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1 FILOSOFIA QUÂNTICA MARCOS AURÉLIO DE OLIVEIRA RAMOS

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FILOSOFIA QUÂNTICA

MARCOS AURÉLIO DE OLIVEIRA RAMOS

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TEXTO SOBRE O AUTOR – PARA AS ORELHAS

MARCOS AURÉLIO DE OLIVEIRA RAMOS

Nasceu na cidade de Lages – SC, em 1948. Após concluir o primeiro

grau, em sua cidade natal, ingressou, em 1964, na Escola Preparatória de

Cadetes do Exército e, em 1967, na Academia Militar das Agulhas Negras.

Como oficial intermediário foi pára-quedista e combatente especializado na

selva amazônica. Permaneceu no Exército até o início de 2001, quando se

aposentou no posto de Coronel. Como oficial da Arma de Engenharia, fez os

cursos de graduação, mestrado e doutorado. Realizou, ainda, no Exército, o

curso de Política e Estratégia, aposentando-se com trinta e sete anos de

caserna. Ao longo de sua vida militar, serviu em diversos Estados, além de

desempenhar, no biênio 1997/98, o cargo de Adido Militar na Embaixada do

Brasil em La Paz – Bolívia.

Utilizando-se de conhecimentos de filosofia e teologia, escreveu este

livro com o objetivo de abordar a evolução espiritual no contexto de um Grande

Plano ou Manvantara.

Na sua atividade docente ministrou as seguintes disciplinas

universitárias: Teoria Política Moderna e Contemporânea; Desenvolvimento

Sócio Econômico; Sociologia Aplicada à Administração; e Filosofia e Ética

Profissional. É autor do livro “O Ponto de Convergência” publicado pela editora

Corifeu. Seu e-mail para contato: [email protected]

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TEXTO DA 4ª CAPA

O autor expõe, por meio de uma linguagem acessível, algumas

informações gerais sobre o sistema solar e o atômico e sobre o Universo já

identificado, ainda longe de ser conhecido. Faz uma correlação entre o

Microcosmo e o Macrocosmo, destacando, nesse contexto, a relação

espaço/tempo/velocidade nos ambientes da matéria aparente, da antimatéria e

do espaço sideral. Salienta, ainda, a importância de um Grande Plano Evolutivo

ou de um Manvantara. Apresenta o sistema astronômico, contido no Cosmo

infinito, como instrumento de evolução espiritual de todos os gêneros e

espécies de seres que vivem em seus respectivos ambientes. Ou seja, tudo na

natureza está em função da criação e da evolução. Dentro dessa idéia geral,

destaca, ainda, as atribuições dos seres supra-humanos; as possibilidades de

realização de viagens espaciais, tudo dentro das necessidades evolutivas; a

questão da antimatéria; e a ligação dos buracos negros, da Energia Negra ou

Escura, da Matéria Negra, das estrelas novas e supernovas e do Big Bang com

a evolução espiritual no contexto dos infinitos manvantaras.

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MARCOS AURÉLIO DE OLIVEIRA RAMOS

FILOSOFIA QUÂNTICA

04 de novembro de 2006//08 de novembro de 2010

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................. 06 CAPÍTULO I – O ÁTOMO – ALGUMAS INFORMAÇÕES GERAIS................ 15 CAPÍTULO II – O UNIVERSO JÁ IDENTIFICADO (AINDA LONGE DE SER CONHECIDO) - ALGUMAS INFORMAÇÕES GENÉRICAS ......................... 26 CAPÍTULO III – FILOSOFIA QUÂNTICA

1. Sistema solar ou atômico? .................................................................... 41 2. O sistema material (Microcosmo – Macrocosmo) e a evolução ........... 50 3. O Manvantara do Planeta Terra ........................................................... 58 4. Correlação entre o Microcosmo Imediato e o Macrocosmo Imediato ... 71 5. As distâncias já relacionadas pelo ser humano do planeta Terra ........ 77 6. Espaços sutis ........................................................................................ 79 7. O espaço e o tempo ............................................................................ 83 8. Viagens interplanetárias e intersolares ................................................. 87

CONCLUSÃO.................................................................................................. 104 BIBLIOGRAFIA.............................................................................................. 107

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INTRODUÇÃO

As raízes da física, como de toda a ciência ocidental, podem ser encontradas no período inicial da filosofia grega do século VI a.C., numa cultura onde a ciência, a filosofia e a religião não se encontravam separadas. O termo “física” deriva da palavra grega “physis”, que significa, originalmente, a tentativa de ver a natureza essencial de todas as coisas. Portanto, para que se abranjam todas as coisas é necessário considerar o material, o espiritual, as suas relações básicas, o espaço, o tempo, o infinito e o eterno.

Os filósofos pré-socráticos foram os primeiros a oferecer uma interpretação racional do mundo. Para isso, buscaram o princípio fundamental das coisas - “o arjé”. A intenção era encontrar uma substância que fosse origem de todos os fenômenos, ou seja, que se constituísse em uma autêntica essência. Os primeiros pensadores eram ao mesmo tempo cientistas e filósofos. Não existia, também, como hoje é entendida, a diferença entre o princípio espiritual e o material. Somente com os eleatas, começou-se a estabelecer distinção entre o mundo físico dos fenômenos percebidos pelos sentidos e o mundo espiritual imutável. Não obstante, é certo que os atributos conferidos pelos filósofos milésios ao “arjé”, como o infinito e a imortalidade, ainda não se aplicavam às divindades antropomórficas em que acreditavam1.

O primeiro filósofo milésio foi Tales (620/550 a.C.), de Mileto (Ásia Menor), considerado como um dos sete sábios da Grécia antiga. Foi o primeiro a tentar reduzir a diversidade dos fenômenos a uma origem comum, encontrando na água (hygron) a fonte da vida. Por ser a mesma capaz de adotar a forma sólida, líquida e gasosa e, portanto, encontrar-se em distinto grau de condensação, poderia ser considerada como o princípio essencial da realidade e como tal eterna. Portanto, Tales considerou a água como o “arjé”. Alhures, Tales descobriu a esfericidade da Terra, a obliqüidade da eclíptica e a causa dos eclipses.

As concepções de Tales sobre o “arjé” foram desenvolvidas por Anaximandro (610/550 a.C.), provavelmente seu discípulo. Anaximandro considerou que o “arjé” não podia ser encontrado em uma substância particular como a água, já que a mesma não era uma substância infinita que pudesse dar origem a todas as outras. Por isso, Anaximandro chamou o elemento primigênio de “apeiron”, que pode ser traduzido por indeterminado ou ilimitado. Desta forma, surge o primeiro passo no processo da abstração. Do “apeiron”, definido como uno, infinito, harmônico e atemporal, por um processo de separação, surgem as demais coisas. Anaximandro introduziu o conceito de Cosmo como sendo o Universo submetido, em todas as suas manifestações e fenômenos, a uma ordem racional, o que exerceria uma enorme influência no pensamento posterior.

Anaximenes (591/525 a.C.) foi o terceiro dos grandes filósofos milésios. Seu pensamento indica, em certa medida, um retrocesso ao de Anaximandro. Apesar de achar também que o “arjé” devia ser uno e infinito, considerou que,

1 Eleatas: da escola filosófica de Eléia, cidade grega da Antigüidade. Filósofos milésios: nascidos em Mileto, antiga cidade da Ásia Menor. Praticavam uma filosofia materialista.

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para poder constituir a origem das demais coisas, o mesmo devia ser uma substância concreta, afirmando que esta substância era o ar (pneuma), que é, por um lado, a alma e, por outro, o suporte físico de todo o existente. Portanto, segundo Anaximenes todas as coisas formam-se a partir do ar mediante a condensação ou rarefação. A terra, por exemplo, seria produto da condensação e o fogo da rarefação.

Pitágoras (570/495 a.C.), de Samos, fundou uma sociedade do tipo mística e espiritual que chegou a converter-se em um importante movimento político. Introduziu a noção de que a alma possui uma origem divina e se acha aprisionada no corpo. Portanto, o ser humano precisa purificar-se para alcançar a libertação. Esta idéia já supõe, de forma definitiva, a separação entre a matéria e o espírito, constituindo uma evidente reação idealista ao materialismo milésio. No campo estritamente filosófico, Pitágoras abandonou a busca de uma substância primigênia e propôs o “número” como um princípio ideal, entendido como medida e proporção, que seria a essência da realidade e a ordem do Cosmo. As correlações numéricas entre planetas, notas musicais, medidas geométricas, etc são, ao mesmo tempo, suporte da realidade e determinação da mesma. O Universo de Pitágoras está regido pela matemática que, em sua forma pura, é harmonia. Por outro lado, o ilustre pensador descobriu o movimento de rotação da Terra sobre o próprio eixo (dia e noite), seu movimento anual em torno do Sol e incorporou os planetas e os cometas ao sistema solar.

Contemporâneo de Pitágoras, Jenófanes de Calofon (570/475 a.C.) constitui uma peculiar mistura de filósofo e poeta. Criou uma metafísica baseada na unidade do ser primigênio, o “arjé”, que se encontra presente em todas as coisas. Em sua filosofia, sempre satirizou a concepção antropomórfica da divindade.

Por outro lado, o ponto fundamental que Heráclito de Éfeso (540/470 a.C.) baseia-se está na essência do ser, ou seja, na definição do “arjé”. Segundo Heráclito, o Cosmo possui uma perpétua dinâmica que se manifesta na tensão e superação contínua dos opostos. Como sustento material da ordem do Universo, o referido filósofo elegeu o fogo como o “arjé”, por ser o símbolo da energia e da transmutação. Portanto, na sua dialética, o fogo constitui uma causa formal, ou seja, uma expressão da ordem do Universo. O Cosmo sempre foi e sempre será o fogo vivente, que se acende e se apaga.

Parménides, nascido em 515 a.C., foi o principal representante de um movimento filosófico que consolidou a reação idealista iniciada por Pitágoras. Este idealismo tinha como objetivo separar o mundo espiritual e transcendente do universo material, que se conhece por meio dos sentidos. Segundo Parménides, existem duas vias de conhecimento: a primeira é a da verdade, orientada pelo pensamento; a segunda é a do erro ou da opinião, regida pelos sentidos. Porém, o mesmo baseia sua argumentação na primeira via e, a partir dela, refuta a segunda. Para pensar em algo é necessário que este exista, pois só aquele que é pode ser pensado. Portanto, ser e pensamento convertem-se em uma mesma coisa. Logo o não-ser, que não pode ser pensado, não existe. Como o vazio é “não-ser” e, portanto, não existe, o movimento das coisas não pode existir, já que necessita do vazio para poder deslocar-se. Desta forma, os

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sentidos que nos mostram o movimento nos oferecem um saber ilusório. Portanto, o único ser real é o que nos oferece o pensamento.

Anaxágoras (500/430 a.C.) considerou que os elementos constituintes da realidade são umas partículas mínimas, incriadas e infinitas, porém nem todas iguais entre si. A força que move estas partículas, para formar corpos sensíveis, é o “Nous”, razão ou inteligência que é o autêntico princípio do Cosmo. Empédocles explica o movimento pelo amor e ódio e o Anaxágoras pelo “Nous”, iniciando assim o sucesso do idealismo2.

Empédocles (490/430 a.C.) escreveu dois poemas intitulados “Sobre a Natureza” e “As Purificações”. No primeiro poema postulou a existência de quatro elementos primigênios: fogo; terra; ar e água, que formam todo o existente. Esses elementos misturam-se e se separam, dando lugar ao Universo e aos fenômenos. Misturam-se pelo amor ou união e se separam pelo ódio ou desagregação. Essa teoria permitiu estabelecer uma concepção da natureza: o nascimento e a morte, por exemplo, provém, simplesmente, da união e da desagregação dos elementos. Graças também a isso, foi possível elaborar uma teoria do conhecimento, pois o semelhante é percebido pelo semelhante: a terra que existe em nós percebe a terra, o ar conhece o ar, etc. No segundo poema, Empédocles, parecendo contradizer suas explicações anteriores, afirma que o corpo dissolve-se nos quatros elementos, porém a alma retorna a sua origem divina, à harmonia do amor, caso tenha levado uma vida digna. Na realidade, estas concepções idealistas correspondem à última etapa do filósofo, na qual predominaram as suas tendências espiritualistas.

Demócrito (460/370 a.C.), contemporâneo de Sócrates e dos sofistas, foi o último filósofo do materialismo milésio. Contrariando Parménides, admite decididamente a existência do vazio no qual se agitam os átomos, que constituem a essência de toda a realidade sensível. Estes átomos, incriados e infinitos, são sólidos, indivisíveis e impenetráveis, que se movem eternamente no vazio. O que separa Demócrito de Empédocles e de Anaxágoras, de forma definitiva, é que este movimento não precisa de uma força externa que o produza, resultando o mesmo do próprio processo. Demócrito considera que os corpos sensíveis são formados pelo choque e associação de átomos e que o conhecimento provém da inter-relação entre os átomos, pois o espírito é também composto por eles. Portanto, há mais de 2.400 anos, o filósofo grego Demócrito disse que se um objeto fosse dividido em partes cada vez menores o resultado seria pedaços tão pequenos que não seria mais possível dividi-los. Chamou esses pequenos pedaços de átomos - palavra grega que significa inseparável.

Sócrates (469/399 a.C.), não deixou nenhum escrito e seu pensamento é conhecido por meio dos diálogos platônicos. O ilustre filósofo procura, também, a virtude (areté), porém não concorda que a mesma seja encontrada no campo estritamente humano e social. Acredita que o conhecimento leve à virtude e esta à verdade. Para conseguir conhecimento utilizava-se da ironia, que se resume em fazer determinadas perguntas a um interlocutor e ir refutando as

2 Idealismo: nome comum a todos os sistemas filosóficos que fazem das idéias o princípio interpretativo do mundo.

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respectivas respostas até conseguir as conclusões desejadas (ironia socrática). Portanto, é inegável que o dogmatismo socrático responde ao desejo de conduzir o ser humano ao aperfeiçoamento moral. Neste caso, a liberdade humana, até certo ponto, é limitada já que o conhecimento é considerado como o único caminho para se atingir a virtude.

Platão (427/347 a.C.), por sua vez, buscou uma nova rota da filosofia descobrindo, intuitivamente, a existência do ser suprafísico, o ser inteligível no plano do raciocínio puro, aquilo que pode ser conhecido apenas pelo intelecto. Na realidade, Platão visualizou o mundo imaterial, espiritual, suprafísico e angélico.

Aristóteles (384-322 a.C.) continuou com a idéia de Platão sobre a dualidade do mundo em sua concepção do Cosmo. Dessa forma, o mundo encontra-se dividido em dois domínios, um celeste (onde existe a ordem eterna e a justiça plena), com movimento constante, formado pela essência divina, eterna e completamente distinta, dominada pelo éter que enlaça o Sol, a Lua e os planetas em geral, e o terrestre onde domina o eterno nascer e perecer formado pelos quatro elementos (terra, fogo, ar, água) em permanente mistura, gerando matérias uniformes e não uniformes. Estes dois mundos permanecem unidos, mas suas essências são radicalmente diferentes, uma é divina e a outra é humana.

