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Estudo Final de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência Janeiro 2017 Coastal& Environmental Services i Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez PROJECTO DE GRAFITE DA SUNI RESOURCES S.A., MONTEPUEZ, MOÇAMBIQUE VOLUME 1A: RELATÓRIO FINAL DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DE ÂMBITO E TERMOS DE REFERÊNCIA Preparado para: SUNI RESOURCES S.A. Edifício Solar das Acácias, Avenida Julius Nyerere 4000, Loja 05, Cidade de Maputo, Moçambique Elaborado por: COASTAL& ENVIRONMENTAL SERVICES MOÇAMBIQUE LDA Avenida da Mozal, Porta 2334 Beluluane Célula D. Quarteirão 02, Cidade da Matola, Maputo. Moçambique Com escritórios na Cidade do Cabo, East London, Joanesburgo, Grahamstown e Port Elizabeth (África do Sul) www.cesnet.co.za Relatório original elaborado em Inglês e traduzido para Português Janeiro 2017

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Estudo Final de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência – Janeiro 2017

Coastal& Environmental Services i Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

PROJECTO DE GRAFITE DA SUNI RESOURCES S.A.,

MONTEPUEZ, MOÇAMBIQUE

VOLUME 1A: RELATÓRIO FINAL DO ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E

DEFINIÇÃO DE ÂMBITO E TERMOS DE REFERÊNCIA

Preparado para:

SUNI RESOURCES S.A.

Edifício Solar das Acácias, Avenida Julius Nyerere 4000,

Loja 05, Cidade de Maputo, Moçambique

Elaborado por:

COASTAL& ENVIRONMENTAL SERVICES MOÇAMBIQUE

LDA

Avenida da Mozal, Porta 2334 Beluluane Célula D. Quarteirão 02,

Cidade da Matola, Maputo. Moçambique

Com escritórios na Cidade do Cabo, East London, Joanesburgo,

Grahamstown e Port Elizabeth (África do Sul)

www.cesnet.co.za

Relatório original elaborado em Inglês e traduzido para Português

Janeiro 2017

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RESUMO NÃO TÉCNICO INTRODUÇÃO A Suni Resources S.A. (referida como "Suni Resources"), uma empresa moçambicana subsidiária Da Battery Minerals (anteriormente conhecida como "Metais da África") que tenciona desenvolver uma mina de grafite no Distrito de Montepuez, na Província de Cabo Delgado, na região norte de Moçambique. A area do Projecto que será avaliada como parte da presente Avaliação de Impacto Ambiental e Social (AIAS) é referida como o Projecto de Montepuez e está localizada a uma distância de aproximadamente 60km a noroeste da Vila de Montepuez. A área da licença de prospecção e pesquisa (Licença de Prospecção e Pesquisa 6216) abrange aproximadamente 12.500ha na qual existem três depósitos designados por Búfalo, Elefante e Leão. As dimensões exactas dos três depósitos ainda estão por determinar e dependerão dos resultados da análise económica de cada um dos depósitos a serem presentemente estudados. A Suni Resources nomeiou a Coastal and Environmental Services Lda (CES) para executar uma AIAS em conformidade com o processo de AIA de Moçambique regulamentado pelo Decreto Nº 54/2015. A CES é uma empresa registada em Moçambique, junto do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) e possui conhecimentos sólidos e equipas multidisciplinares aptas para executar avaliações de impactos ambientais e programas de gestão ambiental. O projecto em consideração é um projecto de Categoria A (Anexo II) e está sujeito a uma AIAS completa conforme definido pelos regulamentos, devido à natureza, escala e localização do projecto proposto. Em conformidade com a prática na indústria, o presente relatório de EPDA está a ser executado no início do processo de tomda de decisão. Tal irá assegurar que sejam considerados cenários alternativos de mineração durante a fase de definição do âmbito, de forma que possa ser desenvolvido o projecto com maior aceitação em termos ambientais e sociais enquanto mantendo um desenvolvimento da mina prático e realista. PROJECTO DE MONTEPUEZ A empresa iniciou um programa de perfuração no Local do Projecto em Dezembro de 2014 e finalizou o Estudo Conceitual em Fevereiro de 2016. Os resultados iniciais indicaram existir um bom potencial para a exploração economicamente viável de grafite. A grafite constitui uma componente crítica em baterias de iões de lítio que por sua vez constituem componentes chave das tecnologias “verdes” ou ecológicas e são presentemente usadas para a captação de energia renovável e em viaturas eléctricas. Dado existir uma mudança global em prol de uma tecnologia mais limpa, existe um aumento cada vez maior na procura de grafite com a qualidade encontrada no local do projecto e antecipa-se que esta procura cresça, aproximadamente, em cerca de 40% por ano. Prevê-se que o desenvolvimento da mina de grafite irá beneficiar as comunidades locais que vivem nas proximidades imediatas da mina através da criação de empregos directos e indirectos. O desenvolvimento proposto também irá aumentar o imposto sobre produção/direitos de utilização (‘royalties’) pagos ao governo de Moçambique e resultará na implementação de vários projectos de Responsabilidade Social Corporativa concebidos para melhorar a qualidade de vida das comunidades afectadas pelo projecto. Os detalhes a este respeito serão determinados em consulta com as comunidades em questão. DESCRIÇÃO GERAL DO PROCESSO DE MINERAÇÃO Antes de se iniciarem as actividades de mineração, a vegetação será removida por meios mecânicos e a camada de solo superficial será removida e cuidadosamente armazenada para ser usada na reabilitação subsequente. A grafite será extraída usando métodos convencionais de mineração a céu aberto que irão incluir perfurações e detonações, técnicas de carregamento e de transporte para extrair o minério. Inicialmente o material oxidado mais macio perto da superfície (tipicamente os 5 a 10m superiores) do depósito será gradado com uma bulldozer e assim que se encontrar a camada de rocha dura serão usadas as técnicas de perfurações e detonações.

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O minério extraído será processado no local através de vários passos que incluem a britagem do minério, seguida da moagem que é um processo usado para reciclar o minério com um tamanho maior de volta para o moinho primário, e o material com tamanho mais pequeno passa para o circuito de flotação. Este passo irá assegurar que o minério alcance o tamanho óptimo de partículas para beneficiação da grafite. O produto derivado do circuito de moagem passa então por uma série de estágios de flotação antes de o concentrado ser deslamado para produzir uma solução de concentrado de grafite. O concentrado é então filtrado, secado e peneirado em crivos para produzir vários produtos de grafite de tamanhos variados no local da mina. Cada produto de grafite seco será armazenado em recipientes de armazenamento especificamente designados para esse fim antes de serem embalados em sacos com capacidade para 1 tonelada a granel prontos para o envio por via rodoviária para o porto para subsequente transporte marítimo. Os rejeitos produzidos pelo processo são alimentados para o espessador de rejeitos onde é adicionado floculante1 para acelerar a sedimentação e separação de sólidos da água. Os rejeitos espessados são então bombeados para as Instalações de Armazenamento de Rejeitos (TSF) para subsequente eliminação. A água do espessante que transborda gravita para a lagoa de água de processo e é reciclada para a planta de processamento. O transbordamento do espessador de rejeitos irá gravitar para a lagoa de água de processo que é então reciclado para a planta de processamento. A água de retorno da barragem de rejeitos também será recuperada através de um sistema de decantação para ser bombeada directamente para a lagoa de água de processo para reutilização na planta de processamento. As águas pluviais não processadas, o escoamento derivado da planta e parte da água usada para aplicações gerais de lavagem serão recolhidas numa lagoa de contenção de onde serão bombeadas para a lagoa de água de processo para a sua reciclagem. Segundo as previsões, a quantidade total de minério tratado na planta de processamento por ano será em média de 1.25 milhões de toneladas durante a vida útil da mina. Prevê-se que a vida útil da mina seja de 25 anos. INFRAESTRUTURAS As infraestruturas indicadas a seguir serão necessárias como parte do desenvolvimento e cada uma delas será avaliada durante a AIAS e os estudos económicos do projecto:

Melhoramento da estrada principal de acesso entre a Vila de Montepuez ao local da planta da mina.

Estradas no local do projecto que providenciam acesso ao acampamento de mineração proposto, planta de processamento, edifícios de escritórios, pátios de manutenção, armazenamento de água, armazenamento de rejeitos, campo de furos de água e outras infraestruturas;

Estradas de transporte que providenciam acesso entre a(s) cava(s) da mina a pilha de estéril, empilhamento do minério e outras infraestruturas da mina

Acampamento temporário de construção para acomodar aproximadamente 300 pessoas incluindo todas as instalações necessárias para os trabalhadores de construção;

Vila de Acomodação para acomodar aproximadamente 100 pessoas incluindo quartos, abluções, área recreativa, refeitório, lavandaria e edifício de administração;

Escritórios no local do projecto localizados adjacentes à planta de processamento. As dimensões exactas e a localização serão determinadas à medida que o projecto avança e são conhecidos mais detalhes;

Oficina da mina para os serviços de reparação e manutenção da frota da mina e do equipamento de perfuração;

Edifício de preparação de amostras e laboratório geoquímico;

Armazenamento de combustível diesel e postos de abastecimento para as viaturas da frota da mina e viaturas ligeiras;

1O floculante é usado como um adjuvante de assentamento e filtração para concentrados e para estéreis.

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Serviços e utilidade do local incluindo estação de tratamento de água potável, estação de tratamento de esgotos, local de armazenamento de explosivos da mina e magazine;

Rede de comunicações compreendendo telefone, dados e rádio;

Barragem de armazenamento da água de processo;

Central eléctrica alimentada a diesel incluindo conjuntos de geradores, sistemas auxiliares, armazenamento e distribuição de combustível, edifício e sala de controlo da central eléctrica, comutadores;

Vedação do perímetro em redor da planta de processamento e do acampamento;

Planta de processamento de minério que inclui uma oficina e armazém, armazém para reagentes e consumíveis, salas de controlo, vestiários e escritórios da planta de processamento, subestação e transformadores e planta móvel;

Instalações de Armazenamento de Rejeitos (TSF) com um sistema de recuperação de água para a reutilização de água na planta de processamento;

Deposição de Pilha de Estéril para cada depósito;

Barragem de armazenamento de água bruta;

Subestações, transformadores e linhas de transmissão aéreas para distribuir energia para os vários locais do projecto;

Campos de furos de água incluindo bombas de furos e condutas para recuperar as águas superficiais e subterrâneas para uso nas instalações de processamento e para água potável;

Será incluída uma câmara de empréstimo de doleritos como fonte de material de construção, na eventualidade de não ser encontrado material rochoso suficiente nas infraestruturas do depósito de rejeitos e na barragem de águas.

A posição e o tamanho exactos destas infraestruturas não estão presentemente definidas e terão de ter em conta as sensibilidades ambientais e requisitos de engenharia que setornarão mais evidentes à medida que o processo de AIA avança. AMBIENTE BIOFÍSICO EXISTENTE O tipo de vegetação no local de estudo é uma vegetação natural intacta com pouca evidência de perturbação antropogénica em redor dos depósitos Elefante e Búfalo e das áreas a norte e oeste destes depósitos. Existem algumas machambas em redor do depósito designado por Leão, que de acordo com os agricultores na área foram plantadas há cerca de cinco anos quando a estrada foi aberta para fins de corte de árvores. A vegetação dentro do local é constituída por florestas fechadas de árvores altas ao longo das linhas de drenagem e de um mosaico de floresta alta aberta com manchas densas de bosques de bambu e terras húmidas sazonais que se assemelham à savana de Acácias. A diversidade de espécies parece ser elevada dentro do local. Também prevê-se que a diversidade de espécies faunísticas seja relativamente elevada neste local dado o facto de que o habitat disponível está praticamente intacto muito embora se antecipe que esta diversidade seja limitada à herpetofauna, aves e mamíferos de pequeno porte. Os mamíferos de grande porte como é o caso dos antílopes, elefantes e rinocerontes provavelmente já foram alvo de caça até à sua extinção do local.

AMBIENTE SOCIAL EXISTENTE A comunidade mais próxima do local, conhecida por Nqueuene, situa-se a uma distância de 4km. A comunidade seguinte mais próxima, conhecida por Pilane, é uma pequena comunidade com somente alguns agregados familiares e está a uma distância de 8km do local do projecto. O uso do local de Montepuez para fins agrícolas parece ser muito limitado, e a área é essencialmente usada para o uso de recursos naturais (lenha, colheita de plantas e caça). Também foram observados indícios limitados de colheita para a produção de carvão e lenha como combustíveis. È pouco provável que venha a ocorrer o deslocamento físico, embora talvez seja necessário algum deslocamento socioeconómico em redor do depósito Leão.

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AVALIAÇÃO DE RISCOS E CAMINHOS A SEGUIR Como parte do presente relatório, foi efectuada uma avaliação do risco ambiental para identificar os impactos e questões salientes que irão necessitar de ser abordadas na AIAS a seguir. Os impactos ambientais e sociais foram avaliados a nível de questões mais amplas, e foi usada uma escala de avaliação de riscos para identificar os riscos significativos associados com o projecto. Foi aplicada aos impactos identificados do projecto uma escala de significância ambiental, que avalia a importância de um impacto específico. A dificuldade de mitigação de impactos (potencial de mitigação) foi então avaliada e usada a relação entre a significância do impacto e o potencial de mitigação para avaliar o risco residual após aplicarem-se as medidas de mitigação, com base na matriz apresentada no Capítulo 7 do relatório. As implicações das quatro categorias de risco são as seguintes:

Risco Descrição

Extremo

Seriam necessárias acções mitigadoras significativas para reduzir esses riscos. Em alguns casos, pode não ser possível reduzir estes riscos extremos, o que significa que estes poderão impedir o uso da opção (assinalados com indicador vermelho (cor de identificação vermelha) na presente avaliação).

Elevado

Estes riscos são de natureza grave, e sem medidas de mitigação eficazes constituiriam grandes obstáculos ao projecto. Estes teriam de ser monitorados e geridos, e em combinação com os riscos Elevados podem exigir a utilização de uma opção diferente para alcançar os objectivos dos

projectos.

Médio

Estes riscos não têm uma natureza tão grave, mas são ainda importantes, e devem ser reduzidos a um Nível Tão Baixo Quanto Razoavelmente Possível (ALARP) em benefício do ambiente ou da rede social afectada. Isoladamente estes riscos são geralmente insuficientes para impedir que o projecto prossiga.

Menor

Em geral estes riscos são aceitáveis para o projecto e para o ambiente e a sua mitigação é desejável, mas não essencial. No entanto, devem seguir-se as melhores práticas na indústria e os riscos devem ser mitigados a fim de impedir um efeito cumulativo desses impactos.

É importante notar que todos os riscos serão avaliados de forma mais abrangente como parte dos estudos de especialidade e da Avaliação de Impacto Ambiental e Social (AIAS). A avaliação preliminar de riscos simplesmente permite identificar questões fatais e grandes obstáculos numa fase inicial do projecto e ajuda a assegurar que sejam designados recursos suficientes para a mitigação dessas questões. Do mesmo modo, os potenciais impactos positivos associados aos desenvolvimentos propostos também foram identificados e avaliados utilizando a mesma escala de classificação. A intenção é que as medidas visadas ao melhoramento destes impactos sejam desenvolvidas, na medida do possível, com parte dos estudos de especialidade. Os riscos biofísicos (Tabela 1) e socioeconómicos (Tabela 2) relativos ao desenvolvimento proposto estão apresentados a seguir. Tabela 1: Um resumo dos riscos biofísicos associados ao projecto

Riscos biofísicos associados ao projecto

Questão Classificação da Significância

Medida de Mitigação

Risco

Resíduos Gerais Moderada Facilmente Alcançável

MENOR

Resíduos Perigosos Elevada Alcançável MÉDIO

Contaminação de águas pluviais

Elevada Alcançável MÉDIO

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Tabela 2: Resumo dos riscos socioeconómicos associados ao projecto

As áreas alvo, especificamente os depósitos referidos como Búfalo e Elefante, ocorrem no enquadramento de vegetação natural que está praticamente intacta e num estado relativamente bom. Existe uma diversidade alta de espécies de plantas e pressupõe-se, com base em observações originais, que a diversidade faunística também é relativamente alta em comparação com outras áreas de Moçambique. Em contraste, a vegetação e a diversidade de espécies em redor do depósito Leão têm sido alvo de impactos por parte das comunidades vizinhas e tem ocorrido o desmatamento de várias áreas para a plantação de culturas como gergelim e milho. Uma avaliação dos potenciais riscos neste local determinou que com a implementação de medidas de mitigação sólidas não existem quaisquer riscos biofísicos de destaque com relação a este projecto. Dos 15 riscos biofísicos identificados, oito foram identificados como riscos de importância média e sete como riscos menores. No total existem nove riscos socioeconómicos associados ao projecto. Destes nove, somente dois (a migração interna por pessoas à procura de emprego e a segurança da comunidade como resultado do aumento de tráfego) foram considerados como riscos elevados ou maiores uma vez que são difíceis de mitigar. Contudo, a AIAS fará a investigação destes riscos a fim de determinar, em mais detalhe, de que forma se pode efectuar a gestão eficaz dos mesmos para reduzir o impacto que estes terão.

Contaminação das águas de superfície Elevada Alcançável MÉDIO

Quantidade de Águas Subterrâneas Moderada Difícil MÉDIO

Qualidade de Águas Subterrâneas Elevada Alcançável MÉDIO

Ruído Baixa Alcançável MENOR

Qualidade do Ar Moderada Alcançável MENOR

Utilização de energia Moderada Alcançável MENOR

Perda de biodiversidade (fauna e flora) Moderada Difícil MÉDIO

Fragmentação dos habitats e perda de espécies de fauna e flora

Moderada Difícil MÉDIO

Biodiversidade e questões sobre o funcionamento dos ecossistemas associados com as actividades de mineração.

Elevada Alcançável MÉDIO

Impactos da mineração sobre o solo e a produtividade agrícola

Baixa Difícil MENOR

Perda de bens e Serviços dos Ecossistemas Baixa Difícil MENOR

Invasão por espécies exóticas Elevada Facilmente Alcançável

MENOR

Riscos socioeconómicos associados com o projecto

Questão Classificação da Significância

Medida de Mitigação

Risco

Riscos associados ao emprego Baixa Alcançável MENOR

Condições de trabalho Baixa Alcançável MENOR

Saúde & Segurança Ocupacional Moderada Alcançável MENOR

Redução no acesso ao local para a comunidade

Moderada Alcançável MENOR

Segurança da Comunidade Moderada Alcançável MENOR

Impactos do Tráfego Elevada Difícil ELEVADO

Saúde comunitária e doenças transmissíveis Moderada Alcançável MENOR

Oportunidades de emprego e Desenvolvimento Económico

Elevada(positiva) Facilmente Alcançável

SEM RISCO

Desenvolvimento Social e oportunidades de formação

Elevada(positiva) Facilmente Alcançável

SEM RISCO

Migração interna Moderada Muito difícil ELEVADO

Reassentamento Moderada Alcançável MENOR

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Embora possa ser necessário algum deslocamento económico, as previsões indicam que esta será limitada devido ao número reduzido de machambas nesta área. Os sete riscos remanescentes foram todos considerados como constituindo riscos menores. Para além destes riscos, foram também identificadas duas oportunidades (impactos positivos), muito embora reconheça-se que o projecto resultará num número maior de benefícos, e estes serão avaliados em mais detalhe na AIAS. A geração de emprego na área irá constituir um benefício significativo, bem como o desenvolvimento económico que pode ser estimulado por essas oportunidades. O aumento em termos de emprego irá aumentar os níveis de rendimentos nos agregados familiares e o poder de compra que, por sua vez, irão resultar num aumento no número de lojas e bancas de venda informais, para além do surgimento de negócios e de fornecedores de serviços. Existe também a oportunidade de desenvolvimento de competências através da formação de pessoas a nível local com vista a melhorarem as suas competências em várias áreas que poderão vir a servir os sectores de mineração e agrícola. Adicionalmente, os projectos de grande escala, como é o caso do presente projecto, tem um ciclo de vida útil e capacidade económica para estabelecer programas de desenvolvimento social de longa duração. Os seguintes estudos de especialidade são propostos para a fase de AIAS e os Termos de Referência para cada estudo encontram-se detalhados no Capítulo 8.

1. Avaliação da Vegetação

2. Avaliação da Fauna Terrestre

3. Avaliação do Uso da Terra e Recursos Naturais

4. Avaliação das Águas de Superfície e Aquática

5. Avaliação do Impacto Socioeconómico

6. Avaliação de Gestão de Resíduos

7. Avaliação de Tráfego

8. Avaliação de Águas Subterrâneas e Geoquímica

9. Avaliação Hidrológica

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TABELA DE CONTROLE DE REVISÕES O presente Relatório deve ser citado da seguinte forma: Coastal & Environmental Services, Janeiro 2017, Projecto de Grafite de Montepuez da Suni Resources S.A., Relatório Final do Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito, CES, Cape Town.

Coastal and Environmental Services Título do Relatório: Projecto de Grafite de Montepuez da Metals of Africa, Relatório Final

do Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito Versão do Relatório: Final 1 Número do Projecto: 168

Nome Responsabilidade Data

Dra. Tarryn Martin Autora Janeiro de 2017

Dra. Belinda Huddy Autora Janeiro de 2017

Dr. Ted Avis Revisor Janeiro de 2017

Direitos Autorais O presente documento contém propriedade intelectual e informações proprietárias protegidas por direitos autorais a favor da Coastal & Environmental Services (CES) e os seus consultores de especialidade. Este documento não pode, portanto, ser reproduzido, usado ou distribuído a terceiros sem o prévio consentimento por escrito da CES. Este documento foi preparado exclusivamente para a sua apresentação à Metals of Africa Limited, a empresa mãe da Suni Resources SA, e está sujeito a todos os direitos sobre confidencialidade e segredos comerciais, regulamentos sobre a lei de propriedade intelectual e práticas vigentes em Moçambique e na África do Sul.

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Estudo Final de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência – Janeiro 2017

Coastal& Environmental Services ix Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

TABELA DE CONTEÚDOS

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 14

1.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14 1.2. O PROPONENTE .......................................................................................................... 14 1.3. OS CONSULTORES ..................................................................................................... 15 1.4. COMPETÊNCIA PROFISSIONAL DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS DA EQUIPA ....... 15

1.4.1. Coastal & Environmental Services ......................................................................... 15 1.5. ESPECIALISTAs EXTERNOS MEMBROS DA EQUIPE .............................................. 19

2. PROCESSO DE AIA ............................................................................................................. 21

2.1. O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL EM MOÇAMBIQUE ..... 21 2.2. LEGISLAÇÃO MOÇAMBICANA APLICÁVEL.............................................................. 24 2.3. CONVENÇÕES INTERNACIONAIS .............................................................................. 30

3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO .............................................................................................. 32

3.1. INTRODUÇÃO E ANTECEDENTES DO PROJECTO .................................................. 32 3.2. JUSTIFICATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DESTE PROJECTO ....................... 32 3.3. LOCALIZAÇAO DAS OPERAÇOES DE MINERAÇÃO PROPOSTAS ......................... 33 3.4. DESCRIÇÃO GENERALIZADA DO PROCESSO DE MINERAÇÃO PROPOSTO ....... 33

3.4.1. Remoção da Vegetação ........................................................................................ 33 3.4.2. Método de Mineração ............................................................................................ 33 3.4.3. Reagentes ............................................................................................................. 35 3.4.4. Infraestruturas ........................................................................................................ 38 3.4.5. Fornecimento de Água e de Energia ...................................................................... 41 3.4.6. Transporte ............................................................................................................. 41

3.5. OPORTUNIDADES DE EMPREGO .............................................................................. 42 3.5.1. Fase de Construção............................................................................................... 42 3.5.2. Fase Operacional .................................................................................................. 42

3.6. ALTERNATIVAS DO PROJECTO ................................................................................ 43 3.6.1. Alternativas Fundamentais ..................................................................................... 43 3.6.2. Alternativas Incrementais ....................................................................................... 43

4. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE BIOFÍSICO ............................................................................ 44

4.1. AMBIENTE FÍSICO ....................................................................................................... 44 4.1.1. Clima ..................................................................................................................... 44 4.1.2. Geologia e Solos ................................................................................................... 44 4.1.3. Topografia e Hidrologia .......................................................................................... 45 4.1.4. Uso da Terra .......................................................................................................... 47

4.2. AMBIENTE BIOLÓGICO .............................................................................................. 48 4.2.1. Vegetação ............................................................................................................. 48 4.2.2. Fauna .................................................................................................................... 51 4.2.3. Áreas Protegidas ................................................................................................... 51

5. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE SOCIOECONÓMICO ............................................................ 53

5.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 53 5.2. ACESSO E INFRAESTRUTURAS SOCIAIS ................................................................ 53 5.3. DEMOGRAFIA .............................................................................................................. 53 5.4. SECTORES DE EMPREGO .......................................................................................... 54 5.5. AGRICULTURA E ESTRATÉGIAS DE SUBSISTÊNCIA .............................................. 54 5.6. RENDIMENTOS E DESPESAS .................................................................................... 55 5.7. AMBIENTE SOCIOECONÓMICO ................................................................................. 55

6. PROCESSO DE ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE E DAS PARTES INTERESSADAS 57

6.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 57 6.2. LEGISLAÇÃO DE MOÇAMBIQUE ............................................................................... 57

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6.3. ACTIVIDADES DE ENVOLVIMENTO DAS PARTES INTERESSADAS ....................... 57 6.3.1. Processo de Participação Pública no EPDA .......................................................... 58

7. AVALIAÇÃO PRELIMINAR DO RISCO AMBIENTAL E SOCIAL ........................................ 59

7.1. METODOLOGIA PARA A AVALIAÇÃO DE RISCOS................................................... 59 7.2. AVALIAÇÃO DE RISCOS ............................................................................................. 61

