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FALA , setembro 2012 Jornal do Colégio João XXIII www.joaoxxiii.com.br Cristina Mello Impressões impressionistas O João ganhou um book de retratos. Na mostra “Uma Vi - são Impressionista do Colégio João XXIII”, os estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental pintaram seus recantos prediletos dentro da área escolar, inspirados nas pinceladas luminosas de Renoir e Monet. Impressões impressionistas

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Page 1: FALA - Colégio João XXIII · 2013-11-06 · Ele diz: juntos, nós podemos. Durante a cerimônia, alunos, professores, equipe técnica e pais representaram a Escola, uma das vence-doras

FALA,setembro 2012Jornal do Colégio João XXIII

www.joaoxxiii.com.br

Crist

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Mel

lo

Impressões impressionistas

O João ganhou um book de retratos. Na mostra “Uma Vi-são Impressionista do Colégio João XXIII”, os estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental pintaram seus recantos prediletos dentro da área escolar, inspirados nas pinceladas luminosas de Renoir e Monet.

Impressões impressionistas

Page 2: FALA - Colégio João XXIII · 2013-11-06 · Ele diz: juntos, nós podemos. Durante a cerimônia, alunos, professores, equipe técnica e pais representaram a Escola, uma das vence-doras

Os três presentesO 5º Prêmio da Empresa Pública de-

Transporte e Circulação (EPTC), categoria professor, foi um presente de aniversário para o Colégio João XXIII. Entregue no úl-timo dia 25 de setembro – pouco mais de um mês após a comemoração dos 48 anos da escola, em 23 de agosto – representou muito mais do que uma placa, um título e o notebook recebidos pela equipe do projeto “Mudanças e Permanências – Transitando pelo tempo, pela história e pela vida”. O trabalho, desenvolvido pelos alunos e edu-cadores do 2º ano do Ensino Fundamental, traduz uma proposta educacional de es-tímulo ao desafio, ao esforço de equipe. Assim, o prêmio é uma declaração. Ele diz: juntos, nós podemos. Durante a cerimônia, alunos, professores, equipe técnica e pais representaram a Escola, uma das vence-doras da disputa que envolveu 579 con-correntes. Uma conquista como essa vai além da vida escolar e fica registrada para sempre como uma prova de superação dos limites para todos os seus envolvidos.

O efeito dessa educação desafiante e libertadora praticada há quase cinco dé-cadas no João XXIII pode ser conferido entre os integrantes da Associação dos Amigos do Colégio João XXIII, idealizada pela Fundação e lançada justamente no dia do aniversário da Escola. Aliás, mais um presente recebido.

E, por fim, um terceiro e não menos im-portante regalo, veio dos próprios estudan-tes do 4º ano do EF: um álbum de retratos impressionistas produzidos coletivamente. Protagonistas das imagens, as árvores não deixaram dúvidas de que a meninada compreende, valoriza e se integra ao es-forço coletivo por um planeta equilibrado e sustentável. Um Mundo Passado a Limpo.

Anelori LangeDiretora Geral

EDITORIAL

Jornal do Colégio João XXIII

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIPresidente: Cristina Toniolo PozzobonVice-presidente: Afonso Mossry Sperb

Diretor Financeiro: José Carlos Carpes CastiglioDiretor Jurídico: Blair Costa D’Ávila

Diretor de Patrimônio: Pedro Chaves Barcellos FilhoDiretora de Comunicação: Jaqueline Tittoni

INSTITUTO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIDiretora Geral: Anelori Lange

Vice-Diretora: Maria Tereza Coelho

Edição: Rosina Duarte Textos: Luana Dalzotto

Diagramação e editoração: Cristina Pozzobon

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O sonho de Lilia não acabouLilia, na inauguração do prèdio que levou seu nome, entre Luana Martins (3º A) e Luisa Franche (5º C)

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“O João nasceu num momento de conspiração dos astros”, costuma dizer a professora Lilia Rodrigues Alves, fundadora da Escola, junto com Ziláh Totta, Leda Fal-cão e Frederico Lamachia. Corpos celestes a parte, o fator determinante para a longa e saudável vida da proposta educacional sonhada pelos educadores foi a convicção de que “o trabalho em equipe dá certo”.

