estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC – SETEC INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MARCELINA TERUKO FUJII MASCHIO ESTUDO SOBRE A POSSIBILIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Cuiabá - MT Junho 2009

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Page 1: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC – SETEC

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

MARCELINA TERUKO FUJII MASCHIO

ESTUDO SOBRE A POSSIBILIDADE DE

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Cuiabá - MT

Junho 2009

Page 2: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO - IFMT

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

E TECNOLÓGICA INCLUSIVA

MARCELINA TERUKO FUJII MASCHIO

ESTUDO SOBRE A POSSIBILIDADE DE

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Cuiabá - MT

Junho 2009

Page 3: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Ficha Catalográfica Maschio, Marcelina Teruko Fujii Título do Trabalho Cuiabá -MT, 2009 88 folhas Costa, Romeu Rony Cavalcante Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso Trabalho de Conclusão Curso de Especialização em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva

Page 4: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

MARCELINA TERUKO FUJII MASCHIO

ESTUDO SOBRE A POSSIBILIDADE DE

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação do Curso de Especialização em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, como exigência para a obtenção do título de Especialista.

Orientador: Prof. Dr .Romeu Rony Cavalcante da Costa

Co-Orientador: Prof. Msc. Vanderley Flor da Rosa

Cuiabá - MT

Setembro 2009

Page 5: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

MARCELINA TERUKO FUJII MASCHIO

ESTUDO SOBRE A POSSIBILIDADE DE

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Educação Profissional

e Tecnológica Inclusiva, submetido à Banca Examinadora composta pelos

Professores do Programa de Pós-Graduação do Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Especialista.

Aprovado em: ____________________

______________________________________________

Prof. Dr .Romeu Rony Cavalcante da Costa (Orientador)

Prof. MsC. Vanderley Flor da Rosa (Co-orientador)

______________________________________________

Prof. MSc. Lenir Antonio Hannecker (Membro da Banca)

_____________________________________________

Prof. MSc Luiz Carlos Cavalheiro da Silva (Membro da Banca)

Cuiabá - MT

Junho 2007

Page 6: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

DEDICATÓRIA

Às pessoas que são a razão de meu

viver Joelson, Maria Júlia e João

Matheus.

Page 7: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

AGRADECIMENTOS

Ao orientador Prof. Romeu Rony Cavalcante da Costa e Prof.

Vanderley Flor da Rosa pela dedicação e acompanhamento.

Aos professores da banca, Prof. Lenir Antonio Hannecker e

Prof. Luiz Carlos Cavalheiro da Silva pelas sugestões.

À UTFPR e toda comunidade acadêmica, pela oportunidade de

cumprir mais um etapa.

Aos membros do TECNEP, NAPNES, Coordenadores de Curso

e alunos, pela disponibilidade em contribuir com este trabalho.

Ao Franclin, Andrea Poletto, Bruna, Prof. Hildebrando,

organizadores e colaboradores do IFMT, docentes do curso, pelos

conhecimentos, disponibilização de materiais e acolhimento.

Aos amigos de curso, pelas trocas de experiências, dicas,

materiais e pela amizade.

Aos meus familiares, pela infinita paciência, compreensão e

bondade, durante todas as etapas da minha vida.

Page 8: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

A consciência da relação desigual é o primeiro momento

que pode explicitar uma nova necessidade.

SPOSITO, 1993

Page 9: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

RESUMO

O presente trabalho busca verificar se uma universidade, predominantemente tecnológica possui condições, tanto no que se refere a capital intelectual, quanto a laboratórios e equipamentos e principalmente, se há espaços nos projetos pedagógicos de cursos que possam incentivar e propiciar o desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (TA) nos cursos superiores ofertados, tanto de graduação tecnológica, licenciatura e bacharelados. Foi escolhida a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com 11 campi. Foram pesquisados alunos, professores, coordenadores de curso e representantes do NAPNES. Foram analisados os projetos de abertura e os projetos pedagógicos dos cursos (PPC), os regulamentos tanto de atividades complementares, como de trabalho de conclusão de curso (TCC). Também foram realizadas visitas em instituições que acolhem pessoas com deficiências e idosos. Também foram utilizados diálogos sistemáticos com alunos durantes as aulas de Metodologia da Pesquisa. Esta disciplina tinha por objetivo elaborar os projetos de pesquisa dos TCC. Este trabalho apresenta um caso de sucesso de um trabalho de TCC realizado por aluno sobre uma adaptação de rampas em cadeira de rodas. Conclui que a UTFPR possui características que permitam o desenvolvimento de TA e salienta a dificuldade de fomento para custeio de materiais necessários. Ressalta que é possível desenvolver TA desde que os alunos e professores sintam a necessidade e conheçam a importância deste trabalho no sentido de propiciar a busca da autonomia às pessoas com necessidades educacionais especiais, e acima de tudo, que docentes e estudantes possam saber que podem e devem contribuir para uma sociedade cada vez mais inclusiva.

Palavras-chave: Tecnologia Assistiva, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, pessoas com necessidades educacionais especiais.

Page 10: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

ABSTRACT

This study aims to determine whether a university has predominantly technological conditions, both with regard to intellectual capital, as the laboratories and equipment, especially if there are spaces in the pedagogical courses that can encourage and facilitate the development of Assistive Technology (TA) in the undergraduate courses offered both undergraduate technology degree and bachelor. She was named Federal University of Technology - Paraná (UTFPR), with 11 campuses. We surveyed students, teachers, course coordinators and representatives of NAPNES. We analyzed the projects and the opening of the pedagogical courses (PPC), the regulations of both complementary activities, such as working end of course (TCC). Also, visits were made in institutions that host people with disabilities and the elderly. Were also used systematic dialogue with students during classes in Research Methodology. This course aimed to develop research projects of the TCC. This paper presents a case of a successful work done by TCC student on an adaptation of ramps in a wheelchair. Concludes that the UTFPR has features that enable the development of TA and highlights the difficulty of funding for development of materials needed. He points out that it is possible to develop ED from students and teachers feel the need and know the importance of this work to facilitate the pursuit of independence to people with special educational needs, and above all, that teachers and students to know they can and should contribute to a society increasingly inclusive.

Keywords: Assistive Technology, Federal University of Technology - Paraná, people with special educational needs.

Page 11: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Tipos de Tecnologia Assistiva........................................... 27

Figura 2 Dispositivos para utilização de computadores................... 27

Figura 3 Adaptações Estruturais em Ambientes.............................. 28

Figura 4 Adaptações em veículos.................................................... 29

Figura 5 Bengala de alumínio, com ponteira rotativa....................... 30

Figura 6 Bengala eletrônica............................................................. 30

Figura 7 Mesa de relevo táteis......................................................... 31

Figura 8 Teclado ampliado com fio.................................................. 31

Figura 9 Ampliador automático........................................................ 32

Figura 10 Balança de banheiro.......................................................... 32

Figura 11 Leitor autônomo................................................................. 33

Figura 12 Óculos para longas distâncias........................................... 33

Figura 13 Pocket ampliador de caracteres........................................ 34

Figura 14 Ampliador portátil............................................................... 34

Figura 15 Ampliador portátil............................................................... 35

Figura 16 Virador de páginas............................................................. 35

Figura 17 Descrição do funcionamento da cadeira............................ 77

Figura 18 Sugestão de rampas.......................................................... 78

Figura 19 Acoplamento das rampas.................................................. 79

Figura 20 Lançamento das rampas................................................... 79

Figura 21 Projeção dos motores e das rampas................................. 80

Figura 22 Retorno à posição inicial.................................................... 80

Figura 23 Motor vidro elétrico............................................................ 81

Page 12: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Figura 24 Trilho em alumínio............................................................. 82

Figura 25 Modelo do formato de trilho............................................... 82

Figura 26 Acoplamento do motor no trilho......................................... 83

Figura 27 Sugestão de acionamentos...............................................

84

Page 13: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 13

2 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 16

3 OBJETIVOS........................................................................................... 18

3.1 OBJETIVO GERAL................................................................................. 18

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................... 18

4

DEFICIÊNCIA, FUNCIONALIDADE E TECNOLOGIA ASSISTIVA.......

19

4.1 DEFICIÊNCIA.......................................................................................... 19

4.2 FUNCIONALIDADE................................................................................. 20

4.3 TECNOLOGIA ASSISTIVA..................................................................... 23

4.3.1 Categorias de Tecnologia Assistiva (TA)................................................ 25

4.4 PRINCIPAIS TIPOS, SEGUNDO ÁREAS DE APLICAÇÃO.................... 27

4.4.1 Adaptações para Atividades da Vida Diária e da Vida Prática................ 27

4.4.2 Sistemas de Comunicação...................................................................... 27

4.4.3 Dispositivos para Utilização de Computadores....................................... 27

4.4.4 Unidades de Controle Ambiental............................................................. 28

4.4.5 Adaptações Estruturais em Ambientes Domésticos, Profissionais ou

Públicos...................................................................................................

28

4.4.6 Adequação da Postura Sentada............................................................. 28

4.4.7 Adaptações para Déficits Visuais e Auditivos......................................... 28

4.4.8 Equipamentos para a Mobilidade............................................................ 28

4.4.9 Adaptações em Veículos......................................................................... 29

4.4.10 Diversos.................................................................................................. 29

4.5 ALGUNS EXEMPLOS DE PRODUTOS COMERCIAIS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA.....................................................................

29

5

METODOLOGIA.....................................................................................

47

5.1 MÉTODO................................................................................................. 47

5.2 LOCAL DA PESQUISA........................................................................... 47

5.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA........................................................... 48

5.4 PROCEDIMENTOS................................................................................. 49

Page 14: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

5.5 COLETA DE DADOS.............................................................................. 50

5.6 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................... 51

6 RESULTADOS........................................................................................ 52

6.1 LOCAL DA PESQUISA: A UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA

FEDERAL DO PARANÁ (UTFPR)..........................................................

52

6.1.1 Descrição dos Cursos ofertados pela Universidade Tecnológica

Federal do Paraná (UTFPR)...................................................................

53

6.1.1.1 Cursos Técnicos de Nível Médio............................................................. 53

6.1.1.2 Cursos de Graduação............................................................................. 54

6.1.2 Relação dos cursos ofertados nos campi da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná (UTFPR)...................................................................

56

6.1.2.1 Cursos de Pós-Graduação lato sensu (Especialização)......................... 60

6.1.2.2 Cursos de Pós-Graduação stricto sensu............................................... 62

6.1.2.3 Outras atividades.................................................................................... 64

6.2 BUSCANDO POTENCIAIS DE DESENVOLVIMENTO EM TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UTFPR..................................................

64

7

RESULTADOS.......................................................................................

67

7.1 DISCUSSÕES: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES DO

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UTFPR.......

74

7.2 EXEMPLO DE UM CASO DE SUCESSO: O TRABALHO DE

CONCLUSAO DE CURSO DO ALUNO ROBERTO BATISTA DA

SILVA JUNIOR.......................................................................................

76

8

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................

85

9

REFERÊNCIAS……………………………………………………………….

87

Page 15: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, vive-se um momento bastante importante no que

refere-se a inclusão de grupos minoritários. Várias medidas vêm sendo

adotadas na busca de tentar corrigir ou minimizar algumas injustiças cometidas

historicamente pela sociedade. Entre as ações, pode-se citar a implantação do

sistema de cotas para no ingresso no Ensino Superior. Ressalta-se também a

tentativa de minimizar a desigualdade existente entre homens e mulheres, e

para tal, discute-se o cumprimento da lei de cotas para aumentar a

representação política das mulheres no legislativo. Já nem há tanta indignação

quando a informação via mídia televisiva, escrita ou Web noticía o preconceito,

maus tratos, abuso de poder, violência, entre tantas outras que invadem

nossas casas. A sociedade não pode perder a capacidade de indignar-se frente

a estes problemas que abalam as convicções do sentido ético da humanidade,

que acirram a intolerância e colocam em risco não só os direitos sociais, mas

acima de tudo, os direitos humanos, os direitos previstos na constituição

brasileira.

Também, parece que só recentemente veio à tona a preocupação

com a dificuldade de acesso de usuários de cadeiras de rodas, carrinhos de

bebê, idosos, obesos, entre outros, a locais públicos ou privados, em que

procura-se adequar as construções para atender aos princípios de

acessibilidade arquitetônica, que passou a ser fundamental, inclusive como um

dos critérios de avaliação do Ministério de Educação (MEC) em instituições

educacionais. Ressalta-se inclusive a preocupação com sítios e portais

públicos disponíveis na rede mundial de computadores para que seja acessível

às pessoas com ou sem deficiência, assim como, a presença de tradutores da

Língua Brasileira de Sinais (Libras) em eventos políticos, culturais, sociais, nos

programas de TV, entre outros.

Estas ações ganham mais adeptos a cada dia, em direção a um país

mais igualitário, equitativo em que se busca a tão esperada responsabilidade

social, que agora, é passível de ser certificada, assim como de ser incluída na

responsabilização dos entes públicos (accountability). Cita-se aí a Lei nº 10.098

de 19 de dezembro de 2000 que estabelece normas gerais e critérios básicos

Page 16: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

para a promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou

com mobilidade reduzida.

Sabe-se que a sociedade atual deve buscar mudanças na direção

de uma sociedade que inclua pessoas com e sem necessidades especiais e

uma das formas possíveis de auxiliar é propor soluções (que podem até ser

simples) tendo em vista facilitar ações da vida diária, como para a locomoção,

alimentação, educação, saúde, lazer, esporte, trabalho, educação, entre outras.

Para que possa efetivamente haver inclusão, torna-se necessário buscar todas

as formas possíveis de minimizar as dificuldades, seja com a utilização de

instrumentos simples que facilitem as atividades da vida diária, até complexos

e sofisticados programas e softwares que possibilitem uma vida mais

independente e autônoma. Estes instrumentos são chamados de Tecnologia

Assistiva.

Para Bersch (2006), os serviços de Tecnologia Assistiva são

normalmente transdisciplinares e envolvem profissionais de diversas áreas. No

Brasil, encontram-se também terminologias diferentes que aparecem como

sinônimos de Tecnologia Assistiva, tais como: "Ajudas Técnicas", "Tecnologia

de Apoio", "Tecnologia Adaptativa" e "Adaptações".

Para Bersch (2006) seu objetivo é proporcionar à pessoa com

deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através

da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente,

habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e

sociedade.

Pressupõe-se que alguns fatores podem facilitar o desenvolvimento

de Tecnologia Assistiva (TA), como: conhecimento, tecnologia, capital

intelectual presente nas pessoas, laboratórios e equipamentos. Desta forma,

locais férteis para seu desenvolvimento deveriam ser as escolas, os centros

educacionais, as universidades, atendendo ao princípio de ensino, pesquisa e

extensão.

Ciente de que nas universidades concentram-se vários fatores que

permitem e facilitam o desenvolvimento de Tecnologia Assistiva e a sociedade

espera que ela cumpra o seu papel no que se refere à devolutiva à sociedade

em forma de produtos, bens ou serviços, assim como, a responsabilidade de

formar profissionais, que além de conhecimentos técnicos e profissionais,

Page 17: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

adquiram também a formação humana, ética, que possibilite interagir, interferir

e contribuir na qualidade de vida e de cidadania da população. Caberia

também neste trabalho a reflexão quanto as dificuldades de fomento para

desenvolvimento de pesquisas que pudessem alavancar produções de novos

equipamentos nesta área, assim como, dos custos para a aquisição destes

equipamentos por parte do usuário, em que em grande parte, a família acaba

por assumir o ônus, ou então, muitos que poderiam se beneficiar, ficam à

margem por falta de condições financeiras.