8. TERMOS DE REFERÊNCIA PARA OS ESTUDOS ESPECIALIZADOS .............................. 84

8.1. ESTUDO 1 – AVALIAÇÃO DA VEGETAÇÃO .............................................................. 84 8.2. ESTUDO 2 – AVALIAÇÃO DA FAUNA TERRESTRE .................................................. 85 8.3. ESTUDO 3 – USO DA TERRA E DOS RECURSOS NATURAIS ................................. 85 8.4. ESTUDO 4 – AVALIAÇÃO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E AQUÁTICA ..................... 86 8.5. ESTUDO 5 - AVALIAÇÃO DO IMPACTO SOCIOECONÓMICO .................................. 86 8.6. ESTUDO 6 – AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS ............................................ 86 8.7. ESTUDO 7 – AVALIAÇÃO DO TRÁFEGO ................................................................... 87 8.8. ESTUDO 8 – AVALIAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E GEOQUÍMICA ............ 87

Fase D: Modelo de fluxo numérico de águas subterrâneas e transporte de massa ............... 88 Fase E: Interpretação dos dados e elaboração de relatórios ................................................. 89

8.9. ESTUDO 9 – AVALIAÇÃO HIDROLÓGICA ................................................................. 89

9. CONCLUSÕES E CAMINHOS A SEGUIR ........................................................................... 90

9.1. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 90 9.1.1. Conclusões biofísicas ............................................................................................ 90 9.1.2. Conclusões Socioeconómicas ............................................................................... 91

9.2. CAMINHO A SEGUIR ................................................................................................... 91

10. REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 95

LISTA DE FIGURAS

Figura 3-1: Mapa da localidade a indicar o posicionamento da mina proposta em relação aos projectos existentes da Gemfields e da Syrah Resources...................................................................................... 36

Figura 3-2: Diagrama de blocos do processamento geral de grafite incluindo o manuseamento do ROM, britagem e moagem, flotação, secagem do concentrado e separação dos produtos variáveis de grafite. (Equipa: Equipa de Estudo MTA). ........................................................................................................... 37

Figura 4-1: Perfil de elevação do local de Montepuez a partir da delimitação norte para quase a suldo depósito “Leão” ....................................................................................................................................................... 46

Figura 4-2: A localização do local do Projecto de Montepuez em relação às áreas protegidas circundantes. ................................................................................................................................................................. 52

LISTA DE TABELAS Tabela 2-2: Convenções internacionais aplicáveis ao projecto ...................................................................... 30 Tabela 5-1: Estimativa de mão-de-obra qualificada, semi-qualificada e não qualificada que será utilizada

durante as fases de construção e operacional do projecto. Os números aqui apresentados constituem estimativas e representam o número máximo de indivíduos que serão recrutados. .............................. 42

Tabela 7.1: Escala de classificação da significância ambiental ...................................................................... 59 Tabela 7.2: Escala de classificação do grau de dificuldade de mitigação ...................................................... 59 Tabela 7.3: Matriz de Risco derivada da combinação da significância do impacto e da dificuldade de mitigação

................................................................................................................................................................. 60 Tabela 7.4: Categorias de Riscos ................................................................................................................... 60 Tabela 7.5: Resumo dos riscos biológicos na área do projecto. ..................................................................... 62 Tabela 7.6: Resumo dos riscos sociais na Área do Projecto de Montepuez. ................................................. 71 Tabela 9.1: Resumo dos riscos biofísicos associados ao projecto ................................................................. 90 Tabela 9.2: Resumo dos riscos socioeconómicos associados com o projecto .............................................. 91

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Estudo Final de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência – Janeiro 2017

Coastal& Environmental Services xi Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 4-1: Fotografia a ilustrar a topografia típica do local de Montepuez. .............................................. 46 Ilustração 4-2: Plantas de sementes de gergelim recentemente colhidas a secarem, observando-se as

machambas no fundo. ............................................................................................................................. 47 Ilustração 4-3: Floresta típica de árvores altas com árvores Sterculia appendiculata emergentes. ............... 50 Ilustração 4-4: Savana típica de Acácias. ....................................................................................................... 50 Ilustração 6-1: Plantas de sementes de gergelim recentemente colhidas a secarem, observando-se as

machambas no fundo. ............................................................................................................................. 56

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Estudo Final de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência – Janeiro 2017

Coastal& Environmental Services xii Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

LISTA DE ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

AIA Avaliação de Impacto Ambiental

AIAS Avaliação de Impacto Ambiental e Social

ALARP Tão Baixo Quanto Razoavelmente Possível (do inglês As Low as Reasonably Possible)

ARA Administração Regional de Águas

BID Documento com Informação de Base (do inglês Background Information Document)

CES Coastal and Environmental Services

CLO Oficial de Ligação Comunitária (do inglês Community Liaison Officer)

DAM Drenagem Ácida de Mina

DFS Estudo Definitivo de Viabilidade (do inglês Definitive Feasibility Study)

DINAB Direcção Nacional do Ambiente

DIPREME Direcção Provincial de Recursos Minerais e Energia

DTS Doenças de Transmissão Sexual

EHS Ambiente Saúde e Segurança (do inglês Environmental Health and Safety)

EIB Banco de Investimento Europeu (do inglês European Investment Bank)

EPDA Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito

GEE Gases com efeito de Estufa

GIS Sistema de Informação Geográfica (do inglês Geographic Information System)

ha Hectare

HMC Concentrado de Metais Pesados (do inglês Heavy Mineral Concentrate)

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

IFC Corporação Financeira Internacional (do inglês International Finance Corporation)

INE Instituto Nacional de Estatística

IUCN União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais

KVa Kilovoltampere

MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental

MIGA Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (do inglês - Multilateral Investment Guarantee Agency)

MIREME Ministério de Recursos Minerais e Energia

MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

NMM Nível Médio do Mar

OH&S Saúde & Segurança Ocupacional (do inglês Occupational Health & Safety

OIT Organização Internacional do Trabalho

ONG Organização Não Governamental

OSFL Organização sem Fins Lucrativos

PAR Plano de Acção de Reassentamento

PFS Estudo de Pré-Viabilidade (do inglês Pre-feasibility Study)

PGA-o Plano de Gestão Ambiental Operacional

PGAS Plano de Gestão Ambiental e Social

PI&As Partes Interessadas e Afectadas

PIB Produto Interno Bruto

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPP Processo de Participação Pública

QPR Quadro de Política de Reassentamento (do inglês Resettlement Policy Framework)

REIA Relatório de Estudo de Impacto Ambiental

RH Recursos Humanos

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ROM Minério bruto (do inglês Run-of-mine)

SCC Espécies de importância para a conservação (do inglês Species of Conservation Concern)

SEP Plano de Engajamento das Partes Interessadas (do inglês Stakeholder Engagement Plan)

TSF Instalações de Armazenamento de Rejeitos (do inglês Tailings Storage Facility)

WCP Planta de Concentrados Húmidos (do inglês Wet Concentrate Plant)

WRD Pilha de Estéril (do inglês Waste Rock Dump)

WWF Fundo Mundial para a Natureza

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Coastal & Environmental Services Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez 14

1. INTRODUÇÃO 1.1. INTRODUÇÃO A Suni Resources S.A. (referida como "Suni Resources"), uma empresa moçambicana subsidiária Da Battery Minerals (anteriormente conhecida como "Metais da África") que está focada essencialmente na indústria de mineração de grafite. A Suni Resources S.A. tenciona desenvolver uma mina de grafite na área do Projecto de Montepuez (designada por “Local do Projecto” ou “local”) que fica situada no Distrito de Montepuez na Província de Cabo Delgado, na região norte de Moçambique. A área do Projecto está localizada a uma distância de aproximadamente 60km a noroeste da Vila de Montepuez e a área da licença de prospecção e pesquisa (Licença de Prospecção e Pesquisa 6216) abrange aproximadamente 12.500ha na qual existem três depósitos alvo de estudo para fins de exploração O preço da grafite está geralmente ligado ao tamanho dos flocos, quanto maior for o floco, mais valor tem o produto. Os primeiros testes realizados no Local do Projecto indicam a existência de uma proporção elevada de flocos de grafite de tamanho grande, muito grande (do inglês jumbo) e gigantes (do inglês super jumbo) que representam mais de 50% da distribuição deste recurso. Os flocos com as dimensões referidas acima, que são altamente procurados no mercado, irão provavelmente ser vendidos no mercado de flocos de grafite (essencialmente na região asiática). É necessária uma investigação científica adicional para determinar se os tamanhos médios, finos e muito finos dos flocos de grafite podem ser tratados numa planta de tratamento esferoidal para produzir 50% de grafite esferoidal e 50% de produto por carburação que será vendido no mercado norte-americano para uso primário em baterias de acumuladores de iões de lítio. A investigação científica dos produtos de grafite esferoidal do projecto está a decorrer ao mesmo tempo que se realizam os estudos económicos do projecto. A investigação financeira e do mercado indicou que existe uma procura no mercado para flocos de grafite com o nível de pureza e tamanho de flocos existentes no Local do Projecto. De acordo com a prática da indústria, o presente relatório de definição do âmbito está a ser realizado no início do processo de tomada de decisão. Tal irá assegurar que sejam considerados cenários alternativos de mineração durante a fase de definição do âmbito, de modo que se possam aplicar os critérios ambiental e socialmente mais aceitáveis com vista a proporcionar o desenvolvimento económico da mina. 1.2. O PROPONENTE Conforme referido acima, a Suni Resources S.A. é uma empresa subsidiária da Metals of Africa Limited (MTA) que é uma empresa australiana que está listada na Bolsa de Valores da Austrália (Australian Securities Exchange - ASX), e cuja sede da empresa está situada na Austrália Ocidental. A Suni Resources S.A. está sedeada em Maputo, Moçambique. O foco da Empresa orientado para a mineração de grafite teve início em Dezembro de 2014, altura em que se realizou um programa de perfuração no Projecto de Grafite na Central de Montepuez. A Metals of Africa, através da Suni Resources S.A. visa tornar-se num dos maiores fornecedores a nível mundial, de grafite da melhor qualidade e preços baixos orientados para o mercado de baterias de iões de lítio com grafite de qualidade superior. O proponente deste projecto é a Suni Resources S.A: Cherie Leeden (Directora Geral)

Escritório Registado e Principal Local de Negócios: Metals of Africa Limited 945 Wellington Street,

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Coastal & Environmental Services Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez 15

West Perth, Western Australia 6005, Australia. T +61 8 9322 7600 F +61 8 9322 7602 Endereço Electrónico: [email protected]

Jackie Rose (Director Nacional)

Escritório de Moçambique Edifício Solar das Acácias, Avenida Julius Nyerere 4000, Loja 05, Cidade de Maputo, Moçambique T +258 21 493 735 ou +258 841 845 574 Endereço Electrónico: [email protected]

1.3. OS CONSULTORES O presente documento foi preparado pela Coastal & Environmental Services Mozambique Lda (CES) para atender à Legislação Ambiental Nacional, bem como aos vários padrões internacionais. A CES é uma empresa registada em Moçambique junto do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) (Anexo 2) e possui conhecimentos sólidos e equipes multidisciplinares para efectuar avaliações de impacto ambiental e programas de gestão ambiental. O endereço de contacto da CES é: Marc Hardy Av. da Mozal, Porta 2334 Beluluane Célula D. Quarteirão 02 Matola, Moçambique Endereço Electrónico: [email protected] Site da Internet: www.cesnet.co.za Em colaboração com: Tarryn Martin Coastal and Environmental Services (CES) Suite 408, The Point 76 Regent Road Sea Point, 8005 South Africa. Telefone: +27 21 045 0900 Fax: +27 46 622 6564 Site da Internet: www.cesnet.co.za Endereço Electrónico: [email protected] 1.4. COMPETÊNCIA PROFISSIONAL DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS DA EQUIPA 1.4.1. Coastal & Environmental Services Dr. Ted Avis – Líder do Projecto/ Revisor O Dr. Ted Avis é um dos principais especialistas na área de Avaliações de Impacto Ambiental, tendo feito a gestão de inúmeras Avaliações de Impacto Ambiental e Social (AIAs) de projectos de grande escala em conformidade com os padrões internacionais (por exemplo,

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Coastal & Environmental Services Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez 16

Corporação Financeira Internacional). O Dr. Ted foi o consultor principal designado pela Corridor Sands Limitada para o desenvolvimento de todos os aspectos ambientais do Projecto Corridor Sands orçamentado no valor de 1 bilião de USD. Também efectuou a gestão de estudos da AIAS e avaliações ambientais relacionadas de âmbito semelhante no Quénia, Madagáscar, Egipto, Malawi, Zâmbia e África do Sul. Trabalhou também em Avaliações Ambientais Estratégicas de grande escala na África do Sul, e foi contratado pela Corporação Financeira Internacional (IFC) para vários projectos. A participação do Dr. Ted foi fundamental no estabelecimento do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade de Rhodes, enquanto docente universitário de Botânica, com base na sua experiência profissional na docência de módulos a nível de licenciatura na área ambiental e realização prática de AIAs. É Professor Honorário Visitante no Departamento de Ciências Ambientais na Universidade de Rhodes. Foi um dos primeiros Profissionais certificados de Avaliações Ambientais na África do Sul, tendo obtido a sua certificação em Abril de 2004. Participou em palestras e tem várias publicações em matéria de Avaliações de Impacto Ambiental e Social, Avaliações Ambientais Estratégicas e Gestão Integrada de Zonas Costeiras. É membro do Conselho de Administração da CES desde a sua fundação em 1990, e Director Geral desde 1998. O Dr. Ted tem um doutoramento (PhD) com especialização em Botânica, e foi premiado com a medalha de bronze pela Associação Sul-Africana de Botânicos (South African Association of Botanists) atribuída nesse ano à melhor tese de doutoramento, intitulada “Ecologia e Gestão de Dunas Costeiras na Província de Eastern Cape”. Dra. Tarryn Martin – Gestora do Projecto e Especialista de Botânica

A Dra. Tarryn tem o grau de Bacharel em Ciências (BSc) (com especialização em Botânica

e Zoologia), a Licenciatura em Ciências com especialização na Biodiversidade de Vertebrados Africanos e o Mestrado em Ciências com especialização em Botânica pela Universidade de Rhodes. Na sua tese de mestrado examinou o impacto do fogo sobre a recuperação de gramíneas Panicoides e não Panicoides C3 e C4 dentro do contexto de mudanças climáticas, pela qual lhe foi atribuída a Medalha “Junior Captain Scott” (Ciência da Plantas) pela Academia Sul-Africana de Ciências e Artes por produzir a melhor tese de Mestrado de 2010, tendo ainda sido galardoada com um Prémio de Desempenho Académico Excelente na Área de Ciência de Criação Confinada Forrageira e Não Confinada, atribuído pela “Grassland Society of Southern Africa”. A Dra. Tarryn efectua avaliações de vegetação incluindo o mapeamento de vegetação e de sensibilidade para fins de orientação de desenvolvimentos e minimizar, dessa forma os impactos sobre vegetação sensível. Realizou várias avaliações de impactos e de vegetação em Moçambique (em conformidade com os padrões estipulados pela IFC), que incluem o Projecto Florestal Lúrio em Nampula, a Mina de Grafite da Syrah em Cabo Delgado e a Mina de Minério de Ferro da Baobab, em Tete, Moçambique. Também efectuou o desenvolvimento conjunto e implementação do Programa de Monitoramento Terrestre para a Kenmare, em Moma, uma mina de minerais pesados em Moçambique. Este programa de monitoramento incluiu a avaliação do nível de sanidade da floresta. Trabalhou ainda no levantamento da situação de referência botânica para a “Lesotho Highlands Development Authority” durante a fase 2 do Projecto de Água “Lesotho Highlands.

Dr. Kevin Whittington-Jones – Garantia de Qualidade e Especialista em Gestão de Resíduos O Dr. Kevin tem um Doutoramento (PhD) em Biotecnologia Ambiental e um Mestrado em Ciências com especialização em Zoologia (ecologia marinha) e é um Membro do Executivo da CES. Os seus interesses profissionais incluem o risco ambiental de actividade comercial, sistemas de gestão, gestão de resíduos e mudanças climáticas. Antes de integrar a empresa CES ocupou vários cargos académicos na Universidade de Rhodes, incluindo o de docente universitário na “Rhodes Investec Business School”. Executou trabalho ambiental em muitos dos portos da África do Sul, incluindo avaliações de risco ambientais, uma avaliação dos

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riscos das mudanças climáticas, avaliações ambientais estratégicas e um plano integrado de gestão de resíduos. O Dr. Kevin também esteve envolvido em uma série de projectos de AIAs industriais na África do Sul e internacionalmente, tanto como Gestor de Projecto e como um especialista em gestão de resíduos. Também esteve envolvido em vários projectos de AIAs industriais a nível da África do Sul e internacionalmente, tanto na função de Gestor do Projecto e como perito na gestão de resíduos. Mais especificamente, realizou estudos especializados de gestão de resíduos para o porto de Mossel Bay (África do Sul), dois projectos de mineração de minerais pesados (Egipto e Madagáscar), a fundição de manganésio (Kgalagadi e Exxaro, ambos na África do Sul), projectos de biocombustíveis (Serra Leoa e Moçambique), projectos de fábricas de cerveja (Moçambique) e a Central de Energia Eléctrica de Rabai (Quénia). Está a fazer actualmente, a gestão da AIA para um desenvolvimento de grande escala de biocombustíveis em Moçambique bem como as AIAs para inúmeros empreendimentos de energia eólica. Dr. Bill Rowlston – Avaliação Hidrológica e Garantia de Qualidade O Dr. Bill tem o grau de Licenciatura com Distinção em Engenharia Civil pela Universidade de Salford, Inglaterra (1971), após o qual trabalhou durante 11 anos para consultores de engenharia na Inglaterra.

Ele trabalhou durante 25 anos para o Departamento Sul-Africano de Assuntos Hídricos e Florestais, onde contribuiu para o desenvolvimento da Política Nacional da Água e da Lei Nacional da Águas, e compilou e editou a Estratégia Nacional de Recursos Hídricos, Primeira Edição (2004), tendo sido ele o maior contribuinte para a elaboração do documento.

O Dr. Bill juntou-se à CES como Director em 2007. Trabalhou como gestor de projectos em inúmeras Avaliações Ambientais Estratégicas (AAE) e Avaliações de Impacto Ambiental e Social (AIAS) na África do Sul e em outros países africanos, tendo realizado estudos de due diligence ambiental e social, avaliações de conformidade e auditorias de conformidade de vários projectos propostos e operacionais.

Também preparou relatórios especializados sobre os recursos hídricos, e compilou as avaliações de impacto de tráfego para projecto industriais, agro-industriais e de mineração, incluindo a fundição de manganésio e um desenvolvimento agro-industrial na Província do Eastern Cape na África do Sul, uma mina de minério de ferro em Moçambique (Mina de Minério de Ferro da Baobab) em Moçambique, projectos de silvicultura e agro-industriais em Moçambique, e o projecto de uma conduta adutora bruta em Kwa-Zulu Natal, África do Sul.

Dr. Marc Hardy - Cientista Social Lider O Dr. Marc tem um Mestrado em Filosofia (com especialização em Gestão Ambiental) através da Escola de Gestão Pública e Planeamento da Universidade de Stellenbosch. Os seus interesses profissionais incluem relatórios de impactos ambientais para projectos lineares, de energia e de infraestruturas massivas, projectos desenvolvimento e relatórios sobre política de desenvolvimento ambiental estratégico –na sua maioria relacionados com Quadros de Gestão Ambiental (QGA) –monitoramento da conformidade e auditoria ambiental. Trabalhou na indústria de consultoria privada por dois anos antes de integrar a empresa CES (anteriormente com a Royal Haskoning DHV, Joanesburgo) e desempenhou, entre outras, a função de gestor de projectos para a Dinokeng EMF (Gauteng), para a Refinaria de Milnerton no Projecto de Infraestruturas para o Transporte de Combustíveis Líquidos da Central Eléctrica “Ankerlig Power Station” (em nome da Eskom Generation - Cidade do Cabo), inúmeras AIAs para projectos de subcentrais e linhas de Transmissão e Distribuição de energia da Eskom a nível nacional, auditorias de conformidade do Programa de Gestão Ambiental para mineração, auditorias de conformidade de Reposição em Serviço para as Centrais Eléctricas de Camden, Grootvlei e Komati (Província de Mpumalanga)e as novas instalações de gestão de resíduos de alto risco para a Coega Development Corporation (Coega IDZ). Antes de entrar para a área de consultoria, adquiriu vasta experiência no domínio da regulamentação de AIAs enquanto ao serviço do Departamento de Agricultura, Conservação e Meio Ambiente de Gauteng, sendo responsável pela avaliação dos projectos

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de infraestruturas, tais como a “Gautrain Rapid Rail Link” e representando o Departamento em vários comités directores para projectos EMF, SDF e IDP. É presentemente o gestor dos processos de AIA para vários empreendimentos de energia eólica.

Dr. Eric Igbinigie – Especialista em Resíduos O Dr. Eric tem um Doutoramento (Ph.D) em Biotecnologia Ambiental. O seu interesse profissional incide na Gestão Ambiental Integrada Sustentável com uma atenção específica na Gestão de Resíduos e de Valorização, Mudanças Climáticas (mitigação e adaptação), Estratégia de Gestão de Carbono e Biorremediação de Hidrocarbonetos. Tem realizado vários trabalhos de monitoramento ambiental, e avaliação de conformidade e implementação, de acordo com o prescrito pelos credores/ financiadores internacionais, incluindo o IFC (Padrões de Desempenho & Directrizes Específicas ao Sector) e o AfDB (Banco Africano de Desenvolvimento), tendo realizado sessões de formação para o monitoramento pós AIA para empresas multinacionais, incluindo as minas da Kenmare em Moma, Moçambique e Addax Bioenergia, Serra Leoa. Também actuou como consultor especialista e gestor de projectos em vários estudos de avaliação ambiental a nível local e internacional, incluindo due diligence ambiental, avaliação de risco de terra contaminada e uma avaliação do risco de gestão de resíduos e de águas residuais. Antes se iniciar as suas funções na CES trabalhou como Cientista de Investigação a nível Sénior no Instituto de Biotecnologia Ambiental, Universidade de Rhodes, onde desempenhava também a docência a nível de pós-graduação e onde liderou um grupo de pesquisa incumbido de trabalhos de beneficiação de despojos de carvão para

facilitar a revegetação de locais de despejo de minas de carvão. Dra. Cherie-Lynn Mack – Especialista Lider de Qualidade da Água e Revisora A Dra. Cherie-Lynn tem um doutoramento (PhD) e Mestrado em Ciências (com distinção) com especialização em Biotecnologia Ambiental, com uma licenciatura em Microbiologia e Bioquímica. Possui experiência em pesquisa de pós-graduação em tecnologias de tratamento de águas residuais industriais e domésticas, com particular ênfase para as indústrias do carvão e mineração de platina. Os seus interesses incidem no sector de água, com experiência na determinação da reserva ecológica e monitoramento e análise da qualidade da água. Possui experiência na análise da qualidade da água e na investigação do tratamento de águas residuais industriais. Dra. Chantel Bezuidenhout – Revisora e Garantia de Qualidade A Dra. Chantel tem os graus de Mestrado em Ciências (MSc) e de Doutoramento (PhD) em Botânica (ecologia estuarina), com uma licenciatura em Botânica e Geografia pela NMMU. O seu principal foco incide em ecologia estuarina e tem feito um extenso trabalho sobre 13 sistemas desde a Foz do Rio Orange, na Província sul-africana de Northen Cape até ao Estuário Mngazi no Transkei. Como resultado, tem estado envolvida em vários estudos de determinação de reserva ecológica, incluindo os sistemas de Kromme, Seekoei e Olifants. A Dra. Chantel desempenha as funções de consultora ambiental há cerca de 5 anos, e, como tal, o seu trabalho tem incidido na gestão ambiental e avaliação de impactos. Possui conhecimentos de alto nível sobre a legislação ambiental e tem estado envolvida em várias avaliações de impacto ambiental e planos de gestão na África do Sul, Zâmbia e Madagáscar. Dr. Justin Green – Especialista na Qualidade de Água, Especialista em GIS & Elaboração de Relatórios O Dr. Justin está ao serviço da CES nos últimos 3 anos e é Bacharel em Ciências (BSc.) com especialização em Zoologia e Entomologia, tendo ainda um Diploma de Pós-Graduação em Gestão Empresarial pela Universidade de Rhodes. Tem estado envolvido em extensos trabalhos em Energias Renováveis e Projectos de Mineração. Desempenhou um papel vital em Avaliações de Impacto Ambiental, bem como em Avaliações Básicas na África do Sul, bem como em vários projectos baseados a nível internacional. O Dr. Justin também faz parte da equipe de Sistemas de Informação Geográfica (GIS) e está envolvido na produção de

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dados de mapeamento, bem como em equipamento de rastreamento para o trabalho de campo.

Dra. Amber Jackson – Especialista de Fauna A Amber é Consultora Ambiental e está ao serviço da CES nos últimos 3 anos. Tem um Mestrado em Filosofia com especialização em Gestão Ambiental e tem um histórico profissional em trabalhos Sociais e Ecológicos. As disciplinas nucleares do curso de Bacharel centraram-se em Ecologia, Conservação e Ambiente, com especial referência aos efeitos da paisagem sobre a herpetofauna, enquanto o seu mestrado focou-se na gestão ambiental dos sistemas sociais e ecológicos. A dissertação para o grau de Mestrado incidiu sobre a segurança alimentar que investigou o sistema alimentar complexo de mercados informais e formais de distribuição. Enquanto ao serviço da CES a Dra. Amber tem trabalhado

extensivamente em Moçambique na gestão de várias Avaliações de Impacto Ambiental e Social. Entre estas realizou duas AIAs de grande escala (> $100 000.00) para a Green Resources (Empresa de Plantação Florestal com sede em Moçambique) em conformidade tanto com os padrões estipulados pelo MITADER como com os padrões de credores internacionais em cumprimento dos requisitos do credor (AfDB,EIB e IFC). Os seus interesses incluem, estudos ecológicos relacionados com fauna e flora indígenas, bem como o uso da terra e a gestão dos recursos naturais. 1.5. ESPECIALISTAS EXTERNOS MEMBROS DA EQUIPE Dr. Koos Vivier – Hidrogeológo Líder O Dr. Vivier é hidrogeólogo ambiental com 19 anos de experiência. É doutorado em gestão ambiental e tem um grau de Mestrado em hidrogeologia. É especializado na tomada de decisões ambientais, modelação numérica e estatística do fluxo e transporte de massas por águas subterrâneas,quantificação de recursos, interacção entre águas de superfície águas subterrâneas, rebaixamento do nível de água e minas, gestão da água em minas e desenvolvimento de estratégias de gestão de águas. Possui experiência internacional com projectos e workshops na Europa, Botswana, Algéria, DRC, Moçambique e EUA. Actua como revisor para as publicações científicas obre recursos hídricos para a WaterSA.

