estratégia para o país 2012-2016 - cúnamh Éireann · causas e manifestações da pobreza...

16
Estratégia para o País 2012-2016 Resumo

Upload: danghuong

Post on 06-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Estratégia para o País 2012-2016Resumo

CaboDelgado

Niassa

Nampula

Zambézia

Tete

Sofala

Manica

Inhambane

Maputo

Gaza

ZIMBABUÉ

ZÂMBIA

MA

LA

WI

ÁFRICA DO SUL

SUAZILÂNDIA

TANZÂNIA

MO

ZAM

BI Q

UE

Maputo

1Estratégia para Moçambique 2012–2016

Índice

Página

Prefácio 2

Sobre o Programa da Ajuda Irlandesa 3

1. Moçambique em contexto 4

2. A contribuição da Irlanda para o desenvolvimento em Moçambique 6

3. A Estratégia para o País de 2012 à 2016 7 Apoio à Sustentabilidade e Inclusão, Redução da Pobreza e da Vulnerabilidade

4. Componentes do Programa 8

4.1 Redução da vulnerabilidade e fortalecimento dos meios de subsistência dos pobres a nível subnacional 8

4.2 Melhoria dos resultados de saúde e aprendizagem para os pobres, particularmente para as mulheres e grupos vulneráveis 10

4.3 Melhoria da prestação de contas aos cidadãos, particularmente aos pobres 11

5. Orçamento indicativo de 2012 à 2016 12

Todas as fotos pertencem a Embaixada da Irlanda, salvo indicação contrária. Fotografia da capa: Mulheres, em fila, a espera num centro de saúde no Norte de Moçambique (foto: Rita Cammaer)

2 Estratégia para Moçambique 2012–2016

Prefácio

Esta Estratégia para o País (EP) é o quinto documento de planificação para o programa bilateral de cooperação da Irlanda para o desenvolvimento de Moçambique desde o establecimento da Embaixada em 1996.

Moçambique mudou muito desde os primeiros compromissos, e para melhor. E, olhando para a próxima década, há uma forte sensação de que Moçambique tem potencial para se transformar, se puder tirar vantagem das oportunidades apresentadas pelo rápido crescimento económico. No entanto, apesar dos avanços, Moçambique continua a ser um dos países mais pobres do mundo, com muitos desafios ainda pela frente. Reconhecendo isto, colocámos a redução sustentável e inclusiva da pobreza e da vulnerabilidade no centro da nova Estratégia da Irlanda para o País.

No desenvolvimento desta Estratégia para o País, o espírito de boa e eficaz parceria que sempre caracterizou a relação da Irlanda com Moçambique manifestou-se novamente. As nossas prioridades são também as do Governo de Moçambique, cuja estratégia de redução da pobreza está na base da EP.

Com base na forte contribuição da Irlanda para os sectores de saúde, educação e governação, esta nova EP continuará a apoiar os programas e prioridades do Governo de Moçambique, inclusive através do nosso contínuo envolvimento nas províncias de Inhambane e do Niassa. Para estas, centra-se particularmente na redução da vulnerabilidade e mitigação dos efeitos dos choques climáticos a que Moçambique está particularmente exposto.

A Ajuda Irlandesa, programa de cooperação da Irlanda para o desenvolvimento, gerido pelo Ministério de Relações Exteriores e Comércio, está no centro da política externa irlandesa. Constitui a expressão prática dos valores do povo irlandês. No desenvolvimento desta Estratégia para o País mais recente para Moçambique, a Estratégia para África do Governo da Irlanda e as recomendações do relatório do Grupo de Tarefa contra a Fome foram documentos orientadores. Conhecimentos adquiridos no desenvolvimento da EP, incluindo através das nossas consultas com os parceiros, ajudaram a informar a contribuição desta Embaixada para a revisão do Documento Director (White Paper) do Governo da Irlanda sobre o Programa da Ajuda Irlandesa.

Ruairí de Búrca Embaixador Embaixada da Irlanda Maputo

Maio de 2012

3Estratégia para Moçambique 2012–2016

Sobre o Programa da Ajuda Irlandesa

Moçambique é um dos nove países parceiros com que a Irlanda tem uma relação especial. Os restantes oito países do programa incluem: a Etiópia, o Lesoto, o Malawi, a Tanzânia, Timor-Leste, o Uganda, o Vietname e a Zâmbia. A Ajuda Irlandesa trabalha em cooperação com uma vasta gama de parceiros, incluindo governos, organizações não-governamentais, missionários, agências da ONU, organizações internacionais e agências humanitárias.

