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Faculdade Meridional IMED Escola de Saúde Curso de Psicologia Relatório de Pesquisa Trabalho de Conclusão de Curso Sintomas Depressivos e Desconfiança no Desempenho em Idosos Residentes no meio Rural Ana Maria Menegon Passo Fundo 2016

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Faculdade Meridional – IMED

Escola de Saúde

Curso de Psicologia

Relatório de Pesquisa

Trabalho de Conclusão de Curso

Sintomas Depressivos e Desconfiança no Desempenho em Idosos Residentes no meio

Rural

Ana Maria Menegon

Passo Fundo

2016

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ANA MARIA MENEGON

Sintomas depressivos em idosos do meio rural

Relatório de Pesquisa apresentado pela

Acadêmica de Psicologia Ana Maria Menegon da

Faculdade Meridional – IMED, como requisito

para desenvolver o Trabalho de Conclusão de

Curso, indispensável para a obtenção de grau de

Bacharel em Psicologia.

Orientadora: Prof. Ma.Juliana Friguetto

Passo Fundo

2016

ANA MARIA MENEGON

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Desconfiança e distúrbios psicossomáticos como componentes da autopercepção de

saúde sensíveis à depressão

Relatório de Pesquisa apresentado pela

Acadêmica de Psicologia Ana Maria Menegon,

da Faculdade Meridional – IMED, como requisito

para desenvolver o Trabalho de Conclusão de

Curso, indispensável para a obtenção de grau de

Bacharel em Psicologia.

Aprovado em: _____ de ____________________ de _____.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

Prof. Me. Israel Kujawa

Faculdade Meridional – IMED, Brasil

______________________________________________________

Prof. Me. Regis Brum Nunes

Universidade de Passo Fundo - UPF

______________________________________________________

Prof.a Ma. Juliana Frighetto

Faculdade Meridional – IMED, Brasil

Passo Fundo

2016

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Resumo

Considerando que o envelhecimento demográfico está repercutindo na saúde mental das

pessoas percebe-se que os sintomas depressivos tem se destacado nos idosos. Os estudos têm

trazido implicações e variáveis que influenciam nesses sintomas, entretanto a questão da

percepção de saúde precisa ser aprofundada. Este trabalho tem como principal objetivo

verificar e correlacionar condições, considerando o meio em que o idoso está inserido, ou

seja, realizar uma análise dos sintomas depressivos em idosos residentes no meio rural,

evidenciando possíveis relações com a sintomatologia depressiva e auto percepção de saúde.

A análise feita de forma estatística apontou que auto relatar depressão sofre influencia do

estado civil e da auto percepção de saúde geral que o idoso tem, principalmente o quanto ele

se percebe com desconfiança no próprio desempenho e com distúrbios psicossomáticos.

Constatou-se também que a depressão está relacionada ao estado civil, ao número de doenças

crônicas em que os idosos relataram, ou seja, idosos depressivos apresentaram maiores

números de doenças e maior uso de medicações. Os dados apontam que quanto melhor

cognitivamente os idosos estavam menor o índice de sintomas depressivos.

.

Palavras-chave: saúde, qualidade de vida, depressão

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Abstract

Whereas the aging population is impacting on the mental health of people, it is clear that

depressive symptoms have been highlighted in the elderly. Studies have brought implications

and variables that influence these symptoms, however the issue of health awareness needs to

be deepened. This work has as main objective to verify and correlate conditions, considering

the environment in which the elderly is inserted, namely to carry out an analysis of depressive

symptoms in the elderly living in rural areas, showing possible relationships with depressive

symptoms and self perceived health. The analysis was made in statistical form and pointed

out that self reporting depression suffers influence of marital status, and self-perception of

general health that the elderly have, especially as it is perceived with suspicion in own

performance and psychosomatic disorders. It was also found that depression is related to the

number of chronic diseases in the subjects reported, ie depressive elderly showed higher

numbers of illness and greater amount of ingested drugs, it was observed that cognition also

influence the elderly with depression because the better cognitively seniors were lower the

rate of depressive symptoms.

Key words: health, quality of life, depression

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 7

MÉTODO ................................................................................................................................. 13

DELINEAMENTO .................................................................................................................. 13

PARTICIPANTES ................................................................................................................... 13

INSTRUMENTOS ................................................................................................................... 14

PROCEDIMENTOS ................................................................................................................ 15

ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................................ 15

RESULTADOS e DISCUSSÃO .............................................................................................. 15

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 21

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 23

ANEXOS .................................................................................................................................. 27

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .............................................. 27

PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ........................................................... 29

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Introdução

Conforme o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003) pessoa idosa é considerada aquela

acima de sessenta anos. Ter mais dessa idade é característico de cerca de 20.590.599 milhões

de idosos e a tendência é para que esses números aumentem devido à baixa taxa de

natalidade,inclusive triplicando o numero em 40 anos, segundo projeções do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010).

