estatutos e compromisso da irmandade da … · 1581, mantendo a denominação de irmandade da...
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PREÂMBULO O propósito primordial das presentes alterações é a fusão na Irmandade da Misericórdia
e de São Roque de Lisboa da Irmandade da Misericórdia de Lisboa e da Irmandade do
Glorioso São Roque dos Carpinteiros de Machado.
Com esta fusão, que marca um novo momento na vida e missão da Irmandade da
Misericórdia e de São Roque de Lisboa, pretende-se, em primeiro lugar, recuperar um
notável património religioso, espiritual, cultural, histórico e artístico que para esta tem
grande riqueza e significado. Em segundo lugar, que estes patrimónios não
desapareçam, numa qualquer voragem da História.
Ao longo da História, os caminhos destas três Irmandades cruzaram-se por várias vezes.
A Irmandade da Misericórdia de Lisboa
A Irmandade da Misericórdia de Lisboa foi instituída, em 1498, por inspiração da
Rainha D. Leonor para, através da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, praticar as
catorze Obras de Misericórdia, em benefício da população mais desfavorecida da
Cidade.
Viria a ser a primeira das centenas de Misericórdias que se instalaram depois no vasto
mundo onde os portugueses chegaram. Instituída na Sé de Lisboa, na Capela de Nossa
Senhora da Piedade, vulgo “Senhora da Terra Solta”, em 1755 estava instalada em
edificações grandiosas, à beira do Tejo e, mais acima, no Hospital de Todos os Santos,
que também era encargo seu. Para além da grandiosidade das suas instalações, o mais
importante era a vasta Obra de Caridade, que desenvolveu em Lisboa servindo de matriz
para as restantes Misericórdias.
O Terramoto de 1755 porém, derrubou estas edificações, muito dificultando o
cumprimento da sua nobre missão, obrigando a Irmandade a arranjar instalações
provisórias para o exercício da sua actividade assistencial e religiosa.
Decidiu então o Marquês de Pombal, em 1768, doar à Irmandade responsável pela Santa
Casa da Misericórdia de Lisboa as instalações da Casa Professa e Igreja de São Roque,
anteriormente pertença da Companhia de Jesus, expulsa do Reino em 1759.
E, desde então, a Irmandade da Misericórdia de Lisboa, recebendo estes amplos
espaços, imprimiu à Santa Casa um novo ciclo de grande actividade, sempre de acordo
com o seu espírito original de Caridade Cristã.
Atravessando, desde o início de mil e oitocentos, uma crise interna por morte, doença
ou pela falta de comparência de Irmãos às obrigações expressas no seu Compromisso,
que se reflectia na administração dos estabelecimentos a seu cargo, viu-se a Irmandade
impossibilitada de proceder à eleição de nova Mesa, como exigia o poder governativo.
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Em consequência disso, foi nomeada, em 1834, uma Comissão para examinar o estado e
administração da Santa Casa e do Hospital de S. José, a qual procedeu a diversas
reformas urgentes e propôs a dissolução da Mesa da Irmandade, o que acontece, a título
provisório, por Decreto de 11 de Agosto de 1834, sendo a administração da Santa Casa
substituída pela Comissão.
Apesar das tentativas de reforma do Compromisso e de eleição de nova Mesa que se
sucederam até 1863, tanto por parte da Irmandade como de iniciativa régia, a Irmandade
da Misericórdia nunca mais regularizou a sua vida institucional, continuando a Coroa e
depois a República, a nomear a Administração da Santa Casa.
É assim que, há cerca de dois séculos, a Irmandade da Misericórdia de Lisboa está
inerte e o seu estatuto indefinido, pois nunca foi declarada inexistente pela competente
Autoridade Eclesiástica.
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A Irmandade do Bemaventurado São Roque
No início do Século XVI, deflagrou em Lisboa um surto grave de epidemia, trazido por
uma nau veneziana, que ia dizimando progressivamente o povo da Cidade. Havendo
notícia dos grandes milagres que São Roque operara entre as populações das cidades,
principalmente francesas e italianas que foram vitimadas pela terrível peste, apressou-se
D. Manuel I a solicitar uma relíquia do Santo à cidade de Veneza.
A chegada da Relíquia, os milagres que se operavam e a devoção popular que
rapidamente se espalhou levaram ao incremento da Irmandade do Bemaventurado São
Roque, instituída muito provavelmente antes do ano de 1506.
Para recolha e veneração da Relíquia, devoção e culto a São Roque, em 24 de Março
desse ano, a Irmandade iniciou a construção da pequena Ermida de São Roque, fora das
muralhas da Cidade e fronte onde é hoje o Largo Trindade Coelho.
Sucedeu que, no Reinado de D. João III e por incitamento do Rei, a Companhia de Jesus
iniciou as suas actividades em Portugal, tendo tido como primeira instalação o
Convento de Santo Antão, o Velho. Mais tarde, por forte pressão Real, a Companhia de
Jesus tomou posse da Ermida, no primeiro domingo de Outubro de 1553, para ali
instalar uma Igreja e a sua Casa Professa. Não obstante ter-se celebrado acordo entre a
Irmandade do Bemaventurado São Roque e a Companhia de Jesus, este não foi
consensual entre os Irmãos, tendo-se afastado um grupo destes, vindo a constituir a
Irmandade do Bemaventurado São Roque dos Carpinteiros de Machado, separando-se
da Irmandade Mãe.
Os Irmãos que se mantiveram na Irmandade do Bemaventurado São Roque acordaram
com a Companhia de Jesus que a futura Igreja chamar-se-ia, para sempre, Igreja de São
Roque e que no seu interior seria mantida uma Capela de São Roque, propriedade da
Irmandade, a qual ali teria a sua sede e ali praticaria o culto e as suas celebrações.
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Efectivamente, com a construção da Igreja de São Roque, uma das oito capelas foi
dedicada ao seu Orago e concebida com grande dignidade e beleza, tendo sido
completada com uma Sacristia e Casa de Despacho, o que permitiu à Irmandade ali
exercer as suas actividades institucionais e devocionais.
