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DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO – DPU-RJ
Núcleo Criminal
Rua da Alfândega, nº 70, Centro
CEP 20.070-004, Rio de Janeiro-RJ, Brasil
(21) 2460-5000
e-mail: [email protected]
www.dpu.gov.br
FICHA TÉCNICA DO TRABALHO
Organização estrutural do projeto e texto
Carolina Soares Castelliano Lucena de Castro | Coordenadora do Núcleo Criminal da DPU-RJ
Revisão técnica e de conteúdo
Letícia Stjöman Torrano | Defensora Pública Federal Titular do 6º Ofício Criminal da DPU-RJ
Sistematização de dados e projeto gráfico
Ethel Proença Braga | Assistente Social do Núcleo Criminal da DPU-RJ
Dayane Reis de Oliveira | Estagiária do Serviço Social do Núcleo Criminal da DPU-RJ
Suelen de Oliveira Marinho | Estagiária do Serviço Social do Núcleo Criminal da DPU-RJ
Diagramação e revisão gramatical
Gabriela Natarelli | Jornalista da DPU-RJ
Gloria Melgarejo | Jornalista da DPU-RJ
Foto da capa
Wilson Dias | Agência Brasil (EBC) - Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4
II. DISTRIBUIÇÃO DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA
DA UNIÃO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO ................................................................. 6
III. PERFIL DOS ASSISTIDOS DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO CUSTODIADOS
NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO................................................................................... 10
III.1 Sexo ............................................................................................................... 10
III.2 Nacionalidade ........................................................................................... 11
III.3 Faixa Etária ................................................................................................. 14
III.4 Tipificação Penal ....................................................................................... 19
IV. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 24
V. AGRADECIMENTOS .................................................................................................. 25
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 4
I. INTRODUÇÃO
Com base em 240 atendimentos prisionais realizados entre janeiro e
setembro de 2015, bem como informações coletadas em processos judiciais e
de assistência jurídica, a Coordenação do Núcleo Criminal da Defensoria
Pública da União no Rio de Janeiro realizou compilação e sistematização de
dados relativos aos presos federais assistidos pela Defensoria Pública da
União, que se encontram, ou já estiveram, custodiados em estabelecimentos
prisionais existentes na cidade do Rio de Janeiro no referido período.
Importante esclarecer que os atendimentos prisionais realizados pelo Núcleo
Criminal da Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro têm como objetivo
a prestação de informações processuais, a coleta de informações diretamente
dos presos para desenvolvimento de defesa técnica, bem como o
recebimento de demandas e consequente encaminhamento das mesmas.
O I Panorama dos Presos Federais Assistidos pela Defensoria Pública da
União no Rio de Janeiro está dividido em tópicos específicos, que visam à
melhor compreensão e análise dos dados e estatísticas apresentadas.
Assim, na primeira parte, procurou-se esclarecer a forma como os presos
federais, assistidos pela Defensoria Pública da União, no período
compreendido entre janeiro e setembro de 2015, foram distribuídos pelo
sistema prisional na cidade do Rio de Janeiro.
Posteriormente, são realizadas análises de alguns aspectos e características
relacionadas aos presos federais assistidos pela Defensoria Pública da União,
começando pela verificação da distribuição dos presos por sexo, passando
pela observação da nacionalidade, faixa etária e imputação penal, havendo
análise da interligação e cruzamento entre esses dados.
Diante do papel constitucional a ser desempenhado pela Defensoria Pública,
o presente Panorama pretende traçar uma radiografia do contingente de
pessoas encarceradas assistidas pela Defensoria Pública da União, a fim de
auxiliar na melhor prestação de assistência jurídica integral e gratuita, bem
como na promoção e defesa dos direitos humanos dessa parcela de pessoas
estigmatizada e vulnerável.
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 5
Não há dúvida de que, por tratar de parcela significativa do total de presos
federais dessa cidade, ao ser amplamente divulgado, o I Panorama
contribuirá para o desenvolvimento e aperfeiçoamento não somente de
políticas institucionais por parte da Defensoria Pública da União, como
também para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de políticas públicas de
responsabilidade dos órgãos e instituições competentes, além de auxiliar na
própria prestação jurisdicional em relação ao preso federal.
