estudo da relaÇÃo entre a prÁtica de trilha de motocicleta e o meio ambiente no municipio de...
DESCRIPTION
PEDRO ALVES LOPES NETOTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS II – ALAGOINHAS
COLEGIADO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PEDRO ALVES LOPES NETO
ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE A PRÁTICA DE TRILHA DE MOTOCICLETA E O MEIO AMBIENTE NO MUNICIPIO DE
ALMENARA-MG
Alagoinhas– Bahia 2011
PEDRO ALVES LOPES NETO
ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE A PRÁTICA DE TRILHA DE
MOTOCICLETA E O MEIO AMBIENTE NO MUNICIPIO DE ALMENARA
ALAGOINHAS-BA 2011
Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão do curso em Educação Física da Universidade do Estado da Bahia – Campus II, sob a orientação da professora Viviane Rocha Viana
PEDRO ALVES LOPES NETO
ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE A PRÁTICA DE TRILHA DE MOTOCICLETA E O MEIO AMBIENTE NO MUNICIPIO DE
ALMENARA-MG
Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão do curso em Educação Física da Universidade do Estado da Bahia – Campus II.
Alagoinhas, 26 de setembro de 2011. Banca Examinadora: Professor Dr. Augusto César Rios Leiro Professor Ms. Ubiratan Azevedo de Menezes
Aos meus pais Alberto Alves dos Santos e Elizabete Oliveira Lopes, as duas pessoas mais importantes de minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado tanta força para chegar ao fim desse curso porque pensei em desistir varias vezes, mas graças a ele estou conseguindo conclui-lo;
Agradeço especialmente a meu pai e a minha querida mãe por te me ajudado
todos os dias que eu estive estudando; Agradeço a minha tia Noilde, meu tio Kleber e meus primos Ulysses e Gabriel
por terem me dado força quando eu cheguei em Alagoinhas; Aos meus colegas de república Diego, Marcos, Junior, Marcelo, Sergio, Alex e
João, por terem me ajudado na convivência durante os quatro anos; Agradeço especialmente a Vinicius por te me ajudado várias vezes durante
essa jornada, ele foi o irmão que eu nunca tive, espero levar essa grande amizade pelo resto de minha vida;
Agradeço a Alexsandro (Pity) outro cara que sempre esteve presente em
todas as horas; Agradeço a Helder, Rodrigo e Raimundo, por terem me dado força nos quatro
anos que passei aqui em Alagoinhas; A minha tia Cida, tio João e meus dois primos Juliana e Otacílio por sempre
me ajudarem quando eu precisei; Aos meus colegas de sala; A minha amiga Sunanda por ter me dado apoio durante esses quatro anos; A Dilvania por ter me ajudado nessa etapa de minha vida; A Nildo pelo apoio desta ultima etapa de minha jornada; A Vanessa, Natasha, Neila, por terem me aturado; A diretoria Anderson, Nilto (Cajá), Reinaldo (Pulga),Thiago (Ipirá), Vinicius; Aos professores Bira, Diana, Micheli, Luiz, Cesar, Neuber, Mauricio, Valter
Eduardo, Pitanga, Mônica, Ana Simon e Gregório; As meninas do colegiado Mireli, Monaliza, Djane (Djavu) e Rafaela por
sempre terem me ajudado durante esses anos; A professora Viviane Rocha Viana pela sua constante ajuda nas correções
dessa monografia.
“Na natureza não se deixa nada, só pegadas. Na natureza não se mata nada, só o tempo. Da
natureza não se tira nada, apenas fotos."
Autor Desconhecido
RESUMO Este trabalho teve como objetivo realizar um diagnóstico sobre o espaço que é destinado à prática de trilha de motocicleta no município de Almenara-MG, uma vez que ao se praticar este esporte, os individuos estão sempre em contato direto com a natureza. Esta pesquisa foi realizada por meio da abordagem qualitativa do tipo estudo de caso, utilizando como técnica de coleta de dados a observação participante, no período de 20 de dezembro de 2010 a 20 de janeiro de 2011 com um grupo de trilheiros de moto do município de Almenara-MG, o qual o pesquisador faz parte. A técnica de coleta de dados deu-se a partir da aplicação de um questionário fechado para realizar um diagnóstico entre os participantes do grupo. Os dados foram analisados após a aplicação do questionário por meio de gráficos, para que se tenha um melhor esclarecimento sobre o tema abordado. Após a pesquisa realizada constatamos que os esportes de aventura, apresentam-se como um fenômeno relativamente recente, de formato ainda indefinido e em pleno processo de incorporação na vida social. Consideramos que a relação entre esporte e meio ambiente é uma relação de mão dupla, no momento em que o esporte pode exercer uma influência positiva sobre o meio ambiente, desde que seja praticado de forma consciente, respeitando a natureza e, por outro lado, podendo ocasionar alterações no mesmo ou até destruí-lo. Assim sendo, esperamos que estudos posteriores sobre prática de trilha de motocicleta e o meio ambiente possam contribuir não somente sob o ponto de vista dos esportes de aventura na natureza, mas também sobre a ótica de reconhecimento e concretização da preservação do meio ambiente, uma vez que este deve ser conservado para as futuras gerações. Palavras-chave: trilha de motocicleta, meio ambiente, esporte de aventura.
ABSTRACT This study aimed to perform a diagnosis on the space thar is used for the practice track motorcycle in the town of Almenara, MG, since when practicing this sport, individuals are always in direct contact with nature. This research was conducted through a qualitative approach of case study, using data collection technique of participant observation in the period 20 December 2010 to 20 January 2011 with a group of hikers bike in the city of Almenara, Minas Gerais, which is part of the researcher. The technique of data collection took place from the application of a closed questionnaire to conduct a survey among participants of the group. The data were analyzed after the questionnaire by means of graphs, in order to have a better explanation about the topic. After the survey found that the adventure sports, stand as a relatively recent phenomenon, the format still undefined and in the process of incorporation into the social life. We consider the relationship between sport and environment is a two-way relationship at the time that the sport can have a positive influence on the environment, provided it is done consciously, respecting nature and on the other hand, may cause changes in the same or even destroy it. Therefore, we expect that further studies on the practice track motorcycle and the environment can contribute not only from the point of view of adventure sports in nature, but also on the optical recognition and implementation of environmental conservation, since this must be conserved for future generations. Keywords: trail bike, environment, sport and adventure.
LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 – Tempo de prática do esporte 26
Gráfico 02 – Entendimento sobre meio ambiente 27
Gráfico 03 – Entendimento sobre degradação do meio ambiente 28
Gráfico 04 – Ocorrência de mudança no meio ambiente após o inicio de
trilhas de moto
28
Gráfico 05 – Ações desenvolvidas por parte do grupo de trilhas para
promover a conscientização e preservação do meio ambiente
29
Gráfico 06 – Maior relevância da prática de esportes em contanto com a
natureza
30
Gráfico 07 – Benefícios que a prática das trilhas de motocicleta trouxe para a
vida dos participantes
31
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 10
2. DETALHANDO O MEIO AMBIENTE 12
2.1 Meio ambiente e trilha 12
2.2 Meio ambiente e esporte 14
2.2.1 Esporte de aventura 15
2.2.2 Considerações sobre as atitudes dos praticantes de esporte
de aventura
18
2.3 Meio ambiente e degradação 20
2.3.1 Degradação do meio ambiente 22
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 23
3.1 Tipo de estudo 23
3.2 Espaço e sujeitos pesquisados 23
3.3 Técnica da coleta de dados 24
3.4 Técnica da analise de dados 25
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS 26
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 32
6. REFERÊNCIAS 34
10
1 INTRODUÇÃO
O esporte de aventura se configura como integrante da área de educação
física, tendo este algumas características importantes, principalmente por possibilitar
um contato direto com a natureza, além de ser uma prática de lazer realizada
comumente nos finais de semana. Seus praticantes saem da poluição encontrada na
cidade e entram em contato com um ambiente totalmente diferente daquele em que
passa a sua maior parte do tempo. Mas considera-se necessário que esta prática
deva ser acompanhada de uma consciência ambiental e cuidada com a preservação
do espaço evitando que ele venha a ser degradado.