Desde então, a Companhia de Jesus e a Irmandade do Bemaventurado São Roque
conviveram, na mesma Igreja, cada uma orientada para a sua específica vocação.
Com a expulsão da Companhia de Jesus e as suas instalações em São Roque doadas à
Irmandade da Misericórdia de Lisboa, como acima se referiu, prosseguiu a Irmandade
do Bemaventurado São Roque as suas actividades em boa convivência com a nova
proprietária da Igreja. Nem o afastamento da Irmandade da Misericórdia da vida da
Santa Casa alterou esta situação, que se manteve até à implantação da República. Com o
novo regime e por força da Lei da Separação do Estado e da Igreja, a Santa Casa entrou
em processo de estatização e foi suspenso o culto na Igreja.
Em 1911 é realizado o Auto de Diligência à Capela de São Roque, sendo nesse mesmo
ano provada a individualidade jurídica da Irmandade, pelo que, visto estar legalmente
constituída, não foram arrolados os seus bens mobiliários e imobiliários, destinados ao
culto público da religião católica.
Nos anos seguintes, a Irmandade, associada à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,
promove todas as diligências para dar cumprimento aos Legados Pios desta Instituição e
para abrir novamente ao culto a Igreja de São Roque sob sua responsabilidade, o que foi
concedido em 1918.
Após as incertezas decorrentes da revolução de Abril de 1974 a situação voltou a
estabilizar, mas com uma alteração importante para a Santa Casa: a sua orientação
superior passou a ser repensada em cada novo Governo. No propósito de atalhar a esta
fonte de descaracterização, a Santa Casa e a Irmandade de São Roque sofreram uma
profunda alteração, sob o impulso do então Provedor da Santa Casa. Por Decreto de Sua
Eminência o Cardeal Patriarca de Lisboa, de 25 de Julho de 1990, a Irmandade foi
transformada em Irmandade de Misericórdia passando a denominar-se Irmandade da
Misericórdia e de São Roque de Lisboa. Por sua vez, por força do Dec-Lei n.º 322/91,
de 26 de Agosto, os Estatutos da Santa Casa foram alterados, ficando expresso que esta
deveria viver “… de acordo com a tradição cristã do seu compromisso originário”.
No reforço desta determinação, foram atribuídas competências e responsabilidades
especiais à Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa, designadamente
competência “…para além da tutela do espírito cristão que enforma a acção da
Misericórdia de Lisboa…”, “… assegurar o culto nas Igrejas e Capelas pertencentes à
Misericórdia de Lisboa e nomeadamente na Igreja de São Roque…” e “promover todos
os actos de assistência religiosa nos estabelecimentos da Misericórdia, designadamente
sacramentos e funerais…”
No preâmbulo deste diploma esclarecia-se que devia a Santa Casa manter-se na
“fidelidade inalterável à tradição cristã do seu espírito original” e que, para tanto, se
impunha o regresso da Irmandade a uma presença mais activa na vida da Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa, enquanto garante dos seus princípios enformadores”.
Após a regularização institucional da Irmandade, em 2005, ambas as Instituições
procuram exercer com o maior empenho as suas actividades, conforme os Estatutos de
1991- depois alterado pelo Decreto-Lei n.º 235/2008 de 3 de Dezembro- e o
Compromisso da Irmandade.
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Irmandade do Bemaventurado São Roque
dos Carpinteiros de Machado
Como acima se referiu, quando se celebrou o acordo entre a Companhia de Jesus e a
Irmandade do Bemaventurado São Roque, em 1553, para se erguer uma Igreja jesuíta,
no local da pequena Ermida de São Roque e construir ali a sua Casa Professa, um grupo
de Irmãos de São Roque, não aceitando aquele trato, abriu dissidência e criou a
Irmandade do Bemaventurado São Roque dos Carpinteiros de Machado (os mestres da
construção naval, na época), instalando-se, então, no Real Convento de Nossa Senhora
do Monte do Carmo. Com a ruína do Convento, em consequência do trágico Terramoto
de 1755, a Irmandade perdeu o local onde exercia as suas actividades e a quase
totalidade dos seus bens.
Apoiada por D. José I, passou a ter instalações provisórias, logo em 1756, no Real
Arsenal, nos terrenos da Ribeira das Naus e, em 1761, ergueu ali uma nova Capela
(agora de pedra e cal), onde passou a exercer o culto.
Esta Capela ainda hoje existe e está instalada no edifício do ex-Ministério da Marinha
(Administração Central da Marinha), sito na Avenida da Ribeira das Naus.
Esta Irmandade, na sua vocação original, dedicou-se fundamentalmente ao apoio
material e espiritual dos Irmãos e famílias mais necessitadas.
É assim que em 1913 toma a natureza de Associação de Socorros Mútuos, passando a
denominar-se Irmandade dos Carpinteiros Navaes, erecta na sua Antiga Ermida de São
Roque, no Arsenal da Marinha, perdendo a natureza religiosa. Em 1927 foi extinta pela
Autoridade Civil, mas não pela competente Autoridade Religiosa.
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Concluindo, a presente fusão permite assim a concentração do inestimável património
religioso, espiritual, cultural, histórico e artístico destas três Instituições numa só
Irmandade, recuperando-se valores fundamentais que reforçam a natureza e missão da
Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa na prática das Obras de
Misericórdia.