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 6
II. DISTRIBUIÇÃO DOS PRESOS
FEDERAIS ASSISTIDOS PELA
DEFENSORIA PÚBLICA DA
UNIÃO NA CIDADE DO RIO DE
JANEIRO
O total de presos federais assistidos pelo Núcleo Criminal da Defensoria
Pública da União do Rio de Janeiro, durante o período compreendido entre
janeiro e setembro de 2015, foi de 134 pessoas.
Salienta-se que os réus ou indiciados presos em decorrência de
inquéritos/processos de competência da Justiça Federal do Rio de Janeiro são
custodiados em estabelecimentos estaduais, distribuídos pela cidade do Rio
de Janeiro.
Incluem-se nesse trabalho as pessoas presas em decorrência de processos de
extradição em trâmite no Superior Tribunal Federal, que se encontram
custodiadas nos estabelecimentos prisionais presentes na cidade do Rio de
Janeiro.
A grande maioria dos presos federais do sexo masculino é custodiada no
presídio Ary Franco, localizado em Água Santa, enquanto as do sexo
feminino, por sua vez, no presídio Joaquim Ferreira, localizado no Complexo
de Gericinó
A distribuição dos presos federais, assistidos pela Defensoria Pública da
União, pode ser melhor visualizada, através da Tabela 01 e do Gráfico 01.
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 7
Tabela 01: Distribuição de assistidos presos nas Unidades
Prisionais da cidade do Rio de Janeiro
Unidades Prisionais Localização (Bairro)
Quantitativo
de Presos
Federais
Assistidos pela
DPU/RJ
Presídio Ary Franco Água Santa 81
Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza Bangu 26
Penitenciária Industrial Esmeraldino Bandeira Bangu 4
Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho Bangu 2
Penitenciária Alfredo Tranjan Bangu 1
Penitenciária Talavera Bruce Bangu 1
Penitenciária Dr. Serrano Neves Bangu 4
Penitenciária Láercio da Costa Pelegrino Bangu 1
Penitenciária Gabriel Ferreira Castilho Bangu 1
Instituto Penal Plácido Sá Carvalho Bangu 1
Cadeia Pública Paulo Roberto Rocha Bangu 2
Penitenciária Lemos Brito Bangu 2
Cadeia Pública José Frederico Marques Bangu 1
Presídio Nelson Hungria Bangu 2
Presídio João da Silva Japeri 1
Penitenciária Milton Dias Moreira Japeri 2
Cadeia Pública Juíza de Direito Patricia Aciolli Niterói 1
Casa do Albergado Crispim Ventino Benfica 1
Total 134
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 8
Gráfico 01 : Distribuição de assistidos presos nas Unidades
Prisionais da cidade do Rio de Janeiro
Entre janeiro e setembro de 2015, o Núcleo Criminal da Defensoria Pública da
União atendeu a 105 presos do sexo masculino, sendo que, especificamente
no mês de setembro de 2015, a atuação do Núcleo Criminal abrangeu 63%
do total de 89 presos federais custodiados no Presídio Ary Franco.
Quanto ao atendimento a presas do sexo feminino no referido período,
foram assistidas, pelo Núcleo Criminal da DPU/Rio de Janeiro, 29 internas,
sendo que, em setembro de 2015, a Defensoria Pública da União do Rio de
Janeiro assistia a 44% do total de 09 presas federais custodiadas no Presídio
Joaquim Ferreira, também como exemplo de atuação.
Importante registrar que o número de presos federais no Presídio Ary Franco
oscilou entre janeiro e setembro de 2015 entre 80 a 110, enquanto que, no
Presídio Joaquim Ferreira, o número de presas federais oscilou, no referido
período, entre 09 a 20.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90Ary Franco
Joaquim Ferreira
Esmeraldino Bandeira
Jonas Lopes
Alfredo Tranjan
Talavera Bruce
Serrano Neves
Láercio da Costa Pelegrino
Gabriel Ferreira Castilho
Plácido Sá Carvalho
Paulo Roberto Rocha
Lemos Brito
José Frederico Marques
Nelson Hungria
João da Silva
Milton Dias Moreira
Patricia Aciolli
Crispim Ventino
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 9
Portanto, é possível perceber que o número de presos federais assistidos pelo
Núcleo Criminal da Defensoria Pública da União do Rio de Janeiro representa
parcela significativa do total de presos federais custodiados na cidade do Rio
de Janeiro, conforme se infere da Demonstração Gráfica 02 e 03.
