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SANTOS,R.J.dos; MEDEIROS,R.P.de; CASTRO, V.M.C.de. Estudo Etnoarqueológico da Cerâmica Utilitária do Município de Tracunhaém, Pernambuco.
Fumdhamentos (2017), vol. XIX. PP. 100‐129. 100
ESTUDO ETNOARQUEOLÓGICO DA CERÂMICA UTILITÁRIA DO MUNICÍPIO
DE TRACUNHAÉM, PERNAMBUCO
Ronaldo José dos Santos1
Ricardo Pinto de Medeiros2
Viviane Maria Cavalcanti de Castro2
Resumo: A produção de cerâmicas utilitárias no município de Tracunhaém proporciona conhecimentos relevantes para auxiliar na compreensão dos processos de confecção desse tipo de artefato cerâmico, ajudando na interpretação arqueológica. A partir da abordagem etnoarqueológica, foi concretizado um estudo etnográfico junto aos agentes produtores nas olarias do município. Neste estudo foi realizada uma descrição detalhada da cadeia operatória da produção da cerâmica utilitária; para isso foi feito o registro fotográfico, entrevistas e uma análise descritiva do material cerâmico para caracterizar os diferentes tipos de utensílios produzidos na cidade. Como resultados são apresentados o modo de confecção dos utensílios, a caracterização dos artefatos e a uma variedade de 10 utensílios cerâmicos com tipologias distintas; no campo dos significados a pesquisa revelou uma relação entre o saber fazer cerâmica, o produtor e a memória coletiva, trazendo à tona lembranças de momentos da vida de cada um, relacionados ao trabalho com o barro e sua família. Palavras Chaves: Bioarqueologia da Infância; Práticas Funerárias; Pedra do Alexandre; Nordeste do Brasil.
Abstract: The production of utilitarian ceramics in the municipality of Tracunhaém brings relevant data to help in the understanding of the processes of making this type of ceramic artifact, helping in the archeological interpretation. Based on the ethnoarchaeological approach, an ethnographic study was carried out in the potteries with the producing agents, using a detailed description of the operative chain of the production of utilitarian ceramics, besides the use of photographic records, interviews and a descriptive analysis of the Ceramics to characterize the different types of utensils produced in the city. The results provided data on the way of making utensils, the characterization of the artifacts that showed a variety of 10 ceramic utensils, each of which has a distinct typology, and in the field of meanings a collective memory relation between ceramic and the producer, bringing back memories of a moment in each one's life, related to working with clay and his family. Keywords: Bioarchaeology of Childhood; Funerary Practices; Pedra do Alexandre; Northeastern Brazil.
1 Baracharel em Arqueologia pela Universidade Federal de Pernambuco ‐ UFPE 2 Departamento de Arqueologia, Universidade Federal de pErnambuco ‐ UFPE
SANTOS,R.J.dos; MEDEIROS,R.P.de; CASTRO, V.M.C.de. Estudo Etnoarqueológico da Cerâmica Utilitária do Município de Tracunhaém, Pernambuco.
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Introdução
A cidade de Tracunhaém fica localizada na zona da mata norte de Pernambuco,
aproximadamente a 62 km da capital do estado, sendo conhecida como o município onde há o
maior polo cerâmico do estado. A produção cerâmica do município é um elemento que está
diretamente relacionado com a formação histórica, social e econômica da cidade e com sua
população. O município possui uma comunidade onde a produção de artefatos cerâmicos
apresenta um modo de fazer tradicional, incluindo técnicas anteriores ao contato com o
europeu, o que pode fornecer dados importantes para a reflexão arqueológica.
De acordo com Allen e Rego (2015) existe uma padronização tanto na forma como em algumas
etapas da produção da cerâmica utilitária no estado de Pernambuco. E também há uma
relação entre as cerâmicas produzidas atualmente com as encontradas em contexto
arqueológico (cerâmicas históricas), indicando uma possível continuidade, que pode ser
inferida a partir da similaridade identificada entre essas formas. Os utensílios cerâmicos
produzidos para o uso residencial trazem várias informações, como o tipo de antiplástico, o
tratamento de superfície, assim como a funcionalidade.
A pesquisa de Rego (2013) sobre as panelas de barro de Pernambuco indicou o potencial que
tal tipo de utensílio tem como objeto de estudo, fornecendo ao arqueólogo muitos subsídios
no entendimento do mundo material e social da comunidade que a produz.
Por meio da caracterização dos elementos que compõem o artefato cerâmico, pode‐se inferir
sobre uma possível identidade geográfica, a qual associa determinados utensílios e suas
formas, ao local. Esse conhecimento pode auxiliar nas análises arqueológicas. Deste modo, a
partir de uma abordagem etnoarqueológica objetiva‐se apresentar os processos técnicos,
instrumentos, modos de fabricação e comportamentos pelos quais os agentes produtores
realizam a produção dos artefatos cerâmicos na cidade de Tracunhaém, e que remetem a
aspectos coloniais e pré‐coloniais.
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Etnoarqueologia e Cultura material
A etnoarqueologia é uma especialidade da arqueologia, na qual se trabalha com sociedades
contemporâneas a relação com a cultura material, trazendo a ela subsídios etnográficos para o
auxílio na interpretação do contexto arqueológico (SILVA, 2009). Ressalta‐se que a
entnoarqueologia não deve ser entendida como uma ferramenta simplesmente de
comparação com contextos arqueológicos, mas sim uma especialidade que investiga, para que
se possa compreender a interação entre indivíduo e artefato, em dada cultura.
O uso da etnografia para auxiliar na interpretação arqueológica não é novo, e vem sendo
usado desde o século passado. A partir da década de 1960 houve um crescente uso das
informações etnográficas na interpretação dos vestígios arqueológicos. O surgimento de uma
nova perspectiva arqueológica contribuiu de forma significativa para a consolidação da
etnoarqueologia, em especial no entendimento da cultura material e sua relação com o
ambiente.
