estudo de caso - lili pediatria final
TRANSCRIPT
-
Escola Superior de Enfermagem de Santa Maria
Curso de Licenciatura em Enfermagem
Estgio IV Sade Infantil e Peditrica
4 Ano
ESTUDO DE CASO
Autor: Lisandra Vitria Cardoso Ferraz n50.2011
Porto, Outubro 2014
-
Escola Superior de Enfermagem de Santa Maria
Curso de Licenciatura em Enfermagem
Estgio IV Sade Infantil e Peditrica
4 Ano
ESTUDO DE CASO
Autor: Lisandra Vitria Cardoso Ferraz n50.2011
Coordenador do Ensino Clnico:
Professor Manuel Azevedo
Orientadoras do Ensino Clnico:
Enfermeira Deolinda Azevedo
Enfermeira Manuela Gueiral
Porto, Outubro 2014
-
"Na pediatria no h adultos em miniatura, h crianas. Acreditam em magia, fazem de
conta que h um p mgico no soro deles, tm esperana, cruzam os dedos e fazem
pedidos. E por isso, so mais resistentes que os adultos, recuperam mais rpido,
sobrevivem a coisas piores. Eles acreditam. Na pediatria temos milagres e magia.
Na pediatria, tudo possvel."
Shonda Rhimes
-
AGRADECIMENTOS
Ao longo deste estgio, foram vrias as pessoas envolvidas na minha aprendizagem e
que contriburam com o seu apoio e compreenso, como tal sero enunciadas neste
captulo do estudo de caso.
Em primeiro lugar gostaria de agradecer criana e famlia abordada no estudo de caso,
que me permitiram a realizao do mesmo e colaboraram para o seu enriquecimento.
Um especial agradecimento Enfermeira Deolinda Azevedo e Enfermeira Manuela
Gueiral, orientadoras descritas inicialmente, que me acompanharam ao longo do estgio
e que contriburam com o seu apoio, incentivo e disponibilidade, tornando possvel a
concretizao deste estudo de caso e desenrolar do estgio.
Ao professor Manuel Azevedo, orientador da escola, pela forma atenciosa com que nos
guiou ao longo deste estgio, pela sua disponibilidade em nos esclarecer qualquer
questo e por nos proporcionar a realizao do mesmo.
Aos restantes enfermeiros do servio, em especial Enfermeira Eveline, que se
mostraram sempre disponveis ao longo do estgio, disponibilizando a sua ajuda,
expondo questes importantes e auxiliando-nos no que fosse necessrio.
restante equipa multidisciplinar, que se mostraram, na maior parte das vezes,
disponveis para ajudar.
As minhas colegas que sempre me ajudaram quando necessrio e que me fizerem
enriquecer a nvel de experincia com diferentes personalidades.
Aos restantes utentes e famlia que me permitiram a abordagem enquanto aluna de
enfermagem.
-
RESUMO
Este trabalho um estudo de caso individual, sobre um doente com crise de Asma
Agudizada que permaneceu no Centro Hospitalar Pvoa do Varzim/ Vila do Conde no
servio de pediatria, durante parte do perodo que decorreu o Estgio IV Sade
infantil e Pediatria.
Tem como principal objetivo adquirir e renovar conhecimentos e realizar um plano de
cuidados eficaz com base no diagnstico de um doente admitido no servio de pediatria,
nas suas necessidades familiares e na sua histria clnica.
Como mtodo de elaborao deste trabalho, em primeiro lugar, procedi escolha do
doente de seguida realizei a colheita de dados sobre o doente junto do doente e da
famlia e baseando-me nos dados do Sclinic, seguidamente analisei esses mesmos
dados, fundamentando essa anlise em conhecimentos tericos previamente adquiridos,
de seguida realizei uma pesquisa bibliogrfica em manuais na biblioteca da Escola
Superior de Enfermagem de Santa Maria, no servio de pediatria do centro Hospitalar
Pvoa do Varzim/ Vila do Conde, no site da Ordem dos Enfermeiros, em manuais e
documentos previamente adquiridos, nos sites da direo geral de sade e da
organizao mundial de sade. Resumi essa pesquisa com o fim de a expor no trabalho.
Por fim elaborei um processo de enfermagem, em Microsoft Word, com base na
evoluo da doente e na atuao de enfermagem em pediatria, de forma holstica. Para a
sua realizao recorri ao Sclinic e CIPE Verso 2.
Os principais resultados deste estudo foram o aumento dos meus conhecimentos de
pediatria, a evoluo positiva do doente e o aumento do coping familiar devido ao
sucesso dos cuidados prestados.
-
INDICE
INTRODUO ............................................................................................................... 8
1. FUNDAMENTAO TERICA ........................................................................ 12
1.1. A ENFERMAGEM E O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PEDIATRIA ....... 12
1.2 FAMLIA E HOSPITALIZAO PEDIATRICA .......................................... 13
2. DIAGNSTICO MDICO ................................................................................... 16
2.1. ASMA................................................................................................................... 16
3. PROCESSO DE ENFERMAGEM....................................................................... 19
3.1. COLHEITA DE DADOS / AVALIAO INICIAL .......................................... 21
3.2. REGIME TERAPUTICO .................................................................................. 24
3.3. ATITUDES TERAPUTICAS ............................................................................ 29
3.4. ATIVIDADE DE VIGILNCIA ......................................................................... 31
3.5. PLANO DE CUIDADOS/JUSTIFICAO DE INTERVENES .................. 34
4. PLANEAMENTO DA ALTA ............................................................................... 60
5. REFLEXO CRTICA ......................................................................................... 63
CONCLUSO ............................................................................................................... 64
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................ 66
ANEXOS ........................................................................................................................ 68
ANEXO I Higienizao das mos ............................................................................ 69
ANEXO II Tabela de sinais vitais padro (Protocolada no servio) ........................ 72
-
INDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Colheita de dados/Avaliao inicial da criana C...................................................... 24
Tabela 2 - Frmaco Deflazacorte ............................................................................................... 25
Tabela 3 - Frmaco Salbutamol.................................................................................................. 26
Tabela 4 - Frmaco Montelucaste .............................................................................................. 28
Tabela 5 - Frmaco Budesonido ................................................................................................. 29
Tabela 6 - Atitude teraputica (Oxigenoterapia por cnula nasal) .............................................. 29
Tabela 7 - Atitude teraputica (Cinesioterapia respiratria) ....................................................... 30
Tabela 8 - Atitude teraputica (Dieta) ........................................................................................ 30
Tabela 9 - Atividade de vigilncia (temperatura corporal) ......................................................... 31
Tabela 10 - Atividade de vigilncia (Frequncia cardaca) ........................................................ 31
Tabela 11 - Atividade de vigilncia (Tenso arterial) ................................................................ 32
Tabela 12 - Atividade de vigilncia (Dieta) ............................................................................... 32
Tabela 13 - Atividade de vigilncia (Eliminao intestinal) ....................................................... 33
Tabela 14 - Atividade de vigilncia (Sistema respiratrio) ........................................................ 33
Tabela 15 - Diagnstico de enfermagem (Alterao no conforto) .............................................. 36
Tabela 16 - Diagnstico de enfermagem (Risco de infeo) ...................................................... 38
Tabela 17 - Diagnstico de enfermagem (Conhecimento dos pais sobre sinais de infeo no
demonstrado) ............................................................................................................................. 41
Tabela 18 - Diagnstico de enfermagem (Conhecimento dos pais sobre preveno de infeo
no demonstrado) ....................................................................................................................... 43
Tabela 19 - Diagnstico de enfermagem (Aprendizagem de capacidades dos pais sobre
preveno de infeo no demonstrado) .................................................................................... 44
Tabela 20 - Diagnstico de enfermagem (Papel parental no adequado) ................................... 47
Tabela 21- Diagnstico de enfermagem (Conhecimento dos pais sobre tratamentos no
demonstrado) ............................................................................................................................. 50
Tabela 22 - Diagnstico de enfermagem (Conhecimento dos pais sobre preveno de acidentes
com a criana no demonstrado) ................................................................................................ 52
Tabela 23 - Diagnstico de enfermagem (Risco de obstipao) ................................................. 53
Tabela 24 - Diagnstico de enfermagem (Conhecimento dos pais sobre preveno de obstipao
no demonstrado) ....................................................................................................................... 55
Tabela 25 - Diagnstico de enfermagem (Dispneia em grau moderado) .................................... 57
Tabela 26 - Diagnstico de enfermagem (Expetorar ineficaz em grau reduzido) ....................... 59
-
8
INTRODUO
No mbito do Ensino Clnico IV Sade Infantil - Pediatria integrado no Curso de
Licenciatura em Enfermagem do 4 ano letivo da Escola Superior de Enfermagem de
Santa Maria, foi desenvolvido o presente estudo de caso, com base na histria clnica de
uma criana internada no Centro Hospitalar da Pvoa de Varzim.
O presente Ensino Clnico decorreu no servio de pediatria do Centro Hospitalar da
Pvoa de Varzim, durante o perodo de 15 de Setembro a 15 de Outubro de 2014.
A realizao de um estudo de caso constitui um dos mais antigos mtodos utilizados no
ensino de Enfermagem, uma vez que procura definir e sistematizar as intervenes
dessa rea, organizando o trabalho baseado no estabelecimento de aes e na anlise da
histria do doente. Este estudo deve descrever as aes e cuidados realizados, que
devem ainda seguir as orientaes dadas pela escola no incio e durante o ensino clnico.
O servio de internamento de pediatria do Centro Hospitalar da Pvoa de Varzim,
possui no total 10 vagas, sendo que delas 3 so destinadas a adolescentes e crianas em
idade escolar e as restantes sete destinadas a bebs. Este servio possui de uma
metodologia de acolhimento dos pais/prestador de cuidados que permite o
acompanhamento diurno e noturno dos mesmos, para que sempre que possvel possam
intervir nos cuidados prestados, tais como alimentao e higiene, minimizando desta
forma o desconforto causado pelo internamento, e permitindo uma interveno de
enfermagem no s a nvel do bem-estar do beb/criana/adolescente como tambm a
nvel familiar.
