exit! krise und kritik der warengesellschaft

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26/02/2015 EXIT! Krise und Kritik der Warengesellschaft http://www.exitonline.org/textanz1.php?tabelle=transnationales&index=9&posnr=190&backtext1=text1.php 1/5 Aktuelles Schwerpunkte AutorInnen EMAIL Verteiler LeserInnen Briefe Externe Links Termine Kontakt / Abo Transnationales Bücher Suche Interna Obeco port./esp. EXIT! Selbstdarstellung Impressum Theoriezeitschrift EXIT! Transnationales zurück Druckversion Glossar Deep Link Portugues O capitalismo confrontado com outras formas possíveis de vida Anselm Jappe faz um retorno a Karl Marx, confrontando os Grundrisse e O Capital. E afirma: “o capitalismo absolutamente não corresponde a uma ‘natureza humana’ e constitui, antes, uma violenta ruptura com as formas de sociabilidade que têm reinado por muitíssimo tempo no mundo inteiro” Por: Graziela Wolfart | Tradução de Benno Dischinger “A visão marxiana do capitalismo como formação histórica que se instaura somente após uma longa história precedente (...) nos permite efetivamente captar a singularidade do capitalismo. Esse é bem outra coisa do que ‘natural’ e não é o resultado final de um desenvolvimento histórico que tendesse a isso desde sempre como à sua realização perfeita. É nesse sentido que se pode falar do capitalismo como ‘parêntese na história da humanidade’. Não, por certo, como um incidente passageiro após o qual se poderia retomar um decurso substancialmente benévolo da história”. Quem faz esta reflexão é o filósofo e ensaísta alemão Anselm Jappe, em entrevista concedida por email para a IHU OnLine. Em sua visão, “Marx demonstrou que mesmo as categorias mais basilares do capitalismo, como o trabalho, o valor e a mercadoria, são categorias históricas, e não eternas. Assim como vieram ao mundo, podem também ser superadas um dia. Mas se isso vai acontecer, como e o que as substituirá, é outra questão”. E conclui: “a contribuição que podem dar os Grundrisse para compreender o mundo de hoje é a mesma de toda a crítica da economia política de Marx: ir a fundo na compreensão das convulsões atuais e ver que as injustiças sociais, as distribuições desiguais dos recursos, os desastres financeiros, as catástrofes ecológicas e a anomia social são elas próprias a expressão de uma crise mais vasta e profunda, a expressão de uma sociedade na qual a atividade social não é regulada conscientemente, mas depende das mediações fetichistas e autonomizadas do valor e das mercadorias, do dinheiro e do trabalho”. Anselm Jappe realizou seus estudos na Itália e na França. Além de inúmeros artigos publicados na revista alemã Krisis, é autor de Guy Debord (Petrópolis: Vozes, 1999) e As aventuras da mercadoria (Lisboa: Antígona, 2006). Leciona na Academia de BelasArtes de Frosinone (Latium, Itália). Após a cisão interna do Grupo Krisis, posicionouse ao lado dos autores que fundaram a revista Exit!, cujos principais integrantes são

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    http://www.exitonline.org/textanz1.php?tabelle=transnationales&index=9&posnr=190&backtext1=text1.php 1/5

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    O capitalismo confrontado com outrasformaspossveisdevida

    Anselm Jappe faz um retorno aKarlMarx, confrontandoosGrundrisse e O Capital. E afirma: o capitalismoabsolutamentenocorrespondeaumanaturezahumanaeconstitui, antes, uma violenta ruptura com as formas desociabilidade que tm reinado por muitssimo tempo nomundointeiro

