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EXPOSIÇÃO 100 Anos da Inspeção do Trabalho em Portugal

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Page 1: EXPOSIÇÃO · Exposição: “100 Anos da Inspeção do Trabalho em Portugal” Data: 18 de março a 28 de abril de 2016. Local: Torreão Poente da Praça do Comércio, Lisboa. Organização:

EXPOSIÇÃO100 Anos da Inspeção do Trabalho em Portugal

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Exposição: “100 Anos da Inspeção do Trabalho em Portugal”

Data: 18 de março a 28 de abril de 2016.Local: Torreão Poente da Praça do Comércio, Lisboa. Organização: Autoridade para as Condições do TrabalhoComissão Executiva:Manuel Maduro RoxoPaula Flor DiasJosé Ayres de SáArminda NevesFernando CabralÂngela NetoManuel Nunes de SáPedro Silvano Logotipo e imagem do Centenário: Blue AdvertisingProdução e montagem: SIM Apoios:

Agradecimentos: Câmara Municipal do Barreiro - Espaço MemóriaMuseu Casa da Moeda

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Em março de 2016, completam-se 100 anos da existência formal da Inspeção do Trabalho em Portugal. A celebração desta efeméride impõe uma reflexão sobre o valor do Trabalho para a economia, as pessoas e o equilíbrio social. Hoje, como sempre, este é um tema de primeira grandeza reforçado pelo atual contexto de crise, em Portugal e na Europa, que obriga a convocar valores e repensar caminhos.

A exposição comemorativa do centenário da Inspeção do Trabalho em Portugal insere-se nesta finalidade. Com ela pretende-se dar informação sobre os marcos fundamentais deste devir histórico que refletem a influência da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o mundo laboral português, a matriz do Direito do Trabalho e o seu ajustamento aos novos cenários, as instituições

que enquadram as dinâmicas do Trabalho em especial a Inspeção do Trabalho, alguns elementos dos contextos políticos, económico e social que marcaram o percurso, bem como de evidências de políticas públicas sobre as Condições de Trabalho desenhadas para responder aos problemas suscitados.

Para isso, a informação disponibilizada distribui-se numa linha de tempo que se inicia com a monarquia constitucional (1822-1910), percorrendo posteriormente os períodos que se abrem com a instauração da República (1910-1926), com a ditadura militar e o “Estado Novo” (1926-1974) e, finalmente, com a revolução do 25 de Abril de 1974, passando pela adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE), até aos nossos dias (1974-2016).

O Inspetor-Geral,P. N. Pimenta Braz

100 Anos da Inspeção do Trabalho em Portugal

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“Todo o organismo que trabalha precisa de descanso. É uma lei

geral tão intuitiva que não demanda demonstração. Os próprios

organismos inferiores, que não têm consciência dos seus actos,

são levados pelo instinto psicológico a promover em si próprios

o repouso que lhes é indispensável.”

António José de Almeida, em defesa do dia de descanso semanal, na sessão no Parlamento de 1 de fevereiro de 1907

DO LIBERALISMO À REPÚBLICA

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Tabela de preços dos ordenados dos operários da Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande. [S/ data]

Medalha do trabalho(1). [1863]

“É instituída para recompensar os especiais serviços das classes laboriosas (…) A medalha do trabalho comprehende três graus, com as seguintes designações: medalha de oiro, medalha de prata, medalha de cobre.”

Transporte de Pedra. [1890-?]Arquivo Municipal de Lisboa.

Gravura alusiva à proclamação da República no Porto, aquando da revolta republicana. [31.01.1891]Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

(1) Decreto de 28 de Setembro de 1863.

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No final do séc. XVIII ocorreu a desintegração dos quadros da economia corporativa (medieval) e o início da sociedade industrial e do capitalismo, a que correspondeu, na prática, a degradação das condições de trabalho.

Em Portugal a transição para o séc. XIX é marcada pelas Invasões Francesas, pela Revolução Liberal de 1820 e pela Guerra Civil entre D. Miguel e D. Pedro. Na segunda metade do século desenvolve-se o movimento da Regeneração, nome pelo que ficou conhecido o capitalismo português, com uma maior estabilidade e relativa modernização das estruturas produtivas (indústria e agricultura). A última década do século é marcada pelo Ultimato Inglês, pela crise financeira de 1890 a 1892 e pela Revolta Republicana do Porto, que explica o ambiente depressivo do País, de que se faz eco o movimento dos “Vencidos da Vida”.

Nesse século surgem em Portugal as primeiras grandes manufaturas, que se situam fora do tradicional sistema oficinal corporativo. Com o triunfo da revolução liberal, as corporações de artes e ofícios são extintas (1834).

A máquina a vapor foi introduzida na indústria, em Portugal, em 1835. Ao longo do séc. XIX foi progressiva, embora lenta, a industrialização do país.

O início da industrialização, os conflitos de trabalho que começam a surgir e a preocupação e receios sentidos pelos dirigentes com a "Questão Social" (fruto da "incrível miséria da classe operária no séc. XIX") fizeram surgir as primeiras leis de trabalho.