Dr. Stephan Meyer – Hidrogeólogo Ambiental O Dr. Stephan Meyer é hidrogeólogo ambiental com 8 anos de experiência. È licenciado em Ciências com especialização em Geohidrologia através da Universidade de Free State (UFS) tendo completado cursos adicionais como Modelação Numérica de águas subterrâneas na Advanced Feflow®e modelação hidrológica na MIKE SHE® através do Danish Hydraulic Institute (DHI). É especialista na modelação numérica do fluxo de águas subterrâneas, focando o rebaixamento do nível de água em minas, modelação do abastecimento de água e de transporte de contaminantes, tendo trabalhado em projectos na RSA, DRC, Namíbia, Zimbabwe, Zâmbia, Quénia, Serra Leoa e Moçambique. A sua experiência não é limitada ao trabalho de gabinete, possuindo vastos conhecimentos sobre hidrocensos e levantamentos geofísicos, posicionamento de furos de água, bem como registos geológicos, testes de aquíferos (descarga constante, ensaios de permeabilidade com carga variável e com carga constante).

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Dr. George van Dyk - Hidrogeólogo O Dr. George van Dyk é hidrogeólogo com 6 anos de experiência. É Licenciado em Ciências com especialização em geohidrologia através da Universidade de Free State e é acreditado como cientista profissional em solos através do Conselho Sul-Africano para Profissões Científicas (South African Council for Natural Scientific Professions - SACNSP). Subsequentemente ao grau de Licenciatura também completou o grau de Bacharel em Ciências com especialização em Geologia através da Universidade de Pretória. Possui experiência em estudos de águas subterrânease avaliações na maior parte das indústrias, que incluem projectos de mineração e projectos com base ambiental e geográfica. Possui vasta experiência em todos os aspectos da componente de trabalho de campo (geofísica, teste a aquíferos, teste packer (SWiPS), avaliações geológicase amostragem) análise de dados de trabalhos de campo e processamento de operações GIS (funções e mapeamento em Arc GIS), interpretação de dados geofísicos, análise de testes a aquíferos e análises de testes packere elaboração de relatórios sobre todos os aspectos dos projectos (AIAs, e águas subterrâneas relacionadas com projectos de mineração). Para além de projectos na África do Sul, possui experiência em projectos internacionais na Tanzânia, Serra Leoa, Zâmbia e República Democrática do Congo.

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2. PROCESSO DE AIA 2.1. O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL EM MOÇAMBIQUE O Processo de AIAS, regulamentado pelo Decreto N.º 54/2015, é aplicável a todas as actividades públicas e privadas. O Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da Direcção Nacional do Ambiente (DINAB) é a autoridade responsável pela avaliação ambiental. O primeiro passo no processo de AIA em Moçambique é a Instrução do Processo para definir a extensão e o tipo de avaliação ambiental necessária para um determinado projecto. Os factores que são considerados durante a Instrução do Processo incluem:

Escala e tipo de projecto;

Localização e sensibilidade do local;

Naturezae magnitude dos potenciais impactos. O regulamento de AIA em Moçambique (Artigo 4) define três categorias de projectos, que por sua vez definem o nível de avaliação ambiental necessário. O projecto que está sendo considerado aqui é um projecto de Categoria A (Apêndice II) e está sujeito a uma AIA completa, tal como definido pela regulamentação, devido à natureza, escala e localização do projecto proposto. As directrizes do Processo de Participação Pública estão especificadas no Decreto Ministerial N.º130/2006 e são obrigatórias para todos Projectos de Categoria A. O Artigo 15 do Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental define o Processo de Participação Pública como uma actividade que envolve auscultações e consultas públicas. O Processo de Participação Pública implica a disponibilização atempada de informações sobre projectos a todas as partes directa e indirectamente interessadas e afectadas, responder aos pedidos públicos de explicações sobre o projecto e a formulação de sugestões. O processo de participação pública providencia uma oportunidade para as partes interessadas serem adequadamente informadas sobre o projecto proposto e apresentarem as suas opiniões. Estas opiniões devem ser incorporadas no processo de AIA e devem ser utilizadas para orientar as fases seguintes de avaliação e auxiliar a mitigar potenciais situações de conflito logo no início do processo de planeamento. Existem efectivamente seis (6) passos principais no processo de AIA: Passo 1: Pré-Avaliação (Instrução do Processo e Categorização) Todas as actividades devem ser avaliadas em termos das disposições contidas nos Anexos I, II e III, definidos no Artigo 4º do Regulamento de Avaliação Ambiental, a fim de determinar qual a Categoria de projecto (A+, A, B ou C) segundo a qual se fará a avaliação da actividade proposta. O Anexo IV do Regulamento de Avaliação de Impacto Ambiental (Ficha de AIA) exige que se preencha uma Ficha de Informação Ambiental Preliminar antes de se iniciar o processo de AIA. Esta ficha está estruturada conforme indicado a seguir, e inclui os seguintes detalhes:

Nome da Actividade

Identificação do Proponente

Endereço, dados de contacto

Localização – Rua; Vila/Cidade, Localidade; Distrito; Província

Tipo de área

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Informações sobre o Zoneamento

Descrição da Actividade – Infraestruturas; Actividades Associadas; Breve descrição da tecnologia necessária para a construção e operação; Tipo, origem e quantidade de mão-de-obra; Tipo, origem e quantidade de matéria-prima; Produtos químicos a serem usados; Tipo, origem e de consumo de água e de energia; Outros recursos necessários; Posse de terra (situação legal sobre a aquisição do espaço físico necessário); Alternativas de localização da actividade (motivo da escolha do local proposto para a implantação da actividade e identificação de pelo menos dois locais alternativos); Breve descrição da situação ambiental de referência local e regional; Informação complementar na forma de mapas e de diagramas.

A ficha de informação para a AIA foi submetida ao MITADER a 16 de Setembro de 2016 encontrando-se anexa ao presente documento uma cópia da mesma Apêndice 1. O Documento com Informação de Base (BID), que fornece uma descrição preliminar mais detalhada do desenvolvimento proposto, é submetido como um documento separado. Passo 2: Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência Um Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência (EPDA) (este relatório) é obrigatório para todas as actividades do Anexo I e II conforme definido pelo Artigo 10 do Regulamento da Avaliação de Impacto Ambiental. Os objectivos principais desta fase, conforme definidos pelo regulamento da AIA são:

Determinar quaisquer questões fatais ou riscos ambientais relativos à implementação da actividade.

Determinar o âmbito do processo de AIA e desenvolver Termos de Referência para esta fase nos casos em que não haja questões fatais que tornem inviável a actividade.

Do EPDA deve resultar um relatório contento, no mínimo, a seguinte informação:

i. Resumo Não Técnico a destacar as principais questões abordadas e conclusões. ii. Dados sobre o proponente e sobre a equipa de estudo responsável pela AIA. iii. Os limites da área da actividade proposta tanto em termos de influências directas

como indirectas bem como o uso de pré-desenvolvimento da terra nesta zona. iv. A descrição da actividade e das diferentes acções nela previstas, a respeito de

possíveis alternativas nas fases de planeamento, construção, exploração e desactivação.

v. Identificação das características biofísicas e socioeconómicas importantes do ambiente afectado.

vi. Identificação de quaisquer potenciais falhas fatais. vii. Identificação dos potenciais impactos ou questões ambientais. viii. Identificação de aspectos que devem ser abordados na fase de estudo do AIAS. Os Termos de Referência (TdR) descrevem em detalhe as questões a serem investigadas por cada estudo de especialidade durante a fase seguinte da AIA (Relatório de Impacto Ambiental e Plano de Gestão Ambiental).

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Passo 3: Revisão do Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito e Termos de Referência pela Autoridade de Avaliação O relatório de EPDA e TdR será apresentado em Português ao MITADER para avaliação. A autoridade em questão pode solicitar informações adicionais, devendo apresentar comentários e recomendações em termos do estudo da AIA no prazo de 45 dias a contar da data de recepção do relatório final. Passo 4: Processo de Participação Pública O Processo de Participação Pública (PPP) envolve a consulta com o público em geral. O processo facilita a disseminação de informações sobre o projecto e a identificação das Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) indirecta e directamente. O proponente é obrigado a realizar o PPP ao longo do processo de AIA. Este inclui efectuar um nível suficiente de publicitação e proporcionar uma oportunidade para as PI&As participarem em reuniões públicas. O PPP será realizado com base nas directivas emitidas pela autoridade competente e os resultados do processo serão resumidos num relatório final de participação pública. A publicitação de uma reunião pública deve ser feita com pelo menos 15 dias de antecedência, devendo incluir um convite as todas as PI&As e os relatórios de REIA devem estar disponíveis para comentário. A finalidade das reuniões públicas foi de fazer a divulgação do EPDA preliminar nas comunidades (Nqueuene e Sinhojo) que serão directamente afectadas pelas actividades do projecto bem como no gabinete do Administrador Distrital em Montepuez. Os pormenores relativos às reuniões estão apresentados no relatório PPP que foi apresentado juntamente com o presente EPDA final. Passo 5: Estudo de Impacto Ambiental e Programa de Gestão Ambiental (PGA) O processo de AIA é da responsabilidade do proponente e da equipe da AIA, e será realizada de acordo com os Termos de Referência definidos no EPDA. O estudo será resumido num Relatório de Impacto Ambiental (REIA). De modo a abordar as questões levantadas durante o processo de EPDA, o estudo do ESIA irá incluir estudos especializados para providenciar uma análise detalhada e exaustiva dos principais impactos ambientais. Depois de concluído, estes resultados serão sintetizados no REIA e serão resumidos no REIA e providenciados na íntegra num Volume de Estudos de Especialidade. Todos os estudos de especialidade irão incluir recomendações específicas destinadas a evitar ou, quando tal não for possível, reduzir os impactos negativos e maximizar os impactos positivos durante as fases de construção, operação e desactivação do desenvolvimento proposto. Essas recomendações serão resumidas num Plano de Gestão Ambiental (PGA). Passo 6: Revisão do Relatório de Impacto Ambiental e Plano de Gestão Ambiental pela Autoridade de Avaliação O Relatório de Impacto Ambiental, e Volume de Estudos de Especialidade e o Programa de Gestão Ambiental serão apresentados ao MITADER para revisão. A avaliação deve ser realizada no prazo de 60 dias a contar da data da recepção dos relatórios finais. Após a conclusão da avaliação, o MITADER emitirá a declaração final da sua decisão. Com base no Artigo 19 do regulamento sobre a Avaliação de Impacto Ambiental a decisão tomada pode ser uma das indicadas a seguir:

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Declaração de decisão positiva

Rejeição total da actividade com base nos resultados dos relatórios e da declaração final de impacto ambiental

Rejeição parcial da actividade com base nos resultados dos relatórios e da declaração final de impacto ambiental

Na concessão de uma licença ambiental, a autoridade competente pode determinar impor condições de aprovação que são legalmente vinculativas para o proponente. Além disso, a autoridade pode solicitar alterações ao âmbito do projecto ou exigir estudos adicionais da AIAS. 2.2. LEGISLAÇÃO MOÇAMBICANA APLICÁVEL

No Quadro 1 a seguir apresenta-se um resumo do processo AIAS aplicável a projectos de Categoria A e na Tabela 2.1. apresenta-se um resumo da legislação aplicável ao projecto de mineração. Deve notar-se que a lista apresentada a seguir não é exaustiva, e foi limitada aos documentos que têm relevância directa ou para o ambiente e/ou para as comunidades.

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Quadro 1: Resumo do processo EIAS a ser seguido para um projecto de Categoria A

Tabela 2-1: Lista da Legislação Aplicável

LEGISLAÇÃO DATA DE

PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE AO PROJECTO

LEGISLAÇÃO NACIONAL

Constituição da República de Moçambique

2004 Impõe o direito ao ambiente para cada cidadão na secção 7.1: “Todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente equilibrado e o dever de o defender”.

LICENCIAMENTO INDUSTRIAL E LEI DO TRABALHO

Lei de Investimentos Lei N.º 3/1993 de24

de Junho

As Corporações Mineiras são obrigadas a agir em conformidade com as leis comerciais do país em que operam

Lei do Trabalho

Lei N.º 23/2007 de 1 de Agosto

As Corporações Mineiras são obrigadas a agir em conformidade com o regulamento do trabalho do país em que operam

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LEGISLAÇÃO DATA DE

PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE AO PROJECTO

QUADRO LEGAL DO AMBIENTE, AIA, INSPECÇÕES E AUDITORIAS

Lei do Ambiente

Lei N.º 20/1997 de 1 de Outubro (tal como alterado pelo Decreto

N.º 42/2008)

O projecto terá um impacto ambiental, e como tal necessitará de uma Avaliação de Impacto Ambiental.

Regulamento do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental

Decreto N.º 54/2015 de 31 de Dezembro

Estipula o processo e as regras a serem cumpridas durante a realização de uma Avaliação de Impacto Ambiental.

Adenda ao Regulamento do Processo de AIA N.º 45/2004

Diploma Ministerial N.º 198/2005 de28 de

Setembro

A autorização ambiental necessária antes de se iniciarem as actividades do projecto será regulamentada pela legislação aplicável à AIA

Directiva Geral para a AIA

Diploma Ministerial N.º 129/2006 de 19 de

Julho

Directiva Geral para o Processo de Participação Pública no processo de

AIA

Diploma Ministerial N.º 130/2006 de 19 de

Julho

A participação pública constitui uma parte vital do processo de AIAS e é obrigatória para projectos de categoria A+, A e B. Devem ser realizadas pelo menos duas rondas de consulta pública e ser elaborado um relatório final do processo de participação pública que aborde todas as perguntas, preocupações e comentários apresentados pelas PI&As que deve ser apresentado juntamente com o REIA às autoridades relevantes.

Regulamentos sobre Inspecções Ambientais

Diploma Ministerial N.º 11/2006 de 15 de

Junho

Estes regulamentos aplicam-se tanto a actividades públicas como privadas que influenciem, directa e indirectamente, as componentes ambientais. Em particular, o regulamento define os tipos e teor das auditorias ambientais, os perfis e competências relacionadas necessárias dos auditores. Adicionalmente, este regulamenta os relatórios de auditoria ambiental e define as sanções e penalidades aplicáveis em instâncias de não conformidade.

A auditoria e a monitorização constituem elementos vitais do processo de AIAS, e como tal este acto tem impactos directos sobre os requisitos regulamentares aos quais o proponente deve aderir.

Processo de Auditoria Ambiental

Diploma Ministerial N.º 32/2003 de 12 de

Agosto

Extractos do Código Penal

16 de Setembro de 1886

Estes regulamentos definem as consequências da não conformidade ambiental e violações por parte do proponente

Normas de aplicação de multas e outras sanções previstas na Legislação

Ambiental

Diploma Ministerial N.º 1/2006 de 4 de

Janeiro

Lei de Crimes contra o Meio Ambiente

Diploma Ministerial N.º de7/2005

QUESTÕES DE ORDEM SOCIAL

Protecção do Património Cultural de Moçambique

Decreto N.º 10/1988

A finalidade desta lei é proteger os activos tangíveis e intangíveis do património cultural de Moçambique – por ex., monumentos, edifícios e locais com valor histórico, artístico e científico e elementos naturais de interesse científico e estético específico. A lei estende-se a quaisquer activos culturais que possam ser descobertos em território moçambicano, em particular, no solo, subsolo, leitos de massas de água no interior ou na plataforma continental.

Os Recursos de Património podem ser alvo de perturbação e impactos causados por actividades de mineração, e como tal estão enquadrados no âmbito dos presentes regulamentos.

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LEGISLAÇÃO DATA DE

PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE AO PROJECTO

Património Arqueológico Decreto N.º 27/1994

de 20 de Julho Os Recursos de Património podem ser alvo de perturbação e impactos causados por actividades de mineração, e como tal estão enquadrados no âmbito dos presentes regulamentos

Regulamento sobre a Protecção do Património

Arqueológico

Decreto N.º 27/97 de 20 de Julho

Regulamento sobre o Processo de

Reassentamento Resultante de

Actividades Económicas

Decreto N.º 31/2012 de 8 de Agosto

Estes regulamentos estabelecem as regras e princípios básicos que orientarão o processo de reassentamento resultante de actividades económicas tanto de iniciativas públicas eprivadas. A sua finalidade é providencair providenciar uma oportunidade para o melhoramento da qualidade de vida dos agregados familiares afectados pelo projecto. O Artigo 4º contém uma lista dos princípios que orientam o processo de reassentamento resultante. Estes incluem os princípios de coesão social; a equidade social; benefícios directos; equidade social; nenhuma alteração a nível de rendimentos; participação pública; responsabilidade ambiental; e responsabilidade social.

Lei de Terras Lei N.º 19/97 de 1 de Outubro

A apropriação de terras e direitos de propriedade são fundamentais à implementação do projecto.O objectivo desta lei é estabelecer os termos em que se opera a constituição, exercício, modificação, transmissão e extinção de direito de uso e termos em que se opera a constituição, exercício, e modificação, transmissão e extinção de direito de uso e aproveitamento da terra.Esta regulamenta a propriedade da terra e o domínio público, o direito de uso e aproveitamento da terra, e os poderes e responsabilidades dos órgãos públicos em questão. Em particular, define as obrigações a serem cumpridas por entidades estrangeiras ou nacionais, bem como as taxas a serem pagas a fim de obter a licença para a exploração da terra.

Regulamento da Lei da Terra

Decreto N.º 66/1998 de 8 de Dezembro (tal

como alterado pelo Decreto N.º 1/2003 de18 de Fevereiro)

A apropriação de terras e direitos de propriedade são

fundamentais à implementação do projecto.

Aspectos relevantes do regulamento incluem:

a) Nos casos em que existe co-titularidade, o título

pertence a todos titulares de forma igual. Caso

ocorra o falecimento de um dos titulares, os outros

continuarão como os titulares legítimos;

b) É obrigatória a consulta entre os requerentes de

terras e a comunidade local antes de ser tomada

uma decisão a respeito de concessão do título de

uso pelo governador provincial ou autoridade

superior;

c) Os ocupantes em boa fé e as comunidades locais

devem requerer a demarcação e título da

propriedade; e

d) É obrigatório o pagamento, por parte dos titulares de

terras, de uma taxa para autorização do direito de

uso da terra, adicionada de uma taxa anual. Os

empreendimentos comerciais familiares e as

comunidades locais estão isentos das referidas

taxas.

Lei de Ordenamento do Território

Lei N.º 19/2007 de 18 de Julho

Esta Lei define os mecanismos para a preparação,

aprovação, implementação monitorização e supervisão

dos planos de uso da terra, bem como das

responsabilidades associadas.

Regulamento da Lei de Ordenamento do

Território Decreto N.º 23/2008

Este Decreto estipula as medidas e procedimentos regulamentares visados a assegurar a ocupação e o uso racional e sustentável dos recursos naturais,

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LEGISLAÇÃO DATA DE

PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE AO PROJECTO

apreciação do potencial diversificado de cada região, as infra-estruturas, sistemas urbanos e a promoção da coesão nacional e da segurança da população.

RECURSOS HÍDRICOS

Lei dae Águas

Lei N.º 16/1991de 3 de Agosto O quadro legal estatutário para água e saneamento

Regulamentos de

Licença de Água e

Concessões

Decreto N.º 43/2007 de 30 de Outubro

Para fins de construção e operação deste projecto será necessária uma licença ou concessão de uso de água.

Politica Nacional de Água

Decreto N.º 46/2007

de 21 de Agosto

RESÍDUOS, EFLUENTES E EMISSOES

Regulamento sobre a Qualidade Ambiental e Emissão de Efluentes

Decreto N.º 67/2010 a

alterar o

Decreto N.º 18/2004 de 2 de Junho (tal como alterado pelo

Decreto N.º 67/2010)

Este decreto define os padrões de qualidade do are emissões atmosféricas, classificação da água em conformidade com os usos e padrões relacionados com o controlo de qualidade e requisitos de emissão com especial consideração relativamente à água potável. Também providencia os padrões para a qualidade do solo e emissões de ruído.

Regulamento sobre a Gestão de Resíduos

Diploma Ministerial N.º

13/2006 de 15 de

Junho

Os acampamentos de trabalhos e de construção, bem

como alojamento permanente e instalações de

hospedagem instaladas durante o ciclo de vida útil do

projecto estarão sujeitos a estes regulamentos sobre a

gestão de resíduos.

Regulamento sobre a gestão de resíduos sólidos municipais

Decreto N.º 94/2014

de 31 de Dezembro

Regulamento sobre a gestão de resíduos

perigosos

Decreto N.º 83/2014

de 31 de Dezembro

Este decreto estabelece o regulamento geral para a

produção, gestão e eliminação de resíduos perigososem

Moçambique. Aplica-se a todas as entidades envolvidas

na eliminação, gestão, importação ou distribuição de

resíduos perigosose estabelece as taxas e multas

aplicáveis por não conformidade.

Regulamento sobre a gestão e controlo do

saco plástico.

Decreto N.º 16/2015

de 5 de Agosto

O Regulamento sobre a Gestão e Controlo do Saco

Plástico aplica-se a todas as entidades públicas e

privadas,pessoas colectivas e particulares envolvidas na

produção, importação, produção, venda e uso de sacos

plásticos no país.

BIODIVERSIDADE E FAUNA BRAVIA, TERRA

Lei de Florestas e Fauna Bravia

Lei N.º 10/1999 de 7 de Julho

Este Regulamento aplica-se às actividades de protecção, armazenamento, uso, exploração e produção de recursos florestais e de fauna bravia, e abrange a comercialização, transporte, armazenamento e processamento primário, aplicações comerciais ou industriais destes recursos.

Regulamento de Florestas e Fauna Bravia

Decreto N.º 10/1999 de 6 de Julho

A gestão da biodiversidadee fauna bravia fará parte das

medidas de mitigaçãopara o projecto.

Esta lei está dividida em nove capítulos. Os capítulos indicados a seguir são de relevância para o presente EIAS:

Capítulo 2 sobre a Protecção de Recursos de Florestas e de Fauna Bravia; e

Capítulo 3 sobre os Recursos Florestais Sustentáveis, Regimes de Exploração e Regimes de Conservação Sustentável de Fauna Bravia.

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LEGISLAÇÃO DATA DE

PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE AO PROJECTO

Regulamento sobre a Lei de Florestas e Fauna

Bravia

Decreto N.º 12/2002 O Regulamento sobre a Lei de Florestas e Fauna

Bravia (Decreto N.º12/2002) providencia uma

orientação adicional ao Decreto sobre as Florestas e

Fauna Bravia (1999).

Estratégia Nacional e

Plano de Acção da

Diversidade Biológica

para Moçambique (2015-2035)

O Plano de Estratégia Nacional da

Biodiversidade foi actualizado em 2015

pelo MITADER. A finalidade do presente

relatório é delinear uma estratégia visada

a assegurar a conservação da

biodiversidade através da integração,

formação, financiamento e o

reforço de parcerias entre os diferentes

sectores da sociedade.

A gestão da biodiversidade e fauna bravia fará parte das medidas de mitigação para o projecto.

Lei de Controlo de

Espécies Invasoras

Exóticas

Lei N.º 25/2008 de 1 de Julho

O controlo de ervas daninhas necessário durante as fases de construção e operações será directamente regulamentado pelos regulamentos aplicáveis a pesticidas.

Lei da Conservação Lei N.º 16/2015

ACTIVIDADES DE MINERAÇÃO

Regulamento sobre a Segurança Técnica e

Saúde nas Actividades Geológicas de Mineração

Decreto N.º 61/2006 de 26 de Dezembro

A finalidade deste regulamento é definir as medidas visadas a garantir o estabelecimento de condições de segurança e saúde dos trabalhadores envolvidos nas operações de mineração, incluindo a aplicação de medidas técnicas para impedir acidentes, reduzir os riscos profissionais e melhorar a higiene no local de trabalho no sector de mineração.

Regulamento sobre o Recrutamento de

Cidadãos de Nacionalidade

Estrangeira para o Sector Petrolífero e de

Mineração

Decreto N.º 63 / 2011 de 7 de Dezembro

Estabelece o quadro legal incluindo os mecanismos e procedimentos aplicáveis ao recrutamento de trabalhadores estrangeiros em termos da Lei de Petróleo e de Mineração, desde que estas actividades tenham sido aprovadas pela autoridade competente. O Decreto N.º 63/2011 define que, com relação a actividades de curto prazo que não excedam 180 dias, o recrutamento de trabalhadores estrangeiros qualificados pode ser efectuado sem autorização do Ministério do Trabalho, desde que o Ministério do Trabalho seja notificado dentro do prazo de 15 dias após a entrada do trabalhador em questão, no país.

A Lei de Minas Lei N.º 20/2014 de 18

de Agosto

A finalidade desta lei é de regulamentar a utilização e reutilização de recursos minerais para garantir a aderência às melhores e mais seguras práticas socioambientais e de mineração, proporcionar a transparência, o desenvolvimento sustentável a longo prazo dos recursos minerais do país bem como o aumento de receitas para Moçambique.

Regulamento sobre a Lei de Minas

Decreto Ministerial N.º 20/2014 de 18 de

Agosto

A finalidade desta lei é de regulamentar a utilização e reutilização de recursos minerais para garantir a aderência às melhores e mais seguras práticas socioambientais e de mineração, proporcionar a transparência, desenvolvimento sustentável a longo prazo dos recursos minerais do país bem como o aumento de receitas para Moçambique.

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LEGISLAÇÃO DATA DE

PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE AO PROJECTO

Regulamento Ambiental para as Actividades de

Mineração

Decreto Ministerial N.º26/2004 de 20 de

Agosto

Esta lei define as normas de prevenção, controlo, mitigação e compensação dos efeitos negativos que as actividades de mineraçãopodem vir a causar sobre o ambiente. Também providencia medidas de protecção ambiental específicas, define os instrumentos necessários de gestão ambiental (por ex., o processo de AIA) e o uso de licenças.