Houve importantes mudanças na orientação teórica da disciplina arqueológica com dois
importantes pesquisadores, Lewis Binford e Ian Hodder, com papéis importantes na
consolidação da etnoarqueologia. Tais influências começaram quando esses pesquisadores
realizaram estudos etnoarqueológicos com grupos nativos e evidenciaram a importância da
utilização da etnografia em seus trabalhos. A utilização de uma perspectiva etnográfica nos
estudos de campo possibilitou muitos entendimentos sobre a vida de diferentes grupos sociais
(David; Kramer, 2001; Ruibal, 2003).
Assim como explica Ruibal (2003) a etnoarqueologia é uma disciplina que estuda o outro. Essa
relação estabelecida por meio do compartilhamento da experiência entre antropologia e
arqueologia está ligada a compreensão do comportamento prático e social, do qual se
estabelece a possibilidade de conhecer o outro em seu contexto social particular, tendo a
possibilidade de apreender de forma mais ampla as práticas de indivíduos que são agentes
produtores de uma cultura singular.
Alguns aspectos sociais estão intrinsecamente relacionados no ato de fazer as cerâmicas. A
utilização e os atores produtores também devem ser trabalhados na abordagem etnográfica.
Como afirma Moi (2007) a etnoarqueologia (antropologia e arqueologia) em seu
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desenvolvimento, começou a possibilitar o estudo de aspectos além do técnico, como,
atividades econômicas, tradições e práticas sociais. Esses pressupostos também direcionam a
um olhar do pesquisador, para que procure não apenas entender as relações entre produtor e
artefato apenas no aspecto técnico, mas procurando também entender as outras relações
existentes.
Em Pernambuco há poucos exemplos de trabalhos realizados por meio de uma perspectiva
etnoarqueológica, como por exemplo, o trabalho de Oliveira (1998), que realizou uma
pesquisa junto aos agentes produtores contemporâneos de cerâmica do distrito de Conceição
das Creoulas, no município de Salgueiro. Este estudo pioneiro buscou entender o modo de
confecção dos utensílios cerâmicos para utilizar as informações obtidas no levantamento de
hipóteses sobre a tecnologia cerâmica de grupos pré‐ históricos. No entanto, muito ainda pode
ser feito a partir da utilização dessa perspectiva no estado, em função da existência de muitas
formas tradicionais de produção, circulação e consumo da cultura material e de seu
componente imaterial.
A Tradição e a Cultura do Barro
A tradição, como o resultado da continuidade do saber, do conhecimento transmitido para as
gerações seguintes, mesmo em tempos em que a tecnologia e a industrialização tenham uma
grande força de influência nas sociedades, se mantém de alguma forma íntegra e contínua,
podendo se adaptar ao novo mundo, e assim se preservando (Luvizotto, 2010).
O termo tradição originalmente esteve ligado ao cunho religioso, relacionado à doutrina ou
prática passada de século para século pelo exemplo (de forma empírica) ou pela palavra (de
forma oral). Está relacionado a elementos culturais contidos no costume, nas artes e nos
fazeres. De forma simples seu significado está diretamente relacionado a práticas e valores
enraizados nos costumes de uma sociedade (Silva & Silva, 2006).
Em relação ao trabalhar com o barro, existe uma tradição, uma cultura do barro, que está
ligada de forma direta aos agentes produtores de cerâmica e à transmissão de conhecimento
popular que é passado de forma oral e empírica. A “cultura do barro” é um fenômeno que
relaciona a produção de cerâmica com alguns aspectos existentes na sociedade, pois o
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trabalho com o barro também movimenta de forma influente os sistemas internos da
sociedade, como por exemplo, o sistema econômico, político e social (Marques; Caloti, 2013).
Essa cultura que aqui no Brasil tem como pioneiros os nativos (índios) e que posteriormente
sofreu influências de outros povos, europeus e africanos, permanece ainda nos dias atuais, e
aparece de forma majoritária nas regiões do interior do país (Rodrigues, Silva, 2012; Costa,
2007). Essas localidades são produtoras de uma cultura de produção cerâmica rica nos mais
variados aspectos culturais, pois trazem consigo um valor significativo e histórico para o grupo
social.
Cerâmica Popular e Cerâmica Utilitária
A cerâmica popular pode ser definida como uma categoria geral, que abrange uma infinidade
de artefatos cerâmicos produzidos por agentes sociais de um contexto específico que tem
como um dos seus aspectos a produção de cerâmica. Geralmente originário de municípios ou
comunidades pequenas, onde os costumes, e entre outros aspectos culturais, estão
fortemente enraizados em uma tradição popular. No Brasil essas regiões onde são produzidas
as cerâmicas populares fazem parte de um contexto de concepções patriarcais, de gente
conservadora em muitos aspectos, característico de regiões do interior do nordeste brasileiro
(Marques; Caloti, 2013).
A cerâmica popular é uma categoria que abrange todo e qualquer artefato cerâmico produzido
por um grupo social de contexto específico, como por exemplo, cerâmicas para uso doméstico
(utilitária), como decorativas e figurativas. Recebe uma classificação popular, pois sua
confecção é realizada por indivíduos que ditam seus aspectos sociais dentro de uma percepção
popular e que a aprendizagem de sua produção está ligada a relação familiar (Amaral, 2012).
Dentro do âmbito da cerâmica popular há a cerâmica utilitária, da qual se pode chamar
também de louça ou “loiça”, forma comumente usada pelos oleiros ou pessoas pertencentes a
esse contexto social.