Gráfico 02: Atuação da Defensoria Pública da União junto aos
presos federais no Presídio Joaquim Ferreira em setembro de
2015
Gráfico 03: Atuação da Defensoria Pública da União junto aos
presos federais no Presídio Ary Franco em setembro de 2015
Dessa forma, pela análise dos dados, observa-se que, não obstante o
presente Panorama tratar do perfil de presos assistidos pela Defensoria
Pública da União, é possível depreender que o raio de alcance do diagnóstico
se espalha em relação aos presos federais como um todo, considerando a
parcela significativa de atuação da DPU junto a esse grupo.
44% 56%
Presas Federais Na UnidadePrisional (Joaquim Ferreira)Presas Federais Assistidadas pelaDPU/RJ(Joaquim Ferreira)
37% 63%
Presos Federais não Assistidos pelaDPU/RJ
Presos Federais Assistidos pela DPU/RJ
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 10
III. PERFIL DOS ASSISTIDOS DA
DEFENSORIA PÚBLICA DA
UNIÃO CUSTODIADOS NA
CIDADE DO RIO DE JANEIRO
III.1. SEXO
Do total de 135 presos federais assistidos pelo Núcleo Criminal da Defensoria
Pública da União no Rio de Janeiro entre janeiro e setembro de 2015, 105 são
presos federais do sexo masculino, enquanto que 29 são presas do sexo
feminino. A proporção entre os sexos pode ser visualizada pela Tabela 02 e
Gráfico 04.
Tabela 02: Divisão dos presos assistidos pela DPU por sexo
Total de Assistidos Presos
Federais 134
Total de Homens 105
Total de Mulheres 29
Gráfico 04: Divisão dos presos assistidos pela DPU por sexo
78,36%
21,64%
Assistidos Presos Federais - Relação por Sexo
Total de homens Total de mulheres
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 11
Nota-se que a quantidade de presos federais do sexo masculino assistidos
pelo Núcleo Criminal da Defensoria Pública da União é exponencialmente
superior em relação à quantidade de presas federais do sexo feminino.
III.2. NACIONALIDADE
Entre os presos federais assistidos pelo Núcleo Criminal da Defensoria Pública
da União, entre janeiro e setembro de 2015, encontra-se parcela significativa
de estrangeiros, no total de 35 pessoas, sendo que, do contingente do sexo
masculino, 78 são brasileiros e 27 são estrangeiros.
Quanto às internas do sexo feminino, 21 são brasileiras e 08 são estrangeiras.
Os dados são ilustrados pela Tabela 03 e pelo Gráfico 05 abaixo:
Tabela 03: Nacional idade x Sexo
Gráfico 05: Relação entre nacional idade e sexo
Nacionalidade e Sexo
Homens Mulheres
Brasileiros 78 21
Estrangeiros 27 8
0
20
40
60
80
100
Brasileiros Estrangeiros
Relação entre Nacionalidade e Sexo
Homens Mulheres
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 12
Verificou-se que os 35 presos federais estrangeiros assistidos pela DPU estão
distribuídos em seis unidades do sistema prisional do Rio de Janeiro, da
seguinte forma: quanto às internas do sexo feminino, 06 encontram-se na
Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza e 02 no Presídio Nelson Hungria.
Em relação aos internos do sexo masculino, 22 encontram-se no Presídio Ary
Franco, 02 na Penitenciária Industrial Esmeraldino Bandeira, 02 no Instituto
Penal Plácido de Sá Carvalho e 01 na Casa do Albergado Crispim Ventino.
Dentre os presos estrangeiros assistidos pela DPU, foram identificadas 25
nacionalidades diferentes, conforme distribuição da Tabela 04 e Gráfico 06
abaixo.
