fanatismo religioso
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Fanatismo religioso
Paixão cega que leva um individuo a excessos em favor de uma religião, doutrina,
partido etc.
Dedicação excessiva.
Em Psicologia, os fanáticos são descritos como indivíduos dotados das seguintes
características:
1. Agressividade excessiva;
2. Preconceitos variados;
3. Estreiteza mental;
4. Extrema credulidade quanto a um determinado "sistema";
5. Ódio;
6. Sistema subjetivo de valores;
7. Intenso individualismo;
8. Demora excessivamente prolongada em determinada situação/circunstância.
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Religiões Indianas
O Sikhismo
O sikhismo ou siquismo é uma religião monoteísta fundada em fins do século XV
no Punjab (região dividida entre o Paquistão e a Índia) pelo Guru Nanak (1469-1539).
Elementos essenciais da história do Sikhismo
O Sikhismo é uma religião fundada por Baba Nanak, que tinha por objetivo criar
uma religião que fosse a fusão entre o islamismo e o hinduísmo.
O livro sagrado dos seguidores do Sikhismo, chamados sikhs, é o Adi Granth.
Uma das ideias pregadas pelo Sikhismo indica que existe um karma, uma influência, na
vida atual, de ações cometidas nas vidas anteriores. Além disso, os sikhs são defensores
da tolerância e da igualdade e acreditam que somente através de nossos próprios
esforços somos capazes de nos libertar.
Desta forma, o Sikhismo indica que os seres humanos estão separados de Deus
por serem egocêntricos. Na religião sikh, haumai é a palavra que denomina o
egocentrismo humano e samsara significa o ciclo de renascimentos em que os seres
humanos ficam presos por serem individualistas. A libertação é a união com Deus, que se
revela aos homens por sua graça, que é denominada Nadar . De acordo com os
ensinamentos do Guru Nanak, somente a recordação devotada do nome “nam simaram”
e a repetição do nome “nam japam” em murmúrios permitem a libertação do haumai e aunião com Deus.
O Guru Granth Sahib
Também denominado Adi jbhubhibhuGranth ("Livro do Começo", "Livro Original"),
o Guru Granth Sahib ("o Senhor Mestre Livro") é o livro sagrado do sikhismo. O décimo
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guru ordenou antes de falecer que este fosse considerado como o guru eterno, o único
guia espiritual.
Trata-se de uma colectânea em panjabi dos hinos religiosos do Guru Nanak e dosseus sucessores, bem como de textos de poetas hindus e muçulmanos. Os sikhs
particularmente devotos dedicam-se a ler ininterruptamente as 1430 páginas do livro.
Cada casa e cada templo sikh possuem o seu exemplar.
Outros escritos sagrados da religião são o Dasam Granth ("Livro do Décimo
Guru") e as composições de Bhai Gurdas e Bhai Nand Lal (Bhai , "Irmãos").
REEBER, Michel. Religiões: mais de 400 termos, conceitos e ideias, Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.
Calendário, rituais e espiritualidade
No Sikhismo existem diversos rituais, sendo alguns deles:
O de nascimento, no qual o recém-nascido é levado a um gurdwara, local onde seabre o Guru Granth Sahib em uma página aleatória. Então o nome da criança é escolhido
de acordo com a primeira letra da primeira palavra da página aberta do lado esquerdo.
O do casamento, denominado Anand Karai , os noivos dão quatro voltas
contornando o Guru Granth Sahib enquanto entoam hinos religiosos. A cerimónia é
conduzida por um homem ou mulher que foi iniciado na Khalasa. Esta pessoa explica aos
noivos os seus deveres matrimoniais.
O funerário, onde há cremação após diversos hinos serem recitados. Geralmente
as cinzas são jogadas em rios como o Ganges.
Uma das cerimónias mais importantes do sikhismo é a iniciação na ordem Khalsa.
Os sikhs que participaram na cerimónia amri t (ou seja, na cerimónia onde bebem a bebida
açucarada mexida por um sabre de dois gumes), recebem o título amri tdhari ("portador do
néctar") e novos nomes, passando a usar os chamados Cinco Cás (K). Os sikhs que
ainda não foram iniciados nesta cerimónia são chamados sahajdhari.
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Os homens sikhs utilizam o apelido (sobrenome) Singh ("Leão") depois do nome
próprio. As mulheres utilizam Kaur ("Princesa") como segundo nome. A não-aceitação
pelos sikhs do sistema de castas reflete-se no facto de muitos sikhs preferirem evitar o uso
do apelido, muito ligado à identificação das castas, utilizando somente o seu nome
individual seguido de Singh ou Kaur .
Os homens seguram o cabelo com um turbante (que pode ser branco ou de cor),
enquanto que as mulheres utilizam um lenço. Aqueles que cortaram o cabelo ou a barba
são chamados pelos ortodoxos patit, isto, é "decaídos" ou "renegados".
Durante uma cerimónia de casamento sikh ( Anand Karaj ) os noivos devem dar
quatro voltas em torno do Guru Granth Sahib, sendo cada uma dessa voltas acompanhada
pelo canto de um hino religioso.
Diversidade da religião
O número de praticantes do Sikhismo chega a 23 milhões. Deste número, estima-
se que 19 milhões vivam na Índia, a maior parte no estado do Panjabi. Apesar da
totalidade estar em território indiano, há comunidades sikhs no Reino Unido, Canadá eEstados Unidos. Além disso, existem pequenos grupos em Singapura e na Malásia.
Festas religiosas
As principais festas religiosas do Sikhismo ocorrem por altura do aniversário do
nascimento dos gurus, em particular do Guru Nanak (meados de Novembro) e do Guru
Gobind Singh (meados de Junho).
Os sikhs (ou siques) também celebram o Hola Mahol la (meados de Março), que
coincide com o festival hindu das cores, o Holi . Durante este festival os sikhs realizam
desfiles militares e espetáculos de artes marciais.
Outras festas incluem a celebração da instituição do Khalasa , do Ano Novo
(Vaisakhi ou Baisakhi , kjkijoiju a meio de Abril) e dos martírios do Guru Arjun (7 de
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Junho), do Guru Tegh Bahadur (3 de Novembro) e dos dois filhos do Guru Gobind
Singh.
Lakshmi Kapani, O Sikhismo, in As Grandes Religiões do Mundo, direcção de Jean Delumeau.
Lisboa: Editoral Presença, 1997.
Centralidade do Sikhismo
Os templos sikhs recebem o nome de gurdwaras (anglicização de gurdvârâ, "A
porta do Mestre"). Neles ocupa um lugar de privilégio o livro sagrado, o Guru Granth
Sahib.
A arquitetura destes templos reflete um estilo mogol tardio influenciado pelo estilo
hindu. Não existem neles estátuas e estes não têm qualquer orientação especial.
Visitar diariamente o gurdwara é um dever religioso de todos os sikhs. Está aberto
a pessoas de outras religiões, mas todos os visitantes devem trazer a cabeça coberta,
descalçar os sapatos e lavar os pés antes de nele penetrarem, Em sinal de respeito.