Para a realizao deste ensino clnico, auto props-me a atingir um conjunto de
objetivos pessoais, que paralelamente com os definidos pela escola permitiram guiar o
trabalho que desenvolvi. Esses objetivos pessoais foram os seguintes:
Compreender as exigncias especficas do Enfermeiro em contexto hospitalar;
Compreender as exigncias do servio de Pediatria;
-
9
Iniciar a minha prtica fazendo alguns dias de observao minuciosa das rotinas
de funcionamento, passagem de turno, registos e dinmicas da equipa multidisciplinar;
Executar as tarefas de acordo com as normas e os protocolos preconizados pela
instituio;
Adequar as estratgias de comunicao/comportamentos s diferentes situaes
de relacionamento com a criana/adolescente, famlia e equipa multidisciplinar;
Diagnosticar necessidades de cuidados de sade criana/adolescente e de apoio
familiar;
Planear um plano de cuidados direcionado para as necessidades da
criana/adolescente adaptando-o sua real situao, enquadrando-o num ponto de vista
holstico, ou seja, social, econmico, religioso e familiar;
Sensibilizar os familiares diretos para a importncia da sua participao na
prestao de cuidados gerais;
Interagir e estabelecer uma relao teraputica com as crianas/adolescentes e
famlia;
Avaliar o estado emocional da criana/adolescente e famlia.
Comunicar com o beb/criana/adolescente e famlia de forma eficaz, mostrando
disponibilidade e interesse, desenvolvendo uma relao de ajuda;
Integrar-me na equipa multidisciplinar;
Aplicao das aprendizagens adquiridas ao longo da licenciatura at ao
momento, bem como a relao entre os conhecimentos tericos e a prtica;
Comunicar com consistncia e de forma clara a informao relevante sobre o
doente (de forma verbal, escrita e informtica)
Conseguir gerir as emoes sentidas;
Ser assduo e pontual;
-
10
Reconhecer os limites do meu papel como aluno e reconhecer as minhas
competncias adquiridas no final do Ensino clinico.
Relativamente ao estudo de caso, este foi realizado com base na histria clnica de uma
criana internada neste servio que despoletou o meu interesse no s pela patologia de
entrada no servio mas tambm devido interao que partilhei com a criana no
momento do seu internamento at data de alta.
A realizao deste trabalho teve como principais objetivos:
Efetuar de forma sistemtica a colheita de dados e a apreciao dos mesmos na
aplicao do modelo desenvolvido pelo grupo (com base na CIPE verso 2.0 e CIPE
verso Beta 2);
Planear um plano de cuidados direcionado para as necessidades do doente
adaptando-o sua real situao, enquadrando-o num ponto de vista social, econmico e
religioso;
Estabelecer prioridades na prestao de cuidados ao doente;
Avaliar os resultados obtidos e reformular diagnsticos e intervenes sempre
que necessrio;
Sensibilizar os familiares e/ou prestadores de cuidados para a importncia da sua
interveno na prestao e continuidade de cuidados de Sade;
Compreender a articulao com outras reas, nomeadamente a Assistncia
Social e a Enfermagem de Reabilitao;
Aplicao das aprendizagens adquiridas ao longo da licenciatura at ao
momento, bem como a relao entre os conhecimentos tericos e a prtica;
Comunicar com consistncia e de forma clara a informao relevante sobre o
doente (de forma verbal, escrita e eletrnica)
Gerir emoes;
Diagnosticar necessidades de cuidados de sade do doente e de apoio familiar;
-
11
Compreender as exigncias especficas do Enfermeiro de cuidados gerais em
contexto hospitalar.
Na elaborao deste trabalho, utilizei uma metodologia descritiva, esquemtica e de
observao direta, fundamentada na colheita de dados necessria para a realizao
deste, atravs da consulta do processo clnico da criana, da opinio dos enfermeiros
que, desde o primeiro instante o acompanharam e da prestao de cuidados diretos
criana durante o perodo de internamento.
Ao longo do trabalho no referenciamos nenhum dado que comprometa a identificao
e privacidade do doente, salvaguardando o ponto 9 que consta na Carta dos Doentes
Internados e o artigo 85, alnea d) Do dever de Sigilo como consta no Cdigo
Deontolgico dos Enfermeiros.
-
12
1. FUNDAMENTAO TERICA
Neste captulo ser descrito de forma breve o papel do enfermeiro na sade peditrica, a
importncia do acompanhamento da famlia criana ao longo do seu internamento e a
importncia de uma comunicao eficaz por parte do enfermeiro com a famlia e com a
criana.
1.1.A ENFERMAGEM E O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PEDIATRIA
A enfermagem acompanhou uma grande mudana na rea da sade. Antigamente esta
era centrada na doena ou incapacidade para a sade, atualmente centrada na
preveno da doena e manuteno da sade. Hoje em dia o currculo de um enfermeiro
especialista inclui algo que no era parte integrante antigamente, a educao para a
sade. (Hockenberry, 2006)
extremamente importante o desenvolvimento de uma relao teraputica dos
enfermeiros com a criana e com a sua famlia. O enfermeiro deve explorar se as suas
relaes com os utentes so teraputicas ou no teraputicas, para que consiga
identificar as reas problemticas logo no incio das suas intervenes junto s crianas
e s famlias. tambm importante o estabelecimento de limites que permitam
encorajar o controlo da famlia sobre o cuidado sade da criana. (Hockenberry, 2006)
A responsabilidade fundamental do enfermeiro com os utentes do servio de
enfermagem a criana e a famlia, uma vez que a famlia se impe como referncia
fundamental quando se pensa em cuidados peditricos. Deve trabalhar com os
familiares, identificar as suas metas e as necessidades e planear as intervenes que
atendam aos problemas definidos. O enfermeiro ajuda as crianas e as suas famlias no
sentido de fazer escolhas informadas e agir no melhor interesse da criana. Est
informado acerca de todas as necessidades da criana e trabalha junto com todos os
cuidadores de forma a que essas necessidades sejam satisfeitas. (Hockenberry, 2006)
Tem que mostrar dedicao, compaixo e empatia pelos outros, elementos integrantes
da relao teraputica. Pode apoiar a criana atravs da escuta, toque e presena fsica.
-
13
Estes gestos so de grande auxlio para as crianas, pois facilitam a comunicao no-
verbal. O papel mais bsico do enfermeiro a recuperao da sade por meio das
atividades de cuidado. Estas atividades envolvem a satisfao das necessidades fsicas,
onde entra os autocuidados tais como a alimentao, banho e a roupa, e as necessidades
emocionais das crianas, segurana e socializao. (Baseado em Hockenberry, 2006)
Outro dos fatores importantes o trabalho do enfermeiro de forma interdisciplinar.
Como um membro da equipa de sade, deve colaborar e coordenar os servios de
enfermagem em conjunto com as atividades de outros profissionais, pois trabalhar de
forma isolada no positivo para a criana. (Hockenberry, 2006)
1.2 FAMLIA E HOSPITALIZAO PEDIATRICA
Pensar em enfermagem na pediatria consequentemente inserir no pensamento que a
excelncia dos cuidados s se verificar se tratarmos a criana como um todo onde a
famlia desempenha um papel fundamental, devendo ser objeto da ateno do
enfermeiro a par com a realizao dos cuidados criana. (Baseado em Hockenberry,
2006)
A experincia de ser pai/me revela-se como um dos principais, importantes e
desafiadores papis na vida de um indivduo. Atualmente reconhece-se a dificuldade
dos pais no desempenho desta misso, que facilmente reconhecida como rdua.
Considera-se ento, que conhecer e compreender esta experincia dos pais
especialmente importante para os enfermeiros responsveis pela sade da criana, que
abrangem, nas suas competncias, apoiar os pais na parentalidade1 (Quelhas, 2009).
Falar em hospitalizao duma criana no contexto da famlia significa falar em
separao em sentido lato, pois, mesmo que essa separao no se verifique fisicamente
1 Tomar conta: assumir as responsabilidades de ser me e/ou pai; comportamentos destinados a facilitar a incorporao de um recm-nascido na unidade familiar; comportamentos para otimizar o crescimento e desenvolvimento das crianas; interiorizao das expectativas dos indivduos, famlias, amigos e sociedade quanto aos comportamentos de papel parental adequados ou inadequados. Cfr.: CIPE VERSO 2
-
14
em relao figura maternal (ou paternal), ela ocorre, necessariamente, em relao ao
ambiente familiar fsico e afetivo. (Jorge, 2004)
Segundo a carta da criana hospitalizada (Instituto de apoio criana,2006) uma criana
hospitalizada tem direito a ter os pais ou os seus substitutos junto dela, dia e noite,
qualquer que seja a sua idade ou o seu estado clnico.
Os pontos de referncia e as relaes da criana esto na famlia: as rotinas do dia-a-dia,
os horrios para as refeies, dormir e brincar e os rituais a que est habituada. Quando
hospitalizada perde estas relaes e pontos de referncia, como tal extremamente
importante que a famlia esteja presente durante a sua hospitalizao.
At aos trs anos a criana no percebe se o seu mal-estar interno ou externo, apenas
consegue aperceber-se da separao do seu ambiente familiar. Esta perda causa
sofrimento criana e repercute-se na sua sade mental, agravando a sua doena fsica.
(Instituto de apoio criana,2006)
As crianas tm dificuldades em aceitar as restries que a hospitalizao exige (como
por exemplo a dieta, imobilizao, sujeio a mquinas e ambientes desconhecidos) e
das quais os pais ou cuidadores/ figura vinculativa2, no a defendem. Para que a criana
se mantenha como sujeito ativo, necessrio que tenha conhecimento prvios
procedimentos que se iro efetuar.
A informao que se d criana ser de acordo com o desenvolvimento cognitivo e
emocional e com a sua experiencia anterior, mas sempre autntica nos aspetos
concretos. Os pais so importantes mediadores da conversa e mensagem que o
enfermeiro pretende efetuar e transmitir, com a criana. Baseado em (Jorge, 2004)
Quando os pais tm apoio suficiente, podero responder a grande parte das necessidades
emocionais do filho, mas muito importante que este tenha oportunidade (tempo,
espao, material) para brincar. Atravs da brincadeira, a criana capaz de expressar
ideias e sentimentos que lhe causam ansiedade. (Martins, 1991) Citado em (Jorge, 2004)
2 Deriva da palavra vinculao que segundo a CIPE VERSO 2 se entende por fenmeno de parentalidade: ligao entre a criana e a me e/ou o pai; formao de laos afetivos.
