etnocentrismo- como opera a cultura

7/25/2019 Etnocentrismo- Como Opera a Cultura

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Discussão sobreEtnocentrismo e como

opera a cultura.



• BARROS. Laraia, Roque de. IIcapítulo: omo opera a cultura InCultura: Um conceito antropológico. R!. !or"e #a$ar, %&&', pp: ()*'&'

• RO+A, E. O que é etnocentrismo? Ed. Brasiliense, '-.



1. A CULTURA CONDICIONA A

VISÃO DE MUNDO DO HOMEM

• A nossa $eran/a cultural, desen0ol0idaatra01s de in2meras "era/3es, sempre noscondicionou a rea"ir depreciati0amente em

rela/ão ao comportamento daqueles quea"em 4ora dos padr3es aceitos pela maioriada comunidade.

• 5esmo o e6ercício de ati0idades consideradas

como parte da 7siolo"ia $umana podemre8etir di4eren/as de cultura. 9omemos, pore6emplo, o riso. E: índio ;aapor



• Ainda com re4er<ncia =s di4erentesmaneiras culturais de e4etuar a/3es7siol>"icas, "ostaríamos de citar o cl?ssico

arti"o de 5arcel 5auss, @'-%*')&Co/ão de t1cnica corporal, no qual analisaas 4ormas como os $omens, de sociedadesdi4erentes, sabem ser0ir*se de seus corpos.

• E: Fuenianos na São Sil0estre. Gin?sticaOlímpica do !apão. Estran"eiros dan/ando4orr>.



• O 4ato de que o $omem 0< o mundoatra01s de sua cultura tem comoconseqH<ncia a propensão emconsiderar o seu modo de 0ida comoo mais correto e o mais natural.

• 9al tend<ncia, denominada

etnocentrismo, 1 respons?0el emseus casos e6tremos pela ocorr<nciade numerosos con8itos sociais.



• O etnocentrismo, de 4ato, 1 um 4enmeno uni0ersal. J comum acren/a de que a pr>pria sociedade 1 o centro da $umanidade, oumesmo a sua 2nica e6pressão. As autode* nomina/3es dedi4erentes "rupos re8etem este ponto de 0ista. Os $eKene, índiosdas planícies norte*americanas, se autodenomina0am Cos entes

$umanosC os AMu?Na, "rupo 9upi do Sul do ar?, consideram*seCos $omensC os esquim>s tamb1m se denominam Cos $omensC damesma 4orma que os a0aPo se intitula0am Co po0oC. Osaustralianos c$ama0am as roupas de Cpeles de 4antasmasC, poisnão acredita0am que os in"leses 4ossem parte da $umanidade e osnossos a0ante acreditam que o seu territ>rio tribal est? situado

bem no centro do mundo. J comum assim a cren/a no po0o eleito,predestinado por seres sobrenaturais para ser superior aos demais.

9ais cren/as cont<m o "erme do racismo, da intolerQncia, e,4requentemente, são utiliadas para Pusti7car a 0iol<ncia praticadacontra os outros.



2. A CULTURA INTERFERE NO

PLANO BIOLÓGICO

• Bano entre os escra0os• A apatia que diimou parte da popula/ão ;ain"an" de São

aulo, quando te0e o seu territ>rio in0adido• ndios ;aapor, "rupo 9upi do 5aran$ão, acredita*se que se

uma pessoa 0< um 4antasma ela lo"o morrer?.• J muito rica a etno"ra7a a4ricana no que se re4ere =s mortes

causadas por 4eiti/aria. A 0ítima, acreditando e4eti0amente nopoder do m?"ico e de sua ma"ia, acaba realmente morrendo

• Doen/as psicossom?ticas. Estas são 4ortemente in8uenciadas

pelos padr3es culturais. 5uitos brasileiros, por e6emplo,diem padecer de doen/as do 4í"ado, embora "rande partedos mesmos i"norem at1 a localia/ão do >r"ão.



• A cultura tamb1m 1 capa depro0ocar curas de doen/as, reais ouima"in?rias. Estas curas ocorremquando e6iste a 41 do doente nae7c?cia do rem1dio ou no poder dosa"entes culturais.