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O Jainismo
O Jainismo ou jinismo é uma das religiões mais antigas da Índia, juntamente com
o hinduísmo e o budismo, compartilhando com este último a ausência da necessidade de
Deus como criador ou figura central. Considera-se que a sua origem antecede o
Bramanismo, embora seja mais provável que tenha surgido na sua forma atual no século
V a.C., em resultado da ação religiosa do Mahavira.
Elementos essenciais da história do Jainismo
Vista durante algum tempo pelos investigadores ocidentais como uma seita do
Hinduísmo ou uma heresia do Budismo, devido à partilha de elementos comuns com estas
religiões, o Jainismo é contudo um fenômeno original. Ao contrário do Budismo, o
Jainismo nunca teve um espírito missionário, tendo permanecido na Índia, onde os jainas
constituem hoje cerca de quatro milhões de crentes. Pequenas comunidades jainas
existem também na América do Norte e na Europa, em resultado de movimentos
migratórios. A palavra jainismo tem as suas origens no verbo sânscrito jin que significa
"conquistador". Os seus adeptos devem combater, através de uma série de estágios, as
paixões de modo a alcançar a libertação do mundo.
Sua visão básica é dualista. A matéria e a monada vital ou jiva são de naturezas
distintas, e durante sua vida o ser vivente (seja humano ou animal) tinge sua monada
como resultado de suas ações. Para se purificar, esta religião propõe um extremo
ascetismo e o colocar em prática da doutrina da não-violência ou ahimsa
Formas de culto
Uma das principais formas de culto dos jainas leigos é prestar homenagem às estátuas dos
Tirthankaras. Os jainas lavam as estátuas e dedicam-lhes oferendas, como mel, flores, arroz, etc. Alguns
grupos jainas, como os Sthanakavasis e os Terapanthis, são contra o culto de imagens.
O crente não adora a estátua em si, mas antes as qualidades associadas a ela, de modo a receber
inspiração para seguir o mesmo caminho. As estátuas podem ser adoradas nos templos ou então em
pequenos santuários existentes nas casas. São representadas em posição de meditação, sentadas ou em pé.
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Não é possível estabelecer qualquer forma de contacto com os Tirthankaras através desta forma de
culto, uma vez que estes, tendo alcançado a libertação, ficam fora do contacto humano. Contudo, durante a
Idade Média cada Tirthankara foi associado a uma deusa protetora, em relação às quais se desenvolveram
formas particulares de devoção. As deusas mais importantes são Ambika (associada ao 22º Tirthankara,
Arishtanemi ), Padmavati (associada a Parshva), Lakshmi e Sarasvati.
As orações jainas fazem referência aos grandes actos dos Tirthankaras e aos ensinamentos do
Mahavira , sendo ditas num antigo dialecto do Bihar , o Ardha Magadhi. A principal oração é o Namaskara
Sutra, através do qual o jaina presta homenagem às qualidades dos cinco grandes seres do jainismo.
O ato de fazer doações para a construção de templos é também considerado uma forma de culto,
assim como a prática de peregrinações.
Calendário, rituais e espiritualidade
Os principais festivais do Jainismo são:
Mahavira Jayanti: decorre em março ou abril e celebra a data do nascimento do
Mahavira. Neste dia estátuas do Mahavira são levadas em procissões pelas ruas e os
jainas reúnem-se nos templos para ouvir a leitura dos seus ensinamentos.
Paryushana: durante o mês de Bhadrapada (agosto-setembro) os membros do
ramo Svetambara do jainismo celebram um dos seus festivais mais importantes,
Paryushana . Este festival está dedicado ao perdão e consiste na prática do jejum durante
oito dias. No último dia do festival (Samvatsari ) os jainas pedem perdão uns aos outros por
ofensas que possam ter causado; aqueles que conseguiram jejuar durante os oito dias
seguidos são levados para os templos em procissão. O festival equivalente na tradição
Digambara denomina-se Dashalakshanaparvan, e para além da prática do jejum, é lido
nos templos um importante texto, o Tattvartha-sutra.Divali (festa da luzes): celebração comum a toda a Índia, é para os jainas a
comemoração da altura em que o Mahavira deu os seus últimos ensinamentos e alcançou
a libertação. Ocorre no mês de Kaartika, que corresponde no calendário gregoriano a
outubro-novembro.
Kartik Purnima: ocorre no dia de lua cheia do mês de Kaartika. Após terem
permanecido numa determinada localidade durante os meses da monção, os monges e
monjas jainas regressam à vida errante, sendo por vezes acompanhados por leigos no
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percurso que fazem para outro local. Neste dia muitos jainas realizam a peregrinação aos
templos de Palitana, no estado indiano do Gujarate.
Mastakabhisheka: Cada doze anos os jainas (principalmente os do ramo
Digambara) reúnem-se no santuário de Shravana Belgola no estado de Karnataka, onde
se encontra uma estátua de dezassete metros de Bahubali, que é alvo de libações com
água, mel, leite, flores, preparados de ervas e especiarias.
Princípios básicos da fé da religião
O tempo
Os jainas consideram que o tempo é infinito e cíclico. Ele é visto como uma grande
roda dividida em duas partes idênticas: uma realiza um movimento ascendente (Utsarpini ),enquanto que a outra um movimento descendente ( Avasarpini ). Cada uma destas partes
divide-se em seis eras (ara). Durante o período ascendente os seres humanos progridem
ao nível do saber, estatura e felicidade, enquanto que o período descendente caracteriza-
se pela degradação do mundo, pelo esquecimento da religião e pela perda de qualidade
de vida pelos humanos.
Segundo os jainas, vivemos atualmente num período de movimento descendente,numa era de infelicidade (Dukham Kal), que começou há 2500 anos e que durará 21 mil
anos.
O universo e os cinco mundos
Segundo o jainismo, o universo divide-se em cinco mundos, sendo cada um deles
habitado por determinado tipo de seres. O universo é eterno, não tendo sido criado por
nenhum ser superior.
No topo do universo está a morada suprema (siddhashila), que é o local onde
habitam as almas que alcançaram a libertação (estas almas são denominadas Siddhas).
Abaixo encontram-se trinta céus, habitados por seres celestiais, alguns dos quais
caminham para a morada suprema.
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O mundo médio (madhyaloka) inclui vários continentes separados por mares. No
centro deste mundo encontra-se o continente Jambudvipa, considerado o único
continente no qual as almas podem alcançar a libertação. Os seres humanos habitam este
continente, bem como um segundo continente ao lado deste e parte do terceiro continente.
O mundo inferior (adholoka) consiste em sete infernos, onde os seres são
atormentados por demónios e onde se atormentam uns aos outros. Abaixo do sétimo
inferno encontra-se a base do universo (nigoda), habitada por inúmeras formas inferiores
de vida.