-
15
Interagir com as crianas no momento de brincar um aspeto e caracterstica
fundamental do enfermeiro na pediatria, pois atravs deste momento que surge a
oportunidade de estabelecer uma relao de confiana com a mesma, aprendendo a
comunicar com ela, respeitando o seu ritmo e autonomia. tambm, muitas vezes,
atravs de brincadeiras que o enfermeiro, com o devido consentimento, consegue
conduzir a criana realizao de procedimentos considerados aborrecidos e dolorosos
pela mesma, sendo por isso importante que os cuidados do enfermeiro se centrem
tambm na parte interativa e ldica da criana durante a sua hospitalizao. Baseado em
(Jorge, 2004)
O medo a frustrao e a ansiedade so sentimentos muito comuns por parte dos pais no
internamento da criana. (Hockenberry, 2006) muito importante que exista um
primeiro acolhimento aos pais e criana. Este acolhimento, no servio de pediatria do
centro hospitalar da Pvoa de Varzim/Vila do Conde, acontece com o fornecimento de
um livrete designado Guia de Acolhimento, onde se encontra toda a informao sobre
direitos da criana hospitalizada bem como as regras do servio, sendo que a par com a
sua disponibilizao o enfermeiro explica verbalmente aos pais e enquadra-os no
servio durante a realizao o momento do acolhimento da criana no internamente
onde se sucede a primeira etapa do processo de enfermagem, a avaliao inicial.
Os pais devem ser informados acerca da doena da criana, restries a que esta ir
obrigar (dieta, mobilidade) e sempre que possvel a evoluo da doena e o tempo
previsvel de internamento.
Se os pais se sentirem devidamente acolhidos iro colocar as suas dvidas, sentir-se-o
mais tranquilos e percebero a importncia da sua presena durante o internamento. A
ansiedade da famlia reduz-se medida que entendem e so envolvidos nas atividades
de ateno sade da criana (Instituto de apoio criana,2006)
-
16
2. DIAGNSTICO MDICO
Neste captulo ir ser abordado o diagnstico mdico de entrada no internamento:
Asma.
2.1. ASMA
A asma uma doena inflamatria crnica das vias areas, que se caracteriza por uma
resposta broncoconstritora exagerada (estreitamento das vias areas) a uma larga
variedade de estmulos. A hiper-reactividade leva a sintomas clnicos de sibilos e
dispneia aps a exposio a alergnios (penas, caros, fungos, seborreia de animais,
etc.), a irritantes ambientais (perfumes e odores fortes), a infees virais, mudanas de
temperatura especialmente com o ar frio e humidade, ao exerccio fsico, a stress ou
perturbaes emocionais, a medicao (aspirina, anti-inflamatrios no esteroides, beta-
bloqueadores (incluindo colrios), colinrgicos (para promover a contrao vesical e nos
colrios para glaucoma) e qumicos. (Monahan et al. 2010)
A asma o resultado de interaes complexas entre clulas inflamatrias, mediadores
inflamatrios dos mastcitos brnquicos, macrfagos, linfcitos T e clulas epiteliais.
Estas substncias dirigem a migrao e ativao de outras clulas inflamatrias para as
vias areas, onde provocam leses, anomalias no controlo neural autonmico do tnus
das vias areas, hipersecreo do muco, alterao na funo mucociliar e aumento da
reatividade dos msculos lisos. (Monahan et al. 2010)
A limitao do fluxo areo na asma recorrente e provocada por vrias alteraes nas
vias areas. Estas alteraes incluem a broncoconstrio3, o edema
4, a formao crnica
de rolhes de muco5 e a remodelao das vias areas
6.
3 A broncoconstrio aguda induzida por alergnico provocada pela libertao de imunoglobulina E-
dependente de mediadores de mastcitos. Estes mediadores incluem a histamina, a triptase, os
leucotrienos e as prostaglandinas que contraem diretamente a musculatura lisa das vias areas.
4 O edema das vias areas, mesmo sem contrao da musculatura lisa ou broncoconstrio, limita o fluxo
da asma. O aumento da permeabilidade e fuga microvascular provocada da mucosa e edema das vias
areas. Como consequncia, as vias areas tornam-se mais rgidas e interferem com o fluxo areo.
5 Na asma grave intratvel, a limitao do fluxo areo frequentemente persistente. Esta alterao pode
surgir como uma consequncia da secreo de muco e da formao de rolhes de muco.
-
17
Em indivduos sensveis a resposta inflamatria provoca episdios recorrentes de
sibilos, dispneia, opresso torcica e tosse, particularmente noite e de manh cedo. As
reaes da fase inicial surgem segundos aps a exposio e duram cerca de uma hora.
Cerca de metade dos doentes com asma tambm tem uma reao tardia. Os sintomas
so idnticos, mas estas reaes comeam 4 a 8 horas aps a exposio e podem durar
horas ou dias. Estes episdios so geralmente associados obstruo disseminada, mas
varivel das vias areas, que muitas vezes reversvel espontaneamente ou com
tratamento. (Monahan et al. 2010)
A asma o distrbio respiratrio crnico mais comum em crianas, afetando em mdia
10 a 15% das crianas em idade escolar. Houve um aumento real da prevalncia da
asma na comunidade, no entanto as razes no so bem conhecidas pelo que a utilizao
excessiva e incorreta de medicao ou incapacidade de reconhecer a gravidade dos
sintomas a par com alguns fatores ambientais como a poluio atmosfrica podero so
apontadas como as possveis principais causas. Na infncia, a asma duas vezes mais
comum em meninos do que em meninas, porm na adolescncia a razo entre os sexos
igual. A asma responsvel por 10-20% de todos os internamentos agudos em servies
peditricos de crianas da faixa etria entre o 1 ano e os 16 anos de idade.
Em relao ao tratamento da asma no mbito da pediatria este tem como objetivo
permitir que a criana tenha uma vida to normal quanto possvel. Este por sua vez deve
ser alcanado com o mnimo de medicao e alterao da rotina familiar. (Monahan et
al. 2010)
Assim sendo o tratamento farmacolgico divide-se em terapia de manuteno e
tratamento de exacerbaes agudas.
Dentro da terapia de manuteno temos dois grandes grupos de frmacos, os
broncodilatadores (causam alvio sintomtico a curto prazo) e os profilticos (que
funcionam na preveno das crises, reduzindo a inflamao e hiper-reactividade
brnquica.
6 A limitao do fluxo areo pode apenas ser parcialmente reversvel devido s alteraes estruturais nas
vias areas que acompanham a inflamao crnica e grave da mesma. Uma caracterstica histolgica da
asma pode ser a alterao na quantidade e composio da matriz extracelular da parede das vias areas.
-
18
J dentro do tratamento de exacerbaes agudas temos a ventilao de modo a otimizar
os valores de oxignio no sangue, que em casos extremos pode requerer uma ventilao
invasiva como a entubao.
Temos tambm outro tipo de teraputica no farmacolgica atravs da cinesioterapia
uma vez que os exerccios permitem a expanso dos pulmes e caixa torcica ajudando
a aliviar a sintomatologia causada pelo bloqueio ou estreitamento das estruturas.
(Baseado em Monahan et al. 2010)
-
19
3. PROCESSO DE ENFERMAGEM
O processo de Enfermagem indica um trabalho profissional especfico e pressupe uma
srie de aes dinmicas e interrelacionadas para a sua realizao, ou seja, indica a
adoo de um determinado mtodo ou modo de fazer, fundamentado num sistema de
valores e crenas morais e no conhecimento tcnico-cientfico da rea. (Garcia &
Nbrega, 2009)
O processo de Enfermagem divide-se em cinco fases: Apreciao inicial, diagnstico,
planeamento, implementao e avaliao. (Potter & Perry, 2006)
A apreciao inicial ocorre no primeiro contacto entre o enfermeiro e o utente e
continua ao longo de todo o atendimento. (Potter & Perry, 2006) Na primeira fase
feita a colheita de dados (entrevista, exame fsico e conhecimentos de exames
diagnsticos), validao dos dados (verificao da veracidade da informao),
organizao dos mesmos (agrupamento com base numa lgica), identificao de
padres ( determinao dos dados relevantes e irrelevantes) e comunicao e registo dos
dados. (Universidade Federal de Mato Grosso, 2006) Os dados recolhidos so
analisados para elaborar diagnsticos de enfermagem e o plano de cuidados de
Enfermagem. (Potter & Perry, 2006)
A segunda etapa a de interpretao para a emisso de um julgamento. (Universidade
Federal de Mato Grosso, 2006) Esta fase a que d significado aos dados que foram
recolhidos e organizados durante a apreciao inicial. Atravs da elaborao dos
diagnsticos de Enfermagem, o enfermeiro seleciona as intervenes de enfermagem
para atingir os resultados pretendidos. (Potter & Perry, 2006)
A terceira fase a de planeamento. Nesta fase o enfermeiro planifica os cuidados de
enfermagem para cada utente. necessrio estabelecer prioridades, definir objetivos,
formular os resultados esperados e elaborar o plano de cuidados. (Potter & Perry, 2006)
Na quarta fase so implementados os cuidados. Coloca-se o plano em ao, ou seja, as
intervenes que foram planeadas so postas em prtica. (Potter & Perry, 2006)
Por ltimo, a quinta fase a avaliao final, onde avaliado todo o plano que foi
colocado em ao. Avalia-se a capacidade do utente para atender s suas necessidades
-
20
bsicas alteradas, aps a implementao do plano de cuidados de Enfermagem. Esta
fase, apesar de ser a ltima do Processo de Enfermagem, aplicada ao longo de todo o
processo. Nesta fase possvel saber se o plano de cuidados foi eficaz e se chegou aos
resultados esperados. (Potter & Perry, 2006) O processo de avaliao compreende
quatro etapas: Levantamento de dados sobre o estado de sade, comparaes de dados
com as metas definidas anteriormente, elaborao de um juzo acerca da evoluo e a
reavaliao do plano de cuidados de Enfermagem. (Universidade Federal de Mato
Grosso, 2006)
No processo de Enfermagem da criana em estudo, ser apresentada a colheita de
dados/ avaliao inicial, o plano teraputico com os frmacos prescritos e uma breve
descrio da terapia efetuada e por fim o plano de cuidados. Relativamente ao plano de
cuidados, as intervenes de Enfermagem sero justificadas com base em teoria, sendo
apresentadas em nota de rodap.