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ESTATUTOS E COMPROMISSO
DA IRMANDADE DA MISERICÓRDIA
E DE SÃO ROQUE DE LISBOA
CAPÍTULO I
Natureza, Objectivos, Denominação, Sede e Regime
ARTIGO 1º
1. A Irmandade de São Roque, instituída em Lisboa, em data ainda incerta mas
seguramente anterior a Março de 1506, numa Ermida construída para sua sede
no local onde hoje se ergue a Igreja de São Roque, da Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa (SCML), e que foi constituída, em 25 de Julho de 1990,
em Irmandade de misericórdia, sob a denominação de Irmandade da
Misericórdia e de São Roque de Lisboa (IMSRL), é agora reconstituída, por
fusão das venerandas Irmandade da Misericórdia de Lisboa, instituída em 15 de
Agosto de 1498 e Real Irmandade do Glorioso São Roque dos Carpinteiros de
Machado, formalmente instituída também em Lisboa em 9 de Dezembro de
1581, mantendo a denominação de Irmandade da Misericórdia e de São Roque
de Lisboa.
2. Com a fusão, o património espiritual, cultural, histórico e material das
Irmandades da Misericórdia de Lisboa e da Real Irmandade do Glorioso São
Roque dos Carpinteiros de Machado é transferido para a Irmandade da
Misericórdia e de São Roque de Lisboa, com todos os seus direitos e obrigações
e sempre conforme as leis canónicas e civis em vigor, nomeadamente nos termos
do Can. 121 do Código de Direito Canónico.
3. Enquanto canonicamente erecta, a Irmandade tem personalidade jurídica
canónica e civil e é reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade
Social, mediante participação escrita da sua erecção canónica feita pelo
Ordinário Diocesano aos Serviços competentes do Estado, em 1 de Fevereiro de
1996.
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4. Em conformidade com a sua natureza de Instituição canonicamente erecta, a
Irmandade estará sujeita ao Ordinário Diocesano de modo similar ao das demais
associações públicas de fiéis de idêntica natureza, designadamente nos termos
do art.º 7 das Normas Gerais para a Regulamentação das Associações de Fiéis,
aprovadas pela Conferência Episcopal Portuguesa, em 4 de Abril de 2008.
5. A Irmandade tem como objectivos:
a) Promover o culto a Nossa Senhora da Misericórdia e a São Roque,
advogado contra as pestes e as outras doenças que assumem novas
patologias, algumas das quais a ciência ainda não domina.
b) Fomentar a vocação cristã, nomeadamente pelo amor ao próximo e a
prática das Obras de Misericórdia, especialmente as espirituais, com
especial atenção quanto à exclusão social e à solidão.
c) Exercer e apoiar actividades de apostolado e de evangelização, muito em
especial pelo testemunho de vida dos seus Irmãos.
d) Acompanhar as actividades da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
(SCML) e contribuir para que a sua acção se exerça conforme o espírito
do seu Compromisso originário e a sua ininterrupta tradição cristã.
6. A Irmandade exercerá a sua acção em estreita cooperação com a Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa, ressalvadas as competências que, pelo ordenamento
canónico e regime concordatário, são reservadas às autoridades eclesiásticas.
ARTIGO 2º
A Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa é uma associação pública
de fiéis, cultual e de misericórdia e rege-se pelos presentes Estatutos e Compromisso
e pelas normas do Direito Universal e Particular da Igreja Católica.
ARTIGO 3º
A Irmandade é constituída por tempo indeterminado, tem a sua sede na Igreja de
São Roque e exercerá a sua acção na área da Diocese de Lisboa, podendo alargar a
sua actividade a outras áreas do território nacional quando tal se manifestar
aconselhável para a realização dos seus objectivos.
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ARTIGO 4º
1. Sem quebra da sua autonomia e independência e dos princípios que a criaram, a
Irmandade visa cooperar com a SCML na realização dos seus fins, conforme o
seu Compromisso originário e, igualmente, promover a colaboração e o melhor
entendimento com outras entidades e com as autoridades e populações locais,
em tudo o que respeita à prossecução dos seus objectivos na parte coincidente
com as actividades daquelas, designadamente através de actuações de carácter
espiritual, cultural e recreativo.
2. Para além da sua finalidade evangélica e cultual, a Irmandade exercerá as suas
actividades no campo da acção social e prestará apoio, directa ou
indirectamente, às famílias, às crianças, aos jovens, aos adolescentes, aos
doentes, aos idosos carecidos, nomeadamente em consonância com as
actividades da SCML e conforme as suas possibilidades.
3. A Irmandade poderá, em cooperação com a SCML ou por si própria, efectuar
acordos com outras Santas Casas de Misericórdia, outras Instituições ou o
Estado, para melhor realização dos seus objectivos.
4. Como actividade secundária, pode a Irmandade exercer qualquer actividade de
natureza económica, social ou outra, nomeadamente nas áreas dos serviços e do
património, como meio de gerar receitas para a realização dos seus fins. Poderá
exercê-las por si ou em associação com terceiros; por iniciativa própria ou em
cumprimento de encargos decorrentes de doação, heranças ou legados dos seus
benfeitores.
5. A Irmandade é filiada na União das Misericórdias Portuguesas, com todos os
direitos e obrigações inerentes à sua filiação, como Irmandade de misericórdia,
que tem a sua sede em Lisboa.
ARTIGO 5º
1. Constituem a Irmandade todos os actuais Irmãos da Irmandade da Misericórdia e
de São Roque de Lisboa, bem como todos os que vierem a ser admitidos nos
termos deste Compromisso.
2. O número de Irmãos é ilimitado.
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CAPÍTULO II
Dos Irmãos
ARTIGO 6º
Podem ser admitidos como Irmãos os indivíduos, que reúnam as seguintes condições:
a.) Sejam maiores de idade ou sendo menores tenham autorização de seus pais ou
tutores;
b.) Sejam naturais ou residentes na Diocese de Lisboa, ou ligados por laços de
afectividade à sua população;
c.) Gozem de boa reputação moral e social;
d.) Aceitem os princípios da doutrina e da moral cristã que enformam a
Irmandade e que, consequentemente, não hostilizem, por qualquer meio,
designadamente pela sua conduta social ou pela sua actividade pública, a
Religião Católica e os seus fundamentos, bem como a vocação institucional de
cooperação com a SCML;
e.) Se comprometam ao pagamento de uma jóia – correspondente à Carta Patente,
Cartão e Capa - e de uma quota anual, de montantes a definir pela Assembleia
Geral.
