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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2012

Título:Vivenciando a literatura: da leitura à dramatização dos contos “ A carteira” de Machado de Assis e “Feliz Aniversário” de Clarice Lispector.

Autor Marlene Piaceski Holovati

Disciplina/Área (ingresso no PDE) Língua Portuguesa

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização

Colégio Estadual Professora Reni Correia Gamper-EMPN- Rua 1º

de Maio – 454.

Município da escola Manoel Ribas

Núcleo Regional de Educação Ivaiporã

Professor Orientador Professor Doutor Jaime dos Reis SantAnna

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina – UEL

Relação Interdisciplinar

Não há

Resumo

Este trabalho de Implementação Pedagógica terá como público alvo os alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Profª. Reni Correia Gamper, com carga horária de 32 horas aulas, tendo como principal objetivo fomentar o interesse e o gosto pela leitura literária de forma prazerosa. Para isso, será trabalhado com leitura e dramatização dos contos “A carteira” de Machado de Assis e “Feliz aniversário” de Clarice Lispector, buscando dinamizar o contato com as obras literárias, levando a leitura a possibilitar à compreensão dos textos e da vida, permitir a espontaneidade e a capacidade dos alunos de expor seus sentimentos, pensamentos e sensações, para vivenciar as diversas formas de linguagem.

Palavras-chave Leitura literária, conto, dramatização

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo

Alunos do 1º ano do Ensino Médio.

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APRESENTAÇÃO

Sabendo que uma das funções da escola é formar leitores, despertar o

hábito de ler é uma das maiores dificuldades encontradas pelos professores de

Língua Portuguesa. Diante disso propõe-se esta UNIDADE DIDÁTICA, fazendo

uso do conto e da dramatização como incentivo à leitura, procurando incutir no

aluno a importância de se tornar um leitor crítico, sendo capaz de interagir e

transformar o meio onde vive, pois ela se faz necessária em todos os

momentos do cotidiano.

Despertar o gosto pelos textos literários é um processo difícil e que

encontra muita resistência por parte dos alunos, que concebem literatura como

textos longos e conteúdos maçantes. Apresenta-se o conto para desmistificar

essa impressão, pois o trabalho com esse gênero se justifica por ser uma

narrativa curta, com poucos personagens, sendo uma só personagem principal,

gira em torno de um conflito, tem início, meio e fim, é escrito de várias

maneiras e com diferentes temas desde a ficção até a contemporaneidade,

propiciando mais facilidade ao leitor.

Em razão disso, pretende-se, com este material didático, despertar uma

forma prazerosa de leitura, fazendo com que cada aluno perceba que ela

contribui para a sua formação e interação com meio onde vive, não sendo

necessário passar horas e horas lendo um romance inteiro, ou uma obra

literária completa.

A encenação possibilita a vivência coletiva e artística das obras

literárias, tornando o trabalho mais dinâmico e atrativo, bem como promovendo

a compreensão de outros textos e também da vida, mais facilidade de expor

seus sentimentos, pensamentos e sensações, fazendo uso de diferentes

formas de linguagem, oportunizando maior proficiência leitora.

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Fonte:http:/www.dominiopublico.com.br+imagens+de+crian%C3%A7as+lendo+

contos+e+teatro&start=284&hl=pt-acesso em 03/11/2012.

ATIVIDADE: 01

OBJETIVO:

Apresentar o projeto à turma.

Explicar objetivos, metodologia e desenvolvimento do projeto, para que a

turma perceba sua finalidade, bem como se conscientize da importância da

participação de cada um para um resultado satisfatório.

ATIVIDADE: 02

OBJETIVOS:

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Identificar o gosto dos alunos pela leitura através de questionário;

Conceituar leitura, estabelecendo a diferença da leitura literária e não

literária.

Instigar, através do questionário oral, discussão sobre os hábitos de leitura

dos alunos, suas preferências literárias, procurando identificar seu perfil

leitor e estabelecendo a diferença entre o texto literário e não literário.

1- Em sua opinião o que é leitura?

2- O que você gosta de ler?

3- Você acha que a leitura contribui com seu aprendizado?

4- Qual o livro que você leu que deixou alguma marca em você?

5- Você lê por vontade própria ou só quando é cobrado?