3. OS INDIVÍDUOS PARTICIPAM

DIFERENTEMENTE DE SUA CULTURA

• A participa/ão do indi0íduo em suacultura 1 sempre limitada nen$umapessoa 1 capa de participar detodos os elementos de sua cultura.Este 4ato 1 tão 0erdadeiro nassociedades comple6as com um alto

"rau de especialia/ão, quanto nassimples, onde a especialia/ãore4ere*se apenas =s determinadas

pelas di4eren/as de se6o e de idade.



en$uma pessoa 1 capa de participarde todos os elementos de sua cultura.

ORFTEUEE5LOSU



• G<nero• Ra/a•

Reli"ião• Idade• Escolaridade•

5arcadores sociais nos a4astam eapro6imam de outras pessoas eVou"rupos sociais.



• Os "rupos tribais utiliam m1todos maise0identes para estabelecer esta distin/ão:uma mo/a 1 considerada adulta lo"o ap>s

a primeira menstrua/ão, podendo a se"uire6ercer plenamente todos os pap1is4emininos. Em contrapartida, pode*sea7rmar que 1 e0idente que uma Po0em de

'% ou 'W anos não est? aindaadequadamente socialiada para e6erceresses pap1is numa sociedade comple6a.



4. A CULTURA TEM UMA LÓGICA

PRÓPRIA

• !? 4oi o tempo em que se admitia e6istirem sistemasculturais l>"icos e sistemas culturais pr1*l>"icos. Le0K*Bru$l, em seu li0ro A mentalidade primitiva, admitiamesmo que a $umanidade podia ser di0idida entre

aqueles que possuíam um pensamento l>"ico e os queesta0am numa 4ase pr1*l>"ica. 9al a7rma/ão nãoencontrou, por parte dos pesquisadores de campo,qualquer con7rma/ão empírica. 9odo sistema culturaltem a sua pr>pria l>"ica e não passa de um ato

prim?rio de etnocentrismo tentar trans4erir a l>"ica deum sistema para outro. In4elimente, a tend<ncia maiscomum 1 de considerar l>"ico apenas o pr>prio sistemae atribuir aos demais um alto "rau de irracionalismo.



• Tm trabal$o 4undamental para a compreensão desteproblema 1 o li0ro de laude L10i*Strauss, O pensamentoselvagem, que re4uta a aborda"em e0olucionista de que associedades simples disp3em de um pensamento m?"icoque antecede o cientí7co e que, portanto, l$e 1 in4erior. COpensamento m?"ico X di L10i*Strauss X não 1 umcome/o, um esbo/o, uma inicia/ão, a parte de um todoque não se realiou 4orma um sistema bem articulado,independente deste outro sistema que constituir? aci<ncia, sal0o a analo"ia 4ormal que as apro6ima e que 4ado primeiro uma e6pressão meta4>rica do se"undo.C Assim,ao in01s de um contínuo ma"ia, reli"ião e ci<ncia, temosde 4ato sistemas simultQneos e não*sucessi0os na $ist>riada $umanidade.



• ara os $abitantes das il$as 9robriand, no ací7co,não e6iste nen$uma rela/ão entre a c>pula e aconcep/ão. Sabem, apenas, que uma Po0em nãode0e mais ser 0ir"em para ser penetrada por um

CespíritoC de sua lin$a"em materna, que 0ai "erarem seu 2tero uma crian/a. Esta crian/a estar?li"ada por la/os de parentesco, apenas, aosparentes da Po0em, não e6istindo em 9robriand

nen$uma pala0ra correspondente = que utiliamospara de7nir o pai.O $omem que 0i0e com a mul$erser? c$amado pela crian/a por um termo quepodemos traduir como Ccompan$eiro da mãeC.



• or outro lado, os índios !<, do Brasil, correlacionama rela/ão se6ual com a concep/ão mas acreditamque s> urna c>pula 1 insu7ciente para 4ormar umno0o ser. J necess?rio que o $omem e a mul$er

ten$am 0?rias rela/3es para que a crian/a sePatotalmente 4ormada e torne*se apta para onascimento. O rec1m*nascido pertencer? tanto =4amília do pai como = da mãe. E se ocorrer que a

mul$er ten$a, em um dado período que antecedeao nascimento, rela/3es se6uais com outros$omens, todos estes serão considerados pais dacrian/a e a"irão socialmente como tal.



5. A CULTURA É

DINÂMICA• As 4ormi"as 0i0em em sociedadeU• Elas produem culturaU



• or e6emplo, em '( 4oto"ra4amosum ritual 6in"uano e a 4oto 4oi,posteriormente, comparada a um

desen$o de Yon den Steinen, que alieste0e -& anos antes. Destacompara/ão poderíamos ser le0ados,

tal a identidade e6istente tente entreos dois documentos, a a7rmar quenão ocorreu modi7ca/ão naquela

sociedade no 2ltimo s1culo.