Regulamento sobre o Trabalho no Sector de

Mineração

Decreto N.º 13/2015 de 3 de Julho

O novo regulamento sobre o Trabalho no Sector de Mineração aborda uma importante lacuna na legislaçãosobre o trabalho profissional neste sector que tem proporcionado emprego para cidadãos moçambicanos, muito embora exista também um número significativo de trabalhadores estrangeiros no sector. A fim de colmatar a lacuna existente na legislação, o Governo de Moçambique aprovou o Regulamento sobre o Trabalho no Sector de Mineração através do DecretoN.º 13/2015 de3 de Julho. O novo regulamento rege as relações laborais entre os trabalhadores do sector de mineração e petrolífero, incluindo as empresas subcontratadas e os seus trabalhadores, sejam moçambicanos ou estrangeiros. Também estabelecer as condições de supervisão do trabalho.

2.3. CONVENÇÕES INTERNACIONAIS Moçambique é signatário de várias convenções internacionais. A Tabela 2-2 a seguir apresenta um resumo das convenções internacionais aplicáveis a este projecto. Tabela 2-2: Convenções internacionais aplicáveis ao projecto

CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

Convenção de Basileia sobre o Controlo de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e a sua Deposição

1989

Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais 1968

Convenção Africana Revista-(Alterada) sobre a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (Versão alterada). Ainda não entrou em vigor. Moçambique faz parte da mesma e estaria vinculado com a entrada da mesma em vigor

2003

Acto Constitutivo da União Africana 2000

Convenção de Bamako sobre a Proibição da Importação para a África e o Controlo do Movimento Transfronteiriço e Gestão de Resíduos Perigosos em África

1991

Convenção sobre Diversidade Biológica 1992

Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da. Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES)

1973

Convenção das Nações Unidas para a Protecção do Património Cultural e Natural Mundial

1972

Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climáticas

1998

Convenção sobre a Prontidão, Actuação e Cooperação contra a Poluição por Hidrocarbonetos

1990

Convenção sobre Zonas Húmidas de Importância Internacional especialmente Habitats de Aves Aquáticas (RAMSAR)

1971

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes 2001

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Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (leia-se com o Protocolo de Quioto)

1992

Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono 1985

Convenção Internacional sobre a Responsabilidade Civil em Danos causados pela Poluição por Hidrocarbonetos

1992

Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozono 1987

Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar 1982

Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação nos Países Afectados por Seca Grave e/ou Desertificação, particularmente em África

1994

Tratado que Institui a Comunidade Económica Africana 1991

Protocolo da SADC sobre a Mineração 1997

Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos 1981

Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS) 1974

Marpol 73/78, Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, alterado pelo Protocolo de 1978

1973, 1978

Convenção para a Prevenção da Poluição Marinha causada por Operações de Imersão de Detritos e outros Produtos e respectivo Protocolo de 1996

1972, 1996

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3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO

3.1. INTRODUÇÃO E ANTECEDENTES DO PROJECTO A Suni Resources S.A. visa tornar-se o “maior fornecedor a nível mundial, de grafite da melhor qualidade e preços baixos, orientada para o mercado de baterias de iões de lítio com grafite de qualidade superior”. As baterias de iões de lítio constituem componentes chave das tecnologias “verdes” ou ecológicas e são presentemente usadas para a captação de energia renovável e em viaturas eléctricas. A grafite constitui uma componente fundamental maioritária das baterias de iões de lítio e perante a mudança global em prol de uma tecnologia mais limpa, existe um aumento na procura deste recurso que se antecipa que cresça, aproximadamente, em cerca de 40% por ano. A área do Projecto de Montepuez é constituída por três depósitos (designados Búfalo, Elefante e Leão). Esta empresa iniciou um programa de perfuração em Dezembro de 2014 e finalizou o Estudo de Projecto Conceitual em Fevereiro de 2016. As dimensões exactas dos três depositos de mina a serem minerados ainda estão por determinar e irão depender dos resultados dos levantamentos de recursos que estão presentemente a ser realizados. No entanto, os resultados iniciais indicam que o Projecto pode produzir uma proporção elevada de grafite de alta qualidade. 3.2. JUSTIFICATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DESTE PROJECTO Moçambique é um país em desenvolvimento, situado na África Austral, que tem vindo a reconstruir, de forma consistente, a sua economia e as instituições civis desde o fim de uma guerra civil de 16 anos em 1992. Apesar do impressionante crescimento económico na última década, e as previsões da continuação do crescimento económico, Moçambique ainda enfrenta alguns desafios significativos. O país classificou-se na posição 184 de um total de 187 países no diz respeito ao Índice de Desenvolvimento Humano do PNUD de 2011 e cerca de 60% da população de 23.7 milhões vive abaixo de USD 1.25/dia. Moçambique está a viver um período de crescimento económico devido a recentes descobertas predominantemente de gás, carvão, rubis e agora de grafite. Prevê-se, e é esperança de muitos, que este crescimento seja alcançado de uma forma que beneficie todos os cidadãos de Moçambique, e eleve permanentemente o país da sua posição da lista de países mais pobres do mundo. O principal impulsionador através do qual este crescimento pode ser alcançado são os investimentos estrangeiros directos no sector de recursos e de minerais. Assim, o Projecto de Grafite da Metals of Africa, enquadra-se directamente no âmbito deste actual debate no país, e será importante contextualizar o projecto neste ambiente a fim de adquirir um entendimento dos accionadores ambientais e sociais que podem ser impostos sobre o projecto durante o seu ciclo de vida útil da mina de 25 anos. O desenvolvimento da mina de grafite irá potencialmente gerar empregos directos e indirectos, muitos dos quais serão atribuídos às populações nas proximidades imediatas da mina. O desenvolvimento proposto também irá aumentar o imposto sobre produção/direitos de utilização (‘royalties’) pagos ao governo de Moçambique e resultará na implementação de vários projectos de Responsabilidade Social Corporativa formulados para melhorar a qualidade de vida das comunidades afectadas pelo projecto. Os detalhes a este respeito serão determinados em consulta com as comunidades em questão.

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3.3. LOCALIZAÇAO DAS OPERAÇOES DE MINERAÇÃO PROPOSTAS O Projecto de Montepuez localizado a noroeste da Vila de Montepuez está situado a aproximadamente 200 km a Oeste da cidade portuária de Pemba ao longo de uma auto-estrada asfaltada apropriada para camiões de 16 rodas e um troço adicional de 60km a noroeste ao longo de uma estrada de terra batida. Na sua rota para o local do projecto, esta estrada atravessa várias comunidades (Figura 3-1). A Figura 3-2 apresenta um desenho esquemático preliminar que ilustra o posicionamento das zonas de mineração e das infraestruturas da mina. 3.4. DESCRIÇÃO GENERALIZADA DO PROCESSO DE MINERAÇÃO PROPOSTO O objectivo desta secção é providenciar ao leitor uma breve descrição do processo de mineração proposto actualmente para o Projecto de Montepuez. De modo a faciitar o entendimento por parte dos leitores, a Figura 3-2 apresenta um fluxograma simplificado do processo que deve ser consultado, e a Figura 3-3 providencia uma disposição preliminar que ilustra o posicionamento das cavas da mina e das infraestruturas. 3.4.1. Remoção da Vegetação

Antes de se iniciarem as actividades de mineração, a vegetação será removida por meios mecânicos, empilhada e queimada. Com a excepção da zona de mineração, toda a vegetação do local será removida simultaneamente; no entanto isso só irá ocorrer em áreas onde ficarão localizadas as estruturas. A remoção da vegetação na zona de mineração será progressiva o que significa que a vegetação será removida à medida que esta for se estendendo. A camada de solo superficial será removida e armazenada para auxiliar na reabilitação subsequente. Alternativamente e de preferência, esta camada de solo superficial removida pode ser depositada imediatamente sobre a superfície das áreas impactadas que não são necessárias durante a fase operacional, para minimizar as perdas e auxiliar na reabilitação de áreas alvo de impactos. 3.4.2. Método de Mineração Segundo o plano o minério de grafite será extraído usando métodos convencionais de mineração a céu aberto que irão incluir perfurações e detonações, técnicas de carregamento e de transporte para extrair o minério. Inicialmente o material oxidado mais macio perto da superfície (tipicamente os 5 a 10m superiores do depósito) será gradado com uma bulldozer e quando se encontrar a camada de rocha dura serão usadas as técnicas de perfurações e detonações. O minério extraído será processado no local através de várias etapas que se encontram descritas a seguir e estão ilustradas na Figura 3-2. O minério residual será transportado para cada um dos depósitos de pilha de estéril (WRD) de cada zona de mineração.

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Manuseamento e britagem do minério bruto (ROM): O minério será transportado da zona de mineração para os depósitos de minério na Área de Armazenamento do ROM usando camiões de transporte. Este será então removido dos empilhamentos de depósito por carregadoras frontais e depositado na planta de processamento através de um dosador de alimentação do minério bruto. O minério é então britado na britadora primária a uma taxa nominal de 168 toneladas por hora e transportado através de uma correia transportadora para um depósito de minério britado.Moagem: O minério é então extraído do depósito de minério britado e alimentado por uma correia transportadora para o moinho primário a uma taxa nominal de alimentação de 168 toneladas por hora. Após a moagem primária o minério (agora num estado de mistura pastosa com água) é passada através de crivos de classificação, O material com um tamanho maior é reciclado de volta para o moinho primário. O material com tamanho mais pequeno passa para o circuito de flotação (Figura 3-2). Os crivos de classificação separam o produto primário moído de forma que a alimentação para o circuito de flotação adira ao tamanho optimizado de partículas de 850 mícrons para a beneficiação da grafite. O alimentador da flotação é desenhado de forma a assegurar que todo o material tenha 850 mícrons. Flotação: O produto derivado do circuito de moagem é alimentado para o tanque de condicionamento rougher e então passa por uma série de fases de flotação (fases rougher e de lavagem, incluindo a remoagem). O concentrado é então deslamado por ciclones para produzir uma solução de concentrado de grafite que é encaminhado para o tanque de armazenamento do concentrado. O subproduto do circuito de flotação é extraído para o espessador de rejeitos. Desidratação e secagem: O concentrado armazenado no tanque de armazenamento de concentrado é filtrado e transportado numa carregadora frontal para um depósito de concentrado empilhado (Figura 3-2). O concentrado filtrado é então secado e peneirado em crivos para produzir vários produtos de grafite de tamanhos variados no local da mina. Cada produto de grafite seco será armazenado em recipientes de armazenamento especificamente designados para esse fim antes de serem embalados em sacos com capacidade para 1 tonelada a granel prontos para o envio por via rodoviária para o porto para subsequente transporte marítimo. O estudo económico da mina está presentemente a investigar as várias fases da planta de processamento para determinação dos recipientes de flotação e selecção do concentrado necessários para produzir produtos de grafite comercializáveis com tamanhos de flocos que variam entre +300µm, -300+180µm, -180+106µm, -106+38µm e -38µm. O diagrama final do fluxo de processamento da planta será conhecido logo que estes estudos tenham sido finalizados. Rejeitos: Os rejeitos produzidos pelas células de flotação rougher e limpas são alimentados para o espessador de rejeitos onde é adicionado floculante2para acelerar o assentamento e separação de sólidos da água. Os rejeitos espessos são então bombeados através de uma conduta e de um círculo de tubos fechado3 para as Instalações de Armazenamento de Rejeitos (TSF) para subsequente eliminação. A água de transbordo do espessador gravita para a lagoa de água de processo e é reciclada para a planta de processamento.

2O floculante é usado como um adjuvante de assentamento e filtração para concentrados e para estéreis.

3Uma disposição de tubos que formam um círculo fechado para o qual são alimentados os estéreis espessados e cujos pontos de saída são abastecidos pelo fluxo provindo de dois sentidos.

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Reticulação de Água: O transbordamento do espessador de rejeitos irá gravitar para a barragem de água de processo que é então reciclada para a planta de processamento. A água de retorno da barragem de rejeitos também será recuperada através de um sistema de decantação para ser bombeada directamente para a lagoa de água de processo para reutilização na planta de processamento. As águas pluviais não processadas, o escoamento derivado da planta e parte da água usada para aplicações gerais de lavagem serão recolhidas numa lagoa de contenção de onde serão bombeadas para a lagoa de água de processo para a sua reciclagem. Segundo as previsões, a quantidade total de minério tratado na planta de processamento será em média 1.25 milhões de toneladas por ano durante a vida útil da mina. Prevê-se que a vida útil da mina seja de 25 anos. 3.4.3. Reagentes Os reagentes utilizados no processo incluem o seguinte:

Floculante utilizado como um adjuvante de sedimentação e filtração para os

concentrados e rejeitos

Querosene (a quantidade estimada é reduzida 100g/t)

Espumador (álcool ligeiro)

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Figura 3-1: Mapa da localidade a indicar o posicionamento da mina proposta em relação aos projectos existentes da Gemfields e da Syrah Resources.

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Figura 3-2: Diagrama de blocos do processamento geral de grafite incluindo o manuseamento do ROM, britagem e moagem, flotação, secagem do concentrado e separação dos produtos variáveis de grafite. (Equipa: Equipa de Estudo MTA).

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3.4.4. Infraestruturas As infra-estruturas indicadas a seguir serão necessárias como parte do desenvolvimento e cada uma delas será avaliada durante o EIAS:

Melhoramento da estrada principal de acesso entre a Vila de Montepuez ao local da planta da mina.

Estradas no local do projecto que providenciam acesso ao acampamento de mineração proposto, planta de processamento, edifícios de escritórios, pátios de manutenção, armazenamento de água, armazenamento de rejeitos, campo de furos de água e outras infraestruturas;

Estradas de transporte que providenciam acesso entre a(s) cava(s) da mina a pilha de estéril, empilhamento do minério e outras infraestruturas da mina

Acampamento temporário de construção para acomodar aproximadamente 300 pessoas incluindo todas as instalações necessárias para os trabalhadores de construção;

Vila de Acomodação para acomodar aproximadamente 100 pessoas incluindo quartos, abluções, área recreativa, refeitório, lavandaria e edifício de administração;

Escritórios no local do projecto localizados adjacentes à planta de processamento. As dimensões exactas e a localização serão determinadas à medida que o projecto avança e são conhecidos mais detalhes;

Oficina da mina para os serviços de reparação e manutenção da frota da mina e do equipamento de perfuração;

Edifício de preparação de amostras e laboratório geoquímico;

Armazenamento de combustível diesel e postos de abastecimento para as viaturas da frota da mina e viaturas ligeiras;

Serviços e utilidade no local incluindo estação de tratamento de água potável, estação de tratamento de águas de esgotos, Local de armazenamento de explosivos da mina e paiol;

Rede de comunicações incluindo telefone, dados e rádio;

Barragem de armazenamento da água de processo;

Central eléctrica alimentada a diesel incluindo conjuntos de geradores, sistemas auxiliares, armazenamento e distribuição de combustível, edifício e sala de controlo da central eléctrica, comutadores;

Vedação do perímetro em redor da planta de processamento e do acampamento;

Planta de processamento de minério que inclui uma oficina e armazém, armazém para reagentes e consumíveis, salas de controlo, vestiários e escritórios da planta de processamento, subestação e transformadores e planta móvel.

Pedreira de Areia como fonte de areia durante a fase de construção. Serão avaliadas três alternativas e será seleccionado um local final com base na opinião apresentada pelos especialistas e engenheiros. Prevê-se que serão necessários aproximadamente 3500 metros cúbicos de areia.

Instalações de Armazenamento de Rejeitos (TSF) com um sistema de recuperação de água para a reutilização de água na planta de processamento;

Deposição de Pilha de Estéril para cada depósito;

Barragem de armazenamento de água bruta;

Subestações, transformadores e linhas de transmissão de energia aéreas usadas nos vários locais do projecto

Campos de furos de água incluindo bombas de furos e condutas para recuperar as águas de superfície e as águas subterrâneas para uso nas instalações de processamento e para água potável.

Será incluída uma câmara de empréstimo de doleritos como fonte de material de construção, na eventualidade de não ser encontrado material rochoso suficiente nas infraestruturas do depósito de rejeitos e na barragem de águas.

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A posição e o tamanho exactos destas infraestruturas não estão presentemente definidas e terão de ter em conta as sensibilidades ambientais, requisitos económicos e de engenharia que ser tornarão mais evidentes à medida que o processo de AIA avança.

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Figura 3-3: Disposição das Infraestruturas propostas para a mina.

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3.4.5. Fornecimento de Água e de Energia Água Estima-se que o projecto irá usar aproximadamente 1,752,000 metros cúbicos de água numa base contínua durante os primeiros 12 meses e que serão reduzidos para 1,350,000 metros cúbicos por ano após alguns anos conforme parte das exigências em termos de água são reclamadas através das Instalações de Armazenamento de Rejeitos. Nesta fase existem duas opções principais de fontes de água para a mina e que estão a ser consideradas. Opção 1 A primeira opção é fornecer a água subterrânea através de um campo de produção de furos de água cuja descarga será feita para um tanque de água bruta. Está a ser realizado um estudo de pesquisa de água para determinar se existe algum aquífero que possa ser usado como fonte de água. Segundo a informação adquirida nos povoados locais as populações obtêm água dos rios e riachos nas proximidades. Opção 2 A segunda opção é fornecer a água a partir do Rio Messalo que se encontra nas proximidades e instalar uma conduta do rio para uma barragem de armazenamento de água bruta. A água bruta será bombeada directamente para os serviços na planta, para a estação de tratamento de água potável e serviços da mina. Esta água também será usada para a supressão de poeira na área de trituração do minério, peneiramento a seco e depósitos de produto empilhados. A planta de tratamento de água potável e as instalações de armazenamento no tanque suprirão as necessidades de água para os trabalhadores e providenciarão água para chuveiros de segurança localizados em vários pontos no local. Fontes adicionais de água incluem água derivada do rebaixamento do nível de água na cava da mina, armazenamento do escoamento de águas de superfície e água reclamada da barragem de rejeitos. A(s) fonte(es) exacta de água será determinada como resultado das investigações para o estudo de viabilidade que está presentemente a ser efectuado. Energia Eléctrica Estima-se que a necessidade total anual da planta para a mina será de 35GW. A energia para o local será obtida a partir de uma central eléctrica constituída por conjuntos de geradores alimentados a diesel. A central eléctrica propriamente dita terá uma pegada nominal de 50 x 20 metros e ficará contida num edifício com revestimento de aço que incluirá uma sala de comutadores e de controlo, sistemas de arrefecimento de radiadores e instalações de armazenamento de óleos residuais. 3.4.6. Transporte Estima-se que serão usados, diariamente, onze camiões de 25 toneladas para transportar o produto a partir do local de mineração para o Porto de Pemba ou de Nacala. Um número adicional de cinco camiões será necessário para peças de reposição e produtos de consumo (incluindo diesel). Dois autocarros seriam utilizados para o transporte dos trabalhadores de e para o local do projecto. Além disso serão utilizadas viaturas ligeiras para o funcionamento geral da mina.

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3.5. OPORTUNIDADES DE EMPREGO 3.5.1. Fase de Construção Durante a fase de construção estima-se que haverá ~300 trabalhadores no local durante o período de maior volume de construção que se prevê que leve aproximadamente 18 meses do início da construção ao comissionamento. Toda a mão-de-obra não qualificada será recrutada nos povoados locais perto do local do projecto. A mão-de-obra qualificada será constituída por 50% de trabalhadores moçambicanos e 50% de trabalhadores estrangeiros providenciados essencialmente através de empresas de contratação Sul-Africanas. A mão-de-obra semi-qualificada será constituída por 80% de trabalhadores Moçambicanos e 20% de trabalhadores estrangeiros. A força de trabalho Moçambicana é a preferida, dado ser mais económico, mas no entanto, não se consegue encontrar em Moçambique mão-de-obra adequadamente qualificada e experiente, e terão que ser recrutados trabalhadores qualificados estrangeiros a nível internacional. O pessoal local regressará às suas casas todas as noites usando o transporte providenciado localmente. Para além do pessoal de construção, haverá também o pessoal de apoio que estará envolvido na segurança, auxílio com refeições, gestão do local, transporte e serviços de lavandaria. A acomodação para os trabalhadores de construção será provavelmente em contentores transportáveis de baixo impacto adaptados para alojamento. 3.5.2. Fase Operacional Durante a fase operacional aproximadamente 100 pessoas estarão a trabalhar no local da mina. Toda a mão-de-obra não qualificada será recrutada localmente de entre os povoados nas proximidades. Toda a mão-de-obra semi-qualificada será constituída por Moçambicanos e prevê-se que a mão-de-obra qualificada será eventualmente constituída por 90% de Moçambicanos e 10% de estrangeiros. O pessoal das comunidades locais será transportado de e para o local da mina todos os dias a partir dos povoados na área. Os trabalhadores residentes na Vila de Acomodação trabalharão numa escala de turnos rotativos de 6 semanas, semelhante à fase de construção. Prevê-se o uso de um tipo modular de alojamento para acomodação permanente da vila constituído por paredes tipo sanduíche com painéis de espuma, telhado de chapa, blocos de cimento para o chão e varandas com chapa de aço. Tabela 5-1: Estimativa de mão-de-obra qualificada, semi-qualificada e não qualificada que será utilizada durante as fases de construção e operacional do projecto. Os números aqui apresentados constituem estimativas e representam o número máximo de indivíduos que serão recrutados.

Tipo Fase de Construção Fase de Operações

Qualificado 50% Moçambicanos, 50% estrangeiros

90% Moçambicanose 10% estrangeiros

Semi-qualificado 80% Moçambicanos, 20% estrangeiros

100% Moçambicanos

Não qualificado 100% Moçambicanos das comunidades nas proximidades

100% Moçambicanos das comunidades nas proximidades

Total 300 100

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3.6. ALTERNATIVAS DO PROJECTO Um dos objectivos de uma AIAS é investigar alternativas para o projecto proposto. Existem dois tipos de alternativas - Alternativas Fundamentais e Alternativas Incrementais. Alternativas são definidas como: “diferentes meios de satisfazer os objectivos e exigências da actividade geral”, que inclui alternativas à:

localização - onde a actividade proposta se irá situar;

tipo de actividade a ser realizada;

concepção ou configuração da actividade;

tecnologia a ser utilizada na actividade; e

aspectos operacionais da actividade. 3.6.1. Alternativas Fundamentais Alternativas fundamentais são desenvolvimentos que são totalmente diferentes do projecto proposto e geralmente envolvem um tipo diferente de desenvolvimento no local proposto, ou um local diferente para o desenvolvimento proposto. Um tipo diferente de desenvolvimento Não há outra alternativa para este tipo de desenvolvimento, dado que a grafite encontrado na área do projecto só poder ser utilizado se for extraído como descrito acima. Não há outra alternativa que seja prática ou economicamente viável para Moçambique exportar a grafite. Além disso, o proponente deseja desenvolver uma mina de grafite, e, consequentemente não está interessado em qualquer outro tipo de desenvolvimento. Um local diferente O proponente identificou depósitos de grafite económicos dentro de sua área de concessão e só pode desenvolver uma operação de mineração em áreas com mineralização. Alternativa “Não Avançar” De acordo com o Regulamento de AIAS, a opção de não fazer nada - não prosseguir com o desenvolvimento proposto (ou seja, a Opção Não-Avançar) deve ser avaliada durante a AIAS. 3.6.2. Alternativas Incrementais

Alternativas incrementais são modificações ou variações para a concepção de um projecto que oferecem diferentes opções para reduzir ou minimizar os impactos ambientais e maximizar os benefícios. Existem várias alternativas incrementais que podem ser consideradas, incluindo:

O desenho ou configuração da actividade;

A tecnologia a ser usada na actividade; e

Os aspectos operacionais da actividade. Desenho ou Concepção As alternativas de desenho ou concepção podem incluir diferentes tipos de infraestruturas, que não foram finalizadas ainda pelo proponente nesta fase. Disposição do Local da Planta Dado o projecto encontrar-se a nível de definição do âmbito, a disposição do projecto não é fixa nem inteiramente precisa no presente momento. Foi incluída uma disposição preliminar que indica a posição do recurso, o local da planta e corredores de energia e água (Figura 3-3). Serão investigadas durante o AIAS potenciais alternativas para a disposição do projecto.

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4. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE BIOFÍSICO Moçambique está localizado ao longo da costa oriental da África Austral entre 10o27’ e 6o52’’ Sul e 30o12’ e 40o51’Leste. Abrange uma área de superfície de 799 380 km2 e faz fronteira com a África do Sul, Suazilândia, Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e Tanzânia (Ribeiro e Chauque; 2010). O país está dividido em onze províncias; o local de estudo ocorre no interior da província norte de Cabo Delgado, no Distrito de Montepuez no norte de Moçambique. Segundo as estimativas existe presentemente mais grafite na província de Cabo Delgado de Moçambique do que no resto dos recursos de grafite combinados do mundo. 4.1. AMBIENTE FÍSICO 4.1.1. Clima O clima na região norte de Moçambique é classificado como húmido tropical. Tem uma temperatura média anual entre 24°C e 26°C. O clima na região tem duas estações distintas. A estação das chuvas ocorre entre Dezembro e Abril, quando ocorre cerca de 75% da precipitação total anual, e a estação seca estende-se de Maio a Novembro. A temperatura média anual em Montepuez é de 24.4°C sendo Novembro o mês mais quente com uma temperatura média de 26.7°C. O mês mais frio é Julho, com uma temperatura média de 21.1°C. A precipitação anual para Montepuez é de 940 mm. Janeiro geralmente recebe a precipitação mais elevada com uma média de 240 mm. Setembro é geralmente o mês mais seco com pouca ou nenhuma precipitação (Climate-Data, 2016). 4.1.2. Geologia e Solos O Nordeste de Moçambique é predominantemente sustentado por rochas Proterzóicas que formam uma série de complexos de gnaisse que variam de Palaeo a Neoproterozóico em termos de idade (Boyd et.al., 2010). O Projecto de Montepuez está localizado no complexo Xixano, nas proximidades imediatas dos contactos tectónicos do Complexo Nairoto para norte do Complexo Montepuez para Leste. O Complexo Xixano inclui uma variedade de rochas metasupracrustais que envolvem predominantemente rochas ígneas máficas e granulitos que constituem o núcleo de um sinforme regional com tendência norte-nordeste a sul-sudoeste. A geologia local inclui doleritos, psamitos, meta sedimentos, anfibolitos com meta sedimentos grafíticos. A grafite está alojado em xisto grafítico e em gnaisse quartzo-feldspato. O Projecto de Montepuez é constituído por três depósitos que são os depósitos designados por Búfalo, Elefante e Leão. Os depósitos contêm unidades disseminadas de grafite dispersada com gnaisse, psamitos, doleritos e unidades anfibolíticas. A grafite forma-se como resultado de um metamorfismo de alto nível de matéria carbonácea orgânica, o protólito, onde a grafite é formado. Este pode formar carbono globular, flocos compósitos, flocos homogéneos ou grafite cristalina. O relevo encontrado nesta região é classificado como 'LP', que se refere a solos com poucodesenvolvimento ou sem qualquer desenvolvimento. A litologia para a área de estudo indica uma litologia ígnea (IB2), composta por Faozemas Cromo-lúvicos, que são solos porosos, férteis que constituem excelentes áreas para agricultura.

