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Ferramentas multimédia para alunos de Ciências da Comunicação: um guia
Quem é que pode dizer que nunca recorreu à pirataria para evitar pagar valores altos de
licenças de software? E quantos deste grupo é que precisavam dos tão famosos Office,
SoundForge ou Edius para trabalhos universitários? Pois bem, a verdade é que existem
alternativas fiáveis e de qualidade que a maioria desconhece e que pode m evitar a culpa de
“sacar” software proprietário.
Visto que as alternativas existem em quantidade e qualidade, o nosso trabalho neste
artigo é o de fazer uma triagem e reunir os melhores, dando-os a conhecer à comunidade
académica. Para além dos programas que requerem instalação, apresentaremos também
alternativas que correm no browser.
Editor de áudio
Audacity | http://audacity.sourceforge.net/
Figura 1 - Screenshot do programa Audacity.
Enquanto alunos de comunicação, temos constantemente de trabalhar com faixas de
áudio, o que implica quase sempre editá-las. Existem vários softwares proprietários (sendo o
Adobe Audition um dos mais conhecidos) que muitas vezes nos são sugeridos, mas tendo em
conta a atual conjuntura económica e o preço das licenças deste tipo de softwares, é
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compreensível que não estejam ao alcance de todos os bolsos . Existem, porém, alternativas
freeware que desempenham igualmente bem a função pretendida. Falamos de aplicações
como o Audacity, o Powereditor e o mp3cut.
O Audacity consegue ser o programa mais completo no leque que aqui mencionamos.
Este juízo de valor é feito com base na infinidade de plugins que o programa disponibiliza,
desde reverbs, delays, wha's, fade ins e outs e muitos outros que conseguem ser encontrados
online. É também excelente em tarefas mais elementares como o corte e colagem de trechos
de áudio ou a passagem de mono para estéreo; no âmbito da masterização também dá uma
ajuda , via funções de mistura de faixas. Mesmo dentro do âmbito académico utilizamos o
Audacity para algumas unidades curriculares, casos de Jornalismo Radiofónico, Atelier de
Rádio, Comunicação Audiovisual e Jornalismo Televisivo. Uma particularidade que está
presente no Audacity e no Powereditor mas não no mp3cut é a capacidade de captar sons
diretamente de algum periférico áudio que esteja ligado ao nosso computador. Isto torna o
software interessante e útil também no ramo da música, mais concretamente na captação de
instrumentos, ainda que o plugin que permite ter um metrónomo não venha por defeito com o
programa e requeira uma consulta à página do fornecedor. Posto isto, é importante também
notar que o Audacity é também um excelente conversor de formatos áudio.
Powereditor | http://www.free-sound-editor.com/download.html
Figura 2 - Funções básicas do Power editor.
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Online:
Mp3Cut | mp3cut.net
Figura 3 - Editor de Áudio Online mp3cut.net
Perante estas excelentes alternativas freeware, o mp3cut encaixa-se mais na
categoria de "ferramenta para o desenrasca". Ainda assim, não subestimemos esta
ferramenta, pois apesar das suas restrições (tem como únicas funções o corte e
colagem de ficheiros áudio .mp3 ou .wav e fade in e out) é perfeitamente capaz de
montar uma peça jornalística radiofónica com uma qualidade aceitável.
Editores de imagem
GIMP | gimp.org
Na categoria de editor de imagem, temos em alternativa ao grande e
poderosíssimo Photoshop, vários softwares de edição de imagem que à partida não os
acharíamos tão bons quanto realmente são. Para começar existe o GIMP, um software
open-source e freeware. Com uma interface muito amiga do utilizador (user friendly)
ao contrário do que seria de esperar de muitas destas aplicações freeware e open-
source, os botões são fáceis de localizar e grosso modo proporciona ao utilizador uma
experiência bastante agradável durante o processo de edição. É um facto que a
disposição difere um pouco do nosso já tão conhecido Photoshop e é de esperar que
exista um período de adaptação em que o utilizador se familiariza com a localização de
todos os botões e menus. Ao contrário do Photoshop, o GIMP não funciona com
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camadas (pelo menos não de uma forma convencional como num editor de imagem
ou vídeo) - como o caso do Adobe After Effects -, o que poderá também confundir
alguns utilizadores que estejam mais 'formatados' a funcionar conforme o método do
programa da Adobe. Tal como todos os editores de imagem que se prezem, o GIMP é
muito rico em filtros, desde os mais básicos, como por exemplo ferramentas para
remover o tão inestético 'olho vermelho' até filtros que associamos mais ao
Photoshop, (como a ferramenta de desfoque) que no GIMP está materializada sob a
forma de 'Distorção de Lente'.