ARTIGO 7º
1. A admissão dos Irmãos é feita mediante proposta assinada por dois Irmãos e
pelo próprio candidato, em que este se identifique, se obrigue a cumprir as
obrigações de Irmãos e indique o montante da quota.
2. Tal proposta será submetida à apreciação da Mesa Administrativa na sua
primeira Reunião Ordinária posterior à apresentação na Secretaria.
3. Só se consideram admitidos os candidatos que tiverem reunido, em escrutínio
secreto, a maioria absoluta dos votos dos membros da Mesa Administrativa que
estiverem presentes na respectiva votação, considerando-se equivalentes a
rejeição as abstenções e votos nulos ou brancos.
4. A admissão de novos Irmãos somente será considerada definitiva depois de
celebrarem o seu Compromisso de Irmãos perante o Altar e assinarem, perante o
Irmão-Provedor, documento pelo qual se comprometem a desempenhar com
fidelidade os seus deveres de Irmãos.
5. O pagamento da jóia e da quota inicial é devido no mês em que os Irmãos forem
admitidos. As quotas anuais serão pagas no primeiro trimestre de cada ano.
6. São isentos do pagamento de jóia e quotas os Irmãos sacerdotes e religiosos
consagrados.
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ARTIGO 8º
1. Todos os Irmãos têm direito:
a.) A participar e votar nas reuniões da Assembleia Geral;
b.) A serem eleitos para os Órgãos Sociais;
c.) A requerer a convocação extraordinária da Assembleia Geral, devendo o
pedido ser apresentado por escrito ao Presidente da Mesa da Assembleia
Geral, pelo mínimo de vinte Irmãos no pleno gozo dos seus direitos e
indicando a ordem dos trabalhos pretendida;
d.) A ser sufragado, após a sua morte, com os actos religiosos previstos neste
Compromisso.
2. Os Irmãos não podem votar nas deliberações dos Órgãos Sociais em que forem
directa ou indirectamente interessados.
ARTIGO 9º
Todos os Irmãos têm dever de:
a) Pagar atempadamente as respectivas quotas;
b) Desempenhar com zelo e dedicação os cargos dos Órgãos Sociais para os quais
tiverem sido eleitos, salvo se for deferido o pedido de escusa que, por motivo
justificado, apresentarem, ou se tiverem desempenhado alguns desses cargos no
triénio anterior;
c) Comparecer nos actos oficiais e nas solenidades religiosas e públicas
promovidos pela Irmandade ou para os quais a Irmandade tiver sido convidada,
devendo, em tais actos e sempre que isso for possível, usar os trajes habituais e
distintivos próprios da Irmandade, conforme lhes for determinado;
d) Disponibilizar tempo da sua vida para executar tarefas ou participar nas demais
actividades da Irmandade;
e) Participar, sempre que possível, nos funerais dos Irmãos falecidos quando se
realizem na localidade onde se situa a sede da Instituição;
f) Colaborar no progresso e desenvolvimento da Instituição de modo a prestigiá-la
e a torná-la cada vez mais respeitada, eficiente e útil perante as comunidades em
que está inserida;
g) Defender e proteger a Irmandade e a SCML em todas as eventualidades,
principalmente quando elas forem injustamente acusadas ou atacadas, devendo,
por outro lado, proceder sempre com recta intenção e ao serviço da verdade e do
bem comum, sem ambições ou propósitos de satisfação pessoal, mas antes e
sempre, com o pensamento em Deus e nos irmãos em Cristo.
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ARTIGO 10º
Serão excluídos da Irmandade os Irmãos:
a) Que solicitem a sua exoneração;
b) Que deixarem de satisfazer as suas quotas por tempo superior a um ano e que,
depois de notificados, não cumpram com esta sua obrigação, ou não justifiquem
a sua atitude no prazo de 180 dias;
c) Que não prestarem contas de valores que lhes tenham sido confiados;
d) Que, sem motivo justificado, se recusarem a servir nos cargos dos Órgãos
Sociais para que tiverem sido eleitos;
e) Que, reconhecidamente, tenham perdido a boa reputação moral e social e os que,
voluntariamente, causarem danos à Instituição ou contrariarem os seus fins e
Compromisso;
f) Que tomem atitudes hostis à Religião Católica;
g) Que tomem atitudes hostis à Irmandade.
2. A aplicação de pena de exclusão, sempre precedida de processo, é da competência da
Mesa, com possibilidade de recurso para a Assembleia-Geral.
ARTIGO 11º
1. Os Irmãos cuja motivação particular seja a preservação da Capela de São Roque,
instalada no Páteo do Arsenal, actualmente sob tutela do Ministério da Defesa
Nacional, ramo da Marinha, bem como de todo o património espiritual,
histórico, cultural e cultual que lhe foi conferida pela Irmandade do Glorioso
São Roque dos Carpinteiros de Machado – ultimamente denominada Irmandade
dos Carpinteiros Navais – poderão, em colaboração com o do Reverendo
Capelão da Marinha, desenvolver as actividades julgadas de interesse, com vista
à manutenção do culto público naquela Capela e ao exercício de outras
actividades próprias de uma associação pública de fiéis.
2. A Mesa Administrativa procurará proporcionar os meios necessários à boa
execução dos objectivos referidos no número anterior.
3. As actividades referidas nos números anteriores serão prosseguidas sem prejuízo
dos objectivos, actividades e vida institucional da Irmandade da Misericórdia e
de São Roque de Lisboa.
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CAPÍTULO III
Dos Órgãos Sociais
SECÇÃO I – Disposições Gerais
ARTIGO 12º
1. São Órgãos Sociais da Irmandade:
- Assembleia-Geral,
- Mesa Administrativa e
- Conselho Fiscal também denominado Definitório.
2. São ainda Órgãos Consultivos da Irmandade:
- Conselho de Estratégia e
- Conselho Técnico.
