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FALSOS POSITIVOS E SUAS POSSÍVEIS CAUSAS GLÓRIA REGINA FERREIRA DA SILVA SHIRLEY BORGES DE SOUZA QUINTANA

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FALSOS POSITIVOS E

SUAS POSSÍVEIS

CAUSAS

GLÓRIA REGINA FERREIRA DA SILVA

SHIRLEY BORGES DE SOUZA QUINTANA

Falsos Positivos

São os esfregaços classificados como

células atípicas de significado

indeterminado ou alteração mais grave

no escrutínio de rotina, e reclassificados

como negativos ou insatisfatórios pela

revisão detalhada por um profissional de

nível superior habilitado.

Fonte: INCA/2012

CAUSAS COMUNS DE RESULTADOS

FALSO-POSITIVOS

EM ESFREGAÇOS CERVICAIS

METAPLASIA TUBÁRIA

• Achado não neoplásico (Bethesda)

• Células endocervicais colunares, frequentemente em pequenos grupamentos superpostos

• Os núcleos podem estar aumentados, pleomórficos e frequentemente hipercromáticos

• Cromatina bem distribuída

• Bi ou multinucleação

• Nucléolos geralmente não visualizados

• Proporção núcleo/citoplasma pode estar elevada

• Característica fundamental, presença de cílios e/ou barra terminal

METAPLASIA TUBÁRIA

AUMENTO DE 400 X

METAPLASIA TUBÁRIA

AUMENTO DE 400 X AUMENTO 1000 X

METAPLASIA TUBÁRIA

AUMENTO 400 X

METAPLASIA

TUBÁRIA

METAPLASIA TUBÁRIA

METAPLASIA TUBÁRIA

METAPLASIA TUBÁRIA

Fonte: Imagem SLAC

DIAGNÓSTICO DIFERÊNCIAL

COM AIS

Fonte: Imagem SLAC

IMAGENS DE AIS

AUMENTO 400 X

IMAGENS DE AIS

AUMENTO 1000 X

QUAL O PROVÁVEL

DIAGNÓSTICO?

METAPLASIA IMATURA

• Células de reserva se diferenciando em células escamosas

• Alta proporção N/C

• Células pequenas arrendondadas

• Núcleos redondos centrais

• Membrana nuclear lisa

• Cromatina finamente granular e bem distribuída

• Monomorfismo nuclear

• Discreto hipercromatismo

METAPLASIA IMATURA

AUMENTO 400 X

METAPLASIA

IMATURA

AUMENTO 400 X

METAPLASIA

IMATURA

AUMENTO 400X

AUMENTO 1000X

METAPLASIA

IMATURA

AUMENTO 1000 X

METAPLASIA IMATURA X METAPLASIA ATÍPICA

AUMENTO 1000X

Metaplasia imatura

Metaplasia atípica

AUMENTO1000 X

IMAGENS DE HSIL

400X 1000X

IMAGENS DE HSIL

AUMENTO 400 X AUMENTO 1000 X

QUAL O PROVÁVEL DIAGNÓSTICO?

AUMENTO 1000X

REPARO TÍPICO

CARACTERISTICAS

• Células escamosas, glandulares ou

metaplásicas, de aspecto reativo

• Citoplasma escurecido (aumento da

síntese protéica)

• Formação de “lençol” citoplasmático

• Aumento do volume nuclear

• Nucléolos evidentes

• Figuras de mitose

• Manutenção da polaridade celular

REPARO TÍPICO X REPARO ATÍPICO

Características do efeito pós Radioterapia

Fase Aguda

Epitélio Escamoso

MALIGNAS BENIGNAS

NÚCLEO CITOPLASMA NÚCLEO CITOPLASMA

Bastante aumentado

Vacuolização acentuada

Irregular Irregular

Cromatina densa Macrocitose Aumentado de volume

Volumoso

Picnose Pálido Vacuolização

Vacúolos Eventualmente vacuolizado

Produção anômala de Queratina

Bi ou Multinucleação

EFEITOS DE RADIAÇÃO

Fase aguda célula benigna

EFEITOS DE RADIAÇÃO

Fase aguda

célula maligna

Efeito pós Radioterapia - Fase Crônica

• Células glandulares isoladas ou em grupos, em geral de 5 a 15 células, fundo limpo