Frente a isso se faz pensar no envelhecer humano, pois implica na qualidade de vida,

na redução de atividades e redução da vitalidade. A vida social, muitas vezes, não é mais a

mesma, e tende e acumular perdas, pois o ciclo de amizades diminui, vem a aposentaria e

muitas vezes o idoso não sai mais de casa. Tudo isso pode se tornar importantes fatores de

risco desencadeantes de depressão. No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o número de idosos é de 20.590.599 milhões, ou seja,

aproximadamente 10,8 % da população total. Desses, 55,5 % (11.434.487) são mulheres e

44,5% (9.156.112) são homens. Esses dados nos mostram que o crescimento da população de

idosos acontece em ritmo acelerado, ou seja, em um número maior do que pessoas que

nascem.

O aumento do envelhecimento populacional no Brasil tem despertado interesse

crescente entre os pesquisadores no que se refere às questões ligadas à saúde mental, ao bem

estar, à qualidade de vida e à família como suporte para a terceira idade (Freire, 2000; Reis,

2011). As projeções indicam que, em 2025, o Brasil será o sexto país com maior população

mundial de idosos, correspondendo, aproximadamente, a 15% do povo brasileiro, ou seja,

cerca de 34 milhões de pessoas, na faixa etária de 80 anos (Lima & Rezende, 2009; Nunes,

Menezes, & Alchieri, 2010).

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O processo de envelhecimento da população em curso no país tem aumentado à

frequência de doenças psiquiátricas, entre as quais, a depressão é a desordem mais comum

nesse segmento etário (Chaimowicz, Ferreira, & Miguel, 2000). Conforme dados colhidos

pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios do IBGE (2010) 9,2% da população idosa

tem depressão.

Segundo o Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5, (2013)

um "Episódio Depressivo Maior" é caracterizado por um período mínimo de duas semanas

seguidas em que pode ocorrer alteração de humor ou desinteresse pelas atividades diárias na

maior parte do dia, praticamente todos os dias. EsSes sintomas quase sempre vêm

acompanhados por, no mínimo, quatro outros, como: alterações de apetite ou peso, sono e

atividade psicomotora; diminuição da energia; sentimentos de desvalia ou culpa; dificuldades

para pensar, concentrar-se ou tomar decisões; e pensamentos recorrentes sobre morte ou

ideação suicida, planos ou tentativas de suicídio. Pode ocorrer diminuição, da interação social

profissional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo.

Ela abrange sintomas psicológicos, comportamentais e físicos, podendo haver

variações conforme a fase da vida em que a pessoa se encontra. Existem algumas

nomenclaturas para denominar a depressão segundo os manuais diagnósticos internacionais.

Pelo Código de Doenças Internacionais - CID-10 (OMS, 1993) o Episódio Depressivo Maior

(EDM) é classificado como um Transtorno Afetivo, já pelo Diagnostic and Statistical Manual

of Mental Disorders [DSM-5] (APA, 2013), é classificada como um Transtorno de Humor.

O Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (APA, 2013)

estabelece alguns critérios para o Transtorno Depressivo Maior, dentre os quais, é necessária a

manifestação de cinco ou mais sintomas, incluindo ao menor humor depressivo e/ou

diminuição do interesse ou prazer, que persistam por pelo menos duas semanas, representando

uma alteração do funcionamento prévio. Também se deve estar atento para outros sinais que

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servem para diagnostico do transtorno depressivo maior: a perda ou ganho de peso acentuado

sem estar em dieta, diminuição ou aumento do apetite, insônia ou hipersonia, agitação ou

redução de atividade, fadiga e perda de energia quase todos os dias, sentimento de inutilidade

ou culpa excessiva ou inadequada, capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se,

indecisão quase todos os dias, pensamentos de morte (não apenas medo de morrer) e ideação

suicida. Tais sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no

funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas.

Além dessa classificação nosográfica, outros autores contribuem para a definição de

depressão entendendo-a como também apresentando os sintomas de perda de interesse em

fazer atividades do dia-a-dia, pensamentos negativos, diminuem as expectativas sobre o

futuro apatia, prejudicando o desempenho profissional e habitual (Pearson & Brown, 2000).

