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EPI3
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Estudos de risco: Delineamento (desenho) da coorte
desfecho
Sem desfecho
Exposto
Não exposto
(controle)
População
elegível desfecho
Sem desfecho
investigador
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Risco
• Risco = Probabilidade de ocorrer um evento
• Qual a probabilidade de uma mulher que realiza cesariana eletiva ter um bebê que precise internação em UTI?
• A exposição a fatores (cesariana)PODE determinar a ocorrência (maior ou menor probabilidade) destes desfechos (UTI)
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Villar et al. Maternal and neonatal individual risks and benefits associated with caesarean delivery: multicentre prospective
study. BMJ. 2007;335(7628):1025
• OBJECTIVE: To assess the risks and benefits associated with caesarean delivery compared with vaginal delivery.
• DESIGN: Prospective cohort study within the 2005 WHO global survey on maternal and perinatal health.
• SETTING: 410 health facilities in 24 areas in eight randomly selected Latin American countries; 123 were randomly selected and 120 participated and provided data
• PARTICIPANTS: 106.546 deliveries reported during the three month study period, with data available for 97,095 (91% coverage).
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exposição
desfecho
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Expostas: CESARIANA ELETIVA
Não-expostas: PARTO VAGINAL TEMPO
TEMPO
Estudo de coorte
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Estudo de coorte: desenho
Internação em UTI
≥7dias
alojamento
Internação em UTI
≥7dias
alojamento
Expostos
Cesariana eletiva
Não expostos
Parto vaginal
População :
PUÉRPERAS
com feto único,
cefálico
com escolha
do tipo de parto
observador
tempo = horas/dias pós-parto
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Quiroz et al. Scheduled Cesarean Delivery: Maternal and Neonatal Risks in Primiparous Women in a Community Hospital Setting. Am J Perinatol. 2009
April ; 26(4): 271–277
• We compared the short-term maternal and neonatal outcomes of women who deliver by cesarean without labor compared with women who deliver by cesarean after labor or by vaginal birth. This was a retrospective cohort study of women delivering a first baby from 1998 to 2002. Hospital discharge diagnostic coding identified unlabored cesarean deliveries (UCDs), labored cesarean deliveries (LCDs), and vaginal births (VBs). Medical records were abstracted and mode of delivery confirmed. The three outcomes of interest were maternal bleeding complications, maternal febrile morbidity, and neonatal respiratory complications. Using logistic regression for each outcome, we investigated whether mode of delivery was associated with the outcome, independent of other factors. The study groups included 513 UCDs, 261 LCDs, and 251 VBs.
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Estudo de coorte: desenho
Complicações
respiratórias
Sem CR
Complicações
respiratórias
Sem CR
Expostos
Cesariana eletiva
Não expostos
Parto vaginal
População :
Primíparas
com feto único,
a termo
com escolha
do tipo de parto
observador
tempo = horas/dias pós-parto
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Exposição Desfecho
CONCORRENTE
Coorte concorrente
início do estudo
Início da observação
Exposição Desfecho
NÃO-CONCORRENTE
Coorte histórica
início do estudo
Início da observação
tempo
tempo
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Como medir o risco?
• Qual a probabilidade?
• Qual o risco?
• Qual a frequência?
• No estudo de coorte podemos medir incidência
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Medida de frequência –
Estudo 1
UTI A.C. Total Incidência
Cesariana
eletiva
(expostos)
1162 60.102 61.264
Parto vaginal
(não expostos)
562 10.677 11.239
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Estudo de coorte: medidas de freqüência diferentes formas de avaliar incidência
• Incidência acumulada
IA(t0,t) = (quando o follow-up é completo)
I = n. de casos incidentes t0 e t
N = população de onde originam os casos, constituída por indivíduos não doentes em t0.
Quando o follow-up não é completo
Função Hazard (Kaplan-meier)
0NI
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Estudo de coorte: medidas de freqüência diferentes formas de avaliar incidência
• Taxa de incidência ou densidade de incidência (também aplicável quando o follow-up não é completo, mede a força da morbidade)
TI(t0,t) =
I = n. de casos novos entre t0 e t
PT = pessoa tempo acumulada durante o estudo
PT
I
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Como medir associação entre exposição e
desfecho?