A cerâmica utilitária já é uma subcategoria dentro da categoria de cerâmica popular, pois a
cerâmica utilitária é direcionada e confeccionada para ser utilizada no cotidiano dos grupos
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dentro do âmbito doméstico (Rego, 2013) para cozinhar e guardar água. Distinguindo‐se das
outras subcategorias pertinentes a categoria geral (cerâmica popular).
Em muitos estados do Brasil, como Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, (Costa. 2007;
Rodrigues, Silva, 2012) geralmente a cerâmica utilitária é manufaturada a mão sem uso de
torno e confeccionada exclusivamente por mulheres (Allen, Rego, 2015; Nicole et al. 2012;
Costa, 2007). Essas cerâmicas confeccionadas inteiramente a mão possuem uma tradição
ancestral de origem indígena, das quais muitas das técnicas tradicionais ainda hoje remetem a
essa origem.
Costa (2007), em trabalho sobre a produção de cerâmica no município de Barra, na Bahia, nos
oferece elementos para acompanhar como esse trabalho é feito:
Nos dias atuais, após observar o trabalho da ceramista Cida, no galpão da Associação dos Ceramistas Nossa Senhora de Fátima, no município de Barra na Bahia, e através de seu depoimento durante a confecção da peça verificou‐se que o trabalho é todo ele feito à mão, e que as peças são erguidas do zero a partir de um bolo de barro aberto em forma arredondada que serve de base sobre a qual a ceramista vai levantando o bojo do pote em cima de um pedaço de papelão para que a peça não grude na bancada, processo todo feito portanto sem o uso do torno. Utiliza‐ se da técnica das "cobrinhas" ou "corda" também conhecida na região como "tirada" ou mais corretamente acordelado, pois superpõe roletes de pasta em sentido circular para construir as paredes do vaso. As cobrinhas ou roletes são obtidos rolando‐se a barro com as mãos sobre a bancada a partir de movimentos dos dedos das duas mãos em que a barro é movimentada contínua e suavemente do centro para as pontas. (Costa, 2007:12)
Cadeia operatória
As etapas de produção da cerâmica utilitária tanto remetem aos processos técnicos como
também as etapas operacionais, que constroem o histórico da peça. Essa história da peça traz
consigo todo o histórico de ações que ocorreram com o artefato. Marcel Mauss (1947)
começou a consolidar as idéias que buscavam o entendimento de todo processo técnico no
âmbito da produção, visando o conjunto das técnicas (Galhardo, Faccio, Luz, 2015; Rodet,
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Duarte‐Talim; Santos Junior, 2013) realizado pelos grupos, procurando entender por meio de
uma dinâmica tecnológica esse processo.
Ao longo do tempo várias contribuições foram somadas às idéias de Mauss. De acordo com
Galhardo, Faccio, Luz (2015) Marcel Maget, nos anos cinqüenta e com influencias da
perspectiva de Mauss, mostrou a necessidade de fazer recortes diferenciando os níveis,
chamando‐os de cadeia de fabricação; mas ainda sim esse conceito estaria ligado ao aspecto
unicamente tecnológico.
Essa sequência operacional engloba aspectos sociais de um grupo, e um deles é o
comportamento técnico que também reflete um comportamento social (Galhardo, Faccio, Luz,
2015). O conceito de cadeia operatória na arqueologia está usualmente relacionado a
artefatos líticos. A arqueologia paulatinamente foi tomando emprestado das ciências
antropológicas esse conceito e aplicando aos processos técnicos realizados pelos indivíduos da
pré‐história.
Assim, de acordo com Tixier (1195), a cadeira operatória leva em conta os processos desde a
obtenção da matéria prima até o seu descarte, através de todas as etapas de fabricação e
utilização do material. Portanto a cadeia operatória é o reúne um conjunto de técnicas
aplicadas para a confecção de um objeto. Sellet (1993) afirma que a chain operatoire (cadeia
operatória) descreve toda a transformação cultural de um material específico, onde os
seguimentos da ação e processos mentais requeridos na manufatura do artefato estão
presentes. Sendo o estágio inicial, a coleta da matéria prima, e o estágio final, o descarte do
objeto.
A partir das concepções dos autores a cadeia operatória pode ser considerada como uma
forma de análise minuciosa da manufatura do artefato por agentes produtores, por meio de
ações aplicadas de forma lógica e sequencial.
Esse conceito dinâmico de cadeia operatória mostra que não se trata apenas dos aspectos
técnicos da produção do artefato, como inicialmente foi pensado por Mauss (1947), mas
engloba também todas as etapas pertencentes ao histórico de manufatura do artefato que
está presente desde a obtenção da matéria – prima até seu uso, ou seja, todas as ações sobre
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o material e que envolve também o meio está diretamente ligado a esse conceito (Galhardo,
Faccio, Luz, 2015; Rodet, Duarte‐Talim; Santos Junior, 2013).
Funcionalidade, uso e significado
A funcionalidade e os valores das cerâmicas utilitárias são aspectos concebidos pelo produtor
antes mesmo da confecção do utensílio, direcionando‐o no modo de fazer os utensílios,
atribuindo assim já a sua utilidade. Tais concepções são produtos de um aprendizado, que por
sua vez são resgatados pela memória armazenada. São essas memórias armazenadas que
orientam os produtores nos seus atos, nos seus comportamentos técnicos. Tudo isso também
resulta por conta de um contexto social do qual o agente produtor sempre esteve relacionado
de forma a ter uma vivência diária desde o início da lida com o barro, absorvendo dessa forma
os valores.