É neste cenário que surge a motocicleta um veículo de duas rodas equipado
com um motor que propicia sua movimentação. A história da motocicleta teve início
na segunda metade do século XIX, e se confunde com o desenvolvimento da
bicicleta porque a idéia de motorizá-la surgiu logo após o nascimento dos primeiros
biciclos (DANNEMANN, 2009).
Inventada respectivamente por um americano e um francês, sem se
conhecerem e pesquisando ao mesmo tempo em seus países de origem. Sylvester
Roper nos Estados Unidos e Louis Perreaux, do outro lado do atlântico, fabricaram
um tipo de bicicleta equipada com motor a vapor em 1869. Nessa época as
experiências para se adaptar um motor a vapor em veículos leves foram se
sucedendo, e mesmo com o advento do motor a gasolina, continuou até 1920,
quando foram abandonadas definitivamente (DANNEMANN, 2009).
No Brasil a primeira motocicleta fabricada foi a Monark em 1951. Depois a
fábrica lançou três modelos maiores com propulsores CZ e Jawa, da
Tchecoslováquia e um ciclomotor (Monareta) equipado com motor NSU alemão.
Hoje, uma boa parte dos praticantes da trilha de motocicleta já está tendo
uma preocupação em manter o meio ambiente preservado como forma de contribuir
para a conservação do patrimônio ambiental, algo que não aconteceu quando iniciou
as fabricações.
Neste sentido, é relevante salientar que a minha história com a trilha de
motocicleta teve inicio quando aos 16 anos tive a oportunidade de começar a
praticar esse esporte tão inovador e que cada dia mais vem crescendo no Brasil,
incluindo o município de Almenara-MG
11
Atualmente neste município a prática de trilha de motocicleta tem
aumentando significativamente, uma vez que o espaço destinado a tal prática
caracteriza-se por uma grande área verde e propícia as atividades de trilhas, além
de ter grande número de moradores que utilizam as motos para locomoção e lazer,
especialmente entre os jovens.
Assim sendo, esta proposta de pesquisa tem como objeto: O estudo da
relação entre a prática de trilha de motocicleta e o meio ambiente no município de
Almenara-MG.
Considerando o exposto levanta-se a seguinte problemática: como se dá a
relação entre a prática de trilha de motocicleta e o meio ambiente no município de
Almenara-MG?
Dessa forma, vale ressaltar que a pesquisa apresenta relevância por discutir
alguns aspectos importantes como a relação meio ambiente e pratica esportiva,
considerando todos os problemas que se tem visto em relação à degradação do
meio ambiente, sustentabilidade, assim como também pela possibilidade de
contribuir com as discussões pertinentes à temática esporte de aventura.
Temos como objetivo geral realizar um diagnóstico sobre o espaço que é
destinado à prática de trilha de motocicleta no município de Almenara-MG. Os
objetivos específicos destacam-se por identificar se o meio ambiente vem sofrendo
algum tipo de perda ao longo das práticas de trilha de moto, onde são realizadas;
verificar que tipo de relação os trilheiros estabelecem com o meio ambiente durante
a prática do esporte; proporcionar uma discussão sobre prática de trilha de moto e
consciência ambiente; e, relatar a percepção dos trilhereiros sobre a relação entre
prática de trilha e preservação do meio ambiente.
A pesquisa está dividida em cinco tópicos como mencionados a seguir: no
primeiro tópico encontra-se a introdução composta pela justificativa, problemática e
objetivos; no segundo tem-se detalhado o meio ambiente, salientando meio
ambiente e trilha; meio ambiente e esporte, o qual evidencia o esporte de aventura
e considerações sobre as atitudes dos praticantes dessa atividade esportiva; e, o
meio ambiente e degradação; no terceiro tópico encontra-se os procedimentos
metodológicos; já no quarto trazemos a apresentação e discussão dos dados; e, por
último encontram-se as considerações finais.
12
2. DETALHANDO O MEIO AMBIENTE
2.1 Meio Ambiente e Trilha
No Brasil pode-se verificar o crescimento da prática de trilha de moto, um
esporte de aventura inovador. Durante anos vem sendo realizada em todo o mundo
por pessoas de todas as idades.
É evidente que atualmente estamos atravessando uma crise ecológica e
nela várias discussões têm sido levantadas para que precauções sejam tomadas e o
meio ambiente não seja atingido nem prejudicado. Sendo assim é importante
mencionar que a trilha de moto é considerada pelos ecologistas como uma direta
ofensa a natureza se praticada de maneira indevida e inconsequente.
A trilha de motocicleta teve seu inicio nos EUA onde é chamada de "trail"
que na tradução para o português significa caminho, trilha, rastro ou picada.
Diante dessas informações podemos perceber que a sua vinda para o Brasil,
na década de 70, ocorreu através de praticantes de motocicleta, que encontraram
nesta prática um lazer alternativo para os finais de semana, procurando uma forma
de fugir da rotina, formando um interminável ciclo de amizades e confraternização.
Logo, não podemos deixar de citar que a topografia brasileira é
extremamente favorável, aliada à ausência e pela limitação dos clubes campestres,
tornou-se em pouco tempo propicio a prática deste esporte.
Nesta perspectiva, identifica-se que o Estado da Bahia também oferece
relevo propicio para o desenvolvimento da pratica de trilha. Esta é uma pratica
realizada em diversos países do mundo, que rapidamente veio a se popularizar em
todo estado, proporcionando o estreitamento das relações entre aqueles que se
utilizava dessa prática com os fazendeiros e colonos que habitam na região rural.
Muito utilizadas para o ecoturismo às trilhas em áreas naturais ainda são
pouco pesquisadas e tecnicamente trabalhadas no Brasil. Embora existam livros e
manuais excelentes sobre planejamento, construção e manutenção de trilhas em
áreas naturais em outros países, a maioria destas publicações é pouco acessível
aos técnicos do Brasil.
13
Em muitos casos as trilhas constituem segmentos onde o solo encontra-se
desprovido de vegetação, portanto desprotegido da ação das gotas de chuva e do
escoamento da água, fatores estes responsáveis pelo desencadeamento de
processos erosivos. O próprio leito da trilha é um caminho preferencial para o
escoamento da água. Em locais onde o declive é acentuado a força erosiva da água
se intensifica desagregando partículas de solo no leito da trilha e transportando-as
para locais de cotas inferiores podendo assorear cursos d’água e causar outros
impactos ambientais. De acordo com Feldmann (2004, p.147):
[...] justifica-se, portanto, a necessidade de trabalhos periódicos de manutenção nas trilhas no sentido de diminuir a ação erosiva da água em seu leito e permitir sua utilização por vários anos como é o caso das trilhas incas no Peru que se encontram intactas há quase 3000 anos.
