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1 Experiências Estratégicas da Comissão Própria de Avaliação da universidade de Ribeirão Preto Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) Eixo I - Criação de estratégias e metodologias para o trabalho da CPA Neide Aparecida de Souza Lehfeld (Universidade de Ribeirão Preto) Edilson Carlos Caritá (Universidade de Ribeirão Preto) Manoel Henrique Cintra Gabarra (Universidade de Ribeirão Preto) Yara Teresinha Corrêa Silva Sousa (Universidade de Ribeirão Preto) Resumo Tendo como finalidade atender sua missão e a manutenção de um ensino de qualidade, a Universidade de Ribeirão Preto realiza, historicamente, processos avaliativos internos, sendo em 1999, instituída a Comissão Executiva de Avaliação Institucional – CEAI e transformada em Comissão Própria de Avaliação (CPA) em 2004, considerando as exigências da Lei n° 10.861 de 14/04/2004. O objetivo do presente trabalho é apresentar as experiências e os limites nos processos de autoavaliação da Comissão Própria de Avaliação de uma Instituição de Ensino Superior (IES) privada, do interior do estado de São Paulo, à luz das exigências do Ministério da Educação e das ações estratégicas acadêmico-administrativas das instâncias decisórias da IES. Procuramos encontrar uma estratégia para que o trabalho da CPA e seus resultados fossem reconhecidos pelos gestores da universidade, legitimando seu papel e sua importância. Para isso, busca-se continuamente esclarecimentos e compreensão dos processos avaliativos do SINAES e dos indicadores para a regulamentação e supervisão dos cursos da Instituição. Isso faz com que a CPA tenha status e valoração, fazendo-se importante no planejamento da Universidade, passando a ser referência para análises estatísticas e de conhecimento da posição da universidade no contexto da educação superior do País e internacionalmente. Tem como principais tarefas a avaliação institucional, a avaliação docente e a avaliação de cursos de graduação e pós-graduação lato sensu. Buscou-se, junto ao setor de tecnologia da Universidade, o desenvolvimento de ferramentas computacionais para auxiliar suas atividades, implementando um sistema de informação para atender aos processos avaliativos. As questões que compõem os instrumentos foram elaboradas coletivamente entre seus membros e a comunidade acadêmica. A avaliação docente ocorre semestralmente e o instrumento contempla questões que versam sobre aspectos didático-pedagógicos, postura ética e colaborativa dos docentes, utilizando como métrica a escala de Likert. O aluno responde o instrumento através de um sistema on- line, com a possibilidade de visualização dos resultados por meio de outro sistema on- line, pelo docente. Essa dinâmica também é utilizada na realização da Autoavaliação Institucional que possui uma periodicidade maior e envolve toda comunidade da Instituição, com a socialização dos resultados através de relatórios. Para a avaliação dos cursos de graduação e pós-graduação utiliza-se outra ferramenta, denominada Qualtrics. A avaliação de cursos proposta pela CPA considera que cada curso deve criar seu próprio questionário, focado nas especificidades do respectivo curso. Após a análise dos resultados e socialização aos coordenadores de curso, há a devolutiva dos mesmos, por meio de um plano de ações para atender as principais deficiências. Os mesmos procedimentos são realizados para avaliação dos cursos de pós-graduação lato sensu. Ressalta-se que a elaboração do Plano de Desenvolvimento Instituicional (PDI) e de

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Experiências Estratégicas da Comissão Própria de Avaliação da universidade de

Ribeirão Preto

Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP)

Eixo I - Criação de estratégias e metodologias para o trabalho da CPA

Neide Aparecida de Souza Lehfeld (Universidade de Ribeirão Preto)

Edilson Carlos Caritá (Universidade de Ribeirão Preto)

Manoel Henrique Cintra Gabarra (Universidade de Ribeirão Preto)

Yara Teresinha Corrêa Silva Sousa (Universidade de Ribeirão Preto)