6- Você faz leitura nas aulas das outras disciplinas ou só nas de Língua

Portuguesa?

7- Os textos podem ser divididos em literários e não literários. O que os

diferencia?

ATIVIDADE: 03

OBJETIVO:

Definir conto e seus elementos composicionais.

Iniciar a aula direcionando discussão sobre os textos narrativos, suas

particularidades, características e funções sociais, a fim de identificar a

afinidade dos alunos com os mesmos para, a partir disso, apresentá-los o

texto que conceitua o conto, familiarizando-lhes com o gênero, fazendo com

que percebam suas características principais.

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1- Os textos narrativos fazem parte do nosso cotidiano, como nas notícias,

fábulas, novelas, romances, crônicas, contos e outros. Que tipo de

textos narrativos você conhece?

2- Você gosta de fazer leitura de textos curtos ou longos?

3- Que diferenças existem entre um conto e um romance?

4- O que você prefere ler?

5- Você já leu algum conto? O que achou?

Fonte:www.dominio+publico..gov.br+-+imagens+gr%C3%A1tis&hl=pt--acesso:22/11/12

O conto e suas características

O conto teve início junto com a civilização humana. As pessoas sempre

contaram histórias, reais ou fabulosas, oralmente ou através da escrita. O

conceito de conto...

Fonte:http://www.infoescola.com/redacao/conto/ acessado em 04/11/2012

ATIVIDADE: 04

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OBJETIVO:

Identificar e ler contos.

Direcionar os alunos à biblioteca para que façam a escolha de alguns contos e

realizem a leitura dos mesmos.

ATIVIDADE: 05

OBJETIVO:

Interagir e conhecer diferentes tipos de contos.

Incentivar os alunos a contarem aos colegas as histórias dos contos lidos por

eles na biblioteca, fazendo comentários sobre os diferentes tipos de enredo,

personagens, narrador e temas tratados.

ATIVIDADE: 01

OBJETIVO:

Reconhecer, através de pesquisa, a biografia dos autores Machado de

Assis e Clarice Lispector, bem como suas principais obras e

características literárias.

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Fonte:www.dominio+publico..gov.br+-+imagens+gr%C3%A1tis&hl=pt-BR&tbo-acesso:23/11/12

Levar os alunos ao Laboratório de Informática solicitando-lhes uma

pesquisa com dados sobre a época, vida, linguagem e obras de

destaque de Machado de Assis e Clarice Lispector. A sala será dividida

em dois grupos, sendo que cada grupo pesquisará um autor.

ATIVIDADE: 02

OBJETIVO:

Socializar e aprimorar as informações levantadas na pesquisa.

Promover uma Mesa Redonda para que os alunos discutam e

aprofundem os dados de forma espontânea com os colegas e o

professor, a fim de conhecer melhor os autores e suas obras.

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ATIVIDADE: 03

OBJETIVO:

Ler e interpretar o conto “A carteira” de Machado de Assis.

Entregar aos alunos o conto “A Carteira” de Machado de Assis para

fazerem a leitura silenciosa. Logo depois da leitura silenciosa o

professor ou algum aluno lê o texto em voz alta para que fiquem claras

as situações apresentadas. Terminada a leitura, o professor questiona

os alunos sobre os fatos ocorridos no conto para que socializem

conclusões ou tirem dúvidas. Após a discussão são propostas atividade

de interpretação.

Fonte:http://www.dominiopublico.com.br+imagens+de+carteira+de+dinheiro&hl

=pt-BR&tbo– acesso em22/11/2012.

A carteira

Machado de Assis

...DE REPENTE, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se,

apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um

homem que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse

rindo:

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-- Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.

-- É verdade, concordou Honório envergonhado.

Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem

de pagar amanhã uma dívida, quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira

trazia o bojo recheado. A dívida não parece grande para um homem da

posição de Honório, que advoga; mas todas as quantias são grandes ou

pequenas, segundo as circunstâncias, e as dele não podiam ser piores.