Karma
À semelhança do hinduísmo e do budismo, o jainismo partilha da crença no karma,
embora de uma forma diferente. O karma no jainismo não é apenas um processo em que
determinadas ações produzem reações, mas também uma substância física que se
agrega a uma alma. As partículas de karma existem no universo e associam-se a uma
alma devido às ações dessa alma (por exemplo, quando uma alma mente, rouba ou mata
esta provoca a o agregação de karma na sua alma). A quantidade e qualidade destas
partículas determinam a existência que a alma terá, a sua felicidade ou infelicidade. Só é
possível a uma alma alcançar a libertação quando desta se retirarem todas as partículas
de karma.
O processo que permite a libertação das partículas de karma de uma alma
denomina-se nirjara e inclui práticas como o jejum, o retiro para locais isolados, a
mortificação do corpo e a meditação. Os seguidores do Jainismo utilizam para isso um
ritual mortuário chamado Sallekhana (também conhecido como Santhara, Samadhi-
Marana, Samnyasa-Marana),que consiste em praticar a eutanásia através do jejum.Devido à natureza prolongada da sallekhana, é dado tempo ao indivíduo suficiente para
refletir sobre sua vida e pedir perdão dos seus pecados aos deuses. O voto de sallekhana
é tomado quando se sente que a vida tem servido o seu propósito. O objetivo é limpar
karmas antigos e impedir a criação de novos. Existe uma prática hindu similar conhecido
como Prayopavesa. De acordo com a revista Press Trust of India, em média, 240
jainistas prática sallekhana até a morte a cada ano na Índia.
Merriam-Webster's Encyclopedia of World Religions.
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Festivais
Os principais festivais do jainismo são:Mahavira Jayanti - decorre em março ou abril e celebra a data do nascimento do Mahavira. Neste
dia estátuas do Mahavira são levadas em procissões pelas ruas e os jainas reúnem-se nos templos para ouvir
a leitura dos seus ensinamentos.
Paryushana: durante o mês de Bhadrapada (agosto-setembro) os membros do ramo Svetambara
do jainismo celebram um dos seus festivais mais importantes, Paryushana. Este festival está dedicado ao
perdão e consiste na prática do jejum durante oito dias. No último dia do festival (Samvatsari) os jainas pedem
perdão uns aos outros por ofensas que possam ter causado; aqueles que conseguiram jejuar durante os oito
dias seguidos são levados para os templos em procissão. O festival equivalente na tradição Digambara
denomina-se Dashalakshanaparvan, e para além da prática do jejum, é lido nos templos um importante texto, o
Tattvartha-sutra.
Divali (festa da luzes) - celebração comum a toda a Índia, é para os jainas a comemoração da altura
em que o Mahavira deu os seus últimos ensinamentos e alcançou a libertação. Ocorre no mês de Kaartika,
que corresponde no calendário gregoriano a outubro-novembro.
Kartik Purnima - ocorre no dia de lua cheia do mês de Kaartika. Após terem permanecido numa
determinada localidade durante os meses da monção, os monges e monjas jainas regressam à vida errante,
sendo por vezes acompanhados por leigos no percurso que fazem para outro local. Neste dia muitos jainas
realizam a peregrinação aos templos de Palitana, no estado indiano do Gujarate.
Mastakabhisheka - Cada doze anos os jainas (principalmente os do ramo Digambara) reúnem-se
no santuário de Shravana Belgola no estado de Karnataka, onde se encontra uma estátua de dezessete
metros de Bahubali, que é alvo de libações com água, mel, leite, flores, preparados de ervas e especiarias.
Confucionismo
O confucionismo (儒學, Rúxué) ou confucianismo é um sistema filosófico chinês criado por Kung-Fu-
Tzu (孔夫子). Entre as preocupações do confucionismo estão a moral, a política, a pedagogia e a religião.
Conhecida pelos chineses com "ensinamentos dos sábios". Fundamentada nos ensinamentos de seu mestre,
o confucionismo encontrou uma continuidade histórica única. Além de tradição religiosa, o confucionismo é
considerado uma filosofia, ética social, ideologia política, tradição literária e um modo de vida. Confúcio, forma
latina de Kung Fu Tsé, filósofo chinês do século VI a.C, compila e organiza antigas tradições da sabedoria
chinesa e elabora uma doutrina assumida como oficial na China por mais de 25 séculos. Combatido como
reacionário durante a Revolução Cultural chinesa (1966-1976), o confucionismo toma novo impulso após as
recentes mudanças políticas no país. Atualmente, 25% da população chinesa declaram-se adeptos do
confucionismo.
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Ritual
No Confucionismo, o termo "ritual" logo foi estendido para incluir o comportamento cerimonial secular
e, eventualmente, refere-se também ao decoro ou polidez que se vê no dia-a-dia. Rituais foram codificados e
tratados como um sistema completo de normas. O próprio Confúcio tentou reanimar a etiqueta das dinastias
antigas. Após sua morte, as pessoas o viam como uma grande autoridade sobre os comportamentos dosrituais.
É importante notar que o "ritual" desenvolveu um significado específico no confucionismo, ao
contrário de seus significados religiosos usuais. No confucionismo, os atos da vida quotidiana são
considerados rituais. Os rituais não são necessariamente regimentados ou práticas arbitrárias, mas sim as
rotinas em que muitas vezes as pessoas se inserem, consciente ou inconscientemente, durante o curso normal
de suas vidas. Moldar os rituais de uma forma que leve a uma sociedade saudável e satisfeita e a um povo
saudável e satisfeito é um objetivo da filosofia confucionista.
História
Dos seguidores de Confúcio, o século I A.C. encontrou em Meng Zi (孟子)(Mêncio, e Xun Zi (荀子) um
grande desenvolvimento e expansão na sociedade. Esses dois autores buscaram compreender o
confucionismo dentro de um pensamento natural, recorrente nas forças que atuavam na sociedade em seus
períodos de vida.
Mêncio
Mêncio acreditava na importância da educação para retificar a boa natureza humana, que teria sido
depravada em função dos conflitos e das necessidades impostas pela vida. O ser humano possuiria a
capacidade de desenvolver um espírito de ajuda mútua de modo a evitar os conflitos interpessoais inerentes à
existência humana.
Xun Zi
Já Xun Zi recorreu ao verso da moeda para compreender o papel de Confúcio. Ele acreditava numa
natureza perversa do homem, derivado dos mesmos instintos de preservação dos animais. Talvez pensando
nos rituais propostos para a sociedade, e pela necessidade de ordenação, tal como no maior fundamento das
lendas de fundação chinesas e na influência jurista, Xun Zi via no interior do homem uma inteligência capaz de
articular meios pelo qual poderia evitar sua condição natural de forma arbitrária, mas que para isso haveria de
ter criado uma escala de valores delimitantes da ação humana.
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Mêncio conseguiu uma boa repercussão popular por sua abordagem otimista da vida, mas as classes
altas da sociedade viram em Xun Zi uma explicação razoável para suas dúvidas. Assim ao menos deixam
transparecer algumas biografias de Sima Qian (II a. C.).
Império chinês
O Confucionismo se tornaria a doutrina oficial do império chinês durante a dinastia Han ( séculos III a.