UTI AC Incidência
Cesariana eletiva 5%
Parto vaginal 1,9%
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Medida de associação – Risco relativo – RR (ou razão de riscos)
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Medidas de associação em estudo de coorte
Medidas do tipo razão de incidência
Risco Relativo (ou razão de riscos ou razão de incidências):
RR= incidência de casos em expostos sobre incidência de casos em não
expostos (relative risk or risk ratio)
Razão de Taxas (ou razão de densidade de incidência)
IDR=taxa nos expostos sobre taxa nos não-expostos (rate ratio)
Razão de Hazard (Hazard Ratio) –
HR = hazard nos expostos sobre hazard nos não-expostos
Medidas alternativas:
OR (odds ratio ou razão de chances)
Correlação linear
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Interpretando o RR
RR= 1
• Indica que a taxa de incidência da doença nos grupos de
expostos e não expostos são idênticas indicando que não há
associação observada entre exposição e doença
RR> 1
• Indica associação positiva ou risco aumentado entre os
expostos ao fator estudado em relação aos não expostos
RR< 1
• Indica que há uma associação inversa ou um risco diminuído
entre os expostos ao fator estudado é o chamado fator de
proteção
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COMO CONHECER O EFEITO DE UM FATOR DE
RISCO? ATRAVÉS DO CÁLCULO DAS MEDIDAS DE
EFEITO
• Quantos casos a mais da doença decorreram do fator?
• Proporcionalmente, em quanto foi aumentada a incidência da doença?
Risco atribuível
Risco atribuível percentual
As medidas de efeito encontradas indicam em que medida o efeito
observado se deveu à exposição.
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Medidas de efeito em estudo de coorte
1. Risco Atribuível (RA)
RA = Ie-Iē
É o número de casos entre expostos atribuídos exclusivamente à
exposição. Só pode ser utilizada em estudos de coorte ou estudo
experimentais, onde se pode estimar de forma mais precisa a incidência da
doença
2. Risco Atribuível Percentual (RAP)
RAP=Ie-Iē / Ie*100
É o percentual de casos expostos atribuídos exclusivamente à
exposição
3. Risco Atribuível Populacional
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RA = Ie-Iē
RA = 5,0% - 1,9% = 3,1%
Incidência
Cesariana eletiva
5,0%
Parto vaginal 1,9%
De cada 100 mulheres com cesariana, 3 bebês a mais ficarão em UTI, comparadas com mulheres de p. vaginal
Risco atribuível (à exposição) ou excesso de risco
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RAP=Ie-Iē / Ie*100
RAP = 3,1/5,0%= 62%
Nas mulheres com cesariana, 62% das internações de bebê em UTI são atribuíveis à cesariana
Risco atribuível percentual
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Estudo de coorte Ameaças à validade interna
Os resultados do estudo podem estar comprometidos por interferências que
podem conduzir a um aumento (superestimativa) ou diminuição (subestimativa)
indevida da associação observada.
Tais interferências podem ser de duas naturezas:
* viés
* confundimento
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Tipos de vieses
O viés é um erro sistemático oriundo da estratégia adotada no
desenho ou na condução do estudo. Podem ser:
• de seleção
Quando indivíduos têm diferentes probabilidades de serem
incluídos/perdidos na amostra do estudo, no que se refere à
exposição, em referência à população de estudo. A verdadeira
associação exposição/desfecho pode ser distorcida.
• de informação ou classificação ou aferição
Erro sistemático de mensuração de um evento (exposição ou
desfecho), quando os resultados podem ser imputados à maneira
como as variáveis são conceituadas ou medidas.
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Viés de seleção em estudos de coorte Durante o acompanhamento, algumas pacientes têm alta e não é
possível recuperar os dados de mãe e bebê. Se a perda for seletiva...