Para Rodrigues e Silva (2012) tanto as técnicas aplicadas no modo de fazer e as concepções de
utilidade estão na memória do agente produtor. Os utensílios confeccionados nas
comunidades são utilizados de muitas formas, pela própria variedade de peças se atribuem
muitos valores funcionais a elas. As louças como panelas, por exemplo, possuem sua ligação e
sua funcionalidade voltada à cozinha, ou ao uso direcionado ao preparo de comida ou
colocação desta. Atualmente são poucas as pessoas que se utilizam das panelas de barro para
cozinhar, mas é fácil encontrá‐las em uso em restaurantes de comida regional, ou locais que
vendam comida que tenham uma relação com o tradicional, optando pelo uso desse tipo de
utensílio.
Método
A metodologia de campo foi de cunho etnográfico, onde se tem como objetivos o
conhecimento e compreensão da confecção dos utensílios cerâmicos a partir da cadeia
operatória, que engloba tanto as técnicas envolvidas como as etapas do processo de
confecção, a relação entre produtor e cultura material e os usos dos utensílios cerâmicos. A
investigação das sociedades contemporâneas, com o pesquisador com papel participante
entre o grupo, dá ao próprio pesquisador a proximidade necessária para entender as ações
praticadas pelos agentes produtores da cultura material.
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Dentro de cada etapa realizada dessa cadeia há alguns processos e comportamentos
realizados pelos agentes produtores, que naturalmente se utilizam de instrumentos para a
realização das tarefas. Os instrumentos utilizados pelos agentes são pedaços de madeira,
paletas de madeira, plástico ou metal, bambu, saco plástico, máquina movida a óleo para
tratar a matéria prima, enxada para coleta da matéria‐ prima, trator para transporte da
matéria‐ prima, carro de mão, balde com água, lona plástica, pá, linha de nylon, pincel, pano,
faca de mesa, pedaço de esponja, entre outros.
Coleta da Matéria – prima
No município de Tracunhaém, a matéria – prima utilizada é de três tipos: o barro preto,
coletado na própria cidade; o barro branco, que é trazido do estado da Paraíba, da cidade de
Cupissura, região que fica localizada no Sul da Paraíba e próximo da zona da mata de
Pernambuco; e o barro vermelho, também coletado no próprio município.
Preparação da pasta
Após o processo de curtição do barro há o processo de mistura, também denominado de
“sovar o barro” pelos agentes produtores da cerâmica. É feita a coleta do barro no barreiro
que está em processo de curtição e colocado na máquina para tirar algumas impurezas e
misturar o barro com o barro vermelho (tauá), funcionando como antiplástico. Os oleiros e os
funcionários das olarias simplesmente chamam “máquina de passar o barro” e a mesma é
movida a motor a diesel. Há outros termos técnicos relacionados a esse tipo de máquina,
como maromba ou instrussora.
Catação
O processo de “catação” é realizado com o objetivo de retirar pequenas impurezas que ainda
estão na pasta, mesmo depois de ter sido sovada. Geralmente são pequenas pedras, raízes ou
pequenos bolos de barro endurecidos, que atrapalham o oleiro no momento da modelagem.
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Esse processo é realizado em cima de uma bancada de concreto, e o servente3 além de
“catar” realiza alguns movimentos que ajudam a unificar o barro. Após efetuar o processo de
catação, o servente faz bolas que são levadas para o oleiro modelar as peças no torno.
Modelagem
A modelagem é o momento em que o oleiro dá forma ao utensílio desejado. A técnica de
modelagem se caracteriza de duas formas, a modelagem manual e a modelagem no torno.
Secagem
A secagem é o processo que o utensílio fica exposto ao vento (na sombra) ou ao sol,
resultando no endurecimento. A dureza é o resultado da evaporação da água existente na
massa argilosa. O utensílio passa por dois estágios de secagem: couro e osso.
Acabamento
Geralmente, o acabamento (alisamento da superfície) é realizado utilizando‐se uma espátula,
seja de plástico, madeira ou metal. Em caso da panela se usa além da espátula, um pedaço de
bambu. O ato de burnir4 tem a finalidade de unificar melhor a massa argilosa, deixando uma
espessura mais fina nas paredes do utensílio, e tirando também alguma bolha de ar que possa
vir a existir, para que no momento da queima a peça não tenha nenhum problema (Figura 5).
3 Servente é o termo comumente utilizado pelos oleiros ao sujeito que realiza algumas funções na olaria, como por exemple, pegar o barro, tratar o barro, preparar o barro para o oleiro modelar entre outras funções. 4 Burnir é o termo utilizado pelos agentes produtores para se referir ao ato de alisar as peças, deixando as paderes lisas.
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bu e com espá
das peças é
nário começ
da como com
ana entre ou
do. O agente
blema, pois a
progressivam
s.
re quando a
peças no m
de cor preta
ltimo estágio
ção dos ute
as são elabo
ou quartinh
(Quadro 1)
tnoarqueológico da
átula. Fonte:
preciso enfo
a a alimenta
mbustível pa
utras) que sã
e produtor ne
a maior preo
mente a tem
peça está q
município é
e vermelha
o do process
nsílios e car
radas no tor
ha, filtro, tig
). No mome
Cerâmica Utilitária
Ronaldo José
ornar, ou sej
ar a boca do
ara queimar
o comprada
ecessita de m
ocupação du
mperatura a
queimada. N
uma tinta in
para fazer li
so depois da
racterização
rno (panela t
ela, prato e
ento de dar
do Município de Tr
(22/06/2017)
ja, colocar a
forno com a
é de vários
s de fornece
maior cuidad
rante o proc
umente e n
Normalmente
ndustrializad
stras. A pint
queima.
o da cerâmic
tradicional,
copo), com
a forma, o
racunhaém, Pernam
)
as peças no f
a lenha e ace
s tipos difer
edores que tr
do e atenção
cesso de que
não se perca
e a principa
da, e em alg
tura é realiza
ca utilitária
panela vitrif
m exceção da
os oleiros ut
mbuco.