C. - III d. C.), encontrando continuadores ao longo deste período que se destacaram em vários campos
diferentes. Donz Zhong shu, por exemplo, buscou revigorar e re-interpretar o confucionismo através das
teorias cosmológicas dos [cinco elementos] (Terra, Madeira, Fogo, Metal e Água); Wang Chong utilizou-se de
um ceticismo lógico para criticar as crenças infundadas e os mitos religiosos.
Embora tivesse perdido um certo vigor após a dinastia Han, o confucionismo seria novamentedesenvolvido no movimento conhecido como neoconfucionismo, datado do século X d.C., através da figura de
personagens como os irmãos Cheng e Zhuxi, o grande comentador confucionista.
Antiguidade
Templo de Confúcio em Kaohsiung (Taiwan).
De qualquer modo, já na antiguidade o confucionismo atingiu um pleno sucesso, tornando-se uma
filosofia moral de profundo impacto na estrutura social e quotidiana da sociedade. O valor ao estudo, à
disciplina, à ordem, à consciência política e ao trabalho são lemas que o confucionismo intrometeu de maneiradefinitiva na vida da civilização chinesa da antiguidade aos dias de hoje. Note-se que, ao contrário do que
muitos afirmam, o confucionismo não se trata de uma religião. Não possui um credo estabelecido, mas apenas
determinações rituais de caráter social, que permitem a um adepto do confucionismo a liberdade de crença em
qualquer tipo de sistema metafísico ou religioso que não vá contra as regras de respeito mútuo e etiqueta
pessoal.
Taoismo
O taoismo, também chamado daoismo e tauismo1 2 , é uma tradição filosófica e religiosa origináriada China que enfatiza a vida em harmonia com o Tao (romanizado atualmente como "Dao"). O termo chinês
tao significa "caminho", "via" ou "princípio", e também pode ser encontrado em outras filosofias e religiões
chinesas. No taoismo, especificamente, o termo designa a fonte, a dinâmica e a força motriz por trás de tudo
que existe.
É, basicamente, indefinível: "O Tao do qual se pode discorrer não é o eterno Tao."3 A principal obra
do taoismo é o Tao Te Ching, um livro conciso e ambíguo que contém os ensinamentos atribuídos a Lao Zi
(chinês: 老子, pinyin: Lǎozi, Wade-Giles: Lao Tzu). Juntamente com os escritos de Zhuangzi, estes textos
formam os alicerces filosóficos do taoismo. Este taoismo filosófico, individualista por natureza, não foi
institucionalizado.
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Ao longo do tempo, no entanto, foram sendo criadas formas institucionalizadas do taoismo na forma
de diferentes escolas que, frequentemente, misturaram crenças e práticas que antecediam até mesmo os
textos-chave do taoismo - como, por exemplo, as teorias da Escola dos Naturalistas, que sintetizaram
conceitos como o do yin-yang e o dos cinco elementos. As escolas taoistas tradicionalmente reverenciam LaoZi e os "imortais" ou "ancestrais" e possuem diversos rituais de adivinhação e exorcismo, além de práticas que
visam a atingir o êxtase e obter maior longevidade ou mesmo a imortalidade.
As tradições e éticas taoistas variam de acordo com a escola, porém, no geral, enfatizam a
serenidade4 , a não ação (wu-wei), o vazio, a moderação dos desejos5 , a simplicidade6 , a espontaneidade, a
contemplação da natureza7 e os Três Tesouros: compaixão, moderação e humildade.
O taoismo teve uma influência profunda na cultura chinesa no decorrer dos séculos. Os clérigos dotaoismo institucionalizado (chinês: 道士, pinyin: dàoshi), geralmente, tomam cuidado para deixar clara a
distinção entre suas tradições rituais e os costumes e práticas encontrados na religião popular chinesa, uma
vez que estas distinções podem ser facilmente pouco perceptíveis. A alquimia chinesa (especialmente neidan),
a astrologia chinesa, o zen-budismo, diversas artes marciais, a medicina tradicional chinesa, o feng shui e
diversos estilos de qiqong têm suas histórias entrelaçadas com a do taoismo. Além da China em si, o taoismo
teve grande influência nas sociedades do leste da Ásia.
Após Lao Zi e Zhuangzi, a literatura do taoismo cresceu com regularidade e passou a ser compilada
na forma de um cânone, o Daozang, que, por vezes, era publicado a mando do Imperador da China. Ao longoda história chinesa, o taoismo foi, por diversas vezes, decretado a religião do Estado. Após o século XVII, no
entanto, ele perdeu muito de sua popularidade. Tal como todas as outras atividades religiosas, o taoismo foi
reprimido nas primeiras décadas da República Popular da China e até mesmo perseguido durante a Revolução
Cultural de Mao Tsé-Tung; continuou, no entanto, a ser praticado livremente em Taiwan. Hoje em dia, é uma
das cinco religiões reconhecidas pela República Popular da China e, embora não costume ser compreendida
com facilidade longe de suas raízes asiáticas, tem seguidores em diversas sociedades ao redor do mundo.
Categorização
Há um debate sobre como, e se, o taoismo deve ser classificado. Lívia Kohn dividiu-o em três
categorias:9
1.Taoismo filosófico (Chinês:道家; pinyin: dàojiā; Wade-Giles: tao-chia) - A escola filosófica baseada
nos textos Dao De Jing (道德 经) e Zhuangzi (庄子);
2.Taoismo religioso (chinês: 道教; pinyin: dàojiào; Wade-Giles: tao-chiao) - Uma família de
movimentos religiosos organizados da China, oriundos do movimento Mestres Celestiais durante o final da
Dinastia Han e, mais tarde, incluindo as seitas "ortodoxa" (Zhengyi; 正 一) e a "Realidade Completa"
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(Quanzhen, 全 眞), que reivindicam linhagens descendentes de Laozi (老子) ou Daoling Zhang no final da
dinastia Han;
3.Taoismo tradicional - A religião tradicional chinesa. Manifestações da tradição religiosa chinesa, de
caráter popular, integram elementos do taoismo religioso, do confucionismo e do budismo.
Esta distinção é complicada pelas dificuldades hermenêuticas (interpretações) na categorização das
escolas taoistas, seitas e movimentos.10 Alguns estudiosos acreditam que não há distinção entre daojia e
daojiao.11 De acordo com Kirkland, "a maioria dos estudiosos que tem estudado o taoismo a sério, tanto na
Ásia quanto no Ocidente, finalmente abandonou a dicotomia simplista de tao-chia (taoismo filosófico) e tao-
chiao (taoismo religioso)".12
Hansen afirma que a identificação de "taoismo", como tal, ocorreu pela primeira vez no início da
Dinastia Han, quando dao-jia foi identificado como uma única escola.13 Os escritos de Laozi e Zhuangzi foramunidos sob esta tradição única durante a Dinastia Han, mas, notavelmente, não antes desta.14 É improvável
que Zhuangzi fosse familiarizado com o texto Daodejing (Tao-te-ching).15 16 Além disso, Graham afirma que
Zhuangzi não teria se identificado como um taoista, uma classificação que não surgiu até bem depois de sua
morte.16
O taoismo não cai estritamente sob uma definição de uma religião organizada, como as tradições
abraâmicas, nem pode puramente ser estudado como o autor ou uma variante da religião tradicional chinesa,
tanto que a religião tradicional está fora dos princípios e ensinamentos nucleares do taoismo.17 Robinet afirma
que o taoismo pode ser melhor entendido como um modo de vida do que como uma religião, e que seusadeptos não se aproximam ou veem o taoismo da mesma maneira não taoista com que os historiadores o têm
feito.18 Henri Maspero observou que muitos trabalhos acadêmicos enquadram o taoismo como uma escola de
pensamento focado na busca pela imortalidade.