-
21
3.1. COLHEITA DE DADOS / AVALIAO INICIAL
A presente colheita de dados foi efetuada atravs do preenchimento dos itens presentes
na avaliao instituda no programa SClnic, do servio de pediatria do Centro
Hospitalar, onde decorreu o estgio. Foi realizada no dia 22 de Setembro de 2014 pelos
profissionais do servio em conjunto com os alunos de enfermagem, e complementada
posteriormente atravs de consulta ao processo da criana e observao durante o
contacto com esta. Os dados sero apresentados em forma de tabela, de modo a
simplificar a sua consulta, com a explicao de alguns itens, em forma de texto.
APRECIAO INICIAL
DADOS GERAIS
NOME DA CRIANA C.A.S.O
IDADE 8 Anos
NOME DA ME A.O
NOME DO PAI M.O
CONTACTO TELEFNICO *********
DIAGNSTICO MDICO Asma
MOTIVO DE INTERNAMENTO Oxigenoterapia;
Inaloterapia;
Vigilncia;
DATA DA ADMISSO 22 SET - 2014
HORA DA ADMISSO 18:00
ANTECEDENTES PESSOAIS Internado aos 8 meses e aos 2 anos por
problemas respiratrios.
HDA: Iniciou crise de broncoespasmo nas
ltimas 24h, sem resoluo aps
medicao de domiclio.
PROVENINCIA URGNCIA
-
22
RESPIRAO
FREQUNCIA RESPIRATRIA cpm 28
ANTECEDENTES Asma. Medicado habitualmente com
montelucaste comprimido noite e
budesonido 2 puffs por aerochamber de
manh e 2 puffs noite, em SOS com
salbutamol tambm por aerochamber.
OUTROS DADOS Respirao mista, irregular, normal e
simtrica.
CIRCULAO
TA sist. mmHg 109
TA. diast. mmHg 65
FREQUNCIA CARDACA bat/min 133
OUTROS DADOS PAM: 80 mmHg
TEMPERATURA CORPORAL
Temp. C 37.3
MEDICAO HABITUAL Paracetamol quando faz picos febris.
OUTROS DADOS Desconhece alergias medicamentosas
NUTRIO
N DE REFEIES Cinco a seis refeies por dia
TIPO DE ALIMENTAO PED III7
ALIMENTOS PREFERIDOS No refere
ALIMENTOS MAL TOLERADOS No gosta de brcolos e couve-flor
OUTROS DADOS Desconhece alergias alimentares
DIGESTO
OUTROS DADOS Habitualmente boa absoro
VOLUME DE LQUIDOS
OUTROS DADOS Pele e mucosas hidratadas e coradas. Sem
edema.
ELIMINAO
7 Sigla para Peditrica III, sendo que est protocolado no Hospital, que este tipo de dieta geral (variada).
-
23
LTIMA DEJEO 21 Set - 2014
FREQUNCIA HABITUAL Diria
CARACTERSTICAS Castanhas escuras e endurecidas
OUTROS DADOS Sem dados
TEGUMENTOS
OUTROS DADOS Pele atpica
ATIVIDADE MOTORA
PARALISIA Ausente
ANTECENTES EPILTICO No apresenta
OUTROS DADOS Atualmente com dispneia de esforo
DESENVOLVIMENTO FSICO
PESO Kg 20
PERMETRO CEFLICO cm No apresenta dados
COMPRIMENTO cm No apresenta dados
OUTROS DADOS No apresenta dados
AUTOCUIDADO
BANHO NO CHUVEIRO Sim
BANHO NA BANHEIRA No
OUTROS DADOS Apresenta bons cuidados de higiene
INTERAO DOS PAPEIS
PRESTADOR DE CUIDADOS
NOME A.O
PARENTESCO Me
CONTACTO *********
OUTROS DADOS No apresenta dados
OUTROS DADOS
OUTROS DADOS (UM) Plano Nacional de Vacinao atualizado.
Refere alergias a caros, p e plo de co
e gato.
OUTROS DADOS (DOIS) Agregado familiar constitudo pelos pais
(saudveis), irm de seis e 22 anos,
-
24
cunhado de 20 anos e sobrinha de 2 anos.
Frequente o terceiro ano de escolaridade e
ATL8.
Tabela 1 - Colheita de dados/Avaliao inicial da criana C
3.2. REGIME TERAPUTICO
Neste subcaptulo sero apresentados os frmacos administrados ao utente durante o
internamento, segundo o guia farmacolgico para os Enfermeiros e o website do
Infarmed. Apesar dos frmacos terem diversas indicaes, aqui apenas ser referida a
que indicada para a criana em estudo.
FRMACO
Deflazacorte 22,75 mg/ml suspenso oral
GRUPO FARMACOLGICO
Glucocorticide
DOSE
14 gotas
VIA DE ADMINISTRAO
Oral
HORRIO
11 Horas
Indicado nas doenas pulmonares e alergias.
Este por sua vez possui uma ao anti-
8 Sigla para atelier de tempos livres.
-
25
INDICAO/AO
PRETENDIDA
inflamatria (deprime a formao e a atividade
de mediadores endgenos da inflamao) e
imunossupressora (modificando a resposta
imunolgica).
REAES ADVERSAS
Susceptibilidade aumentada a infees
alteraes digestivas, desequilbrio
hidroeletroltico, efeitos msculo-esquelticos,
cutneos, oftlmicos, perturbaes
neuropsiquitricas, casos raros de reaes
alrgicas e efeitos endcrinos.
INTERAES
MEDICAMENTOSAS
No existem interaes com os restantes
frmacos que o utente tinha prescritos.
Tabela 2 - Frmaco Deflazacorte
FRMACO
Salbutamol 5mg/ml, soluo para inalao por
nebulizao
GRUPO FARMACOLGICO
Antiasmticos e Broncodilatadores de curta
durao. Agonistas adrenrgicos beta.
DOSE
0,5 ml
VIA DE ADMINISTRAO
Inalatria
-
26
HORRIO
7 horas, 11 horas e 18 horas.
INDICAO/AO
PRETENDIDA
Indicado o controlo de rotina do broncospasmo
crnico que no responde teraputica
convencional e para o tratamento agudo da asma
grave. Sendo um estimulante beta-adrenrgico
este tem uma ao seletiva sobre os recetores
2-adrenrgicos. Atua tambm nos msculos
lisos exercendo uma ao estimulante sobre os
recetores brnquicos.
REAES ADVERSAS
Reaes de hipersensibilidade incluindo
angioedema, urticria, broncospasmo,
hipotenso e colapso. Hipocaliemia. Acidose
lctica. Tremor, cefaleias. Hiperactividade.
Taquicardia. Palpitaes. Arritmias cardacas
incluindo fibrilao auricular, taquicardia
supraventricular e extra-sstoles. Broncospasmo
paradoxal. Irritao da boca e garganta.
INTERAES
MEDICAMENTOSAS
No existem interaes com os restantes
frmacos que o utente tinha prescritos.
Tabela 3 - Frmaco Salbutamol
-
27
FRMACO
Montelucaste
GRUPO FARMACOLGICO
Antagonista dos recetores dos leucotrienos
DOSE
comprimido
VIA DE ADMINISTRAO
Oral
HORRIO
Medicamento de domiclio, administrado noite
cujo horrio controlado pelos pais .
INDICAO/AO
PRETENDIDA
Indicado para o controlo da Asma. Atua atravs
do bloqueio das substncias que surgem
naturalmente nos pulmes chamadas
leucotrienos, que provocam estreitamento e
inchao (inflamao) das vias areas nos
pulmes da criana e que podem provocar
sintomas de asma.
REAES ADVERSAS
Palpitaes. Tonturas. Sonolncia. Parestesia.
Dormncia (hipoestesia).Convulses. Diarreia.
Boca seca. Indigesto. Nuseas. Vmitos.
Fraqueza e cansao Sensao geral
de mal-estar. Edema. Reaces alrgicas.
Inflamao do fgado. Alucinaes. Pesadelos.
Incapacidade de dormir. Irritabilidade. Agitao.
Inquietao. Tremores. Ansiedade.
-
28
INTERAES
MEDICAMENTOSAS
No existem interaes com os restantes
frmacos que o utente tinha prescritos.
Tabela 4 - Frmaco Montelucaste
FRMACO
Budesonido
GRUPO FARMACOLGICO
Glucocorticide
DOSE
2 puffs
VIA DE ADMINISTRAO
Inalatria
HORRIO
Medicamento de domiclio. 2 Puffs de manh e
dois puffs noite. Controlado pelos pais o
horrio de administrao.
INDICAO/AO
PRETENDIDA
Indicado para o tratamento da asma brnquica.
Este por sua vez possui uma ao anti-
inflamatria (deprime a formao e a atividade
de mediadores endgenos da inflamao) e
imunossupressora (modificando a resposta
imunolgica).
-
29
REAES ADVERSAS
Ligeira irritao na garganta. Infees por
cndida na orofaringe. Rouquido. Tosse.
Nervosismo, agitao, depresso, perturbaes
comportamentais. Reaes imediatas e tardias de
hipersensibilidade, incluindo exantema,
dermatite de contacto, urticria, angioedema e
broncospasmo. Equimoses
INTERAES
MEDICAMENTOSAS
No existem interaes com os restantes
frmacos que o utente tinha prescritos.
Tabela 5 - Frmaco Budesonido
3.3. ATITUDES TERAPUTICAS
As atitudes teraputicas consistem em indicaes mdicas sobre o tratamento que a
criana deve seguir e constituem um importante ponto de ateno para os enfermeiros.