Diante do exposto, o presente trabalho tem por objetivo verificar as

reais possibilidades de desenvolvimento de Tecnologia Assistiva nos cursos

superiores ofertados pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná

(UTFPR).

Page 18: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

2 JUSTIFICATIVA

A universidade, enquanto fundamental para o desenvolvimento

tecnológico e social de uma sociedade, possui raízes em dois modelos: o

humboldtiano, que ressalta a capacidade da especulação do saber e o

napoleônico que enfatiza o caráter instrumental da universidade como

produtora de forças profissionais, de cunho mais experimental. Os dois

modelos entendem que ela deve estar a serviço da sociedade. Desta forma,

mesmo a universidade considerada “clássica” ou a “tecnológica”, ambas têm

como objetivo primordial reverter o fruto de seu trabalho em benefício da

sociedade.

Compete à universidade, além de possibilitar o acesso ao

conhecimento historicamente acumulado pela humanidade, formar profissionais

que possam ter uma forte dimensão humana, ambientalmente e socialmente

responsável, conhecedor das mazelas sociais, para que possa,

independentemente de sua profissão ou formação, fazer uma leitura crítica do

mundo e nele poder interferir, atuando de forma ética.

Ao adentrar em uma universidade especializada por área de saber,

especificamente na área tecnológica verifica-se a existência de máquinas,

equipamentos, assim como pesquisadores e alunos ávidos por conhecimento,

com possibilidade de realizar pesquisas que possam originar em novos

produtos, processos, serviços, ou aperfeiçoar os já existentes. É preciso

apontar diretrizes para que as pesquisas lá desenvolvidas possam

efetivamente ser revertidas à sociedade, especialmente aos grupos

minoritários, que em muitos casos, permanecem à margem da sociedade.

Para Baroni (2008), então presidente do Conselho Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade) “a tecnologia é fundamental para

o deficiente ter uma vida autônoma” e compete à sociedade possibilitar a

autonomia destes. Assim, a educação profissional e tecnológica é cada vez

mais importante como elemento estratégico para garantir o exercício da

cidadania e para uma melhor inserção de jovens e trabalhadores na sociedade

contemporânea, plena de grandes e contínuas mudanças. É imprescindível

que, além de propor equipamentos que possam facilitar as tarefas da vida

Page 19: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

diária de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, possam, em

cosequência, auxiliar a terem maior autonomia, a fim de que possam participar

mais efetivamente na sociedade, exercendo seu papel de cidadão.

Inserir a UTFPR na complexa sociedade moderna é buscar

respostas para os desafios de que a humanidade necessita, do novo

conhecimento, da ciência, da inovação tecnológica, da educação, da pesquisa

e da capacitação, dos arranjos produtivos locais, da insercao social, do viés

humanitário, do desenvolvimento social, do acesso à cultura, que sao fatores

determinantes e indispensáveis para o desenvolvimento das nações.

A UTFPR tem, pois, a responsabilidade de continuar elevando seus

indicadores acadêmicos, por meio da formação que além de tecnológica possa

ser humanística, pois agora favorecida por um arcabouço jurídico conquistado

com a autonomia universitária, acrescido das possibilidades de buscar recursos

adicionais e de ampliar a mobilidade com instituições nacionais e

internacionais, que esta possa cada vez mais atender as demandas, os

anseios e as necessidades da sociedade, por meio de serviços, como o

desenvolvimento de tecnologia assistiva.

Uma característica fundamental dos cursos ofertados pela UTFPR, é

que estes, em sua maioria, são de natureza tecnológica, com viés industrial,

que possuem laboratórios e equipamentos bastante adequados que possam vir

a possibilitar o desenvolvimento de Tecnologia Assistiva. Outro ponto

fundamental é a existência de alguns grupos de pesquisa com características

que buscam a inovação tecnológica, que também poderiam ser bastante

favoráveis para tal fim. Acrescente-se a institucionalização do NAPNES em

cada um dos 11 campi instalados no Estado do Paraná, que promove ações

desde sensibilização e capacitação de servidores e alunos para uma

universidade que seja efetivamente inclusiva.

Page 20: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Verificar a possibilidade e o potencial de desenvolvimento de

Tecnologia Assistiva nos cursos superiores ofertados pela Universidade

Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Sensibilizar a UTFPR para que haja engajamento no

desenvolvimento de Tecnologia Assistiva.

Demonstrar aos envolvidos no curso (coordenador de curso,

docentes, alunos) a possibilidade de produção de Tecnologia Assistiva,

vinculada às áreas de atuação de cada curso, assim como, incentivar para que

possam visualizar quais equipamentos e materiais podem ser desenvolvidos.

Ampliar o número de alunos, docentes, servidores sensibilizados

para a Educação Inclusiva, para que estes atuem como multiplicadores no

desenvolvimento de Tecnologia Assistiva.

Page 21: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

4 DEFICIÊNCIA, FUNCIONALIDADE E TECNOLOGIA ASSISTIVA

Para melhorar a funcionalidade das pessoas com deficiência, podem

ser utilizados equipamentos diversos que permitam ou facilitem o convívio, a

fim de auxiliar nas atividades da vida diária, para buscar mais autonomia e

funcionalidade em vários aspectos, como por exemplo, na comunicação, na

mobilidade, na alimentação, dadas as limitações presentes. Cabe então,

primeiramente conhecer o que é deficiência, seus tipos e quais as suas

funcionalidades.

4.1 DEFICIÊNCIA

De acordo com a “Sociedade Inclusiva” (2008) da Pontificie

Universidade Católica de Minas Gerais - PUC-MG, deficiência é todo e

qualquer comprometimento que afeta a integridade da pessoa e traz prejuízos

na sua locomoção, na coordenação de movimento, na fala, na compreensão de

informações, na orientação espacial ou na percepção e contato com as outras

pessoas.

A deficiência gera dificuldades ou impossibilidade de execução de

atividades comuns às outras pessoas, e, inclusive, resulta na dificuldade da

manutenção de emprego. Diante disso, a Constituição Federal de 1998

dispensou tratamento diferenciado às pessoas com deficiência.

DEFICIÊNCIA FÍSICA é todo comprometimento da mobilidade,

coordenação motora geral ou da fala, causado por lesões neurológicas,

neuromusculares e ortopédicas ou ainda por má formação congênita ou

adquirida.

DEFICIÊNCIA MENTAL é um atraso ou lentidão no desenvolvimento

mental que pode ser percebido na maneira de falar, caminhar, escrever. O grau

de deficiência mental varia de leve a profundo.

Page 22: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

DEFICIÊNCIA VISUAL é caracterizada por uma limitação no campo

visual. Pode variar de cegueira total à visão subnormal. Neste caso, ocorre

diminuição na percepção de cores e mais dificuldades de adaptação à luz.

DEFICIÊNCIA AUDITIVA é a perda total ou parcial da capacidade de

compreender a fala através do ouvido. Pode ser surdez leve, nesse caso, a

pessoa consegue se expressar oralmente e perceber a voz humana com ou

sem a utilização de um aparelho. Pode ser ainda, surdez profunda.

4.2 FUNCIONALIDADE

Para Bersch (2008) o termo funcionalidade deve ser entendido num

sentido maior do que habilidade em realizar tarefa de interesse. De acordo com

a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF

da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2001), o objetivo geral da

classificação é proporcionar uma linguagem unificada e padronizada como um

sistema de descrição da saúde e de estados relacionados à saúde. Ela define

os componentes da saúde e alguns componentes do bem-estar relacionados à

saúde (tais como educação e trabalho). Os domínios contidos na CIF podem,

portanto, ser considerados como domínios da saúde e domínios relacionados à

saúde. Esses domínios são descritos com base na perspectiva do corpo, do

indivíduo e da sociedade em duas listas básicas: (1) Funções e Estruturas do

Corpo, e (2) Atividades e Participação. Como uma classificação, a CIF agrupa

sistematicamente diferentes domínios de uma pessoa em um determinado

estado de saúde.

Funcionalidade é um termo que abrange todas as funções do corpo,

atividades e participação; de maneira similar, incapacidade é um termo que

abrange incapacidades, limitação de atividades ou restrição na participação. A

CIF também relaciona os fatores ambientais que interagem com todos estes

construtos. Neste sentido, ela permite ao usuário registrar perfis úteis da

funcionalidade, incapacidade e saúde dos indivíduos em vários domínios.

Page 23: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Segundo a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), o

modelo de intervenção para a funcionalidade deve ser biopsicosocial e diz

respeito a avaliação e intervenção em:

• Funções e estruturas do corpo - Deficiência

• Atividades e participação - Limitações de atividades e de

participação.

Fatores Contextuais - Ambientais e pessoais

A CIF é uma classificação com múltiplos propósitos elaborada para servir a várias disciplinas e setores diferentes. Seus objetivos específicos podem ser resumidos da seguinte maneira: § fornecer uma base científica para a compreensão e o estudo dos determinantes e dos efeitos da saúde e das condições relacionadas à saúde; § estabelecer uma linguagem comum para a descrição da saúde e dos estados relacionados à saúde para melhorar a comunicação entre diferentes usuários, como profissionais de saúde, pesquisadores, o elaborador das políticas públicas e o público, inclusive pessoas com incapacidades; § permitir comparação de dados entre países, disciplinas relacionadas à saúde, entre os serviços e em diferentes momentos ao longo do tempo; § fornecer um esquema de codificação para sistemas de informações de saúde. Esses objetivos estão inter-relacionados desde que a necessidade e a utilização da CIF requerem a construção de um sistema prático e significante para ser aplicado em diferentes usos, na política de saúde, garantia de qualidade e avaliação de resultados em diferentes culturas.

Baseado na OMS (2003) a Classificação Internacional de

Funcionalidade (CFI) apresenta as seguintes definições:

a) Quanto às Funções e Estruturas do Corpo e Deficiências

Definições:

• Funções do Corpo são as funções fisiológicas dos sistemas

orgânicos (incluindo as funções psicológicas);

• Estruturas do Corpo são as partes anatômicas do corpo, tais

como, órgãos, membros e seus componentes;

• Deficiências são problemas nas funções ou na estrutura do corpo,

como um desvio importante ou uma perda.

Page 24: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

b) Quanto às Atividades e Participações/Limitações de Atividades e Restrições

de Participação

Definições:

• Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo.;

• Participação é o envolvimento numa situação da vida.

• Limitações de Atividades são dificuldades que um indivíduo pode

encontrar na execução de atividades.

• Restrições de Participação são problemas que um indivíduo pode

experimentar no envolvimento em situações reais da vida.

c) Quanto aos Fatores Contextuais

Representam o histórico completo da vida e do estilo de vida de um

indivíduo. Eles incluem dois fatores - Ambientais e Pessoais - que podem ter

efeito num indivíduo com uma determinada condição de saúde e sobre a

Saúde e os estados relacionados com a saúde do indivíduo.

d) Quanto aos Fatores Ambientais

Constituem o ambiente físico, social e atitudinal na qual as pessoas

vivem e conduzem sua vida. Esses fatores são externos aos indivíduos e

podem ter uma influência positiva ou negativa sobre o seu desempenho,

enquanto membros da sociedade, sobre a capacidade do indivíduo para

executar ações ou tarefas, ou sobre a função ou estrutura do corpo do

indivíduo.

e) Quanto aos Fatores Pessoais

São os históricos particulares da vida e do estilo de vida de um

indivíduo e englobam as características do indivíduo que não são parte de uma

condição de saúde ou de um estado de saúde. Esses fatores podem incluir o

sexo, raça, idade, outros estados de saúde, condição física, estilo de vida,

hábitos, educação recebida, diferentes maneiras de enfrentar problemas,

Page 25: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

antecedentes sociais, nível de instrução, profissão, experiência passada e

presente, (eventos na vida passada e na atual), padrão geral de

comportamento, caráter, características psicológicas individuais e outras

características, todas ou algumas das quais podem desempenhar um papel na

incapacidade em qualquer nível.

f) Quanto aos Modelos Conceituais

Para compreender e explicar a incapacidade e a funcionalidade

foram propostos vários modelos conceituais:

Quanto ao modelo médico: considera a incapacidade como um

problema da pessoa, causado diretamente pela doença, trauma ou outro

problema de saúde, que requer assistência médica sob a forma de tratamento

individual por profissionais. Os cuidados em relação à incapacidade têm por

objetivo a cura ou a adaptação do indivíduo e mudança de comportamento. A

assistência médica é considerada como a questão principal e, a nível político, a

principal resposta é a modificação ou reforma da política de saúde.

Quanto ao modelo social: o modelo social de incapacidade, por

sua vez, considera a questão principalmente como um problema criado pela

sociedade e, basicamente, como uma questão de integração plena do indivíduo

na sociedade. A incapacidade não é um atributo de um indivíduo, mas sim um

conjunto complexo de condições, muitas das quais criadas pelo ambiente

social.

Assim, a solução do problema requer uma ação social e é da

responsabilidade coletiva da sociedade fazer as modificações ambientais

necessárias para a participação plena das pessoas com incapacidades em

todas as áreas da vida social. Portanto, é uma questão atitudinal ou ideológica

que requer mudanças sociais que, a nível político, se transformam numa

questão de direitos humanos. De acordo com este modelo, a incapacidade é

uma questão política.

Quanto à abordagem biopsicossocial: a CIF baseia-se numa

integração desses dois modelos opostos. Para se obter a integração das várias

perspectivas de funcionalidade é utilizada uma abordagem "biopsicossocial".

Page 26: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Assim, a CIF tenta chegar a uma síntese que ofereça uma visão coerente das

diferentes perspectivas de saúde: biológica, individual e social.

4.3 TECNOLOGIA ASSISTIVA

De acordo com Bersch (2006) assistive technology, é um termo

presente na legislação norte-americana que regulamenta as pessoas com

deficiência nos Estados Unidos, traduzido no Brasil como “Tecnologia

Assistiva”. Ainda, segundo esta autora, a Tecnologia Assistiva é utilizada para

identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para

proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência.

Tem sido utilizado para referir-se a todo o conjunto de produtos especiais e

outros recursos que, de alguma maneira contribui para tornar viável uma vida

independente para as pessoas com deficiência.

O Comitê de Ajudas Técnicas da Secretaria Especial dos

Direitos Humanos (SEDH/PR) adota a seguinte definição de Tecnologia

Assistiva:

Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (CAT, 2007)

De acordo com Galvão Filho (2009) Tecnologia Assistiva, no

seu sentido mais amplo, vai além da mera consideração de artefato ou

ferramenta, para abarcar, também, a idéia de metodologias, processos ou

serviços.

Tecnologia Assistiva engloba todo e qualquer equipamento, produto

ou sistema que torna possível a essas pessoas melhor qualidade de vida,

através do aumento, manutenção ou da devolução das suas capacidades

funcionais. Os produtos e artefatos inseridos dentro de Tecnologia Assistiva

Page 27: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

podem variar desde uma simples bengala a um sistema computadorizado de

comunicação.

