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CLAUDIA FILONI Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados São Paulo 2006

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CLAUDIA FILONI

Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados

São Paulo 2006

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CLAUDIA FILONI

Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Patologia Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências

Departamento: Patologia

Área de concentração: Patologia Experimental e Comparada

Orientador: Prof. Dr. José Luiz Catão-Dias

São Paulo 2006

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Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO

(Biblioteca Virginie Buff D’Ápice da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)

T.1729 Filoni, ClaudiaFMVZ Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados /

Claudia Filoni. – São Paulo: C. Filoni, 2006.126 f. : il.

Tese (doutorado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de MedicinaVeterinária e Zootecnia. Departamento de Patologia, 2006.

Programa de Pós-graduação: Patologia Experimental e Comparada.Área de concentração: Patologia Experimental e Comparada.

Orientador: Prof. Dr. José Luiz Catão-Dias.

1. Felidae. 2. Doenças infecciosas. 3. Bactérias. 4. Piroplasmida.5. Vírus. I. Título.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome: FILONI, Claudia

Título: Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Patologia Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências

Data: ___/___/_____

Banca Examinadora

Prof. Dr. ______________________________

Assinatura: ____________________________

Instituição: _______________________

Julgamento: ______________________

Prof. Dr. ______________________________

Assinatura: ____________________________

Instituição: _______________________

Julgamento: ______________________

Prof. Dr. ______________________________

Assinatura: ____________________________

Instituição: _______________________

Julgamento: ______________________

Prof. Dr. ______________________________

Assinatura: ____________________________

Instituição: _______________________

Julgamento: ______________________

Prof. Dr. ______________________________

Assinatura: ____________________________

Instituição: _______________________

Julgamento: ______________________

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Aos meus filhotes, as lindas meninas Luciana, de sete anos e

Marcela, de seis anos

À natureza brasileira em toda sua diversidade

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

- ao Prof. Catão, não apenas como Diretor Técnico-Científico da FPZSP e pelo livre acesso

à sua sala na FMVZ-USP durante todo o período do doutorado mas, principalmente, por

sua orientação serena e competente que me descortinou o mundo científico e que me iniciou

na arte de escrever cientificamente, pelo que sou profundamente grata;

- à Regina Hofmann-Lehmann e Hans Lutz que se interessaram pelo projeto, confiaram em

mim e não mediram esforços para que todos os complexos trâmites referentes à minha viagem

e ao transporte das amostras à Vetsuisse Faculty, University of Zurich se efetivassem;

- à minha mãe Maria Fernanda, meu pai Luiz Carlos e minha avó Anna que também não

mediram esforços para que eu dispusesse de tempo e dos mínimos recursos para trabalhar

no meu projeto de tese e de vida.

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AGRADECIMENTOS

Registrar agradecimentos a todas as pessoas que colaboraram na execução de um

trabalho de quatro anos é uma tarefa gratificante, mas essencialmente propensa a omissões

involuntárias, pois foram muitas as pessoas e instituições com quem travei contato neste

período, muitas das quais também têm o objetivo de contribuir para o processo

conservacionista. Assim, correndo o risco de omitir alguém que deveria figurar nesta lista,

agradeço:

- a todos que foram muito solícitos na Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP),

como Dr. Paulo Magalhães Bressan, Dr. João Batista Cruz, Maria José Caldeirane , José

Daniel Luzes Fedullo, Sandra Helena Ramiro Corrêa, Rodrigo Hidalgo Friciello Teixeira

(atualmente de volta ao Zôo de Sorocaba), Ariela Priscila Setzer, Mara Cristina Marques,

Kátia Cassaro, Denise Martins Sanches e Haroldo Soares Barbosa;

- todos os que conheci em com quem trabalhei no Clinical Laboratory, Vetsuisse Faculty,

University of Zurich, como Gert Bay, Valentino Cattori, Marina Meli, Ravi Tandon,

Yousef Ahmed, Maria Alice Gomes-Keller, E. Gönczi, T. Meili Prodan, Elisabeth e Edith,

pela amizade e pela excelente assistência técnica.

- o CENAP–IBAMA e a todos os pesquisadores que colheram e depositaram as amostras

utilizadas em seus projetos de campo por todo o País. Em especial, Rose Lilian Gasparini

Morato e Otávio Borges Maia pela pronta disposição em ajudar na condução de todas as

licenças internacionais requeridas, Ronaldo Gonçalves Morato, Rogério Cunha de Paula e

Rodrigo Silva Pinto Jorge pelo auxílio e prontidão em providenciar amostras de material de

felídeos de vida livre e em sanar diversas dúvidas ao longo deste projeto;

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- Cristina Harumi Adania, Claudia Yumi Hashimoto e a todos da Associação Mata Ciliar

pela cessão das amostras de felídeos neotropicais mantidos em diversas regiões do País, pela

disponibilidade em fornecer as informações requeridas sobre as amostras e confiança dada

para a execução deste projeto;

- o Prof. Edison Luiz Durigon que permitiu a utilização de seu laboratório e materiais para

o processamento de amostras durante os dois anos iniciais do projeto e continua mostrando-

se disposto a apoiar novas pesquisas na área;

- o Prof. Dr. Jean Carlos Ramos Silva, Maria Fernanda Vianna Marvulo, caros amigos e

Prof. Dr. José Soares Neto pela concordância na utilização de parte das amostras de

felídeos selvagens mantidos em cativeiro no Brasil colhidas previamente em seus trabalhos;

- as instituições Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES,

Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo e ao International Relations

Office, University of Zurich, Switzerland.

- as pessoas vinculadas à FMVZ-USP pelo seu apoio, como minha querida amiga agora

recém Profa. Dra. Lílian Rose Marques de Sá, tão perspicaz, lúcida e prestativa em suas

muitas sugestões; o Prof. Dr. Marcelo Alcindo B. V. Guimarães pelas nossas conversas na

lanchonete e nas filas do cafezinho nos eventos da Faculdade, onde já tivemos boas idéias

que gostaríamos de concretizar; Sandra Freiberger Affonso pela amizade desde nosso

ingresso no Programa de Doutorado, em que sempre compartilhamos dificuldades nas nossas

pesquisas; o Prof. Dr. Arthur Gruber, sincero e atencioso quando procurado por mim para

solicitação de opiniões sobre minha pesquisa; Silvia Sochiarelli, Dayse M. A. Flexa e

Cláudia Lima pela ajuda nos trâmites burocráticos da Pós-Graduação; Elza M. R. B.

Faquim, Maria Inês Chiarelli de Camargo e Elena A. Tanganini pelo auxílio na recuperação

de informação bibliográfica e disposição do trabalho dentro das diretrizes adotadas pela

Faculdade;

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- todos do Instituto Brasileiro para Medicina da Conservação – TRÍADE, que apóiam seus

membros que precisam se afastar temporariamente das atividades do Instituto para

concluírem seus trabalhos acadêmicos;

- o amigo Carlos Yamashita pelas muitas digressões sobre evolução;

- a caríssima amiga de infância, a policial militar Célia Regina Modollo Custódio pelo

auxílio e incentivo na época de conclusão desta tese;

- o Jeep Clube do Brasil, por ter disponibilizado as instalações de sua sede rural para a

redação da tese; e especialmente o Sr. André e família.

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EPÍGRAFES

A história chegou tarde a praticamente todos os encontros entre o homem e a

vida selvagem. Quando Colombo fez a primeira vistoria da costa antilhana, mais de dez mil

anos de ocupaçào humana já a haviam transformado de maneira incomensurável até para os

mais dedicados esforços arqueológicos. Apesar disso, de todos os continentes tropicais, a

América do Sul foi o último a ser invadido pelo homem, e o domínio humano de suas

florestas foi muito menos intenso e duradouro que o da Ásia, África e Austrália. Por isso, os

europeus em seu Novo Mundo encontraram uma natureza mais pura que a de outros pontos

dos trópicos e, assim, uma parte muito maior do processo de degradação ocorreu em uma era

de registros escritos. A América do Sul é, portanto, o campo de batalha mais recente para o

historiador florestal, no qual todos os que tombaram ainda jazem insepultos e os vencedores

ainda vagueiam por toda parte, saquando e incendiando o entulho.

A história florestal corretamente entendida é, em todo o planeta, uma história

de exploraçào e destruição. O homem reduz o mundo natural a entornos domesticados,

aparados e moldados para se adequarem a algum uso prático ou à estética convencional (...).

As intervençòes humanas quase nunca realizam as expectativas humanas. Seus campos se

empobrecem, seus pastos se tornam magros e lenhosos, suas cidades entram em colapso. O

mundo natural, simplificado, em desacordo, com os desejos humanos, mas em resposta a seus

atos, converte-se em uma enorme macega cosmopolita de luto. (...)

A preservação de florestas deve (...) basear-se em algo além do argumento do

auto-interesse cultural, ambiental ou econômico; talvez em uma concepção de interesse que

apenas se poderia definir por um autoconhecimento mais perspicaz e uma compreensão mais

profunda e filosófica do mundo natural. Muitos prevêem, com mal-estar, a iminente

extinção das florestas tropicais do planeta.

Warren Dean

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O ‘especismo’é um pré-conceito ou uma atitude pré-concebida a favor dos interesses dos

membros da sua própria espécie e desfavorável em relação aos membros de outras espécies. Os

racistas violam o princípio de igualdade quando, ao surgir um conflito entre seus interesses e

os dos representantes de uma outra raça, atribuem mais peso aos interesses dos

representantes da própria raça. Os sexistas violam o princípio de igualdade ao privilegiar os

interesses de pessoas do mesmo sexo que eles. Da mesma forma, os especistas permitem que os

interesses de sua própria espécie sobrepujem os maiores interesses dos membros de outras

espécies. Nos três casos, trata-se do mesmo tipo de comportamento.

Paul Singer

Enquanto o programa dos ecologistas profundos assenta por inteiro na rejeição do

antropocentrismo cartesiano ou utilitarista em nome dos direitos da ecosfera, a lógica de sua

própria postura leva-os a recair numa das mais extravagantes formas de antropomorfismo

(...) Não são eles mesmos antropocentristas quando pretendem saber qual é o melhor para o

meio ambiente natural? Ao imaginarem que o bem está inscrito no ser das coisas, eles

acabam esquecendo que toda valorização , inclusive a da natureza, é obra dos homens, e que,

por conseguinte, toda ética normativa é, de algum modo, humanista e antropocentrista. (...)

O projeto de uma ética normativa anti-humanista é uma contradição em si. (...) Quereriam

conservar a idéia de valor e suprimir suas condições de possibilidade: esquecem, de passagem,

que são eles, enquanto seres humanos, quem valoriza a natureza e não o inverso, que é

impossível fazer abstração deste momento subjetivo ou humanista para projetar no próprio

universo um “valor intrínseco” qualquer. (...) É nessa operação pela qual pretende abstrair a

subjetividade que a filosofia da natureza cede às ilusões do antropomorfismo. (...)

Luc Ferry

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RESUMO

FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious agents]. 2006. 127 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

Este estudo avaliou a exposição de 12 espécies de felídeos selvagens de vida livre (n=22) e

mantidas em cativeiro (n=210) no Brasil a 16 agentes potencialmente patogênicos para

membros da família Felidae, como herpesvírus felino 1 (FHV 1), calicivírus felino (FCV),

parvovírus felino (FPV), coronavírus felino (FCoV), vírus da leucemia felina (FeLV), vírus

da imunodeficiência felina (FIV), lentivírus de puma (PLV), vírus da cinomose canina

(CDV), Bartonella henselae, Ehrlichia canis, Anaplasma phagocytophilum, Mycoplasma

haemofelis, ‘Candidatus Mycoplasma haemominutum’, Candidatus Mycoplasma turicensis’,

Theileria sp e Cytauxzoon sp, através do emprego de IFA, Western blot, ELISA e TaqMan®

PCR e RT-PCR em amostras de soro, sangue, fezes e suabes orais, conforme as amostras

disponíveis para cada animal. A detecção direta de patógenos ou de anticorpos demonstrou

que populações de felídeos selvagens no Brasil estão expostas pelo menos ao FHV 1, FCV,

FPV, FCoV, FeLV e lentivírus felinos, Bartonella henselae, Ehrlichia canis, Mycoplasma

haemofelis, ‘Candidatus Mycoplasma haemominutum’ e Cytauxzoon sp, ou agentes

relacionados, quais provavelmente contribuem em quadros não diagnosticados de morbidade

e/ou mortalidade das populações de felídeos selvagens no País. A presença de patógenos

comuns de carnívoros domésticos em felídeos selvagens aponta para a necessidade de

cuidadoso monitoramento destas infecções através de uma abordagem integrada e

multidisciplinar.

Palavras-chave: Felidae; Doenças Infecciosas; Vírus; Bactérias; Piroplasmida

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ABSTRACT

.

FILONI, C. Exposure of wild felids to selected infectious agents. [Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados]. 2006. 127 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

This study evaluated exposure of 12 nondomestic felid species, both free-ranging (n=22) and

captive (n=210) in Brazil to 16 potential pathogenic agents for members of Felid family, as

feline herpesvirus 1 (FHV 1), feline calicivirus (FCV), feline parvovirus (FPV), feline

coronavirus (FCoV), feline leukemia virus (FeLV), feline immunodeficiency virus (FIV),

puma lentivirus (PLV), canine distemper virus (CDV), Bartonella henselae, Ehrlichia canis,

Anaplasma phagocytophilum, Mycoplasma haemofelis, ‘Candidatus Mycoplasma

haemominutum’, Candidatus Mycoplasma turicensis’, Theileria sp, and Cytauxzoon sp, using

IFA, Western blot, ELISA, and TaqMan® PCR and RT-PCR in serum, blood, feces and oral

swabs, according to available samples for each animal. The antibody or agents detection

demonstrated that Brazilian wild felid populations are exposed to at least FHV 1, FCV, FPV,

FCoV, FeLV, puma lentivirus (PLV), Bartonella henselae, Ehrlichia canis, Mycoplasma

haemofelis, ‘Candidatus Mycoplasma haemominutum’, and Cytauxzoon sp, related agents,

which probably contribute to undiagnosed morbidity and/or mortality scenarios for the

Brazilian populations of wild felids. The presence of common domestic carnivore pathogens

in wild felids address the need of close monitoring of such infections throughout an

integrative and multidisciplinary approach.

Key words: Felidae; Infectious Diseases; Virus; Bacteria; Piroplasmida

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa mostrando as áreas geográficas no Brasil em que as amostras dos 22 felídeos de vida livre foram colhidas. São Paulo, 2004.................................................................................................... 47

Figura 2 - As amostras de ácidos nucléicos (DNA e TNA) dos felídeos de cativeiro foram agrupadas utilizando um equipamento robotizado MagNAPure LC (Roche, Rotkreuz, Suíça) de acordo com os esquemas de pipetagem explicitados nas figuras 2a e 2b para realização dos testes conforme demonstrado na figura 2c. São Paulo, 2004........................................................................................................ 57

Figura 3 - Representação gráfica do percentual em que foram detectados anticorpos para FHV 1 (28,57%), FCV (28,57%), FCoV (4,76%), Ehrlichia canis (4,76%), Anaplasma phagocytophilum (0) e Bartonella henselae (95,0%), através de testes de imunofluorescência indireta (IFA), nas 21 amostras de soro provenientes de felídeos de vida livre no Brasil. São Paulo, 2004..................................................... 61

Figura 4 - Representação gráfica do percentual em que foram detectados anticorpos para FHV 1 (19,04%), FCV (50,79%), FCoV (64,59%), FPV (69,84%), Ehrlichia canis (0,47%) e Bartonella henselae (48,29%), através de testes de imunofluorescência indireta (IFA), nas amostras de soro provenientes de felídeos mantidos em cativeiro no Brasil, tomadas em conjunto. São Paulo, 2004............................... 61

Figura 5 - Representação gráfica do percentual em que foram detectados anticorpos para FCoV (72,10%), Ehrlichia canis (0) e Bartonellahenselae (48,29%), através de testes de imunofluorescência indireta (IFA), nas 147 amostras de soro provenientes de felídeos mantidos na Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP). Também estão representados os resultados para o espécime de Oncifelis colocolo, CAD 28505, que ainda não havia sido vacinado por ocasião da colheita de material, o qual também se apresentou soronegativo para FHV 1, FCV e FPV. São Paulo, 2004.................... 62

Figura 6 - Representação gráfica do percentual em que foram detectados anticorpos para FHV 1 (19,35%), FCV (51,61%), FCoV (46,77%), FPV (70,96%) e Ehrlichia canis (1,61%), através de testes de imunofluorescência indireta (IFA), em 62 amostras de soro de felídeos provenientes de diversos zôos no Brasil cedidas pela Associação Mata Ciliar (AMC). São Paulo, 2004............................... 62

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LISTA DE QUADROS

Quadro - 1 Testes realizados para 11 patógenos em amostras de material biológico dos felídeos de vida livre. São Paulo, 2004............................................. 48

Quadro 2 - Testes realizados para 14 patógenos em amostras de material biológico dos felídeos mantidos na Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP). São Paulo, 2004....................................................................... 49

Quadro 3 – Testes realizados para seis patógenos em amostras de material biológico dos felídeos mantidos em cativeiro cedidas pela Associação Mata Ciliar (AMC). São Paulo, 2004...................................................... 50

Quadro 4 – Testes TaqMan® PCR e RT-PCR realizados para 11 patógenos em amostras de material biológico de seis felídeos de vida livre. São Paulo, 2004............................................................................................... 56

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LISTA DE TABELAS

Tabela - 1 Número amostral e instituições cedentes de amostras de felídeos selvagens mantidos em cativeiro e de vida livre. São Paulo, 2004........................................................................................................ 46

Tabela 2 - Resultados dos testes sorológicos realizados para as amostras de felídeos de vida livre, distribuídos em função dos métodos empregados e dos patógenos pesquisados. São Paulo, 2004........................................................................................................ 59

Tabela 3 – Resultados dos testes sorológicos realizados nas amostras provenientes dos felídeos da Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP), distribuídos em função dos métodos empregados e dos patógenos pesquisados. São Paulo, 2004....................................... 59

Tabela 4 – Resultados dos testes sorológicos realizados nas amostras de felídeos cedidas pela Associação Mata Ciliar (AMC), distribuídos em função dos métodos empregados e dos patógenos pesquisados. São Paulo, 2004....................................................................................................... 60

Tabela 5 – Resultados dos testes TaqMan® PCR e RT-PCR realizados para seis amostras de felídeos de vida livre, distribuídos em função das amostras utilizadas e dos patógenos pesquisados. São Paulo, 2004...... 60

Tabela 6 - Resultados dos testes TaqMan® PCR e RT-PCR para FeLV nos jaguarundis (Herpailurus yaguarondi) mantidos na Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP), distribuídos em função das provas efetuadas e das amostras utilizadas. São Paulo, 2004............................ 63

Tabela 7 Resultados dos testes TaqMan® PCR para bactérias e protozoários piroplasmas realizados em amostras de sangue de 109 felídeos mantidos na Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP). São Paulo, 2004............................................................................................. 64

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Instituições e organizações

AMC Associação Mata Ciliar CENAP Centro Nacional de Pesquisas para Conservação de Predadores Naturais CGEN Conselho de Gestão do Patrimônio Genético CITES Convention on International Trade in Endangered Species - Convenção

sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção

FMVZ Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia FPZSP Fundação Parque Zoológico de São Paulo IATA International Air Transport Association – Associação Internacional de

Transporte AéreoPI 650 diagnostic specimen – amostra diagnósticaIBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IUCN International Union for the Conservation of Nature – União Internacional

para a Conservação da Natureza LAPCOM Laboratório de Patologia Comparada ONG organização não-governamental SZB Sociedade de Zoológicos do Brasil USP Universidade de São Paulo VPT Departamento de Patologia

Agentes patogênicos, amostras, unidades de medida e outras substâncias empregadas nos testes diagnósticos

µl microlitro 16S subunidade de RNA CAD número de cadastro individual dos animais na FPZSP CDV canine distemper virus - vírus da cinomose canina CrFK crandell feline kidney cells - células de rim felino de Crandell DNA ácido desoxirribonucléico EDTA ácido dietilenodiaminotetracético ELISA enzyme linked immunosorbent assay FCoV feline coronavirus – coronavírus felino FCV feline calicivirus – calicivírus felino FeLV feline leukemia virus – vírus da leucemia felina FHV 1 feline herpesvirus 1 – herpesvírus felino 1 FITC isotiocianato de fluoresceína FIV feline immunodeficiency virus – vírus da imunodeficiência felina FPV feline parvovirus – parvovírus felino gp70 glicoproteína de peso molecular 70 IFA imunofluorescência indireta IM intramuscular kg quilograma MEM meio mínimo de Eagle mg miligrama

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min. minutos n número amostral p12 proteína de peso molecular 12 p15 proteína de peso molecular 15 p24 proteína de peso molecular 24 p27 proteína de peso molecular 27 p58 proteína de peso molecular 58 PBS phosphate buffered saline solution - solução salina fosfatada

tamponada PCR polymerase chain reaction - reação de polimerização em cadeia FECV coronavírus entérico felino FIPV vírus da peritonite infecciosa felinaPIF peritonite infecciosa felina PLV puma lentivirus – lentivírus de puma RNA ribonucleic acid - ácido ribonucléico rRNA ribossomic ribonucleic acid - ácido ribonucléico ribossômico RT-PCR reverse transcriptase polymerase chain raction – reação de

polimerização em cadeia submetida à ação da transcriptase reversa SB studbook – registro individual internacional TGEV transmissible gastroenteritis virus -vírus da gastroenterite transmissívelTNA total nucleic acids - ácidos nucléicos totais PD - 5 linhagem de células de rim suíno G gammaglobulin - imunoglobulina tipo gama H+L high – pesada e light - leve

Unidades da Federação Brasileira e outras unidades geopolíticas

AC Acre AM Amazonas CA California - CalifórniaDF Distrito Federal EUA Estados Unidos da América GO Goiás MG Minas Gerais MS Mato Grosso do Sul MT Mato Grosso PA Pará PE Pernambuco PR Paraná RJ Rio de Janeiro RO Rondônia RS Rio Grande do Sul SC Santa Catarina SP São Paulo UK United Kingdom - Reino Unido USA United States of America - Estados Unidos da América WA Washington

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LISTA DE SÍMBOLOS

°C graus Celsius ® marca registrada ™ Trade mark + adição : divisão

maior ou igual % percentagem

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APRESENTAÇÃO

Os ideais que embasaram esta tese foram constituídos nas últimas décadas do século

XX, enquanto as questões ligadas à conservação da natureza tomavam vulto. Entretanto, o

século XXI se iniciou gerando um grande ceticismo de que a natureza viesse a ser mais

respeitada e admirada que meramente espoliada.