Gastos de família excessivos, a princípio por servir a parentes, e depois por

agradar à mulher, que vivia aborrecida da solidão; baile daqui, jantar dali,

chapéus, leques, tanta cousa mais, que não havia remédio senão ir

descontando o futuro. Endividou-se. Começou pelas contas de lojas e

armazéns; passou aos empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro,

quinhentos a outro, e tudo a crescer, e os bailes a darem-se, e os jantares a

comerem-se, um turbilhão perpétuo, uma voragem.

-- Tu agora vais bem, não? dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado

e familiar da casa.

-- Agora vou, mentiu o Honório.

A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e constituintes

remissos; por desgraça perdera ultimamente um processo, cm que fundara

grandes esperanças. Não só recebeu pouco, mas até parece que ele lhe

tirou alguma cousa à reputação jurídica; em todo caso, andavam mofinas

nos jornais. D. Amélia não sabia nada; ele não contava nada à mulher, bons

ou maus negócios. Não contava nada a ninguém. Fingia-se tão alegre como

se nadasse em um mar de prosperidades. Quando o Gustavo, que ia todas

as noites à casa dele, dizia uma ou duas pilhérias, ele respondia com três e

quatro; e depois ia ouvir os trechos de música alemã, que D. Amélia tocava

muito bem ao piano, e que o Gustavo escutava com indizível prazer, ou

jogavam cartas, ou simplesmente falavam de política.

Um dia, a mulher foi achá-lo dando muitos beijos à filha, criança de quatro

anos, e viu-lhe os olhos molhados; ficou espantada, e perguntou-lhe o que

era.

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-- Nada, nada.

Compreende-se que era o medo do futuro e o horror da miséria. Mas as

esperanças voltavam com facilidade. A idéia de que os dias melhores

tinham de vir dava-lhe conforto para a luta. Estava com, trinta e quatro

anos; era o princípio da carreira: todos os princípios são difíceis. E toca a

trabalhar, a esperar, a gastar, pedir fiado ou: emprestado, para pagar mal, e

a más horas.

A dívida urgente de hoje são uns malditos quatrocentos e tantos mil-réis de

carros. Nunca demorou tanto a conta, nem ela cresceu tanto, como agora;

e, a rigor, o credor não lhe punha a faca aos peitos; mas disse-lhe hoje uma

palavra azeda, com um gesto mau, e Honório quer pagar-lhe hoje mesmo.

Eram cinco horas da tarde. Tinha-se lembrado de ir a um agiota, mas voltou

sem ousar pedir nada. Ao enfiar pela Rua da Assembléia é que viu a

carteira no chão, apanhou-a, meteu no bolso, e foi andando.

Durante os primeiros minutos, Honório não pensou nada; foi andando,

andando, andando, até o Largo da Carioca. No Largo parou alguns

instantes, -- enfiou depois pela Rua da Carioca, mas voltou logo, e entrou

na Rua Uruguaiana. Sem saber como, achou-se daí a pouco no Largo de S.

Francisco de Paula; e ainda, sem saber como, entrou em um Café.

Pediu alguma cousa e encostou-se à parede, olhando para fora. Tinha

medo de abrir a carteira; podia não achar nada, apenas papéis e sem valor

para ele. Ao mesmo tempo, e esta era a causa principal das reflexões, a

consciência perguntava-lhe se podia utilizar-se do dinheiro que achasse.

Não lhe perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma

expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do dinheiro, e ir pagar

com ele a dívida?

Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia

levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe

dizer isto, vinham os apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-

no a ir pagar a cocheira. Chegavam mesmo a dizer-lhe que, se fosse ele

que a tivesse perdido, ninguém iria entregar-lha; insinuação que lhe deu

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ânimo.Tudo isso antes de abrir a carteira. Tirou-a do bolso, finalmente, mas

com medo, quase às escondidas; abriu-a, e ficou trêmulo. Tinha dinheiro,

muito dinheiro; não contou, mas viu duas notas de duzentos mil-réis,

algumas de cinqüenta e vinte; calculou uns setecentos mil réis ou mais;

quando menos, seiscentos. Era a dívida paga; eram menos algumas

despesas urgentes. Honório teve tentações de fechar os olhos, correr à

cocheira, pagar, e, depois de paga a dívida, adeus; reconciliar-se-ia

consigo. Fechou a carteira, e com medo de a perder, tornou a guardá-la.