113
forno.
ende o
rentes
razem
o, para
eima é
a uma
l tinta
gumas
ada só
ficada,
a jarra
tilizam
SANTOS
Fumdha
ferra
nylon
As pe
(pequ
oleiro
Há du
técni
do ac
muni
Seu R
Alme
Quad
5 Gramtorno e
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
mentas simp
n, o graminho
eças são con
ueno, médio
os. Os oleiros
uas técnicas
ca do tornea
cordelado o
cípio que co
Roque de Li
eida (Zé Ináci
ro 1: Caracter
Utensílios
Algu
minho é um instrue serve para med
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
ples, como p
o5, pedaço d
nfeccionada
o, intermediá
s separam os
de manufat
ado que é pr
u sobreposi
onfeccionam
ma, a Olaria
o).
rização dos ut
cerâmicos
idar
umento improvisir a altura do ute
V.M.C.de. Estudo Et
paletas de p
de pano e pe
s em difere
ário e grand
s tamanhos d
tura realizas
redominante
ção de role
o utensílio
a do Seu Ilto
ensílios confe
Tama
P
M
G
sado pelos oleironsílio enquanto o
tnoarqueológico da
plástico, de m
edaço de esp
ntes tamanh
e). Essas ter
das jarras pe
nos utensílio
emente usad
etes, em um
(jarra) a par
on Gomes d
eccionados
anhos Vol
1l
2,2
4l
os, feito de duas o oleiro modela a
Cerâmica Utilitária
metal (alumí
ponja.
hos, que são
rminologias s
ela classificaç
os cerâmicos
da na confec
a única peç
rtir da técnic
da Silva e a
lumes Mo
2l
Baobcoarr
varetas de madea peça.
do Município de Tr
ínio) ou de
o classificad
são comume
ção 0,1, 2 e 3
s da cidade d
ção dos uten
ça. Há apena
ca de sobrep
Olaria do Se
orfologia
se plana, bojoblíquo, borda ntraída e lábioredondado
eira que fica próx
racunhaém, Pernam
madeira, lin
dos em P, M
ente usadas
3.
de Tracunha
nsílios, e a té
as três olari
posição: Ola
eu José Inác
Funçã
o
o
Para preligiocandoAnteriera uslavar pprepacomidbanhacrianç
ximo a roda sup
mbuco.
114
ha de
M, I, G
pelos
aém: a
écnica
ias no
ria do
cio de
o
práticas osas (no mblé). ormente ado para pratos, rar algumas as e r as as
erior do
SANTOS
Fumdha
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
Cop
Filt
Fogar
Jar
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
po
tro
reiro
rra
V.M.C.de. Estudo Et
P
G
Tipo 2
Tipo 3
Tipo 4
P
H
G
0
1
2
3
tnoarqueológico da
100
150
2
3
4
26,
33,
41,
1,5
1,9
2,3
25
40
60
70
Cerâmica Utilitária
0 ml
0 ml
Bacilídirarr
6 l
4 l
21
Boba
l
9 l
l
Boboarr
l
l
l
l
Baovexarr
do Município de Tr
se plana, bojoíndrico, bordareta e lábio redondado
ojo cilíndrico, ese em pedest
ojo cilíndrico, orda direta, lábredondado
se plana, bojoóide, borda pandida e lábredondado
racunhaém, Pernam
o a
Para clíquidoatualmusadoem ritreligio(cando
e tal
Para armazde águ
bio Utilizafazer c
o
bio Para oarmazexclus
mbuco.
115
olocar os; mente também os osos omblé)
enamento ua
do para comida
o enamento ivo de água
SANTOS
Fumdha
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
Moringa ou
Panela tra
Panela Vi
Pra
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
u Quartinha
adicional
itrificada
ato
V.M.C.de. Estudo Et
P
M
I
G
P
M
I
G
P
M
G
P
G
tnoarqueológico da
500ml
2,5
2 l
5 l
15
20
2,5
10
15
200
300
Cerâmica Utilitária
0 ml 800 1,5 l
l
Bacadirarrdevacm
l
l
Bobobaláb
l
l
l
Baovcaarrsualiimcolaresv
0 ml
0 ml Baex
do Município de Tr
se plana; bojombado; bordareta e lábio redondado, ale um pescoço ria entre 10 –m
ojo globular, orda introvertise convexa e bio arredonda
se plana, bojoóide, borda mbada e lábioredondado. Aperfícies foramsadas e permeabilizadntendo mancranja e verdeada
se plana, bordtrovertida
racunhaém, Pernam
o a
lém que – 6
Utilizacontercomumusada colocamas elugareé utilizaguard
ida,
ado
Para cfeijoad
o
o As m
das, chas
Usadade formajorrestaupara ade feij
da
Para cde alim
Atualmutilizareligio
(cando
mbuco.
116
da para r líquidos, mente para se ar água, m alguns es também zada para dente
ozinhar da
também ma itária em urantes, colocação ão.
olocação mento;
mente do em ritos osos
omblé)
SANTOS
Fumdha
A téc
A téc
uma
do to
tradic
No m
forma
do za
Após
clima
sol p
coloc
coloc
rolinh
em u
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
Tige
cnica tornea
cnica tornea
grande quan
orno. Aprese
cional.
município de
a globular, c
arcão para cr
a modelage
a no dia da co
ara ajudar n
cadas. As al
cados de form
ho para fixá‐
m canto par
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
ela
ada
da produz u
ntidade de u
enta‐se na s
Tracunhaém
com duas alç
riar um aspec
em no torno
onfecção; a p
no processo
lças são con
ma paralela
‐lo ao bojo d
a secar por m
V.M.C.de. Estudo Et
P
M
G
uniformidade
tensílios sim
equência o
m existem d
ças e na cor
cto vitrificad
o, a peça fica
peça pode se
de secagem
nfeccionadas
uma a outra
da panela (F
mais um dia
tnoarqueológico da
50
900
1,5
e e simetria
milares. Nove
processo pr
dois tipos de
natural do b
do.
a aproximad
ecar na somb
m. Após a pa
s por dois
a. Com o ded
igura 7). Apó
(Figura 8).