Além dos problemas causados por agentes naturais, é notório que a ação do
homem contribui significativamente para a degradação das trilhas em ambientes
naturais. Dentre os principais problemas causados pelo homem no leito das trilhas
pode-se citar: a presença de motos e principalmente a ausência de manutenção.
Segundo Crespo (2003) já existe empresas que atuam na elaboração de
projetos que visam à manutenção e conservação de trilhas em ambientes naturais
por meio de soluções simples e eficazes, auxiliando gestores de parques e Unidades
de Conservação, empreendedores, dentre outros; no manejo e na conservação de
ambientes naturais. São técnicas simples, mas que trazem bons resultados no
sentido de proteger as trilhas e permitir seu uso por um tempo maior, além,
principalmente, de proteger o meio ambiente, ação esta que deve ser disseminada
por todos que apreciam ambientes naturais.
Diversos esportes de aventura vêm sendo muito criticados pelos ecologistas
por suas práticas se darem em contato direto com a natureza, um ambiente muito
sensível. Assim, os profissionais que venham a desenvolver as atividades de
aventura devem ter consciência do risco que corre os ambientes naturais.
Para Santos (2001) algumas reflexões indicam que uma educação que
pretende ser inovadora, seja para o corpo, o ambiente, o lazer, ou para o esporte,
precisa estar atenta às necessidades e em sintonia com as diferenças do saber
humano.
14
Conforme Luchiari (2000, p. 12):
[...] é na emergência dos territórios que a sociedade mediatiza suas relações com a natureza e lhe atribui um valor, uma representação e um controle sobre as paisagens que os seres humanos disputam em um campo relacional de poder [...]
Neste sentido, é relevante enfatizar que as trilhas, como meio de comentário
ambiental, visam não somente a transmissão de conhecimentos, mas também
propiciam atividades que revelam os significados e as características do ambiente
por meio do uso dos elementos originais, por experiência direta e por meios
ilustrativos, sendo assim, instrumento básico de programas de educação ao ar livre.
De acordo com os autores citados nesse item pode-se dizer que os
participantes das trilhas devem se preocupar em preservar o meio ambiente não
causando prejuízo aos rios, a fauna e a flora, visto que estes recursos naturais
devem ser conservados para que as paisagem sejam apreciadas pelos seres
humanos.
Considerando o exposto pode-se afirmar que as trilhas constituem uma
experiência importante, por permitir que em áreas naturais sejam criadas
verdadeiras salas de aula ao ar livre e verdadeiros laboratórios vivos, gerando o
interesse, a curiosidade e a descoberta, além de possibilitar formas diferenciadas do
aprendizado tradicional.
2.2 Meio Ambiente e Esporte
As práticas esportivas no que refere ao meio ambiente têm sido admitidas
historicamente por três abordagens principais: a que constata uma redução no
desempenho físico por efeito negativo sobre o corpo do praticante (exemplo: calor
excessivo), aquela que identifica o esporte como poluidor da natureza – ou mesmo
destruidor – (exemplo: esportes de inverno em locais naturais), e a que atribui ao
esporte a função de proteger o meio ambiente (exemplo: surfistas protetores de seus
points em praias). Estas três interpretações têm semelhança com o que tem
acontecido com o trabalho no campo e nas fábricas, sobre o qual os excessos
15
geram ineficiência e contaminação, e o equilíbrio pode produzir auto realização do
trabalhador (DACOSTA, 2006).
No período colonial – séculos XV a XIX - em que europeus trabalharam ou
fizeram nativos ou escravos trabalharem nas Américas, África e Ásia, tornou-se
evidente que o clima quente (tropical e deserto) e as altas montanhas prejudicavam
sobremaneira a produtividade do trabalho braçal. A passagem desta compreensão
para o esporte foi natural e até mesmo cabível, pois a ciência já mensurava
deterioração da capacidade física no final do século XIX nas altas montanhas dos
Alpes. Em 1907, o Barão Pierre de Coubertin – onze anos depois de resgatar os
Jogos Olímpicos – adotava pela primeira vez no mundo do esporte uma posição de
defesa da natureza, ao mobilizar os esportistas para que limpassem seus campos
de prática (DACOSTA, 1997, p. 44). Estava compreendida então a definição do
esporte como poluidor.
No Brasil, a preocupação com o meio ambiente teve um significado inicial
negativo e higienista, no século XIX, pois estava relacionado com doenças tropicais
e, por conseguinte, também causador de condições inferiores de trabalho. No
esporte brasileiro, aparentemente a preocupação com o meio ambiente teve realce
nos anos de 1960 quando pesquisas foram feitas no sentido de dimensionar o efeito
do calor sobre a atividade física, nas condições específicas do clima tropical úmido
da cidade do Rio do Janeiro. A partir deste acontecimento vários modos de
compreensão e definições deles decorrentes foram surgindo no país e no exterior na
medida em que se identificavam causas e efeitos do meio ambiente sobre o esporte
e vice versa, ao se acompanhar os desafios de competição de atletas em climas
adversos (DACOSTA, 2006).
Concordando com o autor citado anteriormente é importante salientar que a
combinação entre esporte e meio ambiente é perfeita para os que procuram
emoções extremas sem ter que apelar para as formas mais perigosas e artificiais
que existem nos centro urbanos, onde existe poluição e muita adrenalina.
2.2.1 Esporte de aventura
Apesar de ultimamente ter se falado sobre esportes de aventura, ainda são
poucos os estudos acadêmicos que discute e investiga esse assunto. A partir de
16
1990 eles se tornaram mais evidentes na sociedade uma vez que o homem passa a
buscar ambientes naturais e artificiais para realizar essa prática.
Assim sendo, pode-se comentar que os esportes de aventura, conhecidos
também como esportes radicais, possuem características e significados
diferenciados dos esportes tradicionais. Entre as diversas definições apresentadas
na bibliografia estudada compactuo com a ideia de Paiva (2001, p.8) que entende os
esportes de aventura como “aqueles que não possuem limitação de tempo e espaço,
e sem regras para sua prática, eles somente seguem normas de segurança
necessárias para cada modalidade”.
Assim, os esportes de aventura permitem que o praticante confronte-se com
ele próprio, superando limites, ultrapassando barreiras e vencendo desafios. Mas,
não se pode deixar de perceber que antes do surgimento desses esportes já
existiam práticas que envolvem desafios e aventura, mas que não podiam ser
caracterizadas como esporte, pelo menos não como se entende o esporte na
atualidade.
Os esportes de aventura podem ser classificados como terrestres, aquáticos e
aéreos de acordo com o local da sua prática. Ou ainda como urbanos e de natureza.
Os de natureza são praticados em ambientes naturais e utilizam os obstáculos
naturais para sua prática, também conhecidos como outdoor1. Entre os esportes
outdoor pode-se citar o trekking,2 escalada, corridas de aventura, corridas de
orientação, surf, rafiting, 3entre outros. Esses esportes, além de tudo que um esporte
de aventura oferece, promovem também uma relação ímpar com a natureza,
incluindo conceitos de preservação do meio ambiente e consciência ecológica.