Mas daí a pouco tirou-a outra vez, e abriu-a, com vontade de contar o

dinheiro. Contar para quê? era dele? Afinal venceu-se e contou: eram

setecentos e trinta mil-réis. Honório teve um calafrio. Ninguém viu, ninguém

soube; podia ser um lance da fortuna, a sua boa sorte,um anjo... Honório

teve pena de não crer nos anjos... Mas por que não havia de crer neles?

E voltava ao dinheiro, olhava, passava-o pelas mãos; depois, resolvia o

contrário, não usar do acha- do, restituí-lo. Restituí-lo a quem? Tratou de

ver se havia na carteira algum sinal.

"Se houver um nome, uma indicação qualquer, não posso utilizar- me do

dinheiro," pensou ele.

Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que não abriu,

bilhetinhos dobrados, que não leu, e por fim um cartão de visita; leu o

nome; era do Gustavo. Mas então, a carteira?... Examinou-a por fora, e

pareceu-lhe efetivamente do amigo. Voltou ao interior; achou mais dois

cartões, mais três, mais cinco. Não havia duvidar; era dele.

A descoberta entristeceu-o. Não podia ficar com o dinheiro, sem praticar um

ato ilícito, e, naquele caso, doloroso ao seu coração porque era em dano de

um amigo. Todo o castelo levantado esboroou-se como se fosse de cartas.

Bebeu a última gota de café, sem reparar que estava frio. Saiu, e só então

reparou que era quase noite. Caminhou para casa. Parece que a

necessidade ainda lhe deu uns dois empurrões, mas ele resistiu.

"Paciência, disse ele consigo; verei amanhã o que posso fazer."

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Chegando a casa, já ali achou o Gustavo, um pouco preocupado e a própria

D. Amélia o parecia também. Entrou rindo, e perguntou ao amigo se lhe

faltava alguma cousa.

-- Nada.

-- Nada?

-- Por quê?

-- Mete a mão no bolso; não te falta nada?

-- Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a mão no bolso. Sabes se

alguém a achou? -- Achei-a eu, disse Honório entregando-lha.

Gustavo pegou dela precipitadamente, e olhou desconfiado para o amigo.

Esse olhar foi para Honório como um golpe de estilete; depois de tanta luta

com a necessidade, era um triste prêmio. Sorriu amargamente; e, como o

outro lhe perguntasse onde a achara, deu-lhe as explicações precisas.

-- Mas conheceste-a?

-- Não; achei os teus bilhetes de visita.

Honório deu duas voltas, e foi mudar de toilette para o jantar. Então

Gustavo sacou novamente a carteira, abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um

Amélia, que, ansiosa e trêmula, rasgou-o em trinta mil pedaços: era um

bilhetinho de amor.

Fonte:

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=

&co_obra=1877 acessado em 23/11/12.

Que tal entendermos melhor o conto!

1-Qual o foco narrativo do conto? Justifique com um trecho.

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2-Que características são predominantes em cada um dos personagens do

conto?

3- Por que o autor enfatiza mais as características de Honório?

4- Honório achou a carteira na rua logo no início do texto, que importância tem

isso no conto?

5- Em sua opinião, a personagem Gustavo deixou cair a carteira de propósito

para testar a honestidade do amigo ou foi mesmo um acidente ele tê-la

perdido?

6- A expressão “de repente” no início do texto o que significa no desenrolar dos

fatos?

7- Por que Honório não abriu logo a carteira para saber de quem era?

8- Que tipo de olhar Honório sentiu ao entregar a carteira a Gustavo?

9- Honório entristeceu-se ao descobrir que a Carteira era de seu amigo

Gustavo, pois sabendo disso achava um ato ilícito ficar com o dinheiro do

amigo. Você acha que se a carteira não fosse de um amigo, Honório tomaria a

mesma decisão?

10- Os fatos narrados podem ser considerados reais, por quê?

11- Qual seria a sua atitude ao encontrar a carteira de um amigo, cheia de

dinheiro? E se fosse de um desconhecido?

11- Uma das características de Machado de Assis é deixar o final de suas

obras em aberto para que o leitor defina o final. Releia o último parágrafo e dê

a sua conclusão.