Dentro de uma linha filosófica idealista, Aristóteles acreditava que as questões concernentes à alma e à contemplação da perfeição de Deus eram mais valiosas do que as investigações em torno do mundo material. É muito provável que a razão principal que conduziu à imutabilidade do modelo aristotélico do Universo, por tanto tempo, tem a ver exatamente com essa ausência de interesse no mundo material, lado a lado com o severo predomínio da Igreja Católica, que apoiou as doutrinas aristotélicas durante toda a Idade Média. Na realidade, o desenvolvimento posterior da ciência ocidental teve de aguardar o Renascimento. A partir daí, os homens começaram a deixar de lado a influência de Aristóteles e da Igreja Católica, passando a apresentar um novo interesse em torno da natureza.

Aristarco (310/230 a.C.), de Samos, o “Copérnico da Antigüidade”, foi o primeiro cientista ou filósofo a formular uma teoria heliocêntrica dos movimentos planetários, ou seja, com o Sol no centro e os planetas girando ao seu redor. Este modelo teve pouca penetração na época e sua fundamentação era mais filosófica do que astronômica. Aristarco concebeu também um método prático para se determinar diversas dimensões astronômicas a partir do tamanho da Terra.

Hiparco (194/120 a.C.), de Alexandria (Egito), inventou o astrolábio, calculou e predisse os eclipses, observou as manchas do Sol, determinou o ano trópico e a duração das revoluções da lua.

Cláudio Ptolomeu (100/170 d.C.), o último dos grandes astrônomos gregos, construiu o modelo geocêntrico mais completo. O objetivo de Ptolomeu era produzir um modelo que permitisse prever a posição dos planetas de forma correta, e nesse ponto ele foi razoavelmente bem sucedido. Por essa razão, esse modelo continuou sendo usado, sem mudança substancial, por 1300 anos.

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Suas teses principais eram: 1) o mundo (o céu) é esferiforme e move-se como uma esfera; 2) analogamente a Terra é também esferiforme; 3) ela se situa no meio do mundo, como um centro; 4) ela se encontra, em relação às estrelas, com se fosse um ponto; 5) a Terra não realiza nenhum movimento local, é imóvel. Portanto, para Ptolomeu a Terra, considerada a primeira região elementar, era uma esfera posta no centro do Universo e composta de quatro elementos: terra; água; ar; e fogo. A segunda região, dita etérea, compreendia onze céus, ou esferas concêntricas, a girar em torno da Terra, a saber: o céu da Lua, os de Mercúrio, de Vênus, de Marte, de Júpiter, de Saturno, do Sol, das estrelas, do primeiro cristalino (esfera sólida transparente), do segundo cristalino e, finalmente, do primeiro móvel, que dava movimento a todos os céus inferiores e os obrigava a fazer uma revolução de vinte e quatro horas. Para além dos onze céus estava o Empíreo, habitação dos bem-aventurados, denominação tirada do grego “pyr” ou “pur”, que significa fogo, porque se acreditava que essa região resplandecia de luz, como o fogo.

Apesar da dificuldade de compreender e explicar o movimento observado dos planetas do ponto de vista geocêntrico (a Terra no centro do Universo), o geocentrismo foi uma idéia dominante na astronomia durante toda a Antigüidade e Idade Média. Somente no fim do século XV, o estudo da natureza começou a ser abordado a partir de um espírito verdadeiramente científico, no qual os experimentos eram levados a cabo para testar idéias especulativas. À medida que esse desenvolvimento foi sendo acompanhado por um crescente interesse pela matemática, acabou por gerar a formulação de teorias científicas adequadas, tomando por base o experimento.

No início do século XVI, a Renascença sacudiu as cinzas do obscurantismo da Idade Média, trazendo novo fôlego a todas as áreas do conhecimento humano. Iniciava-se a tradução dos textos árabes e gregos, trazendo para a Europa os conhecimentos clássicos de astronomia, matemática, biologia e medicina. Nicolau Copérnico (1472/1543), nascido em Thorn (Prússia), representou o Renascimento na astronomia. Copérnico foi um astrônomo com grande inclinação para a matemática. Estudando na Itália, leu sobre a hipótese heliocêntrica proposta por Aristarco (300 a.C.), que não foi aceita pelos intelectuais da sua época. Baseado nas referidas conclusões de Aristarco passou a considerar o Sol no centro do Universo e não mais a Terra. Introduziu o conceito de que a Terra era apenas um dos seis planetas (então conhecidos) girando em torno do Sol. Além disso, colocou os planetas em ordem de distância do Sol: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno. Os demais planetas, Urano, Netuno e Plutão, ainda eram desconhecidos. Portanto, segundo o sistema de Copérnico, o Sol está no centro e ao seu redor os astros descrevem órbitas circulares, sendo a Lua um satélite da Terra. A idéia de órbitas elípticas surgiu com Kepler, em 1605.

Efeitos da teoria Heliocêntrica: 1) derrubou toda a construção que parecia dar segurança e firmeza ao ser humano neste mundo, despojando-o do centro da criação, tornando-o num simples ser sobre a superfície do planeta; 2) destruiu a idéia anterior de uma ordem universal, construída por um sistema estritamente centrado, único, estável, sempre idêntico a si mesmo; 3) afetou a antiga hierarquia social, teológica e científica; 4) acelerou a concepção

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relativista do mundo, fazendo com que as teorias antropocêntricas fossem alteradas; 5) deu início a uma explicação do mundo por meio de um sistema racional-naturalista, autônomo e conexo, eliminando desde o princípio toda a explicação místico-teológica dos fenômenos naturais.

A teoria Heliocêntrica de Copérnico deve ser compreendida como o resultado de modificações espetaculares que ocorreram no campo do conhecimento europeu, motivadas pelos grandes descobrimentos e pelas navegações transatlânticas. Em 1492, Cristóvão Colombo descobre a América, em 1498, Vasco da Gama chega à Índia por mar e, em 1521, Fernão Magalhães prova, por meio de uma viagem marítima, a esfericidade da Terra. Foi este alargamento extraordinário do horizonte humano que permitiu a aceitação das teorias de Copérnico.

Galileu Galilei (1564/1642), italiano de nascimento (Florença), ao construir a primeira luneta astronômica (telescópio) pôde observar a composição estelar da Via Látea, os satélites de Júpiter, as manchas do Sol e as fases de Vênus. Esses achados astronômicos foram relatados ao mundo, em 1610, por meio do livro “Mensageiro das Estrelas”. Foi por meio da observação das fases de Vênus que Galileu passou a adotar o Sol como o centro do Universo. Descobre quatro satélites de Júpiter (posteriormente foram descobertos mais oito) e calcula as suas revoluções. Reconhece que os planetas não têm luz própria como as estrelas, mas que são iluminados pelo Sol e que são esferas semelhantes à Terra. Observa, ainda, as fases e o tempo de duração das rotações dos diversos planetas, em torno de seus eixos.

Dessa forma rui-se, então, a construção dos céus superpostos, concebidos por Ptolomeu, e reconheceu-se que os planetas são muito semelhantes à Terra. As estrelas deixaram de estar confinadas numa zona da esfera celestial, para estarem irregularmente disseminadas pelo espaço sem limites, encontrando-se a distâncias incomensuráveis uma das outras.

Além disso, muitas idéias fundamentadas por Aristóteles foram colocadas em discussão por indagações de Galileu, entre elas, a dos corpos leves e pesados caírem com velocidades diferentes. Segundo o cientista, os corpos leves e pesados caem com a mesma velocidade. Estudando o movimento dos corpos, Galileu Galilei descobriu que um corpo que se move continuará em movimento a menos que uma força lhe seja aplicada e o force a parar. Argumentou, também, que o movimento é tão natural quanto o repouso, isto é, um corpo que está em repouso permanece em repouso a menos que seja submetido a uma força que o faça mover-se. Assim, Galileu foi o primeiro a combinar o conhecimento empírico com a matemática, o que lhe confere o título de pai da ciência moderna. Em 1642, morreu cego e condenado pela Igreja Católica por suas convicções científicas, tendo suas obras censuradas e proibidas. A mesma instituição que o condenou o absolveu muito tempo após a sua morte, em 19833.

Johannes Kepler (1571/1630), na Alemanha, em 1605, descobre que as órbitas que os planetas descrevem não são circulares, mas sim elípticas, e que o Sol localiza-se em um dos focos da referida elipse.

3 CAPRA Fritjof. O Tao da Física, Ed. Cultrix, 1983, p. 24 e 25.

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Pierre Simon Laplace (1749/1827) fez uma explanação matemática, com base na teoria da gravitação, a respeito dos movimentos dos corpos do sistema solar e criou uma hipótese na qual considerava a origem do sistema solar como resultado de uma contração e resfriamento de uma grande, rotativa e lenta nuvem de gás incandescente.

Até o início do século XX os físicos explicavam os fenômenos naturais utilizando como arcabouço duas teorias de alcance extraordinário: a Mecânica de Isaac Newton (1643/1727) e o Eletromagnetismo de James Clerck Maxwell (1831/1879). A primeira estuda o movimento dos corpos, como a órbita de um cometa ou a trajetória de um pêndulo, enquanto que a segunda trata de fenômenos eletromagnéticos, tais como a luz ou ondas de rádio. A Mecânica e o Eletromagnetismo formam os principais pilares do que é conhecido, hoje, como Física Clássica. Havia naquela época uma crença de que essas duas teorias seriam capazes de explicar todos os fenômenos observados na natureza, restando apenas aos físicos aplicá-las corretamente cada vez que um novo fenômeno fosse descoberto. Era o império da Física Clássica. Na realidade, ela foi considerada, por muito tempo, a teoria final para a descrição dos fenômenos naturais. No entanto, duas grandes reviravoltas nessa maneira de pensar acabaram por demolir a soberania da referida Física: a Teoria da Relatividade e a Mecânica Quântica.

A Teoria da Relatividade, formulada por Albert Einstein (1879/1955), é a parte da Física que trata de fenômenos envolvendo objetos que se movem com velocidades muito altas, próximas à velocidade da luz (300.000 km/s), ou aqueles fenômenos envolvendo objetos com massas astronômicas, galáxias, aglomerados de galáxias, etc. (Macrocosmo Imediato).

A Mecânica Quântica, por sua vez, descreve o comportamento de objetos com dimensões atômicas (0,00000001cm ou 10-8 cm) e menores (Microcosmo Imediato). A Mecânica Quântica desenvolveu-se e se tornou a mais bem sucedida teoria da física, no que diz respeito às previsões quanto ao comportamento da matéria. Como exemplos de grandes sucessos de aplicações da Mecânica Quântica, podem-se citar: a descrição do comportamento para os semicondutores, que são a base da tecnologia dos chips dos computadores atuais e, também, para os supercondutores, materiais que conduzem corrente elétrica sem dissipação de energia e, ainda, a compreensão da estrutura do núcleo atômico que possibilitou o uso da energia nuclear em diversas aplicações4.

Da concepção da substância primordial da matéria por Tales de Mileto, do atomismo de Demócrito e Leucipo, chega-se, no século XVII, às obras de Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e de Isaac Newton, os quais fundaram a ciência moderna. Ao lado da mecânica, que unificou a descrição dos movimentos no céu e na terra, surgiu, no século XIX, a descoberta de James 4 Nota do autor: na Filosofia Quântica a dimensão do átomo está relacionada à dimensão do sistema solar, a dimensão do núcleo à dimensão do Sol e a do elétron à do planeta. Portanto, a força da natureza e suas leis atuam semelhantemente no macro e no micro. Nesse caso, a referência é apenas uma indicadora, para si mesmo, do macro e do micro, pois todo macro é também micro e este, por sua vez, é também macro, tudo dependendo da referência. Assim sendo, a Teoria da Relatividade e a Mecânica Quântica estão envolvidas com as mesmas leis.

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Clerck Maxwell, que unificou a eletricidade, o magnetismo e a óptica. Por outro lado, o começo do século XX marcou uma nova etapa na história da física com o surgimento de uma nova concepção das trocas de energia entre a matéria e a radiação, contrariando os preconceitos da maioria dos físicos e introduzindo a noção fundamental da estrutura quântica da energia e da matéria. Com Albert Einstein, eleva-se, a partir de 1905, o belo edifício da teoria da relatividade, que aboliu os preconceitos do espaço e do tempo absolutos. Ainda a Einstein deve-se a noção de fóton, o quantum de luz que introduziu a dualidade “onda-corpúsculo” para a radiação e que nos levou à idéia de que as partículas elementares não são nem corpúsculos nem ondas, têm propriedades de ambos, sendo, portanto, objetos quânticos. Na realidade, os elétrons são partículas tão pequenas e orbitam em torno do núcleo com velocidades tão altas que a tecnologia da humanidade ainda tem dificuldades para perceber e dimensionar o que realmente ocorre.

Em 1911, o cientista neozelandês Ernest Rutherford (1871/1937) propôs seu modelo atômico semelhante ao sistema solar, com os elétrons girando em torno do núcleo, como os planetas giram ao redor do Sol, e ligados a ele por forças elétricas. Niels Bohr (1885/1962), dinamarquês, contribuiu para o aperfeiçoamento do modelo atômico de Rutherford. Para Bohr, os elétrons giram em torno do núcleo de forma circular e com diferentes níveis de energia.

De Einstein, Niels Bohr e de Broglie nasceu a mecânica quântica. As discussões de Einstein e Bohr sobre a interação probabilística da mecânica quântica serviram de estímulo ao desenvolvimento desta teoria, a qual foi dada finalmente a compreensão da ligação química, da estabilidade da matéria, do magnetismo e da própria identidade dos átomos. A partir de 1930, surgiu a física nuclear e dela se destacou, a partir de 1947, a física das partículas elementares.

Portanto, a física, do século XX e início do XXI, gerou uma profunda revisão da concepção humana a respeito do Universo e do relacionamento do indivíduo com este último. O atual nível de conhecimento do sistema atômico e subatômico está muito mais próximo dos limites do mundo material com o espiritual (ou sutil), do que antes estava a física clássica. Na realidade, a dialética filosófica de Friedrich Hegel (1770/1831), de que tudo se espiritualiza no contexto do Universo, confirma a tendência de aproximação, cada vez maior, da ciência com a teologia ou da razão com a fé.

Na realidade, a Filosofia Quântica pode expandir-se na direção da Mecânica Quântica, considerando o Microcosmo Imediato, e prosseguir, indefinidamente, pelo sistema infinito de alternâncias entre microcosmos e macrocosmos. A Filosofia Quântica pode, também, expandir-se na direção do Macrocosmo Imediato e prosseguir, indefinidamente, pelo sistema infinito de alternâncias entre macrocosmos e microcosmos. Na realidade, a Filosofia Quântica considera que um determinado Microcosmo de referência é, simultaneamente, o Macrocosmo de outro Microcosmo e, por sua vez, um determinado Macrocosmo de referência é, simultaneamente, o Microcosmo de outro Macrocosmo. Em ambos os casos, a seqüência é infinita. Considerando-se qualquer referência, os seres humanos encontram-se eqüidistantes do Microcosmo e do Macrocosmo imediatos. Ou seja, possuem dificuldades

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semelhantes nas lides com ambos. É constituído, materialmente, pelo Microcosmo Imediato e vive no Macrocosmo Imediato.

Por outro lado, existe a consciência científica de que o modelo da Física Clássica e as teorias quânticas e da relatividade são válidos para uma determinada faixa de fenômenos. Portanto, todos estes modelos são aproximados. Ou seja, fora de seus limites esses modelos deixam de fornecer uma descrição satisfatória da natureza. Quanto à descrição de algo por meio da Filosofia Quântica, que se propõe este livro, haverá, por certo, imprecisões, até mesmo por limitações de linguagem, que ao passar do tempo serão fatalmente corrigidas.