Tabela 04: Verif icação das Nacional idades dos Presos
Estrangeiros
Europa Ásia África América
Bulgária 1 Turquia 1 Gana 3 EUA 2
Polônia 1 Síria 1 Togo 1 Colômbia 1
Portugal 3 China 1 Nigéria 2 Argentina 1
Espanha 1 Filipinas 1 Angola 3 México 1
Suécia 1 Tailândia 1
Peru 1
Holanda 2
Equador 1
Inglaterra 1
França 1
Itália 2
Romênia 1
14 5 9 7
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 13
Gráfico 06: Demonstração no Mapa dos Continentes da
Distribuição Geográfica
É possível verificar, dessa forma, que a quantidade de estrangeiros
provenientes do continente europeu, incluindo países do Leste Europeu, é
sensivelmente superior a de outros continentes.
Pela análise dos países de origem dos presos estrangeiros assistidos pelo
Núcleo Criminal da Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro, é possível
concluir que a situação dos mesmos guarda sensíveis particularidades em
relação aos demais presos federais brasileiros, uma vez que a grande maioria
provém de países que não falam a língua portuguesa e que possuem cultura,
valores e hábitos distintos de nossa sociedade, como, por exemplo, aqueles
provenientes do continente africano.
III.3 FAIXA ETÁRIA
No que pertine à faixa etária dos presos federais assistidos pela Defensoria
Pública da União, o estudo também considerou a divisão entre os sexos, para
uma melhor percepção da realidade prisional entre os dois grupos, a fim de
que semelhanças, diferenças e particularidades pudessem ser mais facilmente
detectadas.
7
14
5
9
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 14
As idades foram distribuídas em quatro faixas etárias, no intuito de que fosse
verificado o quantitativo de presos enquadrados em quatro situações: faixa
dos jovens, pessoas que estão iniciando a vida adulta; faixa dos adultos que
compõem a parcela da população economicamente ativa; faixa das pessoas
consideradas de meia-idade, portanto mais maduras e, por fim, a faixa dos
idosos acima de 60 anos.
Assim, verificou-se que, em relação às presas do sexo feminino, analisadas
como um todo, há um predomínio da faixa etária compreendida entre 26 e
45 anos de idade, apesar de os dois extremos da faixa etária,- tanto o mais
novo compreendido entre 18 e 25 anos, como o mais velho compreendendo
as maiores de 60 anos de idade-, também conterem parcela considerável de
detentas, conforme Tabela 05 e Gráfico 07.
Tabela 05: Relação entre faixa etária e sexo feminino
Faixa Etária Presas Federais
18 a 25 anos 6
26 a 45 anos 11
46 a 59 anos 4
Maiores de 60 anos 6
Não Informado 2
Total 29
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 15
Gráfico 07: Relação entre faixa etária e sexo feminino
Foi também realizada uma abordagem analítica com a distinção entre
brasileiras e estrangeiras, tendo sido verificado que, em relação às presas
brasileiras, há o predomínio da faixa etária entre 26 e 45 anos de idade,
apesar de o número de detetentas acima de 60 anos também ser
significativo.
Já quanto às presas estrangeiras, há equivalência tanto na faixa etária que
varia entre 18 a 25 anos quanto na faixa variável entre 26 e 45 anos de idade.
Os dados são ilustrados na Tabela 06 e Gráfico 08.
0
2
4
6
8
10
12
18 a 25 anos 26 a 45 anos 46 a 59 anos Maiores de 60anos
Não identificado
Faixa Etária - Mulheres
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 16
Tabela 06: Relação entre faixa etária, sexo feminino e
nacional idade
Idades Brasileiras Estrangeiras
18 a 25 anos 3 3
26 a 45 anos 8 3
46 a 59 anos 3 1
Maiores de 60 anos 5 1
Não Informado 2 0
Total: 21 8
Gráfico 08: Relação entre faixa etária, sexo feminino e
nacional idade
Em relação aos homens encarcerados, analisados de forma indistinta, há um
forte predomínio da faixa etária compreendida entre 26 e 45 anos de idade,
conforme se verifica pela Tabela 07 e Gráfico 09.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
18 a 25 anos 26 a 45 anos 46 a 59 anos Maiores de 60anos
Não identificado
Faixa Etária/Mulheres X Nacionalidade
Brasileiras Estrangeiras
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 17
Tabela 07: Relação entre faixa etária e sexo mascul ino
Faixa Etária Presos Federais
18 a 25 anos 23
26 a 45 anos 60
46 a 59 anos 14
Maiores de 60 anos 5
Não Informado 3
Total: 105
Gráfico 09: Relação entre faixa e tária e sexo mascul ino
Também em relação aos presos do sexo masculino, foi realizada a análise dos
dados com o destacamento dos presos estrangeiros, ainda havendo o
predomínio da faixa etária compreendida entre 26 e 45 anos de idade, tanto
entre brasileiros quanto em relação aos estrangeiros, conforme Tabela 08 e
Gráfico 10 abaixo.