Essa busca pelos esportes de aventura evidencia uma nova tendência no
cenário esportivo, a de trazer os esportes do espaço fechado para o espaço aberto,
1 Esportes Outdoor são todas as modalidades esportivas chamadas de radicais ou de aventura. O
intuito é o do praticante liberar o stress e as pressões da “vida urbana” através de esportes que ativam a liberação de adrenalina no sangue. Informações retiradas do site: < http://www.msisports.com.br/p_esprad_hist.php> Acesso em: 07 jul 2011. 2 O trekking é um tipo de caminhada rústica com orientação, onde o esportista entra em contato direto
com a natureza e seus obstáculos, tais como florestas, montanhas, cerrados e rios que devem ser transpostos, sempre se orientando por meio de bússola ou GPS (equipamento de orientação por satélite) proporcionando uma grande aventura, além de dores musculares. Informações retiradas do site: < http://ambientes.ambientebrasil.com.br/ecoturismo/eco-esportes/trekking_-_caminhada_rustica.html> Acesso em:11 jul 2011. 3 Rafting, assim como surf ou caiaque radical, é um esporte radical praticado na água, entretanto
enquanto o surf é praticado no mar, o rafting é praticado em rios onde os participantes descem corredeiras desbravando rios a bordo de um bote. Informações retiradas do site: < http://www.culturamix.com/saude/esporte/rafting> Acesso em: 11 jul 2011.
17
para a natureza. Essa tendência pode estar retratando uma nova dimensão do
relacionamento homem natureza (DARIDO, 2005, pg. 183).
Dessa forma, é notória a expansão das atividades de aventura e, a escolha
por tais atividades, pode ser traduzida pelo desejo de aproximação maior e mais
intensa com o meio natural, movido por inúmeros ideais. Os esportes de aventura
oferecem a possibilidade de vivenciar sentimentos de prazer, em função de suas
características que promovem, inclusive, a ampliação do senso de limite da
liberdade e da própria vida. Essa expansão pode ser conseqüência do afastamento
do homem da natureza pela própria estrutura da sociedade capitalista em que se
vive hoje, onde muitos “preferem acumular riquezas ao invés de perder tempo numa
comunicação com a natureza” (BRUHNS, 1997, p. 87).
De acordo com Marinho (2001, p. 144) essas atividades produzem:
(...) uma definição bastante reduzida da natureza. Esta, por sua vez, passa a ser encarada como um mero local de atividades, cujo propósito é limitado a servir as necessidades dos praticantes que procura satisfação e prazer. A natureza, levada, então, a um segundo plano é redefinida como um ambiente coincidentemente útil e agradável, atrativo e conveniente para as atividades esportivas. O conhecimento e a proteção ambiental, nesse contexto, parecem ser irrelevantes.
Nesse sentido, a natureza passa a ser um mero palco para a prática de tais
atividades, onde o homem chega, consome o que lhe é necessário e conveniente e
parte deixando apenas o rastro de sua passagem.
Retornando a Marinho (2001, p.147), percebe-se que:
(...), se por um lado, reportagens mostram que, nessa busca pelo risco, pela aventura, a natureza, algumas vezes, pode ser percebida como um mero cenário atrativo para a prática esportiva, por outro, atitudes de respeito e cuidado também surgem nas entrelinhas desse jogo de representação.
Mas, esse respeito e cuidado não surgem na prática pela prática. “Ou seja, é
ingênuo pensar que apenas a prática de atividades junto a natureza, por si só, seja
suficiente para a compreensão das questões ambientais mais profundas”
(FIGUEIREDO, 2002, p. 96).
Principalmente porque, muitos desses esportes podem estar reforçando a
idéia de superioridade frente a natureza que o homem tem. Dessa forma, se faz
fundamental a intervenção do educador no sentido de promover que essa prática
seja realizada de forma pensada e refletida.
18
Outros autores defendem a idéia de que o contato com a natureza traz ao
praticante dos esportes de aventura uma consciência ecológica no sentido de
promover a melhoria da qualidade de vida e a preservação do meio ambiente. O
próprio Coletivo de Autores quando trás como exemplo organizar atividades de lazer
em áreas verdes sugere que:
Essas experiências devem proporcionar a ampliação de referências que levem o aluno a compreender e explicar à necessidade de a população participar da gestão do seu patrimônio ambiental, as relações da questão ecológica com a saúde dos trabalhadores, com o desenvolvimento urbano, a opção tecnológica etc. (SOARES et. al, 1992, p. 63)
Da mesma forma, Costa (2000 apud GREZZANA, 2003, p.70) traz que “a
prática dos esportes de aventura na natureza possibilitam a compreensão de uma
educação ambiental, pela busca do entendimento entre o homem e o meio
ambiente”. E é com esse princípio que se sugere que essa relação homem-natureza,
não seja uma relação de consumo e sim uma relação de construção e preservação,
pensada, refletida.
2.2.2 Considerações sobre as atitudes dos praticantes de esporte de aventura
Segundo Costa (2000), o aparecimento e a difusão de esportes que têm como
característica a aventura e o risco calculado reorganizaram o sistema de esportes,
produzindo uma ruptura com as práticas esportivas convencionais, veiculadas no
esporte-espetáculo, produzindo uma renovação simbólica e de signos que se
fizeram presentes no imaginário esportivo de séculos passados, bem como
remanejando elementos existentes anteriormente nos esportes, dando-lhes novas
configurações.
Sendo assim, a busca pelos esportes de risco e aventura pode ter uma íntima
relação com a lógica atual vivida na sociedade, no que se refere ao aumento da
incerteza política, econômica, social e cultural. Nesse mundo globalizado e
individualista ao extremo, as pessoas passam a perceber mais o risco e conviver
com este como resultado das múltiplas contingências sociais.
Com isso, alguns grupos se formam, de acordo com a convergência de seus
interesses e desejos, em torno dessas práticas, revelando emoções, sentidos,
19
simbolismo, dimensões culturais de vivenciar tais experiências e buscam, em
atividades de risco e aventura, o sentimento de glória, de vitória. Além disso, a
busca de uma identidade própria, de “ser diferente”, de tentar ir de encontro aos
preceitos de um mundo globalizado, canaliza motivações para vivenciar atividades
na natureza. Na análise de Serrano (2000), a possibilidade de praticar atividades
físicas na natureza remete a uma exacerbação do individualismo pela busca do
elemento risco.
Uma característica a ser ressaltada é a de que a prática dessas atividades,
muitas vezes, passa a ser uma válvula de escape da vida cotidiana e do estresse da
vida urbana, que se reflete na busca do elemento “exótico” nas viagens à natureza e
em certa fuga de valores que são vividos no cotidiano das pessoas.
Uma das preocupações apontadas por Marinho (2003) é o fato de que, em
muitos casos, há uma “desterritorialização” quando da busca da natureza para a
prática de atividades físicas, sendo levados, para o meio ambiente natural, aspectos
e padrões vividos no meio urbano, fazendo com que a natureza seja rotulada como
um mito, tratando obstáculos naturais (montanhas, corredeiras, cachoeiras, entre
outros) como desafios utópicos a serem superados, numa vivência irreal de
radicalidade.
No entanto, contraditoriamente, acaba por afastar, na maioria das vezes, os aventureiros do seu maior desafio, a simples vivência da natureza, não deixando que os mesmos se defrontem com o nativo, o inesperado, mas que sigam normas e condutas de regulamentação, que se transformam em empecilhos mais difíceis de serem vencidos do que os próprios obstáculos naturais, não promovendo a livre adesão e uma relação harmônica entre ser humano e natureza (TEREZANI, 2004, p. 30).