A depressão é um transtorno psiquiátrico que acomete sujeitos de todas as faixas

etárias, mas em idosos percebe-se que há uma suscetibilidade importante. Nos idosos, os

sintomas depressivos podem apresentar algumas características diferentes, também pode ser

confundidos com outras doenças clínicas referindo-se à sintomatologias apresenta um quadro

clínico semelhante à de outras faixas etárias, porém, alguns sintomas na velhice podem

aparecer mascarados como é o caso da astenia, ou seja, fadiga, dores corporais, dificuldade

para dormir, inapetência, dificuldades de cognição, pânico desproporcional, ansiedade,

marcha com passos curtos e diminuição da libido (Canineu, 2007).

A depressão no idoso, geralmente, inicia com perda da qualidade de vida, pode

ocorrer isolamento social e o surgimento de doenças crônicas e incapacitantes. Além disso,

sentimentos de frustração e culpa pelos anseios de vida não realizados e o histórico de perdas

progressivas – viuvez, saída dos filhos de casa, perda de outros vínculos afetivos e da

capacidade de trabalhar – bem como o abandono, diminuição de contatos sociais, redução do

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padrão de vida com a aposentadoria, são alguns fatores que predispõem o idoso ao

desenvolvimento de sintomas depressivos (Pacheco, 2002).

Schneider e Irigaray (2007) em seu estudo descreve que a personalidade pode atuar

como um dos principais fatores desencadeantes de sintomatologia depressiva na velhice

Evidenciou que indivíduos que são otimistas e esperançosos tendem a apresentar melhor

saúde, a viver mais, e com boa qualidade e obter mais sucesso do que indivíduos pessimistas,

que demonstram uma maior probabilidade de desenvolver sintomas depressivos e apresentar

pior estado de saúde.

Pinho, Custódio e Makdisse (2009) constatam que há maior prevalência no sexo

feminino, também outro fator pode ser a viuvez, a baixa escolaridade e renda também pode

se tornar fator desencadeante, o baixo suporte social. Esse suporte também é referido por

Marinho (2010), que o destaca um dos aspectos relacionados a sintomas depressivos ,

principalmente, o suporte que o idoso percebe receber da família seja se ele vive em

instituição ou não. Em países em desenvolvimento que carecem de uma rede de suporte

formal eficiente, como é o caso do Brasil, a família acaba se tornando a responsável por

auxiliar os idosos em qualquer necessidade especifica que surja (Reis, 2011). Pois se sabe que

a família é o primeiro grupo social no qual o ser humano está inserido, pois existe o vínculo

entre seus membros e há uma tendência a acolher as pessoas, dar apoio afetivo, psicológico,

valores humanos e éticos. Também proporciona vivências, desenvolvimento de habilidades,

experiências e novas relações humanas, além de estratégias facilitadoras no desenvolvimento

físico e mental ( Kantorski, 2004; Pinho et al., 2009).

Para os idosos, geralmente, a família é o principal sistema de suporte apesar das

dificuldades vivenciadas na contemporaneidade sendo as relações familiares as que os idosos

vivem com mais intensidade, e sendo que a importância da estrutura familiar na sua vida é

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fundamental, tendo implicações no seu bem-estar e respectiva qualidade de vida

(Costa, Coelho, & Oliveira, 2007).

Os estudos corroboram na medida em que se pode dizer que existe correlação entre o

suporte adequado oferecido pela família aos seus membros favorecendo o processo de

enfrentamento de crises, podendo indicar que uma disfunção no núcleo familiar influenciaria

na propensão de sintomas depressivos (Castro, Campero, & Hernández, 1997). Segundo

Campos (2004), o suporte familiar é entendido como forma de abrigo e apoio, o indivíduo

entende esse apoio como satisfatório, sentindo-se importante, protegido e cuidado ainda,

participando de um conjunto de conhecimentos que são com ele compartilhados. E isso ajuda

a pessoa a enfrentar as dificuldades encontradas no meio ocasionando resultados positivos

para o seu bem-estar, diminuindo o estresse. A percepção e o recebimento de suporte, pelas

pessoas, são instrumentos essenciais na manutenção da saúde mental, no enfrentamento de

situações estressantes e no alívio dos estresses físico e psíquico (Uchino, Cacioppo, &

Kiecolt-Glaser,1999).Essa variável de suporte familiar não aparece nos 216 idosos da zona

urbana que Raul e Sagari (2013) estudaram, sendo que encontraram uma prevalência de

21,2% de depressão na população geriátrica e como fatores de risco relacionadas a tal

sintomatologia evidenciaram o tornar-se viúvo(a), a dependência financeira e a presença de

alguma doença física.