• Frequentemente o núcleo é deslocado por grandes vacúolos, com aspecto de anel de sinete

• Células epiteliais isoladas ocasionais, com aumento do volume nuclear e alta proporção núcleo/citoplasma

• Frequente degeneração nuclear

• Nucléolos proeminentes por vezes múltiplos

• O diagnóstico diferencial engloba as lesões neoplásicas do epitélio endocervical

Fonte: Solomon, 2005

ALTERAÇÕES CELULARES REATIVAS ASSOCIADAS

AO USO DE DISPOSITIVO CONTRACEPTIVO INTRA-

UTERINO (DIU)

ALTERAÇÕES CELULARES REATIVAS

ASSOCIADAS AO DIU

Fonte: Solomon 2005

ALTERAÇÕES CELULARES REATIVAS

ASSOCIADAS AO DIU

Fonte: Solomon, 2005

DIU CELL

• Ausência de células cancerosas isoladas

• Arranjo celular em camadas únicas (não

estratificado)

• Sugere processo benigno

DIU Cell

Fonte SITEC

DIU Cell

Fonte SITEC

PARACERATOSE

TÍPICA

CARACTERÍSTICAS

• Células escamosas superficiais em

miniatura com citoplasma denso,

alaranjado ou eosinofílico

• Podem ser vistas isoladas, em camadas

ou em circunvoluções

• Formato celular: redondo, oval,

poligonal ou fusiforme

• Núcleos pequenos e densos (picnóticos)

Fonte: Solomon, 2005

PARACERASTOSE TÍPICA

Fonte: Solomon, 2005

PARACERATOSE TÍPICA X PARACERATOSE ATÍPICA

Fonte: Solomon, 2005

ATROFIA COM OU SEM INFLAMAÇÃO

• Monocamadas de células planas do tipo parabasais

• Polaridade nuclear preservada

• Aumento nuclear generalizado (3 a 5x o tamanho do núcleo de cels Inter)

• Podem apresentar leve hipercromasia e costumam apresentar núcleos mais alongados

• A cromatina é uniforme, bem distribuída

• A autólise pode resultar em núcleos desnudos

• Presença de “blue blobs” (corpos azuis) - cels parabasais degeneradas e muco espessado

• Pode ocorrer abundante exsudato inflamatório e uma base basofílica granular que lembra diátese tumoral

• Células parabasais degeneradas orangeofílicas com núcleos picnóticos que lembra uma “paraceratose”

• Frequentes histiócitos variando em tamanhos e formas, contendo núcleos multiplos.

ATROFIA COM INFLAMAÇÃO

ATROFIA

Fonte: arquivo SITEC

ATROFIA

Fonte: arquivo SITEC

ATROFIA

CORPOS AZUIS (

BLUE BLOBS

)

Fonte: arquivo SITEC

HIPERPLASIA MICROGLANDULAR

• É uma proliferação de células endocervicais

que pode ser confundida com o

adenocarcinoma.

• Ocorre em mulheres jovens, e está associada

com uso de anticoncepcionais orais e menos

frequente com a gravidez.

• Na citologia observa-se a presença de células

pequenas mononucleares, soltas ou em

grupamentos compactos, orangeofílicas, com

núcleos pequenos e hipercromáticos.

Hiperplasia microglandular

Imagens arquivo SITEC

Hiperplasia microglandular

Imagens arquivo SITEC

Hiperplasia microglandular

Imagem cedida pela Dra Marilene Nascimento

Hiperplasia microglandular

Imagem cedida pela Dra Marilene Nascimento

Hiperplasia microglandular

Corte Histológico

Imagens cedidas pela Dra Marilene Nascimento

Fenômeno Arias Stella

• Alterações em células glandulares endometriais e/ou

endocervicais, que apresentam grandes núcleos

hipercromáticos, multilobulados e abundante citoplasma

microvacuolizado , em casos de gestação normal ou

ectópica,

• Marcantes atipias nucleares (aumento do tamanho,

pleomorfismo e hipercromasia)

• Estas células podem ser encontradas em esfregaços

cérvico-vaginais, levando a um diagnóstico errôneo de

câncer.