História
Tradicionalmente, o taoismo é atribuído a três fontes principais:
A mais antiga, o mítico "Imperador Amarelo", que teria vivido entre 2697 a.C. e 2597 a.C.20 ;
A mais famosa, o livro de aforismos místicos Tao Te Ching (Dao De Jing), supostamente escrito por
Laozi (Lao Tse), que, segundo a tradição, foi um contemporâneo mais velho de Confúcio (551 a.C.-479 a.C.);
Os trabalhos do filósofo Zhuangzi (Chuang-Tsé) (369 a.C.-286 a.C.)
Outros livros ampliaram o taoismo, como o Tratado do Vazio Perfeito, de Liezi; e a compilação
Huainanzi. Além destes, o antigo I Ching, "O Livro Das Mutações", é tido como uma fonte extra do taoismo,
assim como práticas de adivinhação da China antiga.
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Algumas formas de taoismo podem ser rastreadas até as religiões tradicionais na China pré -histórica,
que, mais tarde, se uniram em uma tradição taoista.21 22 Laozi é tradicionalmente considerado como o
fundador do taoismo e está intimamente associado, nesse contexto, com o taoismo "original" ou "primordial".23
Laozi recebeu o reconhecimento imperial como uma divindade, em meados da século II a.C..24 O taoismo
ganhou status oficial na China durante a Dinastia Tang, cujos imperadores alegaram que Laozi era seu
parente.25 Vários imperadores Song, mais notavelmente Huizong, estavam ativos na promoção do taoismo,
coletando textos taoistas e edições publicadas do Daozang.26 Aspectos do confucionismo, taoismo e do
budismo foram sintetizados conscientemente na escola neoconfucionista, que, eventualmente, se tornou a
ortodoxia imperial para os fins burocráticos do Estado.27
A Dinastia Qing, no entanto, muito favoreceu clássicos confucionistas e rejeitou os trabalhos taoistas.
Durante o século XVIII, a biblioteca imperial foi construída, mas excluiu praticamente todos os livros taoistas.28
No início do século XX, o taoismo tinha caído tanto, que apenas uma cópia completa do Daozang ainda
permanecia, no Mosteiro Nuvem Branca, em Pequim.29 Atualmente, o taoismo é uma das cinco religiões
reconhecidas pela República Popular da China, que regula suas atividades através de uma estatal burocrática
(a Associação Taoista da China).
Xintoísmo
Xintoísmo (em japonês: 神道, transl. Shintō) é o nome dado à espiritualidade
tradicional do Japão e dos japoneses, considerado também uma religião pelos estudiosos
ocidentais. A palavra Shinto ("Caminho dos Deuses") foi adotada do chinês escrito (神道),1
através da combinação de dois kanjis: "shin" (神?), que significa "deuses" ou "espíritos"
(originalmente da palavra chinesa shen); e "tō" (道?), ou "do", que significa "estudo" ou
"caminho filosófico" (originalmente da palavra chinesa tao). Os termos yamato-kotoba (大
和言葉) e Kami no michi costumam ser usados de maneira semelhante, e apresentam
significados similares.
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O xintoísmo incorpora práticas espirituais derivadas de diversas tradições pré-
históricas japonesas, locais e regionais, porém não surgiu como instituição religiosa
formalmente centralizada até a chegada do budismo, confucionismo e daoísmo no país, a
partir do século VI.3 O budismo gradualmente se adaptou, no Japão, à espiritualidade
nativa, como por exemplo na inclusão do kami, componente da crença xintoísta, entre os
bodisatvas (bosatsu).
As práticas xintoístas foram registradas e codificadas pela primeira vez nos
registros escritos históricos do Kojiki e Nihon Shoki, nos séculos VII e VIII. Ainda assim,
estes primeiros escritos japoneses não se referem a uma "religião xintoísta" unificada, mas
a práticas associadas com as colheitas e outros eventos dos clãs relacionados às
estações do ano, aliadas a uma cosmogonia e mitologia unicamente japonesas, quecombina tradições espirituais dos clãs ascendentes do Japão arcaico, principalmente das
culturas Yamato e Izumo.2
O xintoísmo caracteriza-se pelo culto à natureza, aos ancestrais,e pelo seu
politeísmo , com uma forte ênfase na pureza espiritual, e que tem como uma de suas
práticas honrar e celebrar a existência de Kami (神?), que pode ser definido como
"espírito", "essência" ou "divindades", e é associado com múltiplos formatoscompreendidos pelos fieis; em alguns casos apresentam uma forma humana, em outros
animística, e em outros é associado com forças mais abstratas, "naturais", do mundo
(montanhas, rios, relâmpago, vento, ondas, árvores, rochas). Considerado como
consistindo de energias e elementos "sagrados", o Kami e as pessoas não são separados,
mas existem num mesmo mundo e partilham de sua complexidade interrelacionada.2 O
xintoísmo moderno apresenta uma autoridade teológica central, porém não tem uma
teocracia única. Consiste, atualmente, de uma associação inclusiva de santuários locais,
regionais e nacionais de variada significância, em importância e história, que exprimem
suas diversas crenças através de práticas e idiomas semelhantes, adotando um estilo
semelhante no vestuário, arquitetura e ritual, que data dos períodos Nara e Heian.2
O xintoísmo tem atualmente cerca de 119 milhões de seguidores no Japão,4
embora qualquer pessoa que pratique algum tipo de ritual xintoísta seja contado como tal.
Geralmente aceita-se que a ampla maioria do povo japonês participe de algum tipo de
ritual xintoísta, ao mesmo tempo em que a maior parte também pratica o culto budista aosancestrais. No entanto, ao contrário de muitas das práticas religiosas monoteístas, o
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xintoísmo e o budismo tipicamente não exigem daqueles que os professam que sejam
crentes ou praticantes, o que torna difícil contabilizar cifras exatas com base na auto-
identificação com alguma crença, entre os habitantes do país. Devido à natureza sincrética
das duas religiões, a maior parte dos eventos relacionadas à "vida" ficam a cargo dos
rituais xintoístas, enquanto os eventos relacionados à "morte" ou à "vida após a morte"
ficam a cargo dos rituais budistas (embora isto não seja uma regra); assim, é costumeiro,
por exemplo, no Japão, registrar uma criança ou celebrar seu nascimento num santuário
xintoísta, enquanto os preparativos para um funeral costumam ser ditados pela tradição
budista.
Existem santuários xintoístas em diversos outros países, incluindo os Estados
Unidos, Brasil, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Países Baixos, entre outros, e está emvias de expansão para se tornar uma religião global, especialmente com o surgimento de
ramos internacionais dos santuários shinto.
