representação, e em conseqüência determinado o seu
arquivamento.
- 329 -
Ex vi do disposto pelo Art.73, $ 2° do Texto Máximo
Corporativo (Lei n°8.906/94, Estatuto da OAB).
Este o parecer.
Submeta-se ao eminente Presidente do Conselho Seccional
da OAB (Art.73, $3°, in fine do EOAB).
( Local, data e assinatura )
Quanto a competência:
a) Compete ao Relator nomeado pelo Presidente, oferecer
parecer preliminar.
Quanto a manifestação:
b) Se após a defesa prévia o relator se manifestar pelo
indeferimento liminar da representação, este deve ser
decidido pelo Presidente do Conselho Seccional, para
determinar seu arquivamento (Art.73 $ 2° EOAB).
c) Manifestando-se pelo indeferimento liminar da
representação, após a defesa prévia, o relator devolverá a
decisão para o Presidente do Conselho para determinar seu
arquivamento (Art.73 $ 2° EOAB)
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 488
d) Concluida a instrução com produção de provas sob a
direção do relator, podendo o representado apresentar
alegações finais e defesa oral perante o Tribunal de Ética
e Disciplina, aquele exara o parecer preliminar (sic.Art.73,
EOAB) que na verdade é parecer final, submetendo ao
Tribunal de Ética e Disciplina, cuja decisão será devolvida ao
Conselho Seccional para julgar em grau de recurso ( Art.58,
III EOAB).
36. Decisão pelo Tribunal de Ética e Disciplina,
lavratura de acórdão...
PROCESSO N°
REPRESENTANTE (S):
REPRESENTADO (S):
RELATOR: Conselheiro...
E M E N T A
............................................
ACÓRDÃO...
Vistos, relatos e discutidos os presentes autos, acordam os
membros da .....do Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem
dos Advogados do Brasil de..., por..........de votos conhecer
da representação e entendendo que o fato configura infração
punível com a pena disciplinar de................,comunicando-se
ao Conselho Seccional onde o representado tem sua
inscrição principal, para constar dos respectivos
assentamentos nos termos do Art.70, $1° da Lei 8.906/94,
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 489
Estatuto da OAB, tudo consoante voto do Conselheiro
Relator.
Sala de Sessões, de de 1.9 .
Relator
Quanto a competência:
a) A competência é do Tribunal de Ética e Disciplina, nos
termos do Art.70 $ 1° do EOAB, verbis: " Cabe ao
Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional
competente, julgar os processos disciplinares, instruídos
pelas Subseções ou por relatores do próprio Conselho."
37 - DOS RECURSOS...
EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DO CONSELHO
SECCIONAL EM...........
R.A.P, brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB SC sob
N°...,domiciliado profissionalmente na rua...n°...em..., vem
com o máximo respeito dizer-se inconformado com a
decisão da...do Colendo Tribunal de Ética e Disciplina, que
julgando procedente a representação oferecida por...(A...) ali
qualificado, deseja devolver o julgamento através do
presente recurso...(ver no Regulamento Geral o recurso
específico (Art.77, Parág. único EOAB), com efeito
suspensivo ( Art.77 EOAB).
Ex expositis
Requer se digne, V.Exa. de receber com as inclusas razões,
para que ascenda ao órgão recursal competente, para que
delas conhecendo o Colendo Conselho Seccional reforme a
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 490
decisão da..., consoante determina o disposto pelo Art.58,
III do Diploma Corporativo (Lei n°8.906/94 Estatuto da
OAB).
Termos em que, pede e espera deferimento
( Local, data e assinatura )
COLENDO CONSELHO SECCIONAL
I - A exposição do fato e do direito. Primeiramente o
recorrente fará um breve retrospecto da decisão atacada dos
fatos como efetivamente ocorreram, rebatendo
convincentemente todos os seus pontos vulneráveis e
contraditórios; destacando os argumentos da linha de defesa,
com base nas provas coligidas na fase de instrução do
processo. Demonstrará o equívoco da decisão com base na
lei, doutrina e jurisprudência.
II - As razões do pedido de nova decisão. Nesta segunda
parte, o recorrente defenderá as razões pelas quais está
demonstrado que a decisão recorrida não fez a necessária
justiça, não aplicou bem o direito ou a lei ao caso e
expenderá substanciosa argumentação jurídica em prol de
sua tese absolutória.
Ex expositis
Confia sinceramente que esse Colendo Conselho, reforme a
r.decisão recorrida, absolvendo o recorrente por ser medida
de JUSTIÇA.
ITA SPERATUR JUSTITIA !