ARTIGO 13º
O exercício de qualquer cargo dos Órgãos Sociais e Consultivos é gratuito, mas pode
justificar o pagamento de despesas dele derivadas.
ARTIGO 14º
1. A duração do mandato da Mesa da Assembleia-Geral, da Mesa Administrativa e
do Conselho Fiscal é de três anos, devendo preferencialmente proceder-se à sua
eleição no mês de Dezembro do último ano de cada triénio.
2. O mandato inicia-se com a tomada de posse perante o Presidente da Mesa da
Assembleia-Geral ou seu substituto, o que deverá ter lugar na primeira quinzena
do ano civil imediato ao das eleições, em cerimónia a realizar na Igreja de São
Roque.
3. Quando a eleição tenha sido efectuada extraordinariamente, fora do mês de
Dezembro, a posse terá lugar dentro do prazo estabelecido no nº 2, ou no prazo
de 30 dias após a eleição, mas, neste caso, e para efeitos do nº 1, o mandato
considera-se iniciado na primeira quinzena do ano civil seguinte ao ano em que
se realizou a eleição.
4. Quando as eleições não sejam realizadas atempadamente, considera-se
prorrogado o mandato em curso até à posse dos novos titulares dos Órgãos
Sociais.
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ARTIGO 15º
1. Em caso de vacatura da maioria dos titulares de cada Órgão Social, depois de
esgotados os respectivos Suplentes, deverão os titulares em exercício cooptar, de
entre os Irmãos, os elementos necessários para o preenchimento das vagas
verificadas, no prazo máximo de um mês e a posse deverá ter lugar nos 30 dias
seguintes.
2. O termo do mandato dos membros eleitos ou cooptados nas condições do
número anterior coincidirá com o dos inicialmente eleitos.
ARTIGO 16º
1. Os membros dos Órgãos Sociais só podem ser eleitos, consecutivamente, para
dois mandatos, para qualquer Órgão da Irmandade salvo se a Assembleia-Geral
reconhecer, expressamente, que é impossível ou inconveniente proceder à sua
substituição.
2. Não é permitido aos membros dos Órgãos Sociais o desempenho simultâneo de
mais de um cargo.
ARTIGO 17º
1. Os Órgãos Sociais são convocados pelos respectivos Presidentes e só podem
deliberar com a presença da maioria dos seus titulares presentes ou mandatados
por outro membro do mesmo Órgão.
2. As deliberações são tomadas por maioria dos votos dos titulares presentes ou
mandatados nos termos do número 1., tendo o Presidente, além do seu voto,
direito a voto de desempate.
3. As votações respeitantes às eleições dos Órgãos Sociais ou a assuntos de
incidência pessoal dos seus membros serão feitas obrigatoriamente por
escrutínio secreto.
ARTIGO 18º
1. Os membros dos Órgãos Sociais são responsáveis civil e criminalmente, pelas
faltas ou irregularidades cometidas no exercício do mandato.
2. Além dos motivos presentes na lei, os membros dos Órgãos Sociais ficam
exonerados de responsabilidades se:
a) Não tiverem tomado parte na respectiva resolução e a reprovarem com
declaração na Acta da sessão imediata em que se encontrem presentes;
b) Tiverem votado contra essa resolução e o fizerem consignar na Acta respectiva.
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ARTIGO 19º
1. Os membros dos Órgãos Sociais não poderão votar em assuntos que
directamente lhes digam respeito ou nos quais sejam interessados os respectivos
cônjuges, ascendentes, descendentes e equiparados.
2. Os membros dos Órgãos Sociais não podem contratar, directa ou indirectamente,
com a Irmandade, salvo se do contrato resultar manifesto benefício para a
mesma.
3. Os fundamentos das deliberações sobre os contratos referidos no número
anterior deverão constar das Actas das reuniões do respectivo Órgão Social.
ARTIGO 20º
1. Os Irmãos podem fazer-se representar por outros Irmãos, nas reuniões da
Assembleia-Geral, em caso de impossibilidade de comparência à reunião,
mediante carta dirigida ao Presidente da Mesa, mas cada Irmão não poderá
representar mais de cinco associados.
2. É admitido o voto por correspondência, nas sessões da Assembleia-Geral, sob
condição do seu sentido ser expressamente indicado em relação ao ponto ou
pontos da Ordem de Trabalhos.
ARTIGO 21º
Das reuniões dos Órgãos Sociais serão sempre lavradas Actas que serão,
obrigatoriamente, assinadas pelos membros presentes ou, quando respeitem a reuniões
da Assembleia-Geral pelos membros da respectiva Mesa.
SECÇÃO II – Da Assembleia-Geral
ARTIGO 22º
1. A Assembleia-Geral é constituída por todos os Irmãos que tenham as suas
quotas em dia e não se encontrem suspensos.
2. A Assembleia-Geral é dirigida pela respectiva Mesa que se compõe de um
Presidente, um Primeiro Secretário e um Segundo Secretário.
3. Na falta ou impedimento de qualquer dos membros da Mesa da Assembleia-
-Geral, competirá a esta eleger os respectivos substitutos de entre os associados
presentes, os quais cessarão as suas funções no termo da reunião.
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ARTIGO 23º
Compete à Mesa da Assembleia-Geral dirigir e orientar os trabalhos da Assembleia,
representá-la e designadamente:
a) Decidir sobre os protestos e reclamações respeitantes aos actos eleitorais, sem
prejuízo de recurso nos termos legais;
b) Conferir posse aos membros dos Órgãos Sociais eleitos ou cooptados em
Assembleia-Geral ou escolhidos pela Mesa Administrativa para integrarem os
Órgão Consultivos.