Estão incluídos, por exemplo, brinquedos e roupas adaptadas,

computadores e seus softwares, equipamentos de comunicação com aumento,

chaves e acionadores especiais, dispositivos para sentar e posicionar,

automóveis e adaptações para mobilidade manual e elétrica, aparelhos

auditivos, auxílios visuais, próteses e órteses, além de centenas de itens

adaptados ou disponíveis no mercado

O sítio “Tecnologia Assistiva” (2009) disponível no endereço http:

www.entreamigos.com.br define Tecnologia Assistiva como qualquer item,

peça de equipamento ou sistema de produtos, adquirido comercialmente ou

desenvolvido artesanalmente, produzido em série, modificado ou feito sob

medida, que é usado para aumentar, manter ou melhorar habilidades de

pessoas com limitações funcionais, sejam físicas ou sensoriais.

Bersch (2006) ressalta que a Tecnologia Assistiva é composta de

recursos e serviços. Os Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou

parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sobmedida utilizado para

aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com

deficiência. Os serviços são definidos como aqueles que auxiliam diretamente

uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos.

Para a autora os recursos podem variar de uma simples bengala a

um complexo sistema computadorizado. Estão incluídos brinquedos e roupas

adaptadas, computadores, softwares e hardwares especiais, que contemplam

questões de acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada,

recursos para mobilidade manual e elétrica, equipamentos de comunicação

alternativa, chaves e acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida,

auxílios visuais, materiais protéticos e milhares de outros itens confeccionados

ou disponíveis comercialmente. Os serviços são aqueles prestados

profissionalmente à pessoa com deficiência visando selecionar, obter ou usar

um instrumento de tecnologia assistiva. Como exemplo, as avaliações,

experimentação e treinamento de novos equipamentos. Os serviços de

Tecnologia assistiva são normalmente transdisciplinares envolvendo

profissionais de diversas áreas, tais como: Fisioterapia, Terapia Ocupacional,

Page 28: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Fonoaudiologia, Educação, Psicologia, Enfermagem, Medicina, Engenharia,

Arquitetura, Design e Técnicos de muitas outras especialidades

4.3.1 Categorias de Tecnologia Assistiva (TA)

De acordo com Bersch (2008) as diretrizes gerais da American with

Disabilities Act. (ADA), determinam esta classificação que pode variar segundo

alguns autores. Ressalta-se a importância conferida ao universo de recursos,

que eram confundidos com equipamentos da área médica/hospitalar, bem

como outros não reconhecidos como ajudas de vida diária. Esta classificação

organiza a utilização, prescrição, estudo e pesquisa destes materiais e

serviços, além de oferecer ao mercado focos específicos de trabalho e

especialização.

1. Auxílios para a vida diária - Materiais e produtos para auxílio em tarefas rotineiras tais como comer, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais, manutenção da casa, entre outros. 2. CAA (CSA) - Comunicação aumentativa (suplementar) e alternativa - Recursos, eletrônicos ou não, que permitem a comunicação expressiva e receptiva das pessoas sem a fala ou com limitações da mesma. São muito utilizadas as pranchas de comunicação com os símbolos PCS ou Bliss além de vocalizadores e softwares dedicados para este fim. 3. Recursos de acessibilidade ao computador - Equipamentos de entrada e saída (síntese de voz, Braille), auxílios alternativos de acesso (ponteiras de cabeça, de luz), teclados modificados ou alternativos, acionadores, softwares especiais (de reconhecimento de voz, entre outros), que permitem as pessoas com deficiência a usarem o computador. 4. Sistemas de controle de ambiente - Sistemas eletrônicos que permitem as pessoas com limitações moto-locomotoras, controlar remotamente aparelhos eletro-eletrônicos, sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. 5. Projetos arquitetônicos para acessibilidade - Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas, facilitando a locomoção da pessoa com deficiência. 6. Órteses e próteses - Troca ou ajuste de partes do corpo, faltantes ou de funcionamento comprometido, por membros artificiais ou outros recursos ortopédicos (talas, apoios etc.). Inclui-se os protéticos para auxiliar nos déficits ou limitações cognitivas, como os gravadores de fita magnética ou digital que funcionam como lembretes instantâneos.

Page 29: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

7. Adequação Postural - Adaptações para cadeira de rodas ou outro sistema de sentar, visando o conforto e distribuição adequada da pressão na superfície da pele (almofadas especiais, assentos e encostos anatômicos), bem como posicionadores e contentores que propiciam maior estabilidade e postura adequada do corpo através do suporte e posicionamento de tronco/cabeça/membros. 8. Auxílios de mobilidade - Cadeiras de rodas manuais e motorizadas, bases móveis, andadores, scooters de 3 rodas e qualquer outro veículo utilizado na melhoria da mobilidade pessoal. 9. Auxílios para cegos ou com visão sub-normal - Auxílios para grupos específicos que inclui lupas e lentes, Braille para equipamentos com síntese de voz, grandes telas de impressão, sistema de TV com aumento para leitura de documentos, publicações etc. 10. Auxílios para surdos ou com déficit auditivo - Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado - teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual, entre outros. 11. Adaptações em veículos - Acessórios e adaptações que possibilitam a condução do veículo, elevadores para cadeiras de rodas, camionetas modificadas e outros veículos automotores usados no transporte pessoal.

O sítio “Tecnologia Assistiva” (2009), complementa com as

seguintes características:

• A Tecnologia é considerada Assistiva quando é usada para auxiliar no desempenho funcional de atividades, reduzindo incapacidades para a realização de atividades da vida diária e da vida prática, nos diversos domínios do cotidiano. É diferente da tecnologia reabilitadora, usada, por exemplo, para auxiliar na recuperação de movimentos diminuídos. • Instrumentos são aqueles que requerem habilidades específicas do usuário para serem utilizados, por exemplo, uma cadeira de rodas, que precisa ser conduzida pelo usuário. Equipamentos são os dispositivos que não dependem de habilidades específicas do usuário, por exemplo, óculos, sistema de assento. • A Tecnologia Assistiva pode ser comercializada em série, sob encomenda ou desenvolvida artesanalmente. Se produzida para atender um caso específico, é denominada individualizada. Muitas vezes é preciso modificar dispositivos de tecnologia assistiva adquiridos no comércio, para que se adaptem a características individuais do usuário. • Pode ser simples ou complexa, dependendo dos materiais e da tecnologia empregados. • Pode ser geral, quando é aplicada à maioria das atividades que o usuário desenvolve (como um sistema de assento, que favorece diversas habilidades do usuário), ou específica, quando é utilizada em uma única atividade (por exemplo, instrumentos para a alimentação, aparelhos auditivos). • A Tecnologia Assistiva envolve tanto o objeto, ou seja, a tecnologia concreta (o equipamento ou instrumento), quanto o conhecimento requerido no processo de avaliação, criação, escolha e prescrição, isto é, a tecnologia teórica.

Page 30: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

4.4 PRINCIPAIS TIPOS, SEGUNDO ÁREAS DE APLICAÇÃO

Figura 1: Tipos de Tecnologia Assistiva

4.4.1 Adaptações para Atividades da Vida Diária e da Vida Prática

Dispositivos que auxiliam no desempenho de tarefas de

autocuidado, como o banho, o preparo de alimentos, a manutenção do lar,

alimentação, vestuário, entre outras.

4.4.2 Sistemas de Comunicação

Permitem o desenvolvimento da expressão e recepção de

mensagens. Existem sistemas computadorizados e manuais. Variam de acordo

com o tipo, severidade e progressão da incapacidade.

4.4.3 Dispositivos para Utilização de Computadores

Figura 2: Dispositivos para utilização de computadores

Existem recursos para recepção e emissão de mensagens, acessos

alternativos, teclados e mouses adaptados, que permitem a pessoas com

lesões físicas operar computadores.

4.4.4 Unidades de Controle Ambiental

São unidades computadorizadas que permitem o controle de

equipamentos eletrodomésticos, sistemas de segurança, de comunicação, de

iluminação, em casa ou em outros ambientes.

Page 31: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

4.4.5 Adaptações Estruturais em Ambientes Domésticos, Profissionais ou

Públicos

Figura 3: Adaptações Estruturais em Ambientes

São dispositivos que reduzem ou eliminam barreiras arquitetônicas,

como por exemplo, rampas, elevadores, entre outros.

4.4.6 Adequação da Postura Sentada

Existe um grande número de produtos que permitem montar

sistemas de assento e adaptações em cadeiras de rodas individualizadas.

Permitem uma adequação da postura sentada que favorece a estabilidade

corporal, a distribuição equilibrada da pressão na superfície da pele, o conforto,

o suporte postural.

4.4.7 Adaptações para Déficits Visuais e Auditivos

São lentes de aumento, telas aumentadas, sistemas de alerta

visuais, amplificadores e outros.

4.4.8 Equipamentos para a Mobilidade

São as cadeiras de rodas e outros equipamentos de mobilidade,

como andadores, bengalas, muletas e acessórios. Ao selecionar um dispositivo

de auxílio à mobilidade, este deve ser adequado à necessidade funcional do

usuário, avaliando-se força, equilíbrio, coordenação, capacidades cognitivas,

medidas antropométricas e postura funcional.

4.4.9 Adaptações em Veículos

Page 32: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Figura 4: Adaptações em veículos

Incluem as modificações em veículos para a direção segura,

sistemas para acesso e saída do veículo, como elevadores de plataforma ou

dobráveis, plataformas rotativas, plataformas sob o veículo, guindastes, tábuas

de transferência, correias e barras.

4.4.10 Diversos

Entre outros equipamentos existentes, adaptados às pessoas com

falta de audição, encontram-se a campainha luminosa; sinalizador de batidas

na porta; o despertador vibratório; o alarme luminoso; os celulares com

mensagem escrita e a babá com sinais luminosos.

4.5 ALGUNS EXEMPLOS DE PRODUTOS COMERCIAIS DE TECNOLOGIA

ASSISTIVA

Este tópico tem por objetivo elencar e demonstrar as possibilidades

de desenvolvimento de Tecnologia Assistiva, por meio da apresentação de

portfólios comerciais de produtos de empresas do ramo, disponíveis para

compra na rede mundial de computadores.

PRODUTOS COMERCIAIS DISPONIVEIS NA INTERNET

http://www.tecnologia-assistiva.org.br/faq.php

Page 33: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Figura 5: Bengala de alumínio, com ponteira rotativa

A bengala apresenta excelente custo/benefício com ponteira rotativa,

mesmo após muitos quilômetros de utilização e acrescido de duplo elástico

para a montagem, que permite ao usuário maior segurança. São extremamente

leves. Disponível nos tamanhos 90 a 140 cm, nas opções fibra de vidro, fibra

de carbono e alumínio.

Figura 6: Bengala eletrônica

É a primeira bengala eletrônica que detecta objetos ao nível dos pés,

pernas, tronco e cabeça. Baseada na tecnologia de ultrasson, que é a que

permite aos golfinhos encontrarem alimento e aos morcegos guiarem-se no

escuro, que permite detectar todos os objetos à frente, tanto ao nível dos pés e

pernas, como do tronco e da cabeça, fornece inclusive, informação da distância

para os obstáculos independentemente da sua textura, permitindo-lhe saber

para que lado é que deve deslocar-se para se desviar. Uma bengala normal

toca em objetos, ao nível do chão, no máximo a 1 metro de distância. Esta

detecta todos os objetos num raio de 4m, à sua frente, a qualquer altura. É

dobrável como uma bengala normal, tem um punho ergonômico e anatômico,

tem o tamanho que necessitar e pode usar o seu tipo de ponteira favorita. Toda

a informação dada é tátil, permitindo manter-se atento a todos os ruídos à

volta, o que melhora substancialmente a mobilidade.

Page 34: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Figura 7: Mesa de relevo táteis

Possibilita a criação de diagramas táteis e os fazer falar. Isto é, os

símbolos, ícones, regiões e toda a superfície tátil é explicada por voz humana.

Exemplo, ao estudar geografia do Brasil, tem-se um mapa com os diferentes

países representados em relevo. Ao tocar em determinado local, ouve com voz

humana, o nome do estado, se der dois toques ouve uma descrição histórica

sobre o estado, e assim sucessivamente. A mesa de relevos táteis vem com os

programas necessários para, também, poder construir os seus próprios

materiais didáticos, para que possa permitir e encorajar o estudo autônomo e

independente.

Figura 8: Teclado ampliado com fio

As pessoas com baixa visão necessitam de um maior contraste e

ampliação das teclas para desenvolverem perfeitamente o seu trabalho no

computador. Os teclados ampliados são teclados perfeitamente normais no

tamanho e funcionalidade, a diferença está na dimensão das teclas, no

tamanho das letras com um aumento de 400% relativamente aos teclados

tradicionais e no contraste mais intenso das letras face às cores das teclas. A

ampliação das teclas permite a uma pessoa com baixa visão ter uma maior

percepção de onde tem de pressionar sem cometer erros. Estes teclados são

indicados para usar juntamente com um bom software de ampliação permitindo

facilmente pressionar teclas de atalho e escrever livremente.

Page 35: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Figura 9: Ampliador automático

É o primeiro ampliador automático para as pessoas com baixa visão.

Permite às pessoas com baixa visão ler com facilidade. Ao contrário das "lupas

TV" ou os "ampliadores de caracteres", este digitaliza e captura a página

completa, de forma que a leitura seja mais prazerosa e dispensa o uso de

mesa de leitura. Pode apresentar texto como um simples parágrafo disposto de

acordo com as suas preferências: disposição por coluna; como linha contínua

(disposição por linha); e mesmo uma palavra de cada vez (palavra-a-palavra).

Ajuste a melhor velocidade de leitura e desloca o texto automaticamente, à

velocidade escolhida. Permitir deslocar manualmente o texto, também tem a

capacidade de deslocar passo-a-passo o que quer que esteja lendo.

Deslocamento do texto apenas na vertical. Não é necessário deslocar

manualmente o livro no ampliador; o texto é capturado e reordenado para ser

apresentado no monitor.

Pode alternar facilmente entre ler e escrever, utilizar o PC, ou

trabalhar no modo de divisão do monitor. Pode ainda escrever à mão, fazer

palavras cruzadas, ler o rótulo de uma garrafa.

Uma das melhores características é a portabilidade, pois dobra-se e

transforma-se num pacote compacto e leve. Sendo muito mais leve que um

ampliador de caracteres e tendo uma alça de transporte e pode ser facilmente

transportado de um cômodo para outro. Para viagens mais longas, está

disponível uma mala de transporte.

Figura 10: Balança de banheiro

Page 36: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

A balança é ligada automaticamente assim que subir nela. Existem

três padrões de medida de peso, que pode ser facilmente alterado, o resultado

é mostrado na tela que é bem larga e também falado pela balança.

Figura 11: Leitor autônomo

É aparentemente um scanner normal. Vê o documento, reconhece

todo o texto que o documento contiver e o lê em português, em poucos

segundos. Não necessita ser ligado ao PC, tem o seu próprio disco rígido com

espaço disponível para mais de dez milhões de páginas. Controle de volume e

da velocidade da fala com o toque de um botão. Lê desde cartas, panfletos,

jornais, relatórios, livros e qualquer outro documento escrito, permitindo-lhe

gravar para futura audição. Permite a leitura de códigos de barras, para fácil

identificação dos seus objetos.