Análise Linguística

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Os verbos usados de forma adequada, conforme a necessidade da narrativa,

são de fundamental importância para que saibamos o tempo dos fatos, bem

como para que ocorra a concordância verbal primando pela coerência no

texto.

1-Releia o conto e diga em que tempo predominam os verbos.

2-Por que o autor flexionou os verbos nesse tempo verbal? Dê alguns

exemplos.

3-Os pronomes permitem evitar repetições desnecessárias no texto. Portanto,

a atividade consiste em que você encontre no texto alguns pronomes.

Classifique-os e diga a quem eles se relacionam no texto.

ATIVIDADE: 03

Fonte:http://www.dominiopublico.com.br+imagens+de+anivers%C3%A1rio&hl=pt-BR&tbo=d&b-acesso 23/11/12.

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OBJETIVO:

Ler e interpretar o conto “Feliz Aniversário” de Clarice Lispector.

Levar aos alunos folhas impressas do conto “Feliz aniversário” de Clarice

Lispector, para leitura e análise. Logo depois da leitura silenciosa o professor

ou algum aluno lê o texto em voz alta para que fiquem claras as situações

apresentadas. Terminada a leitura, o professor questiona os alunos sobre os

fatos ocorridos no conto para que socializem conclusões ou tirem dúvidas.

Após a discussão são propostas atividade de interpretação.

Fonte: Livro: Os cem melhores contos brasileiros do século - Italo Moriconi

(organizador) – Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Analisando a temática do conto

1-Observando as atitudes de Zilda, percebemos que ela está feliz em preparar

a festa de aniversário para a mãe ou não? Por quê?

2-Zilda, a filha que mora com Olaria, se mostra revoltada com o quê?

3-Como você interpreta o ato da velha senhora ao cuspir no chão?

4-A festa de aniversário de Olaria atinge o objetivo, o qual deveria ser de trazer

momentos de felicidade e confraternização ao aniversariante? Por quê?

5-Por que você acha que Olaria tem que gritar para que alguém lhe sirva um

copo de vinho?

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6-Em sua opinião, o que leva os seres humanos a serem tão desprezíveis e

egoístas da forma como se apresentaram os familiares de Olaria?

7-Uma festa de aniversário como a de Olaria pode acontecer na realidade? Por

quê?

8-O fato de uma pessoa idosa ter dificuldades em se comunicar pode ser

confundido como se ela não tivesse mais pensamentos e sentimentos?

Justifique.

9-No trecho: “Hoje é dia da mãe”! - Disse José: Qual a intencionalidade do

personagem nessa fala?

ATIVIDADE: 01

OBJETIVO:

Ler e conhecer o texto teatral e suas particularidades.

Levar para os alunos o trecho da cena um, ato um da obra Hamlet de William

Shakespeare – tradução de Millôr Fernandes- para que os alunos se

familiarizem com a estrutura e organização. Organizar a turma em grupos de

acordo com o número de personagens para que façam a leitura oral. Após a

leitura fazer com que eles analisem oralmente o texto com o questionário

abaixo.

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Hora do bate papo

1-Pode-se notar diferença entre o texto lido e os contos lidos anteriormente?

Justifique.

2-Como são desenvolvidas as falas das personagens nesse texto?

3-Diferencie a presença do narrador no texto “A carteira” do texto “Hamlet”?

4-Justifique por que ao ler o texto Hamlet é preciso mudança de postura como

leitor?

5-Que outros aspectos vocês puderam observar nas ações das personagens

deste texto?

ATIVIDADE: 02

OBJETIVO:

Definir texto teatral e seus elementos composicionais e vocabulário

próprio do teatro.

Iniciar a aula direcionando discussão sobre os textos teatrais, suas

particularidades, características e funções sociais, a fim de identificar a

afinidade dos alunos com os mesmos para, a partir disso, apresentá-los o

texto que o conceitua, familiarizando-lhes com o gênero, fazendo com que

percebam suas características principais.

Page 19: FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO · Ler e interpretar o conto “A carteira” de Machado de Assis. Entregar aos alunos o conto “A Carteira” de Machado de Assis

Fonte:http://www.dominiopublico.com.br+imagens+de+cenarios+teatrais&hl=pt-BR&tbo=d&biw – acesso: 23/11/12

O texto teatral

O texto teatral assemelha-se ao narrativo quanto às características, uma vez

que o mesmo se constitui de fatos, personagens e história (o enredo

representado), que sempre ocorre em um determinado lugar...

