felicidade, um objectivo de intervenção
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Exercício de Pensamento Crítico ISCTE-IUL 2012TRANSCRIPT
Poderá ser a Felicidade um objectivo
de intervenção terapêutica?
Roberto Teixeira
Vanessa Dias (59804) [email protected]
Mestrado em Psicologia Social e das Organizações
Desenvolvimento de Competências Pessoais e Académicas
2012-2013
Como definiria
Felicidade?
Acha que é atingível?
E estimulável? sugestão
Introdução
A Felicidade é um critério central na Saúde
Mental (Jahoda; Taylor & Brown, tal como cit. por Sheldon & Lyubomirsky, 2004)
A Felicidade pode ser entendida como a
avaliação afectiva e cognitiva das pessoas
sobre a sua vida, de forma satisfatória (Diener, 2000)
As pessoas sentem mais felicidade quando: • sentem mais emoções positivas do que negativas;
• se envolvem em actividades interessantes;
• e quando se sentem satisfeitas com a sua vida (Diener, 2000)
Alguns dados
• 69% das pessoas colocam a Felicidade como sendo o mais importante para si
• Somente 1% afirmou nunca ter pensado sobre o assunto (Diener, 2000)
Tópico
• Poderá ser a
Felicidade um
objectivo de
intervenção
terapêutica?
Razões contra R1:
Algumas teorias contemporâneas na área do bem-estar sugerem que tentar
aumentar a felicidade das pessoas é uma missão fútil e malsucedida
desde o início (Sheldon e Lyubomirsky, 2004)
R2:
A visão psicológica tradicional vê a positividade com suspeição, associando-a
ao “pensamento positivo”, à negação e a atitudes mercenárias (Sheldon
& King, 2001) - perspectivas negativistas e alusivas à “ilusão” da
Felicidade (Myers, 2000), ao longo da História
Pressupostos contra
Felicidade “não estimulável”
• Investigações na área da Ψ Comportamental e Genética: a felicidade é influenciada pela herança genética; há um nível “pré-determinado” e mais ou menos fixo (baseline)
• Persistência de traços de personalidade ao longo do tempo
Sheldon e Lyubomirsky (2004)
Pressupostos contra
Felicidade “não estimulável”
• Adaptação hedónica: adaptação rápida às
mudanças quer positivas, quer negativas, criando “habituação”
• “A Felicidade é uma condição imaginária, antigamente atribuída aos mortos, e actualmente atribuída pelos adultos às crianças e pelas crianças aos adultos” (Thomas Szasz, tal como cit. por Myers, 2000)
Sheldon e Lyubomirsky (2004)
“what goes up
must come
down” (Sheldon & Lyubomirsky, 2004)
Princípio
Razões a favor
R1:
A Psicologia não é só o estudo da patologia, da fraqueza e do dano; é
também o estudo da força e da virtude (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000)
R2:
Começa a ser claro que o funcionamento normal dos seres humanos
não pode ser entendido tendo somente como base aquilo que
é negativo (e.g. doença, orientação para o problema) (Sheldon &
King, 2001)
Razões a favor
R3:
Existe investigação que suporta os efeitos positivos de estratégias
cognitivo-comportamentais na melhoria de estados afectivos
negativos
R4:
As experiências e o ambiente em que a pessoa se desenvolve e
interage influenciam a felicidade das pessoas e podem ser alvo de
mudança (Myers, 2000)
(Sheldon & Lyubomirsky, 2004)
Pressupostos
Sheldon e Lyubomirsky (2004)
Pressupostos a favor
Felicidade “estimulável”
• Aliviar o sofrimento das pessoas não significa que se consiga produzir bem-estar nas mesmas (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000; Sheldon & Lyubomirsky, 2004)
• O tratamento não é apenas para reparar o que está danificado, mas nutrir o que há de melhor (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000)
Pressupostos a favor
Felicidade “estimulável”
• Algumas intervenções para aumentar o nível de felicidade crónica das pessoas têm tido resultados positivos
• Actividades orientadas por objectivos estimulantes promovem o bem-estar subjectivo (felicidade)
Myers (2000); Sheldon e Lyubomirsky (2004)
Pressupostos a favor
Felicidade “estimulável”
• As intervenções para aumentar a felicidade nas pessoas tem consequências positivas: mais voluntariado, melhores comportamentos no trabalho, expressão de características positivas e desejáveis
• Estudos de Fordyce: duração dos efeitos de intervenção em follow up de 9-28 meses
• Estudo experimental de Seligman, Reivich, Jaycox e Gillham: duração de efeitos em follow up de 2 anos
Diener, Lucas e Oishi (2002); Myers (2000)
Resultados de um estudo de Sheldon e Lyubomirsky (2004)
Tarefa do grupo controlo:
completar a escala de avaliação
Tarefa do grupo experimental 1:
registar 3 acontecimentos/eventos
positivos, semanalmente
Tarefa do grupo experimental 2:
Registar 3 acontecimentos/eventos
positivos, 3 vezes por semana
Efeito negativo:
- Rotinização da tarefa
- Habituação
- Perda de significado
Demonstração da “maleabilidade”
da felicidade
Sheldon e Lyubomirsky (2004)
“Is the world
simply too full
of tragedy to
allow a wise
person to be
happy?”
Questão:
(Seligman & Csikszentmihalyi, 2000)
Conclusões
• Os psicólogos devem passar a dar também
atenção aos aspectos positivos da natureza
humana (Sheldon & King, 2001)
• Estão a começar a surgir razões para crer que
“a busca da felicidade” é um objectivo praticável
e concretizável (Diener, Lucas, & Oishi, 2002; Sheldon & Lyubomirsky, 2004)
Conclusões
• Uma pessoa pode ser feliz enquanto se confronta ao
mesmo tempo e de forma realista com a vida e enquanto
se esforça para melhorar activamente a sua existência (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000)
• A felicidade pode ser estimulada através de
determinadas condições e de intervenções como o
registo de eventos positivos, a prática de acções de
generosidade, a busca de objectivos relevantes e
importantes, a promoção de relações interpessoais mais
saudáveis, entre outros (Diener, 2000; Dierner, Lucas, Shigero, 2002; Sheldon & Lyubomirsky,
2004)
Referências bibliográficas
Diener, E. (2000). Subjective Well-being: The Science of Happiness and a Proposal for a National
Index. American Psychologist, 55(2), 34-43.
Diener, E., Lucas, R.E., & Shigehiro, O. (2002). Subjective Well-being: The Science of Happiness and
Life Satisfaction. In C.R. Snyder, & S.J. Lopez (Eds.), Handbook of Positive Psychology
(pp. 63-73). Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons, Inc.
Kennon, S.M., & Lyubomirsky, S. (2004). Achieving Sustainable New Happiness: Prospects, Practices,
and Prescriptions. In P.A. Kinley & J. Stephen (Eds.), Positive Psychology in Practice (pp.
127-145). Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons, Inc.
Kobau, R., Seligman, M.S., Peterson, C., Diener, E., Zack, M.M., Chapman, D., & Thompson, W.
(2011). Mental Health Promotion in Public Health: Perspectives and Strategies From
Positive Psychology. American Journal of Public Health, 8(11), e1-e9.
Myers, D.G. (2000). The Funds, Friends, and Faith of Happy People. American Psychologist, 55(1),
56-67.
Seligman, M., & Csikszentmihalyi, M. (2000). Positive Psychology: An Introduction. American
Psychologist, 55(1), 5-14.
Sheldon, K.M., & King, L. (2001). Why Positive Psychology is Necessary?, American Psychologist,
56(3), 216-217.