Resumo Tendo como finalidade atender sua missão e a manutenção de um ensino de qualidade, a Universidade de Ribeirão Preto realiza, historicamente, processos avaliativos internos, sendo em 1999, instituída a Comissão Executiva de Avaliação Institucional – CEAI e transformada em Comissão Própria de Avaliação (CPA) em 2004, considerando as exigências da Lei n° 10.861 de 14/04/2004. O objetivo do presente trabalho é apresentar as experiências e os limites nos processos de autoavaliação da Comissão Própria de Avaliação de uma Instituição de Ensino Superior (IES) privada, do interior do estado de São Paulo, à luz das exigências do Ministério da Educação e das ações estratégicas acadêmico-administrativas das instâncias decisórias da IES. Procuramos encontrar uma estratégia para que o trabalho da CPA e seus resultados fossem reconhecidos pelos gestores da universidade, legitimando seu papel e sua importância. Para isso, busca-se continuamente esclarecimentos e compreensão dos processos avaliativos do SINAES e dos indicadores para a regulamentação e supervisão dos cursos da Instituição. Isso faz com que a CPA tenha status e valoração, fazendo-se importante no planejamento da Universidade, passando a ser referência para análises estatísticas e de conhecimento da posição da universidade no contexto da educação superior do País e internacionalmente. Tem como principais tarefas a avaliação institucional, a avaliação docente e a avaliação de cursos de graduação e pós-graduação lato sensu. Buscou-se, junto ao setor de tecnologia da Universidade, o desenvolvimento de ferramentas computacionais para auxiliar suas atividades, implementando um sistema de informação para atender aos processos avaliativos. As questões que compõem os instrumentos foram elaboradas coletivamente entre seus membros e a comunidade acadêmica. A avaliação docente ocorre semestralmente e o instrumento contempla questões que versam sobre aspectos didático-pedagógicos, postura ética e colaborativa dos docentes, utilizando como métrica a escala de Likert. O aluno responde o instrumento através de um sistema on-line, com a possibilidade de visualização dos resultados por meio de outro sistema on-line, pelo docente. Essa dinâmica também é utilizada na realização da Autoavaliação Institucional que possui uma periodicidade maior e envolve toda comunidade da Instituição, com a socialização dos resultados através de relatórios. Para a avaliação dos cursos de graduação e pós-graduação utiliza-se outra ferramenta, denominada Qualtrics. A avaliação de cursos proposta pela CPA considera que cada curso deve criar seu próprio questionário, focado nas especificidades do respectivo curso. Após a análise dos resultados e socialização aos coordenadores de curso, há a devolutiva dos mesmos, por meio de um plano de ações para atender as principais deficiências. Os mesmos procedimentos são realizados para avaliação dos cursos de pós-graduação lato sensu. Ressalta-se que a elaboração do Plano de Desenvolvimento Instituicional (PDI) e de

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estudos sobre os indicadores avaliativos do Ministério da Educação também são funções dessa CPA. Todas as ações resultantes dos processos avaliativos internos e externos são discutidas com a gestão da IES e previstas no PDI. A Universidade de Ribeirão Preto sempre esteve aberta às mudanças, visando consolidar os processos de formação profissional com qualidade. Mesmo assim, a implantação da CPA significou uma mudança na sua cultura organizacional em termos de gestão institucional. Palavras-chave: Comissão Própria de Avaliação. Processos Avaliativos. Estratégias de Avaliação. Introdução A Universidade de Ribeirão Preto é uma instituição de ensino superior, privada, sem fins lucrativos, certificada como entidade beneficente de assistência social, que tem seus cursos divididos pelas áreas do saber: saúde, exatas e humanas. Os cursos de graduação estão distribuídos em dois campi, um na cidade de Ribeirão Preto e o outro em Guarujá, no estado de São Paulo. A UNAERP foi reconhecida como Universidade em 1985, consolidada como uma das mais importantes do Estado. Atualmente, conta com 27 cursos de graduação, 05 programas de pós-graduação stricto sensu e vários cursos de pós-graduação lato sensu e, um colégio tecnológico, cursos superiores de tecnologia, cursos na modalidade de educação a distância (EAD), nos campi Ribeirão Preto e Guarujá e um conservatório musical na sede (Ribeirão Preto). Ela congrega aproximadamente 500 docentes, desenvolve 210 projetos de pesquisa, 47 grupos de programas pesquisa de pós-graduação (Folha de São Paulo) e 29 programas de extensão, com apoio de laboratórios, equipamentos, biblioteca, recursos tecnológicos avançados e programas de intercâmbio com importantes centros, institutos e empresas de pesquisa e tecnologia do Brasil e do mundo. A Universidade procura manter um diálogo constante com a sociedade do seu entorno, busca estabelecer parcerias com grupos de excelência da região e do país para incentivar e fortalecer suas pesquisas e atividades de extensão, objetivando cada vez mais cumprir suas metas de desenvolvimento para melhor formar profissionais integrados à realidade regional e nacional. No aspecto macro, a UNAERP, de acordo com o explicitado no seu Estatuto e Regimento Interno, apresenta a organização estrutural conforme Quadro 1. Quadro 1 – Responsabilidades e competências versus Setores envolvidos da UNAERP. Ribeirão Preto, 2013.