De seguida apresento as atitudes teraputicas prescritas ao C, em formato de tabela
DATA DE INICIO 22/09/14
ATITUDE TERAPEUTICA Oxigenoterapia por cnula nasal
INTERVENO DE ENFERMAGEM
RESULTANTE DA ATITUDE
TERAPUTICA
Gerir oxigenoterapia (SOS)
DADOS Durante o internamento geriu-se o
oxignio a 2L/min para Saturaes abaixo
dos 94%
DATA DE TERMO 23/09/14
Tabela 6 - Atitude teraputica (Oxigenoterapia por cnula nasal)
-
30
DATA DE INICIO 22/09/14
ATITUDE TERAPEUTICA Cinesioterapia respiratria
INTERVENO DE ENFERMAGEM
RESULTANTE DA ATITUDE
TERAPUTICA
Executar cinesioterapia
respiratria (1x dia; SOS)
DADOS Durante o internamento foram executados
os exerccios de cinesioterapia respiratria
uma vez por dia, incentivando a criana ao
uso do espirmetro, ou de encher um
balo, entre os intervalos da terapia.
DATA DE TERMO 25/09/14
Tabela 7 - Atitude teraputica (Cinesioterapia respiratria)
DATA DE INICIO 22/09/14
ATITUDE TERAPEUTICA Dieta
INTERVENO DE ENFERMAGEM
RESULTANTE DA ATITUDE
TERAPUTICA
Gerir a dieta; (SOS) Vigiar Alimentao; (2x Turno)
DADOS Durante o internamento o C tinha
prescrito uma dieta Peditrica III, que
consiste em alimentao variada onde
geralmente e no caso do C, comia um po
com manteiga e leite com chocolate, ao
meio da manh bebia um iogurte e comia
uma pea de fruta ou bolachas, ao almoo
a sopa, o conduto e a fruta, ao lanche um
iogurte ou leite com po ou bolachas, ao
jantar novamente a sopa, o conduto e a
fruta e a ceia ch ou leite e bolachas.
DATA DE TERMO 25/09/14
Tabela 8 - Atitude teraputica (Dieta)
-
31
3.4. ATIVIDADE DE VIGILNCIA
As atividades de vigilncia consistem num importante foco de ateno do enfermeiro
durante a sua interao com a criana.
Neste subcaptulo irei apresentar as atividades de vigilncia da criana C. em formato
tabela.
DATA DE INICIO 22/09/14
FOCO DE ATENO Temperatura corporal
ATIVIDADE DE VIGILNCIA Monitorizar Temperatura corporal
(2x turno e SOS)
DADOS Durante o internamento verificou-se que
os valores de temperatura corporal se
mantiveram dentro dos 36,5-37,5, ou
seja, mantiveram-se dentro dos
parmetros aceitveis descritos na tabela
do servio em Anexo II.
DATA DE TERMO 25/09/14
Tabela 9 - Atividade de vigilncia (temperatura corporal)
Tabela 10 - Atividade de vigilncia (Frequncia cardaca)
DATA DE INICIO 22/09/14
FOCO DE ATENO Frequncia Cardaca
ATIVIDADE DE VIGILNCIA Monitorizar Frequncia Cardaca
(1x turno e SOS)
DADOS Durante o internamento os valores de
frequncia cardaca mantiveram entre os
65-110 bpm, ou seja, mantiveram-se
dentro dos parmetros aceitveis descritos
na tabela do servio em Anexo II.
DATA DE TERMO 25/09/14
-
32
Tabela 11 - Atividade de vigilncia (Tenso arterial)
Tabela 12 - Atividade de vigilncia (Dieta)
DATA DE INICIO 22/09/14
FOCO DE ATENO Tenso arterial
ATIVIDADE DE VIGILNCIA Monitorizar Tenso arterial (1x
turno e SOS)
DADOS Durante o internamento os valores de
tenso arterial sistlica mantiveram-se
entre os 97 112 mmHg e os valores de
tenso arterial diastlica mantivera-se
entre os 57-71 mmHg, ou seja,
mantiveram-se dentro dos parmetros
aceitveis descritos na tabela do servio
em Anexo II.
DATA DE TERMO 25/09/14
DATA DE INICIO 22/09/14
FOCO DE ATENO Dieta
ATIVIDADE DE VIGILNCIA Vigiar refeio
DADOS Durante o internamento a criana C,
alimentou-se quase sempre na totalidade
em todas as refeies.
DATA DE TERMO 25/09/14
-
33
Tabela 13 - Atividade de vigilncia (Eliminao intestinal)
Tabela 14 - Atividade de vigilncia (Sistema respiratrio)
DATA DE INICIO 22/09/14
FOCO DE ATENO Eliminao intestinal
ATIVIDADE DE VIGILNCIA Vigiar Eliminao intestinal
DADOS Durante o internamento a criana C teve
duas dejees de caractersticas: Cor
castanha, quantidade moderada, Moles,
cheiro sui generis.
DATA DE TERMO 25/09/14
DATA DE INICIO 22/09/14
FOCO DE ATENO Sistema Respiratrio
ATIVIDADE DE VIGILNCIA Vigiar Respirao
DADOS Durante o internamento a criana C teve
vrias fases de diferentes caractersticas a
nvel da respirao. Inicialmente
apresentava sinais de dificuldade
respiratria e como tal uma respirao
irregular, mista, superficial e simtrica. J
dia 23, apresentava uma respirao
regular, mista, normal e simtrica.
DATA DE TERMO 25/09/14
-
34
3.5. PLANO DE CUIDADOS/JUSTIFICAO DE INTERVENES
Este plano engloba a fase de diagnstico, a fase de planeamento e de implementao.
O diagnstico de enfermagem definido como o problema ou necessidade da pessoa ou
da famlia, tendo por base o pensamento crtico da avaliao inicial e sobre as respostas
da famlia e da criana aos processos de vida. (Hockenberry, 2006)
A fase de planeamento ocorre quando formulamos intervenes de enfermagem, ou seja
aes que iro contribuir para a resoluo do diagnstico, obtendo desta forma o
resultado esperado. (Hockenberry, 2006)
A fase de implementao fase ativa do processo de enfermagem em que so definidas
estratgias de cumprimento das intervenes. (Hockenberry, 2006)
Em pediatria, o diagnstico e a interveno devem ter a participao ativa da criana e
da famlia. (Hockenberry, 2006)
O plano de cuidados, a seguir apresentado, constitudo por data de incio, foco de
enfermagem, atividades de diagnstico, critrios de diagnstico, diagnstico, objetivos,
intervenes e resultados de enfermagem, avaliao de enfermagem e data de termo.
Para cada diagnstico apresentada uma justificao breve das intervenes planeadas.
-
35
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Conforto9
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar a alterao do conforto na criana
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
A criana encontra-se internada num servio de
pediatria, que no, lhe proporciona um ambiente igual
ao que est habituada. H uma significativa alterao
nas rotinas dirias, nomeadamente na hora das refeies,
na reduo de mobilidade e nas horas de sono, assim
como h alterao do ambiente normal da criana
(exposio a luzes fortes, sons de mquinas, presena de
vrias pessoas no conhecidas, realizao de rotinas do
servio, como a administrao de medicao)
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Alterao do conforto
OBJETIVOS
Diminuir a alterao do conforto
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1- Gerir o ambiente fsico (Sem horrio)
2- Providenciar privacidade (Sem horrio)
3- Promover o conforto (Sem horrio)
4- Assistir no autocuidado dar banho criana (Turno fixo e
SOS)
5- Estabelecer confiana com a criana (Sem horrio)
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Alterao do conforto diminuda
Doente confortvel
No incio do internamento a criana evidenciava
9 Status: Sensao de tranquilidade fsica e bem-estar corporal.
-
36
AVALIAO DE ENFERMAGEM desconforto uma vez que se encontrava numa situao
de doena num local desconhecido. No entanto atravs
da execuo das intervenes criou-se um ambiente
favorvel ao seu bem-estar e nomeadamente propicio
sua recuperao, havendo a criao de uma
ligao/relao de confiana para com os profissionais
que lhe transmitiam segurana e ao mesmo tempo
conforto.
DATA DE TERMO
25/09/14
Tabela 15 - Diagnstico de enfermagem (Alterao no conforto)
Justificao da interveno 1: importante gerir o ambiente fsico, para que a
temperatura do ambiente esteja livre de correntes de ar que possam colocar a criana em
risco de desenvolver outra patologia, visto que o seu sistema imunitrio se encontra
comprometido. tambm importante que a temperatura da gua seja adequada
(aproximadamente 37 C), para evitar problemas como queimaduras. (Hockenberry,
2006)
Justificao da interveno 2: A privacidade muito importante para qualquer utente,
independentemente da sua faixa etria. No caso das crianas da faixa etria da criana
em estudo, ao verem que a sua privacidade est resguardada podem aceitar melhor e
participar ativamente nos cuidados, permitindo assim uma melhor recuperao.
(Hockenberry, 2006)
Justificao da interveno 3: importante que a criana se sinta confortvel, uma
vez que colaborar melhor e a evoluo do seu estado de sade ser mais favorvel.
(Hockenberry, 2006). No caso da criana em estudo foi notvel a criao de um
ambiente calmo e confortvel para que a mesma se acalma-se e colabora-se com a
equipa de enfermagem.
Justificao da interveno 4: importante que o enfermeiro esteja presente para
apoiar os pais a dar banho criana se for necessrio. Far com que se sintam mais
confortveis e confiantes de que, se precisarem de ajuda, estar algum presente.
(Hockenberry, 2006)
-
37
Justificao da interveno 5: Interagir com as crianas no momento de brincar um
aspeto e caracterstica fundamental do enfermeiro na pediatria, pois atravs deste
momento que surge a oportunidade de estabelecer uma relao de confiana com a
mesma, aprendendo a comunicar com ela, respeitando o seu ritmo e autonomia. (Jorge,
2004)
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Infeco10
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar o risco de infeo na criana
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
A hospitalizao uma situao em que o doente se
encontra mais sujeito a contrair infees devido a uma
maior presena de microorganismos e de portas de
entrada (devido aos procedimentos invasivos visto que
ultrapassam as barreiras naturais de proteo do
indivduo). A transmisso desses microorganismos
realizada por trs vias. A via de contacto divide-se em
trs: a direta, a indireta e pelas gotculas. A direta
transmisso de pessoa para pessoa sem um objeto
intermedirio enquanto a indireta transmite-se a partir
de um objeto intermedirio. As gotculas tm uma
passagem breve pelo ar quando a fonte e o hospedeiro se
encontram muito prximos e so partculas
relativamente grandes que rapidamente assentam nas
superfcies. A via area transmite-se por bactrias no ar
que no se apresentam como partculas livres mas que
se encontram nas escamas de pele ou em gotculas
10
Processo patolgico: invaso do corpo por microorganismos patognicos que se reproduzem e
multiplicam, causando doena por leso celular local, secreo de toxinas ou reao antignio-anticorpo.