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Viés de informação em estudos de coorte Supondo que fosse uma coorte retrospectiva e eu aferisse o desfecho
com interesse diferente UTI, perguntando mais pelas mães com cesariana...
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Confundimento
ocorre quando os resultados de uma associação entre dois fatores podem ser imputados, total ou parcialmente, a um terceiro fator não levado em consideração;
este terceiro fator, que está presente na base populacional, é a variável de
confundimento.
a existência de fatores de confundimento torna os grupos não-comparáveis.
É um outro fator que, de forma independente, é risco ou proteção para o
desfecho.
Este fator está relacionado com a exposição (maior ou menor frequência entre
os expostos)
Este fator não faz parte da cadeia causal entre a exposição e o desfecho
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Confundimento
exposição desfecho
fator
Cesariana eletiva Internação UTI
IDADE
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• O RR bruto para cesariana eletiva foi 2,6 e, após ajuste
para idade materna, idade gestacional, doença
hipertensiva, passou para 2,11
• Significa que a variável cesariana eletiva estava
confundida (neste estudo, levando à superestimação do
RR), por estes fatores.
Confundimento?
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Controle da validade interna
• Vieses. Não há como resolver na análise. A condução do desenho
do estudo deve ser cuidadosa para evitá-los. Pode-se avaliar a
direção e a magnitude do viés e as possíveis influências no
resultado.
• Confundimento. Pode-se controlar:
No desenho (tentando evitar) – restrição e pareamento
Na análise (tentando ajustar o resultado)
• estratificação
• análise multivariada (por regressão) – faz ajuste da
medida de associação
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Estudo Coorte: Inferência estatística e precisão do estudo
OR = 2,1 (IC 95% 1,75-2,55, P = 0,01)
Qual a faixa de valores do resultado (OR), numa probabilidade de 95%? Intervalo de confiança
Para haver significância estatística, o IC de uma razão não pode incluir o 1
Qual probabilidade de encontrar um resultado (OR), a partir de uma amostra aleatória, e rejeitar a hipótese nula? p-valor
Para haver significância estatística: O p-valor deve ser inferior a
0,05 (5%) ou outro valor pré-fixado pelo investigador
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Análise multivariada por regressão logística
UTI AC
Cesariana
a
b
Parto
vaginal
c
d
a/b c/d
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Coortes de nascimento
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Coorte de nascimento
• Componente de uma população nascida em determinado período de tempo (p.ex. ano de 1950) e identificada por este período (coorte de 1950), de forma que suas características (eventos, número de participantes) vão sendo acompanhadas à medida que a coorte atravessa outros períodos de tempo e sua população envelhece.
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Coortes de nascimento no Brasil
• No caso do Brasil, podemos citar dois grandes estudos deste tipo: as três coortes de nascimento de Pelotas (RS) 1-2 e as coortes de Ribeirão Preto (SP) e São Luís (MA). 3
• O número de nascidos vivos acompanhados nestas coortes variou de 2444 a 9067 e os tempos de acompanhamento já se aproximam de três décadas para as primeiras coortes de Ribeirão Preto e Pelotas.
• As coortes mais recentes têm se preocupado também com efeitos de longa duração de exposições pré-natais e perinatais na saúde de adolescentes e adultos.
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Coortes de nascimento no Brasil
• 1. Barros FC, Victora CG. Maternal-child health in Pelotas, Rio Grande do Sul State, Brazil: major conclusions from comparisons of the 1982, 1993, and 2004 birth cohorts. Cad Saude Publica. 2008;24 Suppl 3:S461-7.
• 2. Santos IS, Barros AJ, Matijasevich A, Domingues MR, Barros FC,
Victora CG.Cohort Profile: The 2004 Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. Int. J. Epidemiol. (2010) dyq130 first published online August 11, 2010 doi:10.1093/ije/dyq130. Acesso em agosto de 2011.
• 3. Cardoso VC, Simões VM, Barbieri MA, et al. Profile of three
Brazilian birth cohort studies in Ribeirão Preto, SP and São Luís, MA. Braz J Med Biol Res. 2007;40(9):1165-76.