Competências e Responsabilidades Órgãos e Setores Institucionais Envolvidos

• Regular, Normatizar e Formular políticas institucionais de ensino, pesquisa e extensão.

• Elaborar e Aprovar o Regimento Geral da UNAERP.

• Homologar o plano de carreira docente, contratação e dispensa de professores.

• Aprovar currículos de cursos de graduação e pós-graduação.

• Formular e executar medidas disciplinares a discentes, docentes e corpo administrativo.

Conselho Universitário

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• Apresentar plano de ação administrativo.

• Sugerir normas administrativas em geral.

• Apreciar propostas de acordos, convênios e parcerias.

Conselho de Administração

• Implantar as políticas institucionais nas áreas específicas de cada diretoria.

Diretorias

• Estabelecer normas, processos, padrões e métodos para a administração.

• Propor políticas de ordem financeira e de sustentabilidade institucional.

• Supervisionar os setores de tecnologia de informação, instalações físicas, recursos humanos e outros.

Diretoria de Administração e Finanças

• Estabelecer critérios administrativo-acadêmicos para todos os procedimentos de acompanhamento e registro da vida escolar do aluno.

• Responsabilizar pelos processos seletivos e por programas especiais de orientação aos alunos na UNAERP.

• Supervisionar programas e projetos de ação direta no meio externo, colaborando com o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida do cidadão.

• Atender a demanda de informações e de documentação requerida por alunos, docentes e organizações externas da Universidade.

Diretoria de Assuntos Comuns e Estudantis

• Implementar Políticas Estratégicas para a expansão da Universidade com novos campi, instalações e equipamentos.

• Estabelecer procedimentos de marketing, publicidade e relações públicas, incrementando negócios da Universidade e consolidação institucional.

• Desenvolver empreendimentos e negócios integrados à comunidade

Diretoria de Projetos Estratégicos

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por meio de parcerias e convênios. • Conceber e promover programas

de internacionalização na Universidade.

• Estabelecer Políticas e Diretrizes relacionadas ao desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão na UNAERP.

• Elaborar, executar e avaliar projetos de cursos de graduação, pós-graduação, nas modalidades presenciais, semipresenciais e na modalidade de ensino a distância.

• Criar condições favoráveis à atuação e produção científica do corpo docente e discente.

• Desenvolver programas integrados com as demais diretorias para garantir a qualidade do ensino.

• Supervisionar a execução de planos de ação dos coordenadores, a integração dos cursos com a biblioteca e demais órgãos de sustentação das atividades.

Diretoria de Ensino, Pesquisa e Extensão

Fonte: UNAERP, Estatuto Geral, 2009. A Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) foi instituída em 05 de julho de 2004 e congrega representantes de todos os segmentos acadêmicos e da sociedade civil. Alguns membros dessa comissão vivenciaram experiências anteriores de avaliação institucional, incluindo a Autovaliação Institucional segundo o modelo proposto pelo Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), nos anos 2000 e a Avaliação Institucional Externa realizada pelo INEP/MEC em 2009. Sua atuação é pautada pelo respeito à identidade institucional, considerando a missão, as metas e as experiências relativas aos processos de avaliação; transparência nas diversas fases do processo de avaliação, levando-se em conta a diversidade de pontos de vista dos diferentes segmentos acadêmicos e articulação da CPA com os diversos setores institucionais. Enfatizamos que se busca encontrar uma estratégia para que o trabalho da CPA e seus resultados sejam reconhecidos pelos gestores da universidade, legitimando seu papel e sua importância nos contextos de gestão estratégica e desenvolvimento organizacional. Para isso, busca-se continuamente esclarecimentos e compreensão dos processos avaliativos do SINAES e dos indicadores para a regulamentação e supervisão dos cursos da Instituição. Isso faz com que a CPA tenha status e valoração, fazendo-se fundamental no planejamento da Universidade, passando a ser referência para análises estatísticas, de conhecimento e análise crítica da posição da universidade no cenário da educação superior no País e no mundo. Objetivos O objetivo geral do presente trabalho é apresentar as experiências, as possibilidades e os limites nos e dos processos de autoavaliação da Comissão Própria de Avaliação de uma Instituição de Ensino Superior (IES) privada, do interior do estado de São Paulo, à luz