Fonte:http://www.brasilescola.com/redacao/otextoteatral.htm%20acessado-

03/11/2012.

1-Pesquise no Dicionário de Teatro de Patrice Pavis o significado de alguns

vocábulos próprios da linguagem teatral, anotando seu significado para

entender algumas estruturas desse gênero textual.

Page 20: FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO · Ler e interpretar o conto “A carteira” de Machado de Assis. Entregar aos alunos o conto “A Carteira” de Machado de Assis

ATIVIDADE: 03

OBJETIVO:

Adaptar os textos em prosa dos contos “A carteira” e “Feliz aniversário”

em textos dramáticos.

Organizar os alunos em grupos para que transformem o texto narrativo em

prosa em texto teatral. Orientar o desenvolvimento da produção para que os

alunos não esqueçam nenhum acontecimento da narrativa, a fim de que os

textos fiquem completos em seus atos. Observar que cada texto contenha as

partes necessárias para encenação como, indicação de personagens, rubrica

etc.

ATIVIDADE: 04

Ator Ação Cena

Cenário

Espetáculo Rubrica

Monologo

Melodrama Figurino

Encenação

Peça Palco

Roteiro

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OBJETIVO:

Ensaiar as peças teatrais

Motivar os alunos para iniciarem os ensaios das peças teatrais, atentando

para a caracterização do cenário, sonorização, figurino e efeitos de luz.

ATIVIDADE: 05

OBJETIVO:

Apresentar a peça teatral à comunidade escolar.

Divulgar o local e horário de apresentação à comunidade escolar e explicá-los,

antes do início, a finalidade, metodologia do trabalho, bem como a

contextualização dos contos que serão encenados. Após a apresentação das

peças na escola será proposto levá-las também ao asilo da cidade, uma vez

que o tema de uma das peças esta relacionado aos idosos, assim, também os

alunos poderão interagir com o mundo real aquilo que estão representando no

teatro.

Fonte:http://www.dominiopublico.com.br+imagens+de+cenarios+teatrais&hl=pt-BR&tbo=d&biw – acesso: 24/11/2012.

Page 22: FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO · Ler e interpretar o conto “A carteira” de Machado de Assis. Entregar aos alunos o conto “A Carteira” de Machado de Assis

REFERÊNCIAS

JAPIASSU, Ricardo Ottoni Vaz. Metodologia do ensino de teatro. Campinas, SP: Papirus, 2001. 224p.

MORICONI, Italo (organizador) Os cem melhores contos do século/ Italo Moriconi (organizador). – Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

PAVIS, Patrice,1947- Dicionário de teatro/Patrice Pavis; tradução para a língua Portuguesa sob a direção de J.Guinsbeurg e Maria Lúcia Pereira. 3.ed-São Paulo: Perspectiva, 2008.

SHAKESPEARE, Willian, 1564-1616.Hamlet/ Willian Shakespeare; tradução de Millôr Fernandes. Porto Alegre: L&PM, 2009

Fonte:http//www.brasilescola.com/redação/ o-texto-teatral.htm.acesso d28/10/2012.

Fonte:www.dominiopublico.gov.br. Acesso: 04/11/2012.

Fonte:www.infoescola.com.br.acesso:25/09/2012.

Fonte:http://www.brasilescola.com/redacao/o-texto-teatral.htm%20acessado%20em%20 - acesso:03/11/2012.

Fonte;http:/www.dominiopublico.com.br+imagens+de+crian%C3%A7as+lendo+contos+e+teatro&start=284&hl=pt-- acesso em 22/11/12.

Fonte:www.dominio+publico..gov.br+-+imagens+gr%C3%A1tis&hl=pt-BR&tbo-acesso:23/11/12

Fonte:http/www.dominiopublico.com.br+imagens+de+crian%C3%A7as+lendo+contos+e+teatro&start=356&hl=pt-BR&sa=X&tbo –acesso:23/11/12

Fonte:http://www.dominiopublico.com.br+imagens+de+carteira+de+dinheiro&hl=pt-BR&tbo=d&biw-acesso23/11/12.

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