• A resposta do antrop>lo"o seria, portanto, di4erente da maioriados lei"os. O espa/o de quatro s1culos seria su7ciente parademonstrar que a re4erida sociedade indí"ena mudou, porqueos $omens, ao contr?rio das 4ormi"as, t<m a capacidade dequestionar os seus pr>prios $?bitos e modi7c?*los. O

antrop>lo"o concordaria, por1m, que as sociedades indí"enasisoladas t<m um ritmo de mudan/a menos acelerado do que ode uma sociedade comple6a, atin"ida por sucessi0asino0a/3es tecnol>"icas. Esse ritmo indí"ena decorre do 4ato deque a sociedade est? satis4eita com muitas de suas respostas

ao meio e que são resol0idas por suas solu/3es tradicionais.5as esta satis4a/ão 1 relati0a muito antes de con$ecer omac$ado de a/o, os nossos indí"enas tin$am a consci<ncia daine7c?cia do mac$ado de pedra. or isto, o nosso mac$adorepresentou um "rande item na atra/ão dos índios.



• odemos a"ora a7rmar que e6istem dois tipos de mudan/acultural: uma que 1 interna, resultante da dinQmica dopr>prio sistema cultural, e uma se"unda que 1 o resultado docontato de um sistema cultural com um outro. o primeirocaso, a mudan/a pode ser lenta, quase impercebí0el para o

obser0ador que não ten$a o suporte de bons dadosdiacrnicos. O ritmo, por1m, pode ser alterado por e0entos$ist>ricos tais como uma cat?stro4e, uma "rande ino0a/ãotecnol>"ica ou uma dram?tica situa/ão de contato. Ose"undo caso, como 0imos na a7rma/ão do Manifesto sobre

aculturaço, pode ser mais r?pido e brusco. o caso dosíndios brasileiros, representou uma 0erdadeira cat?stro4e.5as, tamb1m, pode ser um processo menos radical, onde atroca de padr3es culturais ocorre sem "randes traumas.



• O tempo constitui um elemento importante na an?lise de umacultura. esse mesmo quarto de s1culo, mudaram*se os padr3esde belea. Re"ras morais que eram 0i"entes passaram a serconsideradas nulas: $oPe uma Po0em pode 4umar em p2blico semque a sua reputa/ão sePa 4erida. Ao contr?rio de sua mãe, pode

ceder um beiPo ao namorado em plena lu do dia. 9ais 4atosatestam que as mudan/as de costumes são bastante comuns.Entretanto, elas não ocorrem coro a tranqHilidade quedescre0emos. ada mudan/a, por menor que sePa, representa odesenlace de numerosos con8itos. Isto porque em cada momentoas sociedades $umanas são palco do embate entre as tend<ncias

conser0adoras e as ino0adoras. As primeiras pretendem manteros $?bitos inalterados, muitas 0ees atribuindo aos mesmos umale"itimidade de ordem sobrenatural. As se"undas contestam a suaperman<ncia e pretendem substituí*los por no0os procedimentos.



O Fue 1 Etnocentrismo

• Etnocentrismo 1 uma 0isão do mundo onde o nosso pr>prio"rupo 1 tomado como centro de tudo e todos os outros sãopensados e sentidos atra01s dos nossos 0alores, nossosmodelos, nossas de7ni/3es do que 1 a e6ist<ncia. o planointelectual, pode ser 0isto como a di7culdade de pensarmos

a di4eren/a no plano a4eti0o, como sentimentos deestran$ea, medo, $ostilidade, etc. er"untar sobre o que 1etnocentrismo 1, pois, inda"ar sobre um 4enmeno onde semisturam tanto elementos intelectuais e racionais quantoelementos emocionais e a4eti0os. o etnocentrismo, estes

dois planos do espírito $umano Z sentimento e pensamento Z0ão Puntos compondo um 4enmeno não apenas 4ortementearrai"ado na $ist>ria das sociedades como tamb1m4acilmente encontr?0el no dia*a*dia das nossas 0idas.