Desde os primórdios da Grécia antiga a filosofia vem indicando o caminho para a ciência e após a doutrina de Jesus Cristo a teologia vem indicando o caminho para a filosofia. Por outro lado, tudo indica que, em determinado momento, a teologia, a filosofia e a ciência serão um só instrumento de desenvolvimento dos seres humanos e da sociedade. Assim sendo, a nossa humanidade deparar-se-á, logo, com a coincidência da razão com a fé. Enquanto isso, o objetivo deste livro é mostrar que, no atual estágio científico e espiritual da humanidade, a filosofia ainda pode abrir caminho para a ciência. O caminho que ora se visualiza é o do avanço da Física Atômica e Subatômica (Mecânica Quântica), que é a ciência do infinitamente pequeno e, também, do avanço da Teoria da Relatividade, que é a ciência do infinitamente grande. Ou seja, pretende-se apresentar uma filosofia, aqui denominada de Filosofia Quântica, com o objetivo de sugerir algumas idéias sobre o Microcosmo e o Macrocosmo, dentro da idéia de que o Microcosmo é, por sua vez, o Macrocosmo de outro Microcosmo e assim indefinidamente e, alhures, o Macrocosmo é, por sua vez, o Microcosmo de outro Macrocosmo e assim indefinidamente, tomando-se como base qualquer referência. Portanto, a Filosofia Quântica procura expandir seus tentáculos, com a mesma desenvoltura, tanto na Mecânica Quântica quanto na Teoria da Relatividade. Na realidade, este livro não tem nenhum compromisso científico. Tem, sim, um compromisso com a imaginação e a intuição, não fugindo, porém, da lógica do raciocínio, do bom senso e do espírito cristão. Este autor tem total convicção de estar tratando de algo teológico e filosófico e de que a humanidade, um dia, tratará desse mesmo assunto com a autoridade científica devida. Portanto, não se trata aqui de uma ficção.

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CAPÍTULO I

O ÁTOMO – ALGUNS INFORMAÇÕES GERAIS

Quanto às teorias dos antigos filósofos gregos sobre o átomo, que datam de cerca de 400 anos a.C., não eram teorias propriamente científicas, pois não passavam de intuições filosóficas, sem comprovação. Na realidade, a filosofia fundamenta o seu conhecimento na observação, complementada pela lógica do raciocínio. Por outro lado, a ciência vai mais além, observa, raciocina e busca comprovação por meio de experiências e formulações matemáticas, ou seja, quase sempre, a ciência racionalmente comprova o que a filosofia já deduziu intuitivamente. É importante reconhecer que a intuição filosófica só é exteriorizada quando há uma base de raciocínio lógico. Dentro desse contexto, mais de vinte e quatro séculos passaram-se sem grandes avanços nas teorias sobre a composição básica da matéria. A idéia inicial dos gregos era de um átomo rígido e sólido. No entanto, só no século XIX, vários físicos e químicos tentaram explicar o átomo como sendo constituído por outras partículas ainda menores.

O cientista inglês Joseph John Thomson (1856/1940), realizando experiências com os raios catódicos, descobriu, em 1887, a existência do elétron. Estava, pois, provado que o átomo não é indivisível. Na continuação da referida pesquisa, o cientista alemão Eugene Goldstein (1850/1930), utilizando também os raios catódicos, descobriu outra partícula subatômica, 1.836 vezes mais pesada que o elétron e dotada de carga elétrica igual a dele, só que com o sinal positivo. Para essa nova partícula foi dado o nome de próton. Em 1911, o cientista neozelandês Ernest Rutherford (1871/1937) propôs seu modelo atômico semelhante ao sistema solar, com os elétrons girando em torno do núcleo, como os planetas giram ao redor do Sol, e ligados a ele por forças elétricas. Em 1932, o inglês James Chadwick (1891/1974) descobriu outra partícula subatômica de massa muito próxima à do próton, porém sem carga elétrica. Essa partícula, que passou a ser chamada de nêutron, localiza-se no núcleo do átomo, juntamente com os prótons.

Niels Bohr (1885/1962), dinamarquês, contribuiu para o aperfeiçoamento do modelo atômico de Rutherford. Baseado na teoria quântica, Bohr explicou o comportamento dos elétrons nos átomos. Para Bohr, os elétrons giram em torno do núcleo de forma circular e com diferentes níveis de energia. Seus postulados, em resumo, são os seguintes:

- o átomo possui um núcleo positivo que está rodeado por cargas negativas; - a eletrosfera está dividida em camadas ou níveis eletrônicos e os elétrons, nessas camadas, apresentam energia constante; - em sua camada de origem (camada estacionária) a energia é constante, mas o elétron pode saltar para uma camada mais externa, sendo que, para tal, é necessário que ele ganhe energia externa. Trata-se aí do salto quântico;

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- um elétron que saltou para uma camada de maior energia fica instável e tende a voltar à sua camada de origem. Nessa volta ele devolve a mesma quantidade de energia que havia ganho para o salto e emite um fóton5. A teoria planetária da estrutura atômica proposta por Rutherford e Niels Bohr

descreve o átomo como um núcleo central circundado por elétrons situados em certas órbitas. O elétron é, pois, considerado como partícula. Na década de 1920, porém, mostrou-se que partículas em movimento, como os elétrons, comportam-se, em alguns aspectos, como ondas. Esse é um conceito importante para explicar a estrutura eletrônica dos átomos. Provavelmente, o elétron foi considerado, em alguns aspectos, como onda, em virtude de sua pequenez e de sua elevada velocidade de deslocamento no sistema eletrônico (eletrosfera), o que naturalmente proporciona dificuldade para a observação científica.

Em 1927, o físico alemão Werner Karl Heisenberg (1901/1976) (princípio da incerteza) desenvolveu uma relação importante que mostra a existência de uma limitação rígida e natural em nossa capacidade de aprender e descrever o movimento de partículas extremamente pequenas. O princípio da incerteza de Heisenberg estabelece que é impossível conhecer simultaneamente e com certeza a posição e o momento de uma pequena partícula, tal como um elétron.

Por outro lado, deve-se a Einstein a noção de fóton, que é o quantum de luz que introduziu a dualidade onda-corpúsculo para a radiação e que nos levou à idéia de que as partículas elementares não são nem corpúsculos nem ondas, têm propriedades de ambos sendo, portanto, objetos quânticos.

O conhecimento humano sobre a estrutura do átomo desenvolveu-se de maneira extraordinária nas primeiras décadas do século XX. Os cientistas descobriram e comprovaram experimentalmente, e por meio de formulações matemáticas, que o núcleo do átomo é formado por dois tipos de partículas elementares básicas estáveis: os prótons e os nêutrons, que juntamente com os elétrons, constituem o átomo. No final da década de 1930 foram descobertas partículas ainda menores, entre elas as denominadas múons, píons e káons. Hoje em dia, já existe um número muito maior de partículas. Neste contexto, como já foi mencionado, o objetivo deste livro é mostrar que, no atual estágio científico e espiritual da humanidade, a filosofia ainda pode abrir caminho para a ciência. O caminho que ora se visualiza é o do avanço da Física Atômica e Subatômica (Mecânica Quântica) e, também, o da Teoria da Relatividade. Na realidade, trata-se de um único avanço, pois o infinitamente grande é ao mesmo tempo o infinitamente pequeno, tudo é questão de referência, ou seja, tudo é relativo.

A despeito de seu minúsculo tamanho, o átomo é composto, essencialmente, por partículas elementares básicas (elétrons, prótons e nêutrons) e por uma complexa combinação de componentes ainda menores, também chamados de partículas elementares não básicas (tão quanto ocorre no sistema solar). Fritjof Capra cita como exemplo, em seu livro “O Tao da Física”, o diâmetro de um átomo medindo cerca de 10-8 cm (raio = 5. 10-9cm).

5 Eletrosfera: região do átomo onde os elétrons e as partículas não-elementares se movimentam. Fóton é um quantum de luz.

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Há que considerar que o diâmetro do núcleo desse átomo é ainda muitíssimo menor. Dentro do seu exemplo, Fritjof Capra considerou o diâmetro do núcleo do referido átomo como sendo cem mil vezes menor que o diâmetro do próprio átomo (10-13 cm), (raio = 5. 10-14cm). Nesse contexto, pode-se comparar este átomo a uma praça de 500m de diâmetro e o seu núcleo a um grão de areia de aproximadamente 0,5 cm de diâmetro. Ou seja, o diâmetro de um átomo é milhares de vezes maior que o diâmetro de seu próprio núcleo. Tomando-se outro exemplo: se o núcleo de um átomo for do tamanho de um limão, com 6 cm de diâmetro, o diâmetro do átomo seria de 6 Km (considerando o diâmetro do átomo cem mil vezes maior que o diâmetro de seu próprio núcleo). Ou seja, o elétron mais afastado, nesse caso, estariam cerca de 3 km de distância do núcleo. Por sua vez, é importante considerar que o volume do núcleo é muito maior que o volume do elétron. Nessa questão há que ser levado em conta, também, que, normalmente, o raio do átomo é representado pela distância que vai do centro do núcleo até a órbita do elétron mais externo. Porém, na realidade, é muito difícil saber onde termina a nuvem eletrônica. É muito provável que além do elétron mais externo ainda haja uma porção do átomo, onde navegam vários componentes menores que as partículas elementares básicas. Conseqüentemente, um átomo, sob a visão humana, é um sistema constituído por um espaço (vazio?!) relativamente imenso, onde se encontra localizado, em seu centro, um minúsculo núcleo, com elétrons, ainda mais minúsculos, girando em seu redor, numa órbita circular ou elíptica. Ou seja, um átomo é preponderantemente constituído por espaços “vazios”, destituídos, em princípio, de matéria. De acordo com essa constatação, as partículas visíveis do átomo são relativamente insignificantes. Considerando que na natureza não há espaços vazios e nem desperdício, pergunta-se: o que há realmente nessa porção majoritária do espaço eletrosférico?6 7.

Dentro desse raciocínio, o Universo infinito, no contexto dos infinitos macrocosmos e microcosmos, em todas as direções, é preponderantemente imaterial. Na realidade, para os sentidos humanos há apenas uma sensação de materialidade, tudo em função da evolução. Por essa razão, cabe a humanidade desvendar, realmente, o que é e qual é a constituição e função do espaço imaterial, que, por sua vez, é a porção exuberante do Universo.

Essencialmente, o átomo consiste de um núcleo em torno do qual há uma região chamada de eletrosfera, que é a região onde os elétrons orbitais movimentam-se. Esse núcleo é composto por prótons e nêutrons, tendo os elétrons girando ao seu redor. Por sua vez, os prótons e os nêutrons, ambos juntos, são genericamente chamados de núcleons. Os prótons possuem carga elétrica positiva, enquanto que os nêutrons não possuem carga elétrica. Ambos possuem, praticamente, a mesma massa. O núcleo encontra-se no centro do átomo com os prótons e nêutrons ligados. Experiências realizadas há muitos anos demonstraram que existem dois tipos de carga elétrica: a chamada

6 CAPRA Fritjof. O Tao da Física, Ed. Cultrix, 1983, p. 56. 7 Nota do autor: não se deve considerar com rigor as dimensões citadas no referido exemplo. Na natureza, cada caso é um caso. Apenas como ilustração: o volume do nosso Sol/núcleo é cerca de um milhão e trezentas mil vezes maior que o volume do planeta Terra/elétron.

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negativa, que é a do elétron, que gira em torno do núcleo atômico, e a positiva, que existe no próton, que habita o núcleo. A carga elétrica de cada uma dessas partículas é muito pequena e para a simplicidade de raciocínio costuma-se considerar a carga relativa do próton como sendo +1 e a carga relativa do elétron como -1. Como, normalmente, em todos os átomos há sempre igual número de prótons e elétrons a resultante da carga elétrica é zero. Portanto, as cargas elétricas dos prótons e dos elétrons, em valores absolutos, são iguais e, em nome da neutralidade elétrica do átomo, normalmente, o número de prótons localizados no núcleo é igual ao número de elétrons que giram em torno do citado núcleo.

O elétron contém a menor quantidade de carga elétrica negativa conhecida. Na realidade, os elétrons são minúsculas partículas sempre acompanhadas de uma onda de radiação, a qual permite demonstrar sua presença. As forças que prendem os elétrons aos átomos lembram a força de um imã que atrai metal. Podem ser visualizados como partículas orbitando em volta do núcleo como planetas em volta do Sol. Então, o átomo seria parecido com um minúsculo sistema solar onde o núcleo seria o centro do sistema (como o Sol) e os elétrons estariam girando em suas órbitas em torno do núcleo (como os planetas).

Como ilustração: 1) Numa pequena quantidade de água (18g) existem cerca de 6,02 x 1023

moléculas de água (H2O). Considerando que em cada molécula há três átomos, sendo dois de hidrogênio e um de oxigênio, há, no total, 18,06 x 1023 átomos, sendo 12,04 x 1023 de hidrogênio e 6,02 x 1023 de oxigênio. Considerando essa quantidade de átomos numa referência macrocósmica, pode-se concluir que há, nesse exemplo, 18,06 x 1023 sistemas solares, ou seja, praticamente uma galáxia. Além disso, há que ser considerado, ainda, os incontáveis planetas que orbitariam essa imensa quantidade de sóis. Por outro lado, considerando que um simples elétron, no contexto desse sistema (Microcosmo), é, também, um “planeta” na referência macrocósmica, pode-se concluir que esse “planeta” é, por sua vez, constituído por uma quantidade incontável de átomos. Ou seja, um elétron (planeta) é constituído, naturalmente, por átomos. Isso, ainda, sem considerar a existência de vida, nos diversos reinos (vegetal, animal e humano) que podem ser encontrados nesse simples elétron (planeta). Por certo, o infinito é encontrado num simples elétron! Por esse exemplo, pode-se avaliar a grandeza da criação existente em apenas 18 gramas de água;

2) Na extensão de 1 (um) milímetro cabem cerca de 10 milhões de átomos dispostos um junto ao outro;

3) Uma bola de gude de 2 (dois) centímetros de diâmetro contém cerca de 25 setilhões (25 x 1024) átomos. Isto quer dizer que se fosse possível ampliar um de seus átomos até as dimensões da referida bola de gude (dois centímetros de diâmetro), o diâmetro desta bola passaria a medir, na mesma proporção, dois mil km8.

8 PERUZZO, Francisco Miragaia e CANTO, Eduardo Leite do. Química na Abordagem do Cotidiano, Ed Moderna Ltda, 2ª ed, 2001, p.347.

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Portanto, um átomo é extremamente pequeno se comparado a objetos macrocósmicos, mas é enorme se comparado ao seu núcleo. Os átomos que compõem a matéria sólida, líquida, ou gasosa, consistem, quase integralmente, de espaços vazios. Sendo assim, o que nos impede de passarmos através de paredes? Em outras palavras, o que confere à matéria seu aspecto sólido? Na realidade, o aspecto sólido da matéria é a conseqüência da elevada velocidade dos elétrons em sua trajetória em volta do núcleo. Ou seja, essas elevadas velocidades fazem com que o átomo aparente ser uma esfera rígida, da mesma forma que uma hélice girando em alta velocidade aparenta ser um disco9 10.

