estimativa do valor da renda da terra

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1 ESTIMATIVA DO VALOR DA RENDA DA TERRA 1. INTRODUÇÃO. Determinar o valor da renda justa de uma propriedade é uma operação critica devido a envolver rendimentos a partilhar equitativamente entre arrendatários e proprietários. O valor da renda a pagar pelo arrendamento de um prédio rústico depende da produtividade natural da terra, dos preços de mercado dos produtos agrícolas e florestais, dos custos de produção, das ajudas e subsídios oficiais e da relação oferta-procura de terras para arrendar. Circunstâncias específicas podem justificar um valor mais alto ou mais baixo, tais como: • Pequeno tamanho ou forma irregular das parcelas de cultivo; • Presença de terraços, ravinas ou depressões (linhas de água) que afectem os tempos de execução das operações culturais; • Dificuldade ou restrições de acesso aos campos de cultivo; • Máxima proporção de área que pode ser semeada com culturas arvenses de sequeiro e regadio; • Área com capacidade de uso limitada a pastagens e floresta; • Área ocupada por matos e afloramentos rochosos; • Nível alto ou baixo da fertilidade do solo ou do pH; • Preços mais altos ou mais baixos devido a custos de transportes, facilidades de escoamento, distância às zonas industriais e centros de consumo ou procura alimentar; • Nível das ajudas estatais aos preços e/ou rendimentos agrícolas (RPU e ajudas especificas). Em regra a metodologia de estimativa do valor da renda da terra não considera o valor dos edifícios ou instalações agrícolas que o rendeiro possa usar. A terra é um capital e, como tal, tem direito a um retorno sobre o investimento. Consequentemente, os proprietários que arrendam terras esperam um retorno do seu investimento com base no potencial de ganhos provenientes do rendimento da terra. Por sua vez o rendeiro está disposto a pagar o uso da terra, mas o valor da renda que pode pagar encontra-se limitado por: a) o potencial de produção; b) o preço de mercado esperado para os produtos agrícolas; c) as condições climáticas; d) a capacidade de gestão do próprio rendeiro. A agricultura é uma actividade que envolve riscos e custos de investimento que devem ser considerados na definição do valor da renda. Contudo, é de referir que o pay back, ou seja o número de anos para amortizar o investimento, assim como o retorno anual sobre o investimento, são mais favoráveis ao arrendatário, o qual não tem que amortizar o investimento de aquisição da terra. Na Comunidade Europeia existem apenas três países em que o valor da renda da terra é regulado: França, Bélgica e Holanda. Por exemplo, em França são publicadas tabelas com os limites mínimo e máximo do valor da renda por classe de solo. O mesmo acontecia em Portugal até 2009, onde era publicada uma Portaria com a tabela das rendas máximas. Esta tabela era actualizada com a periodicidade de três anos com base na taxa de inflação acumulada verificada no triénio anterior.

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Page 1: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

1

ESTIMATIVA DO VALOR DA RENDA DA TERRA

1. INTRODUÇÃO.

Determinar o valor da renda justa de uma propriedade é uma operação critica devido a envolver

rendimentos a partilhar equitativamente entre arrendatários e proprietários.

O valor da renda a pagar pelo arrendamento de um prédio rústico depende da produtividade

natural da terra, dos preços de mercado dos produtos agrícolas e florestais, dos custos de

produção, das ajudas e subsídios oficiais e da relação oferta-procura de terras para arrendar.

Circunstâncias específicas podem justificar um valor mais alto ou mais baixo, tais como:

• Pequeno tamanho ou forma irregular das parcelas de cultivo;

• Presença de terraços, ravinas ou depressões (linhas de água) que afectem os tempos de

execução das operações culturais;

• Dificuldade ou restrições de acesso aos campos de cultivo;

• Máxima proporção de área que pode ser semeada com culturas arvenses de sequeiro e regadio;

• Área com capacidade de uso limitada a pastagens e floresta;

• Área ocupada por matos e afloramentos rochosos;

• Nível alto ou baixo da fertilidade do solo ou do pH;

• Preços mais altos ou mais baixos devido a custos de transportes, facilidades de escoamento,

distância às zonas industriais e centros de consumo ou procura alimentar;

• Nível das ajudas estatais aos preços e/ou rendimentos agrícolas (RPU e ajudas especificas).

Em regra a metodologia de estimativa do valor da renda da terra não considera o valor dos

edifícios ou instalações agrícolas que o rendeiro possa usar.

A terra é um capital e, como tal, tem direito a um retorno sobre o investimento. Consequentemente,

os proprietários que arrendam terras esperam um retorno do seu investimento com base no

potencial de ganhos provenientes do rendimento da terra.

