filosofia política 2º ano
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A obra de Aristóteles, intitulada Política, é considerada um dos primeiros tratados sobre a arte e a ciência de governar a Polis.
O conceito grego de Política se refere à realização do bem comum. No entanto, o conceito moderno de política está estreitamente ligado ao de
poder.
POTERE (do latim) = POSSE; SER CAPAZ DE.
Poder é a posse dos meios que levam à produção de efeitos desejados. Aquele que detém esses meios exerce determinada influência ou domínio e, por seu intermédio, alcança os efeitos que desejar.
O fenômeno do poder costuma ser dividido em duas categorias: poder do homem sobre a natureza e o poder do homem sobre o homem.
Enquanto estudantes de filosofia daremos uma atenção maior ao poder do homem sobre o homem, isto é, ao poder social.
bem comum
poder
X
Poder Econômico utiliza a posse dos bens socialmente necessários para induzir quem não os possuem.
Poder Ideológico utiliza a posse de certas idéias, valores e doutrinas para influenciar a doutrina alheia.
Poder Político utiliza a posse dos meios de coerção social (uso da força física legal) para alcançar seus fins.
PODERSOCIAL
STATUS (do latim) = ESTAR FIRME
Refere-se a permanência de uma situação de convivência humana ligada à sociedade política.
, O Es tado é a ins tituição política que dirig ida por um , governo s oberano re ivindica o monopólio do us o leg ítimo
, da força fís ica em determinado território s ubordinando os .membros da s oc iedade que ne le vivem
(1864-1920)Max Weber
ORIGEM DO ESTADO
Muitas sociedades se desenvolveram sem que tivessem o Estado instituído. No entanto, com o aprofundamento da divisão social do trabalho, certas funções político-administrativas e militares acabaram sendo assumidas por um grupo específico de pessoas. Este grupo passou a deter o poder e a impor normas à vida coletiva. Surge o governo. Nasce o Estado.
FUNÇÃO DO ESTADO
Não existe consenso sobre esta questão. Muitas respostas foram dadas,
mas destacamos duas, defendidas por correntes opostas: a liberal e a
marxista.
liberalmarxista
X
O QUE DEVE SER O ESTADO
A função do Estado é agir como mediador dos conflitos entre os
diversos grupos sociais, promovendo a conciliação, amortecendo choques entre setores divergentes e, enfim,
harmonizando os grupos rivais, preservando o interesse do bem
comum.John Locke
Jean-jacques Rousseau
O QUE É O ESTADO
O Estado não é um simples mediador de grupos rivais, mas uma instituição que interfere de
modo parcial, quase sempre tomando partido das classes sociais dominantes. Assim, a
função social do Estado é garantir o domínio de uma
classe sobre a outra Karl Marx
Friedrich Engels
PlatãoAristótelesRousseauMontesquieu
HegelEngelsMarx
MaquiavelLockeHobbesBodin
PRINCIPAIS TEÓRICOS DO PENSAMENTO
POLÍTICO
Razão
Coragem
Apetites
Para Platão, cada indivíduo tem em sua alma três princípios fundamentais que a constitui:
Alma Desejante - que busca a satisfação dos instintos, impulsos, desejos e paixões.
Alma irascível - que é o seu princípio de defesa;
Alma racional - que busca o conhecimento e deve reger a vida humana;
Através da educação, o indivíduo deve alcançar o equilíbrio entre essas três partes, no entanto, a alma racional deve preponderar.
PLATÃO:o Rei-Filósofo para a justiça
428-347 a.C.
Depois, fazendo uma analogia entre o indivíduo e a cidade (polis), Platão também dividiu esta em três grupos sociais
Produtores – responsáveis pela produção econômica: agricultores, pastores, artesãos, etc. Este grupo corresponderia à Alma Desejante.
Guardiões – responsáveis pela defesa da cidade, como os soldados. Este grupo corresponderia a Alma Irascível.
Governantes – responsáveis pelo governo da cidade. Este grupo corresponderia à Alma Racional.
A justiça na cidade dependeria do equilíbrio entre esses três grupos sociais, ou seja cada qual cumprindo sua função, uma vez que se trata de aspectos
necessários à vida da cidade.
A razão está para o corpo na mesma proporção que o governante está para cidade.
Mas quem deve ser o governante?
Platão propõe um modelo de educação que possibilite iguais condições de acesso a todos os indivíduos, independente do
grupo social a que pertença.
Ao mais aptos continuariam até o ponto mais alto deste processo: a FILOSOFIA.
Os mais sábios seriam os habilitados a administrarem a cidade.
Dizemos, por isso, que a concepção política de Platão é Aristocrática, pois supões que a grande massa de pessoas é incapaz de dirigir a cidade e que apenas uma pequena parcela de sábios está apta a exercer o poder político.
Para Platão o filósofo é aquele que, saindo do mundo das trevas, da ilusão, alcança a verdade, o mundo das idéias. O rei-filósofo é aquele que pela contemplação das idéias, conheceu a essência da justiça, por isso deve
governar a cidade.
384-322 a.C.
ARISTÓTELES:o homem como animal político
Na filosofia aristotélica a política é o desdobramento natural da ética. Ambas, na verdade, compõem a
unidade do que Aristóteles chamava de filosofia prática.
Por virtude, Aristóteles entende o hábito de praticar ações que estejam no meio
entre os dois excessos.
VÍCIO POR FALTA
VIRTUDE VÍCIO POR EXCESSO
Covardia Coragem Temeridade
Avareza Liberdade Prodigalidade
Irascibilidade Gentileza Indiferença
Modéstia Magnificência Vaidade
Vulgaridade Respeito próprio
Vileza
Se a ética está preocupada com a felicidade individual do homem, a
política se preocupa com a felicidade coletiva da polis. Logo, o papel da política é investigar e descobrir as
formas de governo e de instituições capazes de assegurar a felicidade
coletiva.
É de Aristóteles a afirmativa de que ”o homem é um animal político”, isto é, que o homem é
por natureza um ser social, pois, para sobreviver, não pode ficar completamente
isolado de seus semelhantes.
A polis grega, portanto, é vista por Aristóteles como um fenômeno natural para o homem.
Logo, a sociedade deve ser organizada conforme esta mesma natureza humana.
Buscando como bens sociais aquelas coisas que correspondem aos anseios dos homens
que a organizam.
Aristóteles entende ainda que a cidade tem precedência sobre cada um dos indivíduos, uma vez que cada indivíduo isoladamente não é auto-suficiente,
pois a falta de um indivíduo não destrói a cidade. Logo, “o todo deve necessariamente ter precedência sobre as partes”.
Aristóteles distinguia duas espécie de seres humanos:
2. os que vegetam em tribos amorfas e selvagens ou formam imensos reba-nhos em monarquias monstruosas
3. Os que se encontram harmoniosa-mente associados em cidades (polis).
Os primeiros nasceram para ser escra-vos, para que os últimos pudessem dar-se ao luxo de gozar de um modo mais nobre de vida.
Como se vê, Aristóteles defendia que os homens não são naturalmente iguais, pois uns nascem para escravidão e outros para o domínio. Seu pensamento era reflexo da realidade social da Atenas clássica: onde a sociedade estava dividida em três grupos
sociais:
CIDADÃOS – homens maiores de 21 anos filhos de pai e mãe atenienses.METECOS – estrangeiros que moravam em Atenas. Não tinham direitos políticos.ESCRAVOS – a grande maioria da população. Considerados propriedade de seus senhores. Havia leis que impediam maus tratos contra escravos.