Por outro lado, a estabilidade do átomo dá-se em virtude da posição ótima em que o elétron toma em relação ao núcleo, evitando, simultaneamente, a sua atração fatal em direção ao mesmo e a sua fuga para fora da órbita. Esse é um dos principais fatores do equilíbrio global no contexto de toda a natureza. Dessa forma, um átomo pode constituir-se num sistema planetário. Assim sendo, normalmente, o elétron encontra-se em uma órbita que dá equilíbrio ao átomo (estado fundamental). Por algum motivo, particularmente por aumento de sua velocidade de translação e/ou de rotação ou por receber quantidades extras de energia, o elétron pode alterar sua órbita. Assim sendo, pode saltar para órbitas mais elevadas (estado excitado do átomo). Hoje, esse fenômeno é denominado pela ciência como salto quântico. Porém, no todo, o sistema atômico vive num perpétuo equilíbrio. Na realidade, todo o Universo vive assim.

Outro aspecto característico dos estados atômicos consiste no fato de que eles podem ser completamente especificados por um conjunto de números inteiros denominados “números quânticos”, que indicam a localização e a forma das órbitas dos elétrons. O equilíbrio estabelecido por um sistema de forças universal mantém cada átomo com as suas características dentre de certos limites, pois todas as momentâneas alterações são imediatamente compensadas, pois o equilíbrio do Cosmo é o resultado da força infinita de Deus. A interação da força de atração elétrica entre o núcleo atômico positivamente carregado e os elétrons negativamente carregados resulta na correta determinação da órbita de cada elétron. Essa interação é igualmente responsável por todas as reações químicas e pela formação de moléculas, que são agregados de diversos átomos reunidos pela atração mútua. A referida interação entre elétrons e núcleos atômicos constitui, então, a base de todos os sólidos, líquidos e gases e, ainda, de todos os organismos vivos e de todos os processos biológicos a eles associados.

No entanto, a fim de que se possa compreender a natureza da matéria é necessário estudar os núcleos atômicos, que contém praticamente toda a massa do átomo. O primeiro passo para o entendimento da estrutura nuclear foi a descoberta do nêutron, por James Chadwick, em 1932, como o segundo componente do núcleo. O nêutron é uma partícula que tem aproximadamente a mesma massa do próton (o primeiro componente nuclear, descoberto por

9 CAPRA Fritjof. O Tao da Física, Ed. Cultrix, 1983, p. 59. 10 Segundo XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, por Emmanuel, Departamento Editorial da Federação Espírita Brasileira, 15 ed., 1987, p. 19, a velocidade da Terra ao redor do Sol é cerca de 30 quilômetros por segundo.

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Eugene Goldstein). A massa do nêutron ou do próton, ou ambas somadas, é muitíssimo maior que a massa do elétron. Na natureza não há nada absolutamente igual, há, por outro lado, semelhanças marcantes, de acordo com algumas características preponderantes. Por essa razão, creio que a diferença da massa do núcleo comparado com a massa do elétron é muito variável, ou seja, cada caso é um caso. Porém, é fato que a massa atômica está, na realidade, concentrada no núcleo. Rutherford, utilizando uma finíssima folha de ouro (0,0001 ou 10-4 cm de espessura) em suas experiências, descobriu que, neste caso, a massa relativa do nêutron era 1, a do próton era, também, 1 e a do elétron era de 1/1836, ou seja, muito menor11 12.

Como já foi mencionado, o diâmetro de um átomo é muitíssimo maior que o diâmetro de seu próprio núcleo (algo, mais ou menos, na mesma proporção de um círculo de 500m de diâmetro com um grão de areia de 0,5 cm no centro). Isso demonstra a quantidade de espaço virtualmente vazio que existe na região correspondente à eletrosfera. Esse “vazio” é, de uma maneira especial, completado em virtude das altas velocidades percorridas pelos elétrons. Portanto, os elétrons navegam em torno do núcleo, em suas respectivas órbitas, a altíssimas velocidades. Por sua vez, os prótons e nêutrons ou núcleons navegam a uma velocidade ainda mais extraordinária no interior do núcleo (Sol), chegando próximo da velocidade da luz, que é de aproximadamente 300.000 km/s. O que se pode observar é que a velocidade do elétron, apesar de alta, é muitíssimo menor que a velocidade dos prótons e nêutrons.

Por outro lado, o diâmetro do núcleo atômico (Sol) é muitíssimo maior que o diâmetro do elétron (planeta), o que indica a insignificância da massa do elétron em relação à massa do núcleo. Por essa razão, o núcleo atômico, apesar de possuir um diâmetro significativamente menor que o diâmetro do átomo, contém quase toda a massa atômica. Isso significa que a matéria dentro do núcleo deveria ser extremamente densa, más não é (vide a seguir observações a respeito da teoria da relatividade). Na verdade, se todo o corpo humano fosse comprimido à densidade nuclear, ou seja, se todos os elétrons fossem compactados para o interior dos seus respectivos núcleos, reduzindo a zero a eletrosfera, então, neste caso, o referido corpo humano reduzir-se-ia a uma simples cabeça de alfinete, com a mesma massa. Nesse caso, estariam sendo reduzidos somente os referidos espaços “vazios”. Para completar esse raciocínio é necessário considerar, nesse exemplo, que toda a massa dos elétrons concentrada no interior do núcleo adotaria, por inércia, a mesma velocidade dos prótons e nêutrons, ou seja, adotaria uma velocidade próxima a da luz, transformando todo o conjunto em energia. Isso que dizer que o aumento da velocidade da partícula altera o seu estado.

Posto isso, é importante citar que uma partícula qualquer não pode deslocar-se a uma velocidade próxima da luz. Para que isto ocorra há necessidade de que a referida partícula desmaterialize-se, ou seja, torne-se

11 CAPRA Fritjof. O Tao da Física, Ed. Cultrix, 1983, p. 59 a 62. 12 PERUZZO, Francisco Miragaia e CANTO, Eduardo Leite do. Química na Abordagem do Cotidiano, Ed Moderna Ltda, 2ª ed, 2001, p 81 a 83.

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energia ou até mesmo luz. Baseado nisso, a teoria da relatividade demonstrou que a massa nada tem a ver com qualquer substância, sendo, isso sim, uma forma de energia. Se não fosse dessa forma seria duvidoso dizer que a massa atômica está no núcleo, onde suas partículas deslocam-se com velocidades próximas à da luz. O fato de a massa de uma partícula ser equivalente a certa quantidade de energia significa que a citada partícula não pode mais ser considerada como um objeto estático, mas, sim, que ela deve ser concebida como um modelo dinâmico. Trata-se, portanto, de um processo que envolve uma energia que se manifesta a si mesma como a massa da partícula. Baseado nessa concepção da teoria da relatividade é lógico imaginar que não existe na natureza nada estático, o repouso aparente é definitivamente relativo. Em resumo, as partículas passam, então, a serem vistas como padrões dinâmicos, que envolvem uma determinada quantidade de energia que se manifesta a nós como sua massa. Assim sendo, pode-se considerar que, no exemplo dado sobre a compactação de todos os elétrons do corpo humano no interior de seus respectivos núcleos, a massa resultante seria a manifestação de energia, pois todas as partículas estariam se movimentando na velocidade da luz13.

Dentro desse contexto, observa-se que as partículas não sobrevivem em ambiente de desprendimento de energia de altíssima vibração, próxima da luz. Ou seja, o aumento de vibração, de velocidade e, conseqüentemente, de mais dinamismo, altera o estado da matéria. Coerentemente com esse raciocínio, creio que a evolução espiritual mantém uma relação estreita com esse contexto, pois tudo na natureza está voltado para a desmaterialização, ou seja, para a sutilização. Quanto mais energético, ou seja, quanto mais desmaterializado, mais poderoso é o ser. Parece que o destino de tudo que existe é atingir a desmaterialização total. A partir daí, a evolução estará voltada, exclusivamente, para o acúmulo de energia. Trata-se, pois, de um processo de evolução universal.

Ou seja, a massa do átomo está quase toda contida no seu núcleo e, como se sabe, é manifestada em energia. De acordo com experiência científica, a massa de um próton ou de um nêutron é de, aproximadamente, 1.836 vezes maior do que a massa de um elétron, considerando, neste caso, o elemento ouro. Porém, não existe um número absoluto a respeito. Considerando, dentro da Filosofia Quântica, que o Sol é, também, um núcleo, e a Terra é, também, um elétron, constata-se, neste caso, que a massa do núcleo (Sol) é 335.000 vezes maior que a do elétron (Terra). Ou seja, muito maior do que as 1.836 vezes previstas por Ernest Rutherford, ao fazer experiências com finíssimas folhas de ouro. Por outro lado, pode-se dizer, também, em virtude da multiplicidade que existe na natureza, que há relações de massas (núcleos x elétrons) menores do que aquela prevista por Rutherford, porém, universalmente, a massa do núcleo, em princípio, sempre será muito maior que a do elétron.

A soma do número de prótons com o número de nêutrons de um átomo é chamada de número de massa “A”. O núcleo é quem determina o tipo químico do elemento que representa, por causa do número de prótons que contém. O

13 CAPRA Fritjof. O Tao da Física, Ed. Cultrix, 1983, p. 62 a 65.

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átomo é a menor partícula característica de um elemento. Assim, existe o elemento ferro e, portanto, existem átomos de ferro, existe o elemento oxigênio e, portanto, existem átomos de oxigênio, etc. Isso é válido para qualquer referência considerando os macrocosmos e microcosmos sucessivos. Para cada elemento há um tipo especial de átomo, que é definido pelo número de prótons contidos no seu núcleo atômico - esse número é também chamado número atômico Z. Portanto, A=Z+N. Por exemplo: o núcleo de um átomo de hidrogênio consiste de um só próton e de um só nêutron e, conseqüentemente, de um só elétron, pois o número de prótons é igual ao de elétrons. Dentro desse raciocínio, todo átomo existente no Universo que tenha um só próton no seu núcleo atômico é, em princípio, um átomo de hidrogênio 14 15.

Portanto, o que determina a espécie de um elemento simples da matéria (elemento constituído por um só tipo de átomo) é a quantidade total de prótons existentes no seu núcleo e, em conseqüência, de elétrons existentes nas camadas orbitais desse átomo.

Em síntese, elemento químico é o conjunto de átomos que possuem um mesmo número atômico (Z), ou seja, o mesmo número de prótons. Assim sendo, todos esses átomos possuem as mesmas propriedades químicas. Dos 112 (cento e doze) elementos simples conhecidos: 87 (oitenta e sete) são metais (principais: ouro, prata, platina, mercúrio, chumbo, estanho, zinco, ferro, cobre, arsênico, sódio, potássio, cálcio, alumínio); 12 (doze) são não-metais (principais: oxigênio, hidrogênio, azoto, cloro, carbono, fósforo, enxofre, iodo); 7 (sete) são semimetais; e 6 (seis) são gases nobres. Dos 112 elementos simples, 20 são artificiais, isto é, podem ser sintetizados pelo homem.

Os átomos, no contexto da natureza, unem-se para formarem partículas maiores chamadas moléculas. Se elas são formadas por um só tipo de átomo ou por átomos iguais, trata-se de uma substância simples (por exemplo: o ferro, o oxigênio). No caso de os átomos unidos entre si serem diferentes, trata-se de uma substância composta (água, açúcar, gás carbônico). Quando um átomo une-se a outro essa união acontece por meio de modificações sofridas pela eletrosfera. Ou seja, o núcleo atômico, por sua vez, dificilmente tem sua estrutura alterada por fatores externos. Os fenômenos relacionados às mudanças no núcleo são chamados fenômenos nucleares ou radioativos. Para esses casos a natureza possui uma solução específica de estabilidade. Ou seja, em qualquer situação, a natureza não se revolta contra si mesma. Toda a matéria no Universo é feita com os mesmos constituintes básicos e é, portanto, controlada pelas mesmas forças fundamentais. Isto quer dizer que as galáxias, as nuvens interestelares, as estrelas, os planetas, os satélites e as pessoas são todos iguais, a nível atômico.

14 Nota do autor: portanto o número atômico do hidrogênio (“Z”) é igual a 1 e o seu número de massa “A” é igual a 2. 15 Nota do autor: A = Z + N. Onde A = número de massa; Z = número de prótons contidos no núcleo (chamado número atômico); e N = número de nêutrons contidos no núcleo. Portanto a massa atômica é a soma do número de prótons e nêutrons contidos no núcleo. Como já foi mencionado, o tipo de átomo é definido pelo número de prótons contidos no núcleo, ou seja, é definido pelo número atômico.

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Esse complexo atômico é o responsável pela formação de toda a matéria existente no Cosmo, tanto no Microcosmo quanto no Macrocosmo, pois a química universal se manifesta pelas alterações que se processam no âmbito da eletrosfera. Nesse particular, a dinâmica que rege a formação da matéria, por meio da criação de um sistema incomensurável de moléculas, é a mesma que a consolida, por meio de um processo de materialização constante. Na seqüência, essa mesma dinâmica inicia um processo de desmaterialização, também chamado de expansão. Em conseqüência, a matéria é criada e mantida por certo tempo e, na seqüência, é desmaterializada, por meio de um processo de sutilização controlado rigorosamente em função das necessidades de evolução dos seres vivos. Esse período existencial da matéria é chamado de Grande Plano ou Manvantara.

Segundo Allan Kardec, a existência dos planetas divide-se em três períodos. Primeiro período: condensação da matéria, período em que o volume do globo diminui consideravelmente, conservando-se a mesma massa. É o período da infância. Segundo período: contração, solidificação da crosta; eclosão dos germes, desenvolvimento da vida até a aparição do tipo mais aperfeiçoado (início da era Quaternária). Nesse momento o globo está em toda a sua plenitude. Terceiro período: À medida que seus habitantes progridem espiritualmente o planeta vai, progressivamente, sutilizando-se e as suas moléculas entram em processo de desagregação. Assim, nascimento, vida e morte, ou infância, virilidade e decrepitude são as três fases por que passa toda a aglomeração de matéria orgânica ou inorgânica. Indestrutível só o espírito, que não é matéria16.

Assim sendo, o mundo material, extremamente reduzido no Universo, é simplesmente um instrumento da natureza utilizado para a criação e o desenvolvimento de seres de diversos reinos (vegetal, animal, e humano e outros intermediários). O desenvolvimento dos reinos superiores ou os supra-humanos independem da matéria. Portanto, tudo o que se vê, ou seja, tudo que é material tem uma função limitada no contexto.

De acordo com essa idéia, quando se vê, no Macrocosmo, estrelas (sóis) em extinção isso significa que os seres humanos habitantes daqueles orbes (planetas ou elétrons) já se encontram em final de curso e, em conseqüência, prestes a iniciarem as suas respectivas caminhadas como seres supra-humanos. Assim sendo, o Universo apresenta-se com infindáveis inícios e términos de manvantaras, tanto nos microcosmos quanto nos macrocosmos sucessivos.

O espaço ocupado pela matéria aparente no Universo (tanto no Microcosmo quanto no Macrocosmo) é muito pequeno e, além disso, a própria matéria, constituída por incontáveis sistemas atômicos, possui, em sua estrutura atômica, uma maioria de espaços “vazios”. Ou seja, o Universo é na sua maior parte, uma sensação de “vazio”. Esses enormes “vazios” são extremamente intrigantes para a nossa mente humana, pois ainda não temos um lastro de

16

ARDEC, Allan, A Gênese, Departamento Editorial da Federação Espírita Brasileira, 32ª ed., 1988, p. 189.