Agravaram-se a devastação, o descaso e a displicência dispensados à natureza.

Aqueles que dirigem países ainda não investem ou pensam em sustentabilidade sócio-

ambiental, mas concordam em modificar cruelmente os ambientes naturais em nome de

interesses econômicos progressistas, acreditam erroneamente que a melhora da qualidade de

vida humana está ligada à exploração ilimitada dos chamados recursos naturais, não

enxergam os problemas ligados ao crescimento urbano, e sequer se incomodam com o ritmo

de destruição dos ecossistemas e do cerceamento de todas as áreas selvagens da Terra.

Quisera a sobrevivência humana viesse a ser pautada pela lógica da sustentabilidade

planetária, e não mais pela arbitrariedade econômica. Que os custos ambientais estivessem

sempre presentes nas transações comerciais. Que a humanidade, que foi capaz de realizar

um salto tecnológico tão significativo em tão poucas décadas, quiçá fosse também capaz de

voltar seu olhar para os demais componentes da natureza, ou, pelo menos, olhar para si

mesma a longo prazo.

Apesar deste panorama, existem pessoas dispostas a trabalhar em prol da

conservação, como muitas daquelas que auxiliaram na execução deste projeto. Assim,

acredito que este trabalho seja útil e interessante aos profissionais veterinários e de áreas

afins que se interessam pela metodologia técnico-científica empregada e pela problemática

que envolve a questão da preservação e conservação dos felídeos selvagens em seu meio

natural e no cativeiro.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 22

2 OBJETIVOS............................................................................................. 24

2.1 OBJETIVOS GERAIS............................................................................... 24

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................... 24

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 26

2.1 A FAMÍLIA FELIDAE.............................................................................. 26

2.2 DOENÇAS E CONSERVAÇÃO............................................................... 27

2.3 AGENTES VIRAIS................................................................................... 29

2.3.1 Herpesvírus felino 1 (FHV 1) e calicivírus felino (FCV)...................... 30

2.3.2 Parvovírus felino (FPV)........................................................................... 32

2.3.3 Coronavírus felino (FCoV)...................................................................... 33

2.3.4 Vírus da leucemia felina (FeLV), vírus da imunodeficiência felina (FIV) e lentivírus de puma (PLV)........................................................... 34

2.3.5 Vírus da cinomose canina (CDV)............................................................ 36

2.4 AGENTES BACTERIANOS..................................................................... 38

2.4.1 Bartonella henselae................................................................................... 38

2.4.2 Ehrlichia canis e Anaplasma phagocytophilum...................................... 39

2.4.3 Hemoplasmas: Mycoplasma haemofelis, ‘Candidatus Mycoplasma haemominutum’ e ‘Candidatus Mycoplasma turicensis’.................... 40

2.5 PROTOZOÁRIOS PIROPLASMAS: Theileria sp E Cytauxzoon sp........ 41

2.6 AS TÉCNICAS LABORATORIAIS......................................................... 42

3 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................... 44

3.1 ANIMAIS E OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS......................................... 44

3.2 PATÓGENOS PESQUISADOS................................................................ 48

3.3 TESTES DIAGNÓSTICOS....................................................................... 50

3.3.1 Testes sorológicos..................................................................................... 51

3.3.1.1 Reações de imunofluorescência indireta (IFA).......................................... 51

3.3.1.1.1 Controle de qualidade das lâminas para IFA............................................ 52

3.3.1.2 Ensaios imunoenzimáticos......................................................................... 52

3.3.1.3 Western blot................................................................................................ 55

3.3.2 Testes TaqMan® PCR e RT-PCR.......................................................... 55

Page 23: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

4 RESULTADOS......................................................................................... 58

5 DISCUSSÃO............................................................................................. 65

5.1 AMOSTRAGEM....................................................................................... 65

5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA FELÍDEOS DE VIDA LIVRE............................................................................................. 67

5.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA FELÍDEOS MANTIDOS EM CATIVEIRO................................................................. 71

5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 73

6 CONCLUSÕES........................................................................................ 76

7 REFERÊNCIAS....................................................................................... 78

APÊNDICES............................................................................................. 92

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22

1 INTRODUÇÃO

O estudo do papel das doenças constitui um eixo importante das estratégias para a

conservação dos animais selvagens, seja em ambiente natural ou de cativeiro. Estudos

ecológicos reconhecem as doenças como fatores regulatórios de populações naturais, embora

os fatores envolvidos nestas cadeias regulatórias raramente sejam conhecidos. Animais

mantidos em cativeiro são acometidos freqüentemente por doenças de causa nem sempre

elucidada, o que geralmente requer um diagnóstico etiológico para que medidas terapêuticas

e profiláticas possam ser tomadas. Finalmente, as doenças que acometem animais selvagens

também podem ser causadas por agentes zoonóticos, que devem ser identificados para que

medidas preventivas adequadas possam ser tomadas pelas pessoas que lidam diretamente

com os animais ou amostras de seus materiais clínicos.

Considerando-se que toda a família Felidae encontra-se ameaçada (NOWEL;

JACKSON, 1996), que os hábitats reduzem-se progressivamente e que há um número

considerável de felídeos mantidos em cativeiro, torna-se necessário conhecimento acumulado

e aplicabilidade imediata deste conhecimento para resolver questões referentes à saúde desta

família de carnívoros para sua conservação. Embora já exista de fato conhecimento

acumulado na literatura científica, tais dados ou relatos não são extensivos o suficiente para

cobrir as diversas populações ou permitir uma correta avaliação clínica em caso de doenças.

Tratados individualmente ou como populações, a abordagem clínica ou terapêutica dos

animais deve se fundamentar em dados epidemiológicos e laboratoriais.

Os felídeos selvagens são animais carnívoros de topo de cadeia alimentar que em

ambiente natural percorrem extensos territórios em busca de alimentação e abrigo.

Conseqüentemente, estão expostos a uma ampla gama de patógenos presentes no ambiente ou

provenientes de seus contactantes, sejam estes presas, outros competidores, elementos de sua

própria espécie e, muito recentemente em termos biogeográficos e evolutivos, também a

animais domésticos.

Este estudo objetivou avaliar a exposição de 12 espécies de felídeos selvagens, tanto

de vida livre quanto mantidas em cativeiro, a determinados agentes potencialmente

patogênicos para membros da família Felidae, através do emprego de um repertório de

técnicas diagnósticas laboratoriais. O número amostral da população de vida livre (n=22)

analisada neste estudo foi menor que o de cativeiro (n=210) e as espécies de felídeos

avaliadas, entre neotropicais e exóticas, diversificadas. As variações se estendem para as

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idades dos animais, procedências, estados clínicos e outras. Porém, a amostragem refletiu de

forma consistente o universo populacional de felídeos selvagens disponível no Brasil para

acesso científico.

Foram utilizadas técnicas diagnósticas baseadas em detecção indireta e direta de

patógenos. Foram utilizadas técnicas indiretas sorológicas, capazes de indicar se as amostras

testadas apresentavam anticorpos específicos contra substâncias antigênicas constituintes de

determinados patógenos, revelando desta forma se os animais haviam sido, em algum

momento de suas vidas, expostos a tais substâncias. Entre as técnicas de detecção direta,

foram utilizados procedimentos sorológicos diretos, direcionados para detecção de

substâncias antigênicas constituintes dos patógenos e por fim, técnicas moleculares capazes

de detectar fragmentos específicos de ácidos nucléicos (DNA ou RNA) dos patógenos nas

amostras.

Um total de 16 agentes infecciosos foram pesquisados, entre os quais os agentes virais

herpesvírus felino 1 (FHV 1), calicivírus felino (FCV), parvovírus felino (FPV), coronavírus

felino (FCoV), vírus da leucemia felina (FeLV), os seguintes lentivírus: vírus da

imunodeficiência felina (FIV) e lentivírus de puma (PLV), o vírus da cinomose canina

(CDV); os agentes bacterianos: Bartonella henselae, Ehrlichia canis, Anaplasma

phagocytophilum, os hemoplasmas Mycoplasma haemofelis, ‘Candidatus Mycoplasma

haemominutum’ e ‘Candidatus Mycoplasma turicensis’; assim como os protozoários

piroplasmas: Theileria sp e Cytauxzoon sp.

Page 26: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

24

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Constituíram objetivos gerais deste trabalho:

1) avaliar a exposição de felídeos selvagens de vida livre ou mantidos em cativeiro no Brasil,

mediante técnicas diagnósticas laboratoriais adequadas, a 16 potenciais patógenos:

a) virais: herpesvírus felino 1 (FHV 1), calicivírus felino (FCV), parvovírus felino

(FPV), coronavírus felino (FCoV), vírus da leucemia felina (FeLV), os seguintes

lentivírus: vírus da imunodeficiência felina (FIV) e lentivírus de puma (PLV), o

vírus da cinomose canina (CDV);

b) bacterianos: Bartonella henselae, Ehrlichia canis, Anaplasma phagocytophilum,

os hemoplasmas Mycoplasma haemofelis, ‘Candidatus Mycoplasma

haemominutum’ e ‘Candidatus Mycoplasma turicensis’;

c) protozoários piroplasmas: Theileria sp e Cytauxzoon sp;

2) fornecer parâmetros para a adoção de protocolos preventivos para o manejo de felídeos

selvagens no País.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Constituíram objetivos específicos deste trabalho:

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25

1) investigar se doenças infecciosas causadas pelos patógenos pesquisados podem contribuir

nos quadros de morbidade e/ou mortalidade das populações de felídeos selvagens no País;

2) verificar se patógenos associados a carnívoros domésticos circulam em populações de

felídeos selvagens;

3) verificar se as populações de felídeos selvagens no País representam risco para transmissão

de zoonoses

4) identificar patógenos que devem ser investigados durante procedimentos/situações tais

como translocações, quarentenas, manutenção e monitoramento de felídeos selvagens.

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26

2 REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo, serão apresentadas a família Felidae, questões ligadas à doenças e

conservação e os agentes patogênicos e princípios gerais das técnicas diagnósticas utilizadas.

2.1 A FAMÍLIA FELIDAE

A família Felidae pertence à Ordem Carnivora e seus membros apresentam entre 1,3 a

mais de 300 kg de massa corporal. A taxonomia do grupo tem sido debatida, ilustrando as

inconsistências filogenéticas não resolvidas sobre o aspecto evolucionário da família

(NOWAK, 1999; WERDELIN, 1996). Estudos recentes utilizando análises morfológicas e

moleculares esclareceram muitos aspectos dos relacionamentos evolucionários dos felídeos,

mas ainda não foram incorporados em novos esquemas taxonômicos (OLIVEIRA et al.,

2001). Desta forma, o esquema taxonômico proposto por Wozencraft (1993) foi considerado

por Werdelin (1996) o que melhor refletia a variação entre as espécies, tendo sido adotado

pela União Internacional para a Conservação da Natureza (International Union for the

Conservation of Nature – IUCN) e também é adotado no presente trabalho para referir-se às

espécies de felídeos.

As espécies selvagens que compõem a família Felidae distribuem-se por cinco das

seis regiões zoogeográficas da Terra, apenas não tendo ocupado naturalmente a Região

Australiana, determinados arquipélagos e Antártica. As regiões zoogeográficas são divisões

da biosfera terrestre baseadas nas áreas de distribuição geográfica e relacionamentos

filogenéticos dos animais e são consideradas limites naturais para o estabelecimento de

estudos regionais (DARLINGTON, 1957). A América do Sul, América Central (incluindo

Antilhas) e parte tropical do México compõem a Região Neotropical. A fauna neotropical de

felídeos consiste de 10 espécies: onça-pintada (Panthera onca), suçuarana ou puma (Puma

concolor), jaguatirica (Leopardus pardalis), gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus),

gato-maracajá (Leopardus wiedii), jaguarundi ou gato-mourisco (Herpailurus yaguarondi),

gato-do-mato-grande (Oncifelis geoffroyi), gato-palheiro ou gato-dos-pampas (Oncifelis

colocolo), kodkod (Oncifelis guigna) e gato-andino (Oreailurus jacobitus), sendo que apenas

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estas duas últimas espécies listadas não ocorrem naturalmente no Brasil. Contudo, apesar de

amplamente distribuídas, todas as espécies selvagens de felídeos encontram-se em algum

grau ameaçadas (NOWAK, 1999; NOWELL; JACKSON, 1996; OLIVEIRA; CASSARO,

1997) e portanto, considera-se que todas devam ser alvo de medidas conservacionistas. Entre

as 37 espécies de felídeos reconhecidas, apenas para o gato doméstico (Felis catus), aspectos

clínicos e padrões fisiopatológicos de doenças infecciosas são relativamente bem

compreendidos. Por este motivo, o gato doméstico, que apresenta evidências de descender de

uma subespécie de gato-selvagem africano e do sudoeste asiático (Felis silvestris lybica) e

que posteriormente se miscigenou com o gato-selvagem europeu (Felis silvestris silvestris)

(NOWAK, 1999) é utilizado como parâmetro para o estudo das enfermidades que podem

acometem os membros selvagens da família.

2.2 DOENÇAS E CONSERVAÇÃO

Entre os principais fatores causais de ameaça aos felídeos de todo o mundo, estão a

perda de hábitat, perseguição direta em forma de caça e redução ou eliminação de suas presas

naturais. No entanto, com a deterioração ambiental, a ocorrência de doenças tem emergido

como um problema central na conservação de carnívoros (FUNK et al., 2001; NOWELL E

JACKSON, 1996). As doenças infecciosas são também particularmente relevantes para a

conservação de carnívoros porque muitas espécies ou populações já estão seriamente

ameaçadas pela perda de hábitats e perseguição, e desta forma mesmo aquelas menos severas

podem apresentar efeitos devastadores se ocorrerem em populações já pequenas ou em

declínio. Os efeitos das doenças podem ser agravados quando interagem com outros fatores

comuns em populações ameaçadas, como má nutrição, estresse e endogamia (MURRAY et

al., 1999). Conclui-se que a ocorrência de doenças infecciosas em populações naturais tende a

aumentar à medida que os hábitats diminuem e os animais se concentram em parques e

reservas (DOBSON; GRENFELL, 1995).

A maioria das doenças que exercem impacto negativo em populações ameaçadas têm

origem infecciosa (MUNSON, 2000). Os patógenos causadores destas doenças podem

ameaçar de extinção as populações de hospedeiros de duas formas: ameaçando diretamente a

população em função de elevada mortalidade ou reduzindo sua resiliência ao induzir doenças

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crônicas e persistentes que podem causar declínios através de efeitos negativos na

fecundidade e recrutamento (CLEAVELAND et. al, 2003). No primeiro caso, situam-se as

doenças infecciosas causadas por patógenos com períodos infecciosos curtos, que geralmente

se disseminam através de contágio direto e que, se não forem letais, tendem a induzir em seus

hospedeiros imunidade de longa duração contra reinfecções; persistem apenas em populações

grandes e estruturadas de hospedeiros, que oferecem continuamente novos indivíduos

susceptíveis através dos nascimentos para a manutenção do ciclo. No segundo caso, situam-se

as doenças infecciosas causadas por patógenos que induzem doenças de decurso crônico, que

se valem de diversas estratégias indiretas para disseminação e normalmente são causadas por

patógenos mais complexos com grande variabilidade antigênica que desta forma tendem a

inibir a imunidade duradoura de seus hospedeiros. Tais patógenos não necessitam

necessariamente de grandes populações para persistirem, pois podem permanecer viáveis no

ambiente por longos períodos e repetidamente reinfectar os hospedeiros (DIAMOND, 1999).

Conseqüentemente ao fato de que os patógenos que causam alta mortalidade não

podem ser mantidos em populações pequenas de hospedeiros, as populações de felídeos

ameaçadas, tipicamente pequenas e isoladas, não são capazes de manter tais patógenos.

Porém, estes podem atingir as espécies ameaçadas se são mantidos em populações mais

comuns e numerosas, como populações de carnívoros domésticos, que agem como potenciais

reservatórios. O rápido crescimento populacional humano e a crescente mobilização de

humanos e animais domésticos não apenas ameaçam diretamente os hábitats e as espécies

vulneráveis, como também favorecem a disseminação e persistência de doenças infecciosas.

(CLEAVELAND et. al., 2003).

Devido ao mecanismo de transmissão inter-específica, os patógenos que apresentam

risco maior para as espécies ameaçadas são os generalistas, que podem infectar diversas

espécies diferentes, e não aqueles mais específicos. (CLEAVELAND et al, 2003). O contato

com gado (Bos sp), cães (Canis familiaris), gatos e outros animais domésticos abrem

possibilidades de transmissão inter-específica de agentes infecciosos (DASZAK et al., 2000;

FIORELLO et al., 2004; MENDES-DE-ALMEIDA et al., 2003; MURRAY et al., 1999).

Considera-se, a priori, que todas as espécies da família Felidae sejam susceptíveis

aos mesmos patógenos (FOWLER, 1986), ainda que muitos aspectos reprodutivos,

hematológicos e outros padrões fisiológicos ainda não sejam inteiramente conhecidos para

todas as espécies de felídeos. É problemática, portanto, a consideração de que as populações

mantidas em cativeiro sejam particularmente afetadas de forma indesejada em função disto,

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pois são potencialmente expostas a uma grande variedade de patógenos, generalistas e

específicos, uma vez que no ambiente de cativeiro felídeos das mais diversas origens

geográficas são mantidos próximos, em alta densidade populacional, comumente sob estresse

(CLUBB; MASON, 2003) e em muitos casos em contato ocasional com gatos domésticos.

Em situação de vida livre, a invasão dos hábitats por carnívoros domésticos, como cães e

gatos, favorecem a disseminação e persistência de patógenos nestas populações, seja

mediante contato direto, como por predação (JESSUP et al., 1993) ou contaminação

ambiental.