Outra variável associada foi estudada por Borges e Dalmolin (2012) que encontraram

associação entre depressão e percepção negativa da saúde, perda familiar, asma, ocorrência de

fratura, insuficiência cardíaca e artrite e encontraram uma prevalência de depressão de 21,2%

quando avaliados por meio da Escala Geriátrica 87de Depressão. Desses, 17,9% apresentaram

diagnóstico de depressão leve a moderada e 3,3% com depressão severa segundo critérios da

GDS. Entretanto, essa auto percepção de saúde foi avaliada de forma e

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por meio de perguntas gerais o idoso dizer como se percebia, tendo a necessidade de

aprofundar isso.

Considera-se como importante considerar o meio externo nos sintomas depressivos.

Para isso, estudos têm trazido diferentes realidades dos idosos, como em contextos

institucionalizados, hospitalares e de grupos de apoio (terceira idade). Enquanto em 1989 a

Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição relatou que as condições de vida em idosos

residentes no meio rural no Brasil eram precárias, na Pesquisa de 2013 mostrou que os

domicílios estudados e seus determinantes sócio ambientais, os quais sofrem influencia

diretamente nas condições de saúde da população e reflete na qualidade de vida foram

colhidos dados por regiões como: residências com água canalizada em pelo menos um dos

cômodos, esgoto sanitário, serviço de coleta de lixo serviço de energia elétrica, então a área

urbana esteve em proporção superior da área rural . Pesquisa Nacional de Saúde (2013).

Constatou-se que idosos residentes do meio urbano apresentam maiores sintomas

depressivos, comparados com os que residem no meio rural (Silva, Paniz, Laste, & Torres,

2013). Com relação aos dados de prevalência de sintomas depressivos em idosos, Zivin et al.,

(2010) salientam o importante aumento do transtorno depressivo entre idosos, o que vem

tornando-se um problema para a saúde pública. Estudos a esse respeito indicam que idosos

que residem na cidade podem ser mais sugestivos a apresentar sintomas depressivos, pois se

sabe que idosos que residem na zona rural, além de atividades do campo, realizam mais

atividades domesticas, e geralmente moram com mais de uma geração familiar, o que

proporciona maior convívio familiar (Silva et al., 2013). A partir disso, questionou-se o

quanto esse meio influenciaria nos sintomas depressivos da pessoa idosa considerando

condições de saúde geral.

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Por auto percepção de saúde geral entende-se que vai além do idoso dizer se está

bem ou não. É como a pessoa se percebe em termos de estresse psíquico, desejo de morte,

distúrbios psicossomáticos e de sono (Menezes, 2007).

Entende-se que isso pode auxiliar os profissionais da saúde na preparação de ações

efetivas para melhorar a qualidade de vida do idoso, auxiliando a repensar ações preventivas

para os idosos. Pois, são com os profissionais de saúde que esses idosos se relacionarão e

trarão como percebem sua saúde geral.

Assim, o presente estudo visou analisar que variáveis influenciam nos sintomas

depressivos de idosos que residem no meio rural, pois com o Brasil em crescente

envelhecimento populacional espera-se também uma mudança no perfil de saúde da

população, principalmente da que está mais afastada dos centros urbanos. Então, o intuito é

analisar melhor esta questão foi levantada a hipótese de que caracterização de sintomas

depressivos em idosos apresente correlação positiva com autopercepção de saúde. Na presente

pesquisa buscou-se verificar a prevalência de sintomas depressivos em idoso residente no

meio rural.

Método

Delineamento

Esse estudo foi realizado a partir do banco da pesquisa de dissertação de mestrado

intitulada “Auto percepção de saúde geral de idosos rurais" aprovado pelo Comitê de Ética

sob número 09145712.6.0000.5342. É uma pesquisa de delineamento transversal e

correlacional.

Participantes

Considerou-se o cálculo de número amostral Luchesa e Neto (2011), foi n=

1,96².0,32².390/0,10²(389) +1,96²-0,32²=36, assim, convidou-se 40 idosos do meio rural. O

presente estudo foi realizado na 9ª região funcional de planejamento do Rio Grande do Sul