Este documento descreve a estratégia do programa de cooperação para o desenvolvimento da Irlanda com Moçambique para o período de 2012 à 2016. Estabelece um programa de trabalho estratégico realista ao longo destes cinco anos que permitirá à Irlanda tirar partido dos resultados e progresso que Moçambique tem alcançado durante a sua parceria com a Irlanda. Também permitirá que o programa de cooperação da Irlanda responda às circunstâncias em rápida mudança em Moçambique.

A Ajuda Irlandesa, programa de Assistencia Oficial ao Desenvolvimento (AOD) da Irlanda teve seu inicio em 1974 e tem crescido de forma estável ao longo dos anos. As prioridades do programa são a redução da pobreza, da fome e da desigualdade nos países em desenvolvimento. O objectivo da Ajuda Irlandesa é permitir que as pessoas assumam o controlo das suas vidas, proporcionando assim uma esperança para o futuro. Em 2012, o Governo irlandês está a conceder apoio financeiro num total de 639 milhões de Euros em AOD.

Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, um conjunto de metas estabelecidas pelos líderes mundiais na ONU em 2000, os quais focam sobre as principais causas e manifestações da pobreza extrema no mundo de hoje, fornecem uma base para o trabalho do programa de cooperação da Irlanda.

Moçambique é particularmente vulnerável aos impactos adversos das mudanças climáticas (foto: Jérôme Morreton).

4 Estratégia para Moçambique 2012–2016

1. Moçambique em contexto

Moçambique é um país longo e relativamente estreito no sudeste da África e tem mais de 11 vezes o tamanho da Irlanda. Mais da metade dos cerca de 24 milhões de moçambicanos vive em pobreza extrema.

Moçambique ocupa uma localização estratégica, que liga vizinhos (sem acesso) ao mar, com fronteiras com a África do Sul, o Zimbabué, a Suazilândia, a Zâmbia, o Malawi e a Tanzânia. Moçambique é membro da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, SADC.

Um dos países mais jovens de África, Moçambique tornou-se independente de Portugal em 1975. Os seus anos de formação foram dominados por uma guerra civil. Quando a paz chegou, em 1992, encontrou Moçambique devastado – talvez o país mais pobre do mundo. Desde então, tornou-se um dos exemplos de reconstrução pós-conflito e de desenvolvimento mais bem-sucedidos de África.

Moçambique encontra-se numa conjuntura importante. Não obstante grandes progressos alcançados e os altos níveis de crescimento económico, continua a ser um dos países mais pobres do mundo. O desafio é assegurar que o crescimento económico se traduza numa redução real e sustentável da pobreza, num contexto de enorme potencial agrícola e uma base de recursos naturais forte.

Moçambique tem mantido nos últimos anos políticas fiscais e monetárias prudentes, centradas na redução da dívida. O seu Governo tem criado incentivos para atrair investimento directo estrangeiro e os resultantes projectos de grande escala no sector de recursos naturais têm contribuído para a estabilidade económica e crescimento total – embora seja digno de nota que a agricultura continua a ser o único e mais importante motor do crescimento económico.

O investimento estrangeiro contribui para a melhoria das receitas fiscais, no entanto, é necessário mais atenção a fim de melhorar a produtividade agrícola caso se pretenda que uma maior percentagem da população (a maioria dos quais são agricultores de subsistência) saia da pobreza.

A história de Moçambique explica atrasos no crescimento económico e na redução da pobreza. Tem enormes carências em infra-estrutura, estradas, energia, água, escolas e hospitais. Não obstante o investimento em educação, poucas pessoas concluem o ensino secundário e, em média, as mulheres grávidas caminham 23 km para terem acesso a uma parteira. O Governo de Moçambique defronta-se com muitos desafios para abordar estas e outras questões. Estes desafios incluem os efeitos de tempestades e secas, a agricultura de subsistência, a má nutrição, o crescimento demográfico, e alta exposição ao HIV e SIDA e a outras doenças. Em suma, demasiadas pessoas vivem em circunstâncias extremamente vulneráveis.

Embora a avaliação nacional mais recente da pobreza em Moçambique tenha demonstrado resultados positivos nos serviços sociais, o acesso e a qualidade dos serviços básicos continuam a ser um desafio. As taxas de mortalidade materna, ainda que reduzidas em 32%, continuam a ser muito elevadas. O acesso a medicamentos anti-retrovirais aumentou de 3.000 pessoas em 2003 para 170.000 em 2009. O número de crianças que completam o ensino primário duplicou numa década para 76,5% de todos os potenciais estudantes. Todavia, a má nutrição é muitas vezes um obstáculo para a melhoria da saúde e da educação.