Apesar das implicações das infecções na conservação de espécies selvagens serem

difícieis de serem acessadas, é amplamente aceito que o monitoramento destas infecções seja

uma importante ferramenta de manejo para populações ameaçadas (DASZAK et al., 2000;

MUNSON, 2000; MURRAY et al., 1999). O conhecimento sobre doenças infecciosas em

felídeos neotropicais é muito pequeno, e o impacto de qualquer infecção nestas espécies é

desconhecido. Entre os felídeos neotropicais, as onças-pintadas, suçuaranas e jaguatiricas de

vida livre são melhor representadas em projetos de campo que lidam com carnívoros no

Brasil; mas ainda assim há grande falta de informações referentes à ocorrência de doenças

nos animais monitorados (BRASIL, 2004). A obtenção de informações sobre a exposição de

felídeos de vida livre a potenciais agentes infecciosos deve auxiliar projetos ecológicos e

conservacionistas, assim como fornecer informações para programas de manejo in situ e ex

situ. Na década de 1990, o Grupo de Trabalho Especial idealizou o Plano de Manejo

Integrado para Pequenos Felinos Brasileiros (BRASIL, 1995), quando se iniciaram estudos

sistemáticos com felinos neotropicais mantidos em cativeiro. Foi verificado que muitas

enfermidades relacionadas com felídeos neotropicais cativos em zôos e criadouros no Brasil

eram associadas com manejo, como condições sanitárias inadequadas e deficiências

nutricionais (ADANIA et al., 1998; OLIVEIRA et al. 2001); entretanto, o estudo de doenças

infecciosas nestas populações ainda é incipiente.

2.3 AGENTES VIRAIS

Os agentes virais têm sido implicados como a causa de diversos declínios em

populações de carnívoros. Vírus comuns em carnívoros domésticos foram relatados

Page 32: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

30

infectando felídeos selvagens de vida livre e mantidos em cativeiro na África, Europa,

América do Norte e Japão (ARTOIS e REMOND, 1994; DANIELS et al., 1999; FROMONT

et al., 2000; HOFMANN-LEHMANN et al., 1996; LEUTENEGGER et al., 1999a;

MOCHIZUKI et al., 1990; NISHIMURA et al., 1999; OLMSTED et al., 1992; OSTROWSKI

et al., 2003; PAUL-MURPHY et al., 1994; ROELKE-PARKER et al., 1996). Dados

referentes a infecções virais em felídeos neotropicais brasileiros são esparsos e se concentram

principalmente em retrovírus felinos. Os vírus mais importantes que infectam gatos

domésticos e felídeos selvagens são: herpesvirus felino 1 (FHV 1), calicivirus felino (FCV),

parvovírus felino (FPV), coronavirus felino (FCoV), virus da leucemia felina (FeLV) e virus

da imunodeficiência felina (FIV) (HOFMANN-LEHMANN et al., 1996). Felídeos selvagens

também podem ser susceptíveis ao vírus da cinomose canina (CDV) (ROELKE et al., 1996).

2.3.1 Herpesvírus felino 1 (FHV 1) e calicivírus felino (FCV)

Os principais vírus implicados no desenvolvimento de doenças respiratórias em

felídeos são o FHV e o FCV. Apesar de pertencerem a diferentes famílias (FHV:

Herpesviridae e genoma de DNA; FCV: Caliciviridae, genoma de RNA), determinam, em

seus hospedeiros, sinais clínicos semelhantes, que incluem pirexia, depressão, espirros,

hipersalivação, descargas oculares e nasais, conjuntivite, dispnéia, e tosse, traqueíte,

anorexia, letargia. Ocasioalmente, pode ocorrer pneumonia viral primária ou doença

generalizada, particularmente em animais jovens e debilitados. Manifestações mais raras

incluem doença ocular, como ceratite intersticial e ulcerativa. Úlceras cutâneas já foram

descritas em gatos domésticos e em guepardos. Estudos experimentais sugeriram que os

abortos, quando ocorrem, são resultado da natureza sistêmica severa da infecção, e não de um

efeito direto do vírus. (GASKELL; WILLOUGHBY, 1999). Salivação excessiva e úlceras na

córnea sugerem infecção por FHV 1, enquanto úlceras na língua, pálato e faringe são mais

comumente encontradas em infecções por FCV.

O FHV 1 infecta apenas membros da família Felidae. O principal hospedeiro é o gato

doméstico, mas foram obtidos isolados de felídeos selvagens, como os guepardos (Acinonyx

jubatus)e há crescente evidência sorológica de infecção disseminada em felídeos de vida livre

em diversas partes do mundo. (GASKELL; WILLOUGHBY, 1999) Estudos sorológicos têm

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indicado que o FHV se encontra disseminado em populações de vida livre de leões, pumas e

guepardos (PAUL-MURPHY et al., 1994). Igualmente, o vírus acomete populações de

felídeos mantidas em cativeiro. Cerca de metade dos gatos que apresentam doença

respiratória tem infecção pelo FHV 1 e outra metade apresenta infecção pelo calicivírus

felino. Investigações têm demonstrado que a presença de anticorpos para FHV 1 em colônias

de gatos é cerca de 70%, enquanto que para gatos domiciliados é de menos de 50%.

(GASKELL; WILLOUGHBY, 1999)

O FHV 1 é lábil no ambiente, são bastante sensíveis à desinfecção e não são

conhecidos reservatórios que não os felinos. A disseminação é horizontal, através de contato

direto, fômites ou aerossóis a partir de animais com infecção aguda ou mesmo de carreadores

assintomáticos. (GASKELL; WILLOUGHBY, 1999; MAGGS, 2005) Todos os herpesvírus

são capazes de permanecer latentes em seus hospedeiros naturais; seus genomas latentes

retêm a capacidade de replicação e de causar doença quando reativados. A latência difere da

infecção crônica, uma vez que progênie não está presente. A capacidade de reativação

diferencia a latência da infecção abortiva. Em muitos animais, pode ocorrer recrudescência

dos sinais clínicos. O FHV 1 se replica rapidamente nas células epiteliais das membranas

mucosas, especialmente na conjuntiva, e ascende por axônios dos neurônios sensoriais para

estabelecer latência nos gânglios trigêmeos. (MAGGS, 2005), embora DNA viral

eventualmente seja detectado em outros sítios (neurológicos, turbinados nasais, córnea,

conjuntiva, cavidade oral, glândulas salivares e lacrimais, tonsilas e linfonodos sub-

mandibulares). O estado de carreador é caracterizado pela latência, com episódios

intermitentes de eliminação viral, situações em que o animal representa uma fonte de

infecção. A reativação pode ocorrer em qualquer momento, mas é mais provável que ocorra

durante períodos de estresse, podendo ocorrer transmissão para novos hospedeiros

susceptíveis, sejam eles a população residente no novo ambiente ou a nova geração de

filhotes. (GASKELL; WILLOUGHBY, 1999) A latência permite que os herpesvírus sejam

perpetuados até mesmo em pequenos grupos isolados de hospedeiros. Os testes diagnósticos

laboratoriais baseiam-se na demonstração de uma resposta imunológica ao organismo ou

detecção direta do agente. (MAGGS, 2005) Antigenicamente, todos os isolados são muito

similares e constituem um único sorotipo (GASKELL; WILLOUGHBY, 1999). O

entendimento da patogênese por FHV 1 estabelece um paradoxo com relação ao diagnóstico.

Gatos com infecção primária eliminam vírus em quantidades suficientes para a detecção

viral. Entretanto, os sinais clínicos nesta fase são característicos e auto-limitantes, de forma

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32

que neste caso o diagnóstico definitivo é menos impotante. Em contraste, nas síndromes

crônicas associadas ao FHV 1, a presença de vírus é elusiva, dificultando o diagnóstico.

Finalmente, gatos absolutamente normais podem eliminar grandes quantidades de vírus a

qualquer momento. Isto tudo faz com que o diagnóstico individual de FHV 1 seja um desafio

no manejo das doenças crônicas relacionadas ao FHV 1. (MAGGS, 2005)

O FCV ocorre mundialmente e todos os felídeos são susceptíveis. Supõe-se que a

infecção por FCV em felídeos selvagens seja epidemiologicamente similar à que ocorre em

gatos domésticos. A transmissão natural ocorre via aerossol e fômites. Os vírus são liberados

pelos gatos infectados em grandes quantidades; gatos convalescentes continuam a liberar

vírus por muitos meses. O estresse pode precipitar a recrudescência da doença e a liberação

continuada. Linhagens diferentes de FCV variam em virulência; algumas linhagens estão

associadas principalmente com infecções brandas ou doença do trato respiratório anterior;

linhagens altamente virulentas regularmente produzem pneumonia, especialmente em

filhotes. (HURLEY; SYKES, 2003)

2.3.2 Parvovírus felino (FPV)

Todos os felídeos são susceptíveis à infecção pelo FPV (BARKER; PARRISH, 2001;

STEINEL et al., 2001; WACK, 2003). Levantamentos sorológicos têm indicado a presença

de FPV em pumas e bobcats (Lynx rufus) de vida livre nos Estados Unidos da América

(EUA), e em leões na África do Sul. (BARKER; PARRISH, 2001). Entretanto, a maioria dos

relatos de doença clínica associada a FPV em felídeos selvagens refere-se a animais mantidos

em cativeiro.

Freqüentemente, ocorre uma gastroenterite aguda com diarréia e linfopenia. Casos de

FPV ocorrem eventualmente em instituições que mantêm felídeos selvagens em cativeiro no

Brasil, mas geralmente é realizado apenas o diagnóstico clínico presuntivo. A transmissão

ocorre principalmente pela rota fecal-oral, através da ingestão de vírus presentes no ambiente

e em fômites. A dose infectante é baixa e as quantidades de vírus nas fezes de animais

eliminando os vírus são muito grandes. Vírus são eliminados através de todas as excreções de

animais infectados, permitindo também a transmissão direta. A transmissão vertical também

pode ocorrer (BARKER; PARRISH, 2001; GREENE, 1998). Para felídeos selvagens na

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33

natureza, a transmissão do FPV através de sítios contaminados seria a principal forma de

disseminação dos vírus, devido aos hábitos solitários e densidades populacionais

caracteristicamente baixas. O FPV também pode acometer outros carnívoros (BARKER;

PARRISH, 2001).

O FPV apresenta tropismo por células em divisão (ASTELL, 1999; PARRISH, 1999).

Sendo assim, as doenças causadas pelos parvovírus envolvem citotoxicidade em tecidos com

alta taxa mitótica. Após infecção oronasal, a replicação viral ocorre em células da orofaringe

e tonsilas, linfonodos, timo, baço e Placas de Peyer em todo o intestino. Ocorre linfocitólise e

depleção celular, com regeneração destes tecidos em animais que sobrevivem. Grande

quantidade de vírus é eliminada pelas fezes. (BARKER; PARRISH, 2001; PARRISH, 1999;

STEINEL et al., 2001) Os sinais clínicos envolvem pirexia, anorexia, depressão, letargia,

diarréia, vômitos, desidratação, desequilíbrio eletrolítico e hipoproteinemia. Tipicamente,

ocorre linfopenia ou panleucopenia. (BARKER; PARRISH, 2001) Porém, as infecções por

parvovírus em carnívoros freqüentemente são assintomáticas ou os sinais são brandos. Pode

ocorrer morte por desidratação ou endotoxemia ou na ausência de qualquer sinal. (ASTELL,

1999; PARRISH, 1999) Em gatos domésticos, existe uma forma hiperaguda da doença

seguida de morte em menos de 12 horas, mimetizando intoxicação (HAGIWARA; ELIAS,

2003). A eliminação dos vírus pelas fezes é suprimida quando se desenvolve uma resposta

imune; nestes casos geralmente não persistem seqüelas, mas extensivo dano intestinal pode

determinar diarréia crônica (PARRISH, 1999).

Uma pequena proporção das infecções por parvovírus em gatos refere-se parvovírus

caninos (CPV-2a e CPV-2b); seqüências genômicas destes parvovírus caninos já foram

detectadas em guepardos, em bobcats e em um tigre-siberiano (P.tigris altaica) apresentando

sinais clínicos (BARKER; PARRISH, 2001; STEINEL et al., 2001).

2.3.3 Coronavírus felino (FCoV)

O FCoV, que pertence à família Coronaviridae, é um importante patógeno de felídeos

domésticos e selvagens. O FCoV é ubiqüitário e endêmico onde há maior densidade

populacional de susceptíveis. (BENETKA et al., 2004) No Brasil, suçuaranas, onça-pintadas,

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gatos-maracajá e um gato-palheiro mantidos em cativeiro, assim como uma jaguatirica de

vida livre apresentaram-se soropositivas para FCoV (SCHMITT et al., 2003).

Os efeitos da infeçcão podem ser inaparentes ou pode haver um período transitório de

diarréia ou acometimento respiratório, podendo ocorrer também episódios severos de vômitos

ou diarréia, levando à perda de peso ou ainda culminar com a peritonite infecciosa felina

(PIF), responsável por alta taxa de mortalidade (EVERMANN; BENFIELD, 2001). A PIF é

uma doença imunomediada e fatal que acomete felídeos ocasionada pelo FCoV. São

conhecidos duas variantes biológicas de FCoVs: o vírus da peritonite infecciosa felina (FIPV)

e o coronavírus entérico felino (FECV). Estudos sugerem que o FIPV se originou de uma

mutação do FECV (BENETKA et al., 2004). O FCoV apresenta também dois sorotipos (I e

II) baseados em características de replicação em cultura de células e antigenicidade; o

sorotipo II associa-se mais freqüentemente com sinais clínicos e desenvolvimento de PIF

(KUMMROW et al., 2005)

Há fortes evidências da existência carreadores assintomáticos que podem excretar o

vírus por meses ou anos. Tais animais representam reservatórios para o vírus, constituindo

um problema na prevenção de FIP em ambientes de alta densidade de gatos. (BENETKA et

al., 2004) Entre 5 a 10% dos gatos soropositivos desenvolvem FIP, mas há maior incidência

em guepardos e determinadas raças e linhagens de gatos domésticos, sugerindo uma

predisposição genética para a doença. (BENETKA et al., 2004)

2.3.4 Vírus da leucemia felina (FeLV), vírus da imunodeficiência felina (FIV) e

lentivírus de puma (PLV)

O FeLV quanto e os demais lentivírus felinos, como o FIV e PLV, pertencem à

família Retroviridae; associam-se com uma variedade de síndromes, envolvendo tumores

malignos de longa latência, doenças de emagrecimento progressivo, desordens neurológicas e

imunodeficiências, e determinam altos coeficientes de morbidade e mortalidade em gatos

domésticos no mundo todo (WORLEY, 2001).

Na maioria dos estudos sobre FIV em felídeos selvagens, não foi relatada

patogenicidade aparente atribuída ao vírus. No entanto, estudos recentes envolvendo leões

mantidos em cativeiro concluem que, de maneira similar aos gatos domésticos, esses animais

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atravessam um período assintomático, sucedendo-se então disfunções linfocitárias,

imunológicas e neurológicas (KENNEDY-STOSKOPF, 1999).

Acredita-se que exclusivamente para o gato-selvagem-europeu (F. silvestris

silvestris), em que o FeLV é consistentemente encontrado em populações de vida livre, o

vírus não apresenta alta patogenicidade. A alta prevalência gatos-selvagens-europeus

soropositivos sugere que o vírus é mantido nestas populações. A possibilidade de que a

infecção por FeLV seja constantemente adquirida através de contato com gato doméstico é

pouco provável, uma vez que a prevalência em gatos-selvagens-europeus é constantemente

maior que aquelas para gatos domésticos nas respectivas regiões estudadas (HOFMANN-

LEHMANN, comunicação pessoal; DANIELS et al., 1999; FROMONT et. al., 2000;

LEUTENEGGER et. al. 1999a). Entretanto, o FeLV foi também associado com doença

severa em um espécime de puma (JESSUP et al., 1993) e de guepardo (MARKER et al.,

2003). Apesar de ser raramente encontrado infectando outros felídeos selvagens que não o

gato-selvagem-europeu, se estabelecido nestas populações, pode ter efeitos devastadores

(ARTOIS; REMOND, 1994; WORLEY, 2001).

Os retrovírus apresentam a capacidade de de se integrar no genoma das células

hospedeiras, não ser detectados pela vigilância imunológica celular e humoral e desta forma

estabelecendo infecções persistentes. Incorporados nas células hospedeiras, em forma de

DNA, são chamados provírus. As partículas virais infecciosas são chamadas exógenas; são

transmitidos vertical e horizontalmente, direta ou indiretamente, mas não através de células

germinativas. São muito lábeis no ambiente, sendo mantidos na natureza porque hospedeiros

infectados podem viver e liberar vírus por anos. A transmissão do FeLV ocorre

principalmente através da ingestão de partículas virais, na saliva e secreções nasais. A

replicação viral inicial ocorre em linfócitos e macrófagos na orofaringe e linfonodos

regionais. Nesta fase de viremia, uma resposta imune eficiente pode eliminar a infecção. Caso

contrário, o vírus se dissemina para a medula óssea e infecta células progenitoras mielóides e

eritróides, macrófagos e linfócitos circulantes. A inabilidade do sistema imunitário em inibir

a replicação inicial do FeLV leva ao estabelecimento de uma viremia persistente,

caracterizada pela presença tanto de vírus livres quanto associados a células no sangue,

quando o animal torna-se fonte de infecção. Tal estado geralmente progride para alguma

doença relacionada a FeLV. Neste caso, a replicação contínua em tecidos hemolinfáticos leva

a um estado progressivo de imunossupressão. Outros animais, porém, contêm a replicação

viral através de resposta imune adequada. Alguns gatos tornam-se resistentes e conseguem

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extinguir a infecção. No entanto, a maior parte dos animais desenvolve infecção

autolimitante, albergando provírus latentes integrados em células da medula óssea, podendo

haver resposta imune parcial. O risco de reativação espontânea e de desenvolvimento de

doenças relacionadas ao FeLV, nos animais com este tipo de infecção, é pequeno. Nesse

caso, não há replicação e excreção de vírus, a não ser que o animal experimente um estado de

imunossupressão. (FILONI; CATÃO-DIAS, 2005a; 2005b; GOMES-KELLER et al., 2006)

A infecção por lentivírus relacionados ao FIV, em leões e pumas, na África, América

do Norte e Europa, foi demonstrada por Olmsted et al. (1992) e Spencer e Morkel (1993),

entre outros autores. O gene pol do vírus da imunodeficiência felina (FIV) obtido a partir de

uma suçuarana mantida em um zoológico brasileiro foi seqüenciado (CARPENTER et al.,

1996). Antes disso, Brown et al. (1993) havia detectado anticorpos para FIV em um espécime

de suçuarana brasileira de vida livre. Adicionalmente, Leal e Ravazzolo (1998) detectaram

provírus de FIV em onça-pintadas, suçuaranas, jaguarundis, jaguatiricas, gatos-maracajá,

gatos-palheiro e gatos-do-mato-pequenos no Brasil. Em um estudo sorológico conduzido em

populações de pequenos felinos neotropicais mantidas em cativeiro no Estado de São Paulo,

não foram encontradas evidências de exposição aos retrovírus FeLV e FIV (FILONI, 2001;

FILONI et al., 2003a). Desde então, foram encontrados três espécimes de felídeos

neotropicais virêmicos para FeLV (um gato-maracajá e dois gatos-palheiros) em um

levantamento conduzido em zoológicos norte-americanos (KENNEDY-STOSKOPF, 1999).

Foram encontrados, no Brasil, onça-pintadas, suçuaranas, gatos-maracajá e um gato-palheiro

mantidos em cativeiro, assim como uma jaguatirica de vida livre, soropositivos para FeLV

(SCHMITT et al., 2003). Mais recentemente, Carvalho et al. (2004) encontraram leões

soropositivos para lentivírus felinos na população de felídeos da Fundação Parque Zoológico

de São Paulo (FPZSP) (APÊNDICE D).