Cerâmica Utilitária
ml
0 ml
l
Basimdirarrsualie eim
a, possibilita
e utensílios s
rodutivo de
e panela, a p
barro (Figura
amente um
bra ou ser co
anela ganha
roletes de
do o Seu Nils
ós a colocaç
do Município de Tr
se plana, bojomples, borda reta e lábio redondado; perfície com samento inteexterno, e permeabilizad
ndo também
ão confeccio
um desses
panela tradi
a 6); e outra
dia secando
olocada por a
r consistênc
barro que
son Felix pre
ão das alças
racunhaém, Pernam
o
rno
do
Para cde alimutilizageralmrestau
m a confecç
onados com
objetos: a p
cional que p
a na qual se
o, dependen
alguns minut
cia duas alça
são amassa
essiona a pon
s as panelas
mbuco.
117
olocação mento, da mente em urantes
ão de
o uso
panela
possui
utiliza
do do
tos ao
as são
ados,e
nta do
ficam
SANTOS
Fumdha
Figura
Figura
Quan
mom
de um
de ba
toda
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
a 6: Oleiro Edi
a 7: Seu Nilson
ndo a panela
mentos: corta
ma faca, alis
ambu e o alis
superfície in
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
imilson Firmin
n Felix da Silva
a está no e
ar a base par
amento exte
samento inte
nterna (Figur
V.M.C.de. Estudo Et
no elaborando
a colocando a
stágio do co
a deixar a pa
erno e intern
erno é feito
as 9, 10 e 11
tnoarqueológico da
o a forma da p
as alças nas pa
ouro, é real
anela arredo
no. O alisam
com uma pe
1).
Cerâmica Utilitária
panela. Fonte
anelas. Fonte:
izado o aca
ondada em su
mento extern
equena espá
do Município de Tr
: Ronaldo José
Ronaldo José
bamento, co
ua parte infe
o é realizado
tula de mad
racunhaém, Pernam
é (25/ 04/ 17)
é (25/ 04/ 17)
omposto po
erior, utilizan
o com um p
eira passand
mbuco.
118
)
or três
ndo‐se
edaço
do por
SANTOS
Fumdha
Figura
FiguraJosé (
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
a 8: Panelas se
a 9: Cleibson 25/ 04/ 17)
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
ecando após c
Felix corta a b
V.M.C.de. Estudo Et
colocação das
base da panel
tnoarqueológico da
s alças. Fonte:
la e realiza o
Cerâmica Utilitária
Ronaldo José
alisamento ex
do Município de Tr
é (25/ 04/ 17)
xterno e inter
racunhaém, Pernam
rno. Fonte: Ro
mbuco.
119
onaldo
SANTOS
Fumdha
Figura
A téc
A téc
cidad
torne
torno
reme
A Jar
agent
traba
um p
Inicia
(antip
gruda
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
as 10 e 11: Cle
cnica do aco
cnica do aco
de de Tracun
eada, e o nú
o (SILVANI, 2
ete a uma he
ra é a única
te produtor
alha com fer
ano que serv
almente Seu
plástico)e co
ar na bancad
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
eibson Felix re
ordelado
ordelamento
nhaém, a ja
mero de pe
012). Segund
rança indíge
peça da cid
es que conf
ramentas sim
ve para dar o
Diu pega o
oloca sobre a
da, e quando
V.M.C.de. Estudo Et
ealiza o alisam
ou de rolet
rra. Essa téc
ças não atin
do alguns au
ena, inferindo
dade de Trac
fecciona a ja
mples como
o acabament
barro já trat
a bancada, a
o exerce os
tnoarqueológico da
mento externo
tes é realiza
cnica não po
nge a mesma
utores (SILVA
o assim, algu
cunhaém com
arra é o Seu
paletas de
to na borda
tado, com a
adiciona aind
movimentos
Cerâmica Utilitária
o e interno. Fo
da para con
ossibilita um
a quantidade
ANI, 2012; RE
uma continui
m confecção
u Edilson Ro
madeira e p
da jarra.
mistura de
da mais barr
s para unifica
do Município de Tr
onte: Ronaldo
nfeccionar um
ma simetria
e como as c
EGO, 2013) a
idade.
o totalmente
oque de Lim
lástico, um b
barro preto
ro vermelho
ar a pasta m
racunhaém, Pernam
José (25/ 04/
ma única pe
uniforme co
confeccionad
a técnica de
e manual. Um
ma (Seu Diu)
balde com á
e barro verm
para a past
mistura ainda
mbuco.
120
/ 17)
eça na
omo a
das no
rolete
m dos
), que
água e
melho
ta não
a mais
SANTOS
Fumdha
barro
com
termo
Figura
Após
com
levan
chão,
a par
vai p
super
vai p
cima.
13).