Moçambique Irlanda

População (milhões) 23.9 4.5

Expectativa de vida à nascença (anos) 50.2 80.6

Média de anos de escolaridade para adultos 1.2 11.6

Despesas da Saúde Pública (% do PIB) 3.5% 6.1%

Índice de Desenvolvimento Humano Mundial 184th 7th

Relatório de Desenvolvimento Humano - PNUD 2011

5Estratégia para Moçambique 2012–2016

O partido Frelimo continua a ser a força política dominante. O Presidente Armando Emílio Guebuza encontra-se actualmente no seu segundo mandato de cinco anos. Um termo limite significa que haverá um novo presidente após as eleições gerais em 2014. O domínio da Frelimo na cena política tem sido destacado por observadores, incluindo o Mecanismo Africano de Revisão de Pares, como um duma série de questões que requerem uma atenção continua, apesar dos sucessos de Moçambique até ao presente na institucionalização da democracia e da boa governação.

A decisão do Governo de Moçambique de solicitar adesão à Iniciativa de Transparência das Indústrias Extractivas e a nova legislação sobre a ética em cargos públicos mostram uma maior consciência da necessidade de abordar as percepções de corrupção.

Embora a sociedade civil em Moçambique tenha sido lenta a desenvolver-se, tem havido algum crescimento em organizações não-governamentais locais. Muitas têm crescido devido à necessidade de responder à pandemia do HIV e SIDA e para oferecer serviços em todo o espectro. Os desafios continuam, caso se pretenda que a sociedade civil reduza a sua dependência de doadores internacionais e que desempenhe um papel mais preponderante no desenvolvimento futuro de Moçambique.

Mais de 70% da população Moçambicana reside em zonas rurais e depende da agricultura de subsistência para a sua sobrevivência (foto: Jérôme Morreton).

6 Estratégia para Moçambique 2012–2016

2. A contribuição da Irlanda para o desenvolvimento em Moçambique

O programa bilateral da Irlanda em Moçambique teve seu inicio em 1996. Evoluiu significativamente dum pequeno projecto de desenvolvimento provincial para se tornar o maior dos programas bilaterais de cooperação da Irlanda, centrado no apoio à estratégia nacional de desenvolvimento de Moçambique.

Para apoiar o Governo e o povo de Moçambique em busca da redução da pobreza, da redução da vulnerabilidade, e no aumento do crescimento económico inclusivo, a Irlanda trabalha com instituições a nível central, provincial e municipal, e com organizações locais. Além da parceria com instituições moçambicanas, a Irlanda trabalha em estreita coordenação com outros países que dão assistência a Moçambique, bem como organizações internacionais e não-governamentais.

Na preparação desta EP 2012 – 2016 realizaram-se análises independentes pormenorizadas do programa de desenvolvimento da cooperação da Irlanda em Moçambique. Estas análises destacaram os seguintes pontos fortes, entre outros:

> A contribuição da Irlanda está alinhada com as necessidades de Moçambique, suas prioridades e estratégias, e tem uma orientação pró-pobre clara;

> A Irlanda tem efectuado contribuições efectivas para melhorias nas políticas e sistemas do Governo, bem como para o progresso geral de Moçambique em relação aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Três, em cada quatro, dos Objectivos que estão a ser atingidos estaó relacionados ao programa de cooperação da Irlanda: a eliminação da disparidade entre os géneros em todos os níveis de educação até 2015, a redução em dois terços da taxa de mortalidade de menores de cinco anos em 2015; ter sob controle e começado a reduzir a incidência da malária e de outras doenças. Especificamente, a Irlanda pode “reivindicar uma parte do crédito” para resultados significativos na expansão dos sistemas de saúde e educação, e em tornar os serviços públicos mais responsáveis;

> A abordagem da Irlanda de trabalhar predominantemente com o Governo, em harmonia com outros, tem sido eficaz em maximizar o impacto da Ajuda Irlandesa e em assegurar o desenvolvimento sustentável.

A avaliação anual do Governo de Moçambique aos parceiros de desenvolvimento reconhece consistentemente a eficácia da ajuda do programa da Irlanda.