ARTIGO 24º
Compete à Assembleia-Geral deliberar sobre todas as matérias não compreendidas nas
atribuições legais ou estatutárias dos outros Órgãos e necessariamente.
a) Definir as linhas fundamentais de actuação da Irmandade;
b) Eleger e destituir, por votação secreta, os membros da respectiva Mesa e a
totalidade ou a maioria dos membros dos Órgãos Executivo e de Fiscalização;
c) Apreciar e votar anualmente o Orçamento e o Programa de Acção para o
Exercício seguinte, bem como o Relatório e Contas de Actividade;
d) Deliberar sobre a aquisição onerosa e a alienação, a qualquer título, de bens
imóveis e de outros bens patrimoniais de rendimento ou de valor histórico ou
artístico;
e) Deliberar sobre a alteração do Compromisso e sobre a extinção, cisão ou fusão
da Irmandade;
f) Deliberar sobre a fusão ou a aceitação de integração de outra Instituição e
respectivos bens;
g) Autorizar a Instituição a demandar os membros dos Órgãos Sociais por factos
praticados no exercício das suas funções;
h) Aprovar ou ratificar as deliberações da Mesa Administrativa de adesão a Uniões,
Federações ou Confederações, nacionais ou internacionais, no âmbito das
finalidades estatutárias da Irmandade.
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ARTIGO 25º
1. A Assembleia-Geral reunirá em Sessões Ordinárias e Extraordinárias.
2. A Assembleia-Geral reunirá Ordinariamente:
a) No final de cada mandato, durante o mês de Dezembro, para a eleição dos
Órgãos Sociais;
b) Até 31 de Março de cada ano para discussão e votação do Relatório e Contas da
Actividade do ano anterior, bem como do Parecer do Conselho Fiscal;
c) Até 15 de Novembro de cada ano, para apreciação e votação do Orçamento e
Programa de Acção para o ano seguinte.
3. A Assembleia-Geral reunirá em Sessão Extraordinária quando convocada pelo
Presidente da Mesa da Assembleia Geral, por iniciativa própria ou a pedido da
Mesa Administrativa ou do Conselho Fiscal ou a requerimento de, pelo menos,
vinte Irmãos.
ARTIGO 26º
1. A Assembleia-Geral deve ser convocada com, pelo menos, 15 dias de
antecedência pelo Presidente da Mesa, ou seu substituto, nos termos do artigo
anterior.
2. A convocatória é feita por meio de aviso postal expedido para cada associado,
ou através de anúncio publicado nos dois jornais de maior circulação da área da
Sede da Irmandade e deverá ser afixado na Sede e noutros locais de acesso
público, dela constando, obrigatoriamente, o dia, a hora, o local e a Ordem de
Trabalhos.
3. A convocatória da Assembleia Geral Extraordinária, nos termos do artigo
anterior, deve ser feita no prazo de 15 dias após o pedido ou requerimento,
devendo a reunião realizar-se no prazo máximo de 30 dias, a contar da data da
recepção do pedido ou requerimento.
ARTIGO 27º
1. A Assembleia-Geral reunirá à hora marcada na Convocatória se estiver presente
mais de metade dos associados com direito a voto, ou uma hora depois, com
qualquer número de presentes.
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2. A Assembleia-Geral Extraordinária que seja convocada a requerimento dos
associados só poderá reunir se estiverem presentes três quartos dos requerentes.
3. Para o acto da eleição previsto na alínea a) do número 2 do artigo 25º, serão
sempre necessárias, lista ou listas de candidatos subscritas por número de Irmãos
nunca inferior a cinco; e estas listas têm de ser apresentadas e afixadas na
Secretaria e no “site” da Irmandade, pelo menos cinco dias antes da data das
eleições.
ARTIGO 28º
1. Salvo o disposto no número seguinte, as deliberações da Assembleia-Geral são
tomadas por maioria absoluta dos votos dos associados presentes.
2. As deliberações sobre as matérias constantes das alíneas e), f), g) e h) do artigo
24º só serão válidas se obtiverem o voto favorável de pelo menos 2/3 dos votos
expressos.
3. No caso da alínea e) do artigo 24º, a dissolução por extinção, cisão ou fusão da
Irmandade não terá lugar se, pelo menos, um número de Irmãos igual ao dobro
dos membros dos Órgão Sociais se declarar disposto a assegurar a permanência
da Irmandade qualquer que seja o número de votos contra.
ARTIGO 29º
1. As deliberações da Assembleia Geral sobre o exercício do direito de acção civil
ou penal contra os membros dos Órgãos Sociais podem ser tomadas na Sessão
convocada para apreciação do Balanço, Relatório e Contas de Exercício, ou
noutra qualquer, mesmo que a respectiva proposta não conste da Ordem de
Trabalhos, sendo sempre exercidas dentro dos prazos legais.
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, são anuláveis as deliberações
tomadas sobre matéria estranha à Ordem do Dia, salvo se estiverem presentes ou
representados na reunião todos os Irmãos no pleno gozo dos seus direitos sociais
e todos concordarem com o aditamento.
SECÇÃO III – Mesa Administrativa
ARTIGO 30º
1. A Mesa da Irmandade é constituída por cinco, sete, nove ou onze membros dos
quais, um Irmão-Provedor, um ou dois Irmãos Vice-Provedor e os restantes
Mesários.
Havendo dois Irmãos Vice-Provedores, a Assembleia-Geral, sob proposta do
Irmão-Provedor, deliberará qual a precedência entre eles.
2. Haverá simultaneamente dois Suplentes que se tornarão Efectivos à medida que
se derem vagas e pela ordem em que tiverem sido eleitos.
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3. No caso de vacatura do cargo de Irmão-Provedor será o mesmo preenchido até a
Assembleia Geral, convocada para o efeito, pelo Irmão Vice-Provedor, que tiver
precedência no caso de serem dois, e este substituído pelo Mesário designado
pelo novo Irmão-Provedor; a Mesa será reconstituída pela entrada do Primeiro
Suplente.
4. Os Suplentes poderão assistir às reuniões, mas sem direito a voto.
5. A convite do Irmão-Provedor poderão ainda assistir às reuniões da Mesa
Administrativa os Presidentes dos dois outros Órgãos Sociais e os dos Órgãos
Consultivos, se designados para exercerem o cargo com carácter permanente.