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O perfil de desagregação em todo o projecto é relativamente consistente compreendendo 2 a 4m de solos residuais vermelhos acastanhados de horizonte saprolito. Existe uma zona conjunta de oxidação que se estende até 20 – 30m onde são observados minerais frescos de sulfureto em associação com os flocos de grafite a uma profundidade superior a 30m. 4.1.3. Topografia e Hidrologia A paisagem geral no local de prospecção em Montepuez é constituído por uma topografia entre plana a uma ondulação ligeira na região sul que se torna ligeiramente mais inclinada na parte norte, e é dividida por várias linhas de drenagem que abrem para dambos (terras húmidas sazonais) nas áreas de baixa altitude (Ilustração 4-1). A altitude varia entre os 418m no ponto mais alto e os 381mno ponto mais baixo indicando uma pequena variação em termos de altitude de 37m (Figura 4-1). Vários dos afluentes na área de estudo fluem em direcção ao Rio Messalo localizado a noroeste da área de estudo. O Rio Messalo, para o qual fluem os afluentes no local, flui para uma bacia hidrográfica com uma área de 24,000km2, e constitui o 8º rio maior entre as 18 bacias hidrográficas de Moçambique, e o segundo maior na Província de Cabo Delgado.

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Ilustração 4-1: Fotografia a ilustrar a topografia típica do local de Montepuez.

Figura 4-1: Perfil de elevação do local de Montepuez a partir da delimitação norte para quase a suldo depósito “Leão”

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Estudo Final de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência – Janeiro 2017

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4.1.4. Uso da Terra Em comparação com outros países na região, Moçambique tem uma base rica de recursos incluindo florestas indígenas intactas, savanas, bosques e habitats costeiros. Cerca de 25% da terra tem potencial de silvicultura comercial, 12.5% constitui áreas protegida pelo Estado e mais 22% compreendem um potencial habitat de fauna bravia (GPZ, 2003). Não existe evidência de agricultura de subsistência na parte leste da área de estudo, onde ocorreu algum desmatamento para o estabelecimento de machambas (Ilustração 4-2). A vegetação nesta área também é de natureza secundária, com poucas árvores de grande porte remanescentes, e segundo as entrevistas com as comunidades foi determinado que esta área tem sido cultivada nos últimos cinco anos. As culturas arbóreas comuns nestas áreas são a mangueira e o cajueiro. As culturas agrícolas como o milho, algodão, sementes de gergelim e mandioca são cultivadas nas áreas desmatadas. Os recursos naturais da área do projecto também são usados para fins de subsistência. Tal inclui a recolha de lenha, capim para telhados de colmo e caniço para construção e também a recolha de frutos silvestres, legumes e bulbos para fins medicinais ou para a alimentação. No entanto, dado o facto de que a vegetação natural está praticamente intacta prevê-se que o uso dos recursos naturais na área imediata seja limitado.

Ilustração 4-2: Plantas de sementes de gergelim recentemente colhidas a secarem, observando-se as machambas no fundo.

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4.2. AMBIENTE BIOLÓGICO 4.2.1. Vegetação Setenta e nove por cento de Moçambique estã coberto por vegetação natural. Apesar de estar a ser feita pesquisa para documentar a diversidade de Moçambique, o estatuto actual de conservação da flora do país, particularmente na região norte de Moçambique, ainda permanece bastante desconhecido (Dudley and Stolton, 2012; Timberlake et. al., 2011). Apesar disso, as análises dos dados existentes mostram que a biodiversidade no país é alta (USAID, 2008) e que, globalmente, Moçambique dispõe de 7 zonas ecológicas de importância internacional:

Corrente de Agulhas,

Costa Leste Africana,

Lagos do Vale do Rift,

Mangais da África Oriental,

Florestas do Vale do Rift Sul,

Florestas de Miombo Leste e Centro, e as

Savanas das Planícies de Inundação do Zambeze. Outros locais de grande importância para a biodiversidade incluem o Lago Niassa, Serra da Gorongosa, o Arquipélago de Quirimbas, e o Maciço de Chimanimani (Dudley e Stolton, 2012; USAID, 2008). White (1983) classificou esta área como o centro regional zambeziano de endemismo, uma área geográfica que se estende do Oceano Atlântico quase até ao Oceano Índico e inclui toda a Zâmbia, Malawi e Zimbabwe, partes de Angola, Tanzânia e Moçambique e áreas mais pequenas da República Democrática do Congo, Namíbia, Botswana e África do Sul. No interior desta vasta área White descreve oito tipos de vegetação, com o local do projecto de Montepuez a se enquadrar na área que ele descreve como a Floresta de Miombo Zambeziana. Existe pouca literatura sobre os tipos de vegetação em Moçambiquee ainda menos sobre a composição das espécies e os tipos de vegetação que ocorrem em Cabo Delgado. Até à data somente foram elaborados dos mapas de vegetação relevantes à área: um por Pedro e Barbosa (1955) e o outro por Wild e Barbosa (1967) (Timberlake et. al., 2011). A Kew Gardensem Londres, recentemente enviou uma equipa de ecologista a Cabo Delgado para efectuarem pesquisa nas Florestas Secas Costeiras que se encontram dispersas nas áreas costeiras da Província e existem no interior de uma matriz de florestas de Mombo e outros tipos de vegetação (Timberlake et al., 2011). No entanto, a pesquisa sobre as florestas de Miombo nesta província tem sido limitada e as descrições estão portanto dependentes do que se tem avaliado a uma escala mais vasta em países como o Zimbabwe e a Zâmbia. A Floresta de Miombo é caracterizada pela presença do género Brachystegia, do qual existem dezanove espécies no total. A presença de outras três espécies também caracteriza este tipo de vegetação: Isoberlinia angloensis, Julberbernadia globiflora e Julbernadia paniculata. Estas espécies são raramente encontradas fora da Floresta de Miombo (Frost, 1996). A Floresta de Miombo é normalmente dividida em dois tipos: Miombo mais húmido e Miombo mais seco. A área de estudo enquadra-se no Miombo mais seco que é definido pelas seguintes características: (i) A precipitação é inferior a 1000 mm, (ii) a altura da copa é inferior a 15m, e (iii) as espécies dominantes são a Julbernardia globiflora, a Brachystegia spiciformis e a Brachystegia boehmii. A vegetação associada com a Floresta de Miombo inclui floresta seca decídua e matas, floresta ribeirinha decídua, e dambos secos.

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As plantas lenhosas constituem entre 95 a 98% da biomassa acima referida de terrenos de Florestas de Miombo não perturbadas, com gramíneas e herbáceas a preencherem o restante. Nas áreas perturbadas, a composição muda, com uma redução na percentagem de biomassa lenhosa, e um aumento na abundância de gramíneas e herbáceas. A camada de herbáceas varia em grande medida em termos de composição e a biomassa nos locais de estudo era constituída por gramíneas (essencialmente dos géneros Hyparrhenia, Andropogon, Loudetia, Digitaria and Eragrostis). Também inclui rebentos suprimidos da copa de árvores (Frost 1996), e pequenos arbustos que crescem a partir das raízes (crescimento em talhadia). O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) definiu as ecorregiões globais com base nos conjuntos geograficamente distintos de espécies, comunidades naturais e condições ambientais. A informação sobre cada ecorregiao e o seu estado de conservação é providenciada para auxiliar na conservação contínua destas áreas. Mantendo-se em linha com a descrição feita por White (1983), o WWF classificou a área de estudo como Floresta de Miombo que cobre três milhões de quilómetros quadrados no sul, centro e leste de África. A vegetação natural que ocorre emMoçambique está ameaçada por actividades como o corte de árvores para fins comerciais e o desmatamento da vegetação para a agricultura de subsistência. No entanto, é difícil de prever a gravidade destes impactos devido à falta de informação sobre a biota e sobre os locais no tipo de vegetação. Com base nas ameaças actuais à ecorregião e ao seu nível elevado de endemismo (especificamente no norte de Moçambiquee na Tanzânia) esta foi classificada como Vulnerável pelo WWF. O tipo de vegetação no local de estudo é uma vegetação natural intacta com pouca evidência de perturbação antropogénica em redor dos depósitos Elefante e Búfalo e das áreas a norte e oeste destes depósitos. Existem algumas machambas ao redor do depósito designado por Leão, que de acordo com os agricultores na área foram plantadas há cerca de cinco anos quando a estrada foi aberta para fins de corte de árvores. A vegetação dentro do local é constituída por florestas fechadas de árvores altas ao longo das linhas de drenagem e de um mosaico de floresta alta aberta com manchas densas de bosques de bambu e terras húmidas sazonais que se assemelham à savana de Acácias. As Florestas Riparianas dentro da área de estudo são caracterizadas por uma copa fechada com uma cobertura entre 75 a 100% com uma altura de árvores de até 20m e árvores emergentes que alcançam 40m. O subcoberto é tipicamente constituído por uma camada de capim com alguma cobertura de gramíneas nas áreas onde a copa é mais aberta. A floresta alta aberta é caracterizada por uma cobertura de copa de 50% com uma altura média de árvores de entre 10m a 15m (Ilustração 4-3). As árvores emergentes alcançam entre 15 e 20m. O subcoberto é constituído por uma camada de capim com uma cobertura de aproximadamente 90%, o que indica que existe uma penetração suficiente de luz através da copa dispersa para proporcionar o crescimento de gramíneas. Intercalados entre as florestas existem tufos densos de caniço indígena (Oxytenanthera abyssinica) e arbustos tipo bosque que são quase impenetráveis em algumas secções. Nestas áreas a cobertura do solo é reduzida, devido à escassez de espaço e de luz. A savana de Acácias é caracterizada por pastos higrófilos abertos com árvores espalhadas que ocorrem em solos escuros e expansivos, o que sugere que ficam alagados durante a estação das chuvas e que estas áreas são possivelmente terras húmidas sazonais ou dambos (Ilustração 4-4). A altura média da copa das árvores é de 10m com uma cobertura de copa de 20% e uma cobertura de solo de 100%, dominada por gramíneas.

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Ilustração 4-3: Floresta típica de árvores altas com árvores Sterculia appendiculata emergentes.

Ilustração 4-4: Savana típica de Acácias.

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Diversidade Florística Vários factores, incluindo um longo período de guerra e agitação interna, resultaram na falta de estudos intensivos da diversidade florística de Moçambique, especialmente no norte de Moçambique. Desde a declaração do acordo de paz em 1992, realizaram-se estudos sobre áreas específicas. Levantamentosrecentes efectuados em Cabo Delgado foram realizados com a finalidade de documentar a biodiversidade das regiões. Os levantamentos realizados por um equipa de botânicos da Kew Gardens na região costeira de Cabo Delgado a norte de Pemba registou um total de 738 taxas vegetais de 105 famílias, das quais 36 espécies ou são novas em termos da ciência ou anteriormente desconhecidas com base na fragmentação de material insuficiente para as descrever (Timberlake et al., 2011). Excluindo as espécies novas, foram registadas 68 espécies para Moçambique. Esta diversidade e número excepcionalmente elevado de novos registos descobertos numa área relativamente pequena indicam que a biodiversidade da área ainda é vastamente desconhecida e que existe a possibilidade de ainda existirem várias espécies não descritas nesta região. Um levantamento inicial de campo indicou que o local de Montepuez possui uma diversidade alta de espécies dado ainda estar vastamente intacto. 4.2.2. Fauna A fauna do norte de Moçambique é uma das mais inadequadamente estudadas em África e existem áreas de conservação limitadas para a protecção da fauna. A caça de subsistência e a destruição dos habitats causaram durante longo período de tempo causou uma perda quase total de mamíferos de grande porte e uma perda substancial da diversidade de mamíferos em geral. A herpetofauna é geralmente diversificada, devido à variedade de diferentes tipos de habitats disponíveis e à vasta área do país. No entanto, a falta de estudo científico do norte de Moçambique levou a resumos demasiado díspares e imprecisos sobre a diversidade da herpetofauna do país. Tal como acontece com a herpetofauna, a avifauna nesta região também é diversificada, com mais de 680 espécies de aves registada. Algumas destas espécies são comensais, adaptando-se rapidamente e com sucesso a ambientes modificados, embora a maioria seja sensível à perturbação e ou emigra para longe ou sofre uma mortalidade maior dentro de habitats degradados. No entanto, as aves são capazes de recolonizar rapidamente áreas recuperadas como resultado da sua elevada mobilidade. A diversidade de mamíferos em Moçambique foi revista pela última por Smithers e Tello em 1976 com aproximadamente 238 espécies indicadas como ocorrendo a nível de todo o país (MICOA 2009, IUCN 2012). Dadas as densidades populacionais variáveis e a pressão ambiental localizada é provável que este número tenha reduzido de forma significativa devido à perda e fragmentação dos habitats. Mamíferos de grande porte como é o caso de elefantes, hipopótamos e rinocerontes foram extirpados em muitas áreas e nove das 21 espécies de antílopes no país estão listadas como ameaçadas e uma tornou-se localmente extinta. A diversidade de mamíferos em áreas densamente povoadas é normalmente limitada a pequenos mamíferos, como roedores. Prevê-se que a diversidade de espécies na área do projecto seja relativamente alta devido ao facto de os habitats disponíveis estarem em grande parte intactos, muito embora limitados a mamíferos pequenos pelos motivos discutido acima. 4.2.3. Áreas Protegidas Todas áreas protegidas, incluindo os Parques nacionais, Reservas Florestais, e Áreas de Conservação Transfronteiriças, são da responsabilidade do MITADER. As Reservas Florestais foram criadas para salvaguardar as reservas de madeira contra o avanço da agricultura para a futura utilização sustentável. A possibilidade de que estas reservas podem fazer uma contribuição significativa para a conservação da biodiversidade foi reconhecida e estão a realizar-se estudos para adquirir uma compreensão da condição da vegetação e dos ecossistemas dentro dessas reservas.

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De acordo com Muller et al. (2005), das 13 reservas florestais existentes, cinco (Licuáti, Derre, Moribane, Mecuburi, e Matibane) são co-geridas como terra comum entre o Serviço Florestal e as comunidades locais. Apenas duas das reservas florestais (Inhamitanga e Nhampacue) não são actualmente habitadas. Todas as reservas florestais (incluindo as que estão sob gestão e as desabitadas) mostram diferentes graus de perturbação humana, nomeadamente desmatamento para a agricultura, incêndios induzidos pelo homem, recolha de lenha e carvão e extracção de madeira. De entre as causas de degradação das reservas florestais contam-se o abandono das reservas florestais pelo Serviço Florestal durante a guerra civil, o uso das reservas florestais como esconderijos por comunidades e guerrilheiros, a promoção da agricultura dentro das comunidades que vivem dentro das reservas florestais, a extracção ilegal de madeira e a caça ilegal, entre outros. Uma análise destas áreas protegidas em relação ao local do projecto revelou que o Parque Nacional das Quirimbas ocorre a nordeste da área de estudo em Montepuez (~46km) (Figura 4-1). Esta reserva foi criada em 2002 para proteger os recursos naturais da região e cobre uma área de cerca de aproximadamente7507ha que inclui florestasde miombo, florestas costeiras, mangais e recifes de corais (WWF, 2015).. A Reserva de Caça do Niassa (RCN) também fica a cerca de 46 km a noroeste das áreas de estudo em Montepuez. A área central da Reserva de Caça do Niassa está localizada entre o Rio Rovuma e o Rio Lugenda e abrange cerca de 23 040 km2 com uma zona-tampão em torno de blocos de caça que constituem 19 239 km2 adicionais (Branch et. al., 2005). A Reserva de Caça do Niassa (RCN) é a maior área de conservação em Moçambique.

Figura 4-2: A localização do local do Projecto de Montepuez em relação às áreas protegidas circundantes.

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5. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE SOCIOECONÓMICO 5.1. INTRODUÇÃO A Vila de Montepuez está localizada na Província de Cabo Delgado de Moçambique e fica a uma distância aproximada de 35 km (60km por estrada) a sudeste da delimitação no extremo sul da Licença de Montepuez N.º 6216. Existem várias comunidades localizadas nas proximidades da Área de Licença. Antecipa-se que somente ocorra o reassentamento económico (a perda de actividade económica e de meios de subsistência, como é o caso de perda de machambas). Não se antecipa qualquer reassentamento físico. O presente capítulo apresenta uma visão geral do ambiente socioeconómico na área onde localiza-se o projecto proposto. 5.2. ACESSO E INFRAESTRUTURAS SOCIAIS O acesso à Área da Licença de Montepuez é feito por uma estrada de terra batida com via única a 60km a noroeste da Vila de Montepuez. Esta estrada, que atravessa vários povoados, está num estado relativamente mau com inúmeros buracos, valas ou sarjetas na estrada. O depósito Leão atravessa a estrada de acesso, encontrando-se os depósitos Elefante e Búfalo localizados mais para norte.

Parece que muitas das comunidades maiores têm bombas manuais para proporcionar o acesso a águas subterrâneas, muito embora seja usada a água dos rios e riachos para beber e lavar. A maior parte dos agregados familiares normalmente tem as suas próprias latrinas com coberturas de capim e caniço, dado não existirem sistemas de saneamento com base na água. Devido à disponibilidade limitada de energia eléctrica nesta área, a maior parte dos agregados familiares depende da lenha ou do carvão como fonte primária de energia. Entre as formas ocasionais de electricidade observadas contam-se os geradores e os painéis solares. A maior parte das comunidades nesta área tem uma escola primária que proporciona o ensino entre a 1ª e a 7ª classe. No entanto, a taxa de literacia na província é baixa, e com base em estudos anteriores realizados nesta área parece que um número muito reduzido de membros do agregado familiar com mais de 18 anos de idade (muitas vezes menos de 10%) completou a instrução primária. As instalações mais próximas de cuidados de saúde estão situadas ou em Balama ou em Montepuez. As doenças vectoriais, como é o caso da malária, doenças relacionadas com o solo e com a água bem como o HIV/SIDA e a subnutrição são prevalecentes nesta área. 5.3. DEMOGRAFIA De acordo com o Censo mais recente de Moçambique realizado em 2007, a população da Província de Cabo Delgado é de cerca de 1.605.649 (Club of Mozambique, 2007). Este número aumentou de 1.287.814 em 1997, o que indica um crescimento da população de cerca de 2,5% por ano (ibid.). O Projecto de Montepuez está enquadrado no Distrito de Montepuez, que tem cerca de 17.721 km² de extensão, com uma densidade populacional de 10.5 habitantes/ km2, que é substancialmente inferior à densidade populacional da província, estimada em cerca de 20.64 habitantes / km2.

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Em termos de género, de acordo com o censo de 2007, cerca de 51.9% da população da área é composta por mulheres, com uma proporção estimada homem-mulher de 1:1.1 (Club of Mozambique, 2007). Na província de Cabo Delgado, o número de mulheres é ligeiramente superior ao de homens, situando-se em 51.6% (Knoema, 2007). A maioria dos agregados familiares são chefiados por homens (pelo menos mais de 50% dos agregados familiares). Os agregados familiares na área são geralmente unidades familiares nucleares. A população da província também é muito jovem. Por exemplo, pouco menos de metade da população (44.6%) tem uma idade inferior a 15 anos (Club of Mozambique, 2007), enquanto cerca de 52.1% se situa na faixa de idade active de entre os 15 aos 64 anos de idade. Em Moçambique a terra pertence por lei ao Governo, embora o Governo reconheça o papel do direito consuetudinário. A terra é ainda regulamentada pelos régulos locais e pelos anciãos. A maior parte das estruturas nos povoados é construída por uma combinação de lama, caniço e estacas. O capim continua a ser o material predominante para as estruturas dos telhados. 5.4. SECTORES DE EMPREGO A taxa de desemprego é calculada dividindo-se o número de indivíduos desempregados pela força de trabalho; esta última inclui todos os membros do grupo de idade económica activa que se encontram disponíveis ou aptos a trabalhar. Em 2012, a estimativa da taxa de desemprego em Moçambique era de aproximadamente 27%, com a maior parte das pessoas empregadas a viverem nas áreas urbanas (Macauhub, 2012). As oportunidades de emprego são limitadas nos povoados rurais. A maior parte dos agregados familiares nos povoados próximos da área do projecto são agricultores de subsistência (alguns dos quais talvez vendam algum do seu produto a nível local), e um número muito reduzido de comerciantes a nível local. Em alguns distritos, o emprego na mineração e exploração tem vindo a aumentar de forma contínua com o desenvolvimento de várias minas na província. O sector de mineração está a expandir nesta região e irá providenciar uma variedade de oportunidades de emprego no futuro. É provável que muito poucos agregados familiares tenham algum elemento que esteja formalmente empregado, e os que estão empregados em geral estão a trabalhar nas obras de construção (como o melhoramento de estradas) ou para o Governo, como nos sectores educacional e/ou de saúde. 5.5. AGRICULTURA E ESTRATÉGIAS DE SUBSISTÊNCIA Sendo a maior fonte de renda, a agricultura constitui a base fundamental da economia informal da região. O Levantamento da Cobertura de Vacinas de 2010 estimou que 88.6% das famílias na província são agricultores (VillageReach, 2010). A maioria dos agregados familiares utiliza a sua terra predominantemente para fins de subsistência, dado muitos estarem limitados pela falta de acesso aos mercados, falta de melhoria da tecnologia agrícola ou de investimentos de capital. No entanto, o dinheiro derivado de produtos agrícolas constitui muitas vezes a única fonte de rendimentos. Um estudo realizado por Strasberg e Kloeck-Jenson (2002) na Província de Cabo Delgado determinou que as culturas tais como o algodão e a castanha de caju, representavam cerca de 70% dos rendimentos totais gerados, durante todo o ano, pelos agregados familiares entrevistados na província. A maior parte dos agregados familiares nas comunidades têm machambas, e muitas famílias têm hortas menores em redor das suas propriedades. A maior parte dos agregados familiares tem mais de uma machamba, onde as culturas mais populares incluem o milho-miúdo ou painço, mandioca, abóbora, amendoim e milho. As culturas são consorciadas e são culturas de sequeiro.

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A maior parte dos agregados familiares também complementa a sua alimentação com o plantio de árvores que produzem frutos (principalmente em redor das suas propriedades) que incluem o cajueiro, bananeira, mangueira e laranjeira. Rendimentos derivados da venda dos frutos podem ser significativos, sendo os frutos vendidos nos mercados locais ou nas bermas das estradas, juntamente com alguns dos seus outros produtos agrícolas. Por último, alguns agregados familiares também fazem a criação de animais domésticas para fins de subsistência como é caso de galinhas, patos, porcos, pombas, cabritos e a um nível mais reduzidos, gado bovino. Muitos dos agregados familiares também usam os recursos naturais da área para fins de subsistência. Geralmente tal inclui a recolha de lenha, capim e caniço para a construção, mas também a recolha de frutos silvestres, legumes e bulbos para fins medicinais ou para a alimentação. A maior parte dos agregados familiares também fabrica o carvão de madeira cortada, que podem vender ao longo das estradas. Um número mais reduzido de agregados familiares está envolvido na caça, que constitui, geralmente, uma estratégia primária de subsistência. 5.6. RENDIMENTOS E DESPESAS A maioria dos agregados familiares na área de estudo recebe alguma forma de rendimentos do seu cultivo agrícola doméstico. No entanto esta é uma fonte limitada de rendimentos, dado ser obtida principalmente, através da venda ou de excedentes de algumas das colheitas, ou de frutos de árvore de fruto, ou de animais de criação doméstica nos mercados ou na berma das estradas. Muitos dos agregados familiares também recebem rendimentos da venda de carvão, enquanto alguns recebem também transferências de dinheiro e rendimentos de arrendamento de terras. Com uma economia de dinheiro tão limitada, as despesas diárias mantêm-se elevadas. As fontes de despesas mais comuns na região são alimentos, vestuário e taxas escolares. 5.7. AMBIENTE SOCIOECONÓMICO O local de Montepuez é caracterizado por uma actividade humana limitada. Os depósitos Búfalo e Elefante são caracterizados por praticamente nenhuma actividade agrícola. No entanto, uma grande parte do depósito Leão é constituído por machambas onde mais de metade têm plantações de gergelim para a produção e venda de sementes de gergelim (Ilustração 9-1). Uma entrevista com um agricultor local indicou que este cultiva a machamba nesta área há cinco anos, tendo desmatado a área que usa após ter sido aberta uma estrada para o abate de árvores em 2010. A sul destas áreas plantadas existem florestas perturbadas, com indícios de cultivo anteriores, talvez remontando a 2005.

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Ilustração 6-1: Plantas de sementes de gergelim recentemente colhidas a secarem, observando-se as machambas no fundo. Nos locais dos depósitos Búfalo e Elefante a norte, presentemente não existem machambas. Houve indícios limitados de cultivo (arroz) nas terras húmidas sazonais, e com base nas observações no campo, foi concluído que os bosques de bambu constituem um tipo de vegetação que ocorre naturalmente. A comunidade mais próxima do local, conhecida por Nqueuene, situa-se a uma distância de 4km, e está situada fora da área da licença 6216L. A comunidade seguinte mais próxima, conhecida por Pilane, é uma comunidade pequena são com somente alguns agregados familiares e está a uma distância de 8km do local do projecto. No total, o uso do local de Montepuez para fins agrícolas parece ser muito limitado, e a área é essencialmente usada para o uso de recursos naturais (lenha, colheita de plantas e caça). Também pareceu existirem indícios limitados de colheita para o fabrico de carvão. È pouco provável que a deslocação física venha a ocorrer, embora talvez seja necessária a deslocação por motivos socioeconómicos em redor do depósito Leão.