O inquérito nacional sobre a pobreza em Moçambique de 2009 revela que a redução da pobreza tem sido mais marcada nas provincias do Niassa e de Inhambane, onde a Irlanda vem trabalhando desde há 15 anos. No entanto, este progresso permanece frágil e precisa ser consolidado.

A Irlanda trabalha em parceria com a Iniciativa da Fundação Clinton de Acesso à Saúde no combate ao HIV e SIDA em Moçambique.

Além do programa bilateral, a Irlanda financia uma série de outras organizações e intervenientes activos em Moçambique. Estes incluem organizações não-governamentais, tais como a Trócaire, Concern, Age Action e Sightsavers. A Irlanda também auxilia o fundo Global Climate Change Action através da União Europeia, a Aliança Global para Melhor Nutrição, bem como a família de organizações das Nações Unidas.

Um posto da saúde financiado pela Ajuda Irlandesa em Niassa.

7Estratégia para Moçambique 2012–2016

3. A Estratégia para o País de 2012 à 2016

Apoio à sustentabilidade e inclusão e redução da pobreza e da vulnerabilidade

O objectivo global do programa em Moçambique de 2012 à 2016 é o de apoiar a sustentabilidade e inclusão social e da redução da pobreza e vulnerabilidade. Uma expansão económica continua cria uma oportunidade para incluir os mais pobres e vulneráveis no progresso. No entanto, grandes desafios devem ser enfrentados para que Moçambique atinja o seu potencial para ter um maior impacto na redução da pobreza.

O Objectivo Global da Irlanda é:

> Apoiar a sustentabilidade e inclusão social e a redução da pobreza e da vulnerabilidade.

Para o alcançar, a Irlanda trabalhará no sentido de:

> Reduzir a vulnerabilidade e fortalecer os meios de subsistência das pessoas pobres a nível subnacional;

> Melhorar os resultados de saúde e aprendizagem para os pobres, particularmente para as mulheres e grupos vulneráveis;

> Melhorar a prestação de contas aos cidadãos, particularmente aos mais pobres.

Para alcançar estes objectivos estratégicos, a cooperação da Irlanda para o desenvolvimento procurará:

> Fortalecer a capacidade para reforçar a resiliência dos pobres a nível subnacional;

> Melhorar a segurança alimentar e nutricional dos agregados familiares;

> Melhorar o acesso equitativo, a qualidade e o uso de serviços básicos de saúde e educação, particularmente para os mais vulneráveis;

> Promover instituições eficazes e transparentes para a prestação de serviços e uma sociedade civil forte.

Moçambique enfrenta desafios em termos de infraestruturas (foto: Jérôme Morreton).

8 Estratégia para Moçambique 2012–2016

4. Componentes do Programa

4.1 Reduzir a vulnerabilidade e fortalecer os meios de subsistência das pessoas pobres a nível subnacional

Trabalhando a nível central e, em particular nas províncias do Niassa e de Inhambane, a Ajuda Irlandesa procurará fortalecer a capacidade para reforçar a resiliência dos pobres a nível subnacional; e melhorar a segurança alimentar e a nutrição dos agregados familiares.

A Irlanda trabalhará no sentido de abordar as causas múltiplas da vulnerabilidade em Moçambique, através do fortalecimento da resiliência das pessoas pobres e de incentivar as organizações da sociedade civil a encontrar soluções criativas para os desafios. Além das parcerias com as organizações estatais e não-governamentais, o programa trabalhará a nível da comunidade e dos agregados familiares.

A Ajuda Irlandesa trabalha para proporcionar meios de subsistência alternativos ao nível dos agregados familiares (foto: Jérôme Morreton).

9Estratégia para Moçambique 2012–2016

A concentração na formação e capacitação ajudará a melhorar a agricultura, fornecerá meios de subsistência alternativos a nível dos agregados familiares, e compensará o impacto de choques e de pressões relacionados com o clima. O programa trabalhará para melhorar o rendimento real e as capacidades das pessoas mais vulneráveis. A ênfase será colocada na melhoria das competências, e no acesso a mercados e recursos como a água e a terra, bem como na melhoria da qualidade dos serviços básicos e na extensão da protecção social. A nível nacional, a Irlanda monitorará e apoiará a implementação de políticas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

A Irlanda concentrar-se-á no fortalecimento das instituições do governo central e provincial a fim de permitir uma melhor resposta coordenada para a subnutrição e insegurança alimentar. Uma área-chave será o apoio para o plano multissectorial de nutrição do Governo a nível

nacional e nas províncias de Inhambane e do Niassa. Além disso, a Irlanda trabalhará com parceiros que são bem sucedidos na abordagem das causas subjacentes e imediatas da desnutrição, com foco tanto na saúde como nos meios de subsistência.