2.3.5 Vírus da cinomose canina (CDV)

Desde que o CDV foi isolado a partir de cães domésticos (Canis familiaris), em 1905,

verificou-se que em pelo menos oito famílias de carnívoros terrestres (Canidae, Felidae,

Hyaenidae, Mustelidae, Procyonidae, Ursidae, Ailuridae e Viverridae) foram notificadas

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espécies susceptíveis à infecção pelo CDV (DEEM et al., 2000). O virus da cinomose canina

(CDV) tem se mostrado um problema mundial afetando uma ampla gama de carnívoros. Uma

onça-pintada foi infectada por CDV durante uma epizootia ocorrida em felídeos mantidos em

cativeiro na América do Norte (APPEL et al., 1994, CLEAVELAND et al., 2003; FUNK et

al., 2001).

Os felídeos em geral apresentam um comportamento de menor risco para a

transmissão-interespecífica de patógenos. Entretanto, algumas espécies, como as suçuaranas,

podem ser encontradas tanto em áreas preservadas quanto em áreas periurbanas e rurais,

podendo entrar em contato e mesmo predar animais domésticos, potenciais fontes de

infecção. A susceptibilidade de gatos domésticos ao CDV foi demonstrada mediante infecção

experimental, mas os gatos infectados apresentam apenas um discreto aumento de

temperatura corporal e não eliminam vírus (APPEL; SHEFFY; PERCY, 1974). Por isso, por

muito tempo pensou-se que que o CDV não poderia provocar doença em felídeos. Embora

atualmente haja indicativos de que a infecção por CDV possa contribuir para a ocorrência de

doenças respiratórias e hepáticas em gatos domésticos ( IKEDA et al., 2001), foi somente

quando uma uma epizootia por CDV acometeu diversas espécies de felídeos em zoológicos

norte-americanos, entre 1991 e 1992, que a importância deste patógeno foi reconhecida para

a família Felidae. Naquela ocasião, uma alta mortalidade se concentrou em grandes felídeos,

como tigres (Panthera tigris), leões (Panthera leo) e leopardos (Panthera pardus), além de

uma onça-pintada, enquanto outras espécies, como suçuaranas, bobcats , servais (Leptailurus

serval) e gatos-maracajá apenas soroconverteram (KENNEDY-STOSKOPF, 1999). Em

seguida a esta epizootia, houve outra epizootia com efeitos devastadores na população de

leões de vida livre no ecossistema do Serengeti, África, que eliminou cerca de 30% desta

população em 1994 (ROELKE-PARKER et al., 1996). Os grandes felídeos do gênero

Panthera evidenciam-se como mais susceptíveis ao curso letal da infecção pelo CDV

(APPEL et al., 1994; KENNEDY-STOSKOPF, 1999). Nestes casos, foi demonstrado que os

morbilivírus responsáveis por estas ocorrências eram relacionados com os que circulavam em

outros carnívoros selvagens e cães domésticos locais (BARRET, 1999; HAAS et al., 1996).

No ambiente de cativeiro, pode haver contato com outras fontes de infecção, como carnívoros

domésticos; já foi reportada infecção por CDV em filhotes de tigre que tiveram contato com

cães (APPEL et al., 1994; KENNEDY-STOSKOPF, 1999).

Os felídeos acometidos podem apresentar sinais neurológicos, respiratórios e

gastrointestinais, embora em cerca de 60% dos casos apenas os sinais neurológicos se

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manifestam, incluindo convulsões, tremores, mioclonia, desorientação, fraqueza, ataxia,

paraparesia, hiperreflexia e coma. A duração dos sinais clínicos varia de um dia a várias

semanas na maioria dos felídeos, mas já foi observado um caso de desenvolvimento de sinais

neurológicos progressivos ao longo de mais de um ano. Alguns animais podem apresentar

anorexia, letargia, descarga nasal e ocular mucopurulenta, diarréia sanguinolenta ou não.

Leões de vida livre apresentam anemia, linfadenopatia, condições precárias corporal e do

pelame e presença de múltiplos ferimentos. Felídeos acometidos podem apresentar alterações

comportamentais, podendo se mostrar deprimidos ou com aumento de agressividade.

(MUNSON, 2001; ROELKE-PARKER et al., 1996) Os felídeos do gênero Panthera

desenvolvem sinais mais severos e apresentem um prognóstico pior. Apenas sinais

gastrointestinais e respiratórios brandos foram observados em pumas, enquanto outras

espécies de felinos menores, como bobcats, servais e gatos-maracajás apresentaram-se

soropositivos e saudáveis. (APPEL et al., 1994)

2.4 AGENTES BACTERIANOS

2.4.1 Bartonella henselae

As bactérias do gênero Bartonella causam infecções intraeritrocitárias crônicas em

uma ampla variedade de animais, incluindo humanos, em que a B. henselae é o agente

etiológico da doença-da-arranhadura-do-gato (cat scratch disease) (CHOMEL et al., 2004b).

O patógeno B. henselae é principalmente transmitido através de pulgas (Ctenocephalides

felis) em gatos domésticos (CHOMEL et. al 1996), que se infectam ao se alimentar de

animais bacterêmicos, e é potencialmente transmissível entre gatos domésticos e felídeos

selvagens (CHOMEL et al., 2004b; JACOMO et al., 2002). Além de pulgas, tem sido

sugerido que carrapatos do gênero Ixodes sejam potenciais vetores para Bartonella sp

(CHANG et al., 2001; CHOMEL et al., 2004a; SCHOULS et al., 1999). Em gatos

domésticos, a bacteremia pode persistir por mais de um ano e em colônias de gatos em que

pulgas são endêmicas, mais da metade dos animais pode estar bacterêmica. Populações de

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gatos errantes apresentam soroprevalências maiores que de gatos domiciliados

(BREITSCHWERDT; KORDICK, 2000; JACOMO et al., 2002).

Embora o patógeno possa permanecer como parte da microbiota intravascular de

gatos saudáveis, evidências recentes sugerem uma associação deste patógeno com

manifestações insidiosas de doenças renais crônicas (GLAUS et al., 1997). Outras

anormalidades relatadas em gatos infectados com B. henselae incluem febre, discreta anemia

transitória, eosinofilia, linfadenomegalia, colangite, difunção neurológica, lesões cardíacas e

falhas na reprodução (BREITSCHWERDT; KORDICK, 2000; ROTSTEIN et al., 2000).

Estudos têm demonstrado a exposição de uma variedade de felídeos de vida livre e

mantidos em cativeiro à B. henselae, incluindo felídeos neotropicais mantidos em zoológicos

da América do Norte (KELLY et al., 1998; MOLIA et. al, 2004; YAMAMOTO et al., 1998;

PRETORIUS et al., 2004; ROTSTEIN et al., 2000). A soroprevalência nestas populações de

felídeos selvagens são comparáveis às encontradas para gatos domésticos

(BREITSCHWERDT; KORDICK, 2000; ROTSTEIN et al., 2000). Um levantamento

extensivo conduzido nas Américas detectou suçuaranas soropositivas através da maioria das

áreas de ocorrência natural da espécie. (CHOMEL et al., 2004b); a soroprevalência geral

relatada em suçuaranas da América do Sul foi de 22.4%. O estudo incluiu amostras de 11

suçuaranas brasileiras de três estados (São Paulo, Tocantins e Goiás); porém não foram

mencionados resultados individuais, áreas exatas de colheita ou condições de vida dos

animais.

2.4.2 Ehrlichia canis e Anaplasma phagocytophilum

Recentemente foi demonstrado que gatos domésticos são susceptíveis à infecção e

doença causada por Ehrlichia canis e Anaplasma phagocytophilum. A erliquiose em gatos

domésticos tem sido reconhecida cada vez com maior freqüência no mundo todo , inclusive

no Brasil (ALMOSNY; MASSARD, 1999; DAGNONE et al., 2003; TARELLO, 2005).

Classicamente, o diagnóstico da infecção tem sido realizado a partir da demonstração

de inclusões em células. Entretanto, o diagnóstico realizado com métodos moleculares tem se

mostrado eficiente e demonstrou que há pelo menos duas formas de erliquiose felina: uma

causada pela E. canis, com inclusões em células mononucleares (BREITSCHWERDT et al,

2002) e outra pelo A. phagocytophilum, este último associando-se com inclusões em

neutrófilos e possivelmente apresentando implicações zoonóticas (BJOERSDORFF et al.,

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1999). Os sinais clínicos são semelhantes para os dois agentes, incluindo anorexia,

hiperestesia, letargia, perda de peso, dores articulares, dispnéia, linfadenomegalia, anemia e

hipergamaglobulinemia (TARELLO, 2005). As pulgas (C. felis) são consideradas potenciais

vetores na transmissão destes agentes em gatos (LAPPIN et al, 2006), assim como carrapatos.

Pouco é conhecido sobre erliquioses de forma geral em animais selvagens,

especialmente felídeos. Se em linces-eurasianos (Lynx lynx), um levantamento sorológico

realizado para populações de vida livre no norte da Europa demonstrou uma prevalência de

4% (RYSER-DEGIORGIS et al., 2005), é razoável supor que o clima quente e úmido em

pelo menos parte do ano no Brasil favoreça a transmissão destes agentes pelos vetores e a

doença esteja presente com alta morbidade em nosso meio sem ser reconhecida. Entretanto,

de acordo com nosso conhecimento, não há relatos prévios de infecções por E. canis e A.

phagocytophilum em felídeos neotropicais, seja em animais cativos ou de vida livre.

2.4.3 Hemoplasmas: Mycoplasma haemofelis, ‘Candidatus Mycoplasma

haemominutum’ e ‘Candidatus Mycoplasma turicensis’

O agente etiológico da anemia infecciosa felina, antigo Haemobartonella felis, foi

recentemente reclassificado dentro de um novo grupo de espécies hemotrópicas de

micoplasmas, também chamados de hemoplasmas. O seqüenciamento dos genes 16S rRNA

de diferentes agentes isolados de felinos resultou no reconhecimento de três espécies dentro

deste grupo: Mycoplasma haemofelis (antigo Haemobartonella felis), ‘Candidatus

Mycoplasma haemominutum’ e, mais recentemente, ‘Candidatus Mycoplasma turicensis’.

Estas espécies apresentam diferenças de patogenicidade em gatos domésticos. O M.

haemofelis e o ‘Candidatus Mycoplasma turicensis’ são associados com severa anemia

hemolítica intravascular, enquanto o ‘Candidatus Mycoplasma haemominutum’ usualmente

não induz anemia, mas estabelece relação com insuficiência renal. Os mecanismos pelos

quais os hemoplasmas felinos, especialmente o M. haemofelis, induzem hemólise não são

bem compreendidos; tanto podem ser resultantes de dano eritrocítico direto como pela

remoção dos agentes de eritrócitos infectados que são seqüestrados pelo baço. O curso da

infecção pode ser letal em gatos domésticos, e outros sinais observados incluem anorexia,

depressão, letargia, fraqueza, perda de peso, febre intermitente, palidez de mucosas, icterícia

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e esplenomegalia. Co-infecções com os agentes virais imunossupressivos FIV ou FeLV

podem favorecer a hemólise observada em gatos infectados. (HAEFNER et al., 2003;

KEWISH et al., 2004; MESSICK, 2003; WILLI et al., 2005; 2006). Evidências recentes

demonstram a presença das três espécies de hemoplasmas em diversas espécies de felídeos

selvagens nos continentes europeu, africano e americano, sugerindo que todas as espécies de

felídeos sejam susceptíveis. (HAEFNER et al., 2003; WENGI et al., em elaboração).

Pulgas (C. felis) e carrapatos são tidos como potenciais vetores destes

microorganismos (LAPPIN et al., 2006). Foi demonstrado que infecções verticais intra-

uterinas, durante o parto ou durante a lactação podem ocorrer em gatos domésticos, assim

como transmissões horizontais iatrogênicas, mediante transfusões sangüíneas e agulhas

contaminadas (HAEFNER et al., 2003). Os animais infectados que são submetidos a

antibioticoterapia ou que desenvolvem evidente resposta imune, provavelmente permanecem

como portadores crônicos (MESSICK, 2003). O diagnóstico etiológico tradicionalmente

baseia-se na identificação citológica de esfregaços sangüíneos corados, juntamente com a

análise de hemogramas completos e sinais clínicos compatíveis. Entretanto, o

desenvolvimento dos métodos moleculares facilitaram a identificação e quantificação destes

agentes, de maneira sensível e específica, e a PCR é considerada atualmente o método de

escolha para o diagnóstico destas infecções (WILLI et al., 2005; 2006).

2.5 PROTOZOÁRIOS PIROPLASMAS: Theileria sp E Cytauxzoon sp

As técnicas moleculares baseadas em PCR têm ampliado o diagnóstico de diferentes

piroplasmas em novos hospedeiros, sugerindo que sua classificação taxonômica venha a ser

revista. De acordo com a classificação adotada por Ketz-Riley et al. (2003), os gêneros

Theileria e Cytauxzoon são protozoários pertencentes à família Theileridae, ordem

Piroplasmida, filo Apicomplexa. As infecções por Theileria sp e Cytauxzoon sp em seus

hospedeiros mamíferos iniciam-se através da transmissão por carrapatos infectados,

causando parasitemias que podem ser letais. O contato direto entre felídeos infectados na

ausência de carrapatos não constitui risco de transmissão. Após a transmissão, os

protozoários reproduzem-se assexuadamente (esquizogonia) em uma fase eritrocítica e uma

não eritrocítica. Os esquizontes de Theileria sp se reproduzem em células linfocíticas,

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formam pequenas agregações ou são únicos nestas células e induzem os linfócitos a se

transformarem em linfoblastos, provocando contínua proliferação. Os esquizontes de

Cytauxzoon sp, diferentemente, reproduzem-se em células fagocíticas mononucleares e

formam agregações maiores. Os esquizontes desenvolvem-se como merozoítas, que são

endocitados por eritrócitos e, ao adquirir um aspecto pleomórfico, passam a ser referidos

como piroplasmas (BONDY et al., 2005). As manifestações clínicas das infecções por

piroplasmas são inespecíficas e similares aos de hemoplasmas, incluindo anorexia, letargia,

icterícia, palidez de mucosas, dispnéia, taquipnéia, taquicardia, febre, esplenomegalia,

hepatomegalia, e nos estágios finais da doença, hipotermia, vocalização, convulsões e coma.

Em função da similaridade dos sinais clínicos, métodos diagnósticos moleculares são

recomendados para o diagnóstico e diferenciação destes agentes (BONDY et al., 2005;

CRIADO-FORNELI, et al., 2003)

A espécie Cytauxzoon felis infecta exclusivamente felídeos, tendo sido diagnosticada

desde os anos 1970 em gatos domésticos e diversas espécies de felídeos selvagens mantidos

em cativeiro, como bobcats, guepardos, pumas e tigres (GLENN et al., 1983; KETZ-RILEY

et al., 2003). Os bobcats da subespécie L. rufus rufus geralmente desenvolvem um curso

clínico discreto quando infectados, e são tidos como reservatórios do agente na América do

Norte (BONDY et al., 2005). Mais recentemente, também foram diagnsticados

morfologicamente em felídeos selvagens exóticos e neotropicais no Brasil, como leões,

onças-pintadas e gatos-do-mato-pequenos (SOARES, 2001). Um piroplasma relacionado mas

não identificado como C. felis foi diagnosticado através de métodos moleculares em gatos-

de-Pallas (Otocolobus manul) capturados em vida-livre na Mongólia em 2000 (KETZ-

RILEY et al., 2003), sugerindo que devam existir outras espécies de piroplasmas

relacionadas.

2.6 AS TÉCNICAS LABORATORIAIS

As técnicas diagnósticas laboratoriais podem ser divididas em técnicas indiretas e

diretas. Enquanto as primeiras direcionam-se à detecção de anticorpos específicos, as

segundas são voltadas para a detecção direta dos patógenos. No presente trabalho foram

utilizadas algumas técnicas indiretas e diretas. Entre as técnicas indiretas, foram utilizados

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testes sorológicos indiretos como o enzyme linked immunosorbent assay (ELISA) indireto,

Western blot e imunofluorescência indireta (IFA). Entre os testes de detecção direta, foram

utilizados ELISA diretos e testes de reação de polimerização em cadeia (PCR) ou reações de

polimerização em cadeia submetidas à ação da transcriptase reversa (RT-PCR) em tempo real

TaqMan®.

Também foram utilizados testes sorológicos imunoenzimáticos comerciais,

representados pelo o Snap™ Combo FeLV Antigen/FIV Antibody Test Kit (IDEXX

Laboratories, Inc., Westbrook, Maine 04092, USA), que em um único dispositivo combinam

dois testes diferentes: um direto para o antígeno viral p27 do FeLV e um indireto para

anticorpos contra lentivírus felinos.

Os testes de detecção direta TaqMan® permitem quantificação absoluta, são

altamentes sensíveis, confiáveis, rápidos, fáceis de manejar e permitem o processamento de

uma grande amostragem com baixo risco de contaminação (GUT et al., 1999). São

adequados para o processamento de amostras de animais com suspeita clínica de infecção por

patógenos específicos, são úteis para confirmação de resultados de outros testes de triagem,

são excelentes opções para animais em quarentena ou aguardando o transporte e prestam-se

ainda para levantamentos epidemiológicos.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 ANIMAIS E OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS

Foram utilizadas amostras de material biológico de 232 felídeos selvagens, sendo 22

de vida livre e 210 mantidos em cativeiro. As espécies e número amostral utilizado podem ser

verificados na tabela 1.

As amostras dos 22 animais de vida livre foram fornecidas pelo Banco de Amostras

Biológicas do Centro Nacional de Pesquisas para Conservação de Predadores Naturais

(CENAP), Centro Especializado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis (IBAMA), sendo provenientes de quatro biomas diferentes, e colhidas

em 13 localidades situadas nas regiões Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, entre

1998 e 2004 (Fig. 1, APÊNDICE A). As amostras dos animais de cativeiro foram fornecidas

pela FPZSP e pela organização não-governamental (ONG) Associação Mata Ciliar (AMC).

Entre 2002 e 2004, foram colhidas amostras de 125 felídeos mantidos na FPZSP; também

foram incluídas amostras de um animal necropsiado em 2001 (animal CAD 19696,

APÊNDICE B). Em 2004, a AMC cedeu amostras de 62 felídeos, as quais haviam sido

obtidas entre 1996 e 2002, na vigência do Programa de Identificação e Imunização do Plano

de Manejo para Felinos Selvagens Brasileiros. Estas últimas foram provenientes de 22

zoológicos brasileiros e cinco centros de conservação (APÊNDICE C).

O CENAP forneceu amostras de soro e sangue em ácido dietilenodiaminotetracético

(EDTA), provenientes de felídeos de vida livre e armazenadas a -80°C ou em nitrogênio

líquido e que haviam sido depositadas no Banco de Amostras Biológicas por pesquisadores e

coordenadores de projetos de campo sobre ecologia e conservação de carnívoros selvagens in

situ. No caso de um gato-do-mato-pequeno supostamente de vida livre, que veio a óbito na

cidade litorânea de Ubatuba, SP (animal 20, Fig. 1, APÊNDICE A), o CENAP forneceu

amostras de fezes e soro obtido de coágulos cardíacos que haviam sido depositadas em seu

Banco pelo Laboratório de Patologia Comparada (LAPCOM) do Departamento de Patologia

(VPT) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São

Paulo (USP), onde foi realizada a necrópsia do animal. As amostras obtidas na FPZSP (soro,

plasma, sangue total em EDTA, papa de leucócitos e suabes) ficaram armazenadas a -80°C

desde o dia da colheita até sua utilização. As amostras de soro cedidas pela AMC foram

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45

mantidas a -18°C até o momento de sua cessão ao presente projeto, sendo que a partir deste

momento até a utilização ficaram armazenadas a -80°C.

Todas as amostras utilizadas foram transportadas obedecendo as instruções

internacionais da Associação Internacional de Transporte Aéreo (International Air Transport

Association – IATA) como amostras diagnósticas (PI 650) e em completo acordo com

licenças federais específicas como a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies

da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Convention on International Trade in

Endangered Species – CITES) (números de licença 0112928BR e 1562/04), Conselho de

Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) e Ministério da Agricultura (CSI 1530/2004).