Não por acaso, o encontro “mágico” de Lilia, Leda e Ziláh teve como palco um esta-belecimento de ensino o Colégio Estadual Pio XII. Lá, tiveram a oportunida-de de vivenciar a classe ex-perimental – um projeto do Ministério da Edu-cação, realizado antes do Golpe de 1964 e, composto por tur-mas pequenas, com currículo, proposta pedagógica e formas de avaliação diferen-ciadas. Também foi no Pio XII que as fundadoras do João XXIII experimentaram uma forma diferente de administrar uma instituição de ensino: “a ideia de eleger a diretoria do Colégio nasceu ali. Ziláh, que naquela época já trabalhava na Secretaria da Educação, bancou a proposta”, explica Lilia, então diretora do Pio XII.

Eram tempos difíceis, especialmente para quem sonhava com uma educação libertadora, pois se tornavam cada vez mais nítidos os contornos de um modelo

de ensino tecnicista, em que a consciência crítica e a criatividade eram amordaçadas. As escolas estaduais entraram em greve e Lilia foi uma das únicas diretoras a aderir ao movimento em Porto Alegre. “Não ia me submeter a tudo aquilo, àquelas ordens malucas pré-revolução; por isso, coloquei meu cargo à disposição”, lembra.

A eclosão do Golpe acelerou o sonho. “O João XXIII foi uma coisa galopante, mas muito boa”, avalia. Porém, se por um lado havia abundância de vontade e da experi-

ência, o dinheiro para tocar a ideia adiante era escasso. A saída

foi unir forças e usufruir da boa vontade dos parcei-ros. O nome João XXIII – que hoje desperta curiosidade – surgiu das expectativas dos pais e professores. “Todos queriam um

processo educativo que incluísse liberdade, traba-

lho, justiça e solidariedade, e o Papa João XXIII falava justa-

mente disso em seu documento pontifício Mater et Magistra”, recorda.

Lilia esteve vinculada ao Colégio de 1964 até 1982. Depois, trabalhou em esco-las municipais e como educadora voluntá-ria do lar São José. Hoje está aposentada, mas segue acompanhando os passos do João e, mesmo à distância, nunca esquece do seu aniversário, no dia 23, quando inva-riavelmente envia suas saudações.

”Todos queriam um processo educativo

que incluísse

liberdade, trabalho, justiça e

solidariedade” Lilia Rodrigues

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A frase de Paulo Freire é uma espécie de lema no Colégio João XXIII: “Quem en-sina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. E esse processo de capacitação dos professores ultrapassa a sala de aula. Além dos Seminários Peda-gógicos duas vezes por ano, os educa-dores participam de estudos específicos, programados para todos os níveis (veja quadro anexo).

Os Seminários Pedagógicos ocorrem a cada semestre: em janeiro e em julho. Por isso, ganharam o apelido carinhoso de Se-minário de Inverno e Seminário de Verão. Com o objetivo de aprofundar temas que qualificam a prática pedagógica, os encon-tros reúnem todos os professores da Escola. A responsabilidade de organizar os eventos é da equipe técnica e da direção.

Em 2012, a realização do Seminário de Inverno coube ao SOP (Serviço de Orien-tação e Psicologia), coordenado pela orientadora educacional, Denise Simões Lopes. O tema central – palpitante e po-lêmico – foi Inclusão, histórias, práticas, sentimentos e desafios. O estudo teve três momentos: 4 de julho – Legislação, Entre o Ideal e o Real, com Marilene Cardoso; 11 de julho – Práticas Possíveis na Sala de Aula, com Cheila Schröer; 1º de agosto – Sentimentos, Potências e Impotências do Educador, com Elisa Kern.