A Irlanda basear-se-á na sua experiência de trabalhar com uma gama de intervenientes, tanto na produção de alimentos, como também na promoção da saúde, na saúde comunitária, nos cuidados domiciliários aos pacientes de HIV e na adição de micronutrientes aos alimentos (conhecido como fortificação de alimentos). Haverá apoio às instituições locais para melhor integrar a nutrição em políticas, planos e orçamentos. A nível nacional, a Irlanda apoiará os esforços de Moçambique para fortalecer a coordenação em torno da nutrição e de implementar a iniciativa Scaling Up Nutrition (SUN), uma estrutura projectada para abordar a fome e a desnutrição.

A Ajuda Irlandesa está a trabalhar para abordar as principais causas de desnutrição.

10 Estratégia para Moçambique 2012–2016

4.2 Melhorar os resultados de saúde e aprendizagem para os pobres, particularmente para as mulheres e grupos vulneráveis

A Ajuda Irlandesa procurará melhorar o acesso equitativo, a qualidade e o uso de serviços básicos de saúde e de educação, particularmente para os mais vulneráveis.

A Irlanda contempla os sectores de saúde e educação como centrais para o progresso contínuo no sentido da melhoria da resiliência dos moçambicanos e na redução da sua vulnerabilidade a riscos climáticos e económicos. Esta Estratégia para o País apoiará melhorias nos Ministérios da Saúde e da Educação, e outros intervenientes relevantes, para proporcionar acesso equitativo a serviços de qualidade. Os compromissos da Irlanda a nível central serão canalizados principalmente através dos sectores de saúde e educação.

A Irlanda apoiará os Ministérios da Saúde e da Educação a fim de aumentar o número de profissionais formados e qualificados de linha de frente na saúde e na educação, e para reforçar a planificação e o desenvolvimento dos recursos humanos. Em Inhambane e no Niassa, a Irlanda apoiará os governos provinciais no sentido de atrair, reter, capacitar e apoiar profissionais do ensino e da saúde, particularmente mulheres. A Irlanda apoiará o fortalecimento da gestão escolar e supervisão de professores e manterá o foco principal na saúde comunitária e melhores práticas.

Haverá uma ênfase na melhoria da educação e na capacitação de mulheres e meninas, na saúde materna e infantil e na redução da violência contra as mulheres. Com base na experiência, haverá uma ênfase em intervenções que incentivarão as jovens a continuar no ensino.

Em especial, haverá uma ênfase sobre a redução do HIV e SIDA, incluindo a integração da redução da fome, segurança alimentar e concentrar-se-á na desnutrição em todo o programa de saúde. A parceria com a Iniciativa da Fundação Clinton de Acesso à Saúde proverá um aconselhamento estratégico importante e poder de influência.

Para complementar o fortalecimento de sistemas de monitoria do Governo, a Irlanda apoiará a sociedade civil na monitoria da qualidade dos serviços de saúde e educação e também apoiará uma iniciativa de capacitação dos cidadãos.

Moçambique regista progressos para a eliminação da disparidade de género em todos os níveis de educação até 2015.

11Estratégia para Moçambique 2012–2016

Membros da comunidade a participar de uma reunião numa aldeia no Norte de Moçambique.

4.3 Melhorar a prestação de contas aos cidadãos, particularmente aos pobres

O Programa da Ajuda Irlandesa procurará promover instituições eficazes e transparentes para a prestação de serviços e uma sociedade civil forte.

A Irlanda trabalhará para melhorar a transparência e a prestação de contas, em particular no referente a utilização dos recursos públicos. A nível provincial, a Irlanda apoiará esforços para uma melhor gestão de fundos do governo moçambicano. Continuará o apoio para a implementação do programa nacional de descentralização, o qual está a facilitar melhorias na capacidade dos órgãos locais do Estado, departamentos e administrações na gestão dos recursos públicos e de desenvolvimento dos distritos, de forma participativa e transparente.

A Irlanda continuará a apoiar organizações da sociedade civil a fim de fortalecer a sua capacidade e melhorar a sua governação organizacional. A Irlanda também procurará melhorar a prestação de contas interna através do reforço do papel e das oportunidades para o envolvimento da sociedade civil no diálogo conjunto, no desenvolvimento local e nas estruturas de prestação de contas. Será dado apoio para melhorar o acesso à informação factual de qualidade, o que apoiará uma advocacia mais eficaz em questões de governação.