Figura 12: Óculos para longas distâncias

Os óculos foram desenhados para situações em que a visão de

longe é requisitada. É rápido e eficaz para ver televisão, espetáculos (teatro,

cinema, etc.) ou até para utilizar em conferências. É constituído por duas lentes

fixas de 3 dioptrias, e duas lentes individualmente ajustáveis de 3 dioptrias

também (todas com revestimento anti-reflexo), permitindo uma ampliação de

2.1x. Calculado para permitir uma visão clara a aproximadamente 3m, dispõe

de um campo visual de 9º (1m / 3m), sendo especialmente adaptado para

indivíduos com distância interpupilar média entre 60mm e 68mm. Pode ser

utilizado durante horas, por ser de material particularmente leve.

Page 37: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Figura 13: Pocket ampliador de caracteres

É compacto, portátil, autônomo e leve ampliador de caracteres. Com

focagem automática e desenhado para ser verdadeiramente portátil, É fino e

leve, pesa apenas 250g. Por ser leve pode ser usado para ler detalhadamente

os preços nas lojas, as composições dos produtos alimentares no

supermercado, assinar pagamentos do cartão de crédito, ler cardápio nos

restaurantes, ler o programa no teatro, consultar os programas da televisão, ver

uma revista ou um jornal enquanto viaja. Através de uma câmera miniatura,

consegue transferir e aumentar a imagem do objeto para a tela de 5 polegadas.

A imagem da tela aparece em alto contraste (branco/preto ou preto/branco)

para uma melhor leitura e menos esforço visual. Inclui uma bolsa de transporte.

Ao levantar ou aproximar do objeto, pode-se controlar também a ampliação até

8x, podendo ver melhor o objeto. Incorporando uma bateria para mais de 2

horas de uso.

Figura 14: Ampliador portátil

Ampliador portátil, com apenas 1,2 kg, possibilita ampliar as imagens

ou texto, da lousa da sala de aula, ao longe, bem como de textos sobre a

mesa. Pode ser ligado a um monitor ou a um computador, via USB. Ligado ao

computador pode ser utilizado como filmadora. Não necessita de carregador ou

de bateria. A alimentação pode ser feita através do computador e todos os

comandos podem ser controlados pelo teclado do PC.

Page 38: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Figura 15: Ampliador portátil

Ampliador portátil, com apenas 1,2 kg, possibilita ampliar as imagens

ou texto, da lousa da sala de aula, ao longe, bem como de textos sobre a

mesa. Pode ser ligado a um monitor ou a um computador, via USB. Ligado ao

computador por ser utilizado como filmadora. Não necessita de carregador ou

de bateria.

Figura 16: Virador de páginas

Permite ao usuário o controle total e passo-a-passo no processo de

folhear um livro. As características únicas deste aparelho permitem que se

trabalhe com páginas amassadas, vincadas, grudentas ou mal anguladas.

Mesmo que o usuário esteja sentado ou deitado, as páginas podem ser

manipuladas com precisão, uma a uma ou sequencialmente caso for

necessário uma procura dirigida. A única assistência necessária externa ao

usuário é a colocação do documento a ser lido, posicionar o controle de

acionamento e ocasionalmente limpar o mecanismo. Pode ser comandada por

uma grande variedade de chaves e acionadores, além de unidades de controle

remoto. Não e necessário ajuste quanto ao tamanho de página, textura ou tipo

de documento. Aceita a maior parte dos livros e revistas de tamanho máximo

30 x 23 cm e até 5 cm de espessura (lombada). Possui cobertura plástica,

interna e externa, mantêm o documento a ser lido em posição firme e plana.

Uma fita elástica segura publicações finas como panfletos e revistas.

Page 39: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

O avanço e retrocesso das páginas, individual ou continuamente é

acionado por um rolo de borracha que dispensa o uso de fita adesiva ou cola.

Embutido no corpo do equipamento está um tripé dobrável para uso em mesas

e superfícies planas e possui uma prática alça para o transporte manual.

Ganchos traseiros permitem o uso em suportes ou mesas para leitura do

usuário em posição deitada.

Como anteriormente citado, neste trabalho, a apresentação de

produtos já disponíveis para comercialização, objetiva demonstrar o que já foi

produzido de modo que, ao visualizar o catálogo, este possa inspirar para o

desenvolvimento de outros produtos. A seguir será apresentado o Catálogo da

Tecnologia Assistiva da empresa MN.

QUADRO 1: Catálogo MN de Tecnologia Assistiva

Catálogo MN - TECNOLOGIA ASSISTIVA

PEGADOR: auxilia no vestuário e segura objetos leves de

metal com o ímã existente em sua extremidade. Sua

mandíbula, confeccionada em plástico resistente, segura

objetos leves de até 8 cm de largura.

PEGADOR DOBRÁVEL: possui um sistema de gatilho

eficiente que facilita a preensão de qualquer tipo de objeto.

ALÇA TIRACOLO PARA SACOLAS: a alça distribui o

peso de pesadas sacolas pelas costas e ombros. Ajuda a

eliminar lesões de tendão ao carregar sacolas utilizando

uma preensão em gancho por tempo prolongado.

CHAVEIRO: sua empunhadura de plástico resistente

fornece uma alavanca maior para facilitar o giro das

chaves. Para pessoas com artrite ou fraqueza preensora.

A chave é dobrável quando não utilizada.

Page 40: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

ANTI-DERRAPANTE: evita movimento em ambas as

superfícies, sem grudar nos objetos. Pode ser utilizado

sobre bandejas, mesas, como adaptação para preensão

ou para posicionamento de almofadas em cadeiras de

rodas.

ADAPTAÇÃO PARA TELEFONE: a alça flexível desta

adaptação ajusta-se facilmente em volta da mão,

fornecendo uma preensão segura e confortável. Ideal para

pessoas com preensão e destreza limitadas.

BANDEJA ADAPTÁVEL:estável, ajusta-se a quase todo

tipo de sofá ou cadeira com braço. Possui divisórias

internas. Um adaptador para cadeira de rodas permite que

a bandeja gire para facilitar o entrar e o sair da cadeira.

CORTADOR DE REMÉDIO: elimina a inexatidão ao se

dividir o medicamento. Possui um compartimento para

armazenagem de comprimidos.

DISPOSITIVO GIRATÓRIO EM "T": para pessoas com

destreza diminuída. Encaixa em maçanetas, chaves,

torneiras e outras alavancas irregulares.

TUBO DE ESPUMA: utilizado para engrossar cabos de

utensílios e ferramentas. Disponível em três diâmetros

externos e internos diferentes.

ADAPTAÇÃO PARA MEIA: o desenho desta adaptação

foi inspirado no formato do pé. O fundo achatado permite

que pés de qualquer tamanho deslizem facilmente. As

extensões laterais mantêm a meia aberta para fácil

colocação. As bordas suaves da adaptação não

machucam o pé nem desfiam as meias

ADAPTAÇÃO PARA MEIA-CALÇA: as canaletas de

plástico podem ser dobradas o quanto for necessário para

se ajustar a qualquer tamanho de meia. As tiras podem ser

ajustadas. Requer o uso de ambas as mãos.

Page 41: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

ADAPTAÇÃO PARA BOTÃO E ZÍPER:apresenta em uma

das extremidades uma adaptação para botão e, na outra,

um gancho para zíper. Possui cabo de madeira.

ADAPTAÇÃO PARA BOTÃO: esta adaptação de

borracha suave torna a tarefa de abotoar roupas mais fácil.

BASTÃO PARA VESTUÁRIO: uma das extremidades

possui um gancho em "C" e a outra, um gancho tipo

empurra-puxa. O comprimento desta adaptação faz com

que a pessoa não necessite curvar-se, tornando-a ideal

para aqueles com flexão de quadril diminuída ou

movimento limitado de membros superiores.

CADARÇO ELÁSTICO: é ideal para aqueles com flexão

de quadril diminuída ou destreza limitada. O nó e o laço

devem ser realizados apenas uma vez.

CADARÇO ELÁSTICO PARA TÊNIS: mais largos e mais

fáceis de manejar que outros cadarços elásticos.

CALÇADEIRA DE METAL: feita em aço e com

empunhadura de borracha de modo a facilitar a preensão.

CALÇADEIRA PLÁSTICA COM ALÇA: sua alça permite

uma preensão mais confortável para os dedos, podendo

ser utilizada para puxar meias.

ABDUTOR DE JOELHOS: oferece um posicionamento

confortável e eficiente em abdução de membros inferiores

quando na posição sentada ou deitada.

Page 42: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

ALMOFADA LAP TOP: ajuda a pessoa a manter um

correto posicionamento e evita o deslizamento, também

atua como uma barreira de segurança.

ALMOFADA LATERAL: acomoda pessoas menores em

cadeira de rodas de tamanho padrão. A espessura de 2,5

cm de cada lateral reduz a largura de uma cadeira de

rodas comum em 5 cm, fornecendo maior estabilidade.

DESCANSO DE BRAÇO PARA CADEIRA DE RODAS:

Feito de compensado, proporciona uma fácil entrada e

saída com um simples pivoteamento para cima. Pode ser

usado tanto do lado esquerdo quanto do lado direito.

SUPORTE DE BRAÇO: canaleta plástica e espuma para

elevação do braço. A canaleta é moldável com aquecedor

e possui um sistema de fixação e Velcro®.

SUPORTE DE BRAÇO: fornece apoio ao braço inteiro,

mantendo a integridade do ombro. Elimina pontos de

pressão e auxilia no posicionamento de tronco e membros

inferiores. Encaixa-se facilmente no braço da cadeira de

rodas.

SUPORTE DE BRAÇO EM ESPUMA: ideal para o

posicionamento de mãos durante o tratamento e exercício.

Posiciona e eleva o braço, assegura o conforto, além de

facilitar o controle de edema. Ajusta-se a bandejas, mesas

ou camas de maneira estável.

GOTEIRA COM FORRO NC: a combinação da goteira

com o forro fornece suporte e proteção para o pé. A goteira

é feita de espuma encapada de vinil.

PROTETOR PALMAR: permite movimentação livre dos

dedos, enquanto previne de maneira confortável o

aparecimento de contraturas de dedos e lacerações da

pele na palma.

Page 43: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

PROTETOR DE COTOVELO/CALCANHAR: protege o

cotovelo ou o calcanhar. Alivia úlcera de pressão.

Apresenta excelente conformidade em volta de

proeminências ósseas.

LUVA PARA CADEIRA DE RODAS: a meia luva permite

melhor destreza manual. O couro de pele de cabra macio é

durável e forte. A malha no dorso mantém as mãos

ventiladas.

ALÇA PARA MEMBROS INFERIORES: é uma adaptação

para pessoas com fraqueza de flexores de quadril após

recolocação total de quadril. O encaixe para mão facilita a

preensão.

ALMOFADA GIRATÓRIA: almofada que permite fácil

movimentação em qualquer direção. Auxilia na prevenção

de tensões nas costas e no quadril. Gira 360° para facilitar

o acesso e a saída de veículos.

CORDA PARA MUDANÇA DE DECÚBITO: a corda

possui apresenta quatro argolas espaçadas a cada 25 cm.

A argola longa na perna ou na estrutura da cama. É

necessária uma boa força de preensão.

ALMOFADA PORTÁTIL: a almofada portátil encaixa em

quase todos os tipos de cadeiras e cadeiras de rodas e

tem uma capa removível e lavável.

ADAPTAÇÃO REDONDA PARA SEGURAR CARTAS:

para pessoas com preensão limitada. As cartas

permanecem entre dois discos de plástico, eliminando a

necessidade de se segurar as cartas individualmente.

BARALHO PARA DÉFICIT VISUAL: os números, letras e

figuras são aumentados para rápido reconhecimento. As

cartas possuem tamanho padrão e uma cor para cada

naipe. Ideal para o uso de pessoas com pelo menos 5% de

visão normal.

Page 44: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

BARALHO JUMBO: cartas gigantes, de fácil visualização

e manejo. Para pessoas com déficit de preensão fina e

déficit visual. Cada carta mede 18 cm x 14 cm.

SUPORTE DE CARTAS EM MEIA-LUA: ideal para

pessoas com déficit de preensão. Mantém

confortavelmente cartas de tamanho padrão ou maiores.

Pode ser utilizado em mãos ou sobre a mesa.

SUPORTE DE CARTAS EM PLÁSTICO: para pessoas

com controle de movimentação de dedos limitada.

ADAPTAÇÃO BULBO PARA ESCRITA: adaptação de

plástico no formato de bulbo, utilizável em qualquer caneta

ou lápis padrão. Proporciona uma postura de escrita

confortável.

ADAPTAÇÃO TRIANGULAR PARA ESCRITA: disponível

em dois tamanhos: o pequeno ajusta-se à maioria dos

lápis e canetas comuns e o grande se ajusta à giz de cera

e canetas mais largas.

AUXILIAR PARA DIGITAÇÃO : deslize pela mão e ajuste-

o com o velcro®, para pacientes com preensão limitada ou

musculatura fraca de dedos. É necessária flexão de punho

e cotovelo. Ajustável com aquecedor.

AUXILIAR PARA ESCRITA: desenhado para se ajustar

firmemente a mão, esta adaptação de plástico moldável

segura lápis e canetas em ângulo ajustável.

ADAPTAÇÃO PARA ESCRITA: ferramenta de escrita

adaptável. Encaixe uma caneta, lápis ou pincel na

adaptação.

Page 45: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

ADAPTAÇÃO TUBO DE ESPUMA PARA ESCRITA:

proporcionam uma preensão confortável e são

antiderrapantes. Ajudam a reduzir a pressão na escrita e a

fadiga associada a ela.

CANETA ERGONÔMICA: caneta projetada

ergonomicamente para exigir pressão mínima na sua

apreensão. O suave ondulado na área do polegar permite

uma preensão mais segura.

ADAPTAÇÃO "PASSARINHO" PARA ESCRITA: ideal

para pessoas com déficit em coordenação, destreza ou

força de preensão. Pode ser utilizada por pessoas que não

possuem preensão em pinça.

SUPORTE DE LIVRO PARA CAMA: ajustável, pode servir

como mesinha, suporte ou bandeja de cama. Pode ser

angulado para uso na posição supina. Tiras de elástico

mantém livros ou revistas bem posicionados.

SUPORTE DE LIVRO: segura as páginas de um livro para

leitura ou para exposição. Apresenta duas hastes providas

de molas que facilitam as mudanças de páginas. Ideal para

pessoas que utilizem apenas uma das mãos.

ÓCULOS PRISMÁTICOS: colocam a imagem num ângulo

correto para que não seja necessário o movimento da

cabeça para ler um livro ou ver TV. Se necessário, ajusta-

se sobre lentes corretivas.

LUPA DE PENDURAR: é colocada em volta do pescoço,

deixando ambas as mãos livres. A lupa é mantida no lugar

pelos dois pés de espuma que descansam sobre o peito e

um cordão ajustável. A inserção bifocal fornece um

aumento de 5 vezes.

LUPA COM LUZ: feita de lente acrílica de cristal e corpo

de plástico rígido onde se acopla a lâmpada e um

compartimento de pilhas. Fornece um aumento de duas

vezes e o bifocal, de quatro vezes.

Page 46: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

LUPA DE PÁGINA INTEIRA: reduz o esforço dos olhos e

facilita a leitura de mapas, jornais e outros documentos.

Aumenta uma página inteira ao mesmo tempo.

LUPA HORIZONTAL: proporciona um aumento de duas

vezes. Funciona como uma régua ao seguir um texto,

aumentando linha por linha. Seu tamanho portátil permite o

acondicionamento fácil em bolsas ou no bolso.