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após projeto-piloto e a aprovação do projeto. Conforme o último Censo a população do

município da coleta dos dados da pesquisa Ernestina – RS, acima de 65 anos correspondem

que a 11,76% dos 3,088 habitantes, distribuídos em 239, km2. (IBGE, 2010). Ou seja,

apresentou um percentual de idosos maior que no índice nacional nesse mesmo ano. Porém

para que fosse trabalhado com dados atualizados, e incluindo idosos da área rural acima de 60

anos, foram utilizados dados fornecidos pela Unidade Básica de Saúde local, utilizando dados

atualizados pelas Agentes Comunitárias de Saúde, em que se verificou que no momento

residem 390 idoso no meio rural. Esses dados foram organizados em ordem alfabética e

numerados por sexo (202 do masculino e 188 do feminino). O número da amostra foi

proporcional à faixa etária e sexo, foi realizado por sorteio, os idosos foram convidados pelas

Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) para uma entrevista previamente agendada, e caso não

aceitasse, um próximo sorteado era convidado, sendo que idosos com demência não foram

incluídos no estudo.

Instrumentos

Questionário de Saúde Geral-60: As pesquisas até o momento tem evidenciado que

o Questionário de Saúde Geral-60 apresenta indícios de validade e sensibilidade ao perfil da

amostra Carvalho, Andreoli e Jorge (2011). Aqui nessa pesquisa ele apresentou

confiabilidade de 90%, ou seja, atingiu 0,9 no alfa de Cronbach. Isso é calculado a partir da

variância dos itens individuais e da variância da soma dos itens de cada avaliador de todos os

itens de um questionário que utilizem a mesma escala de medição (Hora, Monteiro, & Arica,

2010). E significa que os dados apontados por ele são consistentes, inclusive reforçando seu

uso em outras populações rurais. Para a aplicação do Questionário de Saúde Geral-60, os

participante poderiam escolher alternativas apresentadas para as 60 questões em escala likert.

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Procedimentos

Primeiramente, era aplicado o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) com18 como

ponto de corte. Logo após, então, o idoso respondia a um questionário com autorrelatos, em

que informava a quantidade de doenças citadas a partir de estudos de Neri (câncer, doenças

cardiovasculares...), medicações utilizadas, sintomas referidos como, por exemplo,

incontinência urinaria e fecal, queda, abuso de álcool conforme o DSM, dependência ao

cigarro conforme o Teste de Fagstrom e depressivos (conforme a Escala de Depressão

Geriatrica-15). Como término das entrevistas, foi aplicado um Questionário de Saúde Geral-

60, responsável pela variável desfecho (autopercepção de saúde geral).

Análise de dados

Os dados coletados foram analisados no SPSS 22. Tendo como hipótese nula o fato

de que não existe correlação entre sintomas depressivos e autopercepção de saúde geral em

idosos do meio rural e urbano gerou-se valores no SPSS por teste estatístico de Pearson

entender-se-à como nível de significância p≤0,00.Essa pesquisa utilizou o banco de dados de

participantes que já foram convidados e já assinaram o TCLE e nos caso em que apresentaram

sintomas depressivos foram encaminhados ao serviço de saúde local. Assim, a autonomia, a

beneficência, e a não maleficência foram os princípios seguidos.

Resultados e discussão

Por meio de estatística descritiva de frequência pode-se observar que a amostra, que

é representativa da população estudada, apresenta em sua maioria idosos do sexo masculino

(n=52,5%). Isso difere de outros estudos, como o de Pedreira et al., (2016)em que na sua

maioria eram pessoas do sexo feminino. Paralelamente, a isto Andrade (2016) em seu estudo

verificou que esse dado difere, sendo que o sexo feminino por viver comprovadamente mais

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que os homens estão mais sujeitas a ficarem viúvas, ao isolamento social, aposentadoria e

diminuição da rede familiar.

A média de idade foi de 71,2 (dp = 8,1).Analisando a idade observou-se que 52,5%

estão na faixa etária dos sessenta anos, 30%, na dos setenta anos e 15% na dos oitenta anos e

um idoso com mais de noventa anos. Em relação ao estado civil a maioria (57,5 %) era

casado, conjugando isso, Carneiro (2007), salienta que é muito importante a convivência com

familiares e com o cônjuge, para os idosos deprimidos com o intuito de melhor a qualidade de

vida, manter relacionamentos sociais, com familiares e amigos, isso pode auxiliar o bem estar

psicológico.

A maioria (87,5%) não fuma. Quanto a isso, constatou-se que os participantes que

fumam apresentam maiores numero de doenças crônicas (p=0,04; r=0,03).

Pode-se dizer que em relação à etnia prevalece a descendência alemã (55%) nos que

foram entrevistados. Referindo-se à escolaridade, 95% cursaram da primeira à quarta série, ou

seja, o primário. Esses dados são identificados também no estudo de Pedreira et al., (2016),

em que analisando sua população em sua maioria obtinham pouco estudo, sendo que a baixa

escolaridade aparece muito para a região Nordeste do Brasil.