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6. PROCESSO DE ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE E DAS PARTES INTERESSADAS

6.1. INTRODUÇÃO O Processo de Participação Pública (PPP) envolve a consulta com o público em geral. O processo facilita a disseminação de informações sobre o projecto e identificação das Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) indirecta e directamente. O PPP será descrito em pormenor no Relatório de PPP (Volume 1B) que providencia detalhes sobre todas as reuniões que foram realizadas durante a fase de EPDA da AIAS. Este é então expandido após as reuniões de divulgação pública do REIA terem tido lugar para incluir o PPP completo. O documento final do PPP com todas as actas relevantes das reuniões é submetido ao MITADER, juntamente com os outros relatórios completos da AIAS. De acordo com o Regulamento de AIA de Moçambique (Decreto nº 45/2004 de 29 de Setembro, alterado pelo Decreto no 42/2008, de 24 de Novembro), o projecto proposto foi classificado pelo MITADER como um projecto de Categoria A, que inclui a implementação de um PPP. O PPP é fundamental para qualquer projecto de Categoria A. É vital que todas as PI&As não só estejam informadas sobre o projecto e as suas possíveis implicações negativas, mas também adquiram um entendimento sobre o projecto e os seus potenciais benefícios para as suas comunidades e ambiente circundante. A incapacidade de garantir este aspecto poderia causar disputas e desentendimentos entre as comunidades, o proponente e as autoridades do governo e levar à ruptura das estruturas sociais estabelecidas. Como parte deste processo, são organizadas reuniões de consulta pública onde são convidadas todas as PI&As e, assim, terem a oportunidade de expressar e registar as suas preocupações, expectativas e comentários relacionados com o projecto proposto e o processo de autorização ambiental. 6.2. LEGISLAÇÃO DE MOÇAMBIQUE Tanto a Constituição como a Lei do Ambiente estabelecem os direitos dos cidadãos de terem informações sobre as actividades que podem afectar o ambiente e poderem participar na tomada de decisões a esse respeito. O envolvimento das partes interessadas constitui uma exigência legal para projectos de Categoria A e o MITADER preparou uma directiva para o processo de Engajamento das Partes Interessadas publicado como Diploma Ministerial N.º 130/2006 de 19 de Julho. A necessidade de Engajamento das Partes Interessadas é ainda reforçada pelo novo regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (Decreto N.º 31/2012, de 8 de Agosto). O Artigo 13 do presente regulamento salienta a necessidade de garantir a Participação Pública durante todo o processo de desenvolvimento e implementação dos Planos de Acção para o Reassentamento para projectos. A fase de PPP da AIAS deverá:

Identificar as partes interessadas,

Divulgar informação às partes interessadas,

Gerir um diálogo com o proponente da actividade,

Assimilar e levar em conta os comentários públicos recebidos e

Fornecer comentários em resposta aos resultados do diálogo e contribuições, de modo a demonstrar como estes foram tidos em conta na concepção da actividade.

6.3. ACTIVIDADES DE ENVOLVIMENTO DAS PARTES INTERESSADAS O PPP envolve reuniões com as comunidades e as autoridades locais, bem como reuniões em Pemba e Montepuez para considerar as partes interessadas a nível provincial, a fim de apresentar

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o projecto e divulgar o EPDA. 6.3.1. Processo de Participação Pública no EPDA A divulgação do EPDA compreendeu reuniões abertas ao público nas comunidades e Distrito de Montepuez e foi realizado em cinco fases distintas:

Preparação da lista de partes interessadas;

Consultas preliminares com as comunidades e algumas instituições governamentais e organizações não-governamentais;

Apresentação do Relatório sobre do Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) às instituições relevantes, e disponibilizado para consulta antes das reuniões públicas.

Preparação e entrega de cartas de convite às partes interessadas relevantes

Realização de reuniões de consulta pública nas comunidades afectadase Distrito de Montepuez .

O principal objectivo das reuniões de consulta pública é a divulgação das principais conclusões da avaliação preliminar, apresentar os potenciais impactos e riscos identificados durante o Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito, explicar o processo de AIA e quais os estudos especializados que serão realizados.

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Estudo Final de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência – Janeiro 2017

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7. AVALIAÇÃO PRELIMINAR DO RISCO AMBIENTAL E SOCIAL 7.1. METODOLOGIA PARA A AVALIAÇÃO DE RISCOS Com vista a orientar o desenvolvimento dos termos de referência para os estudos de especialidade e da AIAS, aplicou-se uma abordagem estruturada de avaliação de riscos. O presente EPDA foi usado para identificar questões ambientais e sociais (A&S), e realizou-se uma avaliação preliminar da significância das questões. O risco foi então avaliado através da combinação de significância com a potencial dificuldade para mitigar as questões, com o “grau de dificuldade para mitigar” interpretado em termos de eficácia, funcionalidade e custo-eficácia. Foi depois aplicada uma matriz de risco para se chegar a uma classificação final do risco. Esta metodologia está descrita, em mais detalhe, mais adiante. É importante destacar que a avaliação de alto nível de riscosdifere da avaliação de impactos que será usada pelos especialistas durante a fase da AIAS. A escala de significância ambiental avalia a importância de um impacto específico. Esta avaliação deve ser realizada no contexto relevante, dado um impacto tanto poder ser ecológico como social, ou ambos. A avaliação da significância de um impacto depende em grande parte dos valores da pessoa que apresenta o seu parecer. Por este motivo, os impactos de natureza especificamente social devem reflectir os valores da sociedade afectada. Foi aplicada a escala de significância de impacto de quatro pontos (Tabela 7.1). Tabela 7.1: Escala de classificação da significância ambiental

Classificação da Significância

Descrição

Muito Elevada Estes impactos constituiriam uma alteração importante e geralmente permanente do ambiente (natural e/ou social), e em geral resultam em efeitos graves ou muito graves ou em efeitos benéficos ou muito benéficos.

Elevada

Estes impactos normalmente resultarão em efeitos a longo prazo sobre o ambiente social e/ou natural. Os impactos com uma classificação alta terão de ser considerados pelos responsáveis pela tomada de decisões relativamente ao projecto como constituindo uma mudança importante e, geralmente, de longo prazo para o ambiente (natural e/ou social). Estes teriam de ser considerados sob uma perspectiva mais séria.

Moderada

Estes impactos normalmente irão resultar em efeitos de médio a longo prazo sobre o ambiente social e/ou natural. Os impactos com uma classificação moderada terão de ser considerados pelos responsáveis pela tomada de decisões relativamente ao projecto como constituindo uma mudança relativamente importante e, em geral, uma mudança a médio prazo para o ambiente (natural e/ou social). Estes impactos são reais, mas não são

substanciais.

Baixa

Estes impactos normalmente irão resultarão em efeitos de médio a curto prazo sobre o ambiente social e/ou natural. Os impactos com uma classificação baixa são geralmente pouco importantes e, normalmente, constituem uma mudança a curto prazo para o ambiente (natural e/ou social). Esses impactos não são substanciais e provavelmente terão um impacto real muito reduzido.

O grau de dificuldade de mitigação dos vários impactos varia entre muito difícil a facilmente alcançável. As quatro categorias usadas encontram-se listadas e explicadas na Tabela 7.2 a seguir. A viabilidade prática e financeira das medidas, e a sua potencial eficácia foi levada em consideração na determinação do grau de dificuldade adequado. Tabela 7.2: Escala de classificação do grau de dificuldade de mitigação

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Grau de Dificuldade Descrição

Muito difícil O impacto pode ser mitigado mas seria muito difícil de garantir a eficácia e/ou alcançar a mitigação de um ponto de vista técnico/financeiro.

Difícil O impacto pode ser mitigado, mas haverá alguma dificuldade em Assegurar a eficácia e/ou implementação da mitigação.

Alcançável O impacto pode ser efectivamente mitigado sem muita dificuldade ou custo.

Facilmente Alcançável

O impacto pode ser mitigado de forma fácil e eficaz.

A matriz de risco determina o nível geral de risco associado com um impacto através da comparação da significância do impacto com a dificuldade de mitigação mesmo. Está apresentada na Tabela 7.3 a seguir. Tabela 7.3: Matriz de Risco derivada da combinação da significância do impacto e da dificuldade de mitigação

Potencial de Mitigação

Significância do Impacto Baixa Moderada Alta Muito Alta

Muito difícil Risco Médio Risco Elevado Risco Extremo Risco Extremo Difícil Risco Menor Risco Médio Risco Elevado Risco Extremo Alcançável Risco Menor Risco Menor Risco Médio Risco Elevado Facilmente Alcançável

Risco Menor Risco Menor Risco Menor Risco Médio

Os impactos que têm uma significância elevada a muito elevada e um grau de dificuldade de mitigação difícil a muito difícil são considerados riscos ambientais ou sociais “extremos” para o projecto. Os impactos que são menos significativos e mais fáceis de mitigar são classificados como “maior” a “médio” a “menor” ou seja, geralmente são impactos com uma significância baixa com relação aos quais aos quais a mitigação é alcançável a facilmente alcançável. Os impactos podem potencialmente ter uma significância muito elevada, mas se a mitigação for facilmente alcançável estes são classificados como de risco “médio”, conforme a Tabela 7.3. As implicações das categorias de risco são explicadas na Tabela 7.4. Tabela 7.4: Categorias de Riscos

Risco Descrição

Extremo

Seriam necessárias acções mitigadoras significativas para reduzir esses riscos. Em alguns casos, pode não ser possível reduzir estes riscos extremos, o que significa que estes poderão impedir o uso da opção (assinalados com indicador vermelho (cor de identificação vermelha) na presente avaliação).

Elevado

Estes riscos são de natureza grave, e sem medidas de mitigação eficazes constituiriam grandes obstáculos ao projecto. Estes teriam de ser monitorizados e geridos, e em combinação com os riscos Graves podem exigir a utilização de uma opção diferente para alcançar os objectivos dos

projectos.

Médio

Estes riscos são de uma natureza menos grave, mas ainda importantes, e devem ser reduzidos a um Nível Tão Baixo Quanto Razoavelmente Possível (ALARP) em benefício do ambiente ou da rede social afectada. Isoladamente estes riscos são geralmente insuficientes para impedir que o projecto prossiga.

Menor

Em geral estes riscos são aceitáveis para o projecto e para o ambiente e a sua mitigação é desejável, mas não essencial. No entanto, devem seguir-se as melhores práticas na indústria e os riscos devem ser mitigados a fim de impedir um efeito cumulativo desses impactos.

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7.2. AVALIAÇÃO DE RISCOS Consultar as Tabelas 7-5 e 7-6 a seguir, relativamente à avaliação dos riscos biológicos e sociais associados com o Projecto de Montepuez. O Artigo 10.1a do decreto 54/2015 determina que deve ser feita uma avaliação de questões fatais relativas à actividade. Não foram identificadas questões fatais para este projecto e portanto estas não constam da presente avaliação.

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Tabela 7.5: Resumo dos riscos biológicos na área do projecto.

Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Resíduos e Poluição

Resíduos Gerais

Moderada

As operações de mineração irão gerar resíduos gerais (alimentos, vidro, papel, madeira, metal, óleos e lubrificantes), que terão de ser eliminados de forma apropriada em aterros sanitários designados. O impacto da eliminação inadequada dos resíduos sólidos e líquidos é considerado moderado. A implementação de um plano sólido de gestão de resíduos como medida de mitigação é alcançável. Esta questão é, portanto, considerada um risco menor para resíduos gerais.

Facilmente Alcançável

Deve estar implementado um sistema aprovado de recolha e eliminação de resíduos. A AIAS deve incluir a elaboração de um Plano Integrado de Gestão de Resíduos em conformidade com as disposições da legislação de Moçambique. O desenho do projecto deve incluir um aterro sanitário especificamente concebido e que tenha o necessário revestimento. Os princípios de reutilização, reciclagem e redução de resíduos devem ser implementados.

MENOR

Resíduos Perigosos

Elevada

As actividades mineração podem causar derrames de materiais perigosos (gasóleo e petróleo), que serão limitados caso sejam efectivamente aplicadas as melhores práticas. Será necessário o tratamento das águas de esgotose a sua eliminação correcta de modo a evitar impactos no solo e nos recursos de águas de superfície. O impacto de uma eliminação inadequada de resíduos sólidos e líquidos é considerado elevado relativamente a resíduos perigosos. A implementação de um plano sólido de gestão de resíduos como medida de mitigação é alcançável. Esta questão é, portanto, considerada um risco médio para resíduos perigosos.

Alcançável

Todas as áreas de armazenamento de produtos químicos devem ser adequadamente contidas. Da mesma forma as viaturas e oficinas devem ser adequadamente preparadas e concebidas para a recolha de derrames de hidrocarbonetos. Deve ser implementado um plano de acção para lidar com situações de emergência relacionadas com resíduos perigosos. As águas de esgotos e outros efluentes derivados de instalações sanitárias devem ser geridas e eliminadas de uma forma aceitável em conformidade com os padrões de Moçambique aplicáveis.

MÉDIO

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Contaminação de águas pluviais

Elevada

As águas pluviais podem ser contaminadas pelo contacto com poluentes associados com actividades de mineração, como é o caso, por exemplo, de óleos e lubrificantes de oficinas, hidrocarbonetos de vazamento de camiões e bombas, e escoamento das áreas de reabastecimento. Este é considerado um impacto de significância potencialmente elevada dado o facto de existirem vários rios, riachos e linhas de drenagem nas proximidades das três áreas dos depósitos de mineração. Presentemente as massas de águas de superfície não estão contaminadas e pressupõe-se que a qualidade da água nas mesmas seja alta. Este facto, considerado conjuntamente com uma topografia acidentada que permite o escoamento rápido de águas pluviais do local é, portanto, considerado um risco médio.

Alcançável

As águas superficiais devem ser protegidas contra o contacto com quaisquer poluentes e todo o escoamento de águas pluviais que atravessa áreas potencialmente contaminadas deve ser contido e adequadamente tratado antes da sua descarga. A erosão e a sedimentação devem ser evitadas.

MÉDIO

Contaminação de águas de superfície

Elevada

As águas de superfície podem ser, potencialmente, contaminadas pelo transbordo das Instalações de Armazenamento de Rejeitos (TSF), escoamento do da pilha de estéril (WRD) e das actividades de desaguamento do nível de água na cava da mina . Este impacto é considerado com uma significância potencialmente elevada dado existirem massas de águas de superfície e terras húmidas (dambos) nas proximidades das áreas dos depósitos, onde existe a possibilidade de geração de drenagem ácida da mina (especialmente derivada das TSF), e as comunidades locais dependem destas águas de superfície para se banharem, para cozinharem e como água de consumo. Presentemente as massas de águas de superfície não estão contaminadas e pressupõe-se que a qualidade da água nas mesmas seja alta. A mitigação deste impacto é alcançável e este é portanto considerado um risco médio.

Alcançável

O processo da AIA incluirá a realização de vários testes-ensaios científicos hidrológicos e hidrogeológicos de modo a determinarem-se quaisquer potenciais impactos negativos sobre as águas de superfície durante o planeado ciclo de vida útil da mina. Devem ser construídos canais de desvio e lagoas de sedimentação em redor da pilha de estéril, TSF e a jusante da mesmo, e possivelmente da cava da mina a fim de efectuar a gestão dos riscos de contaminação das águas de superfície.

MÉDIO

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Quantidade de Águas Subterrâneas

Moderada

A cava da mina pode ter uma profundidade superior ao nível do lençol freático o que resultará na percolação natural de águas subterrâneas para a cava da mina. Será necessário o rebaixamento constante do nível de água na cava da mina. Tal pode resultar numa redução da superfície freática a uma distância, presentemente desconhecida, do local da mina. Com o passar do tempo, este impacto tornar-se-á cada vez mais significativo, à medida que a área da cava da mina se expande e aumenta de profundidade. As actividades de mineração nos depósitos Búfalo e Elefante podem eventualmente reduzir o nível do lençol freático, especialmente se forem utilizadas as águas subterrâneas como água de processo. Os impactos serão essencialmente de natureza ecológica, dado não existirem assentamentos comunitários a uma distância suficientemente próxima à cava proposta da mina que venham a ser afectados negativamente. No entanto, o rebaixamento do nível de água na cava da mina no depósito Leão pode ter impacto sobre a comunidade mais próxima localizada a uma distância de 4km, muito embora se considere este facto como improvável. Assim, este impacto tem uma significância moderada, mas a sua mitigação será difícil, muito embora venha a ocorrer alguma recarga natural derivada das TSF e das actividades de rebaixamento do nível de água. Presentemente, este risco é considerado um risco médio. Contudo, durante o processo da AIA serão realizados vários testes-ensaios hidrogeológicos a fim de se fazer uma avaliação dos potenciais impactos negativos sobre às águas subterrâneas durante o planeado ciclo de vida útil da mina. Será também feita a avaliação do impacto real logo que estejam disponíveis os dados necessários a este respeito.

Difícil

Será necessário um monitoramento cuidadoso dos níveis de águas subterrâneas para determinar a extensão dos potenciais impactos sobre a profundidade do lençol freático.

MÉDIO

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Qualidade das Águas Subterrâneas

Elevada

As actividades de mineração podem afectar a qualidade das águas subterrâneas locais devido à possibilidade de o efluente estar contaminado, mas acima de tudo devido à exposição das águas subterrâneas e de superfície com material que contenha sulfureto. O risco de drenagem ácida da mina está essencialmente dependente do tipo de teor de enxofre no minério e nos resíduos rochosos. Nesta fase somente foi analisada a % de teor de enxofre da mineralização de grafite não se tendo ainda efectuado ensaios ao material rochoso nativo a esta região (material residual). A perfuração inicial encontrou evidência de sulfuretos, sobretudo de pirrotite essencialmente associada com a mineralização de grafite. Muito embora este impacto será abordado na fase de AIA do projecto – altura em que se fará a reavaliação e revisão da classificação de impactos –o potencial impacto é presentemente considerado como elevado até que os resultados indiquem algo em contrário, dado este impacto poder resultar em efeitos de longo prazo sobre o ambiente natural e deva ser considerado pelos responsáveis pela tomada de decisões relativamente ao projecto como constituindo uma mudança no ambiente (natural e/ou social) potencialmente importante e geralmente de longo prazo. A mitigação e gestão de fluxos de resíduose de escoamento com níveis elevados de enxofre podem ser facilmente alcançadas e devem reduzir a probabilidade de ocorrência de Drenagem Ácida de Mina (DAM). Este constitui um risco médio.

Alcançável

As questões relativas a águas subterrâneas devem ser avaliadas em detalhe na AIA, e feita uma modelação da zona de influência e da pluma de contaminação. Muito embora a contaminação das águas subterrâneas seja considerada improvável devido à natureza do material em questão, serão necessários testes geoquímicos dinâmicos e modelações hidrogeológicas para determinar o impacto das TSF sobre os sistemas de águas subterrânea. É necessária a monitorização contínua da qualidade das águas subterrâneas. Entre as medidas de mitigação que devem ser implementadas podem-se incluir o revestimento das Instalações de Armazenamento de Rejeitos (TSF) e a instalação de drenos de bloqueio em redor das pilhas de estéril A implementação de um plano de gestão de resíduos também irá reduzir o risco de contaminação. Pode ser necessária a perfuração de poços de intercepção de infiltração a jusante das TSF para interceptar e captar qualquer potencial infiltração que possa ocorrer no sistema de águas subterrâneas. Estas medidas de mitigação são alcançáveis através da aplicação de práticas normais usadas nesta indústria.

MÉDIO

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Ruído Baixa

A operação de mineração irá causar um aumento nos níveis de ruído ambiente nas áreas circundantes. Não existem moradores a viver nas áreas adjacentes ou mesmo próximas da área do projecto, e o ruído irá provavelmente constituir um impacto com uma significância baixa que pode ser mitigada através do uso das práticas normais usadas nesta indústria para reduzir os níveis de ruído. Esta mitigação é considerada como podendo ser alcançada e constitui portanto um risco menor.

Alcançável

O cliente deverá garantir que os níveis de ruído no perímetro das instalações estejam em conformidade com os limites estipulados pela legislação de Moçambique aplicáveis aos limites diurnos e nocturnos de ruído.

MENOR

Qualidade do Ar

Moderada

A geração de poeira pode potencialmente ter impacto sobre o ambiente natural e sobre a saúde dos trabalhadores devido a concentrações elevadas de poeira (PM10), ao longo das estradas, áreas desmatadas, correias transportadoras, trituradoras e áreas de transferência. O impacto de níveis elevados de poeira pode resultar num impacto de significância moderada, Além disso, a poeira pode ser gerada após a secagem dos rejeitos, dado estes serem então susceptíveis à dispersão assim que os rejeitos tiverem secado, desde então, eles são susceptíveis a dispersão causada pelo vento. A mitigação é alcançável e, portanto, este é considerado um risco menor.

Alcançável

De modo a mitigar este impacto, o desmatamento das áreas só deve ocorrer mesmo antes do início das actividades de construção. A reabilitação deve ser feita logo após a finalização das operações de mineração. Os depósitos de solo removido devem ser armazenados de forma apropriada. A redução na quantidade de poeira gerada pelas viaturas e durante as operações de mineração podem ser mitigadas, de forma eficaz, através da simples redução da velocidade das viaturas, ou do humedecimento das superfícies das estradas. Cobrir os rejeitos secos com uma camada de solo superficial e a revegetação da área podem proporcionar uma mitigação bem sucedida contra rejeitos secos transportados pelo vento.

MENOR

Uso de energia

Moderada

A operação de mineração irá provavelmente necessitar de energia eléctrica que poderá ser gerada no local através do uso de conjuntos de geradores alimentados a diesel. Tal pode ter um impacto moderado nas emissões de gases com efeitos de estufa (GEE). As viaturas e a planta também consomem uma quantidade elevada de energia. A mitigação é alcançável e portanto é considerada como um risco menor.

Alcançável

Esta questão pode ser mitigada através do dimensionamento correcto de motores e de bombas usadas no processo de mineração sempre que possível e possivelmente através do uso de energia solar em certas áreas.

MENOR

Biológicas

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Perda de biodiversidade (fauna e flora)

Moderada

O processo de mineração exige o desmatamento da área da cava da mina, do WRD, das TSF, e áreas da planta e de alojamento. Tal irá resultar na perda de vegetação nas áreas desmatadas e possivelmente na perda de algumas espécies faunísticas, algumas espécies de plantas e de espécies de animais de importância para a conservação (SCC). A área da cava da mina tem uma extensa vegetação com árvores de grande porte e uma fisiognomia de bosque, com poucos indícios de perturbação (para além da colheita muito reduzida de recursos naturais). No entanto, este tipo de habitat e de vegetação existe extensivamente em toda a área e segundo as previsões a pegada desta mina específica será relativamente reduzida. Portanto, embora seja difícil a reabilitação da vegetação indígena da paisagem pós-mineração, se a empresa implementar as medidas de mitigação propostas visadas a reduzir o seu impacto sobre o ambiente natural, este impacto é considerado como tendo uma significância moderada e portanto constitui um risco médio.

Difícil

A reabilitação da vegetação indígena na paisagem pós-mineração é difícil uma vez que as operações de mineração deixarão uma cava aberta que não poderá ser aterrada. No entanto, esta área poderá ser estabelecida com uma ligeira inclinação ou aterrada de modo a proporcionar alguma reabilitação. A mitigação para o restabelecimento do tipo original de vegetação em áreas como as da pilha de estéril e das TSF é difícil uma vez que é pouco provável que as áreas reabilitadas assemelhem-se à vegetação que anteriormente existia nesse local. Provavelmente só plantas resistentes e ervas daninhas conseguirão sobreviver nestas áreas. Assim, haverá uma perda residual de biodiversidade e de espécies de interesse para a conservação (fauna e flora), não obstante esforços concertados no sentido de fazer a reabilitação da área. Estas questões ecológicas serão cuidadosamente avaliadas na AIAS, e é possível que os impactos ecológicos directos possam ser mitigados através de uma configuração cuidadosa que evite áreas de sensibilidade ecológica, uma medida que foi bem sucedida em projectos semelhantes e que assegurou que o impacto fosse moderado e o risco médio. Se estas medidas de mitigação não forem implementadas, o risco seria considerado elevado.

MÉDIO

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Fragmentação dos habitats e perda de espécies de fauna e flora

Moderada

A fragmentação dos habitats pode levar à perda de populações viáveis, especialmente animais que requerem áreas vastas. A fragmentação tem impactos graves em espécies específicas à floresta / bosque e às terras húmidas. No momento actual existe um nível muito reduzido de fragmentação de habitats dentro da área do projecto proposto. No entanto, as áreas de estradas de acesso ao local já estão altamente fragmentadas. A mineração irá resultar na fragmentação de um ecossistema estabelecido causando uma quebra nas comunidades florísticas e nos habitats da fauna. Contudo, a pegada da presente mina é relativamente pequena e a implementação de corredores ecológicos a atravessar o local irá auxiliar a mitigar este impacto. Para além disso, onde for viável as estradas de acesso ao local serão as mesmas que já existem, e essas áreas já se encontram num estado altamente degradado e fragmentado.. Esta questão é portanto considerada com uma significância moderada e é considerada como um risco médio.

Difícil

A mitigação para substituir as populações viáveis que são perdidas seria difícil uma vez que estas seriam permanentemente perdidas. A mitigação da fragmentação do habitat e os seus impactos sobre a fauna são mais difíceis de alcançar do que a perda da biodiversidade, dado o acesso rodoviário constituir um factor principal que irá contribuir para a fragmentação do habitat. A AIAS deverá fazer uma avaliação cuidadosa do alinhamento da estrada de acesso de forma a auxiliar a reduzir os impactos derivados da fragmentação do habitat. MÉDIO

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Biodiversidade e questões sobre o funcionamento dos ecossistemas associados com as actividades de mineração.