Ao sistematizar alguns dos principais processos de impactos do lazer na
natureza, Barros e Dines (2000, p. 58) os agrupam em dois aspectos ecológicos,
quando provocam alterações no ambiente, degradando o solo, a vegetação, os
recursos hídricos e a fauna, e sociais, quando causam uma diminuição na qualidade
da experiência dos visitantes.
Assim, é possível não apenas identificar as dificuldades em relação aos
prováveis impactos, mas também perceber a falta de normatização em relação a
quem pratica, opera ou vende produtos referentes aos esportes de aventura.
Além disso, na falta de legislação pertinente, não há como fiscalizar a
operacionalização de tais esportes no meio ambiente, o que o torna vulnerável.
20
2.3 Meio Ambiente e Degradação
Vivemos em constantes transformações, porém, alguns fatores
desencadeados pelo comportamento do ser humano, na escolha de um modelo de
desenvolvimento desenfreado e a busca de exploração dos recursos naturais com
vistas ao lucro exacerbado, têm causado transformações tanto em aspectos
individuais (valores, atitudes), quanto em aspectos sociais (relações interpessoais,
qualidade de vida).
Segundo Guattari (1990, p. 7), “paralelamente a tais perturbações, os modos
de vida humanos individuais e coletivos evoluem no sentido de uma progressiva
deterioração”. A repercussão dessas transformações atinge as relações subjetivas
estabelecidas entre familiares, entre amigos, entre vizinhos e entre ser humano-
natureza.
O problema ambiental, mais que uma crise ambiental, é um questionamento
do pensamento e do entendimento sobre as atitudes vividas na atualidade e as
relações estabelecidas na sociedade capitalista, no que se refere à busca de um
desenvolvimento pautado na lógica da dominação da natureza e dos recursos
naturais, que segundo Leff (2003, p. 19):
é um questionamento da ontologia e da epistemologia com as quais a civilização ocidental compreendeu o ser, os entes e as coisas; da ciência e da razão tecnológica com as quais a natureza foi dominada e o mundo moderno economizado.
Os males causados ao planeta Terra não devem ser interpretados como uma
justificativa para afastar o ser humano das áreas naturais e criar um paradigma de
uma natureza intocada e intocável. Diante desse impasse, Diegues (2000) expõe
sua preocupação com a herança trazida pelas antigas políticas conservacionistas –
e, conseqüentemente, defendida por algumas correntes de ambientalistas –,
refletida, a partir de meados do século XIX, na criação de áreas naturais protegidas
nos Estados Unidos, com a lógica de separação entre as “ilhas” de conservação
ambiental e as comunidades locais.
Para o autor, a visão equivocada de separação ser humano- natureza
desrespeita valores vivenciados por comunidades locais (populações indígenas,
caiçaras, comunidades tradicionais) que há séculos vivem em áreas de preservação
21
e possuem um conhecimento de grande valor no que diz respeito a modos de
convivência e preservação dos recursos naturais.
Essa preocupação é percebida no discurso de Morin (2001, p. 26), em busca
de uma lógica que compreenda a complexidade das relações ser humano-natureza
e a importância do respeito às culturas locais, às populações habitantes de áreas
naturais e os conhecimentos que estas trazem no bojo de sua cultura.
No mesmo caminho de indicação de uma nova maneira de viver e
compreender as relações, é possível concordar com Guattari (1990, p. 8), quando
afirma a importância da compreensão e da defesa de uma ecologia pautada não
apenas numa consciência parcial dos perigos mais evidentes que ameaçam o meio
ambiente natural e em perspectivas tecnocráticas, mas sim numa perspectiva que
possa levar em consideração outros aspectos:
[...] ao passo que só uma articulação ético-política – a que cham-se ecosofia – entre os três registros ecológicos (o do meio ambiente, o das relações sociais e o da subjetividade humana) é que poderia esclarecer convenientemente tais questões (GUATTARI,1990, p. 8).
Para Pesci (2003) devem ser levados em consideração aspectos ligados ao
compromisso com a solidariedade e a compreensão de que todos os seres vivos se
acham interligados e fazem parte do ciclo da vida.
Trata-se, definitivamente, de um compromisso integral com a vida não somente intelectual, mas também sensorial; vida que é a natureza em todas as suas formas: homens, plantas, animais, geosfera, biosfera (PESCI, 2003, p. 141).
Dessa forma, achando-se envolto em tais questões e buscando caminhos de
melhoria das relações individuais e sociais, o ser humano estaria buscando
redescobrir a importância de saber viver e cuidar do meio ambiente, no qual,
[...]está embutida não apenas a preservação, de maneira isolada e estanque, mas integrando uma infinidade de conteúdos, de complexificação do conhecimento, articulando uma visão diferenciada sobre os acontecimentos naturais, socioculturais, político-econômicos, num entendimento do ser humano como elemento corresponsável, fundamental, em tudo o que ocorre no âmbito da sobrevivência física do planeta e da própria qualidade de vida em um sentido amplo, renovado e diferenciado (BRUHNS, 1999, p. 502).
22
Levando em conta o mencionado é importante destacar que o progresso
econômico, está baseado em exploração dos recursos naturais e na poluição do
meio ambiente. Todavia, essas ações eram explicadas pelo crescimento
populacional, exigindo o atendimento de uma demanda também cada vez mais
crescente por bens materiais, em detrimento da preservação dos ecossistemas
naturais.
2.3.1 Degradação do meio ambiente
Dentre os vários problemas enfrentados pela sociedade do séc. XXI, destaca-
se o da degradação ambiental. Com isso, pode-se evidenciar que inúmeras
espécies, animais e vegetais, já foram extintas, enquanto outras milhares estão
ameaçadas, além dos recursos naturais estarem cada vez mais escassos. A
preservação ambiental é exeqüível, desde que haja planos para moldá-la ao
desenvolvimento tecnológico, e, que a conscientização mundial seja factível.
Degradar é o mesmo que degenerar, desgastar, estragar, devastar, destruir,
assim a degradação ambiental ou do meio ambiente é o processo de degeneração,
desgaste, devastação, destruição das condições ambientais ou do habitat de uma
coletividade (MOREIRA, 2010).
Dessa forma, pode-se mencionar que nos processos de degradação
ambiental ocorrem alterações biofísicas do meio que provocam alterações na flora e
na fauna natural, podendo acontecer inclusive eventual prejuízos na biodiversidade,
com diferentes graus de intensidade.
Assim, quando se desencadeia um processo de degradação ambiental
sempre vai haver a perda de qualidade de vida em virtude das alterações
ambientais, mesmo que estas sejam relativas. A degradação do meio ambiente pode
acontecer pela ação humana ou de forma natural (MOREIRA, 2010).
Nesse sentido, pode-se acrescentar que a degradação do meio ambiente é a
destruição gradativa de uma região, de uma área, de um curso d'água, ou seja, de
um ambiente ecologicamente equilibrado, pela ação do homem.
23
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 Tipo de estudo
Esta pesquisa foi realizada por meio da abordagem qualitativa do tipo estudo
de caso, utilizando como técnica de coleta de dados a observação participante.