Culto[editar código-fonte]
Finalidade do culto xintoísta[editar código-fonte]
As práticas do xintoísmo têm a finalidade de se dirigirem aos kami, para que
escutem a oração dos fiéis. As orações podem ter diversos sentidos: pedidos, muitas
vezes relacionados com a vida do dia-a-dia ou com alguma ocasião importante; acções de
graças, por um benefício concedido, uma meta atingida, um obstáculo ultrapassado;
promessas de acção futura em favor dos homens e da sociedade; tentativas de aplacar a
fúria dos kami, irritados por alguma coisa; ou, muito simplesmente, para os louvar,
rendendo-lhes homenagem sincera, sem esperar propriamente nada de especial em troca.
Através de vários elementos, os fiéis podem estabelecer relação com os kami,
relação muitas vezes de carácter filial, em que uma divindade é tutelar de dada região ou
localidade. Os "paroquianos" estabelecem especial ligação com esse kami, que os atende
e protege, nos mais variados acontecimentos da sua vida.
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Organização sacerdotal[editar código-fonte]
Os santuários têm ao seu serviço um número variável de sacerdotes, que neles
oficiam de vários modos. São designados pelo termo kannushi(神主), que significa “mestre
do kami”, ou então pelo termo chinês shinshoku(神職), “pessoa cuja profissão é servir a
divindade”.
A sua principal função é a de servir e adorar os kami e servir como um elo entre
eles e os crentes através da execução dos ritos nos santuários, visando assegurar a
proteção do povo japonês e do imperador.
Não costumam falar em público, tendo sido mesmo proibidos disso em 1885, no
contexto do xintoísmo de Estado. Hoje em dia, porém, os sacerdotes pregadores
começam a ser apreciados. Não são considerados como chefes ou guias espirituais, mas
somente como oficiantes de atos de culto, a pedido dos fiéis e em seu benefício.
O sacerdócio xintoísta é aberto às mulheres. As sacerdotisas têm mesmo
tendência a aumentar, encontrando-se algumas à frente de grandes templos. O sacerdócio
feminino desenvolveu-se no Japão após a Segunda Guerra Mundial. Para além de
sacerdotisas, as mulheres podem ainda ser mikos(巫女). Uma miko é uma virgem que leva
uma vida monástica, ajudando os sacerdotes a executar os ritos nos templos e
executando as danças sagradas. Exercem estas funções durante cinco a dez anos.
Os sacerdotes repartem-se por várias categorias. A mais elevada é a de Princesa
consagrada ao kami(祭主 "saishu"), uma princesa virgem da família imperial. Atualmente,
só existe uma, no santuário de Ise. Em seguida, temos o Grande Sacerdote, à frente de
cada santuário, e depois o restante do clero, que se reparte por funções diferenciadas.
Hoje em dia, verifica-se uma nova preocupação em revitalizar o xintoísmo e os
santuários, buscando novas tendências, pelo que se tem agora grande cuidado com a
preparação intelectual e teológica dos candidatos a sacerdotes. Os regulamentos atuais
prevêem vários diplomas possíveis, dos quais pelo menos um é exigido aos sacerdotes,
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que apenas o obtêm após vários anos de estudo em universidades ou institutos especiais.
Hoje em dia a formação de um sacerdote xintoísta é garantida pela frequência de um
curso na Universidade de Kokugakuim ou da Universidade de Kogakkan.
Os sacerdotes, uma vez consagrados, mantêm as suas funções habitualmente
toda a vida, mesmo não sendo obrigados a exercê-las. Moram fora do santuário, com
exceção do Grande Sacerdote. Os sacerdotes xintoístas não são obrigados a levar uma
vida de castidade, podendo casar e fundar uma família, o que geralmente fazem.
As vestes sacerdotais apresentam grande beleza artística, de raízes nos séculos
passados, mas só são utilizadas nos santuários e em ocasiões especiais na rua. A
indumentária para o culto fica completa com um toucado especial e sapatos próprios.
Sobre a testa de um "Yamabushi", coloca-se uma pequena caixa preta chamada "tokin",
que é amarrada à sua cabeça com um cordão preto. Durante as cerimónias, os sacerdotes
costumam trazer também uma espécie de cetro de madeira, que tem um significado
purificador, mas sobre o qual não recai qualquer tipo de veneração.
Fora das funções rituais, os sacerdotes não usam qualquer tipo de sinal exterior,
que os distinga dos leigos.
Os santuários[editar código-fonte]
Os santuários xintoístas espalham-se por todo o Japão, constituindo lugares
privilegiados de culto. Mas, embora surjam por todo o lado, têm geralmente alguma razão
especial para existir: um fenómeno natural, um acontecimento histórico ou mítico, asimples devoção pessoal ou o patronato político. Também os há motivados por revelações
em sonhos, ou porque simplesmente era necessário um lugar de culto naquele local.
Quando o local de construção de um novo santuário é escolhido, põe-se em prática
uma série de ritos, destinados a purificar o lugar e a invocar a presença do kami, para que
se digne vir habitar naquele sítio. Se mais tarde for decidido deixar aquele santuário ou
mudá-lo para outro lugar, existem os ritos inversos, pelos quais se convida delicadamenteo kami a retirar-se.
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O santuário encontra-se na base do xintoísmo. É nesse local que a divindade
habita e que escuta os seus fiéis, e é também centro de ligação da comunidade e de
partilha de identidade. Neste contexto, podem distinguir-se três grandes tipos de
santuários, conforme a abrangência que possuem:
os de dimensão local, centros de partilha de uma comunidade reduzida, onde se
venera o kami da localidade. Este tipo de santuário congrega em torno de si as pessoas
da aldeia, que sentem uma filiação comum em relação à divindade. O santuário aparece
como local de estreitamento de relações entre kami e paroquianos.
santuários de tipo particular, mais abrangentes, procurados por motivos concretos
e determinados, como o êxito nos negócios ou nos estudos, ou outro tipo de protecção
especial. Este género de santuários encontra-se por todo o Japão.
por último, os grandes santuários nacionais, destino de peregrinação de milhões
de pessoas, todos os anos, dos quais o mais importante é o de Ise, já referido, em honra
da deusa Amaterasu, e que está directamente ligado à casa imperial.
Além destes, há ainda templos dedicados a kami de guerra, a valores marciais ou
em honra de pessoas notáveis, a quem se pedem favores específicos.
O santuário é entendido como um local onde as pessoas se vêm “refrescar”
espiritualmente. Neles, está-se em profunda comunhão com a natureza, que abre o
homem a uma espiritualidade plena e à identificação pessoal com os kami.
Os templos xintoístas podem assumir as mais diversas formas e tamanhos, mas
apresentam certos aspectos em comum. Todos eles são constituídos por um edifício, ouum conjunto deles, inseridos num espaço envolvente, rodeados pela natureza. Têm
particular importância as árvores, principalmente a árvore sagrada, sakaki (榊), utilizada
em muitos dos rituais.