• 5as, e6istem id1ias que se contrap3em ao etnocentrismo. Tmadas mais importantes 1 a de relati0ia/ão. Fuando 0emos queas 0erdades da 0ida são menos uma questão de ess<ncia dascoisas e mais uma questão de posi/ão: estamos relati0iando.Fuando o si"ni7cado de um ato 1 0isto não na sua dimensão

absoluta mas no conte6to em que acontece: estamosrelati0iando. Fuando compreendemos o [outro nos seuspr>prios 0alores e não nos nossos: estamos relati0iando.En7m, relati0iar 1 0er as coisas do mundo como uma rela/ãocapa de ter tido um nascimento, capa de ter um 7m ou uma

trans4orma/ão. Yer as coisas do mundo como a rela/ão entreelas. Yer que a 0erdade est? mais no ol$ar que naquilo que 1ol$ado. Relati0iar 1 não trans4ormar a di4eren/a em$ierarquia, em superiores e in4eriores ou em bem e mal, mas0<*la na sua dimensão de riquea por ser di4eren/a.



omo a antropolo"ia pensou adi4eren/aU

• O primeiro destes pensamentos, ocorridos na Antropolo"iae que procuram e6plicar a di4eren/a, 1 con$ecido comoE0olucionismo.

• A no/ão de e0olu/ão 1 um marco 4undamental para o

pensamento antropol>"ico. Yai aparecer como id1iab?sica para toda uma "rande 4ase da teoria antropol>"icae, na $ist>ria dos saberes sobre o ser $umano, tem umlu"ar de destaque, quase que como uma Qncora, para ostrabal$os e estudos que procura0am 4aer da Antropolo"ia

uma ci<ncia. Assim, a di4eren/a que se tra0estia emespanto e perple6idade, nos s1culos Y e YI, encontra,nos s1culos YIII e I, uma no0a e6plica/ão: o outro 1di4erente porque possui di4erente "rau de e0olu/ão.



• ara o e0olucionismo antropol>"ico ano/ão de pro"resso torna*se4undamental, pois 1 no seu rumo que

a $ist>ria do $omem se 4a. Acredita*se na unidade b?sica da esp1cie$umana e o 4ator tempo passa a ser

bastante importante. ro"resso,e0olu/ão, a0an/o no tempo. O$omem a camin$o. A dire/ão 1 a de

um est?dio superior de ci0ilia/ão.



O PASSAPORTE

• om Boas, suas id1ias e seus alunos,a Antropolo"ia se trans4ormasubstancialmente. esta

trans4orma/ão, que relati0ia as P?bem estabelecidas no/3ese0olucionistas, as id1ias de cultura e

$ist>ria tamb1m se modi7cam. omo0imos, a articula/ão destas id1ias eraum dos ei6os da 4orma de pensar o

[outro dentro do e0olucionismo.



• \oi ele o primeiro a perceber a importQncia deestudar as culturas $umanas nos seus particulares.ada "rupo produia, a partir de suas condi/3es$ist>ricas, clim?ticas, lin"Hísticas, etc., uma

determinada cultura que se caracteria0a, então, porser 2nica, especí7ca. Este relati0ismo cultural, essapluralidade de culturas di4erentes, 0isto por Boas 1,se compararmos, uma ruptura importante docentramento, da absolutia/ão da cultura do [eu, no

pensamento e0olucionista. J claro, o resultado dissos> podia ser um: tudo passa a ser in7nitamente maiscomplicado no estudo das culturas $umanas.



• reocupado com o estudo da $ist>ria concreta,particular de cada cultura ao in01s de, como oe0olucionismo, ter uma $ist>ria 2nica, "eral, ondeteriam de caber todas as culturas, 0oltou*se,

de7niti0amente, para o mundo do [outro. Acate"oria de $ist>ria perdia, com ele, o seu [+mai2sculo tão 4undamental aos e0olucionistas. O [$,a"ora, era min2sculo. ão $a0ia uma 2nica $ist>riaque se acumula0a, inapela0elmente, em dire/ão =

sociedade do [eu. O [outro tamb1m passa a podercontar sua $ist>ria que não iria desembocar,necessariamente, na [a0an/ada sociedade do [eu.



VOANDO ALTO

• Di4erentes atores, cen?rios, enredo. A $ist>ria da passa"em doetnocentrismo = relati0ia/ão assume contornos insuspeitados.ara a Antropolo"ia 1 o momento de adquirir uma autonomia que0ai render preciosos resultados. Al"uns nomes 4undamentais para a0ida da disciplina 4aem sua entrada aqui. DurM$eim, 5alinoNsMi,

Radcli]e*BroNn são pesos pesados dentro da Antropolo"ia e dasi<ncias Sociais em "eral. São importantes ao ponto de nin"u1mpoder dei6ar de ler ao menos parte de suas obras se quiser 4aeruma inicia/ão = Antropolo"ia.