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das exigências do Ministério da Educação e das ações estratégicas acadêmico-administrativas das instâncias decisórias da IES. Os objetivos específicos são discutir os procedimentos avaliativos implantados na Instituição a partir dos modelos dos instrumentais utilizados e relatar as atividades atribuídas à CPA que favorecem o planejamento estratégico institucional. Metodologia A composição da CPA-UNAERP além de atender aos requisitos instituídos pela CONAES procurou abranger representantes docentes das três áreas do conhecimento – humanas, saúde e exatas - prestigiando aqueles que se dedicam à pesquisa científica na Universidade. A proposta institucional foi a de favorecer a concepção de interação e integração de recursos humanos com conhecimento e com experiência em processos de avaliação de gestão, de metodologias e de políticas sociais e públicas. A partir da busca do conhecimento teórico amplo e aprofundado dos princípios do SINAES, a CPA-UNAERP foi construindo ao longo de seu percurso e amadurecimento, propostas mais completas de trabalho na e para a Instituição. Somado a esse conhecimento teórico, foi propiciado aos componentes da CPA a possibilidade de participação de cursos de reciclagem e de eventos necessários para que cada vez mais houvesse um enriquecimento do conhecimento nessa área. A interação e articulação harmoniosa do grupo facilitou uma troca de conhecimento principalmente em relação às expertises de cada um em processos e metodologias de investigação científica. A complementariedade e a possibilidade de entrosamento de linhas de investigação e de paradigmas científicos deram uma base de sustentação e de validação das avaliações e de outras ações realizadas pela CPA. Esses elementos também colaboraram para que a comunidade acadêmica da UNAERP como um todo respeitasse o trabalho realizado pela CPA e se preocupasse em participar dos processos então implementados. Vale ressaltar que a cultura organizacional pré-existente na Instituição, desde décadas anteriores sobre processos avaliativos colaborou muito para que a CPA pudesse desenvolver seus projetos com bons resultados. A necessidade de estar sempre sensibilizando o corpo discente à participação das avaliações é suplantada com uma atuação permanente da CPA junto ao corpo de coordenadores de graduação e pós-graduação da Universidade. O corpo discente é chamado aos laboratórios de informática da Instituição por usarmos um sistema Web, criado especialmente para os diversos processos investigativos relacionados à avaliação de docentes, de cursos, da Instituição e de níveis de conhecimento de língua estrangeira e composição do perfil dos ingressantes. Buscou, junto ao setor de tecnologia da Universidade, o desenvolvimento de ferramentas computacionais para auxiliar suas atividades, implementando um sistema de informação para atender aos processos avaliativos. As questões que compõem os instrumentos foram elaboradas coletivamente entre seus membros e a comunidade acadêmica. A avaliação docente ocorre semestralmente e o instrumento contempla questões que versam sobre aspectos didático-pedagógicos, postura ética e colaborativa dos docentes, utilizando-se como métrica a escala de Likert (Quadro 2). O aluno responde o instrumento através de um sistema on-line, com a possibilidade de visualização dos resultados por meio de outro sistema on-line, pelo docente. Essa dinâmica também é utilizada na realização da Autoavaliação Institucional que possui uma periodicidade maior e envolve toda comunidade da Instituição, com a socialização dos resultados através de relatórios. Para a avaliação dos cursos de graduação e pós-graduação utiliza-se outra ferramenta, denominada Qualtrics. O sistema Qualtrics oferece aos pesquisadores ferramentas de