    Por:GrazielaWolfart|TraduodeBennoDischinger

    Avisomarxianadocapitalismocomoformaohistricaquese instaurasomenteapsumalongahistriaprecedente(...)nospermiteefetivamentecaptar a singularidade do capitalismo. Esse bem outra coisa do quenatural e no o resultado final de um desenvolvimento histrico quetendesse a isso desde sempre como sua realizao perfeita. nessesentido que se pode falar do capitalismo como parntese na histria dahumanidade.No,porcerto,comoumincidentepassageiroapsoqualsepoderiaretomarumdecursosubstancialmentebenvolodahistria.Quemfaz esta reflexo o filsofo e ensasta alemo Anselm Jappe, ementrevista concedida por email para a IHUOnLine. Em sua viso, Marxdemonstrouquemesmoascategoriasmaisbasilaresdocapitalismo,comootrabalho,ovaloreamercadoria,socategoriashistricas,enoeternas.Assimcomovieramaomundo,podemtambmsersuperadasumdia.Masse isso vai acontecer, como e o que as substituir, outra questo. Econclui: a contribuioquepodemdarosGrundrissepara compreenderomundodehojeamesmadetodaacrticadaeconomiapolticadeMarx:ira fundo na compreenso das convulses atuais e ver que as injustiassociais,asdistribuiesdesiguaisdosrecursos,osdesastresfinanceiros,ascatstrofes ecolgicas e a anomia social so elas prprias a expressodeumacrisemaisvastaeprofunda,aexpressodeumasociedadenaqualaatividade social no regulada conscientemente, mas depende dasmediaes fetichistas e autonomizadas do valor e das mercadorias, dodinheiroedotrabalho.

    Anselm Jappe realizou seus estudos na Itlia e na Frana. Alm deinmeros artigos j publicados na revista alem Krisis, autor de GuyDebord (Petrpolis: Vozes, 1999) e As aventuras da mercadoria (Lisboa:Antgona,2006).LecionanaAcademiadeBelasArtesdeFrosinone(Latium,Itlia). Aps a ciso interna do Grupo Krisis, posicionouse ao lado dosautores que fundaram a revista Exit!, cujos principais integrantes so

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    Robert Kurz, Roswtiha Scholz e Claus Peter Ortlieb. Participa do GrupoCrticaRadicaledarevistaEXITCrticadoCapitalismoparaoSculoXXIcomMarxparaalmdeMarx.

    Confiraaentrevista.

    IHUOnLineApartirdaleituradosGrundrisse,quaissooselementosfundamentaisqueMarxusaparasuacrticaeconomiapoltica?

    Anselm Jappe Marx escreveu os Grundrisse em 18571858, em poucosmeses, em meio a uma crise econmica que ele acreditava ser a crisedefinitiva do capitalismo. Foram necessrios depois outros dez anos emuitos estudos suplementares para desenvolver O Capital. Segundo certaortodoxiamarxista, paraaqualOCapital constitui opontode chegadadetoda a reflexo de Marx, os Grundrisse no so seno um esboo, umtrabalho preparativo e imperfeito, motivo pelo qual foram publicadossomente em 1939, em Moscou. A partir de 1968, os Grundrisse foramtraduzidos ao ingls, francs, italiano e espanhol e, no mbito da novaesquerda, afirmavasedepois que talvez essemanuscrito contivesseumaverso superior da crtica da economia poltica, porque menoscientificista,economicistaedogmtica.

    Naverdade,nenhumdosdoispontosdevistase justifica.Noqueserefere crtica marxista da economia poltica, muitas de suas categoriasfundamentais comeam somente a articularse durante a elaborao dosGrundrisse e no encontram uma formulao definitiva antes da segundaredaodOCapital,em1873:sobretudoateoriadovaloredodinheiro.Adupla natureza do trabalho abstrata e concreta mal e mal comea aaparecer nos Grundrisse. Ali Marx ainda no distingue claramente entrevalorevalordetroca,nemsequer,sempredemodorigoroso,entevalorepreo. Tudo isso tem sido indagado com extrema nitidez por RomanRosdolsky emseuGneseeestruturadocapitaldeMarx(RiodeJaneiro:Contraponto, 2001), publicado em1967 e cuja traduo curiosamente saiuno Brasil dez anos antes dos prprios Grundrisse. Alm disso, falta nosGrundrisseoconceitodefetichismodamercadoria.,portanto,erradoopor(comoo faz, por exemplo, Karl Korsch ) um jovemMarx revolucionrio aumvelhoMarxdOCapital,quese teria limitadoaobservarcomdistnciacientficaumprocessodeterminstico.Naverdade,anaturezadestrutivadotrabalho abstrato e da sociedade baseada sobre o mesmo descrita demodoplenoprincipalmentenoprimeiro captulodoCapitaleumacrticaverdadeiramenteradicaldevecomeardaqui.

    IHUOnLineOqueestnosGrundrisse,masquenoentrouemOCapital?

    Anselm Jappe Os Grundrisse contm alguns desenvolvimentosextremamente interessantes que faltam quase de todo nO Capital. HalgumtemposediscutebastantesobreoassimchamadoFragmentosobreas mquinas, contido nos Grundrisse, onde Marx prev que um dia aproduo altamente tecnologizada no sermaismensurvel em termosdevalor,isto,detempodetrabalhodespendido.Maspodeseinterpretaressa passagem de modos muito diversos: para os psoperaristas , eleanunciaageneralizaodogeneralintellect,deumaintelectualidadedifusacomo foraprodutivaque farsumiras relaesdeproduocapitalistaeemergir uma nova classe produtiva. Para a crtica do valor , pelocontrrio, tratase de um ulterior elemento da crise do capitalismo queatingiuos seus limites internospor causadas tecnologiasquediminuemaproduodevalor,oqualscriadopelotrabalhovivo.

    IHUOnLineComoeramossistemasanterioresaocapitalismo?

    Anselm Jappe Esta outra particularidade dos Grundrisse: a maiorateno que Marx concede a s formas de produo que precedem ascapitalistas,comosechamaumdosseuscaptulosmais famosos(emaiselaborados), com frequncia publicado parte. Marx analisa a as

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    comunidadesantigas(antesdasGemeinschaft,comunidades),eeleutilizaa palavra Gemeinwesen, literalmente a essnciacomum da terra e dosoutros recursos, bem como a evoluo gradual dessas sociedades emdireopropriedadeprivadaindividualduranteaAntiguidade.Estaanlise importante, porque nO Capital Marx fala quase exclusivamente dainstaurao do capitalismo a partir do sculo XVI, e no de quanto oprecedeu.Marx,semidealizaressascomunidadesesemfalaremgeraldecomunismo originrio, pe, todavia, em relevo que durante uma grandeparte da histria da humanidade a produo e reproduo da vida sedesenvolveram sem se basear sobre o valor e sobre a mercadoria, semtrabalhoabstratoesemdinheiroquesevalorizacomprandoforatrabalho.Nessas sociedades, a sociabilidade o elo social residia na produo eno era algo que se lhe acrescentava post festum, como acontece nasociedadedamercadoria,ondeoprodutosedesdobraemprodutotileemportadordevalor,oqualsetornaanicamediaoentreosprodutores,deoutra forma isolados. Os indivduos pertenciam organicamente suacomunidade e no eram produtores atravs da troca dos seus produtos.Marxconsidera,poroutro lado,oabandonode tais formasdecomunidadecomoumaetapahistoricamentenecessriaemdireoaodesenvolvimentodeumaindividualidademaisrica.

    IHUOnLineEmoutraentrevistaquenosconcedeu,osenhorafirmouqueocapitalismoumparntesenahistriadahumanidade.EmquesentidoaobradeMarx,especialmenteosGrundrisse,contribuiparaessepensamento?

    Anselm JappeTalvez sejamoshojemais cticosnoque se refereaestapresumida misso civilizadora do capital. Mas, a viso marxiana docapitalismo como formao histrica que se instaura somente aps umalonga histria precedente, a qual se baseava sobre princpioscompletamente diversos viso que, como j foi dito, mais ntida nosGrundrisse do que nO Capital , nos permite efetivamente captar asingularidadedocapitalismo.Essebemoutracoisadoquenaturaleno o resultado final de um desenvolvimento histrico que tendesse a issodesde sempre como sua realizao perfeita este tem sido o ponto devistadoIluminismoquandofaziaaapologiadocapitalismo.nessesentidoque se pode falar do capitalismo como parntese na histria dahumanidade.No,porcerto,comoumincidentepassageiroapsoqualsepoderiaretomarumdecursosubstancialmentebenvolodahistria.bempossvel que aps esse parntese restem somente runas. Mas ocapitalismo absolutamente no corresponde a uma natureza humana econstitui, antes, umaviolenta ruptura comas formasde sociabilidadequetm reinado pormuitssimo tempo nomundo inteiro. Alm disso, a visoqueMarx tem das sociedades prcapitalistas parece atmesmo bastantenegativa. Ele as associa em geral guerra e competio em torno dosrecursos.EssepensamentodeveserintegradocomaconstataodeMarcelMauss,segundooqualacadeiadodomconstituiumarochaeternadasociabilidade humana. Em todo o caso, Marx demonstrou que mesmo ascategorias mais basilares do capitalismo, como o trabalho, o valor e amercadoria, so categorias histricas, e no eternas. Assim como vieramao mundo, podem tambm ser superadas um dia. Mas se isso vaiacontecer,comoeoqueassubstituir,outraquesto.

    Oconceitodecomunidade

    Em geral, o conceito de comunidade desempenha um papel maior nosGrundrisse do que nO Capital, tambm como termo de comparao paracaptaraatomizaosocialquecomportaocapitalismo.

    Das Geld ist damit unmittelbar zugleich dasrealeGemeinwesen, insofernesdieallgemeineSubstanzdesBestehensfralleistundzugleichdasgemenschaftlicheProduktaller. ImGeld istaber, wie wier gesehen haben, das

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    GemeinwesenzugleichblosseAbstraktion,bloseusserliche, Zufllige Sache fr den einzelnen(p152)

    ou

    in der brgerlichen Gesellschaft steht derArbeiter z. B. Rein objektlos, subjektiv dar:aberdieSache,dieihmgegenbersteht,istdaswahre Gemeinwesen nun geworden, das er zuverspeisen sucht und von dem er verspeistwird(p.404).

    [Trad.:Dessaforma,odinheiroaomesmotempo imediatamenteorealser comum, enquanto ele para todos a substncia universal dasubsistnciae simultaneamenteoprodutocomunitriode todos.Pormnodinheiro, como vimos, o ser comum aomesmo tempomera abstrao,coisasimplesmenteexterna,casualparaoindivduo(p.152)

    ou

    na sociedade burguesa o trabalhador se encontra, p.ex., sem objeto,subjetivamente: mas a coisa, que est diante dele, se tornou agora overdadeiro ser comum que ele procura consumir e pelo qual ele consumido(p.404)].

    Aqui, como em outras passagens, o dinheiro aparece como forma falsa ealienada da comunidade humana, do Gemeinwesen que ele remete aoGattungswesen, ao ser genrico dos escritos jovens de Marx,demonstrando assim a posio intermediria dos Grundrisse entre obrasjovens (filosficas e antropolgicas) e tardias (de crtica da economiapoltica)deMarx.MaisdoquenOCapital,ocapitalismoaquidenunciadona base de um confronto com possveis outras formas de vida. Nassociedades antigas, diz Marx, a riqueza no era jamais um fim em simesmo,masserviaparacriarbonscidados.Caractersticadocapitalismo,aoinvs,atendnciaaocrescimentoinfinitoenosGrundrisse,Marxadeduzdoprprioconceitodevalor,desuaestruturadebase:Alsquantitativbestimmte Summe, beschrnkte Summe, ist es auch nur beschrnkter Reprsentant desallgemeinenReichtums[...]AlsReichtumfestgehalten,alsallgemeineFormdesReichtums,alsWert, der als Wert gilt, ist es also der bestndige Trieb, ber seine quantitative Schrankefortzugehen:endloserProzess(p.196)

    [Trad.: Como soma quantitativamente determinada, soma delimitada, eletambm somente um limitado representante da riqueza global [...]Consideradocomoriqueza,comoformacomumdariqueza,comovalorquevale como valor, ele tambm o impulso constante de ultrapassar seulimitequantitativo:processointerminvel(p.196)].

    IHUOnLine Emquemedida a dialtica deHegel influenciou para queMarxmudasse otextodosGrundrisseechegasseobraOCapital?