As amostras dos felídeos de vida livre foram colhidas a campo no próprio local de

captura, enquanto se realizaram exames físicos completos e colocação de colares

transmissores. Os felídeos de maior porte (suçuaranas) foram capturados com a utilização de

cães treinados, enquanto que para os pequenos felinos utilizaram-se armadilhas com presas

vivas como iscas. Os animais foram quimicamente imobilizados com o auxílio de dardos e

uma combinação 10 mg/kg IM de tiletamina e zolazepam (Telazol®, Fort Dodge, Iowa,

USA). Após a recuperação anestésica, os animais foram soltos no local de captura para

posterior monitoramento (MORATO, comunicação pessoal).

Os animais mantidos em cativeiro foram imobilizados com uma combinação de 10

mg/kg IM de cetamina (Ketalar®, Aché Laboratórios Farmacêuticos S. A, Parke-Davis;

Ketamina 50®, Holliday- Scott S. A., Happy Vet Farma, São Paulo, Francotar®, Virbac do

Brasil Ind. e Com. Ltda., São Paulo, Brasil) e 2 mg/kg IM de xilazina (Rompun®, Bayer S.

A. Saúde Animal, Coopazine®, Coopers do Brasil Ltda., Virbaxyl®, Virbac do Brasil Ind. e

Com. Ltda., São Paulo Brasil), após um período de 24 horas de jejum. Na maioria dos casos,

foram utilizados dardos, puçás e caixas de contenção.

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Tabela 1 – Número amostral e instituições cedentes de amostras de felídeos selvagens mantidos em cativeiro e de vida livre. São Paulo, 2004

Espécies Nomes comuns Procedência

Cativeiro Vida livre

Neotropicais FPZSP1 AMC2 Sub-total CENAP3 Total

Puma concolor suçuarana 2 12 14 18 32

Herpailurus yagouarondi jaguarundi 23 10 33 0 33

Leopardus pardalis jaguatirica 6 10 16 2 18

Leopardus tigrinus gato-do-mato-pequeno 33 10 43 2 45

Leopardus wiedii gato-maracajá 10 10 20 0 20

Oncifelis geoffroyi gato-do-mato-grande 13 10 23 0 23

Oncifelis colocolo gato-palheiro 10 0 10 0 10

Sub-total 97 62 159 22 181

Exóticos

Panthera leo leão 30 0 30 NA4 NA

Panthera pardus leopardo 4 0 4 NA NA

Acynonyx jubatus guepardo 2 0 2 NA NA

Panthera tigris altaica tigre-siberiano 13 0 13 NA NA

Uncia uncia leopardo-das-neves 2 0 2 NA NA

Sub-total 51 0 51 NA NA

Total 148 62 210 22 232

1 FPZSP = Fundação Parque Zoológico de São Paulo. 2 AMC = Associação Mata Ciliar. 3 CENAP = Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação de Predadores Naturais, Centro Especializado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). 4 NA = não se aplica.

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Identificação das amostras no Banco de Amostras Biológicas do Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação de Predadores Naturais (CENAP), Centro Especializado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA): 1 = B61c1609; 2 = 061c6047; 3 = 061bc05f; 4 = 0610a655; 5 = 0610a16c; 6 = PNI Juliana; 7 = Totti 7/6/98; 8 = 061c6683; 9 = 0610d9a3; 10 = 0001f9adf1; 11 = 06110af3b; 12 = 000610d48f; 13 = 000610a00a; 14 = 000610a3b; 15 = 00061c4d0f; 16 = 000610c60e; 17 = 1013; 18 = 004; 19 = 061bd88c; 20 = 003; 21 = 61431; 22 = 301.

Figura 1 – Mapa mostrando as áreas geográficas no Brasil em que as amostras dos 22 felídeos de vida livre foram colhidas. São Paulo, 2004

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3.2 PATÓGENOS PESQUISADOS

Pesquisou-se um total de 16 patógenos diferentes utilizando-se diversos testes

diagnósticos em diferentes números amostrais. O número de animais avaliados para cada

patógeno estão apresentados nos quadros 1 a 3.

Patógenos Testes sorológicos Número de animais testados

TestesTaqMan®

Número de animais testados

Vírus de DNA FHV 1 IFA 21 PCR 5 FPV IFA 21 PCR 6 Vírus de RNA FCV IFA 21 RT-PCR 5 FCoV IFA 21 RT-PCR 6 FeLV ELISA direto

ELISA indireto Western blot

212121

PCRRT-PCR

55

FIV Western blot 21 PCR RT-PCR

55

PLV ELISA indireto 21 ...1 ...CDV ... ... RT-PCR 6 Bactérias

Ehrlichia canis IFA 21 PCR 1Anaplasma phagocytophilum

IFA 21 PCR 1

Bartonella henselae IFA 20 ... ...

1 ... = Testes não realizados.

Quadro 1 – Testes realizados para 11 patógenos em amostras de material biológico dos felídeos de vida livre. São Paulo, 2004

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Patógenos Testes sorológicos

Número de animais testados

TestesTaqMan®

Número de animais testados

Vírus de DNA FHV 1 IFA 1 ...1 ...FPV IFA 1 ... ... Vírus de RNA

FCV IFA 1 ... ... FCoV IFA 147 ... ... FeLV Western blot

ELISA indireto Snap™ Combo2

25147 148

PCRRT-PCRPCR (exo U3)

24 24109

FIV Western blot Snap™ Combo

10148

PCR 1

Bactérias

Ehrlichia canis IFA 147 PCR 109 Anaplasma phagocytophilum ... ... PCR 109 Bartonella henselae IFA 147 PCR 109 ‘Candidatus Mycoplasma haemominutum’

... ... PCR 109

Mycoplasma haemofelis ... ... PCR 109 ‘Candidatus Mycoplasma turicensis’

... ... PCR 109

Piroplasmas

Theileria sp ... ... PCR 109 Cytauxzoon sp ... ... PCR 109

1 … = Testes não realizados.2 Snap™ Combo FeLV Antigen/FIV Antibody Test Kit (IDEXX Laboratories, Inc., Westbrook, Maine 04092, USA).

Quadro 2 - Testes realizados para 14 patógenos em amostras de material biológico dos felídeos mantidos na Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP). São Paulo, 2004

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Patógenos Testes sorológicos Número de animais testados (n)

Vírus de DNA FHV 1 IFA 62 FPV IFA 62 Vírus de RNA FCV IFA 62 FCoV IFA 62 FeLV Western blot

ELISA indireto 362

Bactérias

Ehrlichia canis IFA 62

Quadro 3 – Testes realizados para seis patógenos em amostras de material biológico dos felídeos mantidos em cativeiro cedidas pela Associação Mata Ciliar (AMC). São Paulo, 2004

3.3 TESTES DIAGNÓSTICOS

Os testes diagnósticos foram realizados em 2004 no Clinical Laboratory, Vetsuisse

Faculty, University of Zurich, Suíça, com exceção dos testes imunoenzimáticos Snap™

Combo FeLV Antigen/FIV Antibody Test Kit, que foram executados no momento de

colheita das amostras na FPZSP.

Foram realizados testes sorológicos indiretos e diretos e testes moleculares para

detecção direta dos patógenos. Para os testes sorológicos, foram utilizadas amostras de soro

ou plasma, com exceção dos testes imunoenzimáticos Snap™ Combo FeLV Antigen/FIV

Antibody Test Kit, que foram realizados com sangue fresco ou soro. Para os testes

moleculares TaqMan® PCR ou RT-PCR, foram utilizadas amostras de sangue, papa de

leucócitos, suabes ou mesmo soro em alguns casos. Os testes utilizados e o número de

animais avaliados estão apresentados nos quadros 1 a 3. As discriminações individualizadas

do tipo de amostra biológica utilizada para cada animal em cada teste constam nos apêndices

A, B e C.

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3.3.1 Testes sorológicos

Entre os testes sorológicos indiretos, voltados para detecção de anticorpos específicos

para os patógenos considerados, foram realizadas reações de IFA, ensaios imunoenzimáticos

(testes Snap™ e ELISA) e Western blot. Entre os testes sorológicos diretos, foram

empregados ensaios imunoenzimáticos voltados para a detecção de constituintes dos

patógenos (testes Snap™ e ELISA).

3.3.1.1 Reações de imunofluorescência indireta (IFA)

Os títulos de anticorpos para FHV 1, FCV, FCoV, FPV, E. canis e A.

phagocytophilum foram determinados em amostras de soro ou plasma através de IFA de

acordo com Hofmann-Lehmann et al. (1996). Os testes de IFA foram realizados em amostras

de animais de vida livre e de cativeiro, conforme apresentados nos quadros 1 a 3 e nos

Apêndices E, F e G.

Os substratos para a IFA foram os seguintes: células de rim felino de Crandell (CrFK)

infectadas com FHV 1 (Zurich 5-04, um isolado suíço obtido de um gato apresentando

ceratite herpética; cepa de campo UT 88, C. Haid), FCV (cepa F9, Intervet, UK), e FPV

(FPL/01, Intervet, UK), respectivamente, e células de rim suíno (PD-5) infectadas com vírus

da gastroenterite transmissível (TGEV, cepa Purdue) para a detecção de anticorpos para

FCoV. As células infectadas com estes vírus foram aplicadas e fixadas em lâminas de vidro

para utilização como antígenos de captura, de acordo com Hofmann-Lehmann et al. (1996).

Como conjugado, foi utilizada imunoglobulina G de coelho anti-gato conjugada com

isotiocianato de fluoresceína (FITC), cadeia H+L (Nordic Immunologic Laboratories,

Tillburg, The Netherlands) diluídas nas proporção 1:40 em solução salina fosfatada

tamponada (PBS). Todas as amostras foram inicialmente testadas em uma diluição de 1:20

em PBS. Resultados positivos ou questionáveis para FHV 1, FCV e FPV na diluição 1:20

foram retestados e titulados até o ponto máximo de diluição. Nestes casos, foram realizadas

diluições seriadas das amostras iniciando-se na diluição 1:20 e procedendo-se a um máximo

de 1:640. Resultados positivos para FCoV na diluição 1:20 foram titulados nas diluições

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1:25, 1:100, 1:400 e 1:1600.

As exposições para E. canis e A. phagocytophilum foram avaliadas inicialmente na

diluição de 1:80 por IFA. Lâminas Mega Screen Fluoehrlichia c. (MegaCor Diagnostik

GmbH, 6912 Hörbranz, Áustria) foram utilizados para detectar anticorpos específicos para E.

canis; lâminas para E. equi (VMRD, Inc. Pulman, WA, USA) foram utilizadas para a

detecção de anticorpos direcionados contra A. phagocytophilum. Amostras positivas foram

tituladas até o ponto máximo de diluição através de diluições seriadas.

As amostras foram também avaliadas para presença de anticorpos para B.henselae por

IFA de acordo com Glaus et al. (1997). Tais amostras foram inicialmente testadas nas

diluições de 1:64 e 1:128. Títulos 1:64 foram considerados positivos. Amostras positivas

foram tituladas até o ponto máximo de diluição através de diluições seriadas.

3.3.1.1.1 Controle de qualidade das lâminas para IFA

Para o controle de qualidade das lâminas de IFA, alíquotas das culturas de células

(140 µl) ou fragmentos raspados das lâminas foram testados através de PCR ou RT-PCR para

certificação de ausência de possíveis contaminações. Para esta finalidade, as amostras foram

incubadas a 40°C por 10 min. em 300 µl de tampão de lise e os ácidos nucléicos totais (TNA)

foram extraídos utilizando-se o equipamento robotizado MagNA Pure LC (Roche, Rotkreuz,

Switzerland). Os ácidos nucléicos purificados foram diluídos em um volume final de 100 µl e

o TNA extraído foi analisado por TaqMan® PCR em tempo real em um equipamento ABI

Prism 7700 Sequence Detection System (Applied Biosystems, Foster City, CA, USA) para a

presença de agentes de interesse: FeLV, FIV, FCoV, FHV 1, FCV, FPV, CDV, A.

phagocytophilum e E. canis.

3.3.1.2 Ensaios imunoenzimáticos

Foram realizados testes imunoenzimáticos em amostras de animais de vida livre e de

cativeiro, conforme apresentados nos quadros 1 a 3 e nos Apêndices E, F e G.

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Amostras de sangue fresco ou de soro recém obtido dos felídeos da FPZSP foram

testadas para a presença de anticorpos para FIV ou lentivírus relacionados e para a presença

de antígenos de FeLV com os ensaios imunoenzimáticos comerciais Snap™ Combo FeLV

Antigen/FIV Antibody Test Kit, disponíveis comercialmente, e realizados de acordo com as

orientações do fabricante.

Anticorpos para a glicoproteína viral gp70 do FeLV foram avaliados por ELISA em

amostras de soro ou plasma. Adicionalmente, estas as amostras foram testadas para a

presença de proteína p27 do FeLV como medida para viremia por um ELISA sanduíche

(LUTZ et al., 1988; 1983; 1980); amostras positivas foram retestadas na presença de soro de

camundongo (Mus sp) .

Anticorpos reativos a peptídeos específicos de PLV foram detectados mediante

ELISA indireto de acordo com Van Vuuren et al. (2003).

3.3.1.3 Western blot

A técnica de Western blot foi executada para um número limitado de amostras de soro

de animais de vida livre e de cativeiro (Quadros 1 a 3; Apêndices E, F e G).

Para a detecção de anticorpos para FeLV mediante Western blot foi utilizada a técnica

descrita por Hofmann-Lehmann et al. (1995). Amostras contendo anticorpos para a

glicoproteína viral gp 70 e as proteínas virais p58, p27, p15 e p12 foram consideradas

positivas.

Anticorpos para FIV foram detectados pela técnica de Western blot de acordo com

Lutz et al. (1980, 1988). Amostras com anticorpos para as proteínas virais p24 e p15 foram

consideradas positivas.

3.3.2 Testes Taqman® PCR e RT-PCR

Foram realizados testes TaqMan® PCR e RT-PCR para amostras de vida livre (n=6) e

de cativeiro (n=109) que não sofreram descongelamento antes da utilização e que foram

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permanentemente mantidas a temperaturas iguais ou inferiores a -70°C.

As amostras e testes realizados para a população amostral representativa de felídeos

de vida livre estão apresentados nos quadros 1 e 4. O DNA e RNA de uma amostra de fezes

de um gato-do-mato-pequeno e de uma amostra de sangue de uma jaguatirica foram extraídos

utilizando-se o kit de TNA no equipamento MagNA Pure LC. Adicionalmente, DNA e RNA

de quatro amostras de soro não descongeladas previamente foram extraídos com a utilização

do QIAamp DNA Kit e QIAamp Viral RNA Mini Kit (Qiagen, Basel, Switzerland)

Os testes foram executados em um equipamento ABI Prism 7700 Sequence Detection

System. O TNA da amostra de fezes foi analisado por TaqMan® RT-PCR para FCoV de

acordo com Gut et al. (1999), por TaqMan® PCR para FPV de acordo com Meli et al. (2004)

e por TaqMan® RT-PCR para CDV, em que uma seqüência de 84 pb do gene da polimerase

foi amplificado utilizando-se o forward primer 5’-GGAAGCCTTGATGATAGCACTGA-3’,

o reverse primer 5’-GCCGAAAGAATATCCCCAGTT-3’ e a sonda

5’-FAM-TCTGGCGAAGATTATTCCGAAGGAAATGCT-6-TAMRA-3’ (Quadro 4).

O DNA das amostras de soro e o TNA da amostra de sangue mencionadas acima

foram testados utilizando-se TaqMan® PCR para FHV 1 (VOGTLIN et al., 2002), FPV

(MELI et al., 2004), provírus de FIV (LEUTENEGGER et al., 1999b) e provírus de FeLV

(GOMES-KELLER et al., 2006; HOFMANN-LEHMANN et al, 2001; 2006). Além disso, o

RNA e TNA extraídos destas cinco amostras foram testadas por TaqMan® RT-PCR para

FIV, FeLV, FCoV (GUT et al., 1999 ; HOFMANN-LEHMANN et al, 2001; 2006) e FCV

(KUMMROW et al., 2005). O TNA extraído da amostra de sangue também foi avaliado por

TaqMan® PCR para A. phagocytophilum (PUSTERLA et al., 1999) e para E. canis, em que

uma seqüência de 108 pares de bases do gene da subunidade 16S do rRNA foi amplificado

utilizando-se o forward primer, 5’-ATGGCTATTCCGTACTACTAGGTAGATTC-3’o

reverse primer 5’-CATGCAAGTCGAACGGACAAT-3’ e a sonda

5’-FAM-TCTGCCACTAACAATTTCCTATAGCCAGAGGC-6-TAMRA-3’. (Quadro 4)

O número amostral e testes realizados para a população amostral constituída pelos

felídeos mantidos em cativeiro, pela FPZSP, estão apresentados no quadro 2. Foi utilizado o

kit de TNA no equipamento MagNA Pure LC para extração de TNA das amostras de sangue

em EDTA e utilizado o QIAamp DNA Kit para extração de DNA das amostras de papa de

leucócitos (obtidas com a centrifugação do sangue colhido em EDTA). Foram extraídos

TNA das amostras de sangue em EDTA (n = 82) e de DNA de papa de leucócitos (n = 27),

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perfazendo um total de 109 amostras de ácidos nucléicos oriundos de igual número de

felídeos de cativeiro.

Nestas amostras, foram realizados testes TaqMan® PCR e RT-PCR para os

patógenos FIV, FeLV, B. henselae, E. canis, A. phagocytophilum, ‘Candidatus Mycoplasma

haemominutum’, Mycoplasma haemofelis, ‘Candidatus Mycoplasma turicensis’, Theileria sp

e Cytauxzoon sp (RYSER-DEGIORGIS et al., 2005; WILLI et al., 2005; 2006) (Quadro 2).

Tais testes não foram realizados individualmente para cada amostra; os ácidos nucléicos

(TNA ou DNA) extraídos das amostras foram agrupados (pools) pelo equipamento MagNA

Pure LC da forma esquematizada na figura 2 (2a, 2b e 2c). A intersecção entre linhas e

colunas de cada um dos dois esquemas de pipetagem ou a repetição dos testes em grupos

progressivamente menores permitiu a individualização dos resultados positivos.

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Espécies/Identificação das amostras1

Material biológico

Testes TaqMan® /Patógenos

PCR RT-PCR

Puma concolor n = 4

3, 4, 5 e 6 Soro(DNA e RNA)

FHV 1 FPVFIV provírus FeLV provírus

FCVFCoVFIVFeLVCDV

Leopardus pardalis n = 1

22Sangue (TNA)

FHV 1 FPVFIV (provírus) FeLV (provírus) Anaplasma phagocytophilum Ehrlichia canis

FCVFCoVFIVFeLVCDV

Leopardus tigrinus n = 1

20Fezes(TNA)

FPV FCoV CDV

1 = Identificação das amostras no Banco de Amostras Biológicas do Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação de Predadores Naturais (CENAP), Centro Especializado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA): 3 = 061bc05f; 4 = 0610a655; 5 = 0610a16c; 6 = PNI Juliana; 20 = 003; 22 = 301.

Quadro 4 –Testes TaqMan® PCR e RT-PCR realizados para 11 patógenos em amostras de material biológico de seis felídeos de vida livre. São Paulo, 2004

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2a) Pipetagem A: cada amostra de uma mesma linha ou coluna contribuiu com o volume de 5µl para a composição de 16 agrupamentos (pools) de 40 µl , mostrados como A1 até A8 e B1 até B8.

95 96 97 98 99 N1 101 102 A1103 104 105 106 109 110 128 129 A2130 131 N 137 138 139 140 145 A3146 147 148 149 150 152 153 154 A449 56 58 59 60 61 63 N A564 69 70 71 72 73 74 75 A676 000a 78 79 80 81 82 83 A784 85 86 87 91 92 93 94 A8

B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8

1 N = controle negativo: 5 µl de solução salina fosfatada tamponada (PBS).

2b) Pipetagem B: cada amostra de uma mesma linha ou coluna contribuiu com o volume de 5µl para a composição de 16 agrupamentos (pools) de 40 µl , mostrados como C1 até C8 e D1 até D8.