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construção e distribuição de questionários, comportando um grande número de diferentes tipos de questões (respostas simples, múltipla, ordenada, texto, número e avaliação de imagem, música e vídeo). Também proporciona uma série de instrumentos de gestão de questionário, como o controle de respostas e o uso de senhas coletivas ou individuais. Aos participantes de pesquisa, o serviço garante sigilo, comodidade e segurança, além da possibilidade de interromper a participação e retomá-la mais tarde. Os resultados podem ser visualizados em relatórios on-line padronizados ou de forma personalizada pelo usuário e exportados em formato de editor de textos (RTF), planilha eletrônica (Excel) ou apresentação eletrônica (PowerPoint). Também realizou-se juntamente com o Centro de Informação e Tecnologia da Unaerp uma análise da segurança e confidencialidade dos dados no sistema Qualtrics. O sistema faz a consideração de segurança segundo os padrões atuais internacionalmente aceitos e consequentemente, com viabilidade técnica e metodológica. A avaliação de cursos proposta pela CPA considera que cada curso deve criar seu próprio questionário, focado nas especificidades do respectivo curso. Após a análise dos resultados e socialização aos coordenadores de curso, há a devolutiva dos mesmos, por meio de um plano de ações para atender as principais deficiências. Os mesmos procedimentos são realizados para avaliação dos cursos de pós-graduação lato sensu. No Quadro 3 apresenta-se o questionário utilizado para a avaliação dos cursos de pós-graduação lato sensu. É importante destacar que a elaboração dos instrumentos é um processo coletivo que envolve a participação de membros da comunidade acadêmica. Para elaboração, discussão e avaliação do PDI são realizados Workshops com os gestores da área acadêmica, administrativa e de representação docente e discente como uma atividade integradora, fora dos muros da Universidade, a participação de todos sempre foi altamente valorizada e colocada como necessária. A sistemática de trabalho envolve apresentação geral sobre o SINAES, divisão dos participantes em grupos para discussão e elaboração de perspectivas e ações, considerando os resultados obtidos em avaliações internas e externas, bem como a apresentação do trabalho realizado por cada grupo para análise e discussão de todos. Paralelamente, a CPA também trabalha com sub-comissões para a atualização e revisão do Plano de Desenvolvimento Institucional, com a articulação do grupo gestor da Universidade e o acompanhamento dos Planos Operativos Anuais (POAs) de cada curso, com a possibilidade de discussão permanente nos colegiados de área da Universidade. Além das ações avaliativas já sistematizadas, a CPA debruça-se, anualmente, para a análise, discussão e preparação de relatórios sobre o desempenho de cada curso da IES que realizou o ENADE, realiza-se também estudo sobre o IGC institucional e todos esses resultados são apresentados à reitoria da instituição e encaminhados aos coordenadores dos respectivos cursos para conhecimento e desenvolvimento de plano de ação. Atualmente, a CPA tem atuado em parceria com a Ouvidoria Geral da IES para auxiliar nos esclarecimentos e nas ações para atender os questionamentos das comunidades interna e externa. A Ouvidoria Geral da UNAERP atende as pessoas das comunidades interna e externa, que tenham dúvidas, críticas e sugestões relacionadas aos assuntos da universidade. A CPA se dedica à produção teórico-científica e, como resultado seus artigos técnico-científicos e periódicos nacionais têm sido publicados e, apresentados em congressos nacionais e internacionais. Vale salientar que a nova propositura do CONAES / MEC em publicizar os relatórios anuais da CPA por meio do sistema e-MEC, dando maior visibilidade das comissões às

