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AULA 4 – Jurisdição Indireta no Brasil (2ª Parte: Cartas Rogatórias). Faculdade Nacional de Direito Direito Internacional Privado II Prof. Marcos Vinícius Torres. - PowerPoint PPT Presentation

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Faculdade Nacional de DireitoDireito Internacional Privado IIProf. Marcos Vincius Torres
AULA 4 Jurisdio Indireta no Brasil (2 Parte: Cartas Rogatrias)

Cartas Rogatrias:
Tm por finalidade o cumprimento de atos e diligncias processuais, como por exemplo, citaes, inquirio de testemunhas, provas periciais, etc; o meio mais utilizado de cooperao judiciria internacional, sendo emitida pela autoridade de um Estado autoridade de um outro Estado estrangeiro; um requerimento feito por um tribunal nacional a outro tribunal de jurisdio estrangeira;

Principais Convenes sobre Cartas Rogatrias (1):
Conveno de Viena sobre Relaes Diplomticas de 1961- ratificada pelo Brasil em 1965;Conveno de Viena sobre Relaes Consulares de 1963 ratificada pelo Brasil em 1967;Conveno da Haia sobre a Produo de Documentos em Matria Civil e Comercial de 1965 o Brasil ainda no signatrio;Conveno da Haia sobre a Produo de Provas em Matria Civil e Comercial de 1970 O Brasil ainda no signatrio;Conveno da Haia sobre a Dispensa da Legalizao de Documentos Pblicos Estrangeiros de 1981 O Brasil ainda no signatrio;Conveno de Nova York sobre Alimentos no Estrangeiro de 1956 ratificada pelo Brasil em 1965;

Principais Convenes sobre Cartas Rogatrias (2):
Cdigo Bustamante de 1928 ratificado pelo Brasil em 1929;Conveno Interamericana sobre a Eficcia Extraterritorial das Sentenas e Laudos Arbitrais Estrangeiros de 1979 ratificada em 1997, com reserva ao Art. 2, d;Conveno Interamericana sobre Cartas Rogatrias de 1975 ratificada em 1996;Protocolo adicional Conveno Interamericana sobre Cartas Rogatrias de 1979 ratificado em 1996;Protocolo de Las Leas de 1992 ( Mercosul) ratificado em 1996;

Classificao das Cartas Rogatrias:
ordinatrias;

instrutrias;

informativas;

executrias;

Conveno Interamericana sobre Cartas Rogatrias:
Art. 9 - O cumprimento da Carta Rogatria no implica o posterior reconhecimento da competncia da Justia estrangeira, nem o reconhecimento de futura deciso ou execuo desta sentena.

Protocolo de Las Leas (1):
O Supremo Tribunal Federal decidiu no AgRgCR 7613 que o Protocolo de Las Leas alterou o nosso direito interno, no que concerne homologao de sentenas estrangeiras, relativamente ao procedimento, que agora o mesmo das cartas rogatrias, nos limites do Protocolo, para o mbito do Mercosul; De acordo com o RISTF (art. 28), a homologao de sentena estrangeira deveria, poca, ser requerida pela parte interessada perante o STF. A parte poderia apresentar o pedido de homologao ao prprio juzo que proferiu a sentena, que, por sua vez, o encaminharia, por carta rogatria, e por intermdio do rgo diplomtico competente - no Brasil, o Ministrio das Relaes Exteriores - ao Pas onde seria homologada.A modificao do procedimento de homologao de sentena, que tem natureza contenciosa, para o de carta rogatria, no afetou o contraditrio que deve existir em tais casos, porquanto o rito das cartas rogatrias assegura que a parte contrria a impugne, interponha agravo regimental ou embargos;

Protocolo de Las Leas (2):
Relativamente aos pases integrantes do Mercosul, portanto, os Juzes Federais executam as cartas rogatrias oriundas dos Estados Partes, quer no que concerne homologao de sentenas, quer no que refere a outros atos no decisrios, perdendo sentido a separao pela norma constitucional da execuo de carta rogatria, aps o exequatur, e de sentena estrangeira, aps a homologao. Nesse prisma, no h mais fundamento normativo para a ciso da competncia, pois a execuo to-s de cartas rogatrias, seja para qual ato for;

Os interessados, agora, tm a iniciativa de solicitar a homologao de sentenas perante o Juzo prolator, que encaminhar o pedido atravs de Cartas Rogatria, atravs das Autoridades Centrais de cada Estado, conforme o Art. 2 do Protocolo.

Legislao Brasileira sobre Cartas Rogatrias:
CPC/ Art. 200 e seguintes;Art. 201: Expedir-se- carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela emanar; carta rogatria, quando dirigida autoridade estrangeira; e carta precatria, nos demais casos.Art. 210: A carta rogatria obedecer, quanto sua admissibilidade e modo de seu cumprimento, ao disposto na conveno internacional; falta desta, ser remetida autoridade judiciria estrangeira, por via diplomtica, depois de traduzida para a lngua do pas em que h de praticar-se o ato.