Identificada como um capítulo a parte

Noites de inverno para pensar, debater e aprender

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De março a setembro a Formação Continu-ada do João XXIII ofereceu oportunidades para todos os profissionais, da Educação Infantil ao Ensino Médio. • Análise e integração curricular da Língua Inglesa, da Educação Infantil ao Ensino Médio, na perspectiva das competências linguísticas – ouvir, falar, ler e escrever.• Análise, avaliação e planejamento do currículo diferenciado proposto no 5º ano do João XXIII.• O papel das tutoras do 5º ano, na pers-pectiva do cuidar e educar.• Currículo do 6º e 7º anos na composição dos 9 anos do Ensino Fundamental.• Articulação entre Educação Infantil e Anos

Iniciais numa abordagem de reflexões pedagógicas sobre infância, tempo, espaço, corporeidade e relacionamentos na escola.• Documentação pedagógica com enfo-que na Avaliação, nas narrativas e lingua-gens dos portfólios/ arquivos biográficos da Educação Infantil.• Reflexões e construção de registros so-bre a prática pedagógica de 1º ao 5º ano: plano de estudos e planos de trabalho.• Aplicabilidade a partir das competências e habilidades desenvolvidas na prática pedagógica pelos docentes do Ensino Fundamental e Ensino Médio.• Práticas pedagógicas contextualizadas em projetos interdisciplinares, na Educa-

ção Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.• Cenário atual e perspectivas para o Ensi-no Médio, a partir da legislação brasileira.• Inclusão, nas diferentes dimensões sócioeducativas, com todos os professores e funcionários da Escola.• Práticas pedagógicas vinculadas à formação sócioambiental da comunidade escolar, de acordo com o projeto geral da escola: O Mundo Passado a Limpo.• Integração curricular da Educação Musi-cal, da Educação Infantil ao Ensino Médio, na perspectiva da expressão (interpretação, criação e apreciação), da linguagem musi-cal e da história da música.

A formação é permanente

O Seminário Pedagógico abordou os desafios da educação inclusiva

no cenário educacional até bem poucos anos, a chamada Educação Especial aten-dia a um modelo em que os estudantes com necessidades especiais eram atendi-dos em estabelecimentos de ensino es-pecíficos. O cenário começou a mudar no Brasil quando a educação inclusiva se tor-nou menina dos olhos do Banco Mundial, que passou a exigir políticas a respeito em contrapartida aos financiamentos, confor-

me explicou a palestrante Marilene Cardoso.Atualmente existe um rol de leis a respei-

to e uma rede de ensino tentando se adaptar às novas regras e enfrentando as dificuldades que mudanças do gênero costumam acar-retar. A cultura é a primeira delas. “As etnias fundadoras do Rio Grande do Sul vieram para trabalhar, e um deficiente não era produtivo”, lembrou Marilene, referindo-se a uma das ra-ízes mais profundas do preconceito.

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Lucas Larronda Oliveira deu vários pas-sos lentos, grandes e pesados como se estivesse caminhando na Lua, dentro de uma roupa de astronauta, ao pisar nova-mente em solo gaúcho, após 15 dias de Férias Inteligentes na Nova Zelândia, junto com outros três estudantes e a professora Eliane Fin, coordenadora do Centro de Idio-mas do Colégio João XXIII. Não se tratava apenas de uma encenação bem-humorada de adolescente: ele e os colegas se sentiam verdadeiros desbravadores, ou pioneers, como explicou Eliane, referindo-se aos pio-neiros nos Estados Unidos.

“Não tenho filhos, mas no momento em que entramos no avião ganhei quatro”, brinca Eliane, responsável pela coordena-ção das Férias Inteligentes, organizada pelo Centro de Idiomas com o apoio da supervisora geral Mirian Zambonato. O grupo, que deixou Porto Alegre no dia 18 de julho e retornou em 4 de agosto, era composto por João Carlos Pires de Moraes e Bruno da Cunha Sperini – ambos com 14 anos e estudantes da 8ª E –, Francisco Ferreira de Souza e Lucas Larronda de Oli-veira – com 15 anos e estudantes do 1º E e 2º A, respectivamente. Eles passaram por um longo processo antes de embarcarem na viagem de estudos.

Tudo foi criteriosa e meticulosamente avaliado: a escolha do país – diferente das costumeiras rotas turísticas e comprome-tido com a sustentabilidade do Planeta –, a seleção da agência de viagem (World Study) e do estabelecimento de ensino na Nova Zelândia (World Wide Auckland), explica Eliane. A Escola investiu, ainda, na preparação das famílias e dos viajantes.