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instituições em geral, não permanecendo somente em nível de uma obrigatoriedade burocrática, valorizará cada vez mais o nosso trabalho. Referencial Teórico Um debate intenso sobre o encontro de ferramentas que propiciem análises multidimensionais, de acordo com a demanda adversa e complexa dos fenômenos ora presentes, permeia toda a dinâmica da ciência e da pesquisa, especialmente em métricas para apreciação de avaliações. De acordo com Minayo (1998, p.54), a concepção interacionista das relações sociais se fundamenta no princípio de que o comportamento humano é autodirigido e observável em dois sentidos: o simbólico e o interacional. Isso permite a qualquer ser humano planejar e dirigir suas ações em relação aos outros e conferir significado aos objetos que utilizam para realizar seus planos. Dessa forma, concordando com a linha conceitual das afirmações da autora, podemos entender que em uma investigação científica faz-se mister a busca pelo sentido do simbólico e dos significados que acobertam as falas dos sujeitos, para o alcance do processo interativo estabelecido. Complementando essa reflexão, Chizzotti (1998, p. 80) considera que a pesquisa qualitativa eleva o pesquisador ao nível de descobridor “do significado das ações e das relações que se ocultam nas estruturas sociais”. Na abordagem metodológica qualitativa, o papel do pesquisador é fundamental no sentido de condução ativa do processo, ou seja, de trabalhar/atuar numa linha interpretativa-compreensiva valorizando, os estudos, nos depoimentos coletados dos sujeitos pesquisados, as representações, os sentimentos e as angústias identificadas. O método quantitativo é largamente utilizado por pesquisadores, pois para eles há a necessidade de se ter um conhecimento científico sempre validado por evidências e/ou por repetidas experimentações que possam controlar variáveis que componham o objeto e a problematização do estudo. O método quantitativo, para atingir seus propósitos, necessita de um elaborado nível de estruturação, utilizando uma amostragem que seja “verdadeiramente representativa”, metodologia da coleta de dados e escolha do método de análise apropriado. Somente assim, assegura com precisão a tabulação e a análise estatística dos dados coletados, avaliando, inclusive, as possibilidades de erros em suas conclusões. Segundo Gil, Licht e Santos (2006, p. 7), para alguns autores, o debate entre quantitativistas e qualitativistas constitui um falso debate. Para outros, um debate superado. Assim, para se resguardar a abordagem metodológica por nós utilizada, principalmente das críticas dos empiristas que valorizam as constatações e relações casuais entre variáveis experimentais que podem ser estatisticamente mensuradas, deve-se apresentar logo de início do estudo, qual será o caminho do pensamento a percorrer e o processo de apreensão da compreensão da realidade a ser estudada. Demo (2000, p.159) afirma que a pesquisa qualitativa tem sofrido reveses contínuos por conta de seus abusos, mas tem futuro exuberante pela frente, à medida que certas perspectivas pós-modernas penetram o mundo acadêmico, inclusive das ciências naturais. Elegendo-se a abordagem quanti-qualitativa para o estudo científico de um objeto, entendemos, primeiramente, a necessidade da reflexão crítica, da elaboração profunda acerca do contexto social mais amplo em que se encontram os atores sociais que se relacionam com o objeto, colocando-se o qualitativo sob uma análise teórica. Baptista (1999, p. 35) assegura que aí se encontra a “relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, entre o sujeito e o objeto, entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito”.

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Assim, a escolha dos métodos e técnicas utilizadas para a coleta e interpretação dos dados adquiridos em campo, torna-se mais assertiva, possibilitando que sejam confiáveis os resultados da investigação. O quantitativo nos fornece a construção de indicadores que fundamentarão toda a análise compreensiva dos elementos estudados que compõem o objeto de investigação e da sua problematização. Resultados e Discussões Ao longo do período de atuação da CPA, vários elementos foram disponibilizados às diretorias e conselhos acadêmicos e administrativo-financeiros da Instituição para melhor direcionamento da gestão acadêmico-pedagógica, administrativa financeira e estratégica, que tem resultado em mudanças e implementação de políticas institucionais adequadas nos três pilares da universidade - ensino, pesquisa e extensão – com vistas ao aprimoramento dos projetos pedagógicos de curso, constante capacitação do corpo docente, inclusive para o uso da tecnologia da informação e comunicação, melhoria e adequações na infraestrutura objetivando manter salas de aula, biblioteca, laboratórios e clínicas em perfeito estado para as boas práticas pedagógicas. Caracteriza-se também como canal importante de comunicação do discente e do próprio docente e colaboradores técnico-administrativos com a instituição através da Autovaliação Docente Institucionalizada, permitindo um olhar interno e externo ao âmbito dos cursos e de toda a comunidade acadêmica. Possibilitou a formulação de PDI mais condizentes com a realidade institucional, do cenário da educação superior no contexto regional e nacional, observando os indicadores dimensionados nos instrumentos avaliativos construídos e revisados por comissões de especialistas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/Ministério da Educação (INEP/MEC) e pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES) para fins regulatórios e de supervisão. A instituição de uma CPA, na Universidade de Ribeirão Preto, tem contribuído efetivamente para que processos de autoavaliação institucionais sejam sistematicamente realizados e seus resultados monitorados e utilizados para o fortalecimento das potencialidades da instituição pela Reitoria e Diretorias, bem como a reordenação ou redirecionamento de ações nos casos em que são detectadas oportunidades de melhorias. Vale salientar, ainda que, a CPA já conseguiu diagnosticar os seguintes impactos e transformações resultantes dos processos de avaliação:

• Revisão dos Projetos Pedagógicos dos Cursos, visando atender às necessidades apontadas nas avaliações já realizadas e atualização considerando as novas legislações.