PRATO COM RELEVO INTERNO: auxiliar valioso para

pessoas que se alimentam com apenas uma das mãos.

Sua borda não permite que o alimento caia para fora do

prato e facilita a alimentação com o garfo ou colher.

PRATO ADAPTADO: produto ideal para pessoas com

flexibilidade e coordenação motora limitadas, ataxia ou

outra desordem neurológica

BORDA DE PRATO INTERNA PEQUENA: aparador

moldado em plástico, utilizável em pratos de diferentes

diâmetros. Os ganchos são moldados diretamente na

unidade, sem apresentar emendas ou articulações.

BORDA DE PRATO INTERNA GRANDE: aparador

moldado em plástico, utilizável em pratos de diferentes

diâmetros. Os ganchos são moldados diretamente na

unidade, sem apresentar emendas ou articulações.

APARADOR DE COMIDA EM PLÁSTICO

TRANSPARENTE: ajusta-se a pratos de diferentes

diâmetros (22 cm a 25 cm), podendo ser colocado

rapidamente com o uso de uma única mão.

APARADOR DE COMIDA EM AÇO INOXIDÁVEL: evita o

acúmulo de comida que costuma acontecer em junções.

Não há parafusos, rebites ou peças separadas que

possam cair ou quebrar. Este aparador dá ao indivíduo

maior independência e ajusta-se a vários tipos de pratos.

Page 47: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

CANECA COM ALÇAS E TAMPA: possui uma tampa com

um bico que controla o fluxo do líquido. Suas duas alças

facilitam a empunhadura e sua larga base previne

tombamentos acidentais. Pode ir ao micro-ondas e à

máquina de lavar louças.

SUPORTE PARA CANUDOS E CANUDO FLEXÍVEL:

suporte para canudos desenhado para se ajustar a

qualquer canudo, prende-se a borda do copo. Com oito

furos que ajudam a manter os canudos no ângulo

desejado.

COPO ADAPTADO: permite preensão facilitada utilizando-

se somente o polegar e o indicador. Ideal para pessoas

com déficit de força muscular.

COPO RECORTADO: para pessoas com dificuldade em

estender a cabeça devido a lesão em nível de pescoço.

Também útil para crianças portadoras de paralisia

cerebral. O recorte permite a visualização do líquido pelo

terapeuta.

SUBSTITUIÇÃO DE PREENSÃO: ajustável através de

velcro e anel. Pode servir também como adaptação para

canetas e lápis. Fácil de colocar e tirar.

SUBSTITUIÇÃO DE PREENSÃO: desenhado

especialmente para quadriplégicos. Permite às pessoas

com preensão limitada ou ausente o uso de talheres,

instrumentos para escrita, etc.

SUBSTITUIÇÃO DE PREENSÃO COM SUPORTE DE

PUNHO: eficiente em casos de punho caído. Possui um

encaixe na palma que se mantém numa posição fixa.

Page 48: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

TALHERES: para pessoas com preensão deficitária,

permitem um máximo de controle com um mínimo de

esforço. Pode ser rodado para acomodar quase qualquer

tipo de dificuldade na alimentação.

COLHERES: possuem cabo emborrachado e são

facilmente anguladas. Vem encapados e protege os dentes

e lábios durante o uso. Ideal para pessoas com

espasticidade ou com pobre controle manual. Não é

recomendável para pessoas com forte reflexo de mordida.

TALHERES COM PESO: o peso do cabo (170 g)

proporciona maior controle sobre a movimentação. Ideal

para pessoas com controle manual limitado, com doença

de Parkinson ou espasticidade.

TALHERES: borracha macia, antiderrapante, com cabo

flexível que se adapta confortavelmente a qualquer tipo de

preensão e a qualquer ângulo.

TALHERES: borracha macia, antiderrapante, com cabo

flexível que se adapta confortavelmente a qualquer tipo de

preensão e a qualquer ângulo.

TALHER PEDIÁTRICO DE PLÁSTICO: proporciona à

criança uma preensão mais natural durante a alimentação.

Feito de plástico moldado. Vem com engrossador.

TALHER ENGROSSADO: desenhado para a mão artrítica,

compensa preensão e controle muscular deficitários. Uma

concavidade para o dedo indicador ajuda no controle

direcional. Feito de aço cirúrgico e cabo de polipropileno

TALHERES EM BALANÇO: útil para quando a

movimentação de punho e dedos está ausente ou limitada.

Estes talheres permitem que a comida permaneça sempre

nivelada.

Page 49: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Conforme já citado, ao exemplificar algumas variedades de

produtos, inclusive já disponíveis para comercialização, pretende-se que estes

possam inspirar o desenvolvimento de novos produtos, ou a partir destes,

realizar inovações, adaptações, ou simplesmente apresentar aos alunos,

docentes pesquisadores, coordenadores de cursos quais são os produtos de

Tecnologia Assistiva.

Page 50: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

5 METODOLOGIA

5.1 MÉTODO

O trabalho foi realizado em três partes:

a) um estudo exploratório;

b) investigação focalizada;

c) análise final e elaboração do relatório.

Na fase exploratória, foram identificadas as fontes de dados os

informantes. A investigação focalizada se iniciou com a coleta sistemática dos

dados documentais. Nesta parte da pesquisa documental foram realizadas

análises dos projetos de implantação dos cursos, planos de curso,

planejamentos de ensino, elaboração de formulário a ser encaminhado, entre

outros.

Esta pesquisa foi pautada pelo Estudo de Caso, pois esta pode ser

caracterizada como uma pesquisa empírica que: investiga um fenômeno

contemporâneo dentro de seu contexto real; as fronteiras entre o fenômeno e o

contexto não são claramente evidentes; múltiplas fontes de evidências são

utilizadas.

As aplicações do Estudo de Caso podem explicar ligações causais

em intervenções ou situações da vida real que são complexas para tratamento

através de estratégias experimentais ou de levantamento de dados.

5.2 LOCAL DA PESQUISA

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) é a

primeira universidade tecnológica do país. Esta foi transformada do Centro

Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR). Tem suas origens na

Escola de Aprendizes Artífices, fundada em 1909, por Nilo Peçanha. É possível

Page 51: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

confundir a história da educação profissional no Brasil com a própria história

das origens da UTFPR, pois esta herdou uma longa e expressiva trajetória

nesta modalidade de educação.

Atualmente, a UTFPR tem como principal foco a graduação, a pós-

graduação e a extensão. Oferece 56 cursos superiores (Tecnologia,

bacharelados, Engenharias e licenciaturas). A consolidação do ensino incentiva

o crescimento da pós-graduação, com a oferta dezenas de cursos de

especialização, seis mestrados e dois doutorados, além de grupos de

pesquisa.

A Universidade Tecnológica (UTFPR) também atende a necessidade

de pessoas que desejam qualificação profissional de nível médio, por meio da

oferta de cursos técnicos em diversas áreas do mercado. Na área de relações

empresariais e comunitárias, atua fortemente com o segmento empresarial e

comunitário, por meio do desenvolvimento de pesquisa aplicada, da cultura

empreendedora, de atividades sociais e extraclasse, entre outras.

Com abrangência em todas as regiões do estado do Paraná, a

UTFPR possui atualmente onze campi. Cada Campus oferta cursos de acordo

com a necessidade da região onde está instalado.

A UTFPR desenvolve cursos de Educação Básica, que

compreendem os Cursos Técnicos de Nível Médio, nas formas integrada e

subsequente, assim como na modalidade Proeja, cursos de Educação Superior

de Graduação, que são os Cursos Superiores de Tecnologia, Bacharelados e

Licenciaturas e cursos de pós-graduação stricto e lato sensu. Também oferta

cursos de extensão e de qualificação, visando a educação continuada.

5.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA

Participaram desta pesquisa os coordenadores dos cursos

superiores, docentes e os representantes dos NAPNES (Núcleo de

Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais), presente

nos onze campi da UTFPR.

Page 52: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

A amostra foi selecionada por participantes que retornaram os

questionários devidamente respondidos, assim como os que estavam

presentes quando da realização das entrevistas.

5.4 PROCEDIMENTOS

Inicialmente foram realizadas pesquisas em revistas especializadas,

visitas às instituições e organizações que possuem pessoas com mobilidade

reduzida ou baixa mobilidade para que possibilitasse verificar quais

equipamentos, produtos ou sistemas poderiam propiciar maior autonomia nas

atividades diárias das pessoas.

Foram realizadas visitas ao Instituto de Cegos na cidade de

Londrina, na Escola Especial Procopense, na VISIAUDIO, além de uma

específica com alunos da UTFPR ao Hospital João Lima, sendo as três últimas

citadas localizadas no município de Cornélio Procópio. Neste hospital a equipe

de alunos foi recebida por fisioterapeutas, professores de Educação Física,

Nutricionista, Psicóloga, Assistente Social, médicos, enfermeiras e cuidadores

de idosos. Estes contribuíram apresentando as maiores dificuldades e as

demandas existentes para embasar as possíveis alternativas de confecção de

Tecnologia Assistiva na UTFPR.

Após realização de levantamento bibliográfico acerca dos seguintes

temas: tecnologia assistiva, classificação e tipos, para entendimento prévio do

assunto a ser pesquisado, foram efetuadas análise de documentos

institucionais com o objetivo de verificar quais os cursos apresentam potencial

para o desenvolvimento de tecnologia assistiva (TA). Foram analisados os

projetos dos cursos superiores ofertados pela UTFPR, planos de cursos,

planos de ensino, as ementas, os laboratórios, os equipamentos, as áreas de

especialidade dos docentes e de laboratoristas que atuam nos cursos.

Discussão com os alunos durante as aulas de Metodologia da

Pesquisa a fim de explanar sobre as possibilidades de produção de Tecnologia

Assistiva, incentivando que estes visualizam as possibilidades de elaborar seus

projetos visando atender esta demanda de produção nas disciplinas de Projeto

Integrador e Trabalho de Conclusão de Curso

Page 53: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Envio aos representantes do NAPNES da planilha elaborada pelo

Gestor Estadual do Programa TECNEP – “Educação, Tecnologia e

Profissionalização para Alunos com Necessidades Educacionais Especiais” no

Paraná, Prof. Vanderley Flor da Rosa, também docente desta universidade. Foi

solicitado que encaminhassem as planilhas para preenchimento aos

coordenadores de curso.

5.5 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi feita por instrumentos como: observação e

questionário. A observação foi feita em visitas já citadas, assim como nas

oficinas e laboratórios dos cursos com o intuito de verificar se estes propiciam o

desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (TA).

Posteriormente foi realizada a coleta de dados, por meio de envio de

questionários via e-mail, apresentando o objetivo da pesquisa, aos

participantes bem como, para investigar a percepção, assim como para buscar

compreender suas concepções sobre a inclusão e sobre a possibilidade de

envolvimento no desenvolvimento de TA.

5.6 ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos dados ocorreu de forma a buscar relações entre as

informações coletadas e as teorias e pesquisas acerca do assunto. Foram

buscadas convergências e divergências entre as relações estabelecidas e as

informações coletadas acerca do desenvolvimento de TA, para traçar paralelos

entre elas.

Esta análise foi dividida em cinco etapas:

1ª) visitas às organizações e instituições para detectar necessidades

reais de Tecnologia Assistiva;

2ª) análise dos projetos de curso, ementas dos cursos ofertados pela

UTFPR;

Page 54: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

3ª) verificação das oficinas, equipamentos, laboratórios a fim de

verificar quais permitem e são adequados para o desenvolvimento de

Tecnologia Assisitiva;

4ª) envio de formulários para preenchimentos aos coordenadores de

curso e representantes dos NAPNES de cada campus; 3ª)análise dos

formulários;

5ª)análise do referencial teórico e;

6ª) busca de relação tais entre a teoria e os dados coletados.

As etapas tiveram como objetivo buscar característica que

possibilitem o desenvolvimento de TA, inclusive em situações de sala de aula,

isto é, de ensino e de aprendizagem.

Na última etapa estas características específicas encontradas em

cada grupo foram analisadas dinamicamente no levantamento e foram

acompanhadas de reflexão à luz da fundamentação teórica, tecendo

considerações para concluir o trabalho.

Page 55: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

6 RESULTADOS

6.1 LOCAL DA PESQUISA: A UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO

PARANÁ (UTFPR)

A Universidade Tecnológica no Paraná teve uma trajetória que

começou com a criação das Escolas de Aprendizes Artífices pelo então

presidente Nilo Peçanha, em 1909, cuja escola foi inaugurada um ano depois.

O ensino era destinado a garotos de camadas menos favorecidas da

sociedade, chamados de “desprovidos da sorte”. Em 1936, o ensino foi

tornando-se cada vez mais profissional até que, no ano seguinte, a escola

começou a ministrar o então chamado, ensino de 1º grau, e passou a chamar-

se Liceu Industrial do Paraná.

Com a organização da educação profissional em todo o país, em

1941, o Liceu passou a se chamar Escola Técnica de Curitiba, e, dois anos

depois, iniciaram-se os primeiros cursos técnicos: Construção de Motores,

Edificações, Desenho Técnico e Decoração de Interiores. Em 1959, o ensino

técnico foi unificado no país e a Instituição passou à denominação de Escola

Técnica Federal do Paraná.

Em 1974 foram implantados os primeiros cursos de curta duração de

Engenharia de Operações e, em 1978, a Instituição passou à condição de

Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná – CEFET-PR. Nas duas

décadas seguintes, o CEFET-PR implantou e consolidou seus cursos de

graduação e iniciou seus programas de pós-graduação. A partir de 1990,

ocorreu a expansão para o interior do Estado e o CEFET-PR passou a atuar

nos municípios Medianeira, Pato Branco, Cornélio Procópio, Ponta Grossa,

Campo Mourão e Dois Vizinhos.

Em outubro de 2005, o Projeto de Transformação do CEFET-PR em

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR foi sancionado pelo

Presidente da República. Em 2006, ao completar um ano de atividades como

Page 56: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Universidade, dois novos campi foram implantados nas cidades de Apucarana

e Londrina, iniciando suas atividades no 1o. semestre de 2007. Em 2007 a

Universidade contou com a implantação do Campus Toledo e do Campus

Francisco Beltrão. Atualmente a UTFPR possui 11 campi em funcionamento,

sendo predominante a atuação na área industrial.

6.1.1 Descrição dos Cursos ofertados pela Universidade Tecnológica Federal

do Paraná (UTFPR)

A UTFPR desenvolve, na área de ensino os cursos de Educação

Básica - que compreendem os Cursos Técnicos de Nível Médio, basicamente

na forma integrada e os cursos de Educação Superior de Graduação,

compreendendo os Cursos Superiores de Tecnologia, Bacharelados e

Licenciaturas.

6.1.1.1 Cursos Técnicos de Nível Médio

A UTFPR oferece os Cursos de Educação Profissional de Nível

Médio, conhecido como Curso Técnico. De acordo com a disponibilidade de

cada campus os cursos são ofertados em diferentes áreas e em três formas

distintas, de acordo com o nível de formação e idade do estudante, são elas:

Curso Técnico Integrado, Curso Técnico Integrado na Modalidade de Educação

de Jovens e Adultos - PROEJA e Curso Técnico Subsequente.

Cursos Técnicos Integrados – São cursos voltados aos estudantes

que possuem a formação no Ensino Fundamental. O termo integrado significa

que o curso garante tanto a formação do Ensino Médio quanto a formação

técnica profissional. Assim, ao concluir este curso, que tem duração de 04

(quatro) anos e confere ao formando o diploma de Técnico de Nível Médio, o

Page 57: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

estudante poderá prosseguir seus estudos em curso de nível superior e poderá

exercer uma atividade profissional técnica.

Cursos Técnicos Integrados na Modalidade de Educação de Jovens

e Adultos (PROEJA) – São cursos destinados aos jovens com idade acima dos

17 (dezessete) anos, que concluíram o Ensino Fundamental e buscam a

formação no Ensino Médio integrada à formação Técnica profissional sob a

forma de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O curso tem duração de 03

anos e confere ao formando o diploma de Técnico de Nível Médio, habilitando

o estudante ao prosseguimento de estudos em curso de nível superior e ao

exercício de uma atividade profissional técnica. O estudante deve ter idade

mínima de 17 (dezessete) anos na data da matrícula.

Curso Técnico Subsequente – Esta forma de curso é destinada aos

estudantes que já possuam formação no Ensino Médio e buscam somente a

formação Técnica de Nível Médio, tendo duração de 18 meses. Na UTFPR,

esta opção de curso só é ofertada no Campus Dois Vizinhos.

6.1.1.2 Cursos de Graduação

Engenharia Industrial: os cursos de Engenharia Industrial da UTFPR,

nas diferentes áreas e ênfases ofertadas, possuem, como diretrizes

orientadoras, um aprofundado embasamento científico (principalmente apoiado

nas matérias de Matemática e Física), e uma carga horária mínima de 50% em

atividades de laboratório para disciplinas de formação profissional. A prática

profissional é obrigatória, sendo obtida por intermédio da realização do Estágio

Curricular Supervisionado. Outra importante característica é a necessidade do

desenvolvimento de um projeto final, denominado de Trabalho de Conclusão

de Curso. Nesse Trabalho, o aluno irá aplicar e integrar os conhecimentos

adquiridos ao longo do curso e será desenvolvido sob o acompanhamento de

um professor orientador. Além dos diversos conhecimentos técnicos, inerentes

à formação do engenheiro, e visando uma formação integral, o curso possui

Page 58: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

considerável carga horária para disciplinas nas áreas de informática,

administração/gerenciamento e legislação, capacitando o profissional

engenheiro a exercer atividades como projetista, gerente, pesquisador,

consultor, professor, entre outras. O Curso tem duração de 10 semestres e, ao

final, o estudante recebe o Diploma de Engenheiro Industrial, o qual habilita-o

ao registro profissional no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia – CREA e ao prosseguimento da sua formação acadêmica em

curso de pós-graduação.

Engenharia de Produção: os Cursos de Engenharia de Produção

caracterizam-se por possuírem em sua estrutura curricular quatro diretrizes

principais:

• intensiva carga horária em disciplinas de embasamento científico

(Matemática e Física);

• oferta de disciplinas nas áreas de Economia e Administração;

• oferta de disciplinas relacionadas aos Sistemas de Produção;

• oferta de disciplinas de formação profissional específica,

dedicadas à ênfase de cada curso.

Na UTFPR, semelhante aos Cursos de Engenharia Industrial, os

cursos de Engenharia de Produção são desenvolvidos em 10 semestres,

incluindo-se o Estágio Curricular Supervisionado obrigatório e o Trabalho de

Conclusão de Curso, integrados à estrutura curricular. Ao estudante concluinte

é atribuído o título de Engenheiro de Produção, na sua respectiva área de

formação. O diploma possibilita o registro no Conselho de Classe e o

prosseguimento da sua formação acadêmica em curso de Pós-Graduação.

Bacharelado: são caracterizados por proporcionarem uma formação

ampla na área em que são ofertados. Para tal, a estrutura curricular contempla

as disciplinas de formação básica, disciplinas de formação profissional,

disciplinas de cunho tecnológico e conteúdos de formação complementar.

Esses cursos titulam seus estudantes com o grau de Bacharel e o diploma de

Bacharelado possibilita a continuidade de estudos em curso de Pós-

Graduação. Os Bacharelados da UTFPR, como as demais modalidades de

Page 59: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Graduação, são caracterizados por uma forte formação prática e de aplicações

tecnológicas.

Licenciatura: objetivam a formação de professores para as áreas em

que são ofertados. A estrutura curricular desses cursos contempla as

disciplinas de formação específica na área em que são ofertados, aliadas às

disciplinas necessárias à atividade didática, inerente à profissão-professor. O

estudante formado recebe o grau de Licenciado, que possibilita atuar como

professor nos sistemas de ensino público ou privado, bem com a continuidade

da sua formação acadêmica em curso de Pós-Graduação.

Cursos Superiores de Tecnologia (CSTs): objetivam formar

profissionais focados na inovação, no desenvolvimento e na aplicação da

tecnologia. A atuação do Tecnólogo se faz necessária em áreas que exigem

um elevado aprofundamento e especialização de conhecimentos tecnológicos.

A organização curricular desses cursos, na UTFPR, traz, entre suas

principais características e inovações, a estruturação de todas as atividades

educacionais fundamentadas nas bases da Ciência, da Tecnologia e da

Gestão, propiciando o domínio da Ciência pela aplicação em processos

tecnológicos, e o desenvolvimento no estudante de habilidades gerenciais pela

gestão do processo de aprendizagem vivenciado ao longo do curso.

Predominam, nas diretrizes curriculares dos CSTs, as atividades em

laboratórios, as atividades complementares de cunho social, cultural e de

extensão, o Estágio Curricular Supervisionado obrigatório e o Trabalho de

Conclusão de Curso.

Os CSTs na UTFPR são desenvolvidos em três anos, excluídos os

tempos necessários ao Estágio Curricular e ao Trabalho de Conclusão de

Curso. O estudante concluinte recebe o Diploma de Tecnólogo com

possibilidade do registro profissional no respectivo Conselho de Classe, bem

como o prosseguimento de estudos em cursos de Pós-Graduação.

6.1.2 Relação dos cursos ofertados nos campi da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná (UTFPR)

Page 60: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

CAMPUS APUCARANA

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Vestuário.

• Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda.

• Curso Superior de Tecnologia em Processos Químicos.

CAMPUS CAMPO MOURÃO

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Informática.

• Curso Superior de Tecnologia em Alimentos.

• Curso Superior de Tecnologia em Sistemas para Internet.

• Curso de Engenharia Ambiental.

• Curso de Engenharia de Produção Civil.

• Curso de Engenharia de Alimentos.

CAMPUS CORNÉLIO PROCÓPIO

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Eletrotécnica.

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Mecânica.

• Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial.

• Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

• Curso Superior de Tecnologia em Manutenção Industrial.

• Curso de Engenharia Industrial Elétrica - ênfase: Eletrotécnica.

• Curso de Engenharia Industrial Mecânica. Curso Técnico de Nível Médio

Integrado em Eletrotécnica

CAMPUS CURITIBA

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Eletrônica

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Gestão de Pequenas e Médias

Empresas

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Mecânica

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Segurança do Trabalho

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado - modalidade: Educação de Jovens e

Adultos (PROEJA) em Edificações

• Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial

• Curso Superior de Tecnologia em Comunicação Institucional

Page 61: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

• Curso Superior de Tecnologia em Design Gráfico

• Curso Superior de Tecnologia em Mecatrônica Industrial

• Curso Superior de Tecnologia em Processos Ambientais

• Curso Superior de Tecnologia em Radiologia

• Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações

• Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Informação

• Curso de Graduação (Bacharelado) em Design

• Curso de Graduação (Bacharelado) em Educação Física

• Curso de Graduação (Bacharelado) em Química

• Curso de Graduação (Licenciatura) em Letras Português-Inglês

• Curso de Graduação (Licenciatura) em Física

• Engenharia da Computação

• Engenharia Industrial Elétrica – ênfase: Automação

• Engenharia Industrial Elétrica – ênfase: Eletrônica/Telecomunicações

• Engenharia Industrial Elétrica – ênfase: Eletrotécnica

• Engenharia Industrial Mecânica

• Engenharia Produção Civil

• Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial

(CPGEI) – Mestrado / Doutorado

• Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE) - Mestrado

• Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais

(PPGEM) - Mestrado

• Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil

(PPGEC) – Mestrado

CAMPUS FRANCISCO BELTRÃO

• Curso Técnico de Nível Médio em Agropecuária

Modalidade: Subseqüente (Pós-Médio).

• Curso Superior de Tecnologia em Horticultura.

• Curso de Graduação em Zootecnia (bacharelado).

• Curso de Engenharia Florestal.

CAMPUS DOIS VIZINHOS

Page 62: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

• Curso Técnico de Nível Médio em Agropecuária Modalidade: Subsequente

(Pós-Médio).

• Curso Superior de Tecnologia em Horticultura.

• Curso de Graduação em Zootecnia (bacharelado).

• Curso de Engenharia Florestal.

CAMPUS LONDRINA

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Controle Ambiental modalidade:

Educação de Jovens e Adultos - PROEJA

• Curso Superior de Tecnologia em Alimentos

• Curso de Engenharia Ambiental

CAMPUS MEDIANEIRA

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Química.

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Segurança do Trabalho.

• Curso Superior de Tecnologia em Alimentos.

• Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistema

• Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental.

• Curso Superior de Tecnologia em Manutenção Industrial.

• Curso de Engenharia de Produção Agroindustrial.

CAMPUS PATO BRANCO

• Curso Técnico de Nível Médio em Geomensura.

• Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

• Curso Superior de Tecnologia em Manutenção Industrial.

• Curso Superior de Administração (Bacharelado).

• Curso Superior de Agronomia (Bacharelado).

• Curso Superior de Ciências Contábeis (Bacharelado).

• Curso Superior de Licenciatura em Letras Português-Inglês.

• Curso Superior de Licenciatura em Matemática.

• Curso Superior de Química (Bacharelado em Química Industrial/Licenciatura

em Química).

• Curso de Engenharia de Produção Civil.

• Curso de Engenharia de Produção Eletromecânica.

Page 63: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

• Curso de Engenharia de Computação.

• Curso de Engenharia Industrial Elétrica.

• Curso de Mestrado Acadêmico em Agronomia.

CAMPUS PONTA GROSSA

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Agroindústria.

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Mecânica

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Eletroeletrônica modalidade:

Educação de jovens e adultos (PROEJA).

• Curso Superior de Tecnologia em Alimentos.

• Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

• Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial.

• Curso Superior de Tecnologia em Fabricação Mecânica.

• Curso de Engenharia de Produção em Controle e Automação.

• Curso de Engenharia de Produção Mecânica.

• Mestrado em Engenharia da Produção.

• Mestrado em Educação Científica e Tecnológica.

CAMPUS TOLEDO

• Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Informática.

• Curso Superior de Tecnologia em Processos Químicos.

• Curso de Engenharia Industrial Elétrica. Ênfase: Automação.

6.1.2.1 Cursos de Pós-Graduação lato sensu (Especialização)

São ofertados cursos de pós-graduação lato sensu (Especialização)

nas seguintes áreas:

Campus Campo Mourão

• Curso de Especialização em Tecnologia e Gestão Agroindustrial

• Curso de Especialização em Auditoria Ambiental

Page 64: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Campus Cornélio Procópio

• Curso de Especialização em Engenharia e Segurança do Trabalho

• Curso de Especialização em Cultura, Tecnologia e Ensino de Línguas

• Curso de Especialização em Tecnologia Java

• MBA em Gestão da Produção

• Curso de Especialização em Automação e Controle de Processos Industriais

• Curso de Especialização em Gerontologia

• Curso de Especialização em Auditoria e Gestão Ambiental

• Curso de Especialização em Redes de Computadores

• Curso de Especialização em Configuração e Gerenciamento de Ativos

• Curso de Especialização em Informática na Educação

Campus Curitiba

• Curso de Especialização em Atividade Física na Empresa

• Curso de Especialização em Auditoria e Qualidade Ambiental

• Curso de Especialização em Automação Industrial

• Curso de Especialização em Comunicação e Cultura

• Curso de Especialização em Comunicação Empresarial – Assessoria de

Imprensa

• Curso de Especialização em Comunicação Empresarial e Institucional

• Curso de Especialização em Design de Interiores

• Curso de Especialização em Design de Mobiliário – Projeto e Gestão

• Curso de Especialização em Eficiência Energética na Indústria

• Curso de Especialização em Eletrônica de Potência e Acionamento Elétrico

• Curso de Especialização em Embalagem – Projeto e Produção

• Curso de Especialização em Engenharia e Segurança do Trabalho

• Curso de Especialização em Engenharia de Produção

• Curso de Especialização em Ensino de Línguas Estrangeiras Modernas

• Curso de Especialização em Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho

• Curso de Especialização em Gerência de Manutenção

• Curso de Especialização em Gerenciamento de Obras

• Curso de Especialização em Gestão da Manufatura

• Curso de Especialização em Gestão de Negócios

• Curso de Especialização em Gestão do Conhecimento nas Organizações

Page 65: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

• Curso de Especialização em Gestão do Desenvolvimento de Produtos

• Curso de Especialização em Gestão Educação Profissional – Modalidade EJA

• Curso de Especialização em Gestão Estratégica da Produção

• Curso de Especialização em Gestão Financeira

• Curso de Especialização em Gestão e Tecnologia da Informação

• Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira

• Curso de Especialização em Língua Estrangeira Moderna

• Curso de Especialização em Literatura Brasileira e História Nacional

• Curso de Especialização em Literatura Dramática e Teatro

• Curso de Especialização em Métodos Experimentais Aplicados ao Ensino da

Biologia

• Curso de Especialização em Métodos Experimentais Aplicados ao Ensino da

Química

• Curso de Especialização em Patologia das Construções

• Curso de Especialização em Química Analítica Ambiental

• Curso de Especialização em Técnicas de Fabricação e Produção Mecânica

• Curso de Especialização em Tecnologia da Inovação

• Curso de Especialização em Tecnologia Java

• Curso de Especialização em Teleinformática e Redes de Computadores

• Curso de Especialização em Televisão Digital

• Curso de Especialização em Tomografia

Campus Londrina

• Curso de Especialização em Educação Ambiental

• Curso de Especialização em Educação Profissional

• Curso de Especialização em Desenvolvimento de Produtos Alimentícios

• Curso de Especialização em Tecnologia Java

6.1.2.2 Cursos de Pós-Graduação stricto sensu

a) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e

Informática Industrial (CPGEI) - Campus Curitiba

Área de avaliação: Engenharia IV

Page 66: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Mestrado Acadêmico e Doutorado

Conceito Capes: 4

Áreas de Concentração: Engenharia Biomédica, Informática

Industrial, Telemática.

b) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de

Materiais - Campus Curitiba

Área de avaliação: Engenharia III

Mestrado Acadêmico

Conceito Capes: 3

Áreas de Concentração: Engenharia Térmica, Engenharia de

Materiais, Engenharia da Manufatura, Mecânica dos Solos e

Vibrações.

c) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção

(PPGEP) - Campus Ponta Grossa

Área de avaliação: Engenharia III

Mestrado Acadêmico

Conceito Capes: 3

Áreas de Concentração: Gestão Industrial

d) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - Campus

Curitiba

Área de avaliação: Engenharia I

Mestrado Acadêmico

Conceito Capes: 3

Áreas de Concentração: Construção Civil e Meio Ambiente

e) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE) -

Campus Pato Branco

Área de avaliação: Engenharia IV

Mestrado Acadêmico

Conceito Capes: 3

Áreas de Concentração: Sistemas e Processamento de Energia

Page 67: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

f) Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE) - Campus

Curitiba

Área de avaliação: Multidisciplinar

Mestrado Acadêmico e Doutorado

Conceito Capes: 4

Áreas de Concentração: Tecnologia & Desenvolvimento; Tecnologia

& Interação; Tecnologia & Trabalho.

g) Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA) - Campus

Pato Branco

Área de avaliação: Ciências Agrárias

Mestrado Acadêmico

Conceito Capes: 3

Áreas de Concentração: Produção Vegetal

h) Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia

(PPGECT) - Campus Ponta Grossa

Área de avaliação: Ensino de Ciência e Tecnologia

Mestrado Acadêmico

Conceito Capes: 4

Áreas de Concentração: Ciência, Tecnologia e Ensino

6.1.2.3 Outras Atividades

E, objetivando a construção de uma política pública inclusiva, a

instituição conta com o Programa TECNEP - Educação, Tecnologia e

Profissionalização para Alunos com Necessidades Educacionais Especiais.