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conhecimento e evolução espiritual suficiente para penetrar nessa questão. Enquanto isso, a nossa pequena mente nos permite, apenas, fazer algumas ilações a respeito. Na realidade, parece que o mundo daqueles que ainda dependem da matéria para o seu desenvolvimento é muito menos grandioso do que daqueles que não precisam mais desse instrumento. Ou seja, atingir o mundo dos supra-humanos é atingir a felicidade plena ou a “eudamonia” prevista pelos filósofos gregos. É nesse momento evolutivo que o Manvantara se encerra para aqueles que estão envolvidos com ele. Outros manvantaras surgem e, assim, sucessivamente, a vida escoa dentro de um contexto de evolução eterna17.

Os cientistas do século XX perceberam que, além dos prótons, nêutrons e elétrons (partículas elementares básicas), há outras partículas elementares (não básicas) que compõem o átomo. O número dessas partículas ampliou-se de três para seis por volta de 1935, de seis para dezoito por volta de 1955 e no final do século já eram conhecidas mais de duzentas dessas partículas. Na medida em que as referidas partículas iam sendo descobertas, ao longo dos anos, tornava-se claro que nem todas mereciam esse nome. Na realidade, a eletrosfera, pela sua complexidade e multiplicidade de causas e efeitos, ainda é desconhecida pela nossa atual humanidade.

Sabe-se, desde a década de 1930, que a cada uma das partículas fundamentais da matéria corresponde uma antipartícula. Ou seja, para cada elétron existe um antielétron, para cada próton um antipróton, para cada partícula uma antipartícula. Portanto, matéria e antimatéria são uma simetria básica da natureza. O pósitron, que é imagem do elétron, mas com carga elétrica contrária (positiva), já foi detectado experimentalmente, tem existência real. O pósitron, portanto, é a antipartícula do elétron. Assim sendo, os átomos, além de possuírem em suas estruturas a antimatéria, são responsáveis, também, pelas propriedades físicas e químicas da matéria. Os átomos constituem a matéria aparente e os antiátomos a antimatéria. O cientista Paul Adrien Maurice Dirac (1902/1984), em 1930, predisse, por motivos teóricos, que a cada tipo de partícula elementar corresponde outro tipo, a antipartícula, imagem da primeira, com características opostas. E em 1932, confirmando a teoria, Carl David Anderson (1905/1991) descobriu o pósitron, identificado como antipartícula do elétron.

A lei da simetria da física afirma que na natureza, para cada partícula ou efeito, existe outra partícula ou efeito oposto, como por exemplo, cargas elétricas positivas e negativas, pólos magnéticos norte e sul, etc. As cidadelas atômicas, em qualquer construção da forma física, não são fortalezas maciças. O espaço persiste em todas as formações e, através dele, os elementos interpenetram-se. As características atômicas da matéria aparente são as responsáveis pela sua intangibilidade para os fluídos espirituais e para os 17

Nota do autor: São Tomás de Aquino denomina a última etapa de evolução espiritual do ser humano como Beatitude. O início da etapa evolutiva como supra-humano é denominada por ele como Angelitude. Ou seja, os beatos são aqueles que estão vivendo os derradeiros dias como seres humanos (final de Manvantara) e os angélicos são aqueles que estão iniciando a sua caminhada evolutiva no mundo dos supra-humanos. Esses seres evoluídos têm livre acesso ao mundo dos “vazios”.

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espíritos desencarnados, que a atravessam sem nenhuma dificuldade. Em conseqüência, a matéria aparente é, ao mesmo tempo, tangível e intangível, tudo dependendo da referência. Ou seja, a tangibilidade da matéria aparente é tão relativa como o são o tempo o espaço e a velocidade. Na realidade, a matéria tangível só é compacta para os nossos atuais sentidos. O que existe, no momento, é apenas uma sensação de tangibilidade.

Dentro desse raciocínio, pode-se concluir que: à medida que o ser humano for evoluído espiritualmente a relatividade do conjunto espaço/tempo/velocidade/intangibilidade vai, também, se alterando, ou seja, vai se aproximando do mundo dos supra-humanos.

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CAPÍTULO II

O UNIVERSO JÁ IDENTIFICADO (AINDA LONGE DE SER CONHECIDO) - ALGUMAS INFORMAÇÕES GENÉRICAS

Macrocosmo identificado: atualmente, uma galáxia é denominada como

um sistema astral composto de numerosos e variados corpos celestes, sobretudo: galáxias satélites; estrelas (sóis); planetas; planetas anões; satélites planetários; satélites de planetas anões; anéis planetários; asteróides; satélites de asteróides; meteoróides; micrometeoróides; meteoritos; meteoros; poeira cósmica; matéria gasosa dispersa - tudo animado por um movimento harmonioso. Portanto, uma galáxia é uma enorme massa de estrelas, nebulosas e matéria interestelar. As menores galáxias identificadas contêm cerca de 100 estrelas (sóis), enquanto as maiores contêm cerca três trilhões delas. A nossa galáxia (chamada Via Láctea) possui cerca de 200 bilhões de estrelas. As galáxias tendem a se juntarem em grupos que podem incluir desde dezenas de galáxias até superaglomerados, com milhares delas.

Até o início do século XVIII era conhecida apenas uma galáxia, denominada Via Láctea. A partir daquela época, até a atualidade, descobriu-se uma quantidade imensa desses sistemas. O nosso sistema solar encontra-se localizado na Via Láctea que, por sua vez, está incluída num aglomerado de galáxias denominado “Grupo Local”, com cerca de outras quarenta e quatro galáxias. O Grupo Local consiste de três grandes galáxias (Andrômeda, Via Láctea e Triangulum), as demais são consideradas galáxias anãs. Acredita-se que há, ainda, de 15 a 20 galáxias anãs no Grupo Local a serem descobertas. A olho nu, só podem ser vistas as três grandes galáxias do Grupo Local. A nossa vizinha Andrômeda tem o dobro do tamanho em comparação com a nossa galáxia - a Via Láctea, que tem uma extensão de 100 mil anos luz. Apesar disso, ao ser comparada com determinadas galáxias do nosso Universo identificado, é considerada uma anã. A galáxia Markarian 348 tem uma dimensão correspondente a 13 vezes à Via Láctea. Já foram detectadas, no nosso Universo identificado, outras galáxias com dimensões superiores. Em resumo, no momento, o nosso Macrocosmo identificado (apenas sumariamente observado) é composto, supostamente, por um superaglomerado de galáxias contendo cerca de 2 x 1021 ou dois sextilhões de estrelas ou sóis. Se esses sóis forem considerados núcleos de átomos, ou seja, se forem considerados como parte de um Microcosmo Imediato, a porção da substância que representa não passa de uma quantidade equivalente a uma massa que pode significar apenas um aglomerado de moléculas, ou alguns gramas.

Em conseqüência, o nosso Macrocosmo identificado, ou sumariamente observado, se considerado como um Microcosmo torna-se, em virtude da referência, extremamente pequeno em relação à dimensão do Macrocosmo posterior, isso sem falar dos sucessivos macrocosmos que se desenvolvem infinitamente pelo Universo. No contexto desse raciocínio, não me atrevo a fazer nenhum silogismo para sondar, mesmo que muitíssimo superficial, a

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dimensão dos espaços vazios (absolutos) que interpenetram todo esse complexo de matéria aparente visível.

Por outro lado, como avaliar a pequenez do planeta Terra (elétron) integrado ao nosso Sol (núcleo atômico), considerando que o mesmo é, apenas, um simples planeta de um Sol que é integrado no contexto de dois sextilhões de sóis observados no universo identificado (ainda não conhecido)? Na realidade, o planeta Terra, na sua aparente pequenez, encerra no seu contexto uma infinidade de microcosmos e macrocosmos. Encerra, portanto, um infinito! Assim sendo, pode-se visualizar que um finito, na grandiosidade da natureza, encerra um infinito. Portanto, por analogia, o nosso Macrocosmo identificado (2 x 1021 ou dois sextilhões de estrelas ou sóis) é, ao mesmo tempo, um Microcosmo de outro Macrocosmo, compondo uma ínfima partícula em outro condição de referência. Por outro lado, adotando o mesmo raciocínio, o Microcosmo (Microcosmo Imediato) que compõe nosso Macrocosmo é, também, um Macrocosmo de outro Microcosmo e assim sucessivamente, para um lado ou para outro18.

A teoria mais comum sobre a formação das galáxias é de que depois do “Big Bang” os gases tenham, durante o processo de esfriamento, juntado-se às nuvens sob a influência da gravitação, e de que dessas nuvens tenham originado as galáxias. “Big Bang” (grande explosão em inglês) é o nome dado pelos cientistas à teoria que tenta explicar a origem de todas as coisas. Segundo essa teoria, em um determinado momento, toda a energia existente estava concentrada em um ponto astronômico e por excesso de pressão ocorreu uma enorme explosão, dando origem às galáxias e a todos os seus componentes. A partir dessa explosão o Universo iniciou um processo de expansão. Alguns cientistas julgam que, após um determinado tempo astronômico dentro deste processo, o Universo retornará ao antigo processo de concentração e assim sucessivamente19.

Na realidade, o Universo já existia, pois Deus é eterno, isto é, não teve começo e não terá fim. Se não, o que pensar sobre os momentos antes da grande explosão? E donde surgiu a tal energia concentrada em um determinado ponto astronômico? Quais seriam as considerações para outros pontos astronômicos? Seriam os referidos pontos astronômicos infinitos em suas quantidades? Ou seja, essa teoria tenta explicar apenas a origem das galáxias identificadas e, em consequência, de todas as coisas que compõem essas galáxias. Não há raciocínio lógico na teoria do “Big Bang” para explicar a origem do Universo, que é infinito. Portanto, a referida teoria apenas tenta explicar a origem do Universo identificado (ainda não conhecido). Por outro lado, no contexto da Filosofia Quântica, a grande explosão ou o “Big Bang” pode ter sido, dentre outras causas, apenas o efeito de uma “simples” reação química no contexto de um Microcosmo. Considerando que a química é uma ciência universal, pode-se concluir que a mesma é um dos instrumentos de

18 Nota do autor: Macrocosmo Imediato é o Macrocosmo em que um astro está contido e Microcosmo Imediato é o Microcosmo que um astro contém em sua estrutura. 19 Meteo M, (1998), Dwarf Galaxies of the Local Group, Annu Rev Astron Astrophys 36, 425.

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modelagem usados pelos seres angélicos. Assim sendo, percebe-se que para entender o macro é necessário entender o micro e vice-versa.

Outrossim, percebe-se que a natureza oferece infinitas oportunidades de desenvolvimento. Como tudo é infinito, há lugar para todos, não havendo necessidade de disputas entre os seres. Nos seus respectivos níveis, os angélicos moldam infinitos macrocosmos e microcosmos, visando à criação de infinitos manvantaras. Assim sendo, a natureza vive em constante e perpétuo movimento em função da criação e evolução. Portanto, a ganância, a inveja, a disputa pelo poder, o individualismo, a cobiça, a ambição, a mesquinhez, a luxúria, o ciúme, a vingança, a crueldade, e outras paixões não passam de imperfeições passageiras no curto caminho do desenvolvimento mental e espiritual do homem primitivo.

Alhures, a hipótese moderna para a origem do sistema solar é baseada na idéia sugerida, em 1755, pelo filósofo alemão Immanuel Kant e desenvolvida, em 1796, pelo matemático francês Pierre-Simon de Laplace (1749/1827), em seu livro “Exposition du Systéme du Monde”. Laplace, que desenvolveu a teoria das probabilidades, calculou que os planetas, por estarem, mais ou menos, no mesmo plano, girando em torno do Sol e de si mesmo, na mesma direção, só poderiam ter-se formado de uma mesma grande nuvem de partículas em rotação. Essa hipótese sugere que uma grande nuvem de gás interestelar em rotação, a nebulosa solar, colapsou para dar origem ao Sol e aos planetas. Como se pode observar, essa teoria está coerente com a teoria do “Big Bang”. Porém, a pequenez de um sistema solar, no contexto do Universo e até mesmo no contexto de uma simples galáxia, sugere, pela renovação constante exigida pela natureza, em função das necessidades evolutivas, que o surgimento e o desaparecimento (transformação) de sistemas solares são uma rotina no Cosmo. Sistema solar do planeta Terra: é composto pela nossa estrela, o Sol, por oito planetas com suas luas e anéis, por planetas anões com suas luas, por asteróides com suas luas, por cometas, por meteoróides e micrometeoróides, por meteoritos, por meteoros e por poeiras cósmicas. Os cinco planetas mais brilhantes, que são visíveis a olho nu (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, e Saturno) já eram conhecidos desde a Antigüidade. Depois da invenção do telescópio, outros dois planetas do sistema solar foram descobertos: Urano em 1781 por William Herschel (1738/1822) e Netuno em 1846 por previsão de Urbain Jean Joseph Le Verrier (1811/1877) e John Couch Adams (1819/1892). Plutão foi descoberto em 1930 por Clyde William Tombaugh (1906-1997) e classificado, até agosto de 2006, como o nono planeta do sistema solar. Desde então, a União Astronômica Internacional reclassificou Plutão como “planeta anão”, constituindo uma nova categoria de corpos do sistema solar, na qual também foram incluídos Ceres, o maior objeto do cinturão de asteróides entre

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as órbitas de Marte e Júpiter, e Éris o maior asteróide do cinturão de Kuiper 20 21. Há, portanto, um conjunto de asteróides identificados numa região definida como cinturão de Kuiper, localizada além dos limites do planeta Netuno, numa distância do Sol de 30 a 50 UA (Unidades Astronômicas). Esses objetos celestes do sistema solar pertencem a uma nova classificação e são definidos como objetos Transnetunianos. Desde 1992, cerca de 36 desses objetos têm sido detectados e classificados como integrantes desse Cinturão – trata-se de um conjunto de pequenos planetas gélidos que provavelmente não conseguiram, no passado do sistema solar, aglutinarem-se na forma de um planeta.

Os nomes dos planetas são associados a deuses romanos: Júpiter, deus dos deuses; Marte, deus da guerra; Mercúrio, mensageiro dos deuses; Vênus, deusa do amor e da beleza; Saturno, pai de Júpiter, deus da agricultura; Urano, deus do céu e das estrelas; Netuno, deus do Mar; e Plutão, deus do inferno.

Na realidade, todos os planetas giram em torno do Sol aproximadamente no mesmo plano e no mesmo sentido, com exceção de Vênus e Urano, que giram no sentido contrário. Por sua vez, quase todos os planetas giram em torno de seu próprio eixo no mesmo sentido da translação em torno do Sol, com exceção de Vênus e Urano. A massa do Sol representa 99,85% de toda a massa do sistema solar. Júpiter, o maior planeta, representa 0,10%; os demais planetas somados representam 0,04% da referida massa; os satélites, os asteróides, os cometas, os anéis, os meteoróides, os micrometeoróides, os meteoritos, os meteoros, as poeiras cósmicas, e outros, representam o restante. Todos os planetas originaram-se do Sol e todos os satélites originaram-se de seus respectivos planetas.