Elevada

As actividades de mineração podem afectar a qualidade das águas subterrâneas devido ao efluente contaminado, Drenagem Ácida de Mina (DAM) e contaminação através do contacto com os

resíduos. O depósito contém sulfuretos onde deve ser medida a drenagem ácida da mina para determinar o potencial impacto e elaboração de medidas de mitigação apropriadas. A poluição das águas subterrâneas também constitui uma possibilidade, conforme descrito anteriormente. A contaminação das águas de superfície e das águas subterrâneas resulta em impactos negativos simultâneos sobre o funcionamento ecológico e a biodiversidade das terras húmidas e dos habitats de riachos, e áreas ribeirinhas, todas elas comuns a este local. A poeira gerada pelas actividades de mineração tem impacto sobre os ecossistemas terrestres, e o desmatamento da vegetação afecta o funcionamento do ecossistema terrestre. Tal é, portanto considerado como um impacto com uma significância elevada mas com uma mitigação alcançável, o que resulta num risco médio.

Alcançável

Este riscos pode ser mitigado através de uma concepção de engenharia adequada. Para além da concepção e localização das TSF e do WRD de forma a minimizar a infiltração de água contaminada para a para as águas subterrâneas, também é possível que as Instalações de Armazenamento de Rejeitos necessitem de um revestimento (impermeável) na eventualidade de os estudos indicarem a probabilidade de ocorrência de Drenagem Ácida de

Mina(DAM). É necessária a supressão da poeira, conforme recomendado anteriormente.

MÉDIO

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Impactos da mineração sobre o solo e a produtividade agrícola

Elevada

O processo de mineração tem um impacto sobre as propriedades físicas e químicas do solo e da superfície da terra dado o perfil do solo ser completamente destruído durante a mineração nas áreas onde se propõe o estabelecimento das cavas da mina. A perturbação do solo e o seu manuseamento podem resultar em mudanças à capacidade de troca catiónica, capacidade de retenção de água e capacidade de erosão dos solos. A produtividade da camada de solo superficial é reduzida devido ao seu armazenamento. Estas mudanças à fertilidade do solo também têm impacto sobre a produtividade das culturas e sobre o potencial agrícola da terra. No entanto, a área alvo não parece ter um potencial agrícola elevado, dados os solos serem de pouca profundidade e existirem poucos indícios de actividades agrícolas nesta área. Este impacto é, portanto, de significância baixa e muito embora seja difícil de mitigar, constitui um risco menor.

Difícil

A camada de solo superficial deve ser substituída e então reabilitada de forma adequada, mas é pouco provável que a superfície da terra volte ao seu estado de produtividade pré-mineração. Serão necessárias várias estratégias para a mitigação da qualidade do solo, incluindo a adubação verde, a replantação de espécies importantes; e semeadura usando espécies indígenas.

MENOR

Perda de bens e Serviços Ecossistémicos

Baixa

O desmatamento da vegetação natural para o estabelecimento da cava da mina e a colocação de infraestruturas irá resultar na perda de serviços ecossistémicos disponíveis, tais como a recolha de materiais de construção, lenha, plantas medicinais e plantas alimentícias. O impacto tem muitos efeitos cumulativos e é considerado difícil de mitigar mesmo com uma gestão cuidadosa das instalações e a provisão de alternativas aos recursos alvo de impactos. No entanto, poucas comunidades utilizam esta área, e esta tem portanto uma significância baixa e constitui um risco menor.

Difícil

Será necessário que se implementem medidas de mitigação que oferecem estratégias alternativas de subsistência às comunidades que perdem o acesso a recursos naturais.

MENOR

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Invasão por espécies exóticas

Elevada

O potencial de invasão por espécies exóticas nesta área parecer ser baixo. No entanto, tal como é o caso com todo o tipo de perturbações, a introdução de espécies exoticas e invasivas é altamente provável; juntamente com a perturbação vem o influxo de plantas exóticas. As espécies exóticas invasivas necessitam de ser alvo da uma gestão consistente durante toda a fase operacional do projecto. Uma vez que a área do projecto não apresenta, presentemente, quaisquer indícios de infestações exóticas a classificação da significância é considerada ELEVADA. No entanto, a mitigação é facilmente alcançável e o risco geral é considerado Menor.

Facilmente Alcançável

Tanto durante as fases de construção como de operações devem ser activamente mantidas medidas de mitigaçãopara reduzir o impacto da introdução de espécies exóticas invasivas. A remoção das espécies exóticas existentes deve ser feita numa base sistemática. Também a reabilitação das áreas perturbadas deve ser feita logo após a construção ter finalizado em cada uma das fases. Deve ser implementado um programa contínuo de monitorização para determinar se as espécies alienígenas estão a estabelecer-se na área e para auxiliar na gestão de infestações.

MENOR

Tabela 7.6: Resumo dos riscos sociais na Área do Projecto de Montepuez.

Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Mão-de-obra e Condições de Trabalho

Riscos associados com o emprego

Baixa

A construção e operação da mina irá aumentar as oportunidades de emprego a nível local. A operação mineira proposta tem a capacidade de melhorar e aumentar a base de competências nesta área, caso sejam implementadas iniciativas apropriadas de formação para benefício das comunidades vizinhas. Este aspecto irá provavelmente ter uma significância positiva elevada a nível local e é considerado com uma importante oportunidade associada com o projecto. No entanto, devido à falta geral de competências na área do projecto é provável que as posições que exijam mais do que competências básicas sejam oferecidas a “pessoas de fora” mais qualificadas.

Alcançável

Deve ser desenvolvido um Plano de Recrutamento e Aquisições Locais. Devem também ser desenvolvidos procedimentos e práticas que maximizem as oportunidades para o recrutamento de trabalhadores locais, e minimizem os riscos sociais nas áreas de influência. Deve ser desenvolvido um processo de recrutamento que respeite a cultura e as normas locais de modo a facilitar a participação a nível local e evitar conflitos e outros impactos sociais negativos.

MENOR

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Coastal& Environmental Services 72Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Existe uma grande necessidade de emprego na área do projecto, os níveis de expectativa são provavelmente altos. Estas expectativas da comunidade devem ser cuidadosamente geridas. Caso não seja feita, podem dar origem a conflitos entre as comunidades e o proponente. Este impacto terá um impacto de baixa significância, e a mitigação destes efeitos negativos é considerada alcançável. O risco é portanto considerado menor.

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Coastal& Environmental Services 73Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Condições de Trabalho Baixa

A força de trabalho constitui um recurso valioso, e portanto, o estabelecimento de um relacionamento sólido entre a gestão e os trabalhadores constitui o ingrediente chave para a sustentabilidade e sucesso do projecto. O não estabelecimento e promoção deste relacionamento pode comprometer ou fragilizar o compromisso por parte do trabalhador e sua retenção, e comprometer o projecto. Por outro lado, o estabelecimento de um relacionamento construtivo entre gestão e trabalhador, através de um tratamento justo dos trabalhadores, e providenciando-lhes condições de trabalho seguras e saudáveis, promove benefícios tangíveis, tais como a promoção de eficiência e aumento de produtividade das operações. O impacto das condições de trabalho é considerado baixo, e a sua mitigação é alcançável, e portanto, este impacto é considerado como um risco menor.

Alcançável

Devem ser desenvolvidas e implementadas políticas de Recursos Humanos (RH) em conformidade e orientadas pelos requisitos da legislação de Moçambique. Deve ser desenvolvida e implementada uma política de trabalho e directrizes operacionais.

MENOR

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Saúde & Segurança Ocupacional

Moderada

Existem áreas de alto risco à segurança dos trabalhadores, devido ao equipamento usado na planta, à poeira, tráfego significativo de viaturas, uso de explosivos para detonações e outros perigos geralmente associados com a actividade de mineração e operação de uma planta industrial. Este aspecto é considerado como tendo uma significância potencialmente moderada e pode ser mitigado. Uma vez que os quadros a nível superior terão um nível significativo de experiencia em condições semelhantes, devem ser nomeados os indivíduos apropriados e deve estabelecer-se uma aderência aos procedimentos de segurança. Assim, a mitigação através do desenvolvimento de um Plano de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional para os trabalhadores é alcançável, sendo portanto este impacto considerado como um risco menor.

Alcançável

O recrutamento de supervisores devidamente qualificados e com a devida experiência bem como a provisão de formação apropriada em aspectos relacionados com Saúde & Segurança Ocupacional (OHS) para os trabalhadores e as empresas contratadas irá mitigar este impacto. São necessários anos de formação contínua para desenvolver a experiência necessária para prevenir ferimentos graves e fatalidades entre os trabalhadores da mina, da planta operacional e das rotas de transporte.

MENOR

Saúde, Segurança e Protecção Comunitária

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Redução no acesso ao local por parte da comunidade

Moderada

A operação de mineração pode vir a limitar o acesso a áreas específicas devido à presença de vedações e de infraestruturas, bem como devido às infraestruturas da mina. No entanto, um número muito reduzido de pessoas usa esta área, e a comunidade mais próxima da área de operação proposta está a uma distância de mais de 4km. Assim os trilhos existentes não são usados numa base diária e não actuam como rotas vitais de acesso. Logo que esteja disponível uma diposição detalhada das operações, a construção de novas rotas de acesso (caso necessário) pode ser facilmente realizada, o que significa que esta mitigação será alcançável. Dado este impacto ter uma significância baixa, é considerado como um risco menor.

Alcançável

A identificação de rotas alternativas para as comunidades e os impactos das estradas de acesso à área de mineração devem ser investigados em mais detalhe durante a fase da AIAS.

MENOR

Segurança da Comunidade Moderada

A segurança geral da comunidadenão é considerada como uma questão importante devido ao facto de que os assentamentos populacionais estão situados longe das operações de mineração. As operações de mineração podem constituir um risco de segurança para indivíduos que entrem no local sem autorização. Muito embora os impactos possam ser moderados, as medidas de mitigação são alcançáveis. A segurança da comunidade é portanto considerada como um risco menor.

Alcançável

Informar as comunidades locais sobre os potenciais riscos, e proibir o acesso a áreas não seguras dentro áreas da área do projecto e colocar avisos em redor do local. Deve ser desenvolvido um Plano de Prontidão e Resposta a Situações de Emergência para o local com vista a abordar emergências relacionadas com a mina e que podem envolver membros da comunidade.

MENOR

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Impactos do Tráfego Elevada

O desenvolvimento e melhoramento das estradas para servirem a mina, bem como o aumento significativo de tráfego de viaturas pesadas irão aumentar os riscos para a saúde e segurança dos residentes locais. Existem várias comunidades ao longo da actual rota de acesso, e as crianças e animais representam um risco significativo. Adicionalmente, algumas das estradas não têm largura suficiente para acomodar camiões de transporte de pesados. Na eventualidade de ocorrência de um acidente os impactos resultantes irão variar entre moderados a muito elevados, dependendo do nível de ferimentos e do número de indivíduos envolvidos. A materialização dos riscos associados com o aumento de tráfego na forma de um acidente que envolva algum elemento da comunidade local seria considerado um impacto grave, e a mitigação na área será difícil, especialmente ao longo da estrada de asfalto existente (EN242). As viaturas de grandes dimensões necessitam de atravessar comunidades como Nanhupo, onde os vendedores estão estabelecidos ao longo da via, e existem muitos peões. Este facto faz com que este impacto seja considerado um risco elevado.

Difícil

Este risco pode ser mitigado através da construção de rotas alternativas à volta das comunidades e através da implementação de uma política de segurança rodoviária, cujo sucesso resultará na ausência de quaisquer fatalidades relacionadas com a comunidade, e na devida notificação de todos os incidentes. É necessário investigarem-se outras medidas de mitigação focadas na redução da probabilidade de acidentes entre viaturas e peões. Terceiros que providenciem serviços de entregas devem ser obrigados a aderir a esta política.

ELEVADO

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Saúde comunitária e doenças transmissíveis

Moderada

A migração interna e o aumento na mão-de-obra recrutada na área pode ter um impacto negativo nos trabalhadores, mas não terá impacto sobre os padrões de saúde das populações nas comunidades, dado estas estarem demasiado longe do local do projecto. Contudo, este aspecto deve ser considerado no contexto de várias questões. Os níveis de malária nesta área são altos mas é pouco provável que a migração interna aumente esses níveis. Contudo, uma preocupação é o aumento nos níveis de HIV/SIDA e outras Doenças de Transmissão Sexual (DTS). Desconhecem-se presentemente as taxas de infecção nas comunidades na área do projecto, mas a migração interna pode aumentar as taxas de infecção, bem como aumentar a mão-de-obra provinda de outro local. Devido ao facto de este local ser bastante remoto, esta questão tem uma significância moderada, e pode ser mitigada, e portanto constitui um risco menor.

Alcançável

Será necessário um Plano de Gestão de Saúde e Segurança Comunitária bem como a implementação de uma mitigação apropriada para se lidar com as DTS.

MENOR

Benefícios económicos, aquisição de terras e reassentamento

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Oportunidades de emprego e Desenvolvimento Económico

Elevada (positiva)

Como resultado do projecto serão criadas oportunidades económicas tanto directas como indirectas. A presença da mina pode aumentar, indirectamente, o influxo de valores em dinheiro para os povoados e assentamentos mais pequenos afectados, podendo também criar oportunidades para a venda de produtos e serviços à mina e aos seus trabalhadores. Haverá um melhoramento de serviços bem como a expansão das infraestruturas rodoviárias em redor da área de mineração proposta, o que pode potencialmente melhorar o acesso e a prestação de serviços básicos aos residentes na área do projecto. O projecto resultará em benefícios económicos directos tanto a nível provincial como nacional e quaisquer rendimentos gerados pelas operações de mineração irão aumentar de forma significativa a base tributária de Moçambique. O impacto geral é considerado como tendo uma significância elevada positiva. O impacto geral é considerado como uma oportunidade importante associada com o projecto, e portanto não é considerada como um risco.

Facilmente Alcançável

As medidas de mitigaçãopara promover estes benefícios são consideradas como sendo facilmente alcançáveis a nível nacional e a nível local.

SEM RISCO

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Desenvolvimento social e oportunidades de formação

Elevada

Recomenda-se que o projecto considere um projecto de desenvolvimento social durante a fase de operações, por exemplo, um programa de desenvolvimento agrícola comunitário. Este programa pode incluir um programa agrícola comercial com vista a garantir a segurança alimentar, ligando este programa ao acesso ao mercado agrícola. O projecto também pode considerar estágios de aprendizagem para assegurar que, tanto quanto for razoavelmente possível, a força de trabalho local possa receber formação para tornar-se qualificada em operações de mineração. Tal irá provavelmente ter uma significância positiva elevada a nível local e é considerado como uma oportunidade importante associada ao projecto, e portanto não constitui um risco.

Facilmente Alcançável

SEM RISCO

Migração interna Moderada

O projecto pode dar origem à migração interna para a área do projecto por indivíduos à procura de trabalho. Tal pode criar um aumento de pressão sobre os serviços sociais locais, como escolas e centros de saúde, bem como sobre os requisitos relativos a terras e recursos locais. Muito difícil

Este constitui um impacto indirecto que é difícil de mitigar. Contudo, o impacto pode ser reduzido através de uma política de recrutamento de mão-de-obra que somente recruta pessoas dos povoados nas proximidades do projecto. Também pode se estabelecido um mecanismo de apresentação de queixas ou reclamações que deve ser monitorizado durante o ciclo de vida útil do projecto.

ELEVADO

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Tal como acontece com a maior parte dos impactos sociais, a migração interna também pode ter um impacto positivo em termo de providenciar às comunidades oportunidades de estabelecimento de pequenos negócios devido ao aumento da procura de produtos frescos locais e outros, bem como oportunidades para um intercâmbio cultural. Muito embora o influxo seja considerado como estando fora do controlo dos empreendedores do projecto, um influxo pode ameaçar a ‘segurança do projecto’ e deve ser gerido como uma ameaça ao projecto. Os impactos directos e indirectos associados com o influxo de trabalhadores e de expatriados irão provavelmente ter impactos significativos nas comunidades, dado este geralmente resultar em muitas mudanças sociais, culturais, económicas e políticas. Tudo isto pode resultar em impactos negativos que são muito difíceis de mitigar, resultando num risco elevado.

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Questão Classificação da Significância

Comentário Potencial de Mitigação

Desafios da Mitigação Risco

Reassentamento Moderada

O reassentamentotanto pode incluir a deslocação física de pessoas devido à mudança de localização dos seus agregados familiares, ou deslocação económica através da perda de actividades económicas e meios de subsistência. Qualquer reassentamento seria involuntário4, e a menos que seja implementado de forma correcta e gerido através de um plano de acção de reassentamento, pode causar sérias dificuldades a longo prazo, empobrecimento e danos ambientais. A mineração irá provavelmente resultar na perda de machambas e de árvores de fruto em redor do depósito Leão bem como na perda de recursos naturais em redor dos depósitos Elefante e Búfalo. Para além disso, não é aparente a existência de agregados familiares perto do local do Projecto de Montepuez e não será necessário o reassentamento físico. Este é considerado como um impacto moderado com uma alcançável, resultante num risco menor.

Alcançável

Através de um planeamento adequado e de acções de envolvimento das comunidades, a mitigação dos efeitos adversos da deslocação económica é alcançável. Mesmo assim, entre os desafios gerais envolvidos estão sempre incluídos como deve ser paga a compensação e a determinação dos montantes apropriados a esse respeito. Adicionalmente, um dos prováveis desafios será encontrar terra de substituição para assegurar a segurança alimentar.

MENOR

4Muito embora o reassentamento seja voluntário no sentido em que todo o reassentamento associado com a mina seria negociado livremente com um consentimento prévio livre e informado a legislação de Moçambique

aplicável aos direitos de uso da terra para actividades de mineração estipula que caso seja outorgada uma concessão a respeito de uma área onde outra pessoa já tem direitos fundiários, os direitos dessa pessoa serão considerados extintos uma vez que seja paga uma compensação “justa e razoável” pelo detentor da licença ou da concessão ao detentor dos referidos direitos prévios (Lei de Minas, Artigo 43.º, parágrafo 4º. Tal significa que o detentor dos direitos de mineração pode implementar um programa de reassentamento involuntário.

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Estudo Final de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência – Janeiro 2017

Coastal& Environmental Services 82 Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

Os riscos associados com os resíduos e a poluição incidem sobre os potenciais efeitos de a drenagem ácida da mina contaminaras águas subterrâneas no local (Tabela 7-1). Este risco médio está relacionado com a possibilidade de o material com um teor elevado de enxofre ser exposto a condições climáticas de chuva e oxigenação, e resultar na drenagem ácida da mina (DAM). Contudo, a mitigação é alcançávele a AIAS irá incluir uma avaliação abrangente das águas subterrâneas, incluindo a modelação da pluma numérica e uma análise geoquímica detalhada. Este trabalho fará a avaliação e quantificação do risco, e determinará a necessidade de se colocar um colocar um revestimento de impermeabilização nas TSF. Outros riscos de nível médio que foram identificados incluem:

contaminação das águas de superfície;

contaminação de águas pluviaisderivada da DAM;

contaminação derivada de resíduos perigosos; e

o potencial de reduzir a profundidade do lençol freático e a quantidade de águas subterrâneas no aquífero como resultado das actividades de rebaixamento do nível de água na cava da mina.

Foram identificados quatro outros riscos menores. No total foram identificados sete riscos biológicos associados com o projecto (Tabela 7-1). Quatro destes riscos foram identificados como riscos médios dado o local estar coberto com vegetação natural e encontrar-se num estado relativamente intacto. No entanto, este tipo de vegetação existe extensivamente em toda a área e a pegada efectiva da mina específica é relativamente reduzida. Com a implementação das medidas de mitigação, a remoção da vegetação e a fragmentação dos habitats podem ser limitados somente às áreas afectadas pelos impactos. Os impactos da mineração sobre a perda das espécies de fauna e flora e os impactos resultantes sobre a biodiversidade e funcionamento dos ecossistemas também são considerados como riscos médios. Foram identificados três outros riscos menores. Os riscos associados com as mão-de-obra e condições de trabalho, para ambos os locais, foram todos classificados como riscos menores (Tabela 7-2):

Riscos relativos à Saúde & Segurança Ocupacional associados com as várias actividades das fases de construção e operacional;

Riscos associados com o emprego; e

Riscos associados com as condições de trabalho. Em termos da saúde, segurança e protecção comunitária o risco elevado para as comunidades locais será o aumento de tráfego na área de mineração, e ao longo das estradas principais para a mina e para Pemba (Tabela 7-2). Foram identificados três outros riscos menores. A migração interna de indivíduos à procura de emprego é considerada um risco elevado para este local enquanto o reassentamento é considerado como um risco menor dado a sua ocorrência ser improvável.

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Também foram identificadas duas oportunidades (impactos positivos). Estes não resultarão em qualquer tipo de riscos mas em benefícios consideráveis para a área circundante. A criação de emprego na área constituirá um benefício significativo, assim como o desenvolvimento económico que pode vir a ser estimulado pelas oportunidades indicadas acima. O emprego irá aumentar os níveis de rendimentos e o poder de compra por agregado familiar, que por sua vez, resultarão num aumento de estabelecimentos comerciais informais e lojas, bem como de empresas emergentes e prestadores de serviços. Também existe a oportunidade de desenvolvimento de competências através de actividades de formação das populações locais com vista a melhorarem as suas aptidões em várias áreas que iriam servir os sectores agrícola e de mineração. Para além do referido, grandes projectos como é o caso do projecto em questão têm um ciclo de vida útil e uma capacidade económica de estabelecer programas de desenvolvimento social. Estes podem incluir programas de produção agrícola comercial que irão proporcionar um melhoramento na segurança alimentar, e a ligação destes programas com o acesso ao mercado agrícola. Em resumo, não existem quaisquer riscos extremos associados com o local que poderiam ser considerados como questões fatais, e de um ponto de vista ambiental e social o projecto deve avançar para a fase da AIA.

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Estudo Final de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência – Janeiro 2017

Coastal& Environmental Services 84 Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

8. TERMOS DE REFERÊNCIA PARA OS ESTUDOS ESPECIALIZADOS Este capítulo define os termos de referência para todos os estudos de esepcialidade para a AIAS de Montepuez em resposta aos riscos identificados no capítulo anterior. Serão realizados os seguintes estudos de especialidade:

1. Avaliação da Vegetação

2. Avaliação da Fauna Terrestre

3. Avaliação de Uso da Terra, e Recursos Naturais

4. Avaliação das Águas de Superfície e Aquática

5. Avaliação do Impacto Socioeconómico

6. Avaliação de Gestão de Resíduos

7. Avaliação de Tráfego

8. Avaliação das Águas Subterrâneas e Geoquímica

9. Avaliação Hidrológica

Além disso todos os estudos devem incluir os seguintes Termos de Referência:

1. Abordar todas as questões e preocupações levantadas pelas PI&As durante a fase de definição do âmbito

2. Identificar e avaliar a significância dos impactos da construção e operação e encerramento da mina.

3. Apresentar recomendações práticas e realistas para mitigar os impactos. 4. Trabalhar em consulta com outros especialistas para garantir que as ligações entre os

vários sistemas sejam compreendidas. As secções a seguir definem as tarefas que serão realizadas para avaliar os potenciais impactos que o projecto teria dentro do campo específico de especialização. É da responsabilidade do especialista determinar a melhor abordagem, metodologias e análise para garantir que todas as questões estejam adequadamente cobertas e avaliadas, incluindo todas as questões levantadas pelas Partes Interessadas e Afectadas (PI&As). Para cada estudo de especialidade, foi providenciada uma área de estudo preliminar. A área de estudo pode mudar à medida que mais informações relativas a cada estudo de especialidade sejam obtidas. Tendo isso em conta, cada área de estudo deve ser considerada nesta fase como preliminar. Em todos os casos os especialistas:

Avaliam a significância ambiental desses impactos, utilizando a metodologia prescrita pela

CES, dado que esta metodologia está em conformidade com as melhores práticas internacionais.

Garantem que o estudo trate de todas as questões relacionadas ao campo do especialista que foram levantadas como questões pelas partes interessadas durante a definição do âmbito.

8.1. ESTUDO 1 – AVALIAÇÃO DA VEGETAÇÃO Os termos de referência para a Avaliação da Vegetação são os seguintes:

a) Descrever e mapear diferentes unidades de vegetação e dos ecossistemas (por exemplo, pastagens, savana, ribeirinhos etc.) na área de mineração.

b) Descrever a biodiversidade florística e registar as espécies de plantas que ocorrem em cada tipo de vegetação.

c) Determinar as unidades de habitat para as funções dos ecossistemas críticos (por exemplo, controlo de erosão, serviço hidrológico etc.).

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d) Utilizar uma abordagem aleatória estratificada para levantamentos botânicos baseados em quadrículas de modo a descrever a biodiversidade e o estado ecológico de cada unidade de vegetação.

e) Descrever e mapear os ecossistemas raros, em perigo ou ameaçados.

f) Estabelecer e mapear áreas de vegetação e espécies sensíveis de interesse especial (lista de Dados Vermelhos da IUCN).

g) Identificar as espécies de plantas exóticas, avaliar o potencial invasivo e recomendar procedimentos de gestão.

h) Identificar e avaliar os impactos das perspectivas de mineração e infra-estruturas associadas à vegetação natural em termos de perda de habitat e fragmentação e degradação dos ecossistemas chave.

8.2. ESTUDO 2 – AVALIAÇÃO DA FAUNA TERRESTRE Os termos de referência para a Avaliação da Terrestre Fauna serão os seguintes:

a) Identificar e listar todas as espécies de vertebrados terrestres que ocorrem na área de mineração, com base na literatura, espécimes publicados ou registos do local, e ocorrências prováveis.

b) Registar as espécies de fauna identificadas na lista de área de mineração por: busca activa, situação oportunista e recolha de espécimes.

c) Descrever quaisquer novas espécies ou ocorrências.

d) Avaliar a preferência de habitat de fauna e usar essas preferências de habitat para avaliar a presença e a abundância das espécies de fauna.

e) Identificar espécies de especial preocupação usando como referência a Lista Vermelha de Dados da IUCN.

f) Definir e mapear habitats de fauna que são sensíveis e necessitam de conservação. Estes podem necessitar de ser definidos como áreas de Não Avançar ou áreas de Desenvolvimento Restrito.

g) Descrever os impactos actuais do uso da terra sobre os grupos faunísticos.

h) Identificar e avaliar a significância dos impactos sobre a fauna que podem resultar das operações de mineração.