Figura 4 - Screenshot GIMP
Paint.net | getpaint.net
Paint.NET é mais uma alternativa open-source e freeware para edição e
renderização de imagens, que oferece ao utilizador uma grande variedade de filtros,
efeitos e opções para melhor processar as suas imagens. Não pudemos deixar de reparar
que a interface do Paint.NET se assemelha bastante à do Photoshop, o que poderá
facilitar a vida a muitos utilizadores já experientes no programa e que sabem exatamente
o que procuram como produto final para as suas imagens/fotografias.
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Figura 5 - Screenshot do Paint.NET
Como aplicativo que funciona no nosso navegador de Internet temos o Pixlr que deve
ser facilmente uma das melhores (se não a melhor) aplicação online para edição de imagem. É
utilizado por um vasto número de utilizadores e a maioria confirma que é bastante fácil de
usar. Assenta numa interface muito simples e minimalista. Na verdade, é extremamente
parecida com qualquer uma das versões do Photoshop, nomeadamente no layout dos botões.
Tendo em conta a nossa experiência de utilização, esta aplicação apenas peca na importação e
na exportação de ficheiros, pois existe um limite de upload no tamanho das imagens. O
resultado final é, ainda assim, no mínimo satisfatório, o que faz com que esta aplicação seja
merecedora de pelo menos um olhar atento.
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Figura 6 - Screenshot Pixlr
Editor de vídeo
Da mesma forma que na área da comunicação trabalhamos com vários
conteúdos áudio, o vídeo é também outro dos recursos que temos de dominar. Para
alguns é até a plataforma de trabalho de excelência, e como tal deveríamos poder
contar com programas de top para editar e processar os nossos vídeos , de forma a que
o resultado não seja afetado por mau software. A opção que nos oferecem a nível de
software nas unidades curriculares que requerem produção de vídeo é o Edius, sendo
que o que o distancia de outras alternativas (nomeadamente das freeware) é a edição
em tempo real. No mundo do jornalismo a rapidez com que se prepara uma peça é
fundamental e o Edius é de facto um software de edição bastante rápido, quer na
edição per se quer durante o processo de montagem - e até mesmo na parte da
renderização - isto, claro, está sujeito aos requisitos da máquina que estaremos a
utilizar.
Pois bem, tal como em todas as outras áreas das tecnologias aplicadas à
comunicação, aqui existem também alternativas open-source e freeware.
Começaremos por analisar o OpenShot.
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OpenShot | openshotvideo.com
Figura 7 - OpenShot
Encontrando-se disponível nos três sistemas operativos mais utilizados (Windows,
Linux e Mac), possui uma enorme oferta e versatilidade enquanto editor de vídeo e de
ambientes 3D, quer no caso de animações por keyframes, zoom digital, correção de
imagem (saturação, brilho, contraste, exposição), mixagem de áudio como até mesmo em
codificação de vídeo para vários formatos. Funciona extremamente bem com vídeos em
alta definição, o standard da maioria dos dispositivos à venda no mercado. Como
exemplo do "poder" deste programa, poderíamos facilmente editar uma longa metragem
com planos mais exigentes e minuciosos se fosse o caso.
Existe também o AviDemux, que à primeira vista deixa a desejar em termos de
interface, que é pobre e sem vida. Este programa consiste essencialmente no corte e na
colagem de clips vídeo, sendo mais conhecido na comunidade open-source pelos
infindáveis formatos de vídeo em que nos é possível exportar o nosso produto final.