Minayo (1999) diz que a abordagem qualitativa não pode pretender o alcance
da verdade, com o que é certo ou errado; deve ter como preocupação primeira a
compreensão da lógica que permeia a prática que se dá na realidade, além de
trabalhar com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, ou seja, corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos
processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de
variáveis.
Segundo Santos et al., (2007, p. 126) o estudo de caso é uma investigação
prática realizada em um local previamente definido que atende aos objetivos
propostos na pesquisa, é também caracterizado pela observação de fatos tal como
ocorrem espontaneamente.
Foi realizada a observação participante que de acordo com Marconi e Lakatos
(2006) caracteriza-se por apresentar uma tentativa de colocar o observador e o
observado do mesmo lado, tornando o observador um membro do grupo de maneira
que possa conhecer o que eles vivenciam e trabalhar o sistema de referência deles.
Quanto à discussão teórica, propõem-se a realização de uma revisão
bibliográfica que terá como referência as obras e autores que problematizem a
relação esporte e meio ambiente, utilizando também como referência alguns autores
que tratam da questão do meio ambiente em uma perspectiva crítica.
3.2 Espaço e sujeitos pesquisados
Esta pesquisa foi realizada no período de 20 de dezembro de 2010 a 20 de
janeiro de 2011 com um grupo de trilheiros de moto do município de Almenara-MG,
com idades entre 18 a 54 anos do qual o pesquisador faz parte.
24
Almenara é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua
população de acordo com a contagem populacional realizada pelo IBGE em 2007
era de 36.977 habitantes.
Almenara é palavra do árabe que significa fogaréu que se acende nas
mouriscas ou simplesmente farol. Interessante denominação para um lugar que
servia exatamente como posto de vigilância da rota do ouro.
O municipio está situado às margens do Rio Jequitinhonha, dentro da região
conhecida como Vale do Jequitinhonha.
Durante muito tempo Almenara teve a maior praia fluvial do Brasil. A poluição
do Rio Jequitinhonha, causada pela extração do ouro feita com mercúrio trouxe
danos imensos ao rio, diminuindo seu volume e, consequentemente alterando seu
curso, repercutindo de maneira negativa para toda a população.
A região vive essencialmente da pecuária, artesanato e outras produções. É
uma das cidades mais populosas e bem economicas do Vale do Jequitinhonha.
3.3 Técnica da coleta de dados
A técnica de coleta de dados foi a aplicação de um questionário fechado para
colher informações entre os participantes do grupo.
O questionário fechado, segundo Gil (1999) é um meio que busca oferecer a
quem responde, alternativas, eventuais respostas, para que o sujeito possa optar
pela resposta que mais estiver de acordo com sua realidade, ponto de vista ou
impressão.
Segundo Marconi a Lakatos (2006) o questionario fechado é aquele em que o
informante escolhe suas respostas em uma única opção sem poder justificá-la.
O questionário fechado foi entegue aos participantes do esporte de aventura
trilha de motos para que os mesmo relatassem suas experiências e oponiões sobre
esse esporte que pode causar a degradação do meio ambiente.
25
3.4 Técnica da analise de dados
Os dados foram tabulados e analisados após a aplicação do questionário por
meio de gráficos desenvolvidos no Excel, acreditando ser esta a melhor técnica para
que se tenha esclarecimentos sobre o tema abordado.
26
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS
A pesquisa foi realizada com 21 trilheiros de moto do município de Almenara
– MG, no período de 20 de dezembro de 2010 a 20 de janeiro de 2011.
Os resultados constataram que 100% dos participantes são do sexo
masculino, sendo composto por uma faixa etária entre 18 a 54 anos, com isso pode-
se inferir que não há idade específica para praticar o esporte de trilha com motos.
Gráfico 01 – Tempo de prática do esporte
38%
14%
33%
10% 5% 1 a 5 anos
5 a 10 anos
10 a 15 anos
15 a 20 anos
20 a 25 anos
Fonte: Pesquisa de campo, 2010/2011
Iniciamos perguntando aos participantes há quanto tempo eles praticavam a
trilha com motocicletas, em que foram obtidos os seguintes resultados: 38%
informaram que de 1 a 5 anos; 33% mencionaram que de 10 a 15 anos; 14% diz que
de 5 a 10 anos, 10% salientam que de 15 a 20 anos e 5% afirma que já realizam o
esporte de 20 a 25 anos. Sendo assim, pode-se constar que os maiores percentuais
estão entre 1 a 15 anos.
Considerando o resultado apresentado pode-se dizer que a trilha como motos
é um esporte que seus participantes conservam em virtude de não ser só um
passatempo, mas uma atividade desenvolvida pelo prazer de estar em contato com
o meio ambiente.
27
Gráfico 02 – Entendimento sobre meio ambiente
100%
Condições naturais que
influenciam na vida dos
seres vivos, abrigando-os
e regendo suas vidas,
em todas as suas
formas.
Fonte: Pesquisa de campo, 2010/2011
No gráfico 02, ao questionar os entrevistados sobre o que eles entendem por
meio ambiente, todos foram unanimes em responder que são as condições naturais
que influenciam na vida dos seres vivos, abrigando-os e regendo suas vidas, em
todas as suas formas.
Este questionamento fica comprovado por Art (1998, p. 354) quando diz que:
ambiente é: “...conjunto de condições que envolvem e sustentam os seres vivos na biosfera, como um todo ou em parte desta, abrangendo elementos do clima, solo, água e de organismos”, e, meio ambiente a “soma total das condições externas circundantes no interior das quais um organismo, uma condição, uma comunidade ou um objeto existe. O meio ambiente não é um termo exclusivo; os organismos podem ser parte do ambiente de outro organismo”.
28
Gráfico 03 – Entendimento sobre degradação do meio ambiente
43%
57%
Destruição das
matas e dos
animais
Processo
degenerativo do
ambiente através
de ações
cometidas pelo
homem ou não
Fonte: Pesquisa de campo, 2010/2011
No gráfico 03, ao indagar os entrevistados sobre o que eles entendem por
degradação do meio ambiente, 57% afirmaram que é o processo degenerativo do
ambiente através de ações cometidas pelo homem ou não; e, 43% informou que são
as destruições das matas e dos animais.
Conforme o resultado alcançado, podemos concordar com Padilha (2011, p.3)
quando ele diz que: “degradação do meio ambiente é qualquer alteração adversa
dos processos, funções ou componentes ambientais, ou alteração adversa da
qualidade ambiental”.
Gráfico 04 – Ocorrência de mudança no meio ambiente após o inicio de trilhas de moto
52%
48%
Houve degradação
do local utilizado
Os animais que
viviam nessas
áreas
desapareceram
Fonte: Pesquisa de campo, 2010/201
29
No gráfico 04, ao perguntar aos entrevistados se ocorre algum tipo de
mudança no meio ambiente utilizado para as trilhas de moto, após o inicio da
realização das mesmas, 52% disseram que os animais que viviam nessas áreas
desapareceram e 48% informaram que houve degradação do local utilizado.
Os resultados apontaram o mesmo que Trilheiro (2010) diz que andar de
moto no meio das matas ou em qualquer outro lugar gera danos ao meio ambiente,
dentre os principais pode-se destacar: poluição por meios de gases emitidos pelos
escapamentos, objeto deixados, barulho, entre outros; erosão em virtude dos pneus
fazer sulcos que com as águas das chuvas ou nascentes podem ser aumentado;
ferimentos a animais através de atropelamento de algum animal Sivestre dentre
outros.