ARTIGO 31º
1. Compete à Mesa gerir a Instituição, incumbindo-lhe designadamente:
a) Elaborar anualmente e submeter ao parecer do Órgão de fiscalização o Relatório
e Contas de Actividade, bem como elaborar o Orçamento e Programa de Acção
para o ano seguinte;
b) Assegurar a organização e o funcionamento dos Serviços, bem como a
escrituração dos Livros, nos termos da lei;
c) Organizar o Quadro do Pessoal e contratar e gerir o respectivo pessoal;
d) Zelar pelo cumprimento da lei, do Compromisso e das deliberações dos Órgãos
Sociais da Irmandade;
e) Nomear, de entre os Mesários, aqueles que serão responsáveis, no respectivo
mandato, pelo controlo e desempenho das funções previstas nos artigos 33º e
34º, bem como de outras de relevo no desenvolvimento da actividade da
Irmandade;
f) Dar conhecimento à Assembleia-Geral da composição dos Órgãos Consultivos
da Irmandade;
g) Praticar os actos ou tomar as deliberações necessárias ao bom cumprimento do
disposto no número 3 do art.º 3º.
2. Ao abrigo da delegação de competências, poderá a Mesa nomear, de entre os
seus membros, uma Comissão Executiva composta por três ou cinco elementos,
para o exercício das atribuições que lhe foram expressamente conferidas.
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ARTIGO 32º
Compete ao Irmão-Provedor:
a) Superintender na administração da Irmandade, orientando e fiscalizando os
respectivos Serviços;
b) Convocar e presidir às reuniões da Mesa, dirigindo os respectivos trabalhos;
c) Representar a Irmandade em juízo ou fora dele;
d) Assinar e rubricar os Termos de Abertura e Encerramento e rubricar o Livro das
Actas da Mesa Administrativa;
e) Despachar os assuntos normais de expediente e outros que careçam de solução
urgente, sujeitando estes últimos à confirmação da Mesa na primeira reunião
seguinte.
ARTIGO 33º
Compete ao (s) Irmão (s) -Vice Provedor (es) coadjuvar o Irmão-Provedor, no exercício
das suas atribuições e substituí-lo nas suas ausências e impedimentos.
ARTIGO 34º
Compete ao Mesário para o efeito designado:
a) Lavrar as Actas das reuniões da Mesa e superintender nos Serviços de
Expediente;
b) Preparar a Agenda de Trabalhos para as reuniões da Mesa organizando os
processos dos assuntos a serem tratados;
c) Superintender nos Serviços de Secretaria.
ARTIGO 35º
Compete ao Mesário para o efeito designado:
a) Receber e guardar os valores da Irmandade;
b) Promover a escrituração de todos os Livros de Receita e de Despesa;
c) Assinar as Autorizações de Pagamento e as Guias de Receitas conjuntamente
com o Provedor;
d) Apresentar mensalmente à Mesa o Balancete em que se descriminarão as
receitas e despesas do mês anterior;
e) Superintender nos Serviços de Contabilidade e Tesouraria.
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ARTIGO 36º
Compete aos restantes Mesários coadjuvarem os outros membros da Mesa nas
respectivas atribuições e exercer as funções que a Mesa lhes atribuir.
ARTIGO 37º
A Mesa reunirá sempre que o julgar conveniente por convocação do Irmão-Provedor e,
obrigatoriamente, pelo menos, uma vez em cada mês.
ARTIGO 38º
1. Para obrigar a Irmandade são necessários e bastantes as assinaturas conjuntas do
Irmão-Provedor, ou a de em quem ele expressamente delegar, e a de outro dos
membros da Mesa.
2. Nas operações financeiras são obrigatórias as assinaturas de quaisquer três
membros da Mesa, sendo uma, em princípio, a do Mesário designado para
exercer as atribuições descritas no Artigo 34º.
3. Na movimentação de Contas Bancárias, são obrigatórias apenas duas quaisquer
das assinaturas que figurarem nessas mesmas Contas, sendo uma
obrigatoriamente do Irmão-Provedor, do Irmão Vice-Provedor ou do Mesário a
exercer as atribuições descritas no Artigo 34º.
4. Nos actos de mero expediente bastará a assinatura de qualquer membro da
Mesa.
SECÇÃO IV – Do Conselho Fiscal ou Definitório
ARTIGO 39º
1. O Conselho Fiscal é composto por três membros, dos quais um Presidente e dois
Vogais.
2. Haverá, simultaneamente, dois Suplentes que se tornarão Efectivos à medida
que se derem vagas e pela ordem em que tiverem sido eleitos.
3. No caso de vacatura do cargo de Presidente, será o mesmo preenchido pelo
Primeiro Vogal e este pelo Segundo Vogal; o Conselho Fiscal será reconstituído
pela entrada do Primeiro Suplente.
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ARTIGO 40º
Compete ao Conselho Fiscal vigiar pelo cumprimento da Lei e do Compromisso e,
designadamente:
a) Exercer a fiscalização sobre a escrituração e documentos da Instituição sempre
que o julgue conveniente;
b) Assistir ou fazer-se representar por um dos membros às reuniões do Órgão
Executivo, sempre que o julgue conveniente;
c) Dar parecer sobre o Relatório, Contas e Orçamento e sobre todos os assuntos
que o Órgão Executivo submeta à sua apreciação.
ARTIGO 41º
O Conselho Fiscal pode solicitar à Mesa os elementos que considere necessários ao
cumprimento das suas atribuições, bem como propor reuniões extraordinárias para
discussão, com aquele Órgão, de determinados assuntos cuja importância o justifique.
ARTIGO 42º
O Conselho Fiscal reunirá sempre que o julgar conveniente, por convocação do
Presidente e, obrigatoriamente, pelo menos, uma vez em cada trimestre.