Também foi perguntado sobre percepção de sua saúde bucal em que 70%

responderam que não sentem dor nos dentes e 85% relataram não apresentar problemas com a

gengiva. Quando perguntados referente aos outros sinais e sintomas apresentados

(incontinência urinaria ou fecal, problemas de memória, perda ou ganho de peso não

intencional, problemas de sono, ou se sofreu queda) 17,5% foi o percentual de idosos que

mais apresentou sintomas (quatro sinais e sintomas). Igualmente ao estudo realizado por

Pedreira et al., (2016), quando analisou a percepção de saúde geral do idoso residente no meio

rural, e verificou que os idosos estudados tem uma auto percepção negativa de saúde geral,

correlacionando distúrbios do sono e o cigarro, como influentes nesta auto percepção.

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Para avaliar o estado mental foi aplicado aos idosos o mini exame do estado mental,

em que as pontuações que mais apareceram foi 27 e 29 (15%, cada). Giacomazzi (2015),

também para seu estudo aplicou o MEEM, e os resultados obtidos foram em geral normal,

pois revela que os entrevistados estavam cognitivamente bem, inclusive pode observar que os

idosos que se apresentavam bem consideravam sua saúde muito boa ou boa e estavam

satisfeitos com sua vida, e não apresentavam sinais de depressão ou alguma dor crônica.

Também se constatou que além dessa doença crônica, 12,5% ouviram em consulta

medica que tinha quatro doenças crônicas não focadas nesse estudo, sendo que a média de

doenças crônicas auto relatadas foi de 1,7 (dp=1,3) nesses idosos.

Foi perguntado aos idosos se nos últimos seis meses em consulta médica foi lhe dito

que apresentavam depressão, 20% (8) responderam afirmativamente. Quando se avaliou a

existência de depressão pela Escala de Depressão Geriátrica, se constatou que 31idososnão

apresentam indícios de depressão, oito apresentam depressão leve e um com indícios de

depressão grave, sendo que este foi encaminhado.

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Fonte: Banco de dados dos pesquisadores

Figura 1: Indicio de depressão constatados pela escala de depressão geriátrica.

Além disso, 35% pontuaram entre três e quatro pontos nessa Escala. Isso faz pensar no

estudo, em que Pereira (2005) realizou no município de Itajaí, em que analisou a prevalência

de depressão na população idosa, pode-se constatar que existe maior incidência de depressão

em moradores urbanos.

Por meio de estatística correlacional utilizando-se do SPSS 20 por Pearson

constatou-se que auto relatar depressão depende do estado civil (p=0,01,r=0,3). Nesses idosos,

o estado civil também tem correlação com sexo (p=0,00, r=-0,4) e com a faixa etária (p=0,00,

r=0,4). A idade dos participantes teve correlação ao consumo de medicamentos (p=0,02

r=0,3). Assim, entende-se a importância de conhecer a realidade do idoso e o quanto uma

variável influencia na outra.

O resultado final da escala geriátrica indicando depressão sofreu influenciado

numero de doenças crônicas (p=0,01, r=0,3), também do consumo de medicamentos (p=0,02

, r=0,3) e do estado mental MEEM (p= 0,03 , r=0,3) tem correlação a idade, dos entrevistados

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ao número de doenças crônicas, a pontuação depGDS e também relaciona aos entrevistados

que dizem ter depressão.

Auto relato de depressão indica que o idoso tende à auto relatar maior numero de

doenças crônicas (p=SIG=0,00; r=numero que está acima=0,2), tende ao maior consumo de

medicação (p=0,03;r=0,3) e a fumar (p=0,04;r=0,3), sendo que 25% relatou usar seis ou mais

medicamentos, no momento. Considerando-se que a depressão tornou-se uma doença atual,

talvez pelo fato das condições de vida que se leve atualmente. Estudos realizados como o de

Silva et al 2013, revelam que idosos residentes no meio rural apresentam fatores que podem

servir para diminuição de riscos para a depressão, como: realizam mais atividades, no campo,

domesticas e vivem com maior numero de pessoas em suas casas.