0
10
20
30
40
50
60
70
18 a 25 anos 26 a 45 anos 46 a 59 anos Maiores de 60anos
Não identificado
Faixa Etária - Homens
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 18
Tabela 08: Relação entre faixa etária, sexo mascul ino e
nacional idade
Faixa Etária Brasileiros Estrangeiros
18 a 25 anos 19 4
26 a 45 anos 43 17
46 a 59 anos 9 5
Maiores de 60 anos 4 1
Não Informado 3 0
Total: 78 27
Gráfico 10: Relação entre Faixa Etária , Sexo Mascul ino e
Nacional idade
Percebe-se, pelos dados coletados, que há entre os presos do sexo
masculino, sejam brasileiros ou estrangeiros, forte predominância da faixa
etária que abarca a parcela da população economicamente ativa, isto é,
aquela localizada entre 26 e 45 anos de idade, situação que se repete entre
as detentas brasileiras do sexo feminino.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
18 a 25 anos 26 a 45 anos 46 a 59 anos Maiores de 60anos
Não identificado
Faixa Etária/Homens X Nacionalidade
Brasileiros Estrangeiros
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 19
III.4. TIPIFICAÇÃO PENAL
Verificou-se também a relação entre a tipificação penal imputada ao (à) preso
(a) federal assistido (a) pela Defensoria Pública da União e a divisão por sexo,
havendo o predomínio entre os presos do sexo masculino a acusação pela
prática do delito de tráfico de drogas e crimes patrimoniais de roubo e furto.
Em relação às presas do sexo feminino, sobressai de forma vertiginosa a
acusação por tráfico de drogas, enquanto o delito patrimonial de roubo ou
furto somente chegou a ser imputado a uma única presa. A Tabela 09 e
Gráfico 11 demonstram a divisão entre sexo e tipificação penal.
Tabela 09: Comparação entre a tipif icação penal imputada e o
sexo do (a) preso (a)
Crimes Total de Presos Federais Homens Mulheres
Tráfico de Drogas 39 27 12
Documento Falso 9 7 2
Estelionato 17 12 5
Moeda Falsa 11 6 5
Furto 3 3 0
Roubo 35 34 1
Outros 12 9 3
Extradição 7 7 1
Total: 134 105 29
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 20
Gráfico 11 : Comparação entre a tipif icação penal imputada e o
sexo do (a) preso (a)
Ainda na análise da tipificação penal, foi incluído, além de dados relativos ao
sexo do (a) preso (a) assistido (a) pela Defensoria Pública da União,
informações acerca da faixa etária dessas pessoas, podendo-se observar, pela
Tabela 10 e Gráfico 12, o predomínio da imputação por tráfico de drogas em
relação a quase todas as faixas etárias das presas do sexo feminino, com
exceção daquelas com idade acima de 60 anos.
0
5
10
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20
25
30
35
40
Tipificação e Sexo
Homens Mulheres
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 21
Tabela 10: Anál ise da tipif icação penal , sexo feminino e faixa
etária
18 a 25
anos
26 a 45
anos
46 a 59
anos
≥ 60
anos
Não
identificado
Tráfico de Drogas 3 6 2 0 1
Documento Falso 0 1 0 1 0
Estelionato 0 1 1 2 1
Moeda Falsa 2 2 1 0 0
Roubo e Furto 1 0 0 0 0
Extradição 0 1 0 0 0
Outros 0 0 0 2 1
Gráfico 12: Anál ise da tipif icação penal , sexo feminino e faixa
etária
0
1
2
3
4
5
6
7
18 a 25 anos 26 a 45 anos 46 a 59 anos Maiores de 60anos
Não identificado
Tipificação/Mulheres X Faixa Etária
Tráfico de drogas Documento Falso Estelionato Moeda Falsa
Roubo e Furto Extradição Outros
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 22
No tocante aos presos do sexo masculino, há um predomínio, entre as faixas
etárias compreendidas entre 18 e 25 anos, bem como 26 a 45 anos, de
acusações por crime patrimonial, enquanto que o delito de estelionato
predomina em relação à faixa etária variável entre 46 e 59 anos de idade.