O Decreto de 14 de Abril de 1891 é normalmente conside-rado o primeiro diploma legal português inspirado pelos princípios próprios do Direito do Trabalho. Ele regula a idade mínima de admissão ao trabalho e estatui quanto ao trabalho de mulheres e de menores, duração máxima da jornada e quanto aos serviços insalubres ou perigosos em fábricas e ofícios.

Neste período foi ainda publicada legislação quanto ao associativismo sindical e quanto ao descanso semanal e condições de segurança no trabalho.

Manuel Nunes de Sá

DO LIBERALISMO À REPÚBLICA

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Empresa de Cerâmica de Lisboa, fábrica de telha e de material de construção de barro vermelho, fundada em 1883. [1883 - 1893]Arquivo Municipal de Lisboa, Francesco Rocchini.

Horário de trabalho e tabela de castigos, Fábrica de Tecidos a Vapor do Castanheiro, Guimarães. [1906]

Dirigentes e operários da fábrica de cimento em Âlcantara. [Ant. a 1895]Arquivo Municipal de Lisboa, Francesco Rocchini.

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23.10.1822Constituição Política da Monarchia Portugueza

Artigo I“A Constituição política da Nação Portuguesa tem por objecto manter a liberdade, segurança, e propriedade de todos os Portugueses.(…)Artigo IIIA segurança pessoal consiste na protecção, que o Governo deve dar a todos (…)”

23 de setembro de 1822.

07.05.1834Extinção das Corporações de Artes e Ofícios. Visa eliminar os obstáculos corporativos à liberdade industrial e de comércio.

Decreto de 7 de maio de 1834.

1864Promulgada legislação que permite a constituição de associações de socorros mútuos, aproveitada pelos trabalhadores para as utilizarem como verdadeiras associações sindicais.

14.04.1891Regime do trabalho de menores e mulheres nos estabelecimentos industriais, da sua inspeção e vigilância.

Criação de 5 circunscrições industriais com funções de inspeção (Porto, Coimbra, Lisboa, Beja e Ponta Delgada).

Decreto de 14 de abril de 1891.

09.05.1891Associações de ClasseLegitimidade da criação de associações de natureza sindical de trabalhadores e patrões.

Decreto de 9 de maio de 1891.

14.08.1891Estabelecido horário de trabalho para os serviços das obras públicas de Lisboa e Porto.

Decreto de 14 de agosto de 1891.

11.08.1897Obrigatoriedade de elaboração de estatísticas de desastres no trabalho nos estabelecimentos industriais.

Decreto de 11 de agosto de 1897.

03.08.1907Instituição de um dia de descanso semanal.

Decreto de 3 de Agosto de 1907.

PRINCIPAIS DIPLOMAS

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Indústria CorticeiraA greve de S. Bartholomeu de MessinesVanguarda Diário Republicano Independente, Ano X, Nº 3:774, 21.05.1907, 2.

1º de Maio: No paiz, as manifestações de hontem, o comícioVanguarda Diário Republicano Independente, Ano X, Nº3:755, 02.05.1907, 2.

Manifestações Populares na Revolução do 5 de outubro de 1910.Arquivo Municipal de Lisboa, António Novais.

Casos do diaAQUILINO – Casos do dia. Vanguarda Diário Republicano Independente, Ano X, Nº 3:879, 03.10.1907, 1.

Desastres no trabalhoVanguarda Diário Republicano Independente, Ano X, Nº 3:777, 24.05.1907, 2.

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“(…) alguns serviços têm tomado sério incremento, como seja o

do cadastramento, fiscalização e licenciamento das indústrias,

criteriosa e scientìficamente feitos, e o seguro contra os desastres

no trabalho, que hoje atinge somas consideráveis.”

Preâmbulo do Decreto nº 11.267, de 25 de novembro de 1925, que extingue o Ministério do Trabalho e Previdência Social.

1ª REPÚBLICA

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Operários da indústria têxtil a caminho de São Bento onde entregaram uma petição pedindo o horário de trabalho de 8 horas e outras regalias. [1911]Arquivo Municipal de Lisboa, Benoliel.

Operários da panificação, em greve, aguardam a comissão que foi agradecer ao Ministro do Interior a promulgação do decreto sobre o descanso semanal. [1911]Arquivo Municipal de Lisboa, Benoliel.

Greve dos operários da CUF, Companhia União Fabril. [1911]Arquivo Municipal de Lisboa, Benoliel.

Varinas manifestam-se pelo direito de comprar o peixe no mercado de Santos. [1912]Arquivo Municipal de Lisboa, Benoliel.

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Não foi fácil a vida da República implantada em cinco de Outubro de 1910.

As suas medidas contra a Igreja Católica marcaram o início do novo regime, criando a questão religiosa. O registo civil obrigatório, é uma das suas pedras que subsiste.

A instabilidade política foi uma constante dos seus curtos dezasseis anos de vida com sucessivas crises: A “Ditadura” de Pimenta de Castro, em 1915, Sidónio Pais e a sua “República Nova”, entre 1917 e fins de 1918, a Monarquia do Norte em 19 de Janeiro de 1919, a noite sangrenta de 21 de Outubro de 1919 e o assassínio de um Primeiro-Ministro e do Fundador da República, Machado Santos, entre outros.