Assim, naquele dia 18 de julho, eles sa-biam bem o que os esperava, mas isso não reduziu o impacto que a viagem teve nas suas vidas. “Nunca mais vou conseguir dei-xar de dizer obrigado, por favor, com licen-ça”, informou o brincalhão Bruno em uma reunião de avaliação ocorrida em agosto.

Esse é apenas um pequeno detalhe da rica experiência proporcionada pelas Férias Inteligentes. Pequena, limpa, organizada, vizinha de vulcões semiadormecidos e com a vida cotidiana gravitando em torno de instituições de ensino voltadas a estran-geiros, a cidade neozelandeza de Auckland pareceu ao grupo a miniatura de um mun-

do quase ideal, sem miséria nem violência.Hospedados em casas de família, todos

precisavam enfrentar cerca de uma hora de ônibus para chegar às aulas, onde mistura-vam-se com colegas e professores vindos de várias partes do planeta, com quem se comunicavam somente em inglês.

Aos fins de semana, acompanhados por Eliane, exploravam o “novo mundo”, visitando o parque termal Wai-o-Tapu, com seus geisers e lamas sulfurosas; o tem-plo sagrado Maori do museu local, onde

aprenderam que os guerreiros mostravam a língua e arregalavam os olhos para ate-morizar os inimigos; e Hobbiton, a cidade cenográfica liliputiana que serviu de cená-rio ao filme Hobbit.

Todas essas peripécias, documentadas com fotos, materiais explicativos e de divul-gação (brochures) – além da presença dos “pioneiros” das Férias Inteligentes – foram apresentadas à comunidade do João XXIII em um estande na Feira do Livro. Quem viu, viajou sem sair de casa.

O país dos maoris, hobbits, geysers e lamas vulcânicas

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Além de estudar, o quarteto aproveitou os fins de semana para conhecer um pouco da cultura e da geografia da Nova Zelândia.

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Um singular globo de papel pou-sou no Colégio João XXIII e ali per-maneceu de 13 a 15 de setembro. Era o Planeta Literatura – construído com fo-lhas impressas e retratos de escritores – que batizou a Feira do Livro 2012. Além de ganhar nome próprio, a Feira também se emancipou pois, até o ano passado, tinha a Mostra Cultural como irmã siamesa.

Mas as novidades não pararam por aí. Mais do que um espaço de venda, a Feira do Livro transformou a Escola em um parque de leitura, com ambien-tes decorados e aconchegantes para os públicos infantil, juvenil e adulto. Nos estandes, as obras despertavam o inte-resse tanto dos alunos quanto dos os pais, educadores e visitantes.

O homageado foi o escritor Simões Lopes Neto, cuja obra principal, Contos gauchescos – completou 100 anos em 2012. O baiano Jorge Amado – que, se estivesse vivo, estaria comemorando seu centenário – também mereceu destaque especial na programação.

Ao longo do evento, foram ofere-cidas palestras e debates com autores, exposições, contação de histórias, ses-são de cinema, palestras com profes-sores, lançamento de livros de diversos gêneros e até uma singular palestra musicada.

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Planeta Literatura pousa no pátio

João é premiado pela EPTC

Você já parou para pensar nos vá-rios significados do verbo transitar? Os alunos do 2º ano do EF do João, já. Tudo começou no início do ano, com o projeto Permanências e Mudanças, o grande norteador dos trabalhos de 2012 e vencedor do 5º Prêmio de Edu-cação para o Trabalho da Empresa Pú-blica de Transporte e Circulação (EPTC), entregue no dia 25 de setembro. “Foi um estudo sobre o que mudou e o que permaneceu nas nossas vidas ao lon-go do tempo, percebendo essas trans-formações como causas de mudanças na História, na Geografia, nas Ciências, no ambiente e nos sentimentos”, re-sume Mariana Montano, professora do 2º ano, uma das responsáveis pelo projeto ao lado de Letícia Zago, Silvana Meireles e equipe especializada.