1 18 54 55 56 57 58 61 C1 63 65 N1 66 67 68 70 77 C2 79 85 88 89 90 111 112 113 C3

114 115 116 117 118 119 120 121 C4 122 123 124 125 N 126 127 151 C5

1 21 22 23 31 32 33 34 C6 42 43 44 45 46 47 48 49 C7 50 51 54 55 57 62 000f 000e C8

D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8

1 N = controle negativo: 5 µl de solução salina fosfatada tamponada (PBS).

2c) Disposição dos grupos (pools) de solução de ácidos nucléicos (DNA e TNA) originados das pipetagens A e B em placa de 96 orifícios para a realização dos testes Taqman® PCR e RT-PCR.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 A11 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D

E F G H

1 = cada orifíco da placa recebeu o volume de de 40 µl originado da somatória de 5µl de oito amostras.

Figura 2 - As amostras de ácidos nucléicos (DNA e TNA) dos felídeos de cativeiro foram agrupadas utilizando um equipamento robotizado MagNAPure LC (Roche, Rotkreuz, Suíça) de acordo com os esquemas de pipetagem explicitados nas figuras 2a e 2b para realização dos testes conforme demonstrado na figura 2c. São Paulo, 2004

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4 RESULTADOS

Os resultados de todos os testes sorológicos realizados estão apresentados nas tabelas

2, 3 e 4. Estes resultados estão apresentados de forma individualizada nos apêndices E, F e G.

Foram detectados anticorpos para FCoV em uma jaguatirica de vida livre, anticorpos

para FeLV, FIV, e PLV (ou lentivírus antigenicamente relacionados) em suçuaranas de vida

livre e anticorpos para B. henselae nas três espécies de felídeos (jaguatiricas, suçuaranas e

gatos-do-mato-pequenos). As taxas de prevalências de anticorpos, baseadas em amostras de

soro de 21 animais foram aproximadamente: B. henselae (95%); FPV (48%); FHV 1 and

FCV (29%); FeLV e PLV (10%); e FCoV, FIV, e E. canis (5%). Anticorpos para A.

phagocytophilum não foram detectados (Tabela 2).

As diferenças percentuais dos resultados dos testes indiretos de IFA para os patógenos

pesquisados nas populações amostrais constituídas de indivíduos de vida livre (n=21) e de

indivíduos mantidos em cativeiro (n=210) podem ser comparadas graficamente observando-

se as figuras 3, 4, 5 e 6.

Os resultados individualizados dos testes moleculares TaqMan® PCR e RT-PCR que

foram realizados em amostras de soro, sangue e fezes de seis felídeos de vida livre estão

apresentados na tabela 5.

Em amostras de sangue de dois espécimes de jaguarundis mantidos pela FPZSP

foram detectados provírus de FeLV (DNA) e RNA viral. Também foram detectados provírus

e RNA viral de FeLV amostras de soro e saliva (suabe oral) de um destes animais. Os

resultados dos testes PCR voltados para detecção de provírus (região exo U3) foram positivos

para amostras dos jaguarundis citados acima, mas negativos para amostras dos demais

felídeos. Estes resultados estão apresentados de forma individualizada na tabela 6.

Os resultados dos testes moleculares TaqMan® PCR para os agentes bacterianos B.

henselae, E. canis, A. phagocytophilum, ‘Candidatus Mycoplasma haemominutum’, M.

haemofelis, ‘Candidatus Mycoplasma turicensis’ e dos protozoários piroplasmas Theileria sp

e Cytauxzoon sp estão apresentados na tabela 7 e de forma individualizada no apêndice H.

Page 61: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

59

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60

Tabela 4 – Resultados dos testes sorológicos realizados nas amostras de felídeos cedidas pela Associação Mata Ciliar (AMC), distribuídos em função dos métodos empregados e dos patógenos pesquisados. São Paulo, 2004

IFA1 Western blot2 ELISA

FHV 1 FCV FCoV FPV Ehrlichia canis FeLV

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Amplitude dos títulos IFA 20-320 20/1280 25-1600 20-5120 320 NA3 NA

Total resultados positivos/total de amostras analisadas

12/62 32/62 29/62 44/62 1/62 0/2 10/62

Percentagem (%) 19,35 51,61 46,77 70,96 1,61 0 16,12

1IFA = Imunofluorescência indireta. Os títulos de anticorpos são relatados como recíprocas das respectivas diluições de soro. Títulos negativos foram definidos como < 20 para FHV 1, FCV, FPV, FCoV, < 80 para E. canis e < 64 para B.henselae, respectivamente. 2 Os testes de Western blot para FeLV não foram realizados para as amostras dos 62 felídeos cedidos pela AMC, mas apenas para 2. 3 NA = não se aplica.

Tabela 5 – Resultados dos testes TaqMan® PCR e RT-PCR realizados para seis amostras de felídeos de vida livre, distribuídos em função das amostras utilizadas e dos patógenos pesquisados. São Paulo, 2004

Identificação das amostras1Testes / Patógenos pesquisados Puma concolor

n = 4Leopardus pardalis

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n = 1TaqMan® PCR Soro Sangue Fezes 3 4 5 6 22 20 FHV 1 -2 - - - - ...3

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TaqMan® RT-PCR

FCV - - - - - ...FCoV - - - - - -FIV - - - - - ...FeLV - - - - - ...CDV - - - - - -

1 = Identificação das amostras no Banco de Amostras Biológicas do Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação de Predadores Naturais (CENAP), Centro Especializado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA): 3 = 061bc05f; 4 = 0610a655; 5 = 0610a16c; 6 = PNI Juliana; 20 = 003; 22 = 301. 2 - = Resultados negativos. 3 ...= Testes não realizados. 4 P = Resultados positivos.

Page 63: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

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Figura 3 – Representação gráfica do percentual em que foram detectados anticorpos para FHV 1 (28,57%), FCV (28,57%), FCoV (4,76%), Ehrlichia canis (4,76%), Anaplasma phagocytophilum (0) e Bartonella henselae (95,0%), através de testes de imunofluorescência indireta (IFA), nas 21 amostras de soro provenientes de felídeos de vida livre no Brasil. São Paulo, 2004

Cativeiro - IFA

FHV 1FCV

FCoV FPV

E. can

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Figura 4 - Representação gráfica do percentual em que foram detectados anticorpos para FHV 1 (19,04%), FCV (50,79%), FCoV (64,59%), FPV (69,84%), Ehrlichia canis (0,47%) e Bartonella henselae (48,29%), através de testes de imunofluorescência indireta (IFA), nas amostras de soro provenientes de felídeos mantidos em cativeiro no Brasil, tomadas em conjunto. São Paulo, 2004

Page 64: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

62

FPZSP - IFA

FHV 1FCV

FCoV FPV

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Figura 5 – Representação gráfica do percentual em que foram detectados anticorpos para FCoV (72,10%), Ehrlichia canis (0) e Bartonella henselae (48,29%), através de testes de imunofluorescência indireta (IFA), nas 147 amostras de soro provenientes de felídeos mantidos na Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP). Também estão representados os resultados para o espécime de Oncifelis colocolo, CAD 28505, que ainda não havia sido vacinado por ocasião da colheita de material, o qual também se apresentou soronegativo para FHV 1, FCV e FPV. São Paulo, 2004

AMC - IFA

FHV 1FCV

FCoV FPV

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Figura 6 – Representação gráfica do percentual em que foram detectados anticorpos para FHV 1 (19,35%), FCV (51,61%), FCoV (46,77%), FPV (70,96%) e Ehrlichia canis (1,61%), através de testes de imunofluorescência indireta (IFA), em 62 amostras de soro de felídeos provenientes de diversos zôos no Brasil cedidas pela Associação Mata Ciliar (AMC). São Paulo, 2004

Page 65: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

63

Tabela 6 – Resultados dos testes TaqMan® PCR e RT-PCR para FeLV nos jaguarundis (Herpailurus yaguarondi) mantidos na Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP), distribuídos em função das provas efetuadas e das amostras utilizadas. São Paulo, 2004

Identificação das amostras (CAD)1

FeLV TaqMan®

RT-PCR PCR PCR (exo U3) 2Herpailurus yaguarondi n = 23 sangue soro suabe sangue suabe sangue

20761 P3 P P P P P 20762 -4 -5 ...6 - ... - 21566 - ... ... - ... - 21810 P ... ... P ... P 22096 - ... ... - ... - 23120 - ... ... - ... - 23851 - ... ... - ... - 23911 - ... ... - ... - 23956 - ... ... - ... - 24142 - ... ... - ... - 24189 - ... ... - ... - 24226 - ... ... - ... - 24227 - ... ... - ... - 24958 - ... ... - ... - 25244 - ... ... - ... - 25845 - ... ... - ... - 25846 - ... ... - ... - 26005 - ... ... - ... - 27088 - ... ... - ... - 27155 - ... ... - ... - 27156 - ... ... - ... - 27689 - - ... - ... - 28018 - ... ... - ... - Total resultados positivos/amostras analisadas

2/23 1/1 1/1 2/23 1/1 2/23

1 CAD = número do cadastro individual dos animais na FPZSP, SP. 2 FeLV TaqMan® PCR (exo U3) = estes testes foram realizados para 109 felídeos de diversas espécies da FPZSP; apenas os jaguarundis apresentaram resultados positivos. 3 P = Resultados positivos. 4 - = Resultados negativos. 5 = Amostras que haviam sido descongeladas e recongeladas anteriormente à execução destes testes. 6 ... = Testes não realizados.

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64

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65

5 DISCUSSÃO

Há uma grande carência de conhecimento médico-veterinário acerca de felídeos

neotropicais no Brasil e em geral as causas de morbidade e mortalidade não são conhecidas,

seja para populações de vida livre ou mantidas em cativeiro. Abordagens genéricas e práticas

empíricas são rotineiramente adotadas para o tratamento clínico de animais doentes nos

zoológicos brasileiros e em boa parte do mundo. Apesar de ter havido expansão desta área do

conhecimento nos últimos 10 a 15 anos no País (observação pessoal), este conhecimento

encontra-se no estágio dos levantamentos epidemiológicos preliminares. Em poucos casos há

estudos verticalizados em direção à compreensão de fenômenos fisiológicos gerais e

fisiopatológicos subjacentes às doenças e infecções dos animais selvagens. O conhecimento

verticalizado é de extrema importância para a organização de medidas voltadas para a

conservação das espécies de felídeos, mas o conhecimento horizontal representado pelos

levantamentos epidemiológicos preliminares de avaliação de exposição a patógenos constitui

a base na qual estudos posteriores possam se fundar.

5.1 A AMOSTRAGEM

Não existem estimativas precisas com relação ao número de felídeos em situação de

vida livre no território nacional. Mas pode-se afirmar que todas as espécies de felídeos

encontram-se, em algum grau, ameaçadas de extinção, ainda que algumas espécies, as menos

selváticas e mais ruderais, como suçuaranas e jaguarundis, sejam mais resilientes à

depredação ambiental e seu status de ameaça menos acentuado. Os felídeos são bem

representados nos zoológicos brasileiros (observação pessoal), mas isto não traduz um bom

desempenho reprodutivo em cativeiro; antes, decorre do contínuo deslocamento de animais

de vida livre em direção ao cativeiro em decorrência de conflitos com humanos.

A iniciativa da formação de um Banco de Amostras Biológicas originárias de

carnívoros de vida livre pelo CENAP – IBAMA em 2002 foi um passo essencial para as

pesquisas em conservação, pois passou a permitir o necessário acúmulo de amostras

representativas das populações em datas e localidades conhecidas para a execução dos mais

diversos estudos genéticos e epidemiológicos. Igualmente, as populações mantidas em

Page 68: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

66

cativeiro também têm sido beneficiadas com a crescente abertura e interesse dos zoológicos

em melhorar continuamente as condições de manutenção dos animais, ao estabelecer

parcerias com projetos de pesquisas fomentados em universidades e outras instituições. O

Programa de Identificação e Imunização do Plano de Manejo para Felinos Selvagens

Brasileiros, iniciado há mais de uma década sob a coordenação da AMC (BRASIL, 1995), foi

um exemplo destas parcerias. Cada indivíduo da população de felídeos neotropicais mantida

em cativeiro no País era identificado, avaliado e amostras de material biológico colhidas de

forma a constituir um banco disponível para pesquisas. A obtenção das amostras para o

presente estudo valeu-se destas inciativas, refletindo desta forma o grau de maturidade

organizacional das entidades ligadas à conservação dos felídeos selvagens.

A amostragem de felídeos de vida livre não foi estratificada em função de quaisquer

variáveis que não o fato de pertencerem à família Felidae e serem procedentes do Brasil. Não

é possível inferir que as amostras de material biológico originadas dos 22 espécimes de

felídeos neotropicais de vida livre utilizadas neste trabalho, oriundos de diversas localidades

do vasto território brasileiro, sejam representativas de suas populações de origem, dado o

pequeno número. De maneira similar, a amostragem procedente de felídeos cativos, embora

maior (n=210), não pôde ser tratada estatisticamente mediante variáveis como espécie, sexo,

idade, instituição de origem, nascimento em vida livre ou em cativeiro. Muitas informações

puderam ser recuperadas, conforme constam nos apêndices B e C, mas houve

tendenciosidade associada às oportunidades de aquisição. As instituições brasileiras que

mantêm felídeos em cativeiro não foram igualmente representadas.

A escassez de informações epidemiológicas prévias referentes às amostras e

respectivas populações de origem orientou a opção de estender o diagnóstico laboratorial para

uma ampla gama de patógenos, valendo-se igualmente de diversas técnicas laboratoriais, de

forma que este trabalho adquirisse um caráter de varredura. As análises laboratoriais adotadas

para diferentes sub-grupos amostrais (animais procedentes de vida livre, de cativeiro,

procedentes da FPZSP e de outros zôos em conjunto, grupo de jaguarundis da FPZSP)

tiveram o propósito de ampliar a caracterização dos achados otimizando os recursos

disponíveis.

Page 69: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

67

5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA FELÍDEOS DE VIDA LIVRE

Este estudo representou a primeira evidência sorológica de que FHV 1, FCV, FPV e a

bacteria intracellular obrigatória E. canis (ou agentes antigenicamente relacionados) estejam

presentes entre felídeos de vida livre no Brasil. Os resultados indicam que a co-infecção com

os patógenos virais estudados não é comum para felídeos neotropicais brasileiros de vida

livre: a maioria dos animais (76%) foram soropositivos para apenas um ou dois dos vírus

selecionados. A única exceção foi uma jaguatirica amazônica (animal 18, Fig. 1, Apêndice A)

que se apresentou soropositiva para quatro dos vírus pesquisados: FHV 1, FCV, FCoV, FPV

(Apêndice E).

A alta prevalência de anticorpos demonstrada para parvovírus (aproximadamente

48%), como pode ser observado na tabela 2, pode estar relacionada com a grande resistência

ambiental destes vírus não envelopados. Desta forma, animais de vida livre podem ser

expostos em áreas contaminadas por fezes, ainda que os felídeos sejam solitários,

esparsamente distribuídos e suas populações tenham baixa densidade (BARKER; PARISH,

2001). Em contraste, o FCoV não persiste no ambiente, o que pode explicar o único animal

soropositivo encontrado neste estudo.

Entretanto, os vírus respiratórios FHV 1 e FCV são lábeis no ambiente, requerem

contato direto para serem transmitidos, e ainda assim resultados positivos para ambos agentes

foram relativamente comuns neste estudo (aproximadamente 29%). Esta situação é similar à

de leões de vida livre na África, em que altas prevalências para FHV 1 e FCV são relatadas

(HOFMANN-LEHMANN et al., 1996). No caso dos leões, o comportamento grupal, que

permite a transmissão horizontal, pode explicar a alta soroprevalência. No presente caso, os

resultados para FHV 1 e FCV podem refletir a persistência de anticorpos em função de

infecção quando filhotes, durante acasalamento ou ainda devido a contato com gatos

domésticos.

O encontro de anticorpos para retrovirus (FeLV, FIV e PLV) chama a atenção para a

necessidade de monitoramento. Um total de três animais apresentaram anticorpos para FeLV

(um animal para a glicoproteína gp 70 do vírus no ELISA; outro animal apenas para a

proteína p27 do vírus no Western blot; e dois destes animais para gp 70 e p27), como pode

ser observado no apêndice E, para os animais identificados como 6, 9 e 10. Entretanto, o

antígeno p27 não foi detectado no ELISA direto para nenhum dos três animais, indicando que

não havia infecção ativa, com replicação viral e sugerindo que estes animais tenham

Page 70: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

68

desenvolvido infecção regressiva, montando respostas imunes específicas. Todavia, o

encontro de animais soropositivos é preocupante. Não se sabe se felídeos neotropicais são

susceptíveis à doença; há relatos de felídeos filogeneticamente distantes dos gatos domésticos

susceptíveis às enfermidades (JESSUP et al., 1993; MARKER et al., 2003), ao passo que

para o gato-selvagem-europeu, tão filogeneticamente próximo do doméstico, o FeLV é

consistentemente encontrado em populações de vida livre e não apresenta alta

patogenicidade. A alta prevalência de infecções por FeLV em gatos-selvagens-europeus

sugere que o vírus seja mantido nestas populações. A possibilidade de que a infecção seja

constantemente adquirida através do contato com gatos domésticos nestas populações

selvagens européias não parece provável, uma vez que as prevalências são constantemente

mais altas que aquelas dos domésticos em todas as áreas estudadas de ocorrência natural da

espécie. (HOFMANN-LEHMANN, comunicação pessoal; DANIELS et al., 1999;

FROMONT et. al., 2000; LEUTENEGGER et. al. 1999a).

Uma única suçuarana apresentou-se soropositiva para FIV (animal 2, Apêndice E).

Este animal e um segundo animal também apresentou anticorpos para PLV (animal 8,

Apêndice E). A única forma de se determinar a natureza e origem destes virus seria uma

análise de seqüências gênicas; porém não houve material disponível para execução de tais

análises.

Anticorpos para E. canis mediante IFA foram detectados em amostra de soro de uma

única suçuarana (animal 19, Apêndice E). Embora o título tenha sido muito alto, a

interpretação deste resultado é difícil. Pode representar evidência de infecção por E. canis ou

os anticorpos detectados podem ter sido resultado de infecções por outras espécies

relacionadas de Ehrlichia, como E. chaffeensis ou E. ewingii. Carrapatos, potenciais vetores

na transmissão das erliquioses, são comuns na região (Barão de Melgaço, Mato Grosso) onde

este animal foi capturado e numerosas espécies, incluindo Amblyomma ovale, A. parvum, A.

cajennense, Boophilus microplus e Ixodes aragaoi foram relatadas parasitando suçuaranas

(LABRUNA et al., 2005). Pesquisas genômicas das diversas espécies de Ehrlichia em

carrapatos colhidos nos locais de captura seriam importantes para elucidar seu papel como

vetores. Análises moleculares em amostras de sangue desta suçuarana soropositiva poderiam

determinar as espécies de Ehrlichia envolvidas. Entretanto, não havia amostras de sangue

disponíveis para a execução destes testes. Estudos posteriores com amostragens maiores de

sangue de felídeos de vida livre poderiam eventualmente caracterizá-los como potenciais

reservatórios dos agentes, da mesma forma que recentemente cervídeos de vida livre foram

implicados como potenciais reservatórios de erlíquias (MACHADO et al., 2006). A

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69

implicação zoonótica de tais agentes é evidente, uma vez que várias espécies dentro dos

gêneros Ehrlichia e Anaplasma têm sido associados com doenças emergentes transmitidas

por vetores em em humanos (PAROLA; DAVOUST; RAOULT, 2005).

Foi detectada uma prevalência muito alta de anticorpos para B. henselae (95%)

mediante IFA nas amostras de 20 animais analisadas, constituindo a mais alta prevalência já

relatada para qualquer espécie de felídeo (CHOMEL et al., 2004b). Estes resultados sugerem

que felídeos brasileiros de vida livre podem ser reservatórios do patógeno zoonótico B.

henselae, que causa a doença-da-arranhadura-do-gato em humanos (CHOMEL et al., 2004a).