    AnselmJappeOsGrundrisseestorepletosdeintuiesfulgurantes,comfrequnciaexpressasnumalinguagemaomesmotempopoticaefilosficaque deriva da retomada de conceitos hegelianos. Aps as crticas que ojovemMarxdirigeaHegelporterdadoumadescrioinvertidadomundo,acusandoo de partir do abstrato em vez de iniciar do concreto, Marxretoma nos Grundrissemuitos conceitos hegelianos,mas dessa vez antescomo descrio fiel de ummundo realmente invertido, no qual o abstratorealmente domina o concreto. Marx deduz aqui as caractersticas docapitalismo o trabalho, o capitalista do conceito de capital (umexemplo: Die Tendenz, den Weltmarkt zu schaffen, ist unmittelbar imBegriff des Kapitalis gegeben [Trad: A tendncia de criar o mercadomundial est contida imediatamente no conceito do capital] (p. 321): umprocedimento que podia desconcertar os marxistas tradicionais por seu

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    aparente idealismo,masque tambmpodeser lidocomoumadescriodocarterrealmentemetafsicodocapitalismo,ondeotrabalhoconcretoserve somente para exprimir o trabalho abstrato e cuja formabasilar amercadoria, que Marx chama sensvelsuprassensvel. Finalmente, ainsistnciadeMarxnasformascomunitriasdassociedadesprcapitalistasenofatodequeomercadocapitalistaconstituiumdesenvolvimentotardio importante tambm para seu desmentido daquilo que se chama, hoje,individualismo metodolgico nas cincias sociais. Enquanto a economiapolticadeSmith edeRicardo jpartiadasaesdosatores individuaisque se encontram no mercado, Marx parte resolutamente do seguinteprincpio:DieGesellschaftbestehtnichtausIndividuen,sonderndrcktdieSumme der Beziehungen, Verhltnisse aus, worin diese Individuenzueiander stehen [Trad: A sociedade no consiste de indivduos, pormexpressa a soma das relaes, nas quais esses indivduos se defrontamreciprocamente] (p. 189). Isso tambm significa que no a vontadesubjetivadoscapitalistasquecriaocapitalismo,masaaoannimadovalor:DerWerttrittalsSubjektauf[Ovaloraparececomosujeito](p.231).importantesublinhloporquenoprimeirocaptulodOCapital,Marxintroduz somente algumas poucasmercadorias que se trocam e deduz asrelaes mais complexas desta clula germinal. Semelhanteprocedimento, devido amotivos de exposio, poderia induzir ao erro depensar que Marx pe igualmente na base de suas anlises oscomportamentos de atores individuais e isolados os Grundrissedemonstram, se houver necessidade disso, que no assim.Omarxismouniversitrio fez, pelo contrrio, muitas concesses em nome dacientificidadeao individualismometodolgico,sobretudoaomarginalismonaeconomia.

    IHUOnLineQualaprincipal contribuiodosGrundrisse edaobradeMarx, comoumtodo,paraentendermosnossotempo,principalmenteomundodotrabalho?

    Anselm Jappe A contribuio que podem dar os Grundrisse paracompreender omundo de hoje amesma de toda a crtica da economiapoltica de Marx: ir a fundo na compreenso das convulses atuais e verque as injustias sociais, as distribuies desiguais dos recursos, osdesastres financeiros,ascatstrofesecolgicaseaanomiasocialsoelasprpriasaexpressodeumacrisemaisvastaeprofunda,aexpressodeumasociedadenaqualaatividadesocialno reguladaconscientemente,mas depende das mediaes fetichistas e autonomizadas do valor e dasmercadorias,dodinheiroedotrabalho.EnosGrundrissesealude,maisdoque nas outras grandes obrasmarxianas, ao fato de que no se sair docapitalismo sem recriar alguma forma de comunidade. E sempre nosGrundrissequeMarxanunciaclaramente(no finalda terceiraparte)queocapitalismo est condenado a desmoronar precisamente por causa dodesenvolvimento das foras produtivas que o pe em movimento. Suaprofecia levou muito tempo para se realizar mas talvez estejamosassistindoatualmenteaestapassagemhistrica.

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