• 9odos os tr<s, Puntamente com Boas, esta0am 0i0os para assistir apassa"em do s1culo I para o . 9odos eles tin$am

personalidades peculiares, interessantes, contro0ertidas. ada um,a sua maneira, contribuiu, e muito, para o crescimento, para amaturidade e comple6idade da disciplina e, o que nos interessamais de perto, para uma 0isão menos etnoc<ntrica e parcial do[outro.



Radcli]e*BroNn

• A $ist>ria, no entanto, cada uma a sua maneira,permanece como tema de importQncia centralno estudo da cultura para as duas escolas ZE0olucionismo e Di4usionismo.

• Radcli]e*BroNn discordou desta 0incula/ão quee6istia entre a compreensão do presente deuma cultura e o estudo do seu passado. Opresente não precisa0a ser necessariamente

e6plicado pelo passado. Em termos maist1cnicos a sincronia Z presente Z não est?submetida = diacronia Z $ist>ria.



• Ao 4aer esta op/ão a Antropolo"ia se des0inculada $ist>ria e parte para o estudo da sociedade do[outro sem se preocupar com o passado destasociedade. Isto 1 uma relati0ia/ão 4undamental

na medida em que, se pensarmos bem, 0eremosque a preocupa/ão com a $ist>ria 1, antes detudo, uma preocupa/ão típica da sociedade do[eu. Sim, porque nem todas as sociedades

buscaram 0aloriar o tempo linear, $ist>rico, 4eitode acontecimentos sucessi0os, como uma 4ormal>"ica e interessante para pensar sua pr>priae6ist<ncia.



Jmile DurM$eim.

• DurM$eim a7rma cate"oricamenteuma ruptura: o social não se e6plicapelo indi0idual. Assim como os

4enmenos psíquicos não see6plicam pelos biol>"icos, ocomple6o pelo simples, o superior

pelo in4erior, tamb1m o todo Z asociedade Z não se e6plica pela parteZ o indi0íduo.



• Os 4atos sociais são e6ternos, autnomos, são 4enmenosde naturea tal que recusam e6plica/3es outras que não apr>pria sociedade. om isto, o social como obPeto de estudonão apenas se a7rma no presente, na sincronia, mastamb1m se a7rma como entidade autnoma, independente

do indi0íduo. Isto quer dier que não pode ser reduido ae6plica/3es de naturea di4erente. \atos sociais são dotadosde uma s>cio* l>"ica. São [coisas no sentido deapresentarem propriedades que os marcam como al"o 4oradas consci<ncias indi0iduais. São [coisas ainda no sentido

de que seu con$ecimento requer uma certa atitude mental.São [coisas, principalmente, no sentido de sua concretudeque independe da naturea, que independe do indi0íduo.São [coisas porque autnomos.



5alinoNsMi

• Sua obra Os !rgonautas do "ac#$co Ocidental 4alasobre o arquip1la"o 4ormado pelas Il$as 9robriande das sociedades que as $abita0am. Tm ar"onautaera um tripulante de Ar"o, uma na0e lend?ria na

mitolo"ia. J, tamb1m, o nome que se d? aqualquer na0e"ador ousado. ara 5alinoNsMi, osíndios trobriandeses eram na0e"adores e 0iaPantesousados. ara a Antropolo"ia, 5alinoNsMi 4oi a

"rande ousadia de na0e"ar a [di4eren/a, 0iaPar ao[outro. Este 1 o clima que se espel$a lo"o naintrodu/ão do seu li0ro Os !rgonautas do "ac#$coOcidental.



• A compara/ão relati0iadora, o trabal$o decampo, a autonomia da Antropolo"ia diante da+ist>ria e do 4ato social 4rente ao indi0idual sãopassos "i"antescos. assos "i"antescos nesta

disciplina que, a cada momento, ousou sempre.• Do etnocentrismo = relati0ia/ão a Antropolo"ia

4oi criando seus instrumentos de abertura.Id1ias, m1todos, teorias de compreensão da

di4eren/a 4oram 4aendo das sociedades do[outro um espel$o para a sociedade do [eu enão um 4antasma a ser e6orciado.

etnocentrismo- como opera a cultura

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