(CIPE VERSO 2)
-
38
libertadas durante a fala, a tosse ou o espirro. As
partculas conseguem manter-se no ar deslocarem-se por
grandes perodos e grandes distncias conforme as
correntes de ar. A via por vectores divide-se em ingesto
e via percutnea que consistem respetivamente
ingesto de substncias contaminadas e transmisso
por perfurao.
O risco de infeo est ligado ao conceito de infeo
nosocomial11
.
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Risco de infeo
OBJETIVOS
Ausncia de infeo
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1- Vigiar sinais de infeo (Sem horrio)
2- Manter medidas de preveno de contaminao (Sem
horrio)
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Infeco ausente
AVALIAO DE ENFERMAGEM
Durante o internamento manteve-se as devidas medidas
de preveno de contaminao por parte da equipa de
enfermagem, atravs da correta desinfeo das mos e
do material partilhado pelos doentes, pelo que no se
verificaram sinais de infeo, tais como, febre, rubor,
calor, edema, ardor e dor.
DATA DE TERMO
25/09/14
Tabela 16 - Diagnstico de enfermagem (Risco de infeo)
11
Define-se por infeo nosocomial uma aquisio de uma infeo aps a admisso do doente no meio
hospitalar ou aps a sua alta quando essa infeo estiver relacionada com o internamento. (Instituto
nacional de sade Doutor Ricardo Jorge, s.d.)
-
39
Justificao da interveno 1: Associado a um risco existe sempre uma atitude de
vigilncia. Esta atitude contribui para um controle mais eficaz. Como tal, verifiquei se a
criana C. apresentava sinais de infeo como febre, rubor, ardor, dor. Sendo a
preveno a primeira rea de interveno da enfermagem importante realizar esta
vigilncia periodicamente de modo a garantir a excelncia de cuidados ao doente. (
Jorge, 2004)
Justificao da interveno 2: Existe uma grande responsabilidade do profissional de
sade no controle da infeco pois este presta cuidados a diversos doentes e manuseia
materiais, resduos e fluidos potencialmente infecciosos, sendo assim, um meio de
transmisso de microorganismos. Posto isto e para que se mantenham medidas de
preveno de contaminao, de extrema importncia o conceito de uma boa
higienizao das mos (como o proposto em anexo I), a desinfeco e lavagem do
material em contacto com o doente e o uso de material de proteco como mscara,
bata, avental, touca, luvas e culos quando necessrio. (Instituto nacional de sade
Doutor Ricardo Jorge, s.d.)
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Infeco
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar o conhecimento dos pais sobre sinais de infeo
A criana necessita de um suporte de um prestador de
cuidados. No caso de os pais desenvolverem esse papel,
estes cuidaro permanentemente da criana. Sendo que a
criana tem risco de infeo por se encontrar no hospital
necessrio avaliar os conhecimentos dos seus
cuidadores sobre os sinais deste foco. Esta avaliao
importante no s para um aumento do conhecimento
dos pais como para tranquiliza-los e construir uma
participao ativa no plano de cuidados do seu filho de
-
40
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
modo a tornar o internamento menos stressante para a
criana e de modo a ajudar a diminuir o sentimento de
impotncia que os pais muitas vezes sentem.
(Hockenberry, 2006)
Aps a avaliao do conhecimento dos pais revelou-se
uma falta de conhecimento sobre todos os sinais de
infeo.
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Conhecimento dos pais sobre sinais de infeo no
demonstrado
OBJETIVOS
Conhecimento dos pais sobre sinais de infeo
demonstrado
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1 - Ensinar os pais sobre sinais de infeo (Sem horrio)
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Conhecimento dos pais sobre sinais de infeo
demonstrado
AVALIAO DE ENFERMAGEM
Durante o internamento os profissionais de sade,
nomeadamente os enfermeiros, realizam uma vigilncia
durante o turno aos sinais que indicam a existncia de
uma infeo, no entanto, sendo os pais neste caso o
prestador de cuidados, passando todo o tempo ao lado
da criana este apercebe-se as mudanas que podero
acontecer na criana sendo o principal alerta ao
enfermeiro caso tenha os conhecimentos para
reconhecer os sinais da patologia ou da condio
patolgica. Deste modo foram prestados os devidos
ensinos sendo que a me revelou conhecimento sobre os
mesmos, no havendo no entanto, nenhuma
-
41
intercorrncia.
DATA DE TERMO
24/09/14
Tabela 17 - Diagnstico de enfermagem (Conhecimento dos pais sobre sinais de infeo no demonstrado)
Justificao da interveno 1 - Segundo a CIPE beta 2, define-se pela ao ensinar
como informar ou dar informaes sobre um assunto.
Tendo em conta que os pais no possuam informaes sobre os sinais de infeo e que
estes medeiam o relacionamento com a criana foi-lhe informado e constantemente
avaliado todo o seu conhecimento sobre sinais de infeo. Este processo foi realizado
utilizando uma postura educativa e uma linguagem correta mas adequada aos pais.
Deste modo, foi explicado que a presena de febre, vermelhido, ardor, dor seriam
sinais de alerta para uma possvel infeo.
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Infeco
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar o conhecimento dos pais sobre preveno de
infeo na criana
Existe uma grande responsabilidade do profissional de
sade no controle da infeo por ser um meio de
transmisso de infeo. No entanto, os pais tambm
podem ser veculos de transmisso de infeo pelo
contacto ou provvel contacto que tm com o exterior, a
enfermaria, o doente, a cama e cadeira do doente, alguns
materiais e brinquedos, alguns fluidos corporais como
urina, fezes, vmitos, rinorreia, etc., a alimentao do
doente e a medicao do doente. Para prevenir a infeo
-
42
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
e a contaminao portanto necessrio avaliar o
conhecimento dos pais sobre as medidas que podero
adotar. (Hockenberry, 2006)
Aps a avaliao do conhecimento dos pais revelou-se
uma falta de conhecimento sobre as medidas de controlo
de infeo.
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Conhecimento dos pais sobre preveno de infeo no
demonstrado
OBJETIVOS
Conhecimento dos pais sobre preveno de infeo
demonstrado
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1-Ensinar os pais sobre medidas de preveno da
infeo (Sem horrio)
2-Ensinar os pais sobre medidas de preveno da
contaminao (Sem horrio)
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Conhecimento dos pais sobre preveno de infeo
demonstrado
AVALIAO DE ENFERMAGEM
Durante o internamento os pais da criana, esto em
contacto com outras crianas doentes e com o ambiente
hospitalar sendo que importante assegurar que a
preveno a primeira linha de defesa contra uma nova
doena tanto para a pessoa como para a criana com
quem est em contacto. Assim sendo foram prestados os
ensinos que os pais adquiriram e cumpriram
constituindo assim uma mais-valia no s para eles
mesmos e para o filho como para as demais crianas do
servio, no se verificando nenhuma ocorrncia de
-
43
infeo nosocomial.
DATA DE TERMO
24/09/14
Tabela 18 - Diagnstico de enfermagem (Conhecimento dos pais sobre preveno de infeo no demonstrado)
Justificao da interveno 1 - Tendo por base a importncia dos pais na
hospitalizao, o conceito de ensinar e a importncia da preveno de infeo foram
implementadas as intervenes de enfermagem a cima mencionadas. A preveno da
transmisso de infeo constitui a primeira e mais importante linha na defesa contra a
doena pois evita que esta se desenvolva na criana que na situao de doena se
encontra susceptvel.
Justificao da interveno 2 - Segundo os conceitos do Instituto nacional de sade
Doutor Ricardo Jorge, que a preveno da infeo muito importante na criana
hospitalizada pela exposio mais exacerbada a microorganismos, pela diminuio das
suas defesas e para a preveno da doena. E que esta preveno realizada pelos pais
passa essencialmente pela lavagem e desinfeo nas situaes indicadas em anexo I.
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Infeco
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar o risco de infeo na criana
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
Como referido anteriormente os pai so provveis
veculos de transmisso de infeo. Como tal devem
implementar medidas de preveno de infeo. Apesar
do conhecimento terico necessrio adotarem as
medidas corretas de forma adequada. Por isso foram
avaliadas as prticas de preveno de infeo dos pais.
Desta avaliao denotou-se que os pais no praticavam
atitudes preventivas.
-
44
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Aprendizagem de capacidades dos pais sobre preveno
de infeo no demonstrado
OBJETIVOS
Aprendizagem de capacidades dos pais sobre preveno
de infeo demonstrado
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1- Instruir os pais sobre medidas de preveno de
infeo (Sem horrio)
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Aprendizagem de capacidades dos pais sobre preveno
de infeo demonstrado
AVALIAO DE ENFERMAGEM
Durante o internamento os pais da criana, esto em
contacto com outras crianas doentes e com o ambiente
hospitalar sendo que importante assegurar que a
preveno a primeira linha de defesa contra uma nova
doena tanto para a pessoa como para a criana com
quem est em contacto. Assim sendo aps terem
adquiridos os conhecimentos foram instrudos sobre as
medidas de preveno onde se verificou que estes
detinham conhecimentos e sabiam transp-los na
prtica.
DATA DE TERMO
25/09/14
Tabela 19 - Diagnstico de enfermagem (Aprendizagem de capacidades dos pais sobre preveno de infeo
no demonstrado)
Justificao da interveno 1 - Segundo a CIPE beta 2, define-se pela ao instruir
como dar informaes prticas sobre um assunto.
-
45
Tendo por base os conceitos utilizados para os ensinos realizados, foi implementada a
interveno de enfermagem a cima indicada.
Para a sua execuo foram realizados os procedimentos de lavagem e desinfeo das
mos junto dos pais e foi fornecido uma ilustrao sobre o procedimento (anexo II).
Instruir os pais constituiu uma rea de interveno importante pois avalia-se os
conhecimentos e se os mesmos os sabem transpor para a prtica de modo a utilizarem as
tcnicas para o bem-estar fsico da criana.
12 Papel de membro da famlia: Interagir de acordo com as responsabilidades de ser pais; internalizar a expectativa mantida pelos membros da famlia, amigos e sociedade relativamente aos comportamentos
apropriados ou inapropriados do papel de pais, expressar estas expectativas sob a forma de
comportamentos, valores; sobretudo em relao promoo do crescimento e desenvolvimento ptimos
de um filho dependente. (CIPE VERSO 2)
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Papel Parental12
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar o papel parental
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
Numa famlia cada individuo tem uma posio e um
papel cultural socialmente definido. O papel parental
definido como a satisfao das expectativas num
comportamento sexual adequado e na responsabilidade
de apoio criana. Quando os papis familiares
satisfazem as expectativas define-se essa famlia como
sendo forte. Este tipo de famlias corresponde a
determinadas qualidades como apreciao e
encorajamento dos papis, despensa de tempo familiar,
compromisso pelo bem-estar e crescimento individual
dos membros da famlia, congruncia de objetivos,
capacidade comunicativa entre os membros, definio
rigorosa de valores, regras e crenas familiares,
-
46
equilbrio de recursos, flexibilidade, adaptabilidade,
resoluo de problemas de forma positiva e o uso de
variadas estratgias de enfrentamento. (Hockenberry,
2006)
Quando a criana hospitalizada, existe por parte da
criana uma maior expectativa de cuidados dos pais e os
pais, por seu lado esto mais ansiosos, sentindo-se por
vezes abandonados, com medo e frustrados. Existe nesta
situao um distrbio de recursos e portanto uma
necessidade maior de dispensa de tempo familiar,
resoluo de problemas, flexibilidade e adaptabilidade e
de estratgias de enfrentamento, comprometendo a
famlia. (Jorge, 2004)
Os pais de C. sofreram com a hospitalizao, sentindo-
se impotentes, estando a comprometer as suas
estratgias de enfrentamento, no conseguindo
responder s espectativas de apoio criana na
hospitalizao.
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Papel parental no adequado
OBJETIVOS
Papel parental adequado
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1- Ensinar sobre papel parental durante a hospitalizao
(Sem horrio)
2- Assistir no tomar conta da criana (Sem horrio)
3 - Facilitar a aprendizagem de habilidades para o
desempenho do papel parental (Sem horrio)
-
47
Tabela 20 - Diagnstico de enfermagem (Papel parental no adequado)
Justificao da interveno 1 - O papel parental na hospitalizao cumprida quando
os pais conseguem assegurar as espectativas estipuladas. Para que isso acontea
necessrio informar os pais a cerca da importncia da sua permanncia no hospital e do
seu envolvimento nos cuidados a ser prestados. (Hockenberry, 2006). Foi ento
explicado aos pais de C. que se permanecessem no hospital iriam cumprir com a sua
responsabilidade de apoio criana e o seu envolvimento nos cuidados iria transmitir
segurana diminuindo, assim, o desconforto gerado em P. devido ao internamento. No
entanto para que seja possvel cumprir estes princpios necessrio uma ambientao
das normas e das rotinas hospitalares. Como tal foi explicado aos pais tanto as regras do
servio e os horrios das refeies, das visitas mdicas e dos cuidados de higiene como
a possibilidade da utilizao de brinquedos ldicos.
Justificao da interveno 2 - Aps o conhecimento destes conceitos sobre a
hospitalizao os pais tendem a negligenciar a sua prpria sade, dormindo menos,
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Papel parental adequado
AVALIAO DE ENFERMAGEM
Durante o internamento os pais da criana, foram
executadas as intervenes acima supra mencionadas
sendo que atravs das mesmas verificou-se a mudana
no comportamento dos pais que aprenderam e
perceberam que o sentimento de inutilidade que
sentiram no incio do internamento desaparece assim
que colaboram com os profissionais de sade nos
cuidados ao filho. Deste modo obtivemos um papel
parental adequado sem que houvesse exausto dos pais
uma vez que assistia no tomar conta da criana, assim
que estes se necessitavam de ausentar.
DATA DE TERMO
25/09/14
-
48
diminuindo os seus cuidados de higiene e alimentando-se de forma pobre por no
quererem deixar os seus filhos. Quando observamos este aspecto, devemos reforar a
nossa disponibilidade para cuidar da criana enquanto os pais se ausentam para se
encarregarem das suas necessidades bsicas, referindo que a sade deles ir influenciar
a sade do filho. (Hockenberry, 2006)
Os pais de C. tinham uma relutncia pela sada do servio, apesar de sentirem essa
necessidade uma vez que tinham uma filha de 6 anos que necessitava de apoio. Foi-lhes
ento proposto a minha assistncia para tomar conta do seu filho, que gratificantemente
foi-se aceite aps uma conversa onde se criou uma ligao de confiana.
Justificao da interveno 3 - A hospitalizao, uma experiencia stressante tanto
para a famlia como para a criana, por isso os pais necessitam de um apoio emocional e
educativo. Este apoio torna-se extremamente importante para a facilitao da
aprendizagem de habilidades para o desempenho do papel parental. Esta aprendizagem
vai corresponder a uma melhoria do cumprimento das espectativas do papel parental e
deste modo os pais iriam criar sentimentos de autoconfiana e de eficcia reduzindo os
sentimentos de medo, frustrao e ansiedade. (Hockenberry, 2006)
Para proporcionar o apoio devido aos pais de C., utilizei algumas estratgias como
encorajar a famlia a expressar os seus sentimentos, garantir o apoio flexvel, acessvel e
compreensvel s necessidades especiais desta famlia, compreender as suas
preocupaes, emoes, resistncia e necessidades, promover autonomia para a tomada
de deciso aps fornecer as informaes e insistir na importncia da famlia para a
sade da criana.
-
49
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Papel Parental
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar o conhecimento dos pais sobre tratamentos
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
Os sentimentos paternos inerentes ao internamento
(frustrao, medo e a ansiedade), causados em parte pela
falta de conhecimento, comprometem o papel parental
na hospitalizao como tal necessrio avaliar o
conhecimento dos pais a cerca dos tratamentos inerentes
sade da criana. (Hockenberry, 2006)
Os pais de C. no apresentam conhecimentos sobre os
tratamentos, sendo que os tratamentos variam ao longo
do internamento.
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Conhecimento dos pais sobre tratamentos no
demonstrado
OBJETIVOS
Conhecimento dos pais sobre tratamentos demonstrado
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1- Ensinar sobre papel parental durante os tratamentos
(Sem horrio)
2- Explicar os tratamentos aos pais (Sem horrio)
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Conhecimento dos pais sobre tratamentos demonstrado
AVALIAO DE ENFERMAGEM
Durante o internamento so executados criana
inmeros tratamentos dos quais os pais no tm
-
50
conhecimento. A falta de conhecimento gera o medo e o
sentimento de inutilidade pelo que importante ensinar
sobre os tratamentos, at porque quando realizados em
conjunto estes tornam-se mais benficos para a criana.
Foram ento executadas as intervenes at ao dia da
alta uma vez que os tratamentos variam consoante a
observao dos mdicos e as prescries. Os pais
corresponderam sempre as expectativas e demonstraram
conhecimento sobre os tratamentos durante todo o
internamento.
DATA DE TERMO
25/09/14
Tabela 21- Diagnstico de enfermagem (Conhecimento dos pais sobre tratamentos no demonstrado)
Justificao da interveno 1:
necessrio explicar aos pais quais os tratamentos a que a criana ser sujeita ao longo
do internamento. Para alm da necessidade de existir o consentimento informado, ao se
sentirem informados estaro mais confiantes relativamente aos profissionais de sade
que estaro com a criana, bem como recuperao da criana. (Hockenberry, 2006)
Justificao da interveno 2:
Para obter uma participao dos pais nos cuidados de enfermagem necessrio explica-
los. Existem vrias maneiras de explicar, no entanto, a que se tem revelado mais eficaz
exemplificativa. (Hockenberry, 2006)
Durante o internamento, antes de todos os tratamentos foram realizados os ensinos
necessrios e o consentimento informado. Naqueles tratamentos que havia possibilidade
de participao ativa dos pais foi exemplificado de modo a que da prxima vez fosse
possvel os pais realizarem o tratamento. Naqueles em que no havia essa possibilidade
foi reforada a ideia de que os pais deveriam ser a fonte de segurana do C.
-
51
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Papel Parental
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar o conhecimento dos pais sobre preveno de
acidentes
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
Sendo os acidentes uma das principais causas da
hospitalizao importante que haja medidas
preventivas para que estes no aconteam tanto em casa
como no hospital.
Como esto num meio desconhecidos, e numa situao
de doena as crianas muitas vezes entram num estado
irritativo e inquieto que poder causar quedas e
consequentemente acidentes no meio hospitalar sendo
importante o papel dos pais na preveno dos mesmos.
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Conhecimento dos pais sobre preveno de acidentes
com a criana no demonstrado
OBJETIVOS
Conhecimento dos pais sobre preveno de acidentes
demonstrado
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1- Ensinar os pais sobre preveno de acidentes (Sem
horrio)
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Conhecimento dos pais sobre preveno de acidentes
demonstrado
AVALIAO DE ENFERMAGEM
Logo no incio do internamento, durante o acolhimento dos
pais e da criana foram explicados quais as medidas para
-
52
prevenir acidentes com a criana durante o internamento, tais
como puxar as grades para cima e avisar um enfermeiro em
caso de necessidade de se ausentaram do servio. Estas
medidas preventivas entre outras foram cumpridas com
grande eficcia e ateno pelos pais durante o internamento
do C.