A pontuação na escala de depressão geriátrica tem correlação com o número de doenças

crônicas (p=0,00, r=0,5), com numero de sinais e sintomas (p=0,01, r= 0,3), com consumo de

medicação (p= 0,00, r=0,5), negativa com o MEEM (p=0,02 , r=-0,3), (quanto melhor os

idosos estavam cognitivamente menos indícios de sintomas depressivos). Essas variáveis, em

especial a quantidade de problemas de saúde e quantidade de medicamentos também foram

relacionadas com depressão no estudo de Pereira (2005). Corroborando aos estudos

Giacomazzi (2015), observou que idosos que vivem com mais de uma pessoa, obtém melhor

desempenho cognitivo, quando comparados com idosos que moram sozinhos

Silva (2015) revela um aumento no número de medicações utilizadas pelos idosos da sua

pesquisa, também indica a utilização de mais de uma medicação por pessoa, reforçando os

estudos que apontam o aumento do consumo de medições pela sociedade. Podendo inclusive

citar o estudo de Machado (2014), onde analisou as vivencias dos idosos em comunidades

rurais, e observou que a grande maioria dos idosos do seu estudo tomam mais de uma

medicação de uso continuo, assim reforçando que existe uma maior probabilidade de aumento

do numero de doenças crônicas com o passar dos anos. Somando a esses dados Machado

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(2014) observou que a maioria dos idosos entrevistados apresentam alguma doença crônica,

que resulta na ingestão de medicações de uso continuo.

Quanto ao estado mental dos participantes ele interfere na pontuação da escala geriátrica

(p= 0.02 , r=-0.3) e na sinalização de quem tem depressão (p= 0,03 , r=-0,3). A depressão

apresentou correlação significativa com a desconfiança no desempenho incluindo a correlação

distúrbios psicossomáticos e também a Fgeral. Constatou-se também uma tendência a

influenciar o desejo de morte, como mostra a Tabela abaixo:

Correlações

Tabela 1.

Correlações entre a variável depressão e fatores de saúde geral

Variável p r

F2:Desejo de morte 0,08 0,2

F3: Desconfiança no desempenho 0,01 0,5

F5; Disturbios psicossomáticos 0,03 0,3

F Geral 0,00 0,4

*Considerou-se valores <p=0,05.

Esses resultados obtidos na pesquisa quando comparados com o estudo de Pereira

(2005) são compatíveis, pois ela também constatou que a percepção que os idosos tinham da

saúde física e mental atual tinha relação com depressão. Entretanto, percebe-se que no

presente estudo foi possível aprofundar essa percepção de saúde por meio do QSG.

Pode-se constatar levando em consideração diversos estudos realizados em especial

Pedreira et al., (2016)que pode existir maior propensão aos sintomas depressivos em idosos

residentes na cidade, mesmo sabendo que conforme diversas publicações que as condições de

vida rurais em certas regiões ainda não se tornaram iguais aos da cidade. O fator do

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distanciamento geográfico para que sejam aplicadas as políticas necessária para tornar o meio

em melhores condições, existe também o fator de que o estilo de vida atual para as pessoas

que moram na cidade é muito agitado, por isso pode gerar um aumento de sintomas

depressivos e de saúde geral também.Igualmente ao estudo realizado por Giacomazzi (2015)

que analisou idosos residentes no meio rural e urbano, e encontrou em seu resultado que

existem diferenças na qualidade de vida no envelhecimento dependendo do meio em que

residem também.

Em se tratando de serviços psicológicos, buscou-se saber a frequência da busca por

este atendimento, com os dados obtidos analisou-se que 72,5%, das pessoas entrevistadas

nunca procuraram ao menos um serviço psicológico. Isso pode ser entendido considerando

que os poucos que tendem a procurar um serviço psicológico sofrem influencia da

escolaridade (p=0,01, r=0,4). Souza et al., (2014) mostra que o Brasil apesar de obter um

sistema para atendimento para serviços psicológicos de acesso gratuito, ainda assim talvez por

falta de informação, as pessoas não procuram atendimento, o que pode trazer interferências

negativas no curso da depressão.

Considerações finais

O presente estudo apontou que autor relato de sintomas depressivos e auto

percepção de saúde geral nossos idosos têm correlação positiva, principalmente no que se

refere a quanto eles se percebe com desconfiança no próprio desempenho e com distúrbios

psicossomáticos. Pois, quanto mais o idoso sente-se deprimido mais ele não se acha mais

capaz de fazer e existem maiores chances de tornar-se poliqueixoso, reforçando

funcionamento hipocondríaco. Incluindo estudos de diversos autores percebe-se que os

sintomas depressivos em idosos, em geral acometem idosos mais suscetíveis ao isolamento,

ou seja, aqueles que de alguma forma não estão inclusos em convívio social, também o meio

em que vive sendo no interior pode se tornar um fator determinante pois dependendo das

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condições em que vivem existe um aumento de fatores predeterminantes. Pois se entende que

o fato de residir no interior influencia em alguns fatores que podem interferir no

envelhecimento, já que com o distanciamento geográfico torna-se mais difícil o

deslocamento aos serviços essenciais, considerando que os idosos que foram entrevistados

foram submetidos ao exame do estado mental, e constatou-se que quanto melhor

cognitivamente eles estavam menor a proporção em apresentar sintomas depressivos.