Cartas Rogatrias Ativas:
a Carta preparada por um tribunal brasileiro para sua posterior transmisso ao exterior;Regra bsica: respeito Conveno Internacional;Na falta de conveno com o pas rogado, a transmisso far-se- por via diplomtica;Exceo: Cartas rogatrias expedidas em aes penais;Art.783/CPP: As cartas rogatrias sero, pelo respectivo juiz, remetidas ao Ministro da Justia, a fim de ser pedido o seu cumprimento, por via diplomtica, s autoridades estrangeiras competentes.

Cartas Rogatrias Passivas:
So as Cartas emitidas por tribunais do exterior para cumprimento no Brasil;A execuo requer, necessariamante, o exequatur emitido pelo Presidente do STJ;Resoluo n. 09, de 4 de maio de 2005;Art. 2: atribuio do Presidente homologar sentenas estrangeiras e conceder exequatur a cartas rogatrias, ressalvado o disposto no artigo 9 desta Resoluo.

Rogatrias Passivas / Previso Legal:
Concesso do exequatur: STJ, segundo CRFB/ Art. 105 I, i, com redao alterada pela EC n. 45/04;

Execuo aps a concesso do exequatur: CRFB/ Art. 109, X: Art. 109. Aos juzes federais compete processar e julgar: ...X - os crimes de ingresso ou permanncia irregular de estrangeiro, a execuo de carta rogatria, aps o "exequatur", e de sentena estrangeira, aps a homologao, as causas referentes nacionalidade, inclusive a respectiva opo, e naturalizao;

Normas Processuais: CPC/ Art 211: A concesso de exeqibilidade s cartas rogatrias das justias estrangeiras obedecer ao disposto no Regimento Interno do STF ( leia-se STJ);CPC/ Art. 212: Cumprida a carta, ser devolvida ao juzo de origem, no prazo de dez ( dez) dias, independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.

Rogatrias Passivas / Lei Aplicvel:
Lex diligentiaeLICC/ Art. 12, 2:

A autoridade judiciria brasileira cumprir, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, as diligncias deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligncias.

Requisitos Essenciais das Cartas Rogatrias:
I- a indicao dos juzos de origem e de cumprimento do ato;II- o inteiro teor da petio inicial e dos seus documentos instrutrios, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado;III- A meno do ato processual, que lhe constitui o objeto;IV- O encerramento com a assinatura do juiz;

A carta rogatria passiva que no preencher os requisitos necessrios estabelecidos pelo Brasil ser devolvida, mediante ofcio, ao juzo rogante, com a solicitao de que a medida seja devidamente instruda, diligncia que ocorrer quantas vezes for necessria ao preenchimento de todas as formalidades indispensveis ao seu cumprimento no pas destinatrio. ( Ministrio da Justia, Manual de Instrues para Cumprimento de Cartas Rogatrias, Braslia, 1996)

Denegao do Exequatur:
Carter formal: falta de requisito essencial sobre autenticidade;

Carter material: STF: contrria ordem pblica, soberania nacional e bons costumes; STJ: Art. 6 Res. 9/2005: No ser homologada sentena estrangeira ou concedido exequatur a carta rogatria que ofendam a soberania ou a ordem pblica.

Ordem Pblica (1):
O STF denegava o exequatur a cartas rogatrias que continham medidas de carter executrio por consider-las contrrias ordem pblica, como na CR 3237(1980); v. g.: pedidos de arresto, penhora, busca e apreenso de menores e quebra de sigilo bancrio;

O STF entendeu, poca, que tais medidas, por se revestirem de carter executrio, s poderiam ser deferidas se houvesse sentena transitada em julgado que determinasse tais procedimentos. Portanto, era invivel a concesso de exequatur a tais pedidos via carta rogatria, antes da homologao da sentena estrangeira, e deveriam ser por meio desta;

No caso da quebra de sigilo bancrio o STF entendeu que pelo fato de tal medida necessitar, no Brasil, de prvia autorizao judicial, no se poderia conceder o exequatur carta rogatria que solicitasse tal providncia. Esta deciso causava problemas em relao reciprocidade.

Ordem Pblica (2):
Com o Protocolo de Las Leas, o STF passou a permitir o exequatur a cartas rogatrias que continham medidas de carter executrio, apenas no mbito do Mercosul, como na CR 7913 (1997); v. g.: pedidos de arresto, penhora, busca e apreenso de menores e quebra de sigilo bancrio.

Com a EC 45/04, o STJ mudou o posicionamento, permitindo o exequatur a rogatrias que se revestissem de carter executrio, em razo do permissivo do Art. 7 da Res. 09/05.

Leading cases do STJ: CR 1709 (2006) e CR 2260 (2007).