8.3. ESTUDO 3 – USO DA TERRA E DOS RECURSOS NATURAIS A Avaliação do Uso de Recursos Naturais terá os seguintes termos de referência:

a) Adquirir um entendimento dos conhecimentos da comunidade e da dependência sobre o uso de recursos naturais, com o foco sobre as plantas.

b) Determinar a dependência das comunidades locais sobre os diferentes tipos de vegetação para a recolha de recursos naturais.

c) Determinar os níveis actuais de exploração de aves, mamíferos e répteis pequenos, em particular as espécies em perigo de extinção, e as espécies constantes no Anexo II – CITES

d) Obter informação da parte da comunidade relativamente ao seu entendimento do funcionamento ecológico do seu ambiente.

e) Identificar quais as espécies de plantas / animais que são usadas para os métodos tradicionais de cura

f) Discutir o feito das possíveis actividades de mineração sobre as comunidades relativamente ao uso de plantas indígenas;

g) Identificar os recursos naturais mais utilizados na área do projecto e determinar se alguns deles estão espacialmente limitados a certos locais onde as áreas de mineração propostas estarão localizadas.

h) Identificar as principais árvores de lenha e avaliar a sua abundância e possibilidade de substituição.

i) Avaliar a significância dos potenciais impactos de mineração sobre os recursos naturais e sobre as comunidades que os utilizam.

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j) Identificar acções de mitigação propriadas que possam reduzir os impactos negativos e optimizar os impactos positivos, onde possível.

8.4. ESTUDO 4 – AVALIAÇÃO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E AQUÁTICA Os seguintes são os termos de referência para a Avaliação das Águas Superficiais e Aquática:

a) Estabelecer a situação de base de referência do estado ecológico e da saúde geral dos rios nas proximidades em termos de:

Espécies indicadoras de invertebrados;

Química da Água (metais, nutrientes, parâmetros físicos e medições no campo; b) Determinar a importância ecológica de quaisquer sistemas fluviais que sejam

potencialmente impactados pela actividade de mineração; c) Identificar os utilizadores de água a montante e a jusante e comentar sobre os potenciais

impactos negativos; d) Avaliar a significância dos potenciais impactos da mineraçãosobre as águas de superfície

do ambiente aquático. e) Identificar acções de mitigação apropriadas que possam reduzir os impactos negativos e

optimizar os impactos positivos, onde possível. 8.5. ESTUDO 5 - AVALIAÇÃO DO IMPACTO SOCIOECONÓMICO Investigação sobre o ambiente social local irá centrar-se em questões relacionadas com os impactos do projecto, tais como o reassentamento do povoado, a segurança alimentar e as estruturas e interacções sociais. Os termos de referência específicos a serem utilizados pela CES são os seguintes:

a) Descrever o ambiente social local, com especial referência às comunidades que serão afectadas directamente pelo projecto.

b) Determinar o número de agregados familiares (e pessoas) que poderão ter que ser reassentadas como resultado do projecto.

c) Determinar o uso actual da terra na pegada da área de desenvolvimento e as áreas fora do limite do desenvolvimento que provavelmente serão afectadas indirectamente.

d) Avaliar a significância dos potenciais impactos ambientais e sociais sobre a população local e o distrito.

e) Avaliar como o projecto poderia contribuir para os programas de elevação dos padrões de vida da comunidade.

f) Estabelecer um entendimento de referência sobre o estado actual dos meios de subsistência, fontes de rendimento, níveis de educação e segurança alimentar.

g) Investigar os possíveis efeitos sobre os meios de vida, níveis de rendimento, níveis de educação, a segurança alimentar e outros factores relevantes para as comunidades afectadas.

h) Descrever e investigar os possíveis efeitos sobre as estruturas tradicionais e costumes culturais e religiosos.

i) Desenvolver um programa de monitoramento para garantir a implementação eficaz das medidas de mitigação recomendadas

8.6. ESTUDO 6 – AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS A Avaliação da Gestão de Resíduos incidirá sobre os impactos ambientais que possam surgir do manuseamento, armazenamento e eliminação de resíduos sólidos e líquidos provenientes das actividades de mineração e processamento mineral e instalações auxiliares. Os termos de referência específicos são os seguintes:

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a) Compilar um inventário (identificar, descrever e, se possível, quantificar) dos vários fluxos de resíduos a serem gerados pelas fontes. Tal não irá necessitar da análise de amostras de resíduos sólidos.

b) Descrever sucintamente os processos que dão origem aos fluxos de resíduos e os volumes antecipados e tonelagens de fluxos de resíduos.

c) Identificar e descrever os possíveis impactos de quaisquer resíduos sólidos e líquidos sobre a qualidade das águas de superfície e águas subterrâneas.

d) Avaliar os riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores nas minas e plantas de processamento e para os residentes dentro da área de influência do projecto.

e) Apresentar recomendações sobre as opções mais viáveis para a eliminação de resíduos sólidos e líquidos.

f) Descrever os níveis de resíduos perigosos no local, e fazer recomendações para a eliminação e/ou reciclagem desses materiais.

g) Relacionar os níveis de quaisquer resíduos potencialmente tóxicos para os padrões internacionais reconhecidos, e garantir que qualquer estratégia de gestão de resíduos esteja em conformidade com esses padrões.

8.7. ESTUDO 7 – AVALIAÇÃO DO TRÁFEGO Os termos de referência para este estudo são os seguintes:

a) Descrever o processo de mineração, com particular referência às questões de tráfego e de transporte, incluindo a quantificação de tráfego que se antecipa que seja gerado.

b) Descrever a rota rodoviária a partir do local da mina para Pemba e identificar as áreas sensíveis, tais como pontes, cruzamentos, povoados próximas da estrada e potencial engarrafamento ou áreas perigosas. A condição da estrada também será descrita.

c) Descrever o porto com detalhes sobre: actividades actuais, infra-estruturas e disposição, e capacidade do porto para acomodar a exportação do produto.

d) Rever a legislação moçambicana referentea problemas de tráfego e de transporte

8.8. ESTUDO 8 – AVALIAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E GEOQUÍMICA A investigação proposta será baseada numa abordagem faseada com o âmbito de trabalho (AdT) planeado conforme especificado a seguir: Fase A: Classificação do Aquífero e avaliação da situação de referência – estudo de gabinete, visitas de campo e hidrocenso. A Fase A incluirá as actividades seguintes:

a) Realizar um estudo de gabinete e revisão da informação de referência e relatórios históricos sobre as águas subterrâneasexistentes.

b) Efectuar um hidrocenso sobre os utilizadores para avaliar os usos existentes das águas de superfície e águas subterrâneas, localização e profundidade dos furos de água comunitários, níveis regionais de água, volumes de abstracção, fontes locais bem como receptores ambientais nas proximidades da abstracçãoproposta.

c) Recolher amostras dos furos de água e massas de águas de superfície existentes em conformidade com as directrizes sobre melhores práticas e análises de vinte (20) amostras de água para determinar a química macro e micro inorgânica e as ligações hidráulicas com base na hidroquímica.

d) Avaliar a geologia e geometria estrutural dos sistemas de aquífero a respeito das interacções hidráulicas nas proximidades das operações de mineração.

e) Interpretar os dados para auxiliar na classificação do aquífero e classificações de vulnerabilidade, e desenvolvimento de uma base de referência hidroquímica que possa ser defendida de um ponto de vista científico.

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Fase B: Caracterização do Aquífero – levantamento geofísico, perfuração de percussão e teste de aquífero A Fase B incluirá as actividades seguintes:

a) Usar o sensoriamento remoto e determinar as posições geofísicas transversais para delinear os potenciais lineamentos de subsuperfície e posicionar os alvos de perfuração.

b) Efectuar um levantamento geofísico para delinear as possíveis estruturas que actuem como trilhos preferenciais para a localização das águas subterrâneas e localizar estes alvos de perfuração.

c) Efectuar a perfuração de percussão de ar de furos de monitoramento e caracterização do local.

d) Executar testes de aquífero de curta duração, ou seja, testes de calibração de extracção coordenada seguidos por testes constantes de descarga incluindo a leitura de recuperação para avaliar os parâmetros hidráulicos como dados de entrada para o modelo de fluxo de águas subterrâneas.

Fase C: Modelação Geoquímica–classificação de resíduos, potencial de lixiviação da mina e de drenagem ácida da mina

A Fase C incluirá as actividades seguintes:

a) Efectuar a amostragem dos dados sobre material residual da mina para os testes de lixiviação e classificação dos resíduos.

b) Fazer uma avaliação geoquímica do material residual. c) Fazer uma análise laboratorial para obter dados para avaliar o a potencial Drenagem de

Ácido da Mina (DAM). Serão necessários os seguintes testes: i. Capacidade de Neutralizção de Ácido ii. Potencial de geração Líquida de ácido, iii. Potencial Total de Produção de Ácido iv. Potencial Líquido de Produção de Ácido

Fase D: Modelo de fluxo numérico de águas subterrâneas e transporte de massa

A Fase D incluirá as actividades seguintes:

a) Formular um modelo hidrogeológico conceitual usando os dados de geologia interpretados e a informação de caracterização do local.

b) Desenvolver um modelo tridimensional do fluxo regional de águas subterrâneasatravés da aplicação do software de modelação Finite Element FLOW (FEFLOW). O domínio do modelo é incluir a pegada das infraestruturas propostas.

c) Calibrar o modelo de fluxo de águas subterrâneas usando séries temporais específicas ao local.

d) Desenvolver um modelo de transporte numérico de massa utilizando o modelo de fluxo de águas subterrâneas como a base.

e) Usar o modelo calibrado para simular o cenário de gestão da seguinte forma: o Orientação do fluxo de estado estável das águas subterrâneas e velocidades do

fluxo.

o Potenciais volumes de influxo de águas subterrâneas e taxas de desidratação da mina.

o Potencial de infiltração derivada das instalações de eliminação de rejeitos e migração da pluma de transporte de massa com o tempo.

o Interacções entre as águas de superfície e águas subterrâneas.

o Alternativas à gestão de águas e medidas de mitigação em conformidade com as melhores práticas.

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Coastal& Environmental Services 89Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

Fase E: Interpretação dos dados e elaboração de relatórios

A Fase E incluirá as actividades seguintes:

a) Compilar um relatório de especialidade de hidrogeológica com conclusões e recomendações sobre os aspectos seguintes:

o Questões fatais e análise de lacunas. o Caracterização da situação de referência no local. o Classificação e vulnerabilidade do aquífero. o Resumo e interpretação do trabalho de campo o Modelo numérico do fluxo e transporte de massa das águas subterrâneas. o Matriz da avaliação de impactos ambientais e riscos. o Medidas de mitigação e de gestão. o Gestão integrada das águas de superfície e águas subterrâneas.

8.9. ESTUDO 9 – AVALIAÇÃO HIDROLÓGICA A Avaliação Hidrológica será incluída como um capítulo separado no presente REIA em vez de ser submetida na forma de um relatório de especialidade separado. Os termos de referência para a presente avaliação são os seguintes:

a) Providenciar uma caracterização básica dos recursos hídricos de superfície, incluindo as variações sazonais, com base na informação existente.

b) Determinar se haverá ou não uma perda líquida significativa de água derivada do sistema devido ao desenvolvimento proposto, e apresentar um comentário sobre as implicações a este respeito.

c) Apresentar um comentário sobre os riscos de poluição dos recursos hídricos de superfície no local do projecto.

d) Formular recomendações viáveis para a mitigação dos impactos sobre os recursos hídricos de superfície.

e) Determinar se haverá qualquer impacto cumulativo sobre os rios. f) Avaliar a significância ambiental destes impactos usando a metodologia prescrita pela CES. g) Apresentar recomendações viáveis sobre a mitigação dos impatos sobre a hidrologia e

morfologia fluvial dos rios. h) Recomendar acções para mitigar os impactos hidrológicos da evapotranspiração e da

redução do fluxo. i) Providenciar uma estimativa de alto nível sobre os fluxos ambientais cuja descarga deve ser

feita de modo a assegurar que os sistemas aquáticos a jusante continuem a funcionar, e que as necessidades humanas não sejam comprometidas a jusante das Instalações de Armazenamento de Rejeitos e da Lagoa de Armazenamento de Água. Caso tal não seja possível, formular o âmbito de trabalho que será necessário para determinar estes parâmetros antes da construção.

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9. CONCLUSÕES E CAMINHOS A SEGUIR 9.1. CONCLUSÕES 9.1.1. Conclusões biofísicas As áreas alvo, especificamente os depósitos referidos como Búfalo e Elefante, ocorrem no enquadramento de vegetação natural que está praticamente intacta e num estado relativamente bom. Existe uma diversidade alta de espécies de plantas e pressupõe-se, com base em observações originais, que a diversidade faunística também é relativamente alta considerando o país em geral. Em contraste, a vegetação e a diversidade de espécies em redor do depósito Leão têm sido alvo de impactos por parte das comunidades vizinhas e tem ocorrido o desmatamento de várias áreas para a plantação de culturas como sementes de gergelim e milho. Uma avaliação dos potenciais riscos neste local determinou que com a implementação de medidas de mitigação sólidas não existem quaisquer riscos biofísicos de destaque com relação a este projecto. Dos 15 riscos biofísicos identificados, oito foram identificados como riscos médiOS e sete como riscos menores (Tabela 9-1). Tabela 9.1: Resumo dos riscos biofísicos associados ao projecto

Questão Classificação da Significância

Potencial de Mitigação

Risco

Resíduos Gerais Moderada Facilmente Alcançável

MENOR

Resíduos Perigosos Elevada Alcançável MÉDIO

Contaminação de águas pluviais Elevada Alcançável MÉDIO

Contaminação da Águas Superficiais Moderada Difícil MÉDIO

Quantidade das Águas Subterrâneas Moderada Difícil MÉDIO

Qualidade das Águas Subterrâneas Elevada Alcançável MÉDIO

Ruído Baixa Alcançável MENOR

Qualidade do Ar Moderada Alcançável MENOR

Utilização de Energia Moderada Alcançável MENOR

Perda da biodiversidade (fauna e flora) Elevada Difícil MÉDIO

Fragmentação de habitats e perda de espécies de fauna e flora

Elevada Difícil MÉDIO

Biodiversidade e questões sobre o funcionamento dos ecossistemas associados com as actividades de mineração.

Moderada Difícil MÉDIO

Impactos da mineração sobre o solo e a produtividade agrícola

Baixa Difícil MENOR

Perda de bens e Serviços dos Ecossistemas

Baixa Difícil MENOR

Invasão por espécies exóticas Elevada Facilmente Alcançável

MENOR

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9.1.2. Conclusões Socioeconómicas No total existem nove riscos socioeconómicos associados com o projecto. Os dois principais riscos identificados são i) a migração interna por pessoas à procura de emprego e ii) segurança da comunidade como resultado do aumento de tráfego ao longo das estradas de transporte. Ambos estes riscos são considerados como riscos elevadosuma vez que são difíceis de mitigar. Contudo, a AIAS fará a investigação destes riscos a fim de determinar, em mais detalhe, de que forma se pode efectuar a gestão eficaz dos mesmos para reduzir o impacto que estes terão. Embora possa ser necessária alguma deslocação económica, as previsões indicam que esta será limitada devido ao número reduzido de machambas nesta área. Os sete riscos remanescentes foram todos considerados como constituindo riscos menores. Para além destes riscos, foram também identificadas duas oportunidades. Estas irão resultar não em riscos mas em benefícios consideráveis, nomeadamente, benefíciose desenvolvimento social a nível nacional e regional. Tabela 9.2: Resumo dos riscos socioeconómicos associados com o projecto

Questão Classificação da Significância

Potencial de Mitigação

Risco

Riscos associados com o emprego Baixa Alcançável MENOR

Condições de trabalho Baixa Alcançável MENOR

Saúde & Segurança Ocupacional Moderada Alcançável MENOR

Redução no acesso ao local por parte da comunidade

Moderada Alcançável MENOR

Segurança da Comunidade Moderada Alcançável MENOR

Impactos do Tráfego Elevada Difícil ELEVADO

Saúde comunitária e doenças transmissíveis

Moderada Alcançável MENOR

Benefícios nacionais e regionais Elevada (positiva) Facilmente Alcançável

SEM RISCO

Desenvolvimento Social Elevada (positiva) Facilmente Alcançável

SEM RISCO

Migração interna Moderada Muito difícil ELEVADO

Reassentamento Moderada Alcançável MENOR

9.2. CAMINHO A SEGUIR O presente estudo de pré-viabilidade ambiental e definição de âmbito e os termos de referência descreveu os riscos potenciais associados ao projecto e forneceu termos de referência detalhados para vários estudos especializados que serão necessários durante a fase de AIAS. Estes estudos irão provavelmente ser realizados em finais de 2016 e início de 2017. O relatório preparado para a AIAS será dividido em vários volumes, para abranger a informação conforme estipulado pelos requisitos da Legislação Moçambicana. Os volumes serão conforme indicado a seguir: Volume 1: Relatório de Definição de Âmbito (o presente Volume) Volume 2: Estudos de Especialidade Este volume será uma compilação de todos os estudos de especialidade descritos no Capítulo 8. Volume 3: Relatório de Impacto Ambiental e Social (REIA) O presente volume irá provavelmente incluir o indicado a seguir (mas chamamos a atenção para o facto de que o Índice aqui apresentado constitui uma indicação e poderá vir a ser alterado):

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Coastal& Environmental Services 92Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

1 INTRODUÇÃO 1.1 Justificativa do Projecto 1.2 Visão Geral 1.3 Visão Geral de Moçambique

2 PROCESSO DE AIAS

2.1 Equipa do projecto 2.2 Fases de pré-viabilidade e de definição de âmbito 2.3 Avaliação de Impacto Ambiental e Social (AIAS) 2.4 Plano de Engajamento das Partes Interessadas 2.5 Programa de Gestão Ambiental e Social 2.6 Relação entre a AIAS e os Padrões da IFC

3 QUADRO LEGAL

3.1 Legislação internacional 3.2 Legislação nacional 3.3 Convenções internacionais das quais Moçambique é signatário 3.4 Directrizes, padrões e políticas internacionais aplicáveis à mineração

4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

4.1 Localização 4.2 Processo de mineração 4.3 Desmatamento e preparação da terra 4.4 Captação de água 4.5 Transporte 4.6 Processamento 4.7 Transporte marítimo 4.8 Infraestruturas adicionais e habitação 4.9 Requisitos de trabalho e da força de trabalho 4.10 Políticas e práticas de gestão de recursos humanos 4.11 Execução do projecto - organização e gestão do projecto 4.12 Medidas de segurança 4.13 Alternativas do projecto

5 DESCRIÇÃO DO AMBIENTE BIOFÍSICO

5.1 Ambiente físico 5.1.1 Clima 5.1.2 Geologia e relevo 5.1.3 Águas Subterrâneas 5.1.4 Águas de Superfície e dos rios

5.2 Flora e vegetação 5.2.1 Descrição dos tipos de vegetação 5.2.2 Análise de sensibilidade

5.3 Fauna 5.4 Biodiversidade e conservação

6 DESCRIÇÃO DO AMBIENTE SOCIOECONÓMICO

6.1 Introdução 6.2 Níveis de governação

6.2.1 Nível provincial 6.2.2 Nível distrital 6.2.3 Estruturas de Chefia, Secções e Povoados

6.3 Distritos na área de estudo 6.4 Aspectos demográficos 6.5 Estratégias de subsistência

6.5.1 Agricultura 6.5.2 Pecuária

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Coastal& Environmental Services 93Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

6.5.3 Uso de recursos naturais 6.5.4 Acesso à terra

6.6 Padrão de vida 6.6.1 Rendimentos 6.6.2 Despesas 6.6.3 Segurança alimentar 6.6.4 Habitação

6.7 Situação histórica, política e sociocultural 6.7.1 História regional 6.7.2 Histórico das Comunidades 6.7.3 Religião e crenças e práticas culturais tradicionais 6.7.4 Sistema social contemporâneo, práticas e problemas sociais

6.8 Géneros 6.9 Juventude 6.10 Calendário sazonal 6.11 Infraestruturas sociais

6.11.1 Saúde 6.11.2 Educação

6.12 Transportes, comunicação e interacções entre as comunidades e as vilas 6.13 Necessidades e programas de desenvolvimento 6.14 Percepções da comunidade sobre o projecto 6.15 Determinação da população na área de estudo e pessoas afectadas pelo projecto

7 DESCRIÇÃO DAS PRÁTICAS DE USO DA TERRA

7.1 Usos actuais da terra em Moçambique 7.2 Práticas actuais de uso da terra na área de estudo 7.3 Níveis de agricultura na área de estudo

7.3.1 Cultivo 7.3.2 Práticas de uso da terra pelo gado 7.3.3 Limitações às práticas agrícolas actuais 7.3.4 Impactos do uso da terra

7.4 Determinação do tipo e extensão do uso da terra 8 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS BIOFÍSICOS

8.1 Introdução 8.2 Flora e fauna terrestres

8.2.1 Questão 1: Perda de habitats e da diversidade de espécies etc. 8.3 Ambiente Aquático 8.3.1 Impacto sobre a biodiversidade aquática, etc. 8.3 Monitoramento e gestão

9 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS

9.1 Introdução 9.2 Impactos socioeconómicos

9.2.1 Questão 1: Criação de emprego e incentive ao crescimento económico , etc. 9.3 Impactos do uso da terra

9.3.1 Questão 1: Redução no rendimento das colheitas , etc. 9.4 Reassentamento 9.5 Monitoramento e gestão .

10 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS DAS INFRAESTRUTURASE DOS RESÍDUOS

10.1 Transporte 10.2 Infra-estruturas 10.3 Avaliação de resíduos 10.4 Qualidade do ar

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10.6 Avaliação visual 10.7 Monitoramento e gestão

11 BENEFÍCIOS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO PROJECTO A NÍVEL REGIONAL & NACIONAL

11.1 Contexto 11.2 Alinhamento do projecto com a Política de Moçambique

12 RECOMENDAÇÕES 13 CONCLUSÕES Volume 4 : Relatório de Participação Pública A consulta pública termina com a elaboração de um relatório de consulta pública, que será submetido como parte da AIAS. Volume 5: Plano de Gestão Ambiental e Social Todas as recomendações citadas no relatório de AIAS (resultante do processo de AIAS) serão descritas no Programa de Gestão Social e Ambiental (PGSA), que irá fornecer detalhes sobre os Planos de Gestão Ambiental e Social (PGASs) que deverão ser implementados durante as fases de construção e operação do projecto. O desenvolvimento de muitos destes PGASs só será realizado após terem sido resolvidas e determinadas todas as questões relacionadas com a concepção e disposição do projecto. Documento do Resumo Não Técnico Este documento irá apresentar um breve resumo da AIAS.

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Coastal& Environmental Services 95Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

10. REFERÊNCIAS Burgess, N.D., G.P. Clarke, and W.A. Rodgers. 1998. Coastal forests of eastern Africa: status, species endemism and its possible causes. Biological Journal of the Linnean Society 64: 337-367 Boyd, R, 2010. The Geology and Geochemistry of the East African Orogen in Northeast Mozambique. South African Journal of Geology, 2010, Volume 113.1, Page 87-129. Club of Mozambique. 2007. Census: Definitive Results. [Online]. Available: http://www.clubofmozambique.com/solutions1/faq.php?cat_id=27 [2014, February 11]. Esterhuizen, I. 2012. Gemfields Completes Mozambique Ruby Acquisition. [Online]. Available: http://www.miningweekly.com/article/gemfields-completes-mozambique-ruby-acquisition-2012-02-27 [2013, 22 April]. Fischer, B. 2012. Discovering Wildlife in Potone Sacred Forest. Available online at: http://primeirasesegundas.net/2012/07/02/discovering-wildlife-in-potone-sacred-forest/. Site accessed: 23/07/2012 Frost, Peter. In: The Miombo in Transition: Woodlands and Welfare in Africa, 1996. Bruce Morgan Campbell (Editor). CIFOR. Gillespie R.G. and Clague D.A. (Eds.), 2009. Encyclopaedia of Islands. University of California Press. International Council on Mining and Metals. (2009). Good Practice on Occupational Health Risk Assessment. ICMM publishing, London, UK. 68pp. International Finance Corporation. 2006. Policy and Performance Standards on Social & Environmental Sustainability.The Environment and Social Development Department, International Finance Corporation. Washington. Available at http://www.ifc.org/ifcext/enviro.nsf/Content/EnvironmentalGuidelines International Finance Corporation. 2007. Stakeholder Engagement. A Good Practice Handbook for Doing Better Business in Emerging Markets. The Environment and Social Development Department, International Finance Corporation. Washington. Available at http://www.ifc.org/ifcext/enviro.nsf/Content/EnvironmentalGuidelines International Finance Corporation. 2007. Environmental, Health and Safety Guidelines for Mining. The Environment and Social Development Department, International Finance Corporation. Washington. Available at http://www.ifc.org/ifcext/enviro.nsf/Content/EnvironmentalGuidelines International Finance Corporation. 2009. Good practice guidance: Introduction of Health Impact Assessment. The Environment and Social Development Department, International Finance Corporation. Washington. Available at http://www.ifc.org/ifcext/enviro.nsf/Content/EnvironmentalGuidelines International Finance Corporation. 2011. Update of IFC’s Policy and Performance Standards on Environmental and Social Sustainability, and Access to Information Policy. The Environment and Social Development Department, International Finance Corporation. Washington. 14 April 2011. Knoema. 2007. Cabo Delgado ProvÍncia. [Online]. Available: http://knoema.com/atlas/Mozambique/Cabo-Delgado-prov%C3%ADncia [2015, February 11].

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Coastal& Environmental Services 96Suni Resources S.A, Projecto de Montepuez

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Estudo Final de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência – Janeiro 2017

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APENDICE 1 – CARTA DE CATEGORIZAÇÃO DO PROJECTO

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Estudo Final de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito e Termos de Referência – Janeiro 2017

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APENDICE 2 – CERTIFICADO DE AIA DA CES PELO MITADER