Em 2012 a Feira do Livro se independizou da Mostra Cultural

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O u t r o dia esta-

cionei os meus dez minutos de pai

aplicado no pátio das séries iniciais e foi uma surpresa rever – preciso lembrar de garantir esses dez minutos de vida! – o mural dos peque-nos. Quero dizer que estava ali por uma questão de honra, destas que só existem e podem acontecer no espaço democrá-tico de nosso colégio, o João XXIII. En-fim, a honradez de poder acompanhar o meu filho de 11 anos até a sala de aula e prestigiar, ufa! estava lá a exposição. Sempre há pelo menos uma.

Naquele dia, as fotos e os traba-lhos feitos a partir de uma viagem de campo da turma do 5º ano. Lá estava

toda a arqueologia do passeio, o regis-tro da viagem, e ao lado a sensibilidade dos pequenos artistas. E como é bonito notar a capacidade cromática, o apro-fundamento do lápis e da caneta, a expressão dos desenhos dos alunos das séries iniciais. Mas o meu prazer corria contra o tempo – os adultos sempre es-tão em busca de algo e nem sabem bem exatamente o quê. Sim, naquele dia eu percorria os meus olhos pela paisagem do Porto de Rio Grande e pelas char-queadas da região de Pelotas – e que traços! Fui acordando no instante em que, implacável, o meu tempo já tinha passado. Era hora de ir porque ao meu lado Tchau pai! Aos 11 anos, eles já nos dispensam bem antes, lá no portão; eu já tinha ido longe demais.

Então, resignado com os limites dos compromissos de adulto (vontade era ficar ali), dei meia volta e retornei para o dia de afazeres que ainda nem tinha começado. Mas eles, os artistas, ficaram por lá, para além dos murais (sempre transitórios para eles) e em sua balbúrdia matinal dos que têm a idade de antes da adolescência (já nem sei), enquanto eu buscava fixar aque-las imagens para o resto do meu dia. A pensar: como são bonitos os murais de nossa infância, esta que cada vez vai ficando para trás, porque eles cres-cem... Crescem e já não são mais tão pequenos assim.

Edgar Aristimunho, pai do Mateus, 5º ano C

Históriasdo

João

O projeto Crônicas do João é um espaço literário aberto em que a comunidade pode mostrar sua escrita criativa. Esperamos o seu texto.

O mural dos pequenos

Maria Melgarejo, aluna da 1ª sé-rie do EM, tem um olho mágico por onde vê, registra e reinventa a vida: a câmara fotográfica. Aos 15 anos ela já é fotógrafa. No último dia 28 de agosto participou de sua primei-ra exposição, uma mostra de toy câmeras produzida pela escola Foto Contato, ocorrida na galeria Café Ci-nema Paris, no bairro Cidade Baixa. Antes disso, o trabalho de Maria já era conhecido no João XXIII, onde expôs um conjunto de imagens so-bre o Festival de Música. Ela também colabora com o jornal Fala João. “Eu fotografo desde sempre”, conta. “Ganhei a minha primeira câmara quando ainda estava na pré-escola”

Filha do engenheiro agrônomo e fotógrafo Leonardo Melgarejo, aprendeu com ele os segredos da

luz, do enquadramento, do manuseio da má-quina analógica e da revelação ma-nual, feita em um laboratório ca-seiro. “As fotos, contam histo-rias”, acredita. Além de con-tar, inventa. Um dia produziu um ensaio com tê-nis pendurado em árvores. Também já registrou séries com discos de vinil, câmaras antigas, prateleiras colori-das de supermercado e mesas de antiquários. Seus planos? “Pretendo revelar muuuuuuuitas fotos ainda”.

O olho mágico de Maria

Maria participou de uma mostra coletiva no Café Cinema Paris

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As pinceladas livres mas precisas dos pintores Renoir e Monet guiaram os estu-dantes da 4º ano do Ensino Fundamental, que presentearam o João com a mostra “Uma visão impressionista do Colégio João XXIII” no seu aniversário de 48 anos, com-pletados em 23 de agosto. Nos trabalhos feitos em grupo – que levaram quase dois meses para serem concluídos, conforme a professora Clarisse Normann –, a proposta era explorar a área verde do Colégio, “em busca daquele lugar especial”. Depois de elegerem a cena a ser retratada, os alunos, a transpuseram para o papel em conjunto. Os efeitos e sombreados foram obtidos com o uso do giz de cera sobre a tinta seca, conta a professora. “Também fez parte desse pro-cesso criativo um debate reflexivo sobre a questão ambiental”, explica Clarisse.