A tabela 11 e o Gráfico 13 demonstram essa relação no tocante aos presos do
sexo masculino.
Tabela 11 : Anál ise da tipi f icação penal , sexo mascul ino e faixa
etária
18 a 25
anos
26 a 45
anos
46 a 59
anos
≥ 60
anos
Não
identificado
Tráfico de Drogas 8 18 1 0 0
Documento Falso 1 4 1 1 0
Estelionato 0 2 8 1 0
Moeda Falsa 2 4 0 0 0
Roubo e Furto 0 3 0 0 0
Extradição 11 21 0 2 2
Outros 0 3 3 0 1
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 23
Gráfico 13: Anál ise da tipif icação penal , sexo mascul ino e faixa
etária
Observa-se, ainda, que a quantidade de presos em decorrência de processo
de extradição em trâmite no Superior Tribunal Federal é bem superior em
relação ao sexo masculino, com total de 07 pessoas, enquanto que, em
relação ao sexo feminino, houve o atendimento de apenas uma detenta no
período compreendido entre janeiro e setembro de 2015.
0
5
10
15
20
25
30
18 a 25 anos 26 a 45 anos 46 a 59 anos Maiores de 60anos
Não identificado
Tipificação/Homens X Faixa Etária
Tráfico de drogas Documento Falso Estelionato Moeda Falsa
Roubo e Furto Extradição Outros
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 24
IV. CONCLUSÃO
A partir de todos os dados e informações contidas no I Panorama dos Presos
Federais Assistidos pela Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro, é
possível observar alguns aspectos importantes, traçados pelo diagnóstico,
como o fato de a quantidade de presos do sexo masculino ser
exponencialmente maior do que presas do sexo feminino; a presença de
estrangeiros de 25 nacionalidades diversas custodiados nos estabelecimentos
prisionais da cidade do Rio de Janeiro; a situação de grande parcela dos
detentos do sexo masculino pertencer à faixa etária da população
economicamente ativa; o fato de a quase totalidade de detentas do sexo
feminino assistidas pela DPU responderem pela prática de condutas que não
envolvem violência ou grave ameaça.
O I Panorama chega em boa hora, trazendo um pouco de luz a iniciativas e
debates presentes no atual cenário jurídico brasileiro, como é o caso da
urgente e necessária implementação da sistemática de audiência de custódia,
o tratamento diferenciado relegado ao réu estrangeiro, no que tange às
medidas que visam ao desencarceramento, e a (des)necessidade da
decretação/manutenção da prisão preventiva para crimes cometidos sem
violência ou grave ameaça.
Portanto, o presente Panorama é instrumento de trabalho e pesquisa de
suma importância, auxiliando no monitoramento e atuação junto a esse
contingente carcerário, do qual pouco se conhece, mas que não pode deixar
de ser lembrado.
A Defensoria Pública da União, firme no propósito constitucional de se
construir uma sociedade livre, justa e solidária, espera ter contribuído de
alguma forma, com esse trabalho, para o melhor percurso desse caminho.
I PANORAMA DOS PRESOS FEDERAIS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO 25
V. AGRADECIMENTOS
O I Panorama dos Presos Federais Assistidos pela Defensoria Pública da
União no Rio de somente foi possível de ser concretizado mediante o
contínuo e árduo trabalho do Núcleo Criminal da Defensoria Pública da União
no Rio de Janeiro, que possui atuação combativa e presente no sistema
prisional estadual, reverberando as vozes que chegam do cárcere. Com base
nas centenas de atendimentos e atuações dos Defensores Públicos Federais, a
equipe do serviço social do Núcleo Criminal compilou e sistematizou os
dados, possibilitando a análise e manuseio dos mesmos pela Coordenação do
Núcleo Criminal. Esse trabalho não existiria sem a contribuição dos próprios
assistidos da Defensoria Pública da União, já que o compartilhamento de suas
demandas, angústias e vitórias com os Defensores Públicos Federais em
muito colabora e contribui para a melhor atuação institucional, seja de forma
individualizada ou coletiva.