• Maior comprometimento do corpo docente com o planejamento de suas atividades pedagógicas e apoio pedagógico aos discentes nas suas dificuldades de aprendizagem;

• Conscientização dos discentes sobre a necessidade de maior controle dos resultados das suas avaliações;

• Inserção dos discentes nas atividades acadêmicas e culturais desenvolvidas pelas Diretorias de Graduação e Projetos Estratégicos voltadas ao aprimoramento do processo de formação profissional.

• Ampliação do acervo bibliográfico e áreas específicas do saber, com base nos indicativos dos resultados do processo de avaliação;

• Modernização da infraestrutura, como por exemplo: ampliação e diversificação da praça de alimentação, criação de um centro de convivência e implantação de uma academia que atende toda a comunidade;

• Revisão do plano de carreira docente tendo em vista as expectativas da comunidade acadêmica e a priorização de absorção dos docentes em tempo

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integral, com participação em pesquisa e programas de extensão pela instituição;

• Ampliação das campanhas educativas sobre drogadição e maior controle nos campi com relação à segurança e atividades comemorativas como trote de calouros, festas de formaturas etc.

• Disponibilização da Biblioteca Virtual da Pearson para todos os cursos que se interessam em seu uso.

• Criação de metodologia de atuação quanto aos cursos nos processos do ENADE.

Considerações Finais É importante destacar que, ao longo desses nove anos de atividades, o trabalho da CPA, em sua atuação múltipla no âmbito da universidade, trouxe para a instituição uma contribuição significativa e reconhecida pela comunidade acadêmica para o planejamento estratégico de ações, particularmente, na área de graduação em sua mais ampla concepção. Essa contribuição foi aprovada por todas as Comissões de Avaliadores do INEP/MEC quando das suas visitas in loco à nossa instituição para os processos de Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento através de pontuação positiva em seus relatórios avaliativos dessas visitas. Essa inserção da CPA na Instituição induz e motiva a projetar novos processos avaliativos e de diagnóstico para os próximos anos, atendendo regularmente as normas do SINAES, demonstrando ainda a competência em subsidiar o processo de formulação do novo Plano de Desenvolvimento Institucional da Universidade de Ribeirão Preto. Finalmente, enfatiza-se que a UNAERP é uma das universidades pioneiras em realizar processos de autoavaliação institucional o que ocorre desde o final da década de 1980, portanto, antes do advento da Lei nº 10.861/2004 (SINAES). Quando da implantação do SINAES, a UNAERP se adequou a esse novo sistema avaliativo e a importância do PDI e da sua implementação pôde ser aperfeiçoada pelas alterações vivenciadas na UNAERP. Ressalta-se, que não apenas a atividade da CPA se incorporou completamente ao cotidiano da Universidade, mas todos estão, atualmente, acostumados com o processo de reflexão e projeção da UNAERP a cada edição de seus processos avaliativos. Assim, há uma consciência difundida sobre todas as metas a serem alcançadas a cada período, bem como a constatação de que estas foram afixadas depois de avaliações pertinentes de cada setor e de cada situação dos cursos em oferta. Importa, ainda, chamar a atenção para o fato de que a CPA é representada nos dois campi, garantindo, com isso, a participação de todos os interesses envolvidos nas políticas e projetos institucionais dimensionados. Há a abertura para receber ideias de novos processos e também para a reavaliação e retoques constantes sobre a validade das metodologias e dos indicadores baseados numa cultura de melhoria de mensuração e interpretação-analítica dos dados. Enfim, trata-se de um trabalho contínuo de produção científica e de socialização dos resultados.