Sol: é, basicamente, uma enorme esfera de gás (hidrogênio e Hélio) incandescente, em cujo núcleo acontece a geração de energia por meio de reações termonucleares. O estudo do Sol serve de base para o conhecimento das outras estrelas, que de tão distantes aparecem para nós como meros pontos de luz. O volume do Sol é cerca de 1,3 milhões de vezes maior que o volume da Terra e sua massa é 334.672 vezes maior que a da Terra. Sua densidade é de 1,4 g/cm3. A camada externa visível do Sol é chamada fotosfera, e tem uma temperatura de 6.000°C. Esta camada tem uma aparência turbulenta devido às erupções energéticas que lá ocorrem. A energia solar é gerada no núcleo do Sol. Lá, a temperatura (15.000.000° C) e a pressão (340 bilhões de vezes a pressão atmosférica da Terra ao nível do mar), por serem tão intensas, provocam reações nucleares. Estas reações transformam hidrogênio em hélio. Essa energia é carregada até a superfície do Sol e, então, é liberada em forma de luz e calor para todo o sistema. A cada segundo 700 milhões de toneladas de hidrogênio são convertidos em hélio. Durante este processo cinco milhões de toneladas de energia pura são liberados. Portanto,

20 Nota do autor: a palavra planeta, em grego, quer dizer astro errante. 21 Nota do autor: Unidade Astronômica (UA) é uma unidade de distância igual à distância média entre a Terra e o Sol, equivale a cerca de 149.600.000 km ou aproximadamente 150.000.000 km ou 1,5 x 108 Km.

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com o passar do tempo, o Sol está se tornando mais leve. Aparentemente está ativo por 4,6 bilhões de anos e tem combustível suficiente para continuar por aproximadamente mais cinco bilhões de anos22.

Com certeza, o tempo de duração do nosso Sol e de todos os outros existentes no Universo é suficiente para a concretização dos manvantaras de seus respectivos astros, pois todo Grande Plano Evolutivo é criado e planejado para o sucesso da criação e da evolução de todos os seres envolvidos. Na natureza não há retrocesso na evolução.

O Sol é constituído, principalmente, de gases hidrogênio (92%) e hélio (7,8%), além de 0,2% de elementos pesados. Quando se diz que o Sol tem aproximadamente 98,8% de gases a pergunta mais comum que aparece é: como é possível o Sol ter tanta massa, ser tão grande, sendo formado de gases? Na realidade, esses gases, por efeito da elevada pressão e temperatura, são mais energia do que matéria. Ou seja, na teoria Quântica a matéria é apenas uma forma de energia.

A vida útil do Sol está relacionada, também, ao tempo de duração da transformação de todo o hidrogênio em hélio (92% - 7,8%). Isso significa que o término do Manvantara solar, que está relacionado aos manvantaras planetários, está divinamente sincronizado com esse fenômeno físico.

O Sol, carregando consigo todo o restante de seu sistema, orbita em relação ao centro gravitacional da nossa Galáxia em, aproximadamente, 220 milhões de anos terrestres para completar uma órbita. Simultaneamente, o nosso Sol, também, está orbitando em torno de outro Sol mais importante e, neste caso, o ano solar é de apenas 25.920 anos terrestres e a sua velocidade orbital é de 250 km/s. O nosso Sol é uma estrela de quinta grandeza, porém é apenas um entre 200 bilhões de sóis existentes em nossa Galáxia23.

Portanto, o nosso Sol, junto com outros sóis, todos rodeados por certo número de planetas, gravitam em torno de outro sol ainda maior. Seu movimento de gravitação, como o dos outros sóis, é inapreciável a observações anuais, porque somente um grande número de períodos seculares seria suficiente para marcar um desses anos astrais. Esse último sol, também é um globo secundário em relação a outro ainda mais importante, que ao seu redor ele perpetua uma marcha na companhia de outros sóis. Dentro desse raciocínio, há uma subordinação sucessiva e infinita de sóis a sóis como rodas gigantescas de uma engrenagem cósmica24.

Considerando que um planeta contém uma infinidade de átomos (Microcosmo Imediato), pode-se visualizar uma infinidade de núcleos (sóis), deste Microcosmo, compondo o referido planeta, que, por sua vez, gira em torno do sol de seu respectivo sistema solar. Em conseqüência, esse planeta, ao girar em torno de seu próprio sol, propicia oportunidade para que uma infinidade de sóis, que são os núcleos de seus átomos, também gire em torno do sol maior, que é o sol do planeta em questão. 22 Nota do autor: a estrela mais próxima do Sol está a 4,22 anos-luz (Alfa Centauro). 23 RAMATIS, por MAES, Hercílio. Mensagens do Astral, Livraria Freitas Bastos S.A., 1980, 6ª ed., p. 262 e RAMATIS, por MAES, Hercílio. O Sublime Peregrino, Livraria Freitas Bastos S.A., 1985, 5ª ed., p. 55. 24 KARDEC, Allan. A Gênese, Federação Espírita Brasileira, 32ª ed., 1988, p. 128.

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Por outro lado, dentro do contexto de um mesmo Microcosmo ou Macrocosmo, pode-se imaginar, também, uma interminável seqüência de sóis transladando em torno de outros sóis. Dessa forma, pode-se concluir que a teoria heliocêntrica não encerra a idéia mais correta a respeito. O Universo não tem centro, porque não tem periferia. Ou seja, o heliocentrismo também é relativo. Na realidade, um astro qualquer é o somatório de átomos (núcleos, elétrons e partículas não-elementares). Cada núcleo é também, em outro nível, um sol, que, por sua vez, controla um sistema complexo de partículas. Cada elétron é, também, um planeta e cada partícula não-elementar é, também, um astro secundário, todos girando em torno do referido núcleo, que, como já foi mencionado, é, também, um sol. Alhures, todos os sóis, que compõem o citado astro giram em torno do sol do Macrocosmo Imediato, que é o Macrocosmo que os contêm.

Planetas: quanto aos planetas de nosso sistema solar existem dois tipos básicos: os terrestres (rochosos), que são os do tipo da Terra (possuem pequena massa, densidade grande, pequena distância do Sol, composição química indicando a existência de rochas e metais pesados e com pouco ou nenhum satélite); e os jovianos (gasosos), que são os do tipo de Júpiter (possuem grande massa, densidade pequena, grande distância do Sol, composição química indicando a prevalência de elementos leves e com muitos satélites). Os planetas terrestres (rochosos) compreendem os quatro planetas mais próximos do Sol: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Os jovianos (gasosos) compreendem os quatro planetas mais distantes, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

As características fundamentais de cada planeta estão resumidas abaixo: Mercúrio: recebeu, pelos romanos, o nome de mensageiro dos deuses.

Trata-se do planeta mais interno do nosso sistema solar, ou seja, é o que está mais próximo do Sol. Passou a ser o menor planeta do sistema, após agosto de 2006, quando Plutão passou a ser considerado planeta anão. Tanto Saturno quanto Júpiter têm luas maiores do que Mercúrio, como Titão e Ganímedes. As luas de Júpiter: Io; Europa; e Calisto são praticamente do mesmo tamanho de Mercúrio. A densidade de Mercúrio, com 5,4 g/cm3, indica que seu interior tem uma composição semelhante à da Terra (5,5 g/cm3). Esse planeta praticamente não tem atmosfera. Devido à sua proximidade com o Sol, a temperatura eleva-se acima de 400° C durante o dia. À noite, devido à falta de atmosfera para manter o calor, a temperatura cai a -180°C. Seu diâmetro equatorial mede 4.878 quilômetros, estando afastado do Sol 5,79 x 107 quilômetros. Seu período de revolução em torno do Sol é de 87,9 dias terrestres e seu período de rotação em torno de seu próprio eixo é 58,6 dias terrestres. Portanto, a sua velocidade de rotação é muita mais lenta do que a da Terra. Não possui nenhum satélite e a inclinação de seu eixo é de 0,1°.

Vênus: a jóia do céu era conhecida pelos astrônomos da Antigüidade como a Estrela D’alva e a Estrela Vespertina. Esses astrônomos pensavam que o planeta Vênus era composto por dois corpos distintos. Vênus, assim chamado por causa da deusa romana do amor e da beleza, é encoberto por grossa camada de nuvens em turbilhões. Astrônomos referem-se à Vênus como planeta irmão da Terra. Ambos são similares em tamanho, massa, densidade e

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volume. Ambos formaram-se aproximadamente ao mesmo tempo e condensaram-se da mesma nebulosa. Entretanto, durante os últimos anos, cientistas descobriram que, na realidade, as similaridades são poucas. Vênus é muito diferente da Terra. Ele não tem oceanos e é envolto por uma pesada atmosfera composta principalmente de dióxido de carbono, e virtualmente sem vapor d’água. Suas nuvens são compostas de gotículas de ácido sulfúrico. A pressão atmosférica na superfície é 92 vezes maior que a da Terra, ao nível do mar. Sua temperatura na superfície é de aproximadamente 482°C. Esta alta temperatura é devida especialmente a um efeito estufa, causado pela pesada atmosfera de dióxido de carbono. A luz solar passa através da atmosfera e aquece a superfície do planeta. O calor que seria radiado para fora é aprisionado pela densa atmosfera e impedido de escapar para o espaço. Isto torna Vênus mais quente que Mercúrio.

Seu diâmetro equatorial mede 12.100 quilômetros, estando afastado do Sol 1,08 x 108 quilômetros. Seu período de revolução em torno do Sol é de 224,7 dias terrestres e seu período de rotação em torno de seu próprio eixo é 243 dias terrestres. Portanto, o seu dia é mais longo que seu ano. Sua densidade é de 5,2 g/cm3. Diferentemente dos outros planetas, Vênus gira em torno do Sol no sentido horário (referência: olhando-se de cima do pólo norte do Sol). Portanto, para um observador em Vênus, o Sol nasceria no oeste e se poria no leste. Não possui nenhum satélite e a inclinação de seu eixo é de 177°.

Terra: é o terceiro planeta a partir do Sol, a uma distância aproximada de 150 milhões de quilômetros (1,5 x 108 quilômetros = UA). Leva 365,256 dias para girar em torno do Sol e 23,9345 horas para efetuar uma rotação completa em torno de seu próprio eixo. O planeta tem um diâmetro equatorial de 12.756 quilômetros, pouca coisa maior que o de Vênus. Sua atmosfera é composta por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio, e 1% de outros componentes. Sua atmosfera protege-a dos meteoróides, cuja maioria se queima antes de poder atingir a superfície. Sua densidade é de 5,5 g/cm3. Possui apenas um satélite e a inclinação de seu eixo é de 23° 27’.

Marte: é o quarto planeta a partir do Sol e é comumente referido como o planeta vermelho. Ou seja, as rochas, o solo e o céu têm coloração vermelha ou rosa. A característica cor vermelha tem sido observada por astrônomos por toda a história. Seu nome foi dado pelos romanos, em honra ao seu deus da guerra. Os antigos egípcios chamaram-no de “Her Descher”, que significa o vermelho. A atmosfera de Marte é bastante diferente da terrestre. Ela é composta, principalmente, de dióxido de carbono, com pequenas quantidades de outros gases. Os seis componentes mais comuns da atmosfera são: 95,32% de dióxido de Carbono (CO2); 2,7% de Nitrogênio (N2); 1,6% de Argônio (Ar); 0,13% de Oxigênio (O2); 0,03% de água (H2O); e 0,00025% de Neônio (Ne). O ar marciano contém cerca de 1/1.000 da água do nosso ar, mas mesmo essa pequena quantidade pode condensar-se, formando nuvens que flutuam alto na atmosfera, ou giram em volta das escarpas dos vulcões mais altos. Bancos de neblina matinal podem formar-se nos vales. Há evidência de que, no passado, uma atmosfera marciana mais densa possa ter permitido que a água fluísse sobre o planeta. Características físicas muito parecidas com costas, gargantas, leitos de rios e ilhas sugerem que grandes rios já marcaram o planeta.

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Em julho de 1965, a Mariner 4 transmitiu 22 fotos de Marte. Tudo o que se revelou foi uma superfície contendo muitas crateras e canais de ocorrência natural, e nenhuma evidência de canais artificiais ou água corrente. Finalmente, em julho e setembro de 1976, as sondas Viking 1 e 2 pousaram sobre a superfície de Marte. As três experiências realizadas a bordo das sondas revelaram uma inesperada e enigmática atividade química no solo marciano, mas não forneceram evidência clara sobre a presença de micro-organismos vivos no solo próximo das áreas em que as sondas pousaram.

Seu diâmetro equatorial mede 6.786 quilômetros, estando afastado do Sol 2,28 x 108 quilômetros. Seu período de revolução em torno do Sol é de 686,98 dias terrestres e seu período de rotação em torno de seu próprio eixo é de 24 horas e 37 minutos terrestres. Sua densidade é de 3,9 g/cm3. Possui dois satélites e a inclinação de seu eixo é de 25° 39’.

Júpiter: é o quinto planeta a partir do Sol e o maior no sistema solar. Se Júpiter fosse oco poderia caber mais de mil planetas Terra dentro dele. Contém mais matéria que todos os outros planetas juntos. Tem uma massa de 1,9 x 1027 kg e 142.984 quilômetros de diâmetro no equador, estando afastado do Sol 7,78 x 108 quilômetros. Seu período de revolução em torno do Sol é de 11,86 anos terrestres e seu período de rotação em torno de seu próprio eixo é de 9 horas e 48 minutos terrestres. Sua densidade é de 1,3 g/cm3. Júpiter possui 61 satélites, quatro dos quais - Calisto, Europa, Ganímedes e Io - foram observados por Galileu em 1610. A inclinação de seu eixo é de 3° 05’. Possui um sistema de anéis, muito tênue, sendo totalmente invisível da Terra (os referidos anéis foram descobertos em 1979 pela Voyager 1. Sua atmosfera é muito profunda, talvez compreendendo todo o planeta, sendo, em termos, parecido com a do Sol. É composta principalmente de hidrogênio e hélio, com pequenas quantidades de metano, amônia, vapor d’água e outros componentes. Ao contrário dos complexos anéis de Saturno, Júpiter tem um único anel que é quase uniforme em sua estrutura. Provavelmente seja composto por partículas de poeira com menos de 10 mícrons (10-5) de diâmetro, algo do tamanho de partículas da fumaça de cigarros. Os anéis e luas de Júpiter estão dentro de um cinto de intensa radiação de elétrons e íons capturados pelo campo magnético do planeta25 26.

Saturno: é o sexto planeta a partir do Sol e o segundo maior do sistema solar. Seu diâmetro equatorial é de 120.536 quilômetros, estando afastado do Sol 1,42 x 109 quilômetros. Sua densidade é de 0,7 g/cm3. Seu período de 25 Segundo PERUZZO, Francisco Miragaia e CANTO, Eduardo Leite do, no livro “Química na Abordagem do Cotidiano”, Ed Moderna Ltda, 2ª ed., 2001, p. 90, quando um átomo eletricamente neutro perde ou recebe elétron ele se transforma em um íon. Se recebe elétrons passa a ficar com excesso de cargas negativas, ou seja, transforma-se em um íon negativo. Por outro lado, se um átomo neutro perde elétrons passa a apresentar um excesso de prótons, isto é, transforma-se em um íon positivo. O íon positivo é chamado de cátion e o negativo de ânion. 26 Nota do autor: segunda a ciência, uma estrela tem de ter uma massa acima de um determinado valor crítico (aproximadamente 81 vezes a massa de Júpiter) para que a pressão interna seja suficiente para ocorrerem reações nucleares de fusão no seu interior. Corpos que não atingem esse limite, mas que ainda assim irradiam energia por compressão gravitacional chamam-se anãs castanhas (ou anãs marrons) e, por isso, são um tipo de corpo celeste na fronteira entre as estrelas e os planetas, como gigantes gasosos.