A instabilidade social não foi menor. Greves em Lisboa, como nos campos do Ribatejo e Alentejo, em 1911 e cujo direito foi logo reconhecido. E tantas outras.

O atraso educativo, como herança, é evidenciado pela taxa de analfabetismo, que ronda então os 75%, assistindo-se a tentativas, nem sempre bem-sucedidas, de valorização da escola.

À República ficou a dever-se avançada legislação social, o Ministério do Trabalho, em Março de 1916, e a Inspeção do Trabalho nela inserida, embora antes já houvesse Inspetores de Trabalho, a participação de Portugal como País fundador da Organização Internacional do Trabalho, criada pelo Tratado de Versalhes de 1919, com as suas influências na nossa legislação, até aos dias de hoje. Não é pequeno legado.

Da República restou ainda o descontentamento social a alastrar no País pela presença de tropas portuguesas, a partir

de 1917, na frente europeia da 1ª Guerra Mundial, embora, com mobilizações militares para Angola e Moçambique, já em 1915, participação, nunca compreendida nem aceite por algumas elites e em múltiplas camadas da população.

Por aí se explica a entrada da mulher no mercado de trabalho, no meio de uma economia, marcada, nesses anos, por enorme inflação e desemprego.

Tudo ia mudando na nossa sociedade. Assim o perceberam, desde logo, Raúl Brandão, entre outros. Para trás, iam ficando os homens da primeira hora, como, depois, se foi vendo.

Mas a República, a Velha como a Nova, foi Mário Sá Carneiro, Fernando Pessoa e a Ode Triunfal de Álvaro de Campos, o Manifesto Anti-Dantas, de José de Almada Negreiros, Amadeo de Souza-Cardoso que nos deixou, em 1913, a sua Cozinha da Casa de Manhufe, e, sempre, Malhoa e o seu O FADO.

Como da República foram os intelectuais da Renascença Portuguesa, Leonardo Coimbra, Pascoais, os Modernistas e o seu António Ferro, os Integralistas Lusitanos, com António Sardinha, o grupo da Seara Nova, de Jaime Cortesão e Raúl Proença: e as Revistas Homens Livres, a Águia, o Portugal Futurista, o Centauro, o Orfeu…

Com tudo e todos se foi deslizando, da República para Gomes da Costa e o 28 de Maio de 1926, grande interregno que assinala, entre nós, o fim de cem anos de um mundo liberal, iniciado em 1834, interregno que haveria de durar até a uma madrugada de Abril de 1974….

José Ayres de Sá

1ª REPÚBLICA

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Greve do operariado de Lisboa, o Rossio depois de decretado o estado de sítio. [1912]Arquivo Municipal de Lisboa, Benoliel.

Greve do pessoal dos elétricos. [1912]Arquivo Municipal de Lisboa, Benoliel.

A greve dos estivadores. [1912]Arquivo Municipal de Lisboa, Benoliel.

Visita do Ministro do Trabalho a Braga. [1918]Arquivo Aliança “Braga de Outros Tempos”.

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1910Lei da Greve “Decreto burla” “é garantido aos operários bem como aos patrões o direito de se coligarem para a cessação simultânea do trabalho”

Decreto de 6 de dezembro de 1910.

24.07.1913Obrigatoriedade de seguro de acidentes de trabalho para alguns ramos de atividade.

Lei nº83, de 24 de julho de 1913.

22.01.1915Regulamentação dos tempos de trabalho.

Proibição do trabalho a menores de 12 anos.

Decretos-Lei nºs 295, 296 e 297, de 22 de janeiro de 1915.

16.03.1916Criação do Ministério do Trabalho e Previdência Social e da Inspeção do Trabalho.

Lei nº 494, de 16 de março de 1916.

21.04.1916Organização dos serviços do Ministério do Trabalho e Previdência Social e da Inspeção do Trabalho.

Decreto-Lei nº 2.354, de 21 de abril de 1916.

07.05.1919Dia de trabalho de 8 horas e a semana de 48 horas para todos os sectores de atividade, exceto agricultura e serviço doméstico.

Decreto nº 5.516, de 7 de maio de 1919.

02.09.1922Regulamentação da higiene, salubridade e segurança nos estabelecimentos industriais e nas indústrias insalubres, incómodas, perigosas ou tóxicas.

Decreto nº 8.364, de 2 de setembro de 1922.

25.11.1925Extinção do Ministério do Trabalho e Previdência Social e reafectação dos seus serviços a outros ministérios.

Decreto nº 11.267, de 25 de novembro de 1925.

PRINCIPAIS DIPLOMAS

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Carta de Afonso Costa a nomear o Delegado Governamental à primeira Conferência Internacional do Trabalho. Paris, 15 de outubro de 1919.Arquivo Histórico Fotográfico da Organização Internacional do Trabalho.

Está proclamada a Greve geral!A Batalha, Ano IV, Nº 1139 sup., 07.08.1922, 1.Hemeroteca Municipal de Lisboa.

Cartazes de teatros a favor de trabalhadores. [Década de 1920]Câmara Municipal do Barreiro - Espaço Memória.

1919Criação da Organização Internacional do Trabalho.

Participação de Portugal como um dos países fundadores.

Decreto de 11 de agosto de 1897.