Esta zoonose deve ser considerada nas capturas de felídeos devido ao risco representado

(ROTSTEIN et al., 2000). Diretrizes em zoológicos e programas de manejo de vida selvagem

devem enfatizar as recomendações para o manejo seguro de animais. O patógeno B. henselae

é transmitido principalmente através de pulgas (C. felis) em gatos domésticos (CHOMEL et.

al 1996) e é potencialmente transmissível entre felídeos domésticos e selvagens (CHOMEL et

al., 2004b). O contato entre felídeos de vida livre e gatos domésticos, todos hospedeiros para

C. felis (LINARDI; GUIMARÃES, 2000) deve ser previsto. O controle de pulgas em gatos

domésticos é recomendado pelo menos onde os territórios dos felídeos de vida livre se

sobrepõem aos assentamentos humanos. Além de pulgas, há indícios de que carrapatos do

gênero Ixodes sejam vetores para Bartonella sp (CHANG et al., 2001; CHOMEL et al.,

2004b; SCHOULS et al., 1999) e carrapatos da espécie Ixodes aragaoi foram identificados

parasitando uma suçuarana em Barão de Melgaço/ Mato Grosso (LABRUNA et al., 2005).

Nesta localidade, a maioria das suçuaranas ( Figura 1, Apêndices A e E) apresentou-se

soropositiva para B. henselae.

Os resultados dos testes TaqMan® PCR e RT-PCR realizados para amostras de soro

de seis felídeos de vida livre evidenciaram três suçuaranas soropositivas para FPV (Tabela 5),

que apresentavam viremia aguda por ocasião da contenção/colheita (animais 3, 4 e 5,

Apêndice E), enquanto uma amostra de soro analisada de um animal soronegativo

apresentou resultados negativos (animal 6, Apêndice E). Infelizmente, não havia amostras de

fezes disponíveis dos animais 3, 4 e 5 para pesquisa de eliminação viral. Os demais testes de

detecção viral realizados nas demais amostras disponíveis de sangue e fezes não detectaram a

presença de nenhum dos agentes investigados. Estes testes foram executados apenas para

amostras desta população que não haviam sofrido descongelamento prévio; do contrário a

previsível degradação dos ácidos nucléicos não traria resultados informativos.

De acordo com os exames físicos realizados no momento da colheita das amostras,

não houve sinais das infecções ou doenças relacionadas nos animais. O único animal

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necropsiado, um gato-do-mato-pequeno (animal 20, Figura 1, Apêndice A), apresentava

excelente condição corporal, com exceção de intensa parasitose, incluindo Dirofilaria immitis

(FILONI et al., 2004; 2003b). Até o momento, o significado destes patógenos para a saúde

geral das populações destes felídeos selvagens é desconhecida. Para todos os agentes

infecciosos avaliados neste estudo, incluindo CDV e A. phagocytophilum, a importância

destas infecções podem ter sido subestimadas, pois é possível que muitos animais infectados

tenham desenvolvido sinais clínicos ou morrido sem serem notados, não permitindo a

detecção das infecções. Uma vez que os agentes infecciosos investigados no presente estudo

são patógenos comuns em carnívoros domésticos, não é possível determinar se estes agentes

são historicamente associados com populações de felídeos neotropicais ou foram introduzidos

através de interações com carnívoros domésticos. O isolamento e caracterização molecular

destes patógenos, tanto em carnívoros domésticos como selvagens, poderiam fornecer

respostas a estas questões.

A exposição de felídeos a agentes infecciosos na natureza, por um lado, pode

significar que a soltura ou reintrodução de animais procedentes de cativeiro, potencialmente

infectados, não representaria risco de se introduzir tais agentes (LEUTENEGGER et al.,

1999a). Por outro lado, o potencial patogênico destes agentes não está estabelecido e

translocações de animais soropositivos e/ou infectados pode apresentar efeitos deletérios na

regulação natural de populações que podem estar indenes; devendo ser avaliadas muito

cuidadosamente (HOFMANN-LEHMANN et al., 1996).

O bioma da Floresta Amazônica ainda é o mais preservado e com maior cobertura

vegetal e ocupa a maior área espacial. Apesar disso, tivemos acesso a amostras de apenas

duas localidades diferentes dentro deste bioma. Isto coincide com o fato de que projetos de

campo acerca de conservação de felídeos estão concentrados nas proximidades de áreas de

conflito entre humanos e grandes felídeos nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste. Seria

importante a obtenção de mais incentivo econômico para que projetos de campo fossem

conduzidos na região amazônica. Além disso, seria recomendável promover a obtenção de

dados para o desenvolvimento de programas direcionados à prevenção e mitigação de

doenças infecciosas, seja em projetos de campo já em andamento ou futuros, de acordo com

recentes iniciativas governamentais e não-governamentais (BRASIL, 2004). Em todas as

áreas naturais amostradas, alterações nas paisagens devido a pressões antrópicas são um

importante ponto de preocupação, principalmente nos biomas do Cerrado e Floresta

Atlântica, onde o desmatamento, agricultura, industrialização e urbanização são

especialmente acentuados. Neste cenário, carnívoros domésticos, entre outros, estão

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amplamente distribuídos como espécies exóticas introduzidas. Uma vez que os agentes

infecciosos investigados no presente estudo são patógenos comuns de carnívoros domésticos,

não é possível determinar se as infecções detectadas são originárias das populações de

felídeos neotropicais ou os carnívoros domésticos transmitiram estes agentes aos selvagens.

O isolamento e caracterização molecular dos patógenos, tanto nos carnívoros domésticos

como selvagens, seriam úteis em ajudar a encontrar uma resposta para esta questão.

5.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA FELÍDEOS MANTIDOS EM

CATIVEIRO

Uma comparação entre as figuras 3 e 4 revela semelhanças entre os percentuais de

animais soropositivos para FHV 1, FPV, E. canis e B. henselae mediante IFA entre as

populações de vida livre e de cativeiro, mas sugere também que o patógeno FCoV esteja mais

disseminado nos ambientes de cativeiro que na natureza, uma vez que a soroprevalência na

população amostral referente a animais cativos foi maior que a seroprevalência na população

amostral de vida livre, aproximadamente 65% (135:209) e 5% (1:21), respectivamente.

Houve ocorrência maior de animais soropositivos para FCV nos zôos

(aproximadamente 65%) que em vida livre ( aproximadamente 5%). (Figuras 3 e 4). As

prevalências de anticorpos para os vírus respiratórios felinos FHV 1 e FCV foram diferentes

entre populações amostrais de cativeiro não vacinadas cedidos pela AMC (os animais

vacinados da FPZSP foram excluídos destes testes) e as populações amostrais de vida livre.

As soroprevalências para FHV 1 e FCV foram semelhantes para felídeos de vida livre, ao

passo que para os felídeos de cativeiro, a soroprevalência para FCV foi maior que para FHV

1. Uma vez que as formas de transmissão são semelhantes, tais resultados podem ser

decorrentes na maior resistência ambiental do FCV ao contaminar o ambiente e do

prolongado estado de carreador que se estabelece nos animais infectados por este vírus. O

FHV 1 estabelece latência com episódios intermitentes de reativação, e quando a infecção

está latente, não há progênie viral; de forma que animais com infecção latente para FHV 1

não são transmissores. (MAGGS, 2005). Desta forma, é possível o FCV esteja mais

disseminado devido à sua maior resistência ambiental e porque animais infectados com FCV

representem fontes de infecção por mais tempo. Análises prospectivas de detecção viral

nestas populações para ambos patógenos poderiam elucidar esta questão.

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A observação das figuras 3 e 4 também demonstra que a soroprevalência para o FPV

é maior no ambiente de cativeiro que no de vida livre. Situação esperada, uma vez que a

contaminação ambiental do ambiente pelos vírus é favorecida com as altas densidades

populacionais nos zoológicos, ao contrário das populações dispersas na natureza.

Analisando-se as figuras 5 e 6, pode-se observar que os felídeos mantidos na FPSZP

apresentaram maior soroprevalência para FCoV. Os testes sorológicos são úteis para o

diagnóstico de FIP, mas apenas podem ser interpretados em correlação com sinais clínicos. O

diagnóstico conclusivo para FIP é classicamente obtido através de exames histopatológicos

em biópsias ou necrópsias. Foram desenvolvidas RT-PCRs direcionadas o RNA mensageiro

do FCoV em células mononucleares periféricas para o diagnóstico de FCoV em gatos

baseados nos princípios de que apenas vírus mutantes apresentem tropismo para monócitos e

macrófagos, o que estaria correlacionado com a virulência do agente em causar FIP

(SIMONS et al., 2005). Esta abordagem é proposta o monitoramento da população de

felídeos soropositivos para FCoV de felídeos mantidos em cativeiro, especialmente a

população da FPZSP, uma vez que estes animais correm o risco de desenvolver FIP.

No grupo de 23 jaguarundis mantidos pela FPZSP, foram evidenciados dois

espécimes (CAD 20761 e CAD 21810) em que foram detectadas tanto a presença de provírus

(DNA) de FeLV como de RNA viral em amostras de sangue; em um destes animais (CAD

20761) também foi detectado provírus e RNA viral de FeLV em soro e saliva (suabe oral)

(Tabela 6). Esta constituiu a primeira descrição de FeLV na espécie H. yagouarondi. Os dois

animais vieram a óbito posteriormente à realização do teste, sendo que um deles apresentou

desenvolvimento de massa tumoral abdominal compatível com as doenças proliferativas

associadas com infecção por FeLV em gatos domésticos. O prosseguimento da investigação,

com análises histopatológicas e e de hibridização in situ nos tecidos preservados está em

prosseguimento e poderá caracterizar definitivamente a espécie como susceptível às doenças

causadas pelo FeLV. Este tipo de estudo verticalizado só, assim como o estudo envolvendo

FCoV em felídeos mantidos na FPZSP somente poderá se tornar possível porque este

presente estudo horizontal foi realizado.

A análise dos resultados apresentados nas tabelas 2 e 3, Apêndices E e F, sugere

algumas considerações. A ausência de detecção sorológica de antígenos p27, que são

considerados marcadores de infecção viral, não exclui a possibilidade de existência de

infecções latentes e possíveis reativações virais em caso de estresse (GOMES-KELLER et al,

2006). Desta forma, os resultados negativos obtidos para p27 não excluem a possibilidade de

infecção pelo FeLV nas populações de vida livre e mantidas na FPZSP. A detecção de

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73

anticorpos para FeLV (Western blot, ELISA indireto) indica exposição ao vírus e pode

significar que animais soropositivos responderam à infecção com uma resposta imune, que

talvez possa ser protetora. A investigação prospectiva no grupo de jaguarundis da FPZSP

poderá contribuir para o entendimento desta questão.

No caso de leões mantidos na FPZSP (Tabela 3, Apêndice F), foram detectados

anticorpos para lentivírus felinos em diversos animais (Apêndice D; CARVALHO et al.,

2004). A detecção de anticorpos direcionados para outras proteínas virais mediante Western

blot para este grupo de animais indicou semelhança entre resultados para determinados

animais, enquanto que para outros os resultados não foram concordantes ou foram

questionáveis, sugerindo que outros lentivírus felinos, além do FIV possam estar presentes

nas populações de leões mantidas em cativeiro nesta instituição e possivelmente em outros

zôos no País.

A Bartonella henselae está mais implicada com animais de vida livre, provavelmente

em função de maior exposição a vetores nos ambientes naturais que em cativeiro, onde a

sobrevivência pelo menos de carrapatos é dificultada nos recintos em que os animais vivem

nos zôos. As pulgas, incluindo C. felis, são freqüentemente encontradas parasitando felídeos

em cativeiro (TEIXEIRA, comunicação pessoal), que devem estar implicadas na

soropositividade observada para a população avaliada. Desta forma, o controle de pulgas é

de fundamental importância em instituições que mantêm felídeos em cativeiro. Além disso,

seria importante colher e preservar estes potenciais vetores para posteriores análises de

detecção direta Bartonella henselae mediante técnicas de PCR.

A Bartonella henselae é zoonótica, e as mesmas recomendações para felídeos de vida

livre devem ser adotadas durante o manejo de felídeos em zoológicos. Finalmente, a

Bartonella henselae foi implicada com insuficiências renais crônicas em gatos domésticos

(GLAUS et al., 1997) e outras condições, de forma que a bartonelose sugere um reexame na

interpretação etiológica das insuficiências renais e outras condições patológicas devido à

prolongada bacteremia que se verifica. Da mesma forma que a bartonelose pode estar

implicada em casos não elucidados de morbidade e mortalidade de felídeos em zoológicos, as

erlíquias, os hemoplasmas e os protozoários piroplasmas também sugerem uma

reinterpretação dos quadros clínicos.

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74

5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A expansão verificada nos últimos anos em relação a detecção e caracterização de

novos patógenos mediante o emprego de métodos moleculares, como por exemplo no caso

dos agentes etiológicos das erliquioses e piroplasmoses, sugere que a mesma expansão do

conhecimento deva se verificar com relação a outros agentes infecciosos. Os resultados

obtidos sinalizaram a exposição dos animais à maior parte dos patógenos investigados, sendo

indicativos de que muitos destes agentes circulam nas populações de felídeos selvagens de

vida livre e em situação de cativeiro no Brasil. O conhecimento sobre doenças infecciosas em

felídeos neotropicais é escasso, e freqüentemente os animais cativos são acometidos por

enfermidades de causa não elucidada (observação pessoal). Portanto, é de se supor que os

patógenos detectados direta ou indiretamente neste estudo, alguns pela primeira vez,

contribuam nos quadros não diagnosticados de morbidade e/ou mortalidade das populações

de felídeos selvagens no País.

Os agentes pesquisados para os felídeos de cativeiro também são mantidos em

espécies abundantes, representadas pelos carnívoros domésticos. Ao contrário dos demais

felídeos, a população mundial de gatos e cães domésticos tem aumentado, sendo encontrados

em todos os ambientes onde há ocupação humana. No Brasil, também estão ampla e

numerosamente distribuídos, presentes em ambientes urbanos, comunidades rurais, áreas

adjacentes a parques e reservas naturais. Zoológicos e outras instituições que mantêm animais

em cativeiro, além da presença gatos domésticos e, lidam com um fator de complicação

adicional: a coexistência de espécies provenientes das mais diversas localidades geográficas,

o que aumenta ainda mais o risco de transmissão interespecífica de patógenos.

Um ponto importante que requer consideração ao se interpretar os resultados são as

janelas de sensibilidade para cada uma das infecções estudadas e de acordo com os testes

utilizados. Um teste negativo não corresponde necessariamente à ausência de exposição aos

patógenos investigados. Os ensaios sorológicos podem fornecer resultados negativos se as

amostras forem colhidas em estágios muito iniciais da infecção, antes do desenvolvimento de

anticorpos específicos ou quando as cargas virais são muito baixas. Para ensaios diretos como

PCR, resultados negativos são esperados no caso da ausência de vírus no sangue ou nas fezes,

presença de vírus em um outro compartimento do corpo ou ainda após a completa

recuperação da infecção. A combinação entre exames físicos, sorologia e PCR para cada

animal amostrado, em um programa contínuo de monitoramento, seria a melhor solução para

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maximizar estas janelas de sensibilidade em cada um dos animais amostrados e determinar a

existência ou ausência de cada um dos patógenos investigados em todas as regiões

geográficas e zoológicos avaliados.

O estabelecimento de laboratórios e de meios diagnósticos adequados abrirá

perspectivas para estudos de fisiopatologia das doenças e os patógenos específicos poderão

ser analisados sob o ponto de vista estrutural e funcional.

O monitoramento destas infecções constitui importante ferramenta de manejo para

populações ameaçadas (DASZAK et al., 2000; MUNSON, 2000; MURRAY et al., 1999), e a

conservação de felídeos selvagens requer uma abordagem integrada e multidisciplinar, em

que :

a) translocações natureza-natureza, natureza-zoológicos, zoológicos-

zoológicos, reintroduções zoológicos-natureza, que deveriam ter base

científica para acessar os riscos de se introduzir doenças em áreas

previamente indenes;

b) determinação das prevalências das infecções ao longo das áreas de

ocorrência das espécies de felídeos;

c) identificação dos patógenos, seus potenciais hospedeiros e vetores;

d) integração destes estudos com padrões de comportamento e ecológicos para

acessar os impactos destas infecções em populações de felídeos de vida

livre;

e) investigação da ocorrência de infecções em animais domésticos,

principalmente cães e gatos, incluindo os cães treinados utilizados nas

capturas;

f) sistematização das colheitas de amostras de material biológico, reduzindo

custos e otimizando esforços;

g) ênfase na importância das medidas preventivas tradicionais ao alojar e

manejar felídeos ou amostras biológicas de felídeos de forma a evitar a

disseminação iatrogênica e zoonótica de patógenos;

h) adoção de medidas de prevenção de disseminação de agentes infecciosos ao

lidar com felídeos infectados com os agentes pesquisados, controlando

vetores e adotando medidas de segregação.

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6 CONCLUSÕES

1) populações de felídeos selvagens no Brasil estão expostas aos agentes virais: FHV 1,

FCV, FPV, FCoV, FeLV e lentivírus felinos; aos agentes bacterianos: Bartonella

henselae, Ehrlichia canis e os hemoplasmas Mycoplasma haemofelis, ‘Candidatus

Mycoplasma haemominutum’; assim como aos protozoários piroplasmas Cytauxzoon sp;

2) carnívoros domésticos representam risco de transmissão interespecífica dos patógenos

(agentes virais FHV 1, FCV, FPV, FCoV, FeLV, FIV; agentes bacterianos Bartonella

henselae, Ehrlichia canis, hemoplasmas Mycoplasma haemofelis e ‘Candidatus

Mycoplasma haemominutum’; assim como Cytauxzoon sp) para felídeos selvagens em

vida livre ou em situação de cativeiro; da mesma forma felídeos selvagens podem

constituir fontes de infecção de tais patógenos para carnívoros domésticos;

3) contribuem nos quadros não diagnosticados de morbidade e/ou mortalidade das

populações de felídeos selvagens no País: os agentes virais FHV 1, FCV, FPV, FCoV; os

agentes bacterianos: Bartonella henselae, hemoplasmas (Mycoplasma haemofelis e

‘Candidatus Mycoplasma haemominutum’), Ehrlichia canis ou agentes antigenicamente

relacionados e o piroplasma Cytauxzoon sp;

4) as populações de felídeos selvagens no País podem ser reservatórios de Bartonella

henselae, constituindo risco para transmissão de zoonoses;

5) testes sorológicos indiretos e testes de detecção direta de patógenos TaqMan® são

adequados para compor o repertório de técnicas em laboratórios de referência no País,

para investigação de enfermidades infecciosas em animais selvagens, de maneira que:

a) agentes etiológicos sejam investigados laboratorialmente em tempo hábil para

tratamento e/ou segregação em casos de enfermidades em que sinais clínicos

compatíveis estejam presentes;

b) sejam adotados em protocolos preventivos para o manejo de felídeos selvagens no

País, em procedimentos/situações tais como translocações, quarentenas,

manutenção e monitoramento de felídeos selvagens;

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c) Potenciais vetores, como pulgas e carrapatos, devem ser identificados e analisados

para a presença de agentes dos gêneros Bartonella, Ehrlichia e Anaplasma;

6) este é o primeiro relato de anticorpos para Ehrlichia canis ou agentes relacionados em

suçuaranas ou pumas (Puma concolor);

7) este é o primeiro relato de infecção por FeLV em jaguarundis (Herpailurus yaguarondi).