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revolução em torno do Sol é de 29,46 anos terrestres e seu período de rotação em torno de seu próprio eixo é de 10 horas e 12 minutos terrestres. Muito do que hoje é conhecido sobre o planeta deve-se às explorações da sonda Voyager, em 1980/81. Saturno é visivelmente achatado nos pólos, devido à rotação muito rápida do planeta em torno de seu próprio eixo. A atmosfera é principalmente composta de hidrogênio com pequenas quantidades de hélio e metano. O sistema de anéis de Saturno faz do planeta um dos mais belos do sistema solar. A origem desses anéis é obscura. Pensa-se que eles podem ter sido formados de luas maiores que foram despedaçadas por impactos de cometas e meteoróides. A composição dos anéis não é conhecida com certeza, mas os mesmos exibem uma quantidade significante de água. Saturno tem 33 luas confirmadas, sendo o segundo maior número de satélites em um planeta do sistema solar. A inclinação de seu eixo é de 27° 44’.

Urano: é o sétimo planeta a partir do Sol e o terceiro maior no sistema solar. Foi descoberto por William Herschel em 1781. Tem um diâmetro equatorial de 51.108 quilômetros, estando afastado do Sol 2,86 x 109 quilômetros. Orbita em torno do Sol em 84,04 anos terrestres. A duração de um dia em Urano é de 17 horas 54 minutos terrestres. Urano tem 27 luas, pelo menos. As duas maiores, Titania e Oberon, foram descobertas, também, por William Herschel em 1787. Sua densidade é de 1,3 g/cm3. A atmosfera de Urano está composta de 83% de hidrogênio, 15% de hélio, 2% de metano e quantias pequenas de acetileno e outros hidrocarbonetos. A inclinação de seu eixo é de 98°. Diferentemente dos outros planetas e semelhante a Vênus, Urano gira em torno do Sol no sentido horário (referência: olhando-se de cima do pólo norte do Sol). Portanto, para um observador em Urano, o Sol nasceria no oeste e se poria no leste.

Netuno: é o oitavo planeta a partir do Sol. Foi descoberto em 23 de setembro de 1846 por Johann Gottfried Galle (1812/1910) e Heinrich Louis d’Arrest (1822/1875), do observatório de Berlim. Essa descoberta foi fruto de uma previsão matemática feita por Urbain Jean Joseph Le Verrier (1811/1877) e John Couch Adams (1819/1892). Tem um diâmetro equatorial de 49.538 quilômetros, estando afastado do Sol aproximadamente 4,4 x 109 quilômetros. Se Netuno fosse oco, poderia conter em seu interior quase 60 Terras. Netuno orbita o Sol a cada 165 anos terrestres. Sua densidade é de 1,6 g/cm3. Tem 13 luas, sendo que seis foram descobertas pela sonda Voyager. Um dia de Netuno tem 19 horas e 6 minutos terrestre e a inclinação do seu eixo é de 30°. Em profundidade, os primeiros dois terços de Netuno estão compostos de uma mistura de pedra fundida, água, amônia líquida e metano. O terço externo é uma mistura de gases aquecidos incluindo hidrogênio, hélio, água e metano. O Metano dá a Netuno sua cor de nuvem azul. Os mais fortes ventos de todos os planetas foram medidos em Netuno. A maioria dos ventos de lá sopram para o oeste, oposto à rotação do planeta, chegando até 2000 quilômetros por hora. Netuno tem um conjunto de quatro anéis que são estreitos e muito fracos. Os anéis são compostos de partículas de pó.

Como já foi mencionado, tudo que é matéria aparente no universo é instrumento sagrado da natureza utilizado para o desenvolvimento global dos seres infra-angélicos, de todos os reinos. Assim sendo, os seres angélicos e superiores não necessitam mais desse instrumento, ou melhor, por sua vez,

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são instrumentos utilizados por Deus para a modelagem desse mundo material aparente, em todos os níveis dos infinitos macrocosmos e microcosmos. Os angélicos e superiores são, portanto, seres totalmente desmaterializados, que seguem seus próprios planos evolutivos eternos, encaixados numa extraordinária cadeia hierárquica. Os infra-angélicos, por sua vez, seguem seus planos evolutivos, guiados, na sua maioria, por outros infra-angélicos mais adiantados, todos a caminho da Angelitude. Portanto, a cadeia hierárquica de evolução espiritual inicia-se no seio dos animais unicelulares e se projeta, através do tempo, na eternidade, transformando as ínfimas criaturas em seres de inimaginável capacidade, que, após isso, continuam evoluindo no eterno presente.

Os seres dotados exclusivamente de energia espiritual, ou seja, os angélicos e superiores, vivem em mundos compatíveis com as suas respectivas capacidades. Ou estão no espaço absoluto ou estão, momentaneamente, utilizando suas grandiosas capacidades na função aglutinadora de manter a coesão das estruturas atômicas de um determinado Microcosmo, que, por sua vez, compõe o Macrocosmo correspondente. Ou seja, os angélicos são os elos entre os microcosmos e macrocosmos, para a formação das estruturas materiais aparentes.

Um ser supra-humano ou angélico ao se manifestar por meio de um planeta, por meio de uma estrela, por meio de um sistema solar, ou por meio de outro sistema ainda mais amplo, torna-se o criador do universo do sistema em questão. Isso quer dizer que um ser supra-humano consegue, pela força de seu âmago espiritual, moldar os elementos da natureza em benefício da criação e de sua evolução espiritual. Em conseqüência, há uma extensa interligação entre os diversos seres supra-humanos que transitam no Universo, cada um ocupando um elo correspondente à sua respectiva capacidade espiritual. Há, portanto, uma cadeia hierárquica infinita no Universo, permeando os infinitos microcosmos e macrocosmos. É interessante considerar, também, que um ser supra-humano, ao moldar um planeta no contexto de um Manvantara solar, não interfere no cumprimento das missões dos infinitos seres supra-humanos que se manifestam por meio dos átomos que compõem o seu Microcosmo Imediato27.

De uma maneira geral o Cosmo está em constante expansão, pois todos os seres que habitam os sóis, as estrelas, os núcleos atômicos, os planetas, os elétrons, ou seja, que habitam os astros, em todas as dimensões do Microcosmo e Macrocosmo, estão, também, em evolução, absolutamente enquadrados no sincronismo universal.

Cada planeta, cada sol, cada sistema solar, cada galáxia, cada grupo de galáxia, cada aglomerado de galáxia, cada elétron, cada núcleo atômico, cada átomo, cada grupo de átomos, cada molécula, cada grupo de moléculas considerando suas respectivas intimidades, possuem um Grande Plano ou Manvantara, tudo em função do desenvolvimento espiritual dos seres que os habitam. Cada Manvantara, por sua vez, encontra-se no seu determinado

27 NETTO, José Trigueirinho. Segredos Desvelados. Ed. Pensamento Ltda, 10ª ed., 1997, p. 230.

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momento histórico. Um Manvantara inicia com a formação das nebulosas, essas se consolidam e se transformam em astros, estes propiciam o surgimento de vida, materializam-se ao máximo e, em seguida, iniciam o período de sutilização, com perda constante de densidade. O Manvantara de um determinado astro encerra-se com o surgimento de um ambiente de espiritualidade no nível inicial dos supra-humanos. Os manvantaras se sucedem ininterruptamente no universo.

Dentro desse contexto, os menos evoluídos vivem em mundos mais densos, mais materializados. À medida que evoluem espiritualmente tudo em sua volta, inclusive seus próprios corpos materiais e antimaterias, também, evoluem proporcionalmente às necessidades relativas. Ou seja, tudo que é matéria aparente caminha expansivamente e inevitavelmente na busca do totalmente sutil ou espiritualizado. Trata-se, portanto, de um imperativo categórico.

Cada astro, ao longo de sua caminhada evolutiva, de acordo com os planos traçados no contexto de seu Manvantara e divinamente sincronizado e harmonizado com as energias e com o momento histórico de seus astros vizinhos, vai sutilizando-se por meio de uma constante alteração de um ou mais dos seguintes itens: rota de translação, velocidade de translação e rotação; pressão atmosférica, inclinação de seu eixo, densidade e outros. Percebe-se que um astro vai tornando-se mais energético na medida em que a sua densidade vai diminuindo e, em contra partida, as suas velocidades de rotação e translação vão aumentando28.

Dentro desse raciocínio, os planetas terrestres ou rochosos (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte), que são dotados de pequena massa (pequena energia), densidade grande, composição química indicando a existência de rochas e metais pesados e com velocidades de rotação e translação comparativamente pequenas, são, em princípio, mais jovens e, portanto, menos adiantados do que os jovianos ou gasosos. Por sua vez, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são os planetas do tipo que possuem grande massa (energia), densidade pequena e composição química indicando a prevalência de elementos leves. Portanto, tudo indica tratar-se de planetas que abrigam os seres humanos mais evoluídos. Trata-se, portanto, das respectivas moradias de nossos irmãos mais velhos. Os gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) não tem uma superfície sólida observável, ou seja, já estão em fase adiantada de sutilização.

Demais astros: a seguir, serão apresentadas as características fundamentais dos demais astros identificados que habitam o espaço sideral do nosso sistema solar29: 28 Nota do autor: segundo Trigueirinho, a Terra atingiu o extremo da materialidade do seu Manvantara por ocasião de Atlântida, cerca de vinte e cinco mil anos atrás. Desde o término dessa civilização a matéria aparente do planeta entrou em processo de sutilização, que prosseguirá, sem interrupção, até o final do Manvantara. Vide nota 65. 29 Nota do autor: ao se traçar uma similitude do espaço sideral de um sistema solar com a eletrosfera de um átomo, pode-se chamar o referido espaço sideral de “planetasfera”. Nesse caso, o “planetasfera” é a região do sistema solar onde os planetas movimentam-se. Na realidade, ampliando o conceito, a eletrosfera é a região do átomo onde os elétrons e as partículas não-elementares movimentam-se. Em conseqüência, o “planetasfera” é a região do sistema solar onde os planetas e os astros mais secundários movimentam-se. Considerando, de acordo com a Filosofia Quântica, que o Microcosmo de um Macrocosmo é,

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Planeta anão é um corpo celeste muito semelhante a um planeta, dado que orbita em volta do Sol e possui gravidade, porém não possui uma órbita desimpedida. Isso significa dizer que os planetas anões, por serem demasiado pequenos, em termos de massa, não conseguem alterar significativamente o seu ambiente, da mesma forma que um planeta normalmente o faz. Isto é, não conseguem remover pequenos corpos cujas órbitas propiciam colisões ou provocam perturbações gravitacionais em seus ambientes. Por outro lado, um planeta anão deve ser grande o suficiente para que a sua gravidade possa moldá-lo dentro da forma de uma esfera, ou seja, deve ser um esferóide. No momento, conhecem-se três planetas anões no sistema solar: Plutão, com um diâmetro de 2.390 km e afastado do Sol 39,4 UA; Éris, com um diâmetro de 2400 km e afastado do Sol 67,6 UA; e Ceres, com um diâmetro de 950 km e afastado do Sol 2,76 UA.

Plutão foi descoberto em 1930 por Clyde William Tombaugh (1906/1997), e classificado, até agosto de 2006, como o nono planeta do sistema solar. Desde então, a União Astronômica Internacional reclassificou Plutão como “planeta anão”, constituindo uma nova categoria de corpos do sistema solar. A órbita de Plutão também é altamente inclinada - 17 graus em relação ao plano orbital dos outros planetas. Seu diâmetro equatorial mede 2.390 quilômetros, estando afastado do Sol 5,9 x 109 quilômetros (aproximadamente 39,4 UA). Sua densidade é de 2,0 g/cm3. Seu período de revolução em torno do Sol é de 247,7 anos terrestres e seu período de rotação em torno de seu próprio eixo é de 6 dias e nove horas terrestres. Possui três satélites e a inclinação de seu eixo é de 120°.

Satélites: em geral, o número de satélites de um planeta está associado à sua massa. O maior satélite do sistema solar é Ganímedes, que é um dos quatro satélites galileanos de Júpiter, com diâmetro de 5.262 km. O segundo é Titan, de Saturno, com 5.150 km de diâmetro. Ambos são maiores do que o planeta Mercúrio, que tem 4.878 km de diâmetro. Note-se que a Lua terrestre, com 3.475 km de diâmetro, é maior do que Plutão, que tem 2.390 km de diâmetro. Titan apresenta a notável característica de possuir uma atmosfera densa, rica em compostos de carbono e metano. Semelhante à Vênus, Titan é cercado por uma camada opaca de nuvens. Os satélites transladam em torno dos seus respectivos planetas no mesmo sentido que estes transladam em redor do Sol e têm órbitas aproximadamente no plano equatorial dos mesmos.

Asteróides pertencem a um grupo numeroso de pequenos corpos (planetas menores - conhecidos como planetas secundários) com órbitas, ao redor do Sol, situadas na grande maioria entre as órbitas de Marte e Júpiter, a uma distância do Sol da ordem de 2,8 unidades astronômicas (UA). A partir de 1992, foram descobertos vários asteróides além da órbita de Netuno, chamados

simultaneamente, o Macrocosmo de outro Microcosmo, e assim sucessivamente e, alhures, o Macrocosmo de um Microcosmo é, simultaneamente, o Microcosmo de outro Macrocosmo, e assim sucessivamente, pode-se concluir que uma eletrosfera é, simultaneamente, um “planetasfera” em outra dimensão e, por outro lado, um “planetasfera” é, simultaneamente, uma eletrosfera em outra dimensão.

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objetos transnetunianos. Todos os asteróides são menores que a Lua terrestre (diâmetros menores que 3.475 km)30.

O primeiro asteróide conhecido foi Ceres, descoberto em 1801 pelo italiano Giuseppe Piazzi (1746-1826), com massa de um centésimo da massa da Lua terrestre, e diâmetro de 950 km. Pallas foi descoberto em 1802, por Heinrich Wilhelm Mattäus Olbers (1758-1840) e Juno em 1804 por Karl Ludwig Harding (1765-1834). Em 2002, foi descoberto o asteróide transnetuniano Quaoar, situado além da órbita de Plutão, com 1250 km de diâmetro. Outro asteróide, Sedna, com diâmetro entre 1300 e 1600 km, a uma distância de 13 bilhões de km do Sol (86 UA), foi descoberto em 2004. Foi descoberto em 2005 um asteróide maior do que Plutão. Conforme as medidas feitas com o Telescópio Espacial Hubble, em 9 e 10 de dezembro de 2005, o seu diâmetro é de, aproximadamente, 2.400 km.

Na verdade, Plutão e os outros dois planetas anões (Ceres e Éris) são também asteróides. Os asteróides possuem formas irregulares, com exceção dos planetas anões que possuem a forma de uma esfera (esferóides). Os asteróides variam de tamanho, ou seja, de 2400 km de diâmetro até o tamanho de pedregulhos. Atualmente existem mais de 12.000 asteróides catalogados, mas devem existir mais de um milhão com diâmetros próximos 1 km. Dezesseis asteróides conhecidos têm um diâmetro maior que 240 quilômetros O asteróide Ida, com 50 km de diâmetro, foi fotografado em 1993 pela sonda Galileo e foi então descoberto que ele possui um satélite, Dactyl, de 1,5 km de diâmetro, a 100 km de distância. Aproximadamente 10% dos asteróides têm satélites. Mais de 9000 asteróides têm órbitas bem determinadas. Eles orbitam o Sol aproximadamente na mesma direção dos planetas (de oeste para leste) e a maioria no mesmo plano.