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AviDemux | fixounet.free.fr/avidemux/
Figura 8 - AviDemux
Online
WeVideo | wevideo.com
Nas aplicações online uma alternativa credível é o WeVideo, que como cada vez
mais ferramentas web corre na cloud. A grande vantagem deste tipo de aplicativos é
que não requer qualquer download nem instalação na máquina do utilizador, tudo
corre do lado de lá, o dos servidores.
Caracteriza-se por três modos de edição diferentes - storyboard, timeline e
advanced -, que foram desenvolvidos para se adaptar às necessidades do utilizador -
não só em termos do projeto que se está a desenvolver como o seu grau de
experiência e conhecimento em programas deste género. As suas funções são a de
corte, colagem e arrastamento de excertos de vídeo, ou seja, as funções básicas que
pretendemos. A importação de vídeo faz-se não só através de dispositivos que
tenhamos ligados ao PC mas também através de sites como Youtube e Vimeo. Isto
espelha o destaque dado ao social neste programa, visto que também oferece a
possibilidade de partilha dos vídeos criados nas mais conhecidas redes sociais, para
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que os tenhamos não só acessíveis onde quer que exista internet mas prontos a ser
mostrados aos nossos amigos.
Figura 9 - Modo storyboard no WeVideo.
Suítes de produtividade
OpenOffice | openoffice.org
Figura 10 - Ecrã inicial do OpenOffice .
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O OpenOffice, desenvolvido pela Oracle, é das alternativas mais conhecidas ao
Microsoft Office e tem grande aceitação na comunidade GNU/Linux (até há bem pouco
tempo era a suíte de produtividade por defeito em Ubuntu, usado por milhões de
utilizadores em todo o mundo).
Com os aplicativos de processador de texto, apresentador de diapositivos e
folha de cálculo, cobre as necessidades da maioria dos utilizadores. Mas não se fica por
aí. Permite também a gestão de bases de dados, a criação de fórmulas e uma
ferramenta de desenho - ainda que bastante rudimentar - constituindo assim uma
alternativa viável ao software concorrente. E se o objetivo do utilizador for manter-se
o mais "livre" possível, tem disponível o formato .odf (open document format), que
permite a sua leitura e edição em todos os processadores de textos.
LibreOffice | libreoffice.org
O LibreOffice nasceu da separação de parte da equipa que desenvolvia o
OpenOffice, daí as semelhanças óbvias entre os dois softwares. Assim, tudo o que o
OpenOffice oferece, o LibreOffice tenta replicar, sem que no entanto exista uma
empresa "mãe" por trás. É, por isso, atualizado e mantido pela comunidade.
Ainda que com nomes diferentes, as funções são as mesmas, como fica
explícito pela lista que a própria Wiki do programa apresenta:
Writer - Editor de Texto
Calc - Planilha
Impress - Editor de apresentação
Draw - Editor de Desenho
Math - Editor de Fórmulas
Base - Banco de Dados
Talvez a ferramenta mais desenvolvida deste grupo seja a Writer, cujas funções
se assemelham em tudo do Microsoft Word. No entanto, deixa a desejar em termos de
interface, embora compense noutras funções, como a exportação direta para .pdf ou o
sempre tão útil editor de HTML.
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Figura 11 - Folha de cálculo no LibreOffice.
Online
No capítulos das ferramentas online a escolha também é muita, pelo que a
nossa seleção recai no Google Docs em substituição do processador de texto e folha de
cálculo, no Prezi enquanto ferramenta de edição e apresentação de diapositivos (com
as dinâmicas que o caracteriza) e no JoinPdf, um site que permite o agrupamento de
vários pdf's num.
Google docs | drive.google.com
Os seus pontos fortes são o trabalho em grupo, por se basear na cloud. Permite
desse modo a edição coletiva de documentos, não requerendo instalação de nenhum
software adicional.
A barra de ferramentas no topo contém as ferramentas mais comuns de
formatação de texto e a interface é bem construída. Depois de experimentar, as
vantagens que possui convidam a reutilizar, principalmente quando se tratam de
ficheiros que terão várias versões.
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Figura 12 - Edição de texto no GoogleDocs.