Gráfico 05 – Ações desenvolvidas por parte do grupo de trilhas para promover a conscientização e preservação do meio ambiente
71%
29%
Plantio de árvores
nos locais das
trilhas
Coleta de lixo nos
percursos das
trilhas
Fonte: Pesquisa de campo, 2010/2011
No gráfico 05, ao indagar os entrevistados quais as ações por parte do grupo
para promover a conscientização e preservação do meio ambiente, a maioria 71%
informam que devem ser realizados plantio de árvores nos locais das trilhas e 29%
diz que deve ser feita a coleta de lixo nos percursos das trilhas.
Para Trilheiro (2010) os grupos que participam de trilhas têm como intuito
reduzir um pouco as agressões ao meio ambiente (inerentes ao esporte), por meio
de algumas atitudes como, por exemplo: não deixar lixo pelas trilhas; evitar derramar
30
óleos ou gasolina, principalmente perto dos rios, córregos ou nascentes; aos
fumantes, nunca jogue pontas de cigarros na natureza, pois além de poluir poderá
estar causando um incêndio; não retire plantas das matas, e, atenção para evitar
atropelamentos de animais. Desta forma, ter consciência da necessidade da
preservação irá fazer com que cuide das trilhas para que as gerações futuras
possam trilhar nelas também.
Gráfico 06 – Maior relevância da prática de esportes em contanto com a natureza
57%33%
10%Contato com a
natureza
Prática esportiva
Integração social
Fonte: Pesquisa de campo, 2010/2011
No gráfico 06, a seguir questionou-se aos entrevistados sobre qual a maior
relevância da prática de esportes em contato com a natureza, 57% afirmam que é
ter contato com a natureza, 33% informa que é a prática esportiva e 10% salienta a
integração social.
Para Romanini e Umeda (2002), os esportes de aventura apresentam
diversos objetivos, como o contato com ambientes naturais, o bem estar
proporcionado pela atividade física e a superação pessoal, perante os limites físicos
e psicológicos dos quais os seus praticantes são expostos. É possível verificar que
em cada e qualquer modalidade esportiva de aventura, há presença de 03 atores em
cena, que precisam estar em harmonia. Esses atores são o praticante, a natureza e
a atividade esportiva. Outro aspecto, importante na prática de esportes de aventura
é que sempre há obrigatoriedade de utilização de equipamentos de tecnologia
moderna e específica.
31
Gráfico 07 – Benefícios que a prática das trilhas de motocicleta trouxe para a vida dos participantes
57%33%
10%
Melhora de saúde
e condicionamento
físico
Melhora de
coordenação
motora e os
reflexos
Melhora das
relações sociais
Fonte: Pesquisa de campo, 2010/2011
No gráfico 07, ao perguntar aos entrevistados se a prática das trilhas de
motocicletas trouxe algum beneficio a suas vidas, 57% afirmam que houve melhora
de saúde e condicionamento físico, 33% informam que houve melhora da
coordenação motora e os reflexos e 10% disseram que melhorou as relações
sociais.
Considerando os resultados apresentados pode-se afirmar que os benefícios
para a vida das pessoas que praticam trilhas de motocicletas é sem dúvida obter um
melhor condicionamento físico, uma melhor coordenação motora, contribuindo dessa
forma, para uma melhoria na qualidade de vida tanto no ambiente familiar como no
social.
Mediante os resultados apresentados é relevante mencionar conforme Jesus
(2003) que os esportes de aventura, apresentam-se como um fenômeno
relativamente recente, de formato ainda indefinido e em pleno processo de
incorporação na vida social.
Segundo Almeida e DaCosta (2007) no Brasil, pode-se verificar que esses
esportes são chamados de “Esportes Radicais” ou “Esportes de Ação”, porque
possuem o fator risco de desafiar os seus próprios limites, como os obstáculos
naturais que são impostos durante a realização desses esportes, que possuem
diversas modalidades esportivas, nos quais se pode diferenciá-los pelos ambientes
em que são praticados.
32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise das informações tratadas sobre o esporte de aventura “trilha de
motocicleta” e a relação com o meio ambiente ao longo deste estudo indica que elas
apresentam diferentes conteúdos nas suas construções teóricas, o que inclui os
esportes de aventura tratados em diferentes perspectivas: degradação, lazer,
adrenalina, preservação e desenvolvimento de conhecimentos ecológicos.
Contudo, constatamos que a partir dos resultados vinculados a diferentes
espaços de produção e socialização de conhecimentos, as temáticas sobre esporte
de aventura na natureza e meio ambiente têm sido realizadas, na maioria das vezes,
sem uma preocupação de preservação do meio ambiente e dos recursos naturais.
Neste sentido, a natureza se apresenta para estes estudos como um mero
palco adequado para a realização dessas atividades, em virtude do homem, mais
uma vez está preocupado apenas com a sua satisfação, reforçando as
características da sociedade capitalista em que está inserido, buscar o meio natural
como forma de consumo, satisfação de seus interesses pessoais, sem pensar sobre
suas ações na transformação da natureza.
Neste estudo, identificamos que as trilhas de motocicletas possibilitam uma
grande diversidade de eixos temáticos e abordagens ecológicas uma vez que
fornece conhecimento e esclarecimento a comunidade em geral sobre como se
praticar um esporte de aventura e conservar o meio ambiente.
Com isso, esperamos desenvolver na comunidade um conhecimento básico
sobre formas de preservação e conservação do meio ambiente, aprendendo a
regular o próprio comportamento em função da proteção da natureza.
Ao analisarmos os objetivos propostos como a realização de um diagnóstico
do espaço destinado à prática de trilha de motocicleta no município de Almenara-
MG., podemos afirmar que o mesmo foi alcançado, visto que os resultados apurados
apontaram que seus participantes conservam o espaço destinado a este esporte, em
virtude de não ser apenas um passatempo, mas uma atividade desenvolvida pelo
prazer de estar em contato com o meio ambiente.
Também ficou comprovado que o meio ambiente vem sofrendo algum tipo de
perda ao longo das práticas de trilha de moto, uma vez que as matas são
degradadas, prejudicando desta forma a fauna e a flora. Devido às questões
apresentadas acima podemos ressaltar que os trilheiros de todo o mundo passem a
33
ter consciência da necessidade da preservação para que as gerações futuras
possam trilhar nelas também.
Logo, podemos concluir que a relação entre esporte e meio ambiente é uma
relação de mão dupla, visto que em alguns momentos o esporte pode exercer uma
influência positiva sobre o meio ambiente, desde que seja praticado de forma
consciente, respeitando a natureza, já em outros momentos podem ocasionar
alterações no mesmo ou até destruí-lo.
Esperamos que outros estudos que abordem a temática prática de trilha de
motocicleta e o meio ambiente possam contribuir não somente sobre o ponto de
vista dos esportes de aventura na natureza, mas também sobre a ótica de
reconhecimento e concretização da preservação do meio ambiente, uma vez que
este deve ser conservado para as futuras gerações.