O espaço em volta do edifício principal é por vezes muito extenso, e apresenta-se
dividido em várias partes. Ao longo do caminho, que nunca é em linha recta, encontra-se
uma série de diferentes elementos separadores, que marcam também etapas dumacaminhada espiritual. São eles:
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os torii (鳥居), muito característicos dos templos japoneses, que são uma espécie
de portais sem porta, constituídos por dois postes verticais e duas traves horizontais.
Aparece um de imediato no início do caminho e depois geralmente mais dois, ou mesmo
uma grande fila deles. A série de torii repete-se para cada via de acesso ao santuário;
pontes, por vezes várias, até se chegar ao templo algumas monumentais e muito
elaboradas. A água é um elemento purificador, pelo que os cursos de água debaixo das
pontes constituem uma eficaz barreira contra toda a impureza;
barreiras e paliçadas, com portas, que simbolizam a entrada no local sagrado,
reservado ao homem puro.
Encontram-se também jardins, lagos, lanternas. Ainda antes de se chegar aoedifício principal, depara-se um tanque de água limpa, geralmente abrigado por um
alpendre, no qual os fiéis se lavam, purificando-se de todas as impurezas e pecados,
servindo-se, para isso, dumas colheres compridas de bambu, para tirar a água.
É costume também, em ocasiões solenes, libertar aves, peixes e outros animais.
Chegamos, finalmente, ao edifício do templo. Pode haver vários, num mesmo
santuário, dirigidos a diferentes kami. Têm geralmente dimensões modestas, não obstante
a grande diversidade de tamanhos. São constituídos por três secções:
uma sala de orações (Haiden) (拝殿) para os fiéis, onde eles dirigem as suas
preces ao kami. À entrada está uma grande caixa de madeira, para depositar moedas, e
um sino, ligado a uma corda, que serve para advertir o kami da presença do fiel;
uma sala de oferendas, reservada aos sacerdotes chamada (Heiden) (幣殿);
uma sala mais pequena (Honden) (本殿), nunca visitada, considerada a morada
física do kami, e onde podem estar depositados objectos simbólicos, como espelhos, jóias
ou espadas, invólucros onde reside o espírito da divindade. O espelho, particularmente, é
considerado morada privilegiada do espírito divino, e tem origem muito antiga, sendo já
mencionado na mitologia japonesa.
Alguns templos prevêem nos seus estatutos serem totalmente reconstruídos
periodicamente. É o caso do templo de Ise, reconstruído de vinte em vinte anos. Essa
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ocasião é rodeada de ritos próprios, para convidar o kami a mudar de residência. Embora
reconstruídos, os templos mantêm o estilo do anterior, pelo que os novos não diferem dos
antigos e originais.
Alguns santuários possuem também uma espécie de museu, não raras vezes
repleto de peças de grande valor, consideradas espólio da divindade.
Os ritos exercidos nos santuários, apesar de muito diversos, apresentam o
seguinte esquema: o sacerdote, depois de purificado, invoca o kami. Faz ofertas
propiciatórias, de bebidas e alimentos, a que se segue a oferta de jogos, danças e
representações, para entreter a divindade. No fim, o kami é convidado a retirar-se,
seguindo-se uma refeição fraterna.
Ritos de purificação[editar código-fonte]
A purificação é uma prática fundamental em toda a prática xintoísta. É por ela que
o homem se liberta, regressando ao seu estado inicial de pureza, a que tem direito. Para a
purificação, que antecede qualquer acto religioso, particular ou comunitário, utilizam-sediversos ritos, que assumem formas diferentes.
Os kami não suportam a impureza, pelo que se exerce sempre um conjunto de
práticas purificativas antes do culto propriamente dito, que tornam puros os participantes,
os objectos e as oferendas. Os ritos de purificação assumem três formas distintas:
o misogi (禊), que consiste na purificação por meio da água. A água é tida como
poderoso elemento purificador, crença já muito antiga, pois é referida na mitologia: o deus
Izanagi, depois de fugir dos infernos, banhou-se na água dum rio, para se purificar das
imundícies contraídas naquele lugar. Ao banhar-se ou lavar-se na água, o fiel xintoísta
obtém a purificação das impurezas, tanto das voluntárias como das involuntárias. Pela
água, purifica-se o corpo e a alma. O misogi é depois estendido a níveis sucessivamente
superiores: o coração, o meio envolvente, a alma;
o harai (祓), que é um tipo de purificação algo próximo do exorcismo. É realizado
por um sacerdote, que agita sobre o que deve ser purificado ramos da árvore sagrada,sakaki, ou uma vara com tiras de papel penduradas, ónusa e joga-se um punhado de sal.
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Por este meio, obtém-se a purificação de todas as manchas, corporais e espirituais, bem
como o afastamento de todas as influências malignas.
Duas vezes por ano, no fim de Junho e de Dezembro, realiza-se uma purificaçãosolene, ou grande exorcismo, o chamado o-harai. No recinto do santuário, reúnem-se
muitas pessoas, que recebem umas tiras de cânhamo ou de papel branco (kirinusa).
Depois de recitar a oração de purificação, o sacerdote agita a vara com os papéis,
enquanto as pessoas agitam também as suas tiras. Estas tornam-se objectos de
substituição, contendo todas as impurezas, e são lançadas a rios ou ao mar. Nalguns
santuários, um exercício semelhante é feito com papéis recortados em forma humana
(hitogata), que a pessoa passa pelo corpo, depois de neles ter escrito o nome;
o imi (忌), que é um período de jejum a ser realizado antes das cerimónias. Tem
duração diferente, conforme a importância do rito. Consiste em abster-se de determinados
alimentos e bebidas, bem como de palavras e acções menos próprias. É um período de
recolhimento pessoal, evitando todo o tipo de impureza, sem se ouvir música e sem se
preocupar com assuntos que causem fadiga ou sofrimento. Este tipo de purificação é
principalmente realizado pelos sacerdotes, que se retiram para outro lugar e fazem
abluções. Após este tempo, qualquer pessoa está apta a participar nas cerimónias mais
importantes.
Culto individual[editar código-fonte]
Templo xintoísta de Jyuniso.
Na sua vida diária, todo o fiel xintoísta tem a obrigação de prestar homenagem aos
kami, o que pode ser feito nos mais variados lugares e ocasiões, desde a casa até ao
templo passando pelo campo ou pela rua.
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Revestem uma importância particular as visitas aos santuários, que podem ser
realizadas com diferentes objectivos: prestar contas, louvar, agradecer ou rogar. Todos os
fiéis têm como dever ir visitar periodicamente o kami e relatar-lhe o que lhe tem acontecido
na vida diária, não no intuito de pedir perdão, mas para simples informação. É comum
também agradecer graças recebidas ou louvar simplesmente o kami. O pedido de graças
faz-se geralmente em favor de outra pessoa ou da sociedade, pois considera-se de mau
tom pedir para si próprio. As orações também não devem ser muito longas, complexas,
para não aborrecer o kami. Muitas vezes, são os sacerdotes os encarregados de transmitir
as preces às divindades, devendo saber interpretar, por sinais diversos, se a oração foi ou
não bem recebida. A adivinhação é um rito que também acompanha frequentemente o rito
individual: faz-se através de varetas numeradas, dentro duma caixa, que correspondem a
predições e conselhos.