Prezi | prezi.com
Outra ferramenta que já se está a generalizar nas apresentações de trabalhos
académicos é o Prezi. Apesar de apresentar mais opções enquanto serviço de
subscrição (o que acarreta custos), disponibiliza ainda assim uma versão totalmente
gratuita com espaço suficiente para darmos largas à criatividade e fazermos
apresentações esteticamente apelativas e relativamente fáceis de trabalhar,
principalmente após algum uso das ferramentas mais comuns, como o zoom.
Figura 13 - Apresentação em Prezi.
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Pdfjoin | Pdfjoin.com
E para quem costuma ter diferentes cabeçalhos e rodapés nos seus trabalhos , o
JoinPdf pode ser uma solução indispensável. Ainda que os processadores de texto
permitam a exportação de .docs ou .odfs para .pdf, torna-se muito complicado quando
temos de criar um pdf único que resulte de documentos de várias páginas e com notas de
rodapé diferentes (no caso de trabalhos académicos, as notas de rodapé são úteis para
citações e identificação de fontes, por exemplo).
A magia deste programa é permitir a junção de vários .pdfs com poucos cliques,
facilitando-nos a tarefa através da existência de um applet em Java que permite a seleção
de quantos .pdfs quanto queiramos.
Figura 14 - Seleção de vários pdfs no pdfjoin
Conversor de áudio/vídeo
Any Video Converter | http://www.any-video-converter.com/products/for_video_free/
Pautando-se por ser muito flexível mas ao mesmo tempo leve, sem consumos
excessivos de recursos, o AnyVideoConverter é uma alterna tiva a softwares pagos
como o Adobe Premiere, cumprindo o que promete e convertendo em teoria quase 40
formatos, desde os mais comuns .mpg e .vob até a containers menos conhecidos do
grande público, como .flv (útil para ambientes web) e .ogg (formato de áudio livre).
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Sem limitações de qualquer tipo, é atualizado com frequência e apresenta uma
interface limpa e intuitiva. Também dá uma ajudinha se a ideia for agrupar vários
vídeos num só, dispensando a utilização de programas auxiliares para as tarefas mais
rudimentares de edição de vídeo.
Figura 15 - Ecrã inicial do Any Video Converter.
VirtualDub | http://www.virtualdub.org/
As suas principais características são a simplicidade e a rapidez, mas
desengane-se quem achar que este é um programa básico. Trata-se antes de um editor
poderoso de vídeo, com funcionalidades tão distintas como sincronização de legendas
e renderização e conversão de ficheiros de vídeo. A sua interface pobre e com poucas
alterações desde que a primeira versão surgiu explica-se pelo facto da ferramenta
incidir sobre um leque de utilizadores mais técnico e que não se preocupa muito com a
aparência da ferramenta, desde que funcione e seja estável. Ainda assim, é de referir
que isto pode afastar alguns utilizadores, que podem estar habituados a softwares
mais acessíveis, em que tudo é feito com o menor esforço. É extensível através de
plugins, que lhe conferem mais funcionalidades, efeitos de vídeo e até a possibilidade
de ler mais formatos do que os que vem programado para ler, .avi e .mpeg.
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Figura 16 - Input e Output no VirtualDub.
Online
zamzar | www.zamzar.com
Apesar de apenas se encontrar online e não se materializar num programa
propriamente dito, o Zamzar é um autêntico canivete suíço das conversões. É capaz de
converter formatos mais e menos comuns de imagens, documentos, áudio, vídeo
(conta até as resoluções mais indicadas para reprodução em aparelhos específicos,
como iPhone ou Xbox360), ebooks e ficheiros comprimidos, contando para isso com
uma interface intuitiva onde selecionamos o ficheiro em questão, o formato para o
qual o queremos converter e o endereço de email onde o queremos receber,
finalizando o processo numa questão de segundos. Apesar de estarmos limitados a 100
megas por ficheiro, não deixa de ser uma alternativa funcional para os casos onde
precisamos urgentemente de converter um ficheiro para um formato mais apropriado.
Figura 17 - Seleção de ficheiros no Zamzar.
Marco Silva, nº 45212
André Santos, nº 45796