Por sua vez o rendeiro está disposto a pagar o uso da terra, mas o valor da renda que pode pagar

encontra-se limitado por: a) o potencial de produção; b) o preço de mercado esperado para os

produtos agrícolas; c) as condições climáticas; d) a capacidade de gestão do próprio rendeiro.

A agricultura é uma actividade que envolve riscos e custos de investimento que devem ser

considerados na definição do valor da renda. Contudo, é de referir que o pay back, ou seja o

número de anos para amortizar o investimento, assim como o retorno anual sobre o investimento,

são mais favoráveis ao arrendatário, o qual não tem que amortizar o investimento de aquisição da

terra.

Na Comunidade Europeia existem apenas três países em que o valor da renda da terra é regulado:

França, Bélgica e Holanda. Por exemplo, em França são publicadas tabelas com os limites mínimo

e máximo do valor da renda por classe de solo. O mesmo acontecia em Portugal até 2009, onde

era publicada uma Portaria com a tabela das rendas máximas. Esta tabela era actualizada com a

periodicidade de três anos com base na taxa de inflação acumulada verificada no triénio anterior.

Page 2: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

2

Em Portugal, após a publicação do Dec.-Lei n.º 294/2009, de 13 de Outubro, o valor da renda

passou a ser o resultado da negociação entre o proprietário e o arrendatário da terra. Sendo a

renda paga em dinheiro, tal como estipula o diploma legal já referido, o rendeiro assume todos os

riscos da produção e tem obrigatoriamente que ter lucro para poder continuar a fazer agricultura e

poder pagar a renda. Situação que o proprietário deverá ter em consideração na definição da taxa

de retorno que pretende obter do capital terra.

É razoável também admitir que o proprietário pretenda uma taxa de retorno do investimento no

capital terra equivalente ao que obteria se aplicasse o mesmo montante numa aplicação financeira

a prazo ou em emissão de títulos de divida pública (bilhetes/obrigações/certificados do tesouro).

Assim, a negociação da renda deverá assegurar que ambas as partes recebem um lucro equitativo

proporcional ao seu trabalho, investimento e risco envolvido.

Na estimativa do valor da renda da terra vamos calcular o valor de rendimento da terra, que traduz

o seu presumível preço de mercado, e sobre este valor vamos aplicar uma taxa de renda da terra

(land rental rate), que pretende ser equivalente à taxa de juro que aquele montante poderia

conseguir numa aplicação alternativa de capital a longo prazo (10 anos) tipo bilhetes, obrigações

ou certificados do tesouro. Na situação actual, os Bilhetes do Tesouro apresentam uma taxa média

ponderada de 4,989%, e a taxa de juro líquida a 10 anos das Obrigações do Tesouro é de 4,3%.

Os Certificados do Tesouro a 10 anos apresentam uma taxa de juro líquida idêntica à Obrigações

do Tesouro (4,3%). Os Certificados do Tesouro em Março apresentavam uma taxa de juro bruta, a

10 anos, de 7,1%. As taxas de juro liquidas a 10 anos proporcionadas e esperadas pelas

obrigações de empresas privadas (as obrigações são emitidas para pagar dividas), de maior risco

que as obrigações do estado, variam entre 4,34% - EDP e 8,40% - BCP. Prevê-se que as

obrigações emitidas pela CGD paguem 5,56% (maturidade: Maio de 2013).

De acordo com o Dec.-Lei n.º 294/2009, de 13 de Outubro, que estabelece o novo regime do

arrendamento rural, este é definido como a locação, total ou parcial, de prédios rústicos para fins

agrícolas, florestais, ou outras actividades de produção de bens ou serviços associadas à

agricultura, à pecuária ou à floresta.

O art.º 3.º, do diploma legal já mencionado, estipula três tipos de arrendamento: agrícola, florestal

e de campanha. A locação total ou parcial de prédios rústicos para fins de exploração agro-florestal

assume a natureza de arrendamento agrícola, de campanha ou florestal de acordo com a vontade

das partes, expressa no contrato de arrendamento. Quando as partes não expressem a sua

vontade, o arrendamento considera-se agrícola.

O arrendamento rural abrange o terreno, as águas e a vegetação, e quando seja essa a vontade

das partes expressamente declarada no contrato, pode abranger as construções, a habitação do

arrendatário, infra-estruturas e outros bens, designadamente máquinas e equipamentos. Salvo

cláusula contratual em contrário, presumem-se incluídos no arrendamento todos os bens imóveis

existentes no prédio rústico. O arrendamento rural pode, igualmente, integrar a transmissão de

direitos de produção e direitos a apoios financeiros no âmbito da política agrícola comum.

Page 3: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

3

Nos contratos efectuados ao abrigo do anterior regime de arrendamento rural (Dec.-Lei n.º 385/88,

de 25 de Outubro), salvo cláusula expressa em contrário, não eram compreendidas as árvores

florestais dispersas e a cortiça produzida por sobreiros existentes nos prédios locados.