Após
lâmin
para
lâmin
utiliza
unind
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
o vermelho. Q
as duas mão
o “placa” qu
a 12: Fazendo
fazer a base
uma das mã
ntar as pared
, fazendo um
rede, pressio
puxando o b
rfície fica com
uxando a ma
. Ele também
levantar um
na sobre a an
suportar o
na Seu Diu e
a uma espát
do as duas lâ
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
Quando feita
os, fazendo
ando se trat
o a base; e bas
e, ele pega o
oes bate o ro
des da jarra.
ma parede. P
onando sobre
barro para c
m irregularid
assa e deixa
m usa a outr
ma parede, S
nterior, temp
peso da qu
exerce pressã
tula de mad
âminas (Figur
V.M.C.de. Estudo Et
a essa unifica
um disco qu
ta do disco. A
se pronta. Fon
o barro e co
olete transfo
Em seguida
Para a aplicaç
e a base para
ima. Como
dades, e para
ndo a super
a mão na pa
Seu Diu espe
po necessári
e ficará em
ão com os d
deira para re
ra 15).
tnoarqueológico da
ação, ele pe
ue servirá co
A placa é colo
nte: Ronaldo J
omeça a faze
ormando‐o n
a a lâmina é
ção é necess
a fixá‐la, ao
a confecção
a uniformiza
rfície uniform
arte interior
era em torn
io para que a
cima (Figur
edos, deixan
ealizar o aca
Cerâmica Utilitária
ga uma porç
omo a base d
ocada no chã
osé (11/05/20
er um rolete
numa placa o
colocada em
sário circular
mesmo tem
o da parede
ar, Seu Diu, c
me fazendo
para sentir a
no de 2 a 3
a parede infe
ra 14). Perce
ndo irregular
abamento co
do Município de Tr
ção de barro
da jarra (Fig
ão e tem 21
017)
que tem em
ou lâmina qu
m torno da p
r em torno d
po em que o
é realizada
om o dedo i
um movimen
a espessura
horas para c
erior ganhe f
ebe‐se, que,
ridades na s
onforme vai
racunhaém, Pernam
e começa a
ura 12). Ele
cm de diâme
m média 80
ue será usada
placa que es
da base colo
o agente pro
a com as mã
ndicador do
nto de baixo
da parede (
colocar mais
firmeza sufic
, quando ap
uperfície. Se
i ergendo a
mbuco.
121
bater
usa o
etro.
cm, e
a para
stá no
cando
odutor
ãos, a
brado
o para
Figura
s uma
ciente
plica a
eu Diu
jarra,
SANTOS
Fumdha
Figura
Figura
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
a 13: Uniform
a 14: Colocaçã
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
izando as par
ão da segunda
V.M.C.de. Estudo Et
edes. Fonte: R
a lâmina sobre
tnoarqueológico da
Ronaldo José
e a anterior. F
Cerâmica Utilitária
(11/05/2017)
Fonte: Ronald
do Município de Tr
o José (11/05
racunhaém, Pernam
5/2017)
mbuco.
122
SANTOS
Fumdha
Figura
As lâm
16).
Figura
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
a 15: Seu Diu
minas são co
a 16: Seu Diu c
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
realizando o a
olocadas até
confeccionan
V.M.C.de. Estudo Et
acabamento c
atingir o tam
do o pescoço
tnoarqueológico da
com paleta de
manho da pe
da jarra . Fon
Cerâmica Utilitária
e madeira . Fo
eça; e começ
nte: Ronaldo J
do Município de Tr
nte: Ronaldo
a a ser feito
osé (05/05/20
racunhaém, Pernam
José (11/05/2
o pescoço (
017)
mbuco.
123
2017)
Figura
SANTOS
Fumdha
O pe
Depo
Quan
press
pano
leve e
toda
Figura
Os ag
utiliza
ferra
esse
das p
Duran
confe
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
escoço é a a
ois de aplica
ndo o pesco
sionado com
, o ensopa c
e girando se
a borda (Fig
a 17: Seu Diu a
gentes prod
am pedaço
mentas simp
alisamento c
peças, tanto e
nte o acom
eccionar as p
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
aplicação da
do o pescoç
ço está firm
m os dedos (
com água e c
u corpo em
ura 18).
aplicando a b
utores da ci
de bambu,
ples, e na m
contribui par
externa com
panhamento
peças, tanto
V.M.C.de. Estudo Et
última lâm
ço, Seu Diu
me ele aplica
Figura 17).
coloca sobre
torno da jar
orda da jarra
idade de Tra
paletas de
maioria das v
ra unificar as
mo interna.
o nas olarias
os oleiros co
tnoarqueológico da
ina e a pen
realiza o ac
a a borda d
Depois de a
a borda, co
ra passando
. Fonte: Rona
acunhaém, n
e plástico, f
vezes improv
s paredes do
s foi perceb
omo os func
Cerâmica Utilitária
última parte
cabamento
a jarra colo
aplicada a bo
m as duas m
o pano para
ldo José (05/0
no processo
faca, esponj
visadas, dão
o utensílio e i
ido também
ionários, que
do Município de Tr
e para a fin
com uma p
cando um r
orda, seu Di
mãos ele pres
a poder dar o
05/2017)
de tratame
a e até sac
um aspecto
mpermeabil
m que antes
e prepararam
racunhaém, Pernam
nalização da
paleta de plá
rolete mais f
iu pega um
ssiona de ma
o acabamen
ento da supe
co plástico.
o liso nas pe
lizar as supe
de começar
m o barro e f
mbuco.
124
peça.