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Curtumes, surradores, Guimarães. [1900-1930]Coleção de Fotografia da Muralha.

Golpe Militar de 28 de maio de 1926. As forças lideradas pelo General Gomes da Costa acampadas junto ao rio Trancão, em Sacavém, antes do seu avanço sobre Lisboa. Este golpe implantaria uma ditadura que permaneceu no poder em Portugal até 25 de Abril de 1974. [28.05.1926]Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

Grupo de pessoas nas vindimas, Guimarães. [Décadas 1920-30]Coleção de Fotografia da Muralha.

Indústria têxtil, Guimarães. [Décadas de 1920-30]Coleção de Fotografia da Muralha.

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“1. (…) Campanha nacional de prevenção de acidentes de

trabalho e doenças profissionais (…) tem de reconhecer-se que

é indispensável prosseguir no esforço tendente a robustecer

o espírito de prevenção contra os acidentes de trabalho e as

doenças profissionais.”

Preâmbulo da Portaria nº 17.668, de 11 de abril de 1960.

2ª REPÚBLICA: O ESTADO NOVO

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Cartaz de Almada Negreiros, alusivo àConstituição de 1933.Arquivo & Biblioteca da Fundação MárioSoares.

Alfaiataria. [S/ local e s/ data]Arquivo Aliança “Braga de Outros Tempos”.

II Guerra Mundial:Embarquede tropasportuguesaspara os Açores.[14.12.1940]Arquivo &Biblioteca daFundação MárioSoares.

Varinas em greve. [1932]Arquivo Municipal de Lisboa.

Curtumes, tanques de curtição. Zona de Couros, Guimarães. [Décadas de 1930-40]Coleção de Fotografia da Muralha.

Oficina de cutelaria. Creixomil,Guimarães. [Década de 1930]Coleção de Fotografia da Muralha.

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O 1º quartel do século XX, é marcado pela 1ª Guerra Mundial e, no mundo do trabalho, assiste-se ao agravamento dos problemas sociais, decorrentes da industrialização, do aumento do operariado, do custo de vida, uma inflação crescente, fenómenos que estão na base de um permanente crescimento da luta de classes.

A Ditadura Militar de 28 de maio de 1926, inicia a desestruturação do regime Republicano. Sucedem-se múltiplas revoltas, num período de grande instabilidade social, política e partidária. No plano económico, é implementado o Condicionamento ou Protecionismo Industrial (1931), favorecendo as grandes empresas. Assiste--se à tentativa tardia e lenta da implementação do Taylorismo nas empresas e consequente agravamento das condições de trabalho. O governo proíbe o direito à greve (1927).

Com a instauração do Estado Novo e a publicação da Constituição da República Portuguesa de 1933, assiste-se ao nascimento do regime corporativo, antiparlamentar, à abolição dos Partidos Políticos, à proibição da greve e do lock-out, bem como, à criação da Policia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE).

O Estatuto do Trabalho Nacional (1933) constitui o documento estruturante do regime, acentuando o papel do Estado como entidade central na vida económica e social. Na mesma data foi criado o Instituto Nacional do Trabalho e Previdência (INTP), e os Tribunais de Trabalho e é criado o lugar de Subsecretário de Estado das Corporações e Previdência Social e o de Inspetor-Geral do

INTP, responsável pela Inspeção do Trabalho. Em 1950 é criado o Ministério das Corporações e Previdência Social e, em 1961, o Gabinete de Higiene e Segurança do Trabalho e a Caixa Nacional de Seguros e Doenças Profissionais.

Os diplomas sobre a proibição da greve e do lock-out, a duração do trabalho na indústria e comércio, a reparação dos acidentes de trabalho, o contrato individual do trabalho e o regime de contratação coletiva de trabalho estruturam as opções do regime para o mundo do trabalho.

Na sequência destas orientações politicas, a estrutura corporativa vai-se consolidando, desenvolvem-se grandes empresas, mas também ocorrem múltiplas lutas operárias, principalmente nas maiores concentrações industriais.

A partir de 1960 a vida social é marcada pela guerra colonial, pelo êxodo rural, pelo aumento da entrada das mulheres no mercado de trabalho (consequência da guerra colonial) e pela emigração massiva.

A abertura Marcelista (finais dos anos 60) procura a modernização com reflexo na área do trabalho resultante da crescente colaboração com a OIT e na legislação do trabalho: Reparação dos Acidentes de Trabalho e das Doenças Profissionais; Medicina do Trabalho; Contrato Individual do Trabalho e Contratação Coletiva; Duração do Trabalho; Trabalhos condicionados a Mulheres e Menores.

Ângela Neto

2ª REPÚBLICA: O ESTADO NOVO

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Quadro de pessoal permanenteEmpresa Álvaro de Moura, Covilhã, 17 de junho de 1941.

Descarga detrigo importadodurante a crisede subsistênciana SegundaGuerra Mundial.[27.04.1944]Arquivo &Biblioteca daFundação MárioSoares.

Manifestaçãoem Lisboa, juntoà embaixadada Inglaterra,celebrando avitória dos aliadosna SegundaGuerra Mundial.[08.05.1945]Arquivo &Biblioteca daFundação MárioSoares.