Para isto o NAPNE - Núcleo de Atendimento aos Alunos com Necessidades

Educacionais Especiais é responsável pela articulação de pessoas e

instituições e pelo desenvolvimento de ações para criação de uma cultura de

Page 68: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

educação para a convivência, aceitação da diversidade, buscando a quebra

das barreiras arquitetônicas, educacionais e atitudinais.

A Instituição possui também o Programa Jovem Empreendedor, que

visa disseminar a cultura empreendedora na Universidade, oportunizando aos

alunos tornarem-se empresários de sucesso.

6.2 BUSCANDO POTENCIAIS DE DESENVOLVIMENTO EM TECNOLOGIA

ASSISTIVA NA UTFPR

Tendo em vista que em todos os cursos superiores ofertados pela

UTFPR preveem em seu Regulamento da Organização Didático-Pedagógica o

desenvolvimento de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), este permite

que a Tecnologia Assistiva seja desenvolvida por alunos no final de curso.

De acordo com o Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso

(TCC) para os cursos de Graduação da UTFPR (2006):

Art. 1.o - O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é uma atividade obrigatória, constituída por disciplinas/unidades curriculares dos currículos dos cursos de Graduação da UTFPR e tem como objetivos: I - Desenvolver a capacidade de aplicação dos conceitos e teorias adquiridas durante o curso de forma integrada, por meio da execução de um projeto de pesquisa. II - Desenvolver a capacidade de planejamento e disciplina para resolver problemas dentro das diversas áreas de formação. III - Despertar o interesse pela pesquisa como meio para a resolução de problemas. IV - Estimular o espírito empreendedor, por meio da execução de projetos que levem ao desenvolvimento de produtos, os quais possam ser patenteados e/ou comercializados. V - Intensificar a extensão universitária, por intermédio da resolução de problemas existentes nos diversos setores da sociedade. VI - Estimular a construção do conhecimento coletivo. VII - Estimular a interdisciplinaridade. VIII - Estimular a inovação tecnológica. IX - Estimular o espírito crítico e reflexivo no meio social onde está inserido. X - Estimular a formação continuada. Art. 2.o - O TCC poderá ser desenvolvido individualmente ou em equipe, podendo esta ser multidisciplinar, com participação de alunos de diferentes cursos, de acordo com normas complementares estabelecidas para cada curso. § 1.o - O TCC será caracterizado por uma pesquisa científica e/ou tecnológica aplicada.

Page 69: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

§ 2.o - É vedada a convalidação de TCC realizado em outro curso de graduação. Art. 3.o - O TCC constitui-se de uma atividade desenvolvida em duas etapas, denominadas TCC 1 e TCC 2 . Os cursos que adotam o regime anual poderão desenvolver uma única atividade de TCC (composta de TCC 1 e TCC 2) ao longo de um ano letivo.

Nesse trabalho, os alunos devem aplicar e integrar os conhecimentos

adquiridos ao longo do curso e será desenvolvido sob a orientação de um

professor orientador. Além dos diversos conhecimentos técnicos, inerentes à

formação, visando uma formação integral.

Outra possibilidade para ser explorada foram os Projetos

Integradores, presente nos cursos superiores, que têm por objetivo integrar,

através de uma atividade de projeto contextualizado, os conhecimentos

envolvidos nas unidades curriculares de cada módulo, geralmente a partir do

terceiro, dependendo do curso.

Após estudo de cada projeto de curso, foram sugeridas e

demonstradas, as possibilidades de pesquisar, projetar, desenvolver,

equipamentos, materiais pudessem ser desenvolvidos, dentro da

especificidade da área de conhecimento de cada curso. Além de demonstrar,

foram sugeridos os mais úteis e de fácil desenvolvimento, inicialmente, para

que se pudesse criar a cultura de que a UTFPR possui grande potencial nesta

área.

Outro ponto fundamental foi a sensibilização da comunidade para o

desenvolvimento do voluntariado, da responsabilidade social, de que é possível

transformar o nosso mundo em um mundo melhor, com menos desigualdade

social, de raça, de gênero, de religião, entre outros.

Page 70: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

7 RESULTADOS

Os resultados foram obtidos por meio de preenchimento de

formulários ou por Coordenadores de Curso, ou por representantes do

NAPNES, assim como de estudos efetuados nos projetos de abertura dos

cursos, nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) e em conversa com

alunos. É importante citar que as respostas foram transcritas literalmente, da

mesma forma em que foram enviadas pelos participantes das pesquisas e

outras foram preenchidas baseadas nos estudos já citados.

Entre as possibilidades de desenvolvimento de Tecnologia Assistiva

na UTFPR, destacam-se:

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS

ENGENHARIA DE ALIMENTOS

Elaboração de cardápios em Braille, ou com letras em alto relevo;

análise sensorial dos alimentos; solicitação junto aos órgãos competentes da

exigência de rótulos de produtos alimentícios alternativos (Braille) quando

solicitados, por exemplo, no SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor).

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO COMERCIAL ELÉTRICA

Elaborar cadeiras auxiliares automatizadas para entrada de pessoas

com mobilidade comprometida em piscinas com eixo rotatório; plataformas

elevatórias pneumáticas ou mecânicas que permitam o deslocamento de

pessoas que encontram-se nas macas para as camas hospitalares e vice-

versa; cadeira de rodas motorizada com controle inteligente e comando de voz;

“robôs” com controle remoto que realizem pequenas atividades, como por

exemplo, buscar equipamentos que não estejam ao alcance das mãos

(acionamento remoto de equipamentos domésticos).

Projetos voltados a acessibilidade atendendo as necessidades de

implantação, funcionamento, manutenção e operação de sistemas elétricos,

Page 71: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

automatizados, instalados em concessionárias de energia, indústrias, comércio

ou residências.

Elaborar e executar projetos de automação, utilizando técnicas de

acionamentos de máquinas, controladores e atuadores eletropneumáticos que

possibilitem maior autonomia na gestão comercial elétrica; acionamento de

rede elétrica remota ou por voz.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL

Ferramentas ou ambientes de aprendizagem voltado à acessibilidade

que permitam uma comunicação mais efetiva, cuidando sempre que toda

comunicação seja composta por mais de um estímulo, ou seja a combinação

da escrita com a falada, da imagem com a fala, entre outras; elaborar modelos

e layout de placas em braille para identificação de salas e de ambientes em

prédios, assim como de pequenas placas a serem colocadas nos

equipamentos e utilidades domésticas, placas com números em braille para

elevadores.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM CONCRETO

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MATERIAIS DE CONTRUÇÃO

Elaborar projetos visando acessibilidade arquitetônica, em todos os

seus aspectos, como largura de porta, barras em banheiros, rampas, entre

outros.

Utilização do concreto em áreas de edificações residenciais,

comerciais e industriais, viabilizando a acessibilidade de PNEs.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA

Utilizar roupas com etiquetas em braille.

Elaborar roupas que possuam bolsos para acondicionar aparelhos

auditivos, fones de ouvido ou qualquer aparelho ou instrumento de Tecnologia

Assistiva; roupas elaboradas de modo que permitam a passagem de fios,

acondicionamento de bolsas, entre outros; roupas adaptadas e elaboradas

visando amenizar eventuais faltas de membros.

Page 72: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MÓVEIS

Criar design que permita adaptações nos móveis residenciais e

comerciais, assim como àqueles que destinam-se a locais públicos (inclusive

cadeiras para obesos, para pessoas muito alta ou muito baixa; para cadeiras

com apoio de cabeça acolchoado de proteção aos movimentos involuntários...);

Propor móveis ergonomicamente customizados para casos

específicos.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN GRÁFICO

Adaptar material gráfico com texturas, alto relevo, letras maiores,

visando facilitar o acesso à comunicação.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

ENGENHARIA AMBIENTAL

Criar equipamentos com materiais que possam ser reutilizados,

readaptados ou reciclados. Assessorar os cursos de design de móveis ou de

moda para que elaborem modelos clássicos, que não necessitem seguir

ditames das tendências de cada época, pois isto acaba gerando mais resíduos,

dada a necessidade de comprar outros mais novos, por este modelo já estar

“ultrapassado” (consumismo exagerado).

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DA MANUFATURA

Planejar linhas de gestão da manufatura com sistemas especiais que

possibilitem ou facilitem a interação do aluno com deficiência com as máquinas

e facilidade de atuação na linha de produção.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO

Realização das manutenções necessárias aos equipamentos e

produtos de Tecnologia Assistiva.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL

Page 73: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Desenvolver projetos nas áreas de conhecimento em metrologia e

qualidade, produção e sistemas, eletroeletrônica, eletrônica digital, mecânica

estrutural, comunicações; materiais; fabricação, projetos, automação que

permitam o desenvolvimento de sistemas e produtos em TA.

Equipamentos com voz (elevadores, eletrodomésticos...).

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

MECÂNICA

Automatização de veículos.

Automatização de cadeiras de rodas.

Construção de plataformas elevatórias e elevadores.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS QUÍMICOS

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM QUÍMICA

AMBIENTAL/PROCESSOS AMBIENTAIS

Propor construção de processos e tecnologias para auxiliar e atender

PNEs no mercado por profissionais da área de química, habilitado para atuar

na resolução dos graves problemas ambientais, ocasionados pelo grande

crescimento populacional e industrial.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA

Desenvolver sistemas auxiliares ou próteses para a comunicação.

Propor técnicas para utilizar adequadamente e de forma otimizada

aplicadas aos PNEs, equipamentos de tecnologia na área para auxiliar os

serviços de saúde.

Elaborar equipamentos para facilitar a entrada nas máquinas de

radiologia.

Disponibilizar laudos “falados”.

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE

TELECOMUNICAÇÕES

Desenvolver equipamentos e serviços de telecomunicações, tendo

em vista o campo de atuação de PNEs nas empresas públicas e privadas que

Page 74: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

utilizam sistemas de radiotransmissão, telemática, telefonia fixa e celular,

televisão aberta e a cabo, internet

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS PARA INTERNET

ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO

DE SISTEMAS

Utilizar adaptações com a finalidade de possibilitar a interação, no

computador, a alunos com diferentes graus de comprometimento motor,

sensorial e/ou de comunicação e linguagem, em processos de ensino e de

aprendizagem.

Desenvolvimento de softwares específicos para atendimento das

especificidades.

Desenvolver controles para ambientes.

Desenvolver adaptações especiais, como tela sensível ao toque, ou

ao sopro, detector de ruídos, mouse acoplado a parte do corpo que possui

movimento voluntário e varredura automática de itens em velocidade ajustável.

ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA ÊNFASE AUTOMAÇÃO

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA ÊNFASE ELETRÔNICA

/TELECOMUNICAÇÕES

Comandar remotamente aparelhos eletrodomésticos, acender e

apagar luzes, abrir e fechar portas, enfim, ter um maior controle e

independência nas atividades da vida diária.

ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA ÊNFASE ELETROTÉCNICA

Desenvolver projetos ou produtos relacionados com a inserção de

PNEs e acessibilidade as atividades de trabalho visando possíveis adaptações

em áreas que possibilitem a inserção de PNES no mercado de trabalho em

geração, transmissão, distribuição e utilização de energia elétrica; sistemas de

potência; máquinas e equipamentos elétricos, instalações elétricas prediais,

comerciais e industriais; acionamentos industriais; fontes alternativas de

energia; sistemas de medição e controle elétrico.

Page 75: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

ENGENHARIA INDUSTRIAL MECÂNICA

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ELETROMECÂNICA

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO EM CONTROLE E AUTOMAÇÃO

Desenvolver produtos e projetos em engenharia do produto;

processos de manufatura; projeto de ferramental; método, análise,

planejamento e desenvolvimento de manufatura; arranjo físico de

equipamentos; planejamento; programação, manutenção e expedição de

produtos; controle de qualidade; manutenção de máquinas e instalações

mecânicas, assistência técnica; auditoria; fiscalização; análise e elaboração de

projetos industriais votados a acessibilidade.

Desenvolver sistemas que possibilitem suportar para texto ou livro

que facilitem a leitura para pessoas com deficiência

Adaptar veículos automotores de acordo com a especificidade;

Adaptar máquinas e equipamentos customizados.

Plataformas elevatórias para entrada com cadeiras de rodas em

veículos

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CIVIL

Projetos e produtos em executáveis em obras de construção civil

planejadas em projeto, prevendo o acesso de PNEs em sua implantação e nos

controle de sistemas produtivos, visando a integração dos fatores da produção,

qualidade do produto e otimização do processo.

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

Elaborar recursos e materiais didáticos alternativos, acompanhados

de suas respectivas estratégias de utilização, para auxiliar no processo de

ensino e aprendizagem como material dourado, ábaco, soroban, ciclo

trigonométrico, gráficos com alto relevo ou texturas, torre de Hanói.

Elaborar material para alfabetização como dominós em relevo, jogos

de memória.

Trabalhar com gráficos todos com colagens para que se possa “ler”

pelo tato.

Page 76: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

LICENCIATURA EM QUÍMICA/BACHARELADO EM QUÍMICA TECNOLÓGICA

- ÊNFASE QUÍMICA

Elaborar projetos e produtos que viabilizem a acessibilidade e a

inserção de PNEs nos processos de produção, tratamentos prévios e

complementares de produtos e resíduos; análises químicas e físico-químicas,

químico-biológicas, bromatológicas, toxicológicas, biotecnológicas e legais;

padronização e controle de qualidade; operação e manutenção de

equipamentos e instalações; pesquisa e desenvolvimento; gerenciamento,

coordenação, orientação e responsabilidade técnica na indústria e comércio.

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

Elaboração de sistemas de gestão de controle de manutenção de

equipamentos.

BACHARELADO EM AGRONOMIA

Criação de jardins sensoriais

BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Elaboração de sistemas de gestão de controle financeiro com

acessibilidade.

BACHARELADO EM DESIGN

Desenvolver trabalhos, projetos, exercícios posturais corretos para o

aluno com deficiência física, em cadeira adaptada ou de rodas, utilizando

almofadas, ou faixas para estabilização do tronco, ou velcro.

BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA/ÊNFASE ORIENTAÇÃO

DE ATIVIDADE FÍSICA E GESTÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

Estudo ergonômico customizado para elaboração de equipamentos

de Tecnologia Assistiva.