SECÇÃO V – Do Conselho de Estratégia
ARTIGO 43º
1. O Conselho de Estratégia é composto por um número ímpar de membros, no
máximo de vinte e um, personalidades de reconhecido percurso pessoal e cristão,
escolhidos pela Mesa Administrativa, devendo posteriormente essa escolha ser
ratificada na primeira Assembleia Geral que se realizar.
2. O Conselho de Estratégia será presidido pelo Irmão-Provedor ou por Irmão por
este designado e reunirá sempre que este o julgar conveniente e,
obrigatoriamente, uma vez por semestre.
3. Compete a este Órgão Consultivo o aconselhamento da Mesa Administrativa
quanto à definição das suas grandes linhas orientadoras e dos seus Planos
Estratégicos e de Actividades.
4. Os Presidentes da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal ou
Definitório são membros, por inerência, deste Conselho de Estratégia.
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SECÇÃO VI – Do Conselho Técnico
ARTIGO 44º
1. O Conselho Técnico é composto por um número indeterminado de Especialistas
de reconhecido mérito profissional, escolhidos pela Mesa Administrativa.
2. O Conselho Técnico será presidido, quando em reunião Plenária, realizada
anualmente, pelo Irmão-Provedor ou por Irmão por este designado e, quando em
reunião sectorial, sempre que convocado pela Mesa, pelo Mesário ou Irmão
designado por esta.
3. Compete a este Órgão consultivo aconselhar tecnicamente a Mesa
Administrativa na definição dos Projectos a implementar nas áreas definidas
neste Compromisso, nomeadamente nas áreas de Acção Social, Saúde e Cultura.
CAPÍTULO IV
Do Culto e Assistência Espiritual
ARTIGO 45º
O Assistente Eclesiástico da Irmandade, nomeado pela autoridade eclesiástica
competente será, quando julgado conveniente, o Reitor da Igreja de São Roque e
Capelão Privativo da SCML, podendo, quando se justifique, ser-lhe agregados outros
sacerdotes ou outros cooperadores.
ARTIGO 46º
Ao Assistente Eclesiástico da Irmandade compete assegurar:
a) A conveniente assistência e formação espiritual e religiosa dos Irmãos.
Quando não for simultaneamente o Capelão Privativo da Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa, colaborará com este para assegurar a instrução e
assistência religiosa nos Estabelecimentos da Santa Casa e aos seus Utentes;
b) O acompanhamento espiritual dos Irmãos, nas alegrias e provações, em
comunhão com os restantes membros da Irmandade;
c) A colaboração nos actos previstos no artigo seguinte.
ARTIGO 47º
Como actos de expressão cultual celebrar-se-ão:
a) A festa da Visitação em honra da Padroeira da Misericórdia;
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b) A festa anual em honra de São Roque;
c) Uma missa de sufrágio por alma de cada Irmão falecido;
d) Exéquias anuais, no mês de Novembro, por alma de todos os Irmãos e
benfeitores falecidos;
e) Celebração do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza (e dos Sem Abrigo);
f) As Celebrações periódicas, determinadas pela Mesa Administrativa,
nomeadamente, por ocasião do Compromisso de novos Irmãos ou destinadas a
promover a unidade dentro da Irmandade.
g) A celebração de outros actos de culto que constituírem encargos aceites.
CAPÍTULO V
Disposições Diversas
ARTIGO 48º
São receitas da Irmandade:
a) O produto das jóias, quotas e donativos dos Irmãos;
b) As comparticipações da SCML previstas nos seus Estatutos e outras;
c) As comparticipações de utentes;
d) Os rendimentos de bens próprios;
e) As doações, legados e heranças e respectivos rendimentos;
f) Os subsídios do Estado ou de Organismos oficiais;
g) Os donativos ou subscrições e produtos de actividades e serviços;
h) Outras receitas.
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ARTIGO 49º
1. No caso de extinção da Irmandade, os seus bens reverterão a favor do Patriarcado
de Lisboa da Igreja Católica, com excepção dos que a Irmandade tenha recebido
com ónus ou encargos afectos a fins específicos.
2. A Assembleia-Geral procederá à eleição de uma Comissão Liquidatária para os
fins gerais previstos na Lei Civil, bem como para a reversão prevista no número
anterior.
3. O Patriarcado de Lisboa da Igreja Católica indigitará um representante que
integrará a Comissão Liquidatária.
4. Os poderes da Comissão Liquidatária ficam limitados à prática dos actos
meramente conservatórios e necessários, quer à liquidação do património social
prevista no número 1 deste artigo, quer à ultimação dos assuntos pendentes.
ARTIGO 50º
1. Os casos omissos serão resolvidos pela Assembleia Geral, de acordo com a
legislação em vigor.
2. Não obstante, persistindo dúvidas sobre a conformidade da interpretação
deliberada com as Normas Gerais das Associações de Fieis, poderá a Mesa
Administrativa, o Conselho Fiscal ou um número de Irmãos não inferior ao do
número dos membros dos Órgãos Sociais, pedir interpretação autêntica ao
Patriarcado de Lisboa.
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Lisboa, 04 de Novembro de 2010
A Mesa Administrativa da
Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa
Irmão-Provedor
Pedro António José Brancourt Pestana de Vasconcelos
Irmão Vice-Provedor
Mário do Nascimento Vieira Pinto Coelho
Mesários
Ana Carmo Campos Reis Martinho Lopes
Francisco d’Orey Manoel
José da Mata de Sousa Mendes
José Tomaz Ferreira
Maria Luísa Guterres Barbosa Colen
Mário Rui Domingues Lopes André
Elizabeth Teixeira Antunes Teixeira
Manuel Tomás Mateus da Silva Garcia
Custódio Joaquim Braz
Mesários Suplentes
Frei Luís Manuel Mendes da Silva Pires de Oliveira
António Pais Agostinho Homem
Aprovado em Reunião da Mesa Administrativa da Irmandade da Misericórdia e de São Roque
de Lisboa em 2010.Outubro.04 e em sua Assembleia-Geral reunida a 2011.Fevereiro.07