Repressão sobre mulheres grevistas (presumivelmente nazona fabril da Avenida 24 de Julho, em Lisboa). [28.07.1933]Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

Mulheres descarregando carvão no porto de Lisboa durante aSegunda Guerra Mundial. [10.03.1942]Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

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29.10.1927Reorganização dos Serviços daInspeção de Higiene do Trabalho e das Indústrias.

Decreto nº 14.497, de 29 de outubro de 1927.

Reforço da proteção do trabalho demulheres e menores.

Decreto nº 14.498, de 29 de outubro de 1927.

31.10.1927Tabela de trabalhos proibidos àsmulheres.

Decreto nº 14.535, de 5 de novembro de 1927.

22.02.1933Constituição Política da República Portuguesa

Decreto nº 22.241, de 22 de fevereiro de 1933.

23.09.1933Criação do Instituto Nacional doTrabalho e Previdência (INTP).

Decreto-Lei nº23.053, de 23 de setembro de1933.

Estatuto do Trabalho NacionalAcentua o papel do Estado como

coordenador e regulador na vida económica e social, salientando a importância da paz social.

Estabelece os princípios da Organização Corporativa.

Decreto-Lei nº 23.048, de 23 de setembro de1933.

24.08.1934Criação do serviço de Fiscalização doHorário de Trabalho, na estruturaorgânica do INTP.

Decreto-Lei nº 24.403, de 24 de agosto de 1934.

30.12.1937Ampliação das competências doServiço de Fiscalização do Horáriode Trabalho e cria o Serviço deFiscalização do Trabalho.

Decreto-Lei nº 28.354, de 30 de dezembro de 1937.

04.11.1939Regulamentação do Serviço deFiscalização do Trabalho.

Decreto-Lei nº 30.022, de 4 de novembro de 1939.

06.03.1947Regulação e uniformização daestrutura das convenções coletivas de trabalho.

Decreto-Lei nº 36.173, de 6 de março de 1947.

27.12.1948Criação da Direção-Geraldo Trabalho e Corporações.

“Art. 9º À Inspeção do Trabalho, a cargo de um inspector chefe, incumbe, dum modo geral, assegurar a execuçãodas normas reguladoras da prestação do trabalho e sua remuneração, desenvolvendo uma acção educativa e orientada junto das empresas.”

Decreto-Lei nº 37.244, de 27 de dezembro de 1948.

30.01.1950Promulgação do regulamento daInspeção do Trabalho.

Decreto nº 37.747, de 30 de janeiro de 1950.

01.08.1950Criação do Ministério das Corporações e Previdência Social.

Decreto-Lei nº 37.909, de 1 de agosto de 1950.

PRINCIPAIS DIPLOMAS

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03.08.1965Promulgação das bases do regimejurídico dos acidentes de trabalho edas doenças profissionais.

Lei nº 2.127, de 3 de agosto de 1965.

23.09.1965Criação da Caixa Nacional de Pensões.

“(…) destinada a proteger os beneficiáriosou seus familiares das caixas deprevidência e abono de família naseventualidades de invalidez, velhice emorte.”

Portaria nº 21.546, de 23 de setembro de 1965.

25.01.1967Regime de Medicina do Trabalho nas empresas.

Primeira abordagem da organizaçãodos serviços de segurança e saúde dotrabalho nas empresas.

Decreto-Lei nº 47.511, de 25 de janeiro de 1967.

28.08.1969Regime das Relações Coletivas de Trabalho.

Decreto-Lei nº49.212, de 28 de agosto de 1969.

24.11.1969Lei do Contrato Individual de Trabalho.

Decreto-Lei nº 49.408, de 24 de novembro de 1969.

27.09.1971Reformulação global da lei da Duração do Trabalho.

Jornada diária de 8h e semanal de 48h.

Decreto-Lei nº 409/71, de 27 de setembro de 1971.

27.09.1973Criação da Comissão Política Social Relativa à Mulher, no Ministério das Corporações e Previdência Social.

Decreto nº 482/73, de 27 de setembro de 1973.

06.11.1973Ministério das Corporações e Previdência Social passa a ser Ministério das Corporações e Segurança Social.

Decreto-Lei nº 584, de 6 de novembro de 1973.

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Convocatória ao Sindicato Nacional dos Operários da Indústria de Chapelaria do distrito de Braga.Do Delegado em Braga do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, 15 de janeiro de 1946.

Nota de InfraçãoInstituto Nacional do Trabalho e Previdência, Inspeção do Trabalho, 19 de janeiro de 1952.

Relatório e mapa de indemnizaçõesEmpresa Santos Pinto Irmãos, Covilhã, 14 de abril de 1945.

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Fábrica Pachancho - Motores e componentes (inaugurada em 1947), Monte de Arcos, Infias, Braga.Arquivo Casa Pelicano “Sinais dos Tempos”.

Motores Agrícolas, Fábrica Pachancho, Braga. [Anos 50]Arquivo Casa Pelicano “Sinais dos Tempos”.

Sector de maquinação para fabrico em série, Fábrica Pachancho, Braga. [Anos 50]Arquivo Casa Pelicano “Sinais dos Tempos”.

Fábrica de fiação do Cávado – Ruães, Braga. [Anos 50]Arquivo Casa Pelicano “Sinais dos Tempos”.

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1º de maio de 1954Cartas das empresas Santos Pinto Irmãos e Álvaro de Moura, à delegação da Covilhã do INTP, sobre a inexistência de ocorrências no 1º de maio de 1954.

Nota de VisitaInspeção do Trabalho, 28 de novembro de 1958.

Descarga do sal feita por mulheres. [1960]Arquivo Municipal de Lisboa, Artur João Goulart.

Oficina de curtumes, chifrar as peles. [1950-1970]Arquivo Municipal de Lisboa, Artur Pastor.

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(2) Portaria nº 17.118, de 11 de abril de 1959. Prorrogada pelas Portarias nºs 17.668 e 18.392, de 11 de abril de 1960 e 11 de abril de 1961, respetivamente.

Campanha nacional de prevenção de acidentes de trabalho e doenças profissionais(2), Ministério das Corporações e Previdência Social.

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Incidentes no 1º de Maio de 1962. [01.05.1962]Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

Gabinete de Higiene e Segurança do Trabalho. [1967?]

Carta ao Diretor-Geral do Trabalho Carta da delegação de Braga, do INTP, ao Diretor-Geral do Trabalho sobre os atrasos nas inspeções que chegam a levar anos, 13 de fevereiro de 1967.

Troca de correspondência entre o Sindicato Nacional do Pessoal da Indústria de Lanifícios do Distrito de Castelo Branco e a delegação da Covilhã do INTP, 1973.

01.10.1970Fundação da Intersindical.Criada no Encontro Nacional de Direções Sindicais, convocado pelos Sindicatos dos Caixeiros, Lanifícios, Metalúrgicos, Bancários e Propaganda Médica de Lisboa.

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“Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo

representou uma transformação revolucionária e o início de

uma viragem histórica da sociedade portuguesa.

A Revolução restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades

fundamentais.”

Preâmbulo da Constituição da República Portuguesa, aprovada em 2 de abril de 1976.

3ª REPÚBLICA: O ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO

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Revolução de 25 de abril de 1974.Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

Manifestação do 1º de maio de 1974 na Avenida Almirante Reis, em Lisboa - a primeira em liberdade, após a queda do regime ditatorial. [01.05.1974]Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

As Forças Armadas tomaram o poderJornal República, Ano 62, Nº 15421, 25.04.1974, 3ª edição, 1.Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

Beja: Manifestação de trabalhadores rurais. [02.02.1975]Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

Manifestação dos empregados bancários, em Lisboa, de apoio à Nacionalização da Banca. [14.03.1975]Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

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A Revolução de 1974-75 desmantela o sistema repressivo e corporativo, cria partidos políticos, sindicatos e associações patronais, reconhece a Intersindical, assiste a ocupações, auto-gestão de empresas e nacionalizações e à reforma agrária. O Ministério do Trabalho e dos Assuntos Sociais com a Secretaria de Estado do Trabalho acolhe a Inspeção do Trabalho. Reconhece-se a liberdade associativa, o direito à greve, o salário mínimo nacional e proíbe-se o lock-out.

A estabilização democrática desemboca na adesão à CEE. Extingue-se o Conselho da Revolução, aprova-se a Constituição de 1976, garantem-se direitos no serviço nacional de saúde, na educação, na segurança social, no trabalho e emprego. É criada a UGT.

Às crises económicas de 1977 e 1983 com consequências sociais no emprego e no trabalho responde o movimento social com greves. A Inspeção do Trabalho dirige a sua ação para os salários em atraso, horário de trabalho, férias e segurança no trabalho.

Com a integração Europeia as políticas são influenciadas, levando à revisão constitucional de 1989 e às privatizações. A globalização em curso e o aumento da competitividade, pressionam a flexibilização (a flexisegurança), a adaptação empresarial com reflexo nas leis do trabalho. A estas alterações responde o movimento operário com greves pela defesa dos direitos afetados. Com a concertação social (a criação do Conselho Económico e Social - CES - de representação tripartida), o poder político procura envolver os atores sociais, celebrados diversos acordos, como o

Acordo de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (1991). A criação do Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições de Trabalho (IDICT) reforça a promoção da segurança e saúde e o diálogo social. A legislação laboral visa conferir adaptabilidade às empresas, nos domínios das relações de trabalho, das formas de organização do trabalho e tempos de trabalho. O IDICT lança campanhas setoriais de prevenção. Mais tarde sucede a Autoridade para as Condições do Trabalho - ACT.

A crise financeira internacional (2008) provoca alterações com impacto nas dívidas soberanas, obrigando à intervenção externa em Portugal. O memorando da troika (2011) influência até hoje. Continuam as privatizações, o encerramento de empresas, o crescimento do desemprego e a emigração de jovens qualificados. Na busca de consenso estes movimentos são refletidos na concertação social. A busca de flexibilidade laboral e a subcontratação fragiliza as condições e a segurança do trabalho. A ACT desenvolve campanhas e responde às solicitações dos cidadãos.

Os desafios para as condições justas e dignas de trabalho, face à desresponsabilização nas teias de subcontratação, à diminuição do ciclo de vida das empresas, à deslocalização, à internacionalização empresarial, ao aumento de empresas nacionais detidas por estrangeiros são um problema atual. É mais premente a inovação inspetiva e a celeridade dos processos de contra-ordenação laboral.

Arminda Neves

3ª REPÚBLICA: O ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO

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1º Congresso Nacional das Comissões de TrabalhadoresBoletim “Viva a Classe Operária, Ano I, Nº 3, do Secretariado Nacional das Comissões de Trabalhadores, 10.10.1975, 1.Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

Mural do PCP, Partido Comunista Português, em defesa da Reforma Agrária. [1975]Arquivo Municipal de Lisboa.

CartaConselho de Trabalhadores à Administração da empresa Salvador Caetano, de 22 de abril de 1976.

Metedeiras de fios: Atentidas as suas reivindicações.Jornal do Fundão, Ano XXXI, Nº 1532, 21.05.1976, 8.

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15.05.1974Criação do Ministério do Trabalho e do Ministério dos Assuntos Sociais.

Decreto-Lei nº 203/74, de 15 de maio de 1974.

27.05.1974Lei do salário mínimo nacional.

Decreto-Lei nº 217/74, de 27 de maio de 1974.

27.08.1974Direito à greve e lock-out.

Decreto-Lei nº 392/74, de 27 de agosto de 1974.

20.11.1974Lei da requisição civil.

Decreto-Lei nº 637/74, de 20 de novembro de 1974.

30.12.1974Extinção do INTP, criação da Secretaria de Estado do Trabalho, que recebe a inspeção do trabalho e outros serviços da administração do trabalho.

Decreto-Lei nº 761/74, de 30 de dezembro de 1974.

30.04.1975A Intersindical Nacional é reconhecida como a confederação geral dos sindicatos.

Decreto-Lei nº 215-A/75, de 30 de abril de 1975.

Liberdade de constituição de associações sindicais e de associações patronais.

Decreto-Lei nº 215-B/75, de 30 de abril de 1975.

16.07.1975Proibição de despedimentos.

Decreto-Lei nº 372-A/75, de 16 de julho de 1975.

07.02.1976Período de maternidade alargado a 90 dias.

Decreto-Lei nº 112/76, de 7 de fevereiro de 1976.

02.04.1976Constituição da República Portuguesa

Assembleia Constituinte, de 2 de abril de 1976.

28.10.1976Celebração de contratos a prazo.

Decreto-Lei nº 781/76, de 28 de outubro de 1976.

05.08.1977Cobrança da quotização sindical.

Lei nº 57/77, de 5 de agosto de 1977.

21.03.1978Reorganização da Inspeção do Trabalho.

Decreto-Lei nº 48/78, de 21 de março de 1978.

15.09.1979Criação do Serviço Nacional de Saúde.

Lei nº 56/79, 15 de setembro de 1979.

26.07.1980Ratificação da Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres.

Lei nº 23/80, de 26 de julho de 1980.

PRINCIPAIS DIPLOMAS

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17.07.1981Ratificação da Convenção nº 129 de 1969 da Organização Internacional do Trabalho, relativa à inspeção do trabalho na agricultura.

08.07.1983Aprovação do Estatuto da Inspeção-Geral do Trabalho.

Decreto-Lei nº 327/83, de 8 de julho de 1983.

16.01.1985Ratificação da Convenção 155 da Organização Internacional do Trabalho, sobre segurança e saúde no trabalho.

14.10.1986Lei de Bases do Sistema Educativo.

Lei nº 46/86, de 14 de outubro de 1986.

30.07.1991Acordo de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.

Estruturação do Sistema Nacional de Prevenção de Riscos Profissionais.

17.08.1991Lei da Concertação Social.

Criação do Conselho Económico e Social (CES).

Lei nº 108/91, de 17 de agosto de 1991.

16.06.1993Criação do Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições de Trabalho (IDICT).

Agrega no mesmo organismo a Inspeção Geral do Trabalho e a Direção-Geral de Higiene e Segurança no Trabalho.

Decreto-Lei nº 291/93, de 16 de junho de 1993.

01.02.1994Organização e funcionamento das atividades de segurança, higiene e saúde no trabalho.

Decreto- Lei nº 26/94, de 1 de fevereiro de 1994.

02.06.2000Definição do Estatuto da Inspeção--Geral do Trabalho, de acordo com as Convenções 81, 129 e 155 da Organização Internacional do Trabalho.

Decreto-Lei nº 102/2000, de 2 de junho de 2000.

27.07.2001O dia 28 de Abril é instituído “Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho”.

Resolução da Assembleia da República n.º 44/2001, de 27 de junho de 2001.

20.12.2002Lei de bases da Segurança Social.

Lei nº 32/2002, de 20 de dezembro de 2002.

17.07.2004Extinção do IDICT e criação da Inspeção-Geral do Trabalho e do Instituto para a Segurança Higiene e Saúde no Trabalho.

Decreto-Lei nº 171/2004, de 17 de julho de 2004.

28.09.2007Criação da Autoridade para as Condições doTrabalho (ACT).

Assume as atribuições, direitos e obrigações que legalmente se encontravam cometidas à Inspeção-Geral do Trabalho (IGT) e ao Instituto para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (ISHST).

Decreto-Lei nº 326-B/2007, de 28 de setembro de 2007.

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Ordem de ServiçoDelegação de Faro da Secretaria de Estado do Trabalho, de 30 de abril de 1977.

Direção de Serviços de Prevenção de Riscos Profissionais. [1977]

Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1978]

Direção de Serviços de Prevenção de Riscos Profissionais. [1976]

Direção de Serviços de Prevenção de Riscos Profissionais. [1976]

Direção de Serviços de Prevenção de Riscos Profissionais. [1977]

28.10.1978Criação da União Geral de Trabalhadores (UGT).

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Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1980]

Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1978]

Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1980]

Manifestação dos trabalhadores das empresas metalúrgicas frente à Assembleia. Lisboa, Largo de São Bento. [1980]Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

Auto de Notícia - Verbete de envio ao tribunalDelegação do Barreiro do Ministério das Corporações e Previdência Social, 30.07.1980.

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Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1982]

Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1981]

Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1983]

13.02.19821ª Greve geral convocada pela CGTP-IN.

Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1983]

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Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1987]

Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1986]

Soares nos Jerónimos:”Tenho agora a oportunidade histórica de subscrever o tratado de adesão”.Jornal Diário de Lisboa, Ano 65, Nº 21781, 12.06.1985, 1.Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

O Primeiro-Ministro Mário Soares assina o Tratado de Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE), em cerimónia que teve lugar no Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa). [12.06.1985]Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

12.06.1985Tratado de Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE).

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1ª Greve Geral que une as duas centrais sindicais (UGT e CGTP).Diário de Lisboa, Ano 67, Nº 2265, 29.03.1988, 1, 4 e 5.Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.

Pedido de Isenção de HorárioEmpresa Forrester & Cª, 31 de maio de 1991.

Horário de TrabalhoEmpresa Forrester & Cª, de 7 de outubro de 1988.

Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1989]

Direção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho. [1990]

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Acordo de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho. [30.07.1991]Conselho Permanente de Concertação Social

Comissão Nacional para o Ano Europeu da Segurança, Higiene e Saúde no Local de Trabalho. [1992]Direção-Geral de Higiene e Segurança no Trabalho.

Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições de Trabalho. [1993]

Serviços Médicos do Trabalho das EmpresasRelatório Anual, modelo nº 418, 1ª página, de 1 de abril de 1993.

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Acordo de Concertação Estratégica 1996/1999Primeira referência política ao trabalho não declarado.Conselho Económico e Social.

Comemorações “Frapilianas”Espetáculo dos ex-trabalhadores da Frapil, sobre 11 anos de salários em atraso. Aveiro, 12 de outubro de 1996.

Campanha para a Melhoria da Segurança no Trabalho da Construção. [1994] Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições de Trabalho.

Campanha para a Melhoria da Segurança no Trabalho da Construção. [1994] Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições de Trabalho.

12.07.1995Criação do Comité dos Altos Responsáveis da Inspeção do Trabalho da União Europeia.

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Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições de Trabalho. [1999]

Campanha da Agricultura. [2004]Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições de Trabalho.

Campanha de Prevenção de Riscos Profissionais na Agricultura. [1997]Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições de Trabalho.

Proposta de regulação da atividade dos serviços e dos profissionais de segurança e saúde no trabalho. [1999]Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições do Trabalho.

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Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho. [2010]Autoridade para as Condições do Trabalho.

Campanha para a Melhoria das Condições de Trabalho nas Pescas. [2014]Autoridade para as Condições do Trabalho.

Campanha Nacional Contra o Trabalho não Declarado. [2014]Autoridade para as Condições do Trabalho.

Campanha de Segurança e Saúde no Trabalho da Condução Automóvel. [2015] Autoridade para as Condições do Trabalho.

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• A promoção do trabalho digno.

• A garantia de direitos de cidadania no trabalho.

• O contributo para a sustentabilidade da atividade económica.

• A promoção do desenvolvimento organizacional.

“A ACT (3) tem por missão a promoção da melhoria das condições de trabalho,

através do controlo do cumprimento das normas em matéria laboral, no

âmbito das relações laborais privadas, bem como a promoção de políticas de

prevenção de riscos profissionais, e, ainda, o controlo do cumprimento da

legislação relativa à segurança e saúde no trabalho (…)” (4)

DESAFIOS FUTUROS

(3) Autoridade para as Condições do Trabalho.

(4) Decreto-Lei nº 326-B/2007, de 28 de Setembro de 2007.

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Exposição: “100 Anos da Inspeção do Trabalho em Portugal”

Data: 18 de março a 28 de abril de 2016.Local: Torreão Poente da Praça do Comércio, Lisboa. Organização: Autoridade para as Condições do TrabalhoComissão Executiva:Manuel Maduro RoxoPaula Flor DiasJosé Ayres de SáArminda NevesFernando CabralÂngela NetoManuel Nunes de SáPedro Silvano Logotipo e imagem do Centenário: Blue AdvertisingProdução e montagem: SIM Apoios:

Agradecimentos: Câmara Municipal do Barreiro - Espaço MemóriaMuseu Casa da Moeda

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EXPOSIÇÃO100 Anos da Inspeção do Trabalho em Portugal