34
6. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A. C. P.C.; DACOSTA, L. P. Meio ambiente, esporte, lazer e turismo: estudos e pesquisas no Brasil,1967-2007. Rio de Janeiro: Gama Filho, 2007. ART, W. H. Dicionário de ecologia e ciências ambientais. São Paulo: UNESP/Melhoramentos, 1998. 583p. BARROS, M. I. A. de.; DINES, M. Mínimo impacto em áreas naturais: uma mudança de atitude. In: SERRANO, C. (Org.). A educação pelas pedras: ecoturismo e educação ambiental. São Paulo: Chronos, 2000. p. 47-84. BRUHNS, H. T. Lazer e Meio Ambiente: corpos buscando o verde e a aventura. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Ijuí, v.18, n.2, p.86-92, 1997. BRUHNS, H. T. Lazer, cidadania e meio ambiente: buscando compreensões. In: Encontro Nacional de Recreação e Lazer: Lazer, Meio Ambiente e Participação Humana, 11., Foz de Iguaçu, 1999. Anais... Foz de Iguaçu: s.ed., 1999. COSTA, V. L. de M. Esportes de aventura e risco na montanha: um mergulho no imaginário. São Paulo: Manole, 2000.
CRESPO, S. Uma visão sobre a evolução da consciência ambiental no Brasil nos anos 1990. In: TRIGUEIRO, A.(org.). Meio Ambiente no Século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. 367p. DACOSTA, C. L. B. A. Meio ambiente e esporte – Produção do conhecimento. Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006. Disponível em: < http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/303.pdf>. Acesso em: 06 jun 2011.
DACOSTA, L.P., Environment and sport – An international overview. Universidade do Porto-Portugal, 1997, p. 44. DANNEMANN, F. História da Moto. [Online, 2009]. Disponível em: <
http://www.viagemdemoto.com.br/historia_da_moto.htm>. Acesso em: 30 jul 2011. DARIDO, S. C. et. al. Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. DIEGUES, A.C.S. O mito moderno da natureza intocável. 3. ed. São Paulo: Hucitec, USB, 2000. FIGUEIREDO, R. P. de. Educação Física para Educação Ambiental: uma relação a ser construída na transitoriedade. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília. Centro de Desenvolvimento Sustentável. Brasília, 2002. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
35
GREZZANA, J. F. Um estudo inicial sobre os esportes de aventura na natureza: o pára-quedismo, 2003. Disponível em:< http://www.efdeportes.com/efd69/ea.htm> Acesso em: 11 jul 2011. GUATTARI, F. As três ecologias. Trad. Maria Cristina F. Bittencourt. Campinas: Papirus, 1990. JESUS, G. A leviana territorialidade dos esportes de aventura: um desafio à gestão do ecoturismo. In: MARINHO, A.; BRUHNS, H. Turismo, lazer e natureza. Barueri, SP: Manole, 2003, p. 75-100. LEFF, E. Pensar a complexidade ambiental. In: LEFF, E. (Coord.). A complexidade ambiental. Trad. Eliete Wolff. São Paulo: Cortez, 2003. p. 15-64.
LUCHIARI, M.T.D.P. Turismo e meio ambiente na mitificação dos lugares. Turismo em Análise - Revista do Dep. de Relações Públicas, Propaganda e Turismo (ECA/Escola de Comunicações e Artes da USP), v.11, n.1, maio, 2000. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa: Planejamento e execuções de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretações de dados. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos da Metodologia Científica. 6. ed. São paulo: Atlas, 2006. MARINHO, A. Lazer, natureza e aventura: compartilhando emoções e compromissos. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Campinas (SP): Autores Associados, v. 22, nº 2, 2001. MARINHO, A. Da aceleração ao pânico de não fazer nada: corpos aventureiros como possibilidades de resistência. In: MARINHO, A.; BRUHNS, H. T. (Orgs.). Turismo, lazer e natureza. Barueri: Manole, 2003. MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo; Rio de Janeiro: Hucitec/Abrasco, 1999.
MOREIRA, Fernando. A Degradação do Meio Ambiente. [2010] Disponivel em: <http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/a-degradacao-do-meio-ambiente>. Acesso em: 30 jul 2011.
MORIN, E. Saberes globais e saberes locais: o olhar transdisciplinar. Participação: Marcos Terena. Rio de Janeiro: Garamond, 2001.
PADILHA, J. B. D. Avaliação de Impacto Ambiental e Licenciamento Ambiental: Degradação ambiental. Disponível em: < http://www.fortium.com.br/faculdadefortium.com.br/jose_braz/material/3519.pdf >. Acesso em 30 jul 2011. PAIVA, H. Esportes radicais e socorros urgentes 2001. 14 p. PIC -Educação Física, Santo André, 2001. Orientação de: Ricardo Ricci Uvinha.
36
PESCI, R. A pedagogia da cultura ambiental: do Titanic ao veleiro. In: LEFF, E. (Coord.). A complexidade ambiental. Trad. Eliete Wolff. São Paulo: Cortez, 2003. p. 131-177. ROMANINI, V.; UMEDA, M. Esportes de aventura ao seu alcance. São Paulo: Bei Comunicação, 2002.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 6.ed., Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2001. SANTOS, G. R. C. M.; MOLINA, N. L.; DIAS, V. F. Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: Ibpex, 2007. 165p. SERRANO, C. A educação pelas pedras: uma introdução. In: SERRANO, C.A. (Org.). A educação pelas pedras: ecoturismo e educação ambiental. São Paulo: Chronos, 2000. p. 7-24. SOARES et. al, C. L. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. TEREZANI, D. R. Popularização da canoagem como esporte e lazer: o caso de Piracicaba. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Programa de Mestrado em Educação Física, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2004. TRILHEIRO. Respeito ao meio ambiente. Artigos, 2010. Disponível em: <http://www.trilheiro.com.br/artigos/respeite-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 11 jul 2011.
38
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS II – ALAGOINHAS
COLEGIADO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
APÊNDICE A: Roteiro da Entrevista realizada com os trilheiros de motocicletas no município de Almenara-MG
1. Nome______________________________________
2. Idade___
3. Sexo
( ) Masculino ( ) Feminino
4. Tempo de prática
( ) 1 a 5 anos ( ) 5 a 10anos ( ) 10 a 15anos
( ) 15 a 20anos ( ) 20 a 25anos
5. O que você entende por meio ambiente?
( ) conjunto de unidades ecológicas
( ) condições naturais que influenciam na vida dos seres vivos, abrigando-os e
regendo suas vidas, em todas as suas formas.
( ) habitat natural de um ser vivo
6. O que você entende por degradação do meio ambiente?
( ) Destruição das matas e dos animais
( ) poluição da atmosfera terrestre
( ) processo degenerativo do ambiente através de ações cometidas pelo homem ou
não
39
7. Ocorreu algum tipo de mudança no meio ambiente utilizado para as trilhas de
moto, após o inicio da realização das mesmas?
( ) Houve degradação do local utilizado
( ) todos os lugares foram preservados
( ) Os animais que viviam nessas áreas desapareceram
8. Quais ações por parte do grupo para promover a conscientização e preservação
do meio ambiente?
( ) palestra sobre a degradação do meio ambiente
( ) plantio de árvores nos locais das trilhas
( ) coleta de lixo nos percursos das trilhas
9. Qual a maior relevância da prática de esportes em contato com a natureza?
( ) contato com a natureza
( ) prática esportiva
( ) integração social
10. A prática das trilhas de motocicletas trouxe algum beneficio a sua vida?
( ) melhora de saúde e condicionamento físico
( ) melhora da coordenação motora e os reflexos
( ) Melhora das relações sociais