Conforme o art.º 11.º, do Dec.-Lei n.º 294/2009, a renda é anual, previamente estipulada e

corresponde a uma prestação pecuniária.

De acordo com o n.º 3, do mesmo artigo, no âmbito dos contratos de arrendamento florestal, as

partes podem acordar a fixação de uma parte da renda variável em função da produtividade do

prédio.

2. Metodologia e pressupostos da avaliação.

Na avaliação da renda máxima consideramos que o arrendamento rural em causa é apenas para

fins agrícolas, florestais e pecuários.

Não possuímos dados estatísticos sobre o arrendamento de prédios rústicos comparáveis na zona.

Também não possuímos valores exactos de preços de mercado de prédios rústicos similares, não

só tendo em consideração a capacidade produtiva do solo mas também as infra-estruturas,

construções e benfeitorias existentes. Não sendo viável a utilização do método comparativo de

mercado para estabelecer o preço da terra vamos aplicar o método analítico para determinação do

valor de rendimento ou presumível valor de mercado da terra. O Valor de Rendimento duma

propriedade rústica é igual à soma dos valores actuais de todos os rendimentos futuros, feito o

cálculo a taxa convenientemente escolhida.

Em geral, nos últimos anos, o valor de venda de pastagens naturais tem oscilado entre €40,00/ha a

€60,00/ha, conforme a qualidade da terra e a pressão da procura.

O método mais comum para determinar o valor da renda, e que era utilizado na elaboração da

tabela de rendas máximas, é baseado numa percentagem do valor de rendimento da terra,

designada Taxa de Renda da Terra. Na Austrália, por exemplo, os valores da renda geralmente

situam-se entre 5% a 9% do valor da terra de sequeiro e cerca de 10% para terras de regadio. A

taxa de renda de terrenos destinados à produção pecuária (pastagens e forragens) também se

situa entre 5% a 9%. Em Portugal, que nós tenhamos conhecimento, os organismos oficiais do

Ministério da Agricultura, não têm efectuado estudos sobre o tema nem têm divulgado taxas de

referência para os diversos tipos de solo e ocupações culturais.

Os terrenos de regadio têm rendas superiores porque a água garante maiores produtividades e um

retorno mais seguro do investimento. Contudo, o volume de água disponível e as necessidades de

água das culturas também devem ser equacionados na negociação e no cálculo do valor da renda.

O valor de rendimento da terra tem em consideração a sua capacidade produtiva assim como o

seu uso actual e potencial. Tendo em consideração o passado recente, o valor da terra será

calculado a preços constantes (actuais) e pretende reflectir os resultados que é possível alcançar

no presente com boas práticas agrícolas, presumindo-se que os pressupostos se mantém estáveis

ou poderão variar pouco no futuro.

Page 4: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

4

No cálculo do valor de rendimento da terra aplicou-se a seguinte metodologia:

• Determinação das áreas de terra nua de sequeiro, terra nua de regadio, montado de sobro e

montado de azinho, com base na caderneta predial rústica, na fotointerpretação da ocupação

cultural do terreno obtida pela cartografia do Google-Earth e numa visita ao prédio rústico.

• Estimativa da área ocupada pelas duas barragens existentes no prédio;

• Estimativa das áreas ocupadas pelas edificações (casa de habitação do arrendatário, instalações

agrícolas e pecuárias) e respectivos logradouros.

• Estudo das condições edafo-climáticas, em especial da capacidade de uso do solo e das classes

de aptidão cultural para o regadio, através da consulta da Carta de Solos de Portugal, e respectiva

classificação estabelecida por Carvalho Cardoso, e da Carta de Capacidade de Uso do Solo,

elaborada pelo ex-SROA;

• Escolha das rotações culturais, e respectivas culturas, para cada tipo de solo, tendo em

consideração as suas potencialidades e a água disponível presumida;

• Determinação das produções médias por cultura (consulta de dados estatísticos publicados pelo

INE, Organismos do MAMAOT e Associações de Agricultores) e recolha dos preços dos produtos e

dos factores de produção;

• Elaboração e apreciação de contas de cultura das actividades agrícolas de sequeiro e de regadio,

representativas da técnica cultura regional, e obtenção do lucro da cada actividade através da

diferença entre o rendimento bruto (RB) e o custo de produção completo (CPC), que inclui além

das despesas efectivas de exploração, a remuneração do empresário (8%), o juro do capital de

exploração circulante (6%), seguro de colheita (1,2%), seguro de pessoal (6%), e o risco do

empresário (2%). No caso de rotações culturais plurianuais o cálculo do lucro de exploração médio

anual obtém-se pela divisão do somatório do lucro de todas as culturas pelo número de anos da

rotação;