Assim diante dos resultados de que os idosos que auto relataram apresentar mais de

uma doença crônica têm uma maior tendência a apresentar sintomas depressivos e a ingerir

maior quantidade de medicações, o que pode influenciar também em apresentar desejo de

morte poderá se pensar em estudos que aprofundem a relação de outras doenças crônicas com

a auto percepção de saúde geral. Enfim, que políticas que contemplem os idosos e suas

necessidades específicas em contextos diferenciados, inclusive atividades sociais de inclusão,

prevenindo sintomas depressivos sejam reforçados a partir dos resultados aqui apresentados.

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ANEXOS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidado (a) a participar da pesquisa sobre Autopercepção de idosos

do meio rural: uma investigação com o Questionário de Saúde Geral-60, de responsabilidade

da pesquisadora Juliana Frighetto e conta com o apoio da Casa do Psicólogo. Esta pesquisa

justifica-se pela importância que a saúde tem para o idoso, tanto a física como a mental, sendo

dessa forma, necessário conhecer suas necessidades através de instrumentos cada vez mais

adaptados considerando sua subjetividade e o contexto rural e de envelhecimento

populacional. O objetivo geral desta pesquisa é investigar autopercepção dos idosos sobre sua

saúde geral através do Questionário de Saúde Geral-60, tomando como base empírica o

serviço publico de saúde. A sua participação na pesquisa será em um encontro, no horário que

tiver disponibilidade, com duração aproximada de 25 minutos. Se for identificado algum sinal

de desconforto psicológico da sua participação na pesquisa, a pesquisadora compromete-se

em orientá-lo (a) e encaminhá-lo (a) para os profissionais especializados na área, ou a mesma

realizará acompanhamento psicológico a fim de que tal sofrimento psíquico seja eliminado.

Ao participar da pesquisa, você terá a oportunidade de contribuir para o avanço científico na

área.Você terá a garantia de receber esclarecimentos sobre qualquer dúvida relacionada a

pesquisa e poderá ter acesso aos seus dados em qualquer etapa do estudo, ligando para o

número do Comitê de Ética em Pesquisa da UPF: 54 3316 8370 ou pelo e-mail: [email protected].

Sua participação nessa pesquisa não é obrigatória e você pode desistir a qualquer momento,

retirando seu consentimento com a pesquisadora, solicitando-o pelo email

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[email protected]ê não terá despesas relacionadas a essa pesquisa e você não

receberá pagamento pela sua participação no estudo.

As suas informações serão escritos nos instrumentos a serem utilizados nessa pesquisa

ou em outras pesquisas nesse âmbito, sendo que os seus dados relacionados à sua

identificação não serão divulgados em hipótese alguma. Os resultados da pesquisa serão

divulgados após a defesa de dissertação da mestranda e se necessário em meios de

comunicação em caráter de divulgação de novos conhecimentos na área, sendo que você terá

a garantia do sigilo e da confidencialidade dos dados. Caso você tenha dúvidas sobre o

comportamento dos pesquisadores ou sobre as mudanças ocorridas na pesquisa que não

constam no TCLE, e caso se considere prejudicado (a) na sua dignidade e autonomia, você

pode entrar em contato com a pesquisadora Juliana Frighetto pelo telefone 54 8413 226, ou

com o curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Envelhecimento Humano –

UPF pelo (54) 3316 8384 ou também pode consultar o Comitê de Ética em Pesquisa da UPF,

pelo telefone (54) 3316 8370.

Dessa forma, se você concorda em participar da pesquisa como consta nas explicações

e orientações acima, agradecemos a sua colaboração e solicitamos a sua assinatura de

autorização neste termo, rubricando todas as folhas desse Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido – TCLE, que será também assinado e rubricado pela pesquisadora responsável.

Ernestina, ____ de ____ de 2013.

Nome do (a) participante: _____________________________________

Assinatura: ______________________________________________

Nome da pesquisadora: Juliana Frighetto

Assinatura: ______________________________________________

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Observação: o presente documento, em conformidade com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde,

será assinado em duas vias de igual teor, ficando uma via em poder do participante e outra com a autora da

pesquisa.

Parecer consubstanciado de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

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