ástico.
fino e
velho
aneira
to em
erfície
Essas
ças, e
rfícies
rem a
fazem
SANTOS
Fumdha
as bo
para
comp
tipo d
Figura
Come
Quan
movi
lojas
para
merc
disse
vende
S,R.J.dos; MEDEIROS
amentos (2017), vol
olas para qu
que a partir
portamentos
de peça será
a 18: Seu Diu f
ercialização,
nto à comerc
menta uma
que, em alg
onde parte d
ado de São
ram que são
e para as reg
S,R.P.de; CASTRO, V
. XIX. PP. 100‐129.
e o oleiro fa
r daí comece
s técnicos sã
confecciona
fazendo o aca
, uso, desca
cialização do
parte da eco
guns casos, s
da produção
o José. Em r
o vendidas p
giões sul ou s
V.M.C.de. Estudo Et
aça a peça, o
em a aplicar
ão preconce
ado.
abamento da b
arte e reutiliz
s utensílios c
onomia da ci
são na própr
o é encaminh
relação ao c
peças para a
sudeste.
tnoarqueológico da
observam na
r esses comp
bidos pelos
borda. Fonte:
zação
cerâmicos ut
idade de Tra
ria residência
hada, a maio
comércio fo
a Bahia, o R
Cerâmica Utilitária
a lista de en
portamentos
agentes pro
Ronaldo José
tilitários foi c
acunhaém e
a. Na cidade
oria das peça
ra do estad
io Grande d
do Município de Tr
ncomenda qu
s e as técnic
odutores po
é (28/04/2017
constatado q
ocorre por m
e de Recife, c
as são vendid
o de Pernam
o Norte, e S
racunhaém, Pernam
uais são as p
cas específica
r já saberem
7)
que esta ativ
meio de peq
capital do Es
das aos lojist
mbuco os o
Sergipe; pou
mbuco.
125
peças,
as. Os
m que
vidade
uenas
stado,
tas do
oleiros
uco se
SANTOS,R.J.dos; MEDEIROS,R.P.de; CASTRO, V.M.C.de. Estudo Etnoarqueológico da Cerâmica Utilitária do Município de Tracunhaém, Pernambuco.
Fumdhamentos (2017), vol. XIX. PP. 100‐129. 126
Os utensílios são usualmente utilizados para cozinhar e servir comidas regionais típicas e para
o armazenamento de água. É fácil de constatar o uso de alguns utensílios como a jarra e o
filtro, por exemplo, nas residências de muitas famílias da cidade. O uso da panela de barro
para preparar feijão geralmente é observado em alguns locais que fazem comida regional, em
restaurantes das cidades vizinhas e da capital do Estado. Também é possível observar em
barracas de tapiocas o uso do fogareiro de barro.
Peças descartadas podem ser vistas nas próprias olarias, a partir da quebra na hora da queima.
Peças quebradas são deixadas na área onde fica localizado o forno, como uma espécie de
cemitério de cacos cerâmicos que são reutilizados para cobrir o forno aberto na realização de
uma nova queima. Além desse tipo de reutilização, foi constatado em Tracunhaém o uso do
filtro como um vaso para plantas.
Atividade ceramista e seu significado na memória dos produtores
Quando indagados sobre os saberes e as práticas relacionadas à produção da cerâmica
surgiram memórias relacionadas à produção familiar, na qual a divisão do trabalho tinha uma
participação feminina mais efetiva, bem diferente da situação atual de especialização das
olarias onde apenas homens exercem as atividades. Contudo, em algumas olarias ainda há um
envolvimento de membros masculinos da família na divisão de atividades.
Em uma das entrevistas realizadas, a Sra. M. E., de 89 anos, uma das três mulheres oleiras da
cidade, ainda viva, diz:
Aqui a gente mesmo sendo mulher não tinha moleza não, mesmo estando menstruada, grávida ou em outra situação em que a mulher estivesse sujeita, se tinha que trabalhar (...) Lá em casa, todos os meus filhos ajudavam a produzir, um ficava burnindo (alisando) a louça, outro catava o barro e o terceiro fazia outra atividade, assim como o meu marido que também ajudava (Entrevista realizada em 11/05/17.)
Observou‐se nas entrevistas realizadas que o ato de produzir os utensílios, o saber fazer, traz
uma forte lembrança de tempos pretéritos que hoje não conseguem mais ter por vários
fatores, como a relação familiar que não se tem mais em relação ao trabalho com o barro e a
falta de interesse dos indivíduos mais jovens da família em trabalhar com cerâmica e em
SANTOS,R.J.dos; MEDEIROS,R.P.de; CASTRO, V.M.C.de. Estudo Etnoarqueológico da Cerâmica Utilitária do Município de Tracunhaém, Pernambuco.
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aprender a profissão de oleiro. Também aparecem nas memórias o uso diário de alguns
utensílios como as quartinhas que hoje não são mais usadas por eles.
Considerações Finais
O estudo realizado traz subsídios para a interpretação arqueológica, a partir da identificação
de padrões morfológicos na cerâmica utilitária da cidade de Tracunhaém, evidenciando, a
partir da comparação com o estudo de Rego (2013), uma continuidade morfológica em alguns
utensílios que vem desde o século XIX até os dias atuais. Um maior conhecimento destes
padrões pode criar um referencial mais consistente para interpretações quanto à procedência
e datações relativas de vestígios cerâmicos.
A constatação clara da utilização de duas técnicas de manufatura distintas, torneada e
acordelada (sobreposição), uma pós‐contato e outra pré‐contato, mas que utilizadas no
mesmo local de produção da cerâmica atual, mostram, ao lado de uma técnica tradicional,
uma modernização em alguns elementos da produção cerâmica, assim como na organização
da olaria, podem auxiliar na reflexão arqueológica sobre a existência de técnicas distintas
sendo usadas de forma contemporâneas no mesmo local de produção, e sobre a atribuição de
vestígios ao período pré‐contato a partir da técnica utilizada.
Outro aspecto importante observado se refere aos tipos de materiais adicionados à massa
argilosa, para que os agentes produtores pudessem usá‐la na manufatura dos utensílios
cerâmicos. Além dos elementos adicionados na preparação da pasta, a investigação dos
processos de fabricação da cerâmica, proporcionou também o conhecimento dos
instrumentos utilizados pelos agentes produtores para realização de algumas tarefas, como
por exemplo, cortar, alisar. Este conhecimento pode também ser incorporado à reflexão e
interpretação arqueológica.
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