( local, data e assinatura )
Quanto a competência:
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 491
a) Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões
proferidas pelo Conselho Seccional, quando:
a.1 - Não tenha sido unânime
a.2 - Mesmo sendo unânime a decisão contrarie: O Estatuto
da OAB, decisão do Conselho Federal, de outro Conselho
Seccional, Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina
ou mesmo contrarie Provimento.
b) Além dos interessados, o Presidente do Conselho
Seccional é legitimado a interpor o recurso acima referido
(Art.75, Par. único EOAB).
a) Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões
proferidas por:
a.1 - Presidente do Conselho Seccional
a.2 - Tribunal de Ética e Disciplina
a.3 - Diretoria das Subseções
a.4 - Caixa de Assistência dos Advogados
d) Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto
quando tratarem de :
d.1 - De eleições (Arts.63 e segts.EOAB)
d.2 - Suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de
Ética e Disciplina
d.3 - Cancelamento de inscrição por falsa prova
Quanto aos recursos específicos:
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 492
e) O Regulamento Geral, disciplina o cabimento de recursos
específicos, no âmbito de cada órgão julgador.
38 - Reabilitação de punição
disciplinar.
EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DO CONSELHO
SECCIONAL EM ..........
V.R.S., brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB SC
sob n°...com domicilio profissional na rua...n°...em...vem
com o máximo respeito dizer e requerer a V.Exa. o que
segue:
1. Em data 10 de maio do ano de 1.993, nos autos do
processo...foi punido com a pena disciplinar de suspensão
que acarretou ao Requerente a interdição do exercício
profissional pelo prazo de 60 dias. (doc.)
2. Tendo cumprido integralmente a sanção que lhe foi
imposta deseja obter sua reabilitação, fazendo provas
efetivas de bom comportamento. (doc.)
Ex expositis
Requer se digne V.Exa., de receber a presente, deferindo-lhe
o pedido de reabilitação com amparo legal no Art.41 do
Estatuto Corporativo ( Lei 8.906/94 ).
Termos em que, pede deferimento
( Local, data ( = 1 ano a contar do dia do cumprimento da
pena). assinatura com n° OAB )
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 493
Quanto a competência:
a) - Conselho Seccional, onde o Requerente tem sua
inscrição principal.
Quanto a finalidade:
b) Reabilitar o inscrito após o efetivo cumprimento da pena e
prova de bom comportamento.
Quanto aos requisitos exigidos:
c) Ter decorrido um ano a partir da data em que se verificar
o cumprimento da pena disciplinar.
d) Prova de bom comportamento, que poderá ser através de
declarações de autoridades idôneas, na seguinte forma:
D E C L A R A Ç Ã O
P.R.M., brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB SC
sob n°..., domicilio profissional na..., n°...em..., presidente da
Subseção de...
D E C L A R A
Por esta e na melhor forma de direito que conhece a pessoa
de V.R.S., brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB SC
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 494
sob n°...domicilio profissional na rua...n°...em..., que goza
de bom conceito e ótimo comportamento.
( Local, data e assinatura com n° OAB)
39. Petição inicial...
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA
DE..
.....vem com o máximo respeito, por seu
procurador judicial, advogado com domicilio profissional na
rua...N°...em...,ut instrumento de signatório anexo,
requerer a presente AÇÃO DE.. com amparo legal nos
permissivos insculpidos no Pergaminho Adjetivo Civil,
Arts..., o que faz expondo e finalmente requerendo:
I - DOS FATOS QUE JUSTIFICAM O PEDIDO
II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
2.1 - DA LEI
2.2 - DO DIREITO
2.3 - DA DOUTRINA
2.4 - DA JURISPRUDÊNCIA
2.5 - DO DIREITO COMPARADO
III - ESPECIFICAÇÃO DO PEDIDO
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 495
3.1 - EX EXPOSITIS, requer a esse honrado Juízo. digne-se
a prestar a necessária tutela jurisdicional requerido pela
parte, ordenando a citação da parte ex adversa
convenientemente qualificada, para que querendo conteste os
termos da presente, devendo a final ser condenada ao
pagamento das custas processuais, danos decorrentes de
litigância de má fé, honorários de advogado e demais
cominações que da sucumbência resultar.
IV - DAS PROVAS
3.1 - Requer a produção de todos os meios legais bem como
moralmente legítimos para provar a verdade dos fatos em
que se funda a ação, à luz do disposto pelo Art. 332 do
Código de Processo Civil; documental ( Art.397 ),
testemunhal, inclusive por precatória aquelas residentes em
outra Comarca (Arts.410, III ut 338) depoimento
personalíssimo da parte ex adversa sob pena de confissão
(Art.342 ut 343 parág.1° e 2°).
V - VALOR DA CAUSA
5.1 - Dá à causa do valor de R$...
Termos em que pede e espera deferimento
(Local, data assinatura com n° insc.OAB )
Relação dos documentos anexados:
1. Procuração geral para o foro.
2. .............
Obs: O presente formulário, e fornecido com finalidade
apenas de orientação geral, eis que este modelo pode ser
usado para a postulação corporativa, fazendo-se as devidas
adaptações.
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 496
BIBLIOGRAFIA
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Brasília 1.994.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo
Brasileiro,. Edit.RT, 12ª Ed. São Paulo 1.986.
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Advogado Reinaldo Assis Pellizzaro
Rua A. Rossa 246 Fone 0492 45.0171 CEP 89520.000-
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