Referências BAPTISTA, D. M. T. O debate sobre o uso de técnicas qualitativas e quantitativas de pesquisa. In: MARTINELLI, Maria Lúcia (org.) Pesquisa Qualitativa um Instigante Desafio. São Paulo: Veras, 1999. CHIZZOTTI, A. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1998. DEMO, P. Pesquisa e Informação Qualitativa. Campinas SP: Papirus, 2001. GIL, A. C.; LICHT, R. H. G.; SANTOS, B. R. M. Porque fazer Pesquisa Qualitativa em Saúde. Revista Pesquisa em Ciências da Saúde. v. 1, n. 2, 2º semestre de 2006.

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LEHFELD, N. A. S.; GABARRA, M. H. C.; COSTA, C.; SOUSA, Y. T. C. S. Reflexões sobre o processo de autoavaliação institucional: o olhar de uma comissão própria de avaliação. Revista da Avaliação da Educação Superior. v. 15, n. 1, 2010. MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 5. ed. São Paulo – Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 1998. RUF. UNAERP: Padrão Internacional no Ensino Brasileiro. Folha de São Paulo, São Paulo, p. 25, 09/set/2013. UNAERP. Estatuto Geral da Universidade de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, 20 de janeiro de 2000.

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Quadro 2 – Modelo Formulário da Avaliação Docente da Universidade de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, 2013.

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Quadro 3 – Modelo Formulário da Avaliação da Pós-graduação Lato Sensu da Universidade de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, 2013. Curso:

_____________________________________________________________________

1- Entre os motivos abaixo, quais melhor descrevem sua escolha por cursar pós-

graduação na UNAERP:

a) Qualidade do curso; b) Corpo docente; c) Localização geográfica; d) Periodicidade das aulas; e) Infraestrutura da Universidade; f) Ênfase do curso; g) Indicação de ex-aluno; h) Outros. Quais? ____________________________________________________

2- Por qual(is) meio(s) de comunicação você foi informado sobre os cursos de pós-

graduação oferecidos pela UNAERP?

a) Internet; b) Jornais e revistas da área; c) Folders; d) Colegas; e) Outros. Quais? ____________________________________________________

3- Além do curso atual, você já foi aluno (a) da UNAERP?

( ) Sim. (Qual(is) curso(s) ____________________________________________) ( ) Não.

4- Como você considera o atendimento pela Secretaria da pós-graduação?

5- Como você considera a gestão do coordenador do curso?

6- Como você considera o relacionamento com os docentes do curso?

7- Como você considera o relacionamento com seus colegas de curso?

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8- Como você avalia o conteúdo das disciplinas e sua adequação à proposta do curso?

9- Como você avalia a carga horária das disciplinas?

10- Como você avalia as estratégias didáticas dos docentes do curso?

11- Qual o seu grau de satisfação com relação à orientação para a realização de seu

Trabalho de Conclusão de Curso?

12- Como você avalia as salas de aula?

13- Como você avalia as instalações de laboratórios e clínicas?

14- Como você avalia as informações disponibilizadas na Internet, pela UNAERP,

relativas à pós-graduação?

15- Como você avalia a biblioteca em termos de disponibilidade de locais para estudo

(cadeira, mesas e salas)?

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16 - Como você avalia a biblioteca em termos de disponibilidade de livros e periódicos

da sua área?

17- Como você avalia a biblioteca em termos de atendimento pelos(as)

funcionários(as)?

18- Qual é o seu grau de satisfação em relação à infraestrutura e atendimento do LIAPE

(Laboratórios de Informática)?

19- Qual é o seu grau de satisfação em relação ao Serviço de Atendimento Financeiro

(SAF)?

20- Como você avalia a qualidade dos serviços de fotocópia e impressão disponíveis na

Universidade?

21- Como você avalia o horário de atendimento dos setores de apoio da Universidade

(Multiatendimento, Serviço de Fotocópias, Biblioteca, outros)?

22- Como você avalia os serviços de alimentação disponíveis na Universidade?

23- Como você avalia as áreas de convivência no campus?

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24- Como você avalia as atividades culturais no campus (teatro, música, exposições,

entre outras)? Você já participou de alguma? Caso afirmativo, qual?

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25- Como você avalia o campus universitário (limpeza, conservação, áreas verdes, entre

outros)?

26- Como você avalia o coffee break oferecido aos alunos dos cursos de Pós-graduação

da Universidade?

Comentários/Contribuições para melhoria do curso:

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