DATA DE TERMO
23/09/14
Tabela 22 - Diagnstico de enfermagem (Conhecimento dos pais sobre preveno de acidentes com a criana
no demonstrado)
Justificao da interveno 1: importante saber como prevenir os acidentes, pois
ocupam o primeiro lugar nas causas de morte e incapacidade em crianas e jovens. Os
pais devem saber como prevenir acidentes como por exemplo quedas e queimaduras.
So assuntos que podem ser ensinados ou reforados enquanto a criana se encontra
internada. (Associao para a promoo da segurana infantil,2013)
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Obstipao
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar o risco de obstipao
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
Como o internamento acarreta uma diminuio da
atividade fsica significativa, sendo necessrio o repouso
no caso da patologia do C, este corre um risco acrescido
de obstipao. A variao da alimentao e a
diminuio do consumo de gua ajuda tambm ao
aumento do risco.
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Risco de Obstipao
-
53
OBJETIVOS
Obstipao ausente
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1- Vigiar eliminao intestinal (Sem horrio)
2- Incentivar a atividade fsica (Sem horrio)
3- Incentivar ingesto de lquidos (Sem horrio)
4- Vigiar a dieta (Sem horrio)
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Obstipao ausente
AVALIAO DE ENFERMAGEM
A criana apresentava risco de obstipao no sendo
confirmado. Evacuou quase todos os dias ao longo do
seu internamento, com fezes de cor castanha, cheiro sui
generis e quantidade moderada. Foram realizados os
ensinos aos pais, que foram apreendidos. A criana
alimentou-se quase sempre na totalidade das refeies.
DATA DE TERMO
23/09/14
Tabela 23 - Diagnstico de enfermagem (Risco de obstipao)
Justificao da interveno 1: Deve-se vigiar se a criana evacua diariamente durante
o internamento. Se no ocorrer evacuao por um perodo superior a trs dias, pode ser
necessrio administrar teraputica. (Monahan et al, 2010)
Justificao da interveno 2: Apesar de muitas crianas praticarem bastante exerccio
fsico atravs de brincadeiras ativas, quando esto internadas o sentimento de liberdade
perde-se e tendem a ficar em repouso. Os pais e os profissionais de sade devem
encorajar as crianas a serem fisicamente ativas mesmo num espao reduzido, atravs
de jogos de infncia, como brincar s escondidas, ou jogar com um balo. Uma vez que
est comprovado que a mobilidade previne a obstipao.
Justificao da interveno 3: O aumento da ingesto de gua deve ser feito para
facilitar a funo intestinal. A ingesto de lquidos hidrata e amolece o bolo fecal, o que
-
54
leva reduo do seu peso, facilitando assim o trnsito intestinal e a expulso das fezes.
tambm importante a ingesto hdrica pelo facto de, a ingesto de alimentos ricos em
fibras sem uma ingesto hdrica poder causar efeitos adversos como flatulncia e
obstruo do tubo digestivo. (Monahan et al, 2010)
Justificao da interveno 4: A dieta deve ser vigiada, para que seja observado se a
criana apresenta recusa alimentar ou se alimenta convenientemente, pois muitas vezes
estas no se alimentam pois no gostam de algum tipo de alimento constituinte da
refeio. Deve-se ter cuidado em evitar alimentos obstipantes quando existe um risco
significativo.
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Obstipao
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar o conhecimento dos pais sobre o risco de
obstipao
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
Ao repousar de forma excessiva, juntamento com uma
diminuio significativa da atividade fsica um risco
acrescido de obstipao. Os pais no revelaram
conhecimento sobre a preveno da condio
patolgica, dado que preferiam que o filho repousa-se
constantemente no leito.
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Conhecimento dos pais sobre preveno da obstipao
no demonstrado
OBJETIVOS
Conhecimentos dos pais sobre preveno da obstipao
demonstrado
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1- Ensinar os pais sobre preveno de obstipao (Sem
horrio)
-
55
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Conhecimentos dos pais sobre preveno da obstipao
demonstrado
AVALIAO DE ENFERMAGEM
Os pais inicialmente davam preferncia a que o filho
repousa-se e descansa-se no entanto aps a explicao e
os ensinos, estes compreenderam que tambm era
importante a atividade fsica do filho para prevenir uma
outra complicao. Assim sendo incentivaram e
participaram em atividades ldicas e ativas do filho,
bem como a ingesto de gua e das refeies, pelo que
no se verificou obstipao.
DATA DE TERMO
23/09/14
Tabela 24 - Diagnstico de enfermagem (Conhecimento dos pais sobre preveno de obstipao no
demonstrado)
Justificao da interveno 1: Uma dieta rica em fibras facilita o funcionamento dos
intestinos, pelo facto de ajudarem a aumentar o volume das fezes, absorverem melhor e
em maior quantidade a gua, acelerarem o trnsito intestinal e diminurem a presso
para evacuar. Os alimentos com maior nmero de fibras so os cereais e produtos
integrais, frutas, legumes e leguminosas. (Monahan et al, 2010)
tambm importante indicar aos pais que a criana deve ingerir uma quantidade
suficiente de gua diariamente (um litro a litro e meio) e que o exerccio fsico
importante.
-
56
13
Processo do sistema respiratrio comprometido: movimento laborioso da entrada e sada de ar dos
pulmes, com desconforto e esforo crescente, falta de ar, associado a insuficincia de oxignio no
sangue circulante, sensaes de desconforto e ansiedade. (CIPE VERSO 2)
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Dispneia13
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar o grau de dispneia
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
No dia do internamento a criana apresentava adejo
nasal, tiragem subcostal e intercostal e polipneia, pelo
que segundo o protocolado pelo SClinic se verificava
uma dispneia em grau moderado.
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Dispneia em grau moderado
OBJETIVOS
Dispneia em grau reduzido
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1 - Vigiar sinais de dispneia (sem horrio)
2- Gerir Oxigenoterapia (sem horrio)
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Dispneia em grau reduzido
AVALIAO DE ENFERMAGEM
O C chegou ao servio com uma dispneia moderada que foi
revertendo ao longo do internamento atravs de
Oxigenoterapia. Executamos a vigilncia dos sinais pelo que
no dia da alta este apenas apresentava uma discreta tiragem
-
57
Tabela 25 - Diagnstico de enfermagem (Dispneia em grau moderado)
Justificao da interveno 1: importante realizar uma vigilncia permanente aos
sinais de dispneia uma vez que s assim se entende se esta se encontra em evoluo ou
regresso. Assim sendo avalia-se os sinais de dispneia como a tiragem, o adejo nasal, a
polipneia e monitoriza-se a saturao de oxignio de modo a perceber qual a melhor
forma de intervir. (Baseado em Monahan et al. 2010)
Justificao da interveno 2: Quando nos deparamos com uma condio patolgica
como a Asma inerente a dificuldade respiratria devido aos mecanismos de ao que
desencadeiam a patologia. Esses mecanismos desencadeiam por sua vez uma
diminuio das trocas gasosas que chegam ao fluxo sanguneo pelo que uma
diminuio da saturao de oxignio no sangue, levando a necessidade de executar
Oxigenoterapia. (Baseado em Monahan et al. 2010)
subcostal.
DATA DE TERMO
Mantm aquando da alta
-
58
DATA DE INICIO
22/09/14
FOCO DE ENFERMAGEM
Expetorar14
ATIVIDADES DE DIAGNSTICO
Avaliar o expetorar
CRITRIOS DE DIAGNSTICO
No dia do internamento a criana apresentava sinais de
dificuldade respiratria assim como dificuldade em
expelir a expetorao que demonstrava atravs de
acessos de tosse produtiva.
DIAGNSTICOS DE
ENFERMAGEM
Expetorar ineficaz em grau reduzido
OBJETIVOS
Expetorar eficaz
INTERVENES DE
ENFERMAGEM
1-Vigiar a expetorao (sem horrio)
2-Executar Inaloterapia atravs do inalador (sem
horrio)
3-Executar cinesioterapia respiratria (1x turno)
RESULTADOS DE
ENFERMAGEM
Expetorar ineficaz em grau reduzido
AVALIAO DE ENFERMAGEM
Foram executadas as intervenes acima mencionadas para
14
Limpeza da via area: expulso do muco, material mucopurulento ou lquidos da traqueia, brnquios e
pulmes, tossindo ou cuspindo. (CIPE VERSO 2)
-
59
que se obtivesse um expetorar eficaz no entanto e apesar
destas, terem originado resultados benficos para a criana
este tinha dificuldade em expetorar e deglutia as secrees
pelo que se manteve o diagnstico, com reforo de algumas
intervenes a desempenhar em casa.
DATA DE TERMO
Mantem aquando da alta
Tabela 26 - Diagnstico de enfermagem (Expetorar ineficaz em grau reduzido)
Justificao da interveno 1: importante realizar uma vigilncia permanente as
caractersticas da expetorao uma vez que s assim se entende se esta se encontra em
evoluo ou regresso. Assim sendo realiza-se o incentivo a expetorar e a tossir de
modo a que se vigie as secrees. No entanto para as crianas complicado este
processo pelo que tendem a degluti-las. (Baseado em Monahan et al. 2010)
Justificao da interveno 2 e 3: A Inaloterapia com broncodilatadores ajuda o alvio
dos sintomas e combatem bloqueio que os mecanismos de ao da doena causam as
trocas gasosas e ao fluxo de ar. Juntamento com os exerccios de cinesioterapia que
permitem a expanso pulmonar e treinam os pulmes que esto enfraquecidos pela
patologia, estas duas intervenes constituem uma importante linha teraputica com
grandes benefcios para as crianas.(Baseado em Monahan et al. 2010)
-
60
4. PLANEAMENTO DA ALTA
O planeamento de uma alta consiste na preparao do doente para a transio de um
nvel de cuidados para outro. Deve-se considerar tanto a capacidade fsica e mental,
as preferncias e direitos do doente como as recomendaes mdicas. (Hockenberry,
2006)
A preparao da alta um processo que engloba a equipa multidisciplinar (mdico,
assistente social e enfermeiro), coordenao, orientao, apoio e assistncia. Antes
da alta, necessrio e conveniente alertar, avisar e ensinar o doente e os seus
familiares acerca dos cuidados e precaues a ter em conta no domiclio,
promovendo um ambiente seguro e livre de perigos. O principal objetivo do
plane