• Para o montado de sobro apurou-se o rendimento gerado pelo descortiçamento de uma tirada, a

preços actuais, e, através de cálculo financeiro, a respectiva anuidade ou rendimento médio anual,

dado tratar-se de um rendimento obtido de 9 em 9 anos. É de referir que esta cultura além do

rendimento da cortiça, multianual, constante e perpétuo, também gera um rendimento anual,

constante e perpétuo correspondente ao aproveitamento do sob coberto;

• O cálculo do valor de rendimento de cada hectare de terra obtém-se através da capitalização do

lucro de exploração médio anual. A taxa de capitalização é variável, dependendo do tipo de

rendimento/cultura, do risco envolvido e de existir ou não um investimento anterior de capital (caso

dos custos de instalação de pomares, vinha, montado de sobro, etc). No caso presente

aplicaremos a taxa de 5% para as culturas arvenses de sequeiro e regadio, incluindo culturas

forrageiras e pratenses, e a taxa de 6% para o montado de azinho e de sobro;

• O cálculo da renda máxima resulta da aplicação de uma taxa de renda da terra (land rental rate)

sobre o valor de rendimento ou presumível valor de mercado da terra. Face ao exposto na

Page 5: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

5

introdução sobre o uso alternativo do capital e respectiva remuneração, e considerando uma

eventual valorização da terra, aplicaremos a taxa de renda da terra de 3%.

3. Identificação e caracterização do prédio rústico.

O prédio rústico denominado Herdade tem a área de 390,2750 ha.

O prédio possui casa de habitação, instalações pecuárias e outras edificações e infra-estruturas,

das quais desconhecemos as características, áreas e estado de conservação. A caderneta predial

rústica tem inscrita uma casa de habitação com a área de 351 m2 e uma dependência agrícola com

a área de 195 m2.

O prédio tem boa localização e bom acesso. Situa-se a cerca de 100 km do mercado abastecedor

e consumidor da área metropolitana de Lisboa e margem sul e a cerca de 130 km da fronteira de

Badajoz.

A zona onde se insere o prédio é caracterizada por um clima marcadamente mediterrânico.

O Verão é quente e seco, por vezes com temperaturas superiores a 40ºC, no Inverno a

temperatura pode descer abaixo dos 0º C. A temperatura média anual é de 15,4ºC, registando-se a

média máxima em Julho - 32º C - e a média mínima em Janeiro - 3,1º C. A precipitação média

anual é de 673,0 mm, apresentando, como valores médios, um máximo em Dezembro de 100,4

mm, e um mínimo em Agosto de 3,6 mm. Da análise destes valores conclui-se que no semestre

chuvoso, de Outubro a Março, a precipitação média é 76,30 % da precipitação anual.

Segundo a classificação de Köppen, o clima da zona é do tipo Csa. Trata-se, portanto, de um clima

temperado (mesotérmico) com inverno chuvoso e verão seco (Cs), onde a temperatura média do ar

no mês mais quente é superior a 22 ºC, ocorrendo mais de quatro meses com temperatura média

superior a 10 ºC.

De acordo com a classificação de Thornthwaite, o clima na zona é Mesotérmico (B’2), sendo, de

acordo com os valores do índice hídrico, Mesotérmico Sub-húmido Seco (C1), com índice hídrico

entre -20 e 0.

O prédio apresenta uma morfologia ondulada, declives suaves e apresenta altitudes entre as cotas

272 e 318 m, a subir no sentido Norte – Sul.

A Herdade integra-se na Bacia Hidrográfica do Rio Sado e é atravessada, no sentido Este-Oeste,

junto à estrema Norte, por uma ribeira. Possui várias linhas de água, que se desenvolvem no

sentido Sudeste – Noroeste, que, em geral, afluem à referida ribeira. Possui duas barragens, uma

de média dimensão e outra de pequena volumetria. De acordo com o SNIRH -Instituto Nacional da

Água (INAG), a Herdade possui, dois poços, uma nascente e um furo.

O prédio, designadamente a área de montado, é abrangido pelo Sitio de Monfurado, pelo que está

sujeito a condicionantes para protecção de habitats da fauna e da flora.

De acordo com a Planta de Condicionantes do PDM os solos de baixa que marginam as linhas de

água estão abrangidos pela RAN e a área de montado está integrada na REN.

Page 6: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

6

Conforme a Planta de Ordenamento do PDM o prédio, além dos Espaços Agrícolas

correspondentes à área da RAN, é abrangido por Espaços Agro-Florestais e Espaços de Silvo-

Pastorícia, correspondentes à área dos montados de sobro e de azinho.

4. Solos e capacidade de uso dos solos.

Na Herdade predominam os Solos Mediterrâneos Pardos de Materiais Não Calcários, Normais, de

gneisses ou rochas afins (Pgn), e de rochas cristalofílicas (Pmn). Também existem manchas de

Solos Litólicos, Não Húmicos, Pouco Insaturados, Normais, de gneisses ou rochas afins (Ppn) e de

rochas microfíricas claras (Ppg). Na zona Norte, entre a estrada nacional e o ramal ferroviário que

passa perto da estrema Este, existe um pequena mancha de Solos Mediterrâneos Vermelhos ou

Amarelos Não Calcários, Normais, de xistos (Vx) e de rochas cristalofílicas básicas (Pv). Os solos

já referidos, em regra, constituem manchas complexas com percentagens diversas de cada família,

por vezes em fase delgada. São solos que pertencem às classes de capacidade de uso C, D e E

ou associações destas. Os solos da classe C, com capacidade de uso mediana, apresentam baixa

fertilidade, têm limitações acentuadas, riscos de erosão medianos e são susceptíveis de utilização

agrícola, pastagens e floresta. Os solos das classes D e E são solos com capacidade de uso baixa

a muito baixa, têm limitações severas, riscos de erosão elevados e não são susceptíveis de uso

agrícola, pelo que devem ser destinados para pastagem e exploração florestal.

Na zona Norte, ao longo da ribeira, existem solos Aluviões (Al), de textura ligeira, e Solos de Baixa

(Sb), de textura mediana. Estes solos, tais como os Solos Hidromórficos Sem Horizonte Eluvial

Para-Aluviossolos de aluviões ou coluviais, de textura mediana (Ca), que, em regra, acompanham

as linhas de água, desenvolvem-se em relevo plano ou côncavo, e apresentam hidromorfismo.

Estes solos, com pouca representatividade no prédio, estão quase sempre sujeitos a

encharcamento temporário ou permanente, em parte ou em todo o seu perfil, por acção de uma

toalha freática que sofre oscilações mais ou menos profundas com as estações. Têm capacidade

de uso Ch, pertencem à Reserva Agrícola Nacional (RAN) e são susceptíveis de utilização agrícola

condicionada.

Apenas uma pequena parte da área de regadio, anexa às duas barragens, é constituída por

aluviossolos, para-aluviossolos e solos de baixa com boa aptidão para o regadio (Classe II), em

especial a baixa que margina a ribeira e a baixa que se estende desde a barragem pequena e

margina a estrada nacional até à ribeira já referida. A barragem de maior dimensão, além de regar

estas baixas, rega uma parcela constituída por solos Pgn, Pmn e Ppn, com capacidade de uso C,

que, consideramos da classe III de aptidão para o regadio.

A área anexa e regada pela barragem de menor dimensão, em geral ondulada e declivosa, é

constituída por solos Pgn + Ppn, com capacidade de uso D e E e por uma pequena mancha de

para-aluviossolos (Ca) da classe Ch, na zona mais baixa. No que diz respeito à aptidão para o

regadio consideramos estes solos da classe III.

Page 7: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

7

O estudo dos solos, assim como a identificação das parcelas e respectivas áreas, efectuado com

base na Carta de Solos de Portugal e na Carta de Capacidade de Uso, conjugadas com a

distribuição parcelar da caderneta predial rústica, encontra-se sintetizado no Quadro n.º 1 e no

Mapa n.º 1.

N.º

Parc

ela

Cad

astr

o

Área (ha)Qualidade Cultural Cadastro

Classe de Produtivida

de

Qualidade Cultural Actual

Classe de Produtivida

deÁrea (ha) Tipo de solo

1 12,7500 CA 1ª CAR 2ª 12,7500 6Al(h)+4Ca Ch II

2 2,3500 SB 3ª SB 3ª 2,3500 Pmn 7Cs+3Ce C

SB 1ª SB 1ª 41,0249 D

CAR 3ª 1,7501 III

4 4,8500 CA 2ª CA 2ª 4,8500 7Pgn+3Pgn(d) 7De+3Ee D

5 38,9500 AZ 2ª AZ 2ª 38,9500 7Pgn+3Pgn(d) 7De+3Ee D

10,5375 CA 2ª CA 2ª 10,5375 Pgn; Ca6Ce+4Cs;

ChC

10,5375 CA 3ª CA 3ª 10,53757Pgn+3Pgn(d);

7Ppg+3Ppn7De+3Ee;

DeD

7 3,8750 CA 4ª SB 3ª 3,8750 7Ppg+3Ppn De D

8 3,7750 CA 4ª SB 3ª 3,7750 7Ppg+3Ppn De D

AZ 2ª AZ 2ª

SSCAAZ 2ª SSCAAZ 2ª

10 2,5500 SB 4ª SB 4ª 2,5500 7Ppg+3Ppn De D

11 0,4250 SB 2ª SB 2ª 0,4250 Pgn 6Ce+4Cs C

12 0,0500 CA 1ª CA 1ª 0,0500 Ca Ch C

13 24,7000 CA 3ª CA 3ª 24,70008Pgn+2Ppn;

Pgn; Ca

6Cs+4De; 6Ce+4Cs;

ChC

14 29,9500 SB 4ª SB 4ª 29,95007Pmn(d,p)+

3Pmn7Ee+3De E

8,5000 SB 1ª SB 1ª 8,5000 8Pgn+2Ppn 6Cs+4De C

8,5000 SB 2ª SB 2ª 8,5000 5Pgn+5Pgn(d) 5De+5Ee D

AZ 1ª AZ 1ª

SSCAAZ 1ª SSCAAZ 1ª

CAR 3ª 5,4458 III

CA 3ª CA 3ª 3,7500 C

CAR 3ª 5,0000 III

13,7475 CA 3ª CA 3ª 4,2663 D

D

6Cs+4De

6Cs+4De; Ee;

7De+3Ee

8Pgn+2Ppn;7ppg(d)+3Ppn(d); 7Pgn+3Pgn(d)

7Pgn+3Pgn(d) 7De+3Ee

6

9

12,0500166,6042

8Pgn+2Ppn

QUADRO N.º 1 - SOLOS E CAPACIDADE DE USO DO SOLO

15

Cap. Uso Solo e Aptidão Regadio

7Ppg+3Ppn De D

3 42,7750

0,9750 0,9750

17 8,7500

Page 8: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

8

13,7475 CA 3ª CA 3ª 4,2663 D

32,0775 SB 3ª SB 3ª 32,0775 D

CAR 3ª 5,3601 III

4,1211

19 11,4000 CA 4ª CA 4ª 11,4000 5Pagn+5Pmn 5Ce+5Ds D

20 0,1250 CA 1ª CAR 2ª 0,1250 Ca Ch II

AZ 2ª AZ 2ª

SSCAAZ 2ª SSCAAZ 2ª

CAR 3ª 3,8250 III

5,6954 CA 2ª CAR 3ª 4,6065Ca; Pmn; Ppn;

Pgn Ch; Ce III

0,0195 DEP DEP

0,0351 HAB HAB

23 0,2000 H U CAR 2ª 0,2000 Ca Ch II

38,2250 CA 3ª CA 3ª 22,3034 C

CAR 3ª 15,9216 III

25,2125 SB 2ª SB 2ª 13,50976Pmn+4Pv;

Pmn;Pgn; Sb(h)

Ce; Ch; 7Cs+3Ce; 8Cs+2Ce

C

25,2125 SB 3ª SB 3ª 25,21256Pmn+4Pv;

Pmn;Pgn; Sb(h)

Ce; Ch; 7Cs+3Ce; 8Cs+2Ce

C

11,7028

Total 390,2750 390,2750

Massa de água

6Cs+4De; 7De+3Ee

TOTAL

Massa de águaBarragem

1,1435

21

18

22

Barragem

Ppn; Ca; 8Pgn+2Ppn

11,4750

8Pgn+2Ppn; 7Ppn+3Ppn(d)

25

Ce; Ch; 6Ce+4De

7Pgn+3Pgn(d); Ppn

4Ce+3Cs+3De; Ce

7,6500

24

Monte

C

Page 9: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

9

MAPA N.º 1 – CARTA DE SOLOS DA HERDADE

Page 10: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

10

5. Uso actual e potencial do solo.

Após análise da caderneta predial rústica conjugada com a fotointerpretação da cartografia do

Google Earth, aferida por inspecção do local, estimamos que o uso actual do solo é o seguinte

(ver Quadro n.º 2 e Mapa n.º 2):

● Cultura arvense de sequeiro (CA), com quercíneas dispersas: 78,4099 ha;

● Cultura arvense de regadio (CAR): 48,7091 ha;

● Montado de sobro: 177,5525 ha;

● Montado de Azinho: 63,4500 ha.

Qualidade Cultural

Classe de Produtivida

de

Cap. Uso do Solo

Área (ha)

Qualidade Cultural/ Cadastro

Área (ha) Uso Actual SoloÁrea (ha)

CA 1ª C 13,1250 CA 78,4099

CA 2ª C + D 21,0829 CAR 48,7091

CA 3ª C + D 95,9600Massas de

água 16,6700

CA 4ª D 19,0500 Sub-Total 143,7890

SB 1ª C + D 51,2750

SB 2ª C + D 34,1375

SB 3ª C + D + E 59,6400

SB 4ª D + E 32,5000

AZ 1ª

SSCAAZ 1ª

AZ 2ª D +E + C 51,4000

SSCAAZ 2ª C + D 12,4500

0,0195 Área Social 1,1435

Instalações Pecuárias

1,9180

Outras áreas e vias

2,4220

390,2750 TOTAL 390,2750 TOTAL 390,2750

63,4500

0,05460,0351

DEP

HAB

TOTAL

D +E + C 12,0500

Área Social

SB

AZ

QUADRO N.º 2 - USO ACTUAL DO SOLO

177,5525

63,4500

SB

AZ

CA 149,2179

177,5525

Estamos em presença de uma exploração agro-silvo-pastoril, envolvendo a exploração

agrícola, pecuária e florestal. Os produtos principais são a carne de bovino e a cortiça. Em

segundo plano, de acordo com os preços de mercado, aparecem os cereais praganosos e o

milho grão.

Tendo em consideração as condições edafo-climáticas, os recursos disponíveis e as variáveis

de mercado consideramos que o uso potencial do solo será na sua maioria para floresta

(montado) e pastorícia. A terra limpa de sequeiro será destinada a pastagens e forragens para

Page 11: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

11

exploração pecuária. A área de regadio será vocacionada para forragens e pastagens e

também para cereais praganosos e milho, perpectivando uma subida dos preços destas

matérias-primas no mercado mundial.

Nas áreas de montado de sobro e de azinho vamos considerar que o solo do sob coberto é

aproveitado apenas para a pastorícia, com uma sementeira de tremocilha a cada cinco anos.

Contabilizando o valor da pastagem natural e de tremocilha, mais a produção de bolota/lande,

atribuímos ao sob coberto o rendimento anual equivalente ao valor corrente da venda de

pastagem: €50,00/ha. Para o montado de sobro será calculado o rendimento médio anual da

cortiça e do sob coberto. Estimamos que o montado de sobro, no global, produz 20.000@ de

cortiça por tirada e que a renda da caça é de €15,00/ha/ano. Para o montado de azinho, além

do valor da pastagem, consideramos também a renda da caça. Para todas as culturas

contabilizamos o valor médio dos subsídios estatais de apoio ao rendimento agrícola (RPU,

ajudas específicas, apoios agro-ambientais) e o valor de venda dos direitos de caça.

Para a área de cultura arvense de sequeiro, vocacionada para a produção de pastagens e

forragens, constituída por solos de capacidade de uso C+D, vamos dividir a superfície (78,4099

ha) em duas partes com áreas iguais e considerar duas rotações culturais:

● Forragem anual tipo speedmix – pastagem natural (3-4 anos);

● Forragem anual tipo speedmix – pastagem semeada biodiversa (7-10 anos).

No perímetro de regadio, nos solos de baixa e com declive suave (classe II), com uma área

aproximada de 13,0750 ha, considera-se uma rotação/sucessão cultural destinada a produzir

cereal/grão e forragem: Trigo mole (ou cevada) – AzevémxTrevos – Milho Silagem. Na área

restante, com 35,6341 ha, mais ondulada e declivosa (classe III de aptidão para o regadio),

preconiza-se uma rotação cultural vocacionada para a produção de forragem e pastagem:

AzevémxTrevos (1/4) – Milho Silagem (1/4) – Pastagem biodiversa de regadio (10 anos).

As culturas de regadio serão regadas com rampas rotativas e, têm as seguintes necessidades

de água:

● Milho silagem…………………………………….6.000 m3/ha

● Trigo e azevém……………………….................3.500 m3/ha

● Prado de regadio…………………………………7.500 m3/ha

Estes valores referem-se às necessidades ao nível da planta, devem ainda ser majorados em

função do método de rega (1,5 a 1,2 para a rega por gravidade; 1,2 para rega por aspersão).

Assim, as necessidades de água globais serão de aproximadamente 360.000 m3.

Page 12: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

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MAPA N.º 2 - USO DO SOLO

Page 13: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

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6. Cálculo do valor da renda da terra.

No Quadro n.º 3 apresentamos o cálculo do rendimento das culturas agrícolas (culturas arvenses

de sequeiro (CA) e culturas arvenses de regadio (CAR), incluindo as pastagens) e das culturas

florestais (montado de sobro, montado de azinho e o aproveitamento do solo sob coberto dos

montados de azinho e de sobro). No Quadro n.º 4 apresentamos o cálculo da renda máxima.

Neste cálculo seguimos a metodologia e os pressupostos enunciados no ponto 2.

No cálculo do rendimento das pastagens biodiversas de sequeiro e de regadio consideraram-se os

custos de instalação e de manutenção. O custo de instalação, através de cálculo financeiro, foi

transformado na respectiva anuidade de amortização, correspondente ao número de anos de

duração da cultura.

Na componente das receitas, de acordo com dados estatísticos publicados pelo IFAP referentes às

ajudas ao rendimento de 2009, considerou-se o valor médio de RPU de €103,00/ha para o Alentejo

Central, e o valor médio de todos os escalões de área da ajuda à manutenção da actividade

agrícola em zona desfavorecida (MAAZD) fora da Rede Natura 2000 (€18,70/ha). No caso do

montado de azinho considerou-se também o valor médio (€38,91/ha) de todos os escalões de área

das ajudas previstas na Medida Agro-Ambiental de apoio à manutenção do sistema agro-silvo-

pastoril de montado de azinho.

O montado de sobro é uma cultura de rendimento multi-anual, perpétuo e constante. Se

considerarmos que a regeneração do povoamento se opera constantemente por sementeira

natural, teremos de reconhecer que o respectivo rendimento é efectivamente perpétuo e que,

depois de atingido certo nível produtivo, é também constante, ou, pelo menos, muito pouco variável

de período para período.

Um montado de sobro pode estar ordenado por tiradas anuais idênticas ou aproximadas, e neste

caso o seu rendimento é anual. Como tal não acontece no prédio em causa haverá a considerar

rendimentos de duas categorias: anuais (pastagem, lande e caça) e multi-anuais (cortiça). O

rendimento médio anual determina-se por meio de duas contas: uma referente à cortiça e outra,

geral, relativa à totalidade dos produtos. A conta da cortiça compreenderá, a crédito, o valor da

tirada (@ de cortiça x preço de venda), e a débito as despesas de tiragem (descortiçamento,

transporte, empilhamento, guarda, seguro e pesagem), no valor médio de €5,00/@, e outras

despesas (despesas gerais, podas, desbastes, administração, comercialização e remuneração do

empresário) a que atribuímos o valor equivalente a 10% do Rendimento Bruto. A cota média anual

(anuidade) correspondente ao rendimento multi-anual da propriedade em cortiça será levada a

crédito da conta geral anual, onde figurarão também a renda das pastagens, o valor dos frutos

(lande) e a venda dos direitos de caça.

Page 14: Estimativa Do Valor Da Renda Da Terra

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É de salientar que o valor do montado de sobro na ocasião em que a cortiça acaba de ser extraída

é inferior ao que terá quando esta estiver pronta a ser extraída e mesmo quando contar já alguns

anos de formação.

Para converter o rendimento multi-anual perpétuo num rendimento médio anual equivalente basta

multiplicar pela taxa de juro o capital produtor daquele rendimento ou, então, calcular a anuidade

de capitalização, em nove anos, da quantia correspondente ao rendimento multi-anual.

De acordo com informação de alguns co-proprietários o montado de sobro da Herdade produz, no

global, 20.000@ de cortiça de média qualidade, distribuída por duas tiradas consecutivas: 6.000@

em 2011 e 14.000@ em 2012. Estimamos que a área total do montado de sobro é de

aproximadamente 177,5525 ha, pelo que, considerando que o povoamento é homogéneo,

atribuímos de forma proporcional a área de 53,2657 ha para a 1ª tirada e 124,2868 ha para a 2.ª

tirada.

Cálculo do rendimento médio anual atribuível ao montado de sobro:

a) Conta de cultura do sob coberto – rendimento anual, constante e perpétuo:

Receitas: pastagem natural + lande = €50,00/ha; Renda de direitos de caça = €15,00/ha;

Direitos RPU = €103,00/ha; Apoios MAAZD = €18,70/ha.

Total de receitas (RB) = €186,70/ha

Despesas: 18% do RB = €33,61/ha

Rendimento médio anual = €153,09/ha

b) Conta de cultura da cortiça – rendimento multianual, constante e perpétuo:

Produção global = 20.000@; Preço da cortiça amadia = €22,50/@; Despesas de extracção =

€5,00/@; Outras despesas = 10% RB.

Rendimento Bruto (RB) = 20.000@ x €22,50/@ = €450.000,00

Rendimento (Lucro) = €450.000,00 – [(20.000@ x €5,00/@) + (€450.000 x 0,10)] = €305.000,00

Rendimento médio anual atribuível à venda de cortiça efectuada de 9 em 9 anos, adoptando a

taxa de capitalização de 6%, determinado pelo cálculo financeiro da anuidade (A):

A = €305.000,00 x 0,0870 = €26.535,00

Rendimento médio anual por ha: €26.535,00/177,5525 ha = €149,45/ha/ano

c) Rendimento médio anual do montado de sobro:

Rendimento médio anual do sob coberto + Rendimento médio anual da cortiça =

€153,09/ha + €149,45/ha = €302,54/ha/ano

Atribuímos à Herdade a renda da terra de 52.662,92 (cinquenta e dois mil seiscentos e

sessenta e dois euros e noventa e dois cêntimos).

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Setembro de 2011

António Calado

- Eng.º Agrónomo -