Projetos de estudo de ângulos dos movimentos corporais no auxílio

de equipamentos para reabilitação.

Page 77: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Propor trabalhos e projetos aplicáveis a acessibilidade em atividades

físicas, nas suas diversas manifestações: ginástica, exercícios físicos, esporte,

jogos, luta, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e

acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia,

relaxamento corporal, exercícios compensatórios a atividade laboral e do

cotidiano e outras práticas corporais.

BACHARELADO EM QUÍMICA INDUSTRIAL/LICENCIATURA EM

QUÍMICA

Estudo de composição química de produtos que visem lubrificação,

deslize, para equipamentos de tecnologia assistiva.

BACHARELADO EM ZOOTECNIA

Projetos com animais visando a reabilitação de pacientes.

7.1 DISCUSSÕES: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES DO

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NA UTFPR

Observa-se que após o envio dos formulários foi necessário o

reenvio dado o pequeno retorno de respostas por parte dos campi. As

tentativas de contato por telefone e e-mail também foram freqüentes. Nos

campi mais próximos foram realizadas visitas in loco. Este pode ser um

indicador da ainda falta de visualização da possibilidade de se criar um viés

acentuado de caráter humanístico nos tão pragmáticos centros de educação

profissional e de pesquisa tecnológica.

Um fator bastante pertinente a ser citado refere-se que os projetos

para desenvolvimento de Tecnologia Assistiva poderão ser fortemente

potencializados se elaborados em conjunto com vários cursos, de forma

multidisciplinar, multiprofissional, pois geralmente pode ocorrer de um curso

detectar a necessidade, mas não possuir o ferramental para executá-lo, ou

então, tem-se o instrumental, mas falta a demanda.

Page 78: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Um fator que merece destaque refere-se à quase totalidade dos

participantes que argumentaram que um grande limitador refere-se à falta de

disponibilidade de materiais necessários e recursos financeiros para o

desenvolvimento do projeto e/ou elaboração de protótipos.

Entre os docentes e alunos da parte de automação, foi citado

também a dificuldade de conversão e armazenamento de energia, nos casos

pertinentes.

Outro caso a ser enaltecido refere-se ao desejo de ousar, ou seja,

em conversas surgiram várias propostas e idéias com a utilização de

tecnologias complexas, como por exemplo, da utilização de nanotecnologia,

como por exemplo, para a emissão de cheiros e odores nos projetos, entre

outras citadas. Houve casos também de projetos em que ainda não se tem

acesso à tecnologia necessária, ou então, que muitas das idéias dependem por

enquanto, de pesquisas extremamente complexas.

Conclui-se que a já citada falta de recursos financeiros e materiais

para que possa desenvolver projetos, assim como fomento especifico para os

trabalhos de conclusão de curso e projetos integradores são os grandes

dificultadores de desenvolvimento de TA. Há que se buscar mobilização para

criar mecanismos de fomento junto aos órgãos competentes ou de parcerias

para o desenvolvimento de TA.

É possível afirmar que a UTFPR possui todas as condições

necessárias para desenvolver TA. Inclusive, por indicação do gestor estadual

do TECNEP, Prof. Vanderley Flor da Rosa, a TA foi incluída como uma das

linhas de desenvolvimento prevista nos Regulamentos de Trabalho de

Conclusão de Curso (TCC). Cabe registrar que a maior contribuição do

trabalho foi a sementinha plantada, da sensibilização de conhecer as

necessidades dos que possuem alguma necessidade específica, sobre o

“olhar” voltado para saber que se tem condições pessoais, físicas de

desenvolvimento de TA.

Page 79: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

7.2 EXEMPLO DE UM CASO DE SUCESSO: O TRABALHO DE CONCLUSAO

DE CURSO (TCC) DO ALUNO ROBERTO BATISTA DA SILVA JUNIOR

Entre vários trabalhos desenvolvidos por alunos da UTFPR, destaca-

se aqui o do ROBERTO BATISTA DA SILVA JUNIOR, como Trabalho de

Conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial,

orientado pelo Professor José Roberto Shimazaki. Este projeto começou a ser

esboçado nas aulas de Metodologia da Pesquisa, que tinha como um de seus

objetivos elaborar os projetos a serem desenvolvidos no TCC. Aqui será

transcrita, com a devida autorização do aluno, apenas o capitulo que trata

especificamente da parte técnica do projeto de uma cadeira de rodas adaptada

com rampas para transpor obstáculos em locais em que não há acessibilidade.

Torna-se pertinente a divulgação de um trabalho para que possa ter

idéia do nível de complexidade a que um trabalho desta natureza pode chegar

no desenvolvimento de Tecnologia Assistiva.

Título: Dispositivo para cadeira de rodas para transpor obstáculos de pequenas

alturas

Descrição de funcionamento

Consiste em um dispositivo que possa ser adicionado a cadeira

motorizada ou manual, a fim de auxiliar a subida de pequenos obstáculos

encontrados no trajeto da cadeira.

O projeto será separado em partes para melhor entendimento.

Page 80: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

1- Cadeira de rodas motorizada padrão;

2- Rampas para acesso aos obstáculos;

3- Conjunto de motores responsável por movimentar as

rampas;

4- Trilhos, pelos quais o conjunto de motores se desloca;

5- Acionamentos.

Cadeira de rodas motorizada padrão

Para este projeto foi escolhido aleatoriamente um modelo de cadeira

de rodas motorizada, neste caso um modelo da marca Baxmann Jaguaribe,

segue abaixo as especificações:

Aço com pintura epóxi, dobrável com apoio para braços

escamoteável, apoio para pés removível, almofada em espuma, controlador

com joystick de alta tecnologia, motores com redutor e freio eletromagnético

acoplado que acompanha 2 baterias e 1 carregador;

1

Figura 17- Descrição do funcionamento da cadeira

Page 81: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Altura 64 cm, Assento 44 cm, Peso c/ bateria 58 kg, Peso sem

bateria 29 kg indicado para usuário ate 90kg. Preço R$ 6.689,19.

Pode-se notar que o preço de uma cadeira de rodas motorizada não

é acessível a todas as pessoas com necessidades especiais, por isso o projeto

pode ser aplicado também à cadeira de rodas manuais, devendo fazer apenas

algumas modificações como, baterias, controles, e pequenas alterações na

estrutura da cadeira.

Rampas

Tem como finalidade alcançar o obstáculo ao qual impede a

locomoção do individuo, as rampas serão deslocadas através de um conjunto

de motores e trilhos até o obstáculo para que a cadeira possa utilizá-la como

apoio.

As rampas poderão ser confeccionadas em metal leve, não

influenciando assim no peso da cadeira, e auxiliando no dimensionamento dos

motores, não exigindo grande esforço dos mesmos.

O tipo de rampa escolhido como sugestão para o projeto tem as

seguintes especificações:

Rampa em alumínio perfurado (reduz substancialmente o peso,

mantendo a resistência) com superfície antiderrapante e comprimento total de

116 cm. Largura de cada rampa de 21 cm. Cada uma tem o peso de 3.1 kg e

agüenta uma carga máxima de 400 kg. Indicada para desníveis até 20 cm.

As informações correspondentes a tamanho podem ser alteradas

de acordo com cada cadeira.

Figura 18 – Sugestão de rampas

Page 82: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

A forma escolhida para junção das rampas com os motores é

através de conjunto de engrenagens, como mostra a Figura 19.

Conjunto de Motores

Composto por dois motores, um para lançar a rampa para frente da

cadeira (Figura 19), e o segundo transporta todo conjunto de motores e rampa

pelos trilhos, levando a rampa até o obstáculo (Figura 21), assim que a cadeira

sobe e passa pelas rampas, o primeiro e o segundo motor devolvem todo

conjunto para posição inicial (Figura 20).

Trilho acoplado à rampa

Motor

Parte interna do trilho, composta por engrenagens, ou “dentes”, para acoplamento do motor.

Figura 19– Acoplamento das rampas

Figura 20- Lançamento das Rampas

Page 83: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Os motores de corrente contínua são os mais aconselhados para

este projeto, pois são muito utilizados em serviços que necessitam de

velocidades variáveis, possuem uma região de potência constante e uma

característica de rápida aceleração e desaceleração.

Deve ser levado em conta para a escolha do motor:

Figura 21 - Projeção dos motores e das rampas

Figura 22– Retorno à posição inicial

Page 84: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

• Voltagem específica da bateria, de acordo com a cadeira

utilizada (normalmente 12 ou 24 volts);

• Velocidade das rampas (valor escolhido);

• Peso das rampas (variável de acordo com o material

escolhido);

• Peso do conjunto dos motores (de acordo com os motores

escolhidos + rampas).

Os valores adotados podem ser adequados de acordo com cada

caso.

Um exemplo seria os motores de vidro elétrico de automóveis, pois

podem ser encontrados facilmente em lojas de peças de automóveis, sendo

novos ou recondicionados (Figura 23).

Figura 23 – Motor vidro elétrico

Page 85: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

O modelo acima tem as seguintes especificações:

TABELA 1 - Especificações do motor sugerido

Tensão do Terminal Tensão nominal 12V/24V Tensão de teste 13.5V/27.0V

Sem carga Corrente 2.5A Max/1.25A Tem. de arranque 10V Max

Carregado Aumento de temperatura 40C ºMax Velocidade de operação 40-45 CPM

Travado Corrente 4A Max/2.0A Torque 12 +_ Nm

Existem vários outros modelos no mercado deve-se escolher de

acordo com cada projeto, pois os mesmos podem apresentar variações.

Trilhos

É através deles que os motores percorrem ao redor da cadeira,

podem ser confeccionados do mesmo material das rampas, seguindo como

sugestão o alumínio, possuem um formato interno de canaleta.

Os trilhos devem percorer toda a extensão inferior da cadeira,

ganhando um formato oval.

Figura 24– Trilho em Alumínio

Figura 25 – Modelo do Formato de Trilho

Page 86: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

A parte interna dos trilhos deverá conter dentes para encaixe do

motor.

Controle dos motores

Uma maneira simples de se controlar uma carga de potência

no motor é utilizar um reostato em série.

Variando-se a resistência do reostato, pode-se modificar a

corrente na carga e, portanto, a potência aplicada a ela. A grande desvantagem

deste tipo de controle, denoninado Linear, é que a queda de tensão no

reostato, multiplicada pela corrente que ele controla, gera uma grande

quantidade de calor.

O controle passa a dissipar e pedir mais potência que a

aplicada na própria carga em determinadas posições do ajuste. Outra

possibilidade é o emprego de um dispositivo de potência (normalmente um

transistor) que é controlado por um potenciômetro. Embora o potenciômetro

usado no controle dissipe pequena potência, pois a corrente nele é menor, a

potência dissipada pelo dispositivo que controla a corrente principal é elevada.

Na eletrônica moderna, o rendimento com pequenas perdas e

a ausência de grandes dissipadores que ocupem espaço é fundamental,

principalmente quando circuitos de alta potência estão sendo controlados.

Trilho acoplado à cadeira

Motor

Parte interna do trilho, composta por engrenagens, ou “dentes”, para acoplamento do motor

Figura 26 – Acoplamento do motor no trilho

Page 87: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Outra forma seria um controle de potência com outras

configurações de maior rendimento, como as que fazem uso das tecnologias

do PWM (Pulse Width Modulation) ou modulação da largura de pulso.

O principio é uma antiga idéia que foi utilizada no passado em

sistemas de telecomunicações e depois para controlar acionamentos de

inversores e motores.

PWM é um tipo de modulação no tempo, que consiste na

codificação de um determinado sinal num trem de pulsos de largura variável,

onde a informação do sinal está contida na largura dos pulsos.

Acionamentos

Os acionamentos referente aos motores das rampas e dos trilhos

devem ser adaptados no console da cadeira, proxímo aos originais do produto,

tendo fácil alcance das mãos, os tipos devem ser escolhidos de acordo com a

necessidade de cada usuário, tendo em vista dificuldades com a movimetação

das mãos e dedos.

Podem ser utilizados desde simples botões liga/desliga, até

comando de voz ativa, o ideal seria alavanca com controle de velocidade,

eletrônico ou não.

Neste exemplo é utilizado os botões liga/desliga, devido ao seu

baixo custo e facilidade na instalação.

Figura 27- Sugestões de acionamentos

Page 88: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observa-se que torna-se imprescindível, cada vez mais que as

universidades possam formar, além de profissionais, pessoas, no seu sentido

mais específico e nobre da palavra. Formar pessoas sensíveis às mazelas

sociais, à violência, ao preconceito, às desigualdades sociais e à gritante

diferença de distribuição de renda e de privilégios, com capacidade de atuar e

intervir na sociedade em que o índice de brasileiros jovens de 18 a 24 anos que

têm acesso ao Ensino Superior ainda é inferior a muitos países, inclusive

comparado aos países da América Latina. Então, aos que conseguem adentrar

é preciso que estes possam direcionar seus objetivos e incluir também as

questões sociais.

Este foi uma das premissas do presente trabalho, ou seja, unir

docentes, coordenadores de curso, alunos e a comunidade para que juntos

possam ousar na procura de caminhos, analisar os pontos fortes e as

fragilidades da UTFPR quanto a possibilidade, viabilidade, responsabilidade

inclusive social de se investir na pesquisa e na produção de Tecnologia

Assistiva.

Baseado na análise dos projetos dos cursos superiores que são

ofertados nesta universidade, nos seus 11 campi, e no espaço conquistado

pelos membros atuantes do TECNEP e NAPNES junto aos gestores, seja na

linha criada em seus regulamentos de TCC, seja nos projetos integradores e

grupos de pesquisa, salienta a necessidade de envolvimento de toda

comunidade acadêmica, para que haja convergência de objetivos comuns, que

neste caso especifico, foi a sensibilização e a motivação para o

desenvolvimento de Tecnologia Assistiva na universidade.

Foi preciso apontar caminhos, neste caso, levando-os a conhecer

as necessidades daqueles que possuem baixa ou mobilidade reduzida, mesmo

que temporariamente, para que pudessem visualizar como podem contribuir

para a autonomia na vida diária das pessoas, buscando desenvolver materiais,

produtos, recursos, sistemas, adaptações, próteses, órteses que possibilitem

facilitar e melhorar a qualidade de vida.

Page 89: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

Apesar de a pesquisa apontar a falta de fomento como um dos

grandes limitadores, cabe registrar que a intenção e a possibilidade de abrir a

perspectiva de atendimento a estas demandas já pode ser considerado um

pequeno ponto de partida para uma sociedade mais inclusiva.

É imprescindível que a sociedade possa abrir espaço para as

pessoas com necessidades educacionais especiais, para isto, é preciso que

haja mudanças de paradigmas e quebra de preconceitos. Salienta-se que a

sociedade é composta por pessoas e que esta só mudará se cada um, em seu

interior buscar esta mudança e sentir-se responsável por possibilitar em muitos

casos uma certa autonomia, oferecendo equipamentos que o auxiliem na vida

diária. A Educação Inclusiva vem ganhando paulatinamente novos sentidos e

novas concepções, desta forma há que se ter um esforço coletivo,

compartilhado, conjunto, entre a universidade e a sociedade, a fim de garantir

que as limitações possam aos poucos serem transpostas com o auxílio de

Tecnologia Assistiva.

Page 90: Estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento de tecnologia

9 REFERÊNCIAS

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