Com o verde reinando absoluto sobre todas as cores do prisma, árvores povoaram as obras, demonstrando com clareza (mas muita sombra) que a escolha da programa-ção de aniversário do João, no dia 23 de agosto, foi oportuna: um dia ensolarado de quase primavera para desfrutar um recreio prolongados comendo cachorro quente. Assim a comunidade escolar comemorou a passagem dos 48 anos da Escola, tendo como trilha sonora a apresentação da ban-da J23 e o afinado parabéns dos alunos do 5º, regidos pelo “maestro” Estêvão Grezeli.

Para Monet nenhum botar defeito

Depois de quase meio século educando cidadãos, amigos não faltam para o João. Espa-

lhados pela cidade, pelo estado, pelo País, e mesmo no exterior, os ex-alunos e suas família

representam uma legião. Para reunir esse povo que defende uma formação baseada na

criatividade, na consciência e no conhecimento, a Fundação Educacional João XXIII criou a

Associação dos Amigos do Colégio João XXIII. O lançamento ocorreu às 18h30min do dia

do aniversário e foi uma espécie de presente do João para si mesmo.

Um milhão de amigos

“Nós achamos este lugar muito lindo, porque quando bate o sol ele fica iluminado”

“Podemos sentar para conversar, rir, falar, etc. É um lugar arborizado”

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Espaço dos estudantes do João XXIII

Poesia 1 Viajando com a 2B

Enquanto a Claraanda de patinsa Luiza anda de motoe tira uma foto

O Giordano viaja de aviãoe o Teodorovai de caminhão

O Teodoro e o Rafael D.que são atletassó andam de bicicleta

João Henrique e Maria Carolinaandam de patinetemascando chicletee cantando Ivete

Quem vai de kaiakeé a Marianae a Gabrielavai de caravela

O João Aquino vai de Maria Fumaçae a Bruna vai de treme só volta no ano que vem

Receita de poesia misturadaO João Victorsó anda de carrãoe dá carona para o Arthurque é seu amigão

Lucas vai de pranchae a Carolvai de lancha

A Laura foi de submarinopara Parise encontrou a Beatriz

O Rafael P. puloude asa deltaa Fabiana andou de balãoe sentiu emoção

No final chegaramo Pedro e o Lucasa cavaloe jogaram sinuca

E a professora Marianaque tem medo de aviãofoi de busão

Poesia 2Planeta dos Animais

O cachorrão é peludãoGosta de osso de montãoEle tem um latidão

O canguru dá um pulãoE carrega o filhote no bolsãoO camaleão muda de corSe camufla como uma flor

O leão tem um corpãoE um rugidoQue não cabe numa mansão

A cobra rasteja pelo chãoÉ comprida e venenosaE tem medo de gaviãoCome filhote de lagartoE rato de montão

O coelho pula muitoÉ branquinho, fofinhoGordinho e peludinhoE tem muitos filhotinhos

Poesia 3Monstro do Banheiro da Escola

Na escola,os meninos gostam mesmoé de jogar bola

As meninasaté brincam de geleca,mas gostam mesmoé de boneca

O banheiro da escolatodo mundo tem receioaté na hora do recreio

Dizem que látem um monstro,monstro do banheiro,mas na verdadea 2F descobriuque é só o porteiro,arrumando o chuveiro

A arte é boa companheira da poesia

Trab

alho

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ados

na

disc

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e 2

º an

o EF

(aba

ixo)

Ingredientes:• Alunos do 2º ano

• Poesias

• Arte feita no João

Modo de fazer:• Peça para que os estudantes

façam poesias

• Misture-as bem em uma

construção coletiva

• Decore com ilustrações

• Deguste sem pressa