CÉLULAS DE ARIAS-STELLA

Corte histológico

Citologia

LESÕES BENIGNAS RARAS

QUE ACOMETEM

O TRATO GENITAL

ADENOSE VAGINAL

• Substituição de partes do epitélio escamoso vaginal por epitélio glandular, o qual passa a revestir a superfície das porções vaginais e eventualmente a ectocérvice.

• A adenose vaginal é um quadro importante, pois pode dar origem a adenocarcinoma de células clara.

• A evolução mais comum da A.V é a substituição do epitélio glandular por áreas de metaplasia escamosa.

• Surge em filhas de mulheres que receberam dietilestilbestrol (DES) durante o primeiro trimestre de gravidez para prevenir eventuais abortamentos.

ADENOSE

VAGINAL

Fonte: Koss, 2006

Adenose Vaginal

Fonte: IARC

Corte Histológico

PÊNFIGO VULGAR

• Doença rara, dermatológia, caracterizada pela

formação de vesículas intra-epiteliais e bolhas.

• Pode acometer o epitélio da vulva, vagina e colo

uterino.

• Células escamosas intermediárias e parabasais

apresentam núcleos grandes e pálidos, com

nucléolos proeminentes ou múltiplos (células

de Tzanck).

• Tais nucléolos podem levar ao diagnóstico

errôneo de um carcinoma.

PÊNFIGO

VULGAR

Fonte: Koss, 2006

CITOLOGIA

TECIDO DE

GRANULAÇÃO

• Constitui uma resposta à destruição produzida por infecções, biópsias, cauterizações, procedimentos cirúrgicos ou radioterapias

• A lesão pode ser vista a olho nu (granuloma)

• O tecido de granulação é composto por fibroblastos, vasos capilares recém-formados e intenso exsudato inflamatório(com o predomínio de linfócitos e macrófagos).

• Os fibroblastos podem evidenciar atividade mitótica

• Mitoses atípicas podem ser encontradas, sugerindo a existência de um sarcoma

• Na dúvida, a colposcopia com a biópsia poderá ser indicada.

Tecido de Granulação

DADOS ESTATÍTICOS DE FALSOS

POSITIVOS ENCONTRADOS NO ANO DE

2011 E 2012 NO LABORATÓRIO DA

SITEC/DIPAT/INCA

Fonte: Sistema Sitec

Os percentuais de FP não representam

o resultado do laboratório como um

todo, mas o percentual do

monitoramento interno de qualidade

entre os casos encaminhados, pelos

citotécnicos, como suspeitos e não

confirmados pelos médicos

citopatologistas.

O monitoramento interno permite o

fortalecimento da capacidade técnica,

melhorando o desempenho do exame

colpocitológico em detectar anormalidades

escamosas e glandulares, sendo, portanto,

indispensável para evitar a liberação de

resultados falsos negativos e ou falsos

positivos.

Um resultado falso positivo significa posterior

teste invasivo e tratamentos desnecessários.

O impacto psicológico é enorme diante de

um resultado falso positivo.

ARCURI, R A et col. – Controle Interno de Qualidade em Citopatologia Ginecológica: um estudo

de 48.355 casos, Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, Rio de Janeiro, v. 38, n

2, p 141-147, 2002

http://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?key=adenose&lang=4 acesso em 24/07/2013 às

22;00

INCA, Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – Manual de Gestão da

qualidade para laboratório de citopatologia – Coordenação-Geral de Prevenção e Vigilância –

Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. – Rio de Janeiro: INCA, 2012.

Koss, L G e Gompel, C – Instrodução à Citopatologia Ginecológica com Correlações

Histológicas e Clínicas. Editora Rocca, São Paulo, 2006

http://www.cito-latam.com/index.php acesso em 23/07/2013 às 18:00h

Rosa, P – Avaliação do programa de monitoramento externo da qualidade do Câncer do colo de

útero do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2007 - Dissertação para o título de Mestre em

Ciências Médicas.

Solomon, D; Nayar, R – Sistema Bethesda para Citopatologia Cervicovaginal Definições,

Critérios e Notas Explicativas. Segunda Edição, Revinter, Rio de Janeiro, 2005.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Devemos buscar sempre o melhor caminho...

Em busca de um melhor resultado.