Põem-se em prática também uma série de rituais específicos, entre os quais o
mais característico é o bater das palmas. Depois de reverências solenes, diante do templo
do kami, o devoto bate várias vezes as palmas, finalizando de novo com reverências. Este
gesto parece destinar-se a atrair a atenção da divindade, mas o seu sentido não se esgota
simplesmente aí.
As ofertas feitas são geralmente de ramos de sakaki, a que se prendem tiras de
papel.
Em sua casa, os fiéis têm geralmente um pequeno altar doméstico (kamidana),
onde colocam vários amuletos: um do santuário local, outro do grande santuário nacional
de Ise, e mais algum, conforme as devoções e preferências. Todas as manhãs, são feitas
oferendas: saquê (aguardente de arroz), arroz, sal. Acende-se uma lamparina e fazem-se
orações aos kami.
Um outro costume é o das peregrinações. Os japoneses apreciam peregrinar,
ganhando méritos pela austeridade e pelas privações. Mas é claro que hoje em dia as
viagens são muito mais confortáveis. É hábito ter um livrinho, onde se registam os
emblemas dos vários santuários percorridos, assim como adquirir amuletos, que servem
de recordações.
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Festas[editar código-fonte]
A religião xintoísta comemora um grande número de festas, com uma grande
variedade de costumes e de motivos para celebrar. Não raramente, verifica-se um grandeintercâmbio entre religião e estado civil: várias festividades xintoístas são feitas feriados, e
vice-versa. As festas dividem-se em dois grupos: as comunitárias, respeitantes à
população em geral, e as particulares, de âmbito mais pessoal e familiar.
Diversos tipos de ritos festivos são celebrados nos santuários. Cotidianamente,
fazem-se cerimónias de oferendas, de manhã. No primeiro dia de cada mês também há
ritos próprios. Estes são ritos de dimensão modesta.
Reisai[editar código-fonte]
Cada santuário, uma ou duas vezes por ano, celebra uma data festiva, relacionada
com o kami ou com o seu templo. O dia em que é celebrada a festa pode ter múltiplos
significados: pode corresponder ao dia de fundação do santuário, a um dia importante na
sua história ou ser um dia associado à divindade do santuário.
Durante estas festas ocorre geralmente uma procissão dos kami, razão pela qual
as festas são também chamadas de shinkó-sai ("Festa da Procissão dos Deuses") ou
togyo-sai ("Festa da Augusta Travessia"). Os kami são instalados num carro (hóren) ou
num palanquim (mikoshi) e são passeados pela aldeia ou cidade.
Junta-se muita gente, que agita ramos de árvore e estandartes, fazendo daquele
acontecimento algo muito colorido e vistoso. Estabelecem-se locais de paragem, para o
kami descansar. A finalidade deste acto é simplesmente entreter e divertir a divindade,
pedindo-lhe, ao mesmo tempo, que continue a dispensar a sua protecção. Estas festas
são também ocasião para jogos, artes e danças, tendo especial significado para o
estreitamento de laços entre kami e paroquianos, e destes entre si.
Festas da Primavera[editar código-fonte]
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São várias as festas da Primavera (haru matsuri). No dia 17 de Fevereiro
desenrola-se a festa Toshigoi-matsuri no palácio imperial e em todos os santuários do
Japão, durante a qual é feita uma prece que solicita boas colheitas e a prosperidade do
país.
Festas do Verão[editar código-fonte]
Estas festas (natsu matsuri) são essencialmente urbanas e tem como principal
objectivo afastar as calamidades.
Uma das festas de Verão mais conhecidas é o Festival de Gion que se desenrola
no santuário Yasaka em Quioto no mês de Julho e que inclui uma marcha com carros
ricamente decorados. Segundo a tradição esta festa teria surgido no começo da época
Heian, num tempo marcado por grande número de epidemias; para afastá-las os
demónios aos quais se atribuíam estas doenças realizavam-se orações.
Outra importante festa é a do Rei Celeste (Tennó-matsuri) que tem lugar no
santuário Tsushima situado na cidade com o mesmo nome (em Aichi). Na véspera da
festa ocorre uma cerimónia na qual todas as impurezas são colocadas em canas que são
largadas no rio. No dia da festa vários barcos, decorados com lanternas, deslizam pelo rio
Tenno ao som de música e à luz de fogos-de-artifício.
Festas do Outono[editar código-fonte]
As festas do Outono (aki matsuri) servem para agradecer às divindades pela
existência de uma colheita abundante.
No santuário de Ise, a 17 de Outubro, decorre o importante rito do kanname-sai
("cerimónia da prova"), durante o qual as primícias das colheitas dos cereais são
oferecidos à deusa Amaterasu. São também feitas oferendas das primeiras espigas de
arroz cultivadas pelo imperador e pelos agricultores das províncias.
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A 23 de Novembro, é o dia de Agradecimento pelo Trabalho, com novas ofertas e
orações pela prosperidade do Japão.
Feriados[editar código-fonte]
O Ano Novo, em que os fiéis acorrem aos santuários, para a primeira
peregrinação do ano
O dia da Fundação da Nação, a 11 de Fevereiro, data tradicional da subida ao
trono do primeiro imperador (660 a.C.), em que se ora pelo progresso do império
O dia do Respeito pelas Pessoas Idosas, a 15 de Setembro, em que se apela ao
amor e agradecimento aos mais velhos
O aniversário do imperador, actualmente a 23 de Dezembro, em que se ora por
ele e pelo país
Outros feriados, todos eles com ritos especiais: os equinócios; o Dia do Respeito
pela Natureza (29 de Abril); o Dia da Constituição (3 de Maio); o Dia das Crianças (5 de
Maio); o Dia do Desporto (10 de Outubro), o Dia da Cultura (3 de Novembro).
Influências[editar código-fonte]
A tradição religiosa do xintoísmo é anterior ao budismo, que posteriormente foi
introduzido no Japão no século VI. O contato entre as duas religiões modificou ambas. Os
budistas adotaram divindades xintoístas, e estes, que consideravam seus deuses espíritos
invisíveis e sem formas precisas, aprenderam com o budismo a erigir imagens e templosvotivos. Proclamou-se inclusive que as duas religiões eram manifestações diferentes da
mesma verdade, o que originou uma tendência sincretista. Ambas religiões representam a
religiosidade japonesa e os japoneses chegam a praticar os ritos de ambas tradições de
acordo com a natureza da ocasião (por exemplo, preferem rituais xintoístas para rituais de
nascimento e casamento e rituais budistas em eventos fúnebres).
Algumas das novas religiões japonesas tem forte influência xintoísta.
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Ao contrário de religiões ocidentais, como o cristianismo. O xintoismo não pretende
expandir-se através da conversão. Por isso sua expansão fora das ilhas japonesas limita-
se, geralmente, a descendentes de japoneses.