Cometas: os cometas constituem outro conjunto de pequenos corpos orbitando o sistema solar. Suas órbitas são elipses muito alongadas. Eles são muito pequenos e fracos para serem vistos mesmo com um telescópio, a não ser quando se aproximam do Sol. Nessas ocasiões eles desenvolvem caudas brilhantes que, em algumas vezes podem ser vistas mesmo a olho nu. Os cometas são feitos de uma mistura de gelo e poeira, como uma bola de gelo sujo, segundo o modelo proposto por Fred Lawrence Whipple (1906-2004), em 1950. À medida que eles se aproximam do Sol, parte do gelo derrete, formando uma grande nuvem de gás e poeira ao redor do cometa, chamada Coma, com diâmetro da ordem de 100 mil km. A parte sólida e gelada no interior é o Núcleo e normalmente tem 1 a 10 km de diâmetro. O calor e o vento solar sopram o gás e a poeira da Coma formando a Cauda, que sempre está apontada na direção do Sol.

Edmund Halley (1656-1742), astrônomo britânico e amigo de Isaac Newton, foi o primeiro a mostrar que os cometas vistos em 1531, 1607 e 1682 eram o mesmo. Desde então, é chamado de Cometa Halley. Se um corpo pequeno apresenta uma atmosfera volátil visível, chama-se cometa - se não, chama-se

30 Nota do autor: a grande maioria das rotas dos planetas secundários (asteróides) transita entre os planetas terrestres e os jovianos. Trata-se, na realidade, de um espaço peculiar do planetasfera (espaço interplanetário).

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asteróide. Acredita-se que os cometas são corpos primitivos, presumivelmente sobras da formação do sistema solar, que se deu pelo colapso de uma nuvem molecular gigante. Quando a Terra cruza a órbita de um cometa encontra poeira ejetada deste e, então, sofre uma chuva de meteoróides.

Meteoróides são matérias que giram ao redor do Sol ou qualquer objeto que esteja no espaço interplanetário, que seja muito pequeno para ser chamado asteróide ou cometa. As partículas muito menores que os meteoróides são chamadas micrometeoróides, ou grãos de pó cósmicos, que incluem qualquer material interestelar que eventualmente entrem em nosso sistema solar. Portanto, trata-se de minúsculos corpos celestes, resíduos de cometas, de asteróides ou de outros corpos, pesam cerca de gramas e são do tamanho de grãos de feijão. A variação do seu brilho é causada devido ao atrito que este corpo sofre ao atingir a atmosfera da Terra. Ao encontrar-se com ela, como já foi mencionado, o meteoróide acaba inflamando-se, causando um belo espetáculo no céu. Portanto, quando um meteoróide golpeia nossa atmosfera a alta velocidade, a fricção faz com que esse objeto espacial queime em um risco de luz conhecido como meteoro. Se o meteoróide não queima completamente, atingindo a superfície da Terra, é chamado de meteorito e, ao contrário, se queima totalmente na atmosfera, não atingindo a superfície, é chamado de meteoróide.

Meteoritos são meteoróides que atravessam a atmosfera da Terra sem serem completamente vaporizados, caindo ao solo. Do estudo dos meteoritos pode-se aprender muito sobre o tipo de material a partir do qual se formaram os planetas, uma vez que são fragmentos primitivos do sistema solar. Existem três tipos de meteoritos: os metálicos; os rochosos; e os metálico-rochosos. Os rochosos são os mais abundantes, compreendendo 90% de todos os meteoritos conhecidos. Na Terra caem, aproximadamente, 25 milhões por dia - a grande maioria com alguns microgramas, correspondendo a uma massa acumulada de cerca de 100 toneladas. Portanto, meteorito ou aerólito é um corpo do espaço (originário de um cometa ou de um asteróide) que se precipita sobre a Terra, ou seja, que cai sobre a superfície da Terra, tornando-se incandescente ao atravessar a atmosfera.

Duas vezes no século XX grandes objetos colidiram com a Terra. Em 30 de junho de 1908, um asteróide explodiu na atmosfera perto do rio Tunguska, na Sibéria, derrubando milhares de árvores e matando muitos animais. O referido objeto, que era rochoso, por ter explodido no ar, espalhou milhares de pequenos pedaços na região, dos quais alguns foram encontrados sobre as árvores. Simulações indicam que o referido asteróide deveria ter de 30 a 60 metros de diâmetro e energia equivalente a 15 Mton TNT. A primeira bomba de hidrogênio, chamada Bravo, foi testada em 1º de março de 1954, pelos americanos, no Atol de Bikini, e tinha exatamente 15 Mton TNT. A bomba de hidrogênio mais poderosa foi testada pelos russos e atingiu 50 Mton TNT. Várias testemunhas viram quando o meteorito explodiu no ar.

O segundo impacto ocorreu em 12 de fevereiro de 1947, na cadeia de montanhas Sikhote-Alin, perto de Vladivostok, também na Sibéria. O impacto, causado por um asteróide de ferro-níquel, foi visto por centenas de pessoas e deixou mais de 106 crateras, com tamanhos de até 28 m de diâmetro e 6

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metros de profundidade. Mais de 28 toneladas em 9000 meteoritos metálicos foram recuperadas. O maior pedaço pesa 1.745 quilos. Em 18 de janeiro de 2000, outro meteorito explodiu, agora sobre o território de Yukon, no Canadá, gerando uma bola de fogo brilhante detectada por satélites de defesa e também por sismógrafos. A energia liberada foi da ordem de 2 a 3 Kton TNT. Denominado Tagish Lake, em referência ao local da queda, foi recuperado apenas um pedaço de 850 g deste objeto, que deve ter tido 200 toneladas e 5 m de diâmetro. Acredita-se que a maioria dos meteoritos é constituída por fragmentos de asteróides.

Meteoros são fenômenos luminosos observados quando da passagem de um meteoróide pela atmosfera terrestre. Trata-se, portanto, de um rastro de luz. Por vezes é designado erroneamente de estrela cadente. Erroneamente por não se tratar, na realidade, de uma estrela e sim de um simples rastro de luz, que está acontecendo relativamente muito próximo do observador. Por se tratar apenas de um rastro de luz é, também, errôneo dizer que um meteoro caiu na terra.

Conclusão parcial: portanto, a família solar é bem mais ampla do que apenas um conjunto tradicional de oito planetas orbitando ao redor do Sol. Há que se considerar, também, os planetas anões, os satélite dos planetas, os satélites dos planetas anões, os anéis planetários, os asteróides, os satélites dos asteróides, os cometas, os meteoróides, os micrometeoróides, os meteoritos, os meteoros, as poeiras cósmicas, as diversas órbitas. Alhures, um sistema solar não está isolado em seu ambiente. Na realidade, o Cosmo é um sistema infinito constituído por infinitos subsistemas, todos interligados.

Como consta, só de meteoritos, cai na superfície da Terra cerca de 25 milhões de fragmentos por dia. Ou seja, o nosso sistema solar é muito mais complexo do que se imagina. Se esse sistema for visto como um átomo, a sua constituição complexa continua a mesma, com todos os asteróides (partículas não elementares) navegando em torno do núcleo (Sol). Por outro lado, se for tomado, como amostra, um único átomo da poeira intergaláctica que interpenetra no nosso espaço interplanetário (planetasfera/eletrosfera) esse poderá ser considerado mais complexo do que todo o nosso sistema solar, desde que se visualizem as suas sucessivas dimensões de microcosmos e macrocosmos, em comparação com uma visão simplista do nosso sistema solar (apenas na sua dimensão de Macrocosmo).

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CAPÍTULO III

FILOSOFIA QUÂNTICA 1. SISTEMA SOLAR OU ATÔMICO? Todos os planetas do nosso sistema solar giram em torno do Sol aproximadamente no mesmo plano e no mesmo sentido, com exceção de Vênus e Urano, e todos giram em torno de seu próprio eixo. Na realidade, tudo está em movimento. Por sua vez, todos os corpos celestes possuem características próprias, não há nada igual na natureza. Ou seja, não há átomos iguais, mesmo com números atômicos iguais. Não há, portanto, planetas iguais, elétrons iguais, sóis iguais, núcleos atômicos iguais. Como já foi mencionado, todos os astros do nosso sistema solar possuem características próprias. Assim sendo, a massa de um planeta é diferente da massa dos demais, como também são diferentes: a distância do Sol; o diâmetro equatorial; o número de satélites; o período e a velocidade de revolução ao redor do Sol; o período e a velocidade de rotação em torno de seu próprio eixo; a inclinação do eixo; a densidade; o percentual dos componentes químicos; a temperatura; e as órbitas. Por analogia, pode-se concluir que todos os elétrons, sem exceção, considerando-se os mesmos itens acima, também, são diferentes entre si. Ou seja, cada elétron possui uma massa diferente, podendo estar, em relação aos demais, diferentemente afastado do núcleo. Possui, também, as seguintes características exclusivas: diâmetro equatorial; número de satélites; período e velocidade de revolução ao redor do núcleo; período e velocidade de rotação em torno de seu próprio eixo; inclinação do eixo; densidade; percentual de componentes químicos; temperatura; e órbita31.

Ainda há muito a ser desvendado no nosso sistema solar e planetário. Como já foi constatado, há muitos corpos celestes (astros) transladando muito além da órbita do último planeta - muito além, até mesmo, de Plutão, que era, até bem pouco tempo, considerado o planeta mais afastado do Sol. É muito provável que, além dos últimos asteróides, ainda sejam encontrados incontáveis partículas de poeira cósmica. Nesse caso, qual será o valor do diâmetro do nosso sistema solar? A ciência ainda não dispõe desse dado com precisão. Alhures, o nosso Sol, com o seu diâmetro de 1.400.000 Km (1,4 x 106), é o nosso maior astro e concentra quase toda a massa existente no sistema (99,85%). De acordo com a Filosofia Quântica, o nosso sistema solar, apesar de sua complexidade, é, apenas, um simples átomo integrante de outro Microcosmo, que também é infinito. Ou seja, o nosso sistema solar é, ao mesmo tempo, componente do nosso Macrocosmo Imediato e integrante de outro Microcosmo, que, por sua vez, compõe outro Macrocosmo e assim sucessivamente.

Esse átomo, que é o nosso sistema solar, ainda nos é desconhecido, em virtude da nossa atual pequenez racional e espiritual. Tudo na natureza pode ser considerado, simultaneamente, simples e complexo, dependendo da referência e do conhecimento disponível. É interessante lembrar que o acúmulo 31 Nota do autor: Spin é o movimento de rotação do elétron em torno de seu eixo.

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de conhecimento é infinito. O aumento progressivo de nosso conhecimento geral e de nosso aperfeiçoamento espiritual proporcionará as condições necessárias para a ampliação dos conhecimentos sobre o nosso Macrocosmo e Microcosmo imediatos. O aumento desses conhecimentos ampliará, normalmente, a nossa visão cósmica. No momento, os fatos indicam que o conhecimento do nosso Macrocosmo Imediato é equivalente ao conhecimento do nosso Microcosmo Imediato. Nesse contexto, a posição do ser humano é eqüidistante de ambos, ou seja, para ele, o Macrocosmo Imediato é, proporcionalmente, tão grande quanto o Microcosmo Imediato é pequeno. Porém, essas concepções teóricas são relativas, pois no contexto de um simples elétron está encerrada uma infinidade de mundos habitados, numa sucessão de microcosmos e macrocosmos infinitos.

Já foi mostrado, também, que os elétrons em movimento comportam-se, em alguns aspectos, como ondas e, em outros, como partículas. Ao estudar os átomos, a ciência ainda não percebeu que cada elétron é diferente dos demais, ou seja, que cada elétron possui características próprias, referentes aos seguintes itens, entre outros: constituição química de sua atmosfera; diâmetro equatorial; distância do núcleo; número de satélites; massa; densidade; volume; inclinação do eixo; órbita mutável; velocidade de rotação mutável; velocidade de translação mutável. Por outro lado, tudo indica que o principal motivo de o elétron ser considerado, em alguns aspectos, como onda é a dificuldade que existe, no momento, para examiná-lo, em virtude de sua pequenez relativa e de sua elevada velocidade relativa de deslocamento no sistema eletrônico (eletrosfera). Alhures é muito provável que o conhecimento do Macrocosmo Imediato possa elucidar algumas dúvidas sobre o Microcosmo Imediato e vice-versa. Ou seja, ao se comparar o nosso Microcosmo Imediato com o nosso Macrocosmo Imediato, podem-se colher ensinamentos de um sistema para entender o outro. Na realidade, o que vem dificultando a pesquisa são as dificuldades de observação científica. Trata-se, pois, de algo que reforça a idéia de relatividade. Na natureza, sob a ótica humana, tudo é relativo. Ou seja, o espaço, o tempo, a velocidade, a matéria, o grande, o pequeno, o pesado, o leve, o curto, o longo, o longe, o perto, o simples, o complexo, o grosso, o fino - são concepções relativas. A verdadeira grandeza de tudo depende de uma visão global do sistema.

Há que se considerar, ainda, que cada planeta/elétron encontra-se no seu momento próprio em relação ao Manvantara. Em conseqüência, em virtude de seu grau evolutivo, cada astro/partícula encontra-se num estágio diferente de sutilização. Esse fato tem influenciado quanto à observação referente à dupla característica de onda e partícula. Ou seja, é fato que há elétrons que se comportam mais como partículas e outros mais como ondas, mesmo porque os mais evoluídos giram e navegam com mais velocidade, indicando a existência de mais energia. Assim sendo, os mais evoluídos comportam-se mais como ondas e os menos evoluídos mais como partículas.

O princípio da incerteza de Heisenberg estabelece que é impossível conhecer simultaneamente e com certeza a posição e o momento de uma pequena partícula, tal como um elétron, em virtude de sua pequenez e de sua altíssima velocidade. Considerando que um elétron é, em si, um Universo, ou

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seja, que é, ao mesmo tempo, um componente do Microcosmo e do Macrocosmo, pode-se concluir, genericamente, que a relação espaço/tempo é, também, relativa - cada caso é um caso. No contexto dos macrocosmos e dos microcosmos, os espaços e os tempos são medidos e contados de acordo com as referências que forem consideradas. Além disso, como já foi mencionado, o infinito e a eternidade existem tanto no Microcosmo Imediato quanto no Macrocosmo Imediato, como também nos sucessivos microcosmos e macrocosmos. Na realidade, quando se trata de um Microcosmo está-se tratando simultaneamente de um Macrocosmo. Dentro desse raciocínio, o infinito e a eternidade são encontrados: num elétron; num satélite de elétron; num elétron do elétron; num elétron do elétron do elétron; num elétron de um satélite de elétron e assim sucessivamente. Portanto, a incerteza de Heisenberg está de acordo, apenas, com a atual deficiência de observação científica da nossa humanidade.

Os planetas, particularmente os habitados (reinos vegetal, animal e humano) vão, ao longo do tempo, adaptando-se às novas realidades de acordo com os planos evolutivos, em busca da angelitude, do supra-humano, ou do imaterