face à família do terapeuta familiar: a busca continua, a memória permanece
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VIVÊNCIAS SOBRE O SELF DO TERAPEUTA
FACE À FAMÍLIA DO TERAPEUTA FAMILIAR: A BUSCA CONTINUA, A MEMÓRIA PERMANECE
VINCENZO DI NICOLAADELA G. GARCÍAOLGA GARCIA FALCETO
VII Encontro Pré Congresso8 de junho de 2016 – 15h30 às 16h45Gramado/RS – Brasil
VIVÊNCIAS SOBRE O SELF DO TERAPEUTA
FACE À FAMÍLIA DO TERAPEUTA FAMILIAR: A BUSCA CONTINUA, A MEMÓRIA PERMANECE
Vincenzo Di Nicola MPhil, MD, PhD, FRCPC, [email protected]
Professor titular de psiquiatria, Universidade de Montreal
Diretor, Psiquatria infantil, Instituto Universitário de Saúde Mental de Montreal
Presidente e Fundador do Grupo de Saúde Mental Global, Associação Americana de Psiquiatria
Adela G. Garcí[email protected]
Psicóloga e terapeuta familiar
Directora, Centro de Estúdios Sistémicos de Buenos AiresEx-editoria da revista Sistemas FamiliaresProfessora emérita de la Universidad del Salvador
Olga Garcia FalcetoMD, PhD
[email protected] da infância e adolescência e terapeuta de famílias
Professora, Instituto da Família, Porto Alegre
Professora, Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFRGS
… pois uma outra filha, pois uma outra filha, pois uma outra filha …
Apresentação das premissas teóricas
Famílias sem pai ou sem a função “pai” estão em maior risco, constituindo uma questão muito prevalente no Brasil hoje. É muito frequente a associação entre falta de pai e transtornos de conduta ou outros problemas nas crianças e demais familiares e comunidade. Por outro lado, esses mesmos problemas podem alavancar recursos pessoais
se há suficiente apoio familiar e social.
Apresentação das premissas teóricas
Os autores apresentaram um workshop, “Buscando nosso pai: solidão e complexidade,” no VIII Congresso Brasileiro de Terapia Familiar em Gramado em agosto de 2008 e também no XVIII Congresso Mundial da IFTA em Buenos Aires em março de 2010.
Apresentação das premissas teóricas
Essas apresentações ofereceram um diálogo interativo e criativo entre três terapeutas familiares de diferentes culturas, línguas e gêneros que têm em comum não terem tido seu pai presente na infância.
Apresentação das premissas teóricas
O tema foi como conectar-se com a recuperação e as redescobertas ao longo da vida que tem permitido o desenvolvimento de nossas capacidades de conexão relacional como sujeito e como terapeuta.
Método de presentação
Essa mesa redonda atualiza suas reflexões sobre a busca contínua pelo significado relacional e a persistência da memória. Diálogo interativo e criativo entre três terapeutas familiares de diferentes culturas, línguas e gêneros que têm em comum não terem tido seu pai presente na infância.
Método de presentação Elementos do diálogo incluirão:
Narrativa e reflexão interativa sobre a História e as estórias que ouviram desde crianças. Como esse fato influenciou seu desenvolvimento como pessoa e terapeuta? Preconceitos, dores e recursos gerados pela falta. Buscar-se-a identificar características da experiência, além de diferenças e semelhanças que possam orientar-nos na terapia quando encontramos situações semelhantes.
Método de presentação
Elementos do diálogo incluirão: Sem negar a dor e as perdas que sofremos buscaremos conectar-nos com a recuperação e as redescobertas ao longo da vida que tem permitido o desenvolvimento de nossas capacidades de conexão relacional. Abrir-se-à o diálogo para o público.
Reflexões e considerações finais
Esse diálogo sublinha a importância de entender a família do terapeuta familiar desde sua formação e como desdobramento contínuo na vida pessoal e no trabalho de terapeuta.
Quem faz um poema abre uma janela
-Mário Quintanapoeta gaúcho
REFLEXIONES 8 AÑOS DESPUÉS
Adela G. García M.A.www.fundaces.com
Algumas pessoas dizem:“Você não pode voltar para a casa”
Outras pessoas dizem:“Você pode e deve ir para casa”
Eu digo:“Você jamais deixa a sua casa, e
como um carracol preso à sua concha, você a carrega onde quer que vá.”
Um Estranho na Família
• Cultura, Famílias e Terapia
• Vincenzo Di Nicola
• Porto Alegre: Artmed, 1998
A gente quer passar um rio a nado, e passa;
mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo,
bem diverso do em que primeiro se pensou.
Viver nem não é muito perigoso?
—João Guimarães Rosa
Eu vejo a humanidade como uma família
que apenas se encontrou.
—Theodore Zeldin
Sempre falei dos estranhos e estrangeiros …
Agora, eu vejo a relação com meu pai como estranhos íntimos.
Agora, eu vejo não só meu pai
mas toda a humanidade como uma família
que apenas se encontrou.
O evento … • O evento é quando a vida muda …
• Não estamos mais na soleira, mas já entramos e ficamos
• O evento é a vida depois da jornada, quando chegamos e ficamos e vivemos com fidelidade (ao evento) e integridade (com se mesmo) …
…
“… en todo caso, había un solo túnel,oscuro y solitario: el mío.”
—Ernesto Sabato, El túnel
MEU PAI/MINHA HISTÓRIA/HISTÓRIA
FUTURO?
Olga Garcia Falceto, MD, PhDInstituto da Família
Faculdade de Medicina da UFRGS
Aylan poderia ser eu
Rumo à Guerra Civil EspanholaBarcelona 1936
Guerra Civil e Revolução Espanhola1936-1939
Retirada através dos Pirineus no inverno
Retirada em pleno inverno
Campos de concentração no sul da França
Consequências do aquecimento global
PERDAS DA GUERRA
• Espanha dividida ao meio• República perde devido ao apoio da Alemanha e Itália aos
rebeldes, falta de apoio dos Aliados e à sua própria divisão interna.
• Um milhão de mortos num país de 24 milhões de habitantes• 200.000 saem do país na retirada caminhando rumo à
França através dos Pirineus.• Lá vivem anos em campos de concentração a beira-mar e
muitos são levados e/ou morrem nos campos de concentração alemães.
Ser cidadão no século XXIProf. Francisco Eliseu AquinoDep. De geografia da UFRGS
SER CIDADÃOResistência ao fascismo na França e Espanha
OS MAQUIS
Meu pai e seus companheiros de luta nos Pirineus
Cele, meu pai, aos 26 anos
Túmulo de meu pai na fronteira
FATORES DE RESILIÊNCIA
Minha mãe, minha teta, depois também meu pai
Fontes de resiliência
A grande migração para a AméricaNosso barco, o Castell Bianco
A rede social dos Republicanos imigrados
Meu tio, o pai que pude ter,meus avósM
Família
Mãe e tio na velhice, já doentes
Dizeres da placa a ser inaugurada dia 22 de julho de 2016 em Espolla
EN MEMORIA / EN MEMÒRIA / IN MEMORY OF
• CELEDONIO GARCÍA CASINO (1922-1949)• ENRIQUE MARTÍNEZ MARÍN (1927-1949)• REMEDIOS FALCETO ABADÍA (1927-2010)
• Guerrilleros (maquis) anarquistas de las Juventudes Libertarias (JJLL) del barrio del Carmel de Barcelona, que lucharon contra la dictadura franquista por sus ideales de justicia y libertad.
• Integrados en un grupo de acción desde 1939, al igual que centenares de jóvenes anarquistas, su lucha consistía en expropiaciones económicas para mantener la prensa y propaganda clandestina, soporte a la CNT, apoyo económico a los presos y a sus familias y sostener la lucha armada contra la dictadura franquista.
• Muertos tras enfrentamiento con la Guardia Civil el 26 de Agosto de 1949.• Las cenizas de REMEDIOS , compañera de Celedonio y amiga de Enrique, traídas desde el exilio en Brasil,
reposan junto a ellos en representación de todas las mujeres luchadoras que no pudieron regresar.
Olga Garcia Falceto y famíliaPorto Alegre, julio de 2016
We are born three times in our lives:we are born of our mothers,we are born of our fathers,
and finally, we are born of our deep selves.
—Guy Corneau, Absent Fathers, Lost Sons
Nascemos três vezes em nossas vidas:nascemos de nossas mães,nascemos de nossos pais,
e enfim, nascemos do nossos seres mais profundos.
—Guy Corneau, Pais ausentes, filhos perdidos
Nacemos tres veces en la vida.
Nasciamo tre volte
nella nostra vita.
Nascemos três vezes
na nossa vida.
ReferênciasAdela G. García, Vincenzo Di Nicola & Olga Garcia Falceto. Buscando nosso pai: solidão e complexidade. VIII Congresso Brasileiro de Terapia Familiar, Gramado/RS, agosto de 2008.
Adela G. García, Vincenzo Di Nicola & Olga Garcia Falceto. Buscando a nuestro padre: solidad y complexidad. Buenos Aires, Argentina, marzo de 2010.
Vincenzo Di Nicola, Não mais estranhos: Um terapeuta familiar encontra o seu pai. In: Um Estranho na Familia: Cultura, Familias e Terapia (Tradução: Maria Adriana Ve rissimo Veronese. Apresentação à edição brasileira: Luiz Carlos Osorio, MD.) 345 pp. Porto Alegre, RS: Editora Artes Medicas, 1998.