A Irlanda também apoiará o aumento da transparência e acesso à informação através do fortalecimento da qualidade e da divulgação de investigação e trabalho analítico. Além disso, a Irlanda procurará oportunidades adicionais para apoiar o uso da investigação, com base em parcerias com institutos de pesquisa e universidades de renome na Irlanda e em toda a região da África Austral.

12 Estratégia para Moçambique 2012–2016

A implementação do programa bilateral de cooperação para o desenvolvimento é um dos pilares do trabalho da Embaixada da Irlanda em Moçambique. Constituem as outras áreas de acção, as relações políticas e comerciais, assistência consular e promoção cultural. A interligacão de todos estes elementos reflecte-se na Estratégia para África do Governo da Irlanda.

De acordo com a prioridade que o Governo da Irlanda consagra a África, e em particular à Moçambique, a proposta de orçamento da Estratégia do País para Moçambique de 2012 à 2016 é de € 37 milhões de Euros por ano.

Parceiros da Ajuda Irlandesa em Moçambique

A Ajuda Irlandesa em Moçambique está empenhada em trabalhar com uma gama de parceiros para a implementação desta Estratégia para o País. Estes incluem o Governo de Moçambique, organizações internacionais, organizações não-governamentais, académicos, instituições de pesquisa, agências da ONU, doadores bilaterais e multilaterais e universidades e instituições irlandesas.

Durante a vigência da presente Estratégia para o País, mais de 80% da Ajuda Irlandesa será canalizada através de sistemas do Governo, os quais são considerados, segundo a melhor prática internacional, como sendo a forma mais sustentável de apoio ao desenvolvimento. Monitorados através de ferramentas integradas de gestão das finanças públicas, a Irlanda providenciará apoio ao governo central, aos sectores de saúde e educação e aos governos provinciais.

Esta abordagem incentiva uma maior apropriação, planificação e sustentabilidade a nível local. Também ajuda a desenvolver a capacidade e fortalece os sistemas de prestação de contas que são essenciais para um desenvolvimento de longo prazo.

Um elemento único do programa da Irlanda em Moçambique é a parceria com a Iniciativa da Fundação Clinton de Acesso à Saúde (CHAI). Este acordo, que data de 2003 e que continuará pelo menos até 2015, combina a experiência da Irlanda no sector da saúde em Moçambique com a perícia operacional da CHAI. Permite que a Irlanda e a CHAI trabalhem conjuntamente na provisão de apoio financeiro e técnico para a implementação da estratégia nacional de saúde de Moçambique, em especial na saúde materno-infantil e na prevenção e tratamento do HIV e SIDA. Esta parceria tem ajudado a proporcionar alguns resultados impressionantes, nomeadamente um aumento de cem vezes no número de pessoas que beneficiaram de prevenção da transmissão da infecção pelo HIV da mãe para o filho, e aumentos significativos no número de adultos e crianças diagnosticados e tratados com sucesso com tratamento anti-retroviral.

A Irlanda continuará a fortalecer as organizações locais da sociedade civil através do Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil, o qual providencia capacitação institucional fundos de apoio à monitoriza da governação e advocacia. Um novo fundo de desenvolvimento local para a sociedade civil será estabelecido. Outras parcerias serão consolidadas e novas parcerias serão consideradas ao longo dos próximos cinco anos. O estabelecimento dum fundo de investigação e inovação como parte do programa, fornecerá uma base factual para o diálogo com todos os parceiros da Irlanda.

5. Orçamento indicativo de 2012 à 2016

A abordagem da Ajuda Irlandesa incentiva a participação para fortalecer a apropriação local.

Apesar dos desafios, as taxas de retenção no ensino primário estão a melhorar em Moçambique (foto: Jérôme Morreton).

design_ww

w.reddog.ie

Printed on FSC paper.

Irish AidDepartment of Foreign Affairsand TradeVolunteering and Information Centre27-31 Upper O’Connell StreetDublin 1t +353 (1) 408 2000 e [email protected]

Irish Aid Department of Foreign Affairsand TradeRiverstone House Henry Street Limerick

Embaixada da IrlandaAvenida Julius Nyerere 3332MaputoMoçambiquet +258 21 491440

Para mais informação sobre o trabalho da Ajuda Irlandesa em Moçambique, visite a página www.irishaid.ie.