exercício 2 - reportagem

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A podridão dos lixões Animais mortos, lixo hospitalar, objetos reciclados e um amontoado de pessoas que se arriscam no lixão em Aquidabã Texto Kátia Susanna Uma imensa área, a poucos quilômetros do Centro da cidade de Aquidabã, distante cerca de 100 km da capital sergipana, usada como lixão esconde a falta de uma política pública vigente voltada para a separação dos resíduos e dos rejeitos. A equipe do Portal Infonet esteve no local e, durante horas, conversou com trabalhadores que, expostos aos riscos de doenças, relatam a dureza de trabalhar na podridão do lixão. Às 6h, Maria Edenilze dos Santos deixa a residência e caminha cerca de meia hora até chegar ao lixão, onde encontra outros trabalhadores. A expectativa de arrecadar o maior número de resíduos reciclados que possam ser vendidos faz com que Maria fique atenta ao primeiro caminhão de coleta da prefeitura que despeja toneladas de lixo no terreno. “Agora só saio daqui às 18h. Com o lixo, levo o sustento para a minha casa. Trabalho na lixeira há dois anos e não tenho vergonha do que faço, infelizmente não tem opção”, conta a mulher, mãe de cinco filhos. Após fazer a separação de garrafas, plásticos e alumínio, Maria coloca todo o material em sacos que são levados para venda. “Por dia chego a tirar R$10, é pouco para o esforço e os riscos que a gente corre no meio desse lixo todo. Graças a Deus nunca fiquei doente, mas muita gente aqui está doente porque tem lixo que vem do hospital e está tudo junto”, fala Maria que não usa nenhum tipo de proteção para fazer a separação do lixo. Com problemas de saúde, Valdileno dos Santos também enfrenta a dura rotina de trabalhar na lixeira. O homem diz que chegou a trabalhar como pescador, mas, por conta de complicações na saúde, abandonou o mar e, por falta de opção, há seis meses está exposto aos perigos do lixão. (...) Fonte: http://www.infonet.com.br/saude/ A reportagem de fatos é aquela que apresenta um relato objetivo dos acontecimentos. A impessoalidade e objetividade determinadas pelo em emprego de verbos e pronomes em terceira pessoa (ele, eles), têm o intuito

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A podrido dos lixesAnimais mortos, lixo hospitalar, objetos reciclados e um amontoado de pessoas que se arriscam no lixo em AquidabTexto Ktia SusannaUma imensa rea, a poucos quilmetros do Centro da cidade de Aquidab, distante cerca de 100 km da capital sergipana, usada como lixo esconde a falta de uma poltica pblica vigente voltada para a separao dos resduos e dos rejeitos. A equipe do Portal Infonet esteve no local e, durante horas, conversou com trabalhadores que, expostos aos riscos de doenas, relatam a dureza de trabalhar na podrido do lixo.s 6h, Maria Edenilze dos Santos deixa a residncia e caminha cerca de meia hora at chegar ao lixo, onde encontra outros trabalhadores. A expectativa de arrecadar o maior nmero de resduos reciclados que possam ser vendidos faz com que Maria fique atenta ao primeiro caminho de coleta da prefeitura que despeja toneladas de lixo no terreno. Agora s saio daqui s 18h. Com o lixo, levo o sustento para a minha casa. Trabalho na lixeira h dois anos e no tenho vergonha do que fao, infelizmente no tem opo, conta a mulher, me de cinco filhos.Aps fazer a separao de garrafas, plsticos e alumnio, Maria coloca todo o material em sacos que so levados para venda. Por dia chego a tirar R$10, pouco para o esforo e os riscos que a gente corre no meio desse lixo todo. Graas a Deus nunca fiquei doente, mas muita gente aqui est doente porque tem lixo que vem do hospital e est tudo junto, fala Maria que no usa nenhum tipo de proteo para fazer a separao do lixo.Com problemas de sade, Valdileno dos Santos tambm enfrenta a dura rotina de trabalhar na lixeira. O homem diz que chegou a trabalhar como pescador, mas, por conta de complicaes na sade, abandonou o mar e, por falta de opo, h seis meses est exposto aos perigos do lixo. (...)Fonte: http://www.infonet.com.br/saude/

A reportagem de fatos aquela que apresenta um relato objetivo dos acontecimentos. A impessoalidade e objetividade determinadas pelo em emprego de verbos e pronomes em terceira pessoa (ele, eles), tm o intuito de explicitar um ponto de vista o mais isento possvel. O reprter seria responsvel, apenas, por transmitir os fatos. Essa observao imparcial dos acontecimentos tende a conferir um estatuto de veracidade reportagem, esperado no contexto da narrativa jornalstica tradicional.Ex.: O homem diz que chegou a trabalhar como pescador.

Juzos de fato e juzos de valor - Uma reportagem predominantemente objetiva, mas pode ter traos de subjetividade. Em algumas reportagens, o jornalista se vale de alguns elementos argumentativos, como os chamados juzos de fato e juzos de valor, para consubstanciar seus pontos de vista. Para compreender a distino entre esses dois tipos de juzo, transcrevemos a seguinte explicao:

Se dissermos: Est chovendo, estaremos enunciando um acontecimento constatado por ns e o juzo proferido um juzo de fato. Se, porm, falarmos: A chuva boa para as plantas ou A chuva bela, estaremos interpretando e avaliando o acontecimento. Nesse caso, proferimos um juzo de valor.CHAUI, Marilena. Convite Filosofia. So Paulo:tica, 1994.

Transcrio e retextualizao. Na transcrio de uma fala, passa-se um texto de sua realizao sonora para a forma grfica e no ocorre mudana do ponto de vista da linguagem e do contedo. As interrupes, as interjeies e as expresses tpicas da oralidade so reproduzidas sem que haja qualquer tipo de interferncia da parte de quem faz a cpia. Na retextualizao, as especificidades prprias da lngua na modalidade oral so apagadas, dando-se preferncia ao registro culto da lngua. QUESTO 1: A reportagem tem por objetivo oferecer informaes de forma imparcial. Para isso, o reprter costuma empregar, em seu texto, uma linguagem impessoal, com o predomnio da 3 pessoa gramatical. Retire, do Texto Gerador II, uma passagem que confirme essas informaes.

QUESTO 2:Nem sempre o reprter consegue ou deseja ser totalmente imparcial e objetivo no seu relato. Podemos perceber as marcas do ponto de vista do autor, em relao informao contida no texto, no uso de adjetivos ou mesmo na escolha de certos substantivos. Retire, do Texto Gerador II, passagens em que podemos notar, de algum modo, a opinio do autor.

QUESTO 3:Em uma reportagem, podem-se utilizar depoimentos e opinies de envolvidos ou de estudiosos do assunto tratado, transpondo suas falas para a escrita. Em alguns casos, realiza-se uma simples transcrio, na qual se mantm as hesitaes, os truncamentos, as repeties e algumas palavras tpicas da fala, como a, t, n. Outras vezes, o jornalista realiza uma retextualizao, adaptando as falas s normas da linguagem escrita. Com base no que foi dito, podemos afirmar que a autora do Texto Gerador III optou pelo processo de transcrio ou pelo processo de retextualizao? Explique.