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APÊNDICE A – Descrição das amostras de felídeos de vida livre fornecidas pelo Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação de Predadores Naturais (CENAP), Centro Especializado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). São Paulo, 2004

Identificação dos animais1

Data de colheita Sexo Faixa

etária Procedência dos animais Material biológico

Região/Bioma Município/UF2

Puma concolor n = 19

3 07/01/03 macho filhote Norte/ Floresta Amazônica Vilhena/ RO soro4 07/01/03 macho filhote Norte/ Floresta Amazônica Vilhena/ RO soro5 07/01/03 macho filhote Norte/ Floresta Amazônica Vilhena/ RO soro1 05/04/02 macho adulto Centro-Oeste/Pantanal Barão de Melgaço/ MT soro2 15/04/02 macho adulto Centro-Oeste/Pantanal Barão de Melgaço/ MT soro8 23/01/02 macho adulto Centro-Oeste/Pantanal Barão de Melgaço/ MT soro9 21/01/02 fêmea adulta Centro-Oeste/Pantanal Barão de Melgaço/ MT soro

11 21/01/02 fêmea filhote Centro-Oeste/Pantanal Barão de Melgaço/ MT soro19 21/01/02 macho filhote Centro-Oeste/Pantanal Barão de Melgaço/ MT soro15 06/09/02 fêmea jovem Centro-Oeste/ Cerrado Corumbá/ MS soro16 06/09/02 macho jovem Centro-Oeste/ Cerrado Corumbá/ MS soro7 07/06/98 fêmea adulta Centro-Oeste/ Cerrado Bataguassu/ MS soro

12 06/09/02 macho jovem Centro-Oeste/ Cerrado Jardim/ MS soro13 06/09/02 macho jovem Centro-Oeste/ Cerrado Jardim/ MS soro14 06/09/02 macho filhote Centro-Oeste/ Cerrado Ponta Porã/ MS soro

6 03/12/98 fêmea adulta Sul/Floresta Atlântica Parque Nacional do Iguaçu /PR soro

10 04/07/02 macho jovem Sudeste/ Floresta Atlântica Serra da Cantareira/ SP soro17 16/08/04 macho adulto Sudeste/ Floresta Atlântica Ilha Solteira/ SP soro

Leopardus pardalis n = 2

18 10/11/03 fêmea adulta Norte/ Floresta Amazônica Rio Branco/ AC soro22 ... ... ... Sul/Floresta Atlântica Balsa Nova/ PR sangue

Leopardus tigrinus n = 2

20 17/09/03 fêmea adulta Sudeste/ Floresta Atlântica Ubatuba/ SP soro, fezes21 08/03/04 fêmea adulta Sudeste/ Floresta Atlântica Nova Friburgo/ RJ soro

1 = Identificação das amostras segundo os números de registro no Banco de Amostras Biológicas do Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação de Predadores Naturais (CENAP), Centro Especializado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA): 1 = B61c1609; 2 = 061c6047; 3 = 061bc05f; 4 = 0610a655; 5 = 0610a16c; 6 = PNI Juliana; 7 = Totti 7/6/98; 8 = 061c6683; 9 = 0610d9a3; 10 = 0001f9adf1; 11 = 06110af3b; 12 = 000610d48f; 13 = 000610a00a; 14 = 000610aa3b; 15 = 00061c4d0f; 16 = 000610c60e; 17 = 1013; 18 = 004; 19 = 061bd88c; 20 = 003; 21 = 61431; 22 = 301. 2 UF = Unidade da Federação3 ... = dados não disponíveis.

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APÊNDICE B – Descrição das amostras de felídeos mantidos em cativeiro fornecidas pela Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP). São Paulo, 2001-2004

(continua)Identificação dos animais (CAD)1

Sexo Faixaetária Procedência dos animais Material biológico

Tipo Localidade2

Felídeos neotropicais

Puma concolor n = 2

18687 macho adulto vida livre MS soro, papa de leucócitos 20421 fêmea adulta vida livre SP soro, papa de leucócitos

Herpailurus yagouarondi n = 23

20761 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos, suabe oral

20762 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 21566 fêmea adulta vida livre Limeira, SP soro, sangue em EDTA 21810 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 22096 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 23120 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 23851 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 23911 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 23956 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 24142 fêmea adulta vida livre Ribeirão Preto, SP soro, sangue em EDTA 24189 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos em PBS

24226 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, leucócitos extraídos com Ficoll®

24227 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 24958 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 25244 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA

25845 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, leucócitos extraídos com Ficoll®

25846 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos em PBS 26005 fêmea adulta vida livre Ilha Solteira, SP plasma, sangue em EDTA 27088 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 27155 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 27156 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 27689 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 28018 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP plasma, sangue em EDTA

Leopardus pardalis n = 6

17312 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 17973 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 18776 macho adulto vida livre ...3 papa de leucócitos 21635 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 22028 fêmea adulta vida livre provável litoral sul, SP soro, papa de leucócitos 22732 macho adulto vida livre Mairiporã, SP soro, papa de leucócitos

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(continuação) Identificação dos animais (CAD)1

Sexo Faixaetária Procedência dos animais Material biológico

Tipo Localidade2

Leopardus tigrinus n = 33

18781 macho adulto vida livre … soro, papa de leucócitos 19156 macho adulto vida livre provável SP soro, papa de leucócitos 19235 macho adulto vida livre provável GO soro, sangue em EDTA 19250 macho adulto vida livre Bauru, SP plasma, sangue em EDTA 20251 macho adulto vida livre … soro, papa de leucócitos 20287 fêmea adulta vida livre provável SC soro, sangue em EDTA 20913 fêmea adulta vida livre Dourado, SP plasma, papa de leucócitos 21292 macho adulto vida livre … soro, sangue em EDTA 21500 macho adulto vida livre … soro, sangue em EDTA 21537 macho adulto vida livre Brasília, DF soro, sangue em EDTA 21809 fêmea adulta vida livre provável SP soro, papa de leucócitos 22101 fêmea adulta vida livre … soro, sangue em EDTA 22111 fêmea adulta vida livre … soro, papa de leucócitos 22170 macho adulto vida livre … soro, papa de leucócitos 22347 fêmea adulta vida livre provável SP soro, papa de leucócitos 22641 fêmea adulta vida livre Belo Horizonte, MG soro, papa de leucócitos 22727 macho adulto vida livre … soro, papa de leucócitos 22728 macho adulto vida livre … soro, sangue em EDTA 22729 macho adulto vida livre provável SP soro, papa de leucócitos 23275 macho adulto vida livre … soro, sangue em EDTA 23608 macho adulto vida livre Belo Horizonte, MG soro, papa de leucócitos 23957 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 24069 macho adulto vida livre … soro, sangue em EDTA 24348 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 25105 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 25246 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 26106 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 26107 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 26118 macho adulto vida livre … plasma, sangue em EDTA 26335 fêmea adulta vida livre … soro, papa de leucócitos 26435 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 27612 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 27670 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos Leopardus wiedii n = 10

17336 macho adulto vida livre provável SP soro, papa de leucócitos 19702 macho adulto vida livre … soro, papa de leucócitos 20766 fêmea adulta vida livre … soro, papa de leucócitos 20767 macho adulto vida livre … soro, papa de leucócitos 21490 fêmea adulta vida livre … soro, papa de leucócitos 22102 macho adulto vida livre Belém, PA soro 22346 fêmea adulta vida livre … soro, papa de leucócitos 24566 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 24969 fêmea adulta vida livre … soro, papa de leucócitos 28257 macho adulto vida livre … soro, sangue em EDTA

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(continuação) Identificação dos animais (CAD)1

Sexo Faixaetária Procedência dos animais Material biológico

Tipo Localidade2

Oncifelisgeofffroyi n = 13

20769 macho adulto vida livre RS soro, sangue em EDTA 25617 macho adulto cativeiro Uruguai soro, papa de leucócitos 25618 fêmea adulto cativeiro Uruguai soro, papa de leucócitos 25619 fêmea adulta cativeiro Uruguai soro 25936 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP plasma, papa de leucócitos 25937 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 26432 macho adulto cativeiro FPZSP, SP plasma, papa de leucócitos 26433 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 26434 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 27982 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 28022 fêmea adulta cativeiro Uruguai soro 28154 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro 28155 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro Oncifeliscolocolo n = 10

20034 macho adulto cativeiro Zôo de Goiânia, GO plasma 20245 macho adulto vida livre Rondonópolis, MT soro, papa de leucócitos

21866 macho adulto vida livre … soro, papa de leucócitos em meio MEM

23070 fêmea adulta vida livre RS soro, papa de leucócitos em meio MEM

23672 fêmea adulta vida livre Brasília, DF soro, papa de leucócitos em meio MEM

23879 fêmea adulta cativeiro RS soro, papa de leucócitos em meio MEM

26937 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro 26938 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro 27915 fêmea adulta cativeiro Zôo de Brasília, DF soro 28505 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos

Felídeos exóticos

Panthera leo n = 30 11716 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro 13064 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro 14126 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro 15854 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 15856 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro 17162 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro 17163 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro 17164 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 196964 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 20408 fêmea adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 20423 fêmea adulta cativeiro apreensão circo, SP soro

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(continuação) Identificação dos animais (CAD)1

Sexo Faixaetária Procedência dos animais Material biológico

Tipo Localidade2

20510 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro 20737 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro 20738 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro

20748 macho adulto cativeiro apreensão Santa Isabel, SP

soro

20833 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro 24574 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro 24575 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro 24578 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 24579 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro 24963 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro 24964 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 24965 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro 26276 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro 26281 macho adulto cativeiro apreensão circo, SP soro 26294 macho adulto cativeiro apreensão, SP soro 26301 macho adulto cativeiro apreensão circo, SP soro 26302 macho adulto cativeiro apreensão circo, SP soro 26303 macho adulto cativeiro apreensão circo, SP soro 26304 fêmea adulta cativeiro apreensão circo, SP soro

Panthera tigris altaica n = 13

19846 macho adulto cativeiro Holanda soro, papa de leucócitos 19849 macho adulto cativeiro Holanda soro, sangue em EDTA 19850 fêmea adulta cativeiro Holanda soro, papa de leucócitos 19851 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 21651 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 24915 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 25139 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro 25140 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro 25141 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 25236 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 27090 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 27091 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA 27092 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, sangue em EDTA

Uncia uncia n = 2

23071 macho adulto cativeiro EUA soro, papa de leucócitos 23072 fêmea adulta cativeiro EUA soro, papa de leucócitos Panthera pardus n = 4 11729 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 14753 macho adulto cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 18603 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos 18604 fêmea adulta cativeiro FPZSP, SP soro, papa de leucócitos

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97

(conclusão)Identificação dos animais (CAD)1

Sexo Faixaetária Procedência dos animais Material biológico

Tipo Localidade2

Acinonyx jubatus n = 2

25514 fêmea adulta cativeiro SC soro, papa de leucócitos 22597 macho adulto cativeiro África do Sul soro, papa de leucócitos

1 CAD = número do cadastro individual dos animais na FPZSP, SP. 2 Localidade = instituições, municipíos, siglas referentes às respectivas Unidades da Federação do Brasil ou países de origem de animais importados. 3 ... = dados não disponíveis. 4 CAD 19696 = espécime de Panthera leo cujas amostras foram obtidas na necrópsia, em 2001.

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APÊNDICE C – Descrição das amostras de felídeos neotropicais mantidos em cativeiro fornecidas pela Associação Mata Ciliar (AMC). São Paulo, 2004

(continua)

Identificação dos animais1

Sexo Faixaetária Procedência dos animais Material

biológico

Tipo Localidade2

Puma concolor n = 12

SABIA macho AMC, Jundiaí/SP soro SB022 macho Zôo de Cuiabá /MT soro SB031 fêmea Zôo de Goiânia /GO soro SB050 fêmea Zôo de Recife /PE soro SB073 macho Criadouro Cariuá/AM soro SB077 macho 2° BIS Belém /PA soro SB083 fêmea Zôo de Carajás /PA soro SB098 macho Zôo de Brasília /DF soro SB126 fêmea Ilha Solteira Zôo/SP soro SB131 fêmea Zôo de Andradina /MG soro SB148 fêmea Zôo de Sapucaia do Sul /RS soro SHOGUN macho Criadouro Ozelot/MG soro

Herpailurus yagouarondi n = 10 SB006 macho Zôo de Mogi Mirim /SP soro SB007 fêmea Zôo de Maringá /PR soro SB010 macho Zôo de Campinas /SP soro SB027 macho Criadouro AMC, Jundiaí/SP soro SB028 fêmea Criadouro AMC/SP soro SB044 fêmea Zôo de Goiânia /GO soro SB046 fêmea Zôo de Cuiabá /MT soro SB063 fêmea Zôo de Cascavel /PR soro SB065 macho 1° BIS Manaus /AM soro SB082 macho CASIB, Foz do Iguaçu /PR soro

Leopardus pardalis n = 10

KIKO macho Criadouro Ozelot /MG soro LILLY fêmea Criadouro Ozelot /MG soro SB007 fêmea Zôo de São Bernardo do Campo /SP soro SB014 macho Zôo de Carajás /PA soro SB015 fêmea Zôo de Campinas /SP soro SB019 macho Zôo de Uberaba /MG soro SB053 macho Zôo de Curitiba /PR soro SB074 fêmea Zôo de Recife /PE soro SB086 fêmea CIGS Manaus /AM soro SB110 fêmea CASIB Foz do Iguaçu /PR soro SB111 macho CASIB Foz do Iguaçu /PR soro SB121 macho Zôo de Santa Maria /RS soro SB122 fêmea Zôo de Santa Maria /RS soro SB124 macho Zôo de Cachoeira do Sul /RS soro SB125 fêmea Zôo de Cachoeira do Sul /RS soro SB126 macho Zôo de Sapucaia do Sul /RS soro

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99

(continuação)

Identificação dos animais1

Sexo Faixaetária Procedência dos animais Material

biológico

Tipo Localidade2

SB151 fêmea Zôo de Uberlândia /MG soro SB209 macho Zôo de Varginha /MG soro SB231 macho Criadouro AMC, Jundiaí /SP soro SB233 fêmea Criadouro AMC, Jundiaí /SP soro

Leopardus wiedii n = 10

SB041 fêmea Zôo de Curitiba /PR soro SB045 macho Zôo de Curitiba /PR soro SB050 fêmea Criadouro Klabin /PR soro SB051 fêmea Criadouro Klabin /PR soro SB052 macho Zôo de Maringá /PR soro SB054 fêmea CASIB Foz do Iguaçu /PR soro SB055 macho CASIB Foz do Iguaçu /PR soro SB057 macho Zôo de Cachoeira do Sul /RS soro SB058 macho Zôo de Sapucaia do Sul /RS soro THUNGA fêmea Criadouro Ozelot /MG soro Oncifelisgeofffroyi n = 10

SB001 macho Criadouro AMC, Jundiaí /SP soro SB002 fêmea Zôo de Cachoeira do Sul /RS soro SB003 macho Zôo de Cachoeira do Sul /RS soro SB004 fêmea Zôo de Cachoeira do Sul /RS soro SB005 macho Zôo de Sapucaia do Sul /RS soro SB006 fêmea Zôo de Sapucaia do Sul /RS soro SB007 macho Zôo de Sapucaia do Sul /RS soro SB008 macho Zôo de Sapucaia do Sul /RS soro SB009 macho Zôo de Sapucaia do Sul /RS soro SB010 macho Zôo de Sapucaia do Sul /RS soro

1 As amostras são identificadas com os números individuais e intransferíveis de registro de Studbook (SB) dos animais ou com apelidos provisórios. 2 Localidade = instituições ou municipíos e siglas referentes às respectivas Unidades da Federação do Brasil.

Page 102: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

100

APÊNDICE D - CARVALHO, V. M.; COUTINHO, S. D.; FILONI, C.; PEREIRA, A. P. C.; CORRÊA, S. H.; TEIXEIRA, R. H.; CATÃO-DIAS, J. L. Serosurvey for the feline leukemia vírus and lentiviruses in captive felids at Fundação Parque Zoológico de São Paulo, São Paulo state, Brazil. In: HEALTH AND CONSERVATION OF CAPTIVE AND FREE-RANGING WILDLIFE, 2004, San Diego, California, USA. Proceedings…SanDiego: American Association of zoo Veterinarians, American Association of Wildlife Veterinarians, Wildlife Disease Association, 2004. P. 538-539.

Page 103: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

101

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102

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103

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104

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107

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108

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109

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Page 113: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

111

APÊNDICE G – Resultados dos testes sorológicos realizados nas amostras de felídeos cedidas pela Associação Mata Ciliar (AMC), distribuídos em função dos métodos empregados e dos patógenos pesquisados. São Paulo, 2004

(continua)

IFA2 Westernblot ELISAEspécies/

Identificação das amostras1

FHV 1 FCV FCoV FPV Ehrlichia canis FeLV

indiretoFeLV gp70

Puma concolor n=12

SABIÁ P (40)3 -4 - P (160) - …5 -SB022 - - P (100) P (40) - … - SB031 - P (160) P (400) P (20) - … - SB050 - - - P (160) - … - SB073 - P (80) P (100) P (160) - … P SB077 - - - P (1280) - … - SB083 P (320)b - P (400) - - … - SB098 - P (20) P (100) P (80) - … - SB126 - - - - - … - SB131 - - - P (160) - … - SB148 - P (640) - - - … - SHOGUN - P (40) P (25) P (640) - … - Herpailurus yaguarondi n=10

SB006 P (160) P (80) P (1600) P (640) - - P SB007 - P (160) - - - … - SB010 - - P (400) P (160) - … - SB027 - P (40) P (100) P (80) - … - SB028 - - - - - … - SB044 - - - P (640) - … - SB046 - - - - - … P SB063 - - - P (640) - … - SB065 - - P (100) - - … - SB082 - - - - - … - Leopardus pardalis n=10

SB014 - P (40) P (100) - P (320) … P SB015 - P (160) P (100) P (320) - … - SB019 - P (80) P (100) P (160) - … - SB053 P (80) - P (400) P (320) - … P SB074 - - - P (320) - … - SB086 - P (20) P (400) - - … P SB151 - P (160) - P (5120) - … - SB209 - - P (100) P (320) - … - SB231 - P (231) P (400) P (640) - … - SB233 - - - - - … P

Leopardus tigrinus n=10

KIKO P (40) P (320) P (100) P (320) - … P LILLY P (160) P (320) P (100) P (640) - … - SB007 - - - P (640) - P SB110 - - - - - … P

Page 114: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

112

(conclusão)

IFA2 Westernblot

ELISAEspécies/Identificação das amostras1

FHV 1 FCV FCoV FPV Ehrlichia canis FeLV

indiretoFeLV gp70

SB111 - - - - - … P SB121 - - P (25) P (640) - - P SB122 - - - P (640) - … P SB124 - P (40) P (25) P (320) - … - SB125 - P (80) P (100) P (160) - … P SB126 - P (800 - P (320) - … P Leopardus wiedii n=10

SB041 P (160) P (20) - P (40) - … - SB045 P (160) - - P (160) - … - SB050 - - P (25) P (160) - - P SB051 - - - P (80) - … - SB052 - - P (100) - - … - SB054 - - - - - … - SB055 - - - - - … - SB057 - P (40) P (400) P (160) - … - SB058 P (20) P (1280) - - - … P THUNGA P (320) P (320) P (25) P (320) - … - Oncifelisgeoffroyi n=10

SB001 P (20) - - P (80) - … - SB002 - P (160) - P (80) - … - SB003 - P (320) - P (160) - … - SB004 - P (320) - P (20) - … - SB005 - P (160) P (100) P (320) - … P SB006 - P (160) - - - … - SB007 P (20) P (80) - P (1280) - … - SB008 - P (160) - P (320) - … - SB009 - P (320) P (25) P (20) - … P SB010 - P (160) P (100) P (160) - … P Amplitude dos títulos IFA 20-320 20/1280 25-1600 20-5120 320 Total resultados positivos/ total de amostras analisadas

12/62 32/62 29/62 44/62 1/62 0/3 10/62

1 As amostras são identificadas com os números individuais e intransferíveis de registro de Studbook (SB) dos animais ou com apelidos provisórios. 2IFA = Imunofluorescência indireta. Os títulos de anticorpos são relatados como recíprocas das respectivas diluições de soro. Títulos negativos foram definidos como < 20 para FHV 1, FCV, FPV, FCoV, < 80 para E. canis e < 64 para B.henselae, respectivamente.4 P = Resultados positivos. Os números em parênteses após os resultados de IFA representam o título de anticorpos para a amostra considerada. 5 - = Resultados negativos. 6 ...= Testes não realizados.

Page 115: Exposição de felídeos selvagens a agentes …...FILONI, C. Exposição de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados. [ Exposure of wild felids to selected infectious

113

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- -

- -

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APÊNDICE I – FILONI, C.; CATÃO-DIAS, J. L.; BAY, G.; DURIGON, E. L.; JORGE, R. S. P.; LUTZ, H.; HOFMANN-LEHMANN, R. H. First Evidence of Feline Herpesvirus, Calicivirus, Parvovirus, and Ehrlichia Exposure in Brazilian Free-ranging Felids. Journal of Wildlife Diseases, v. 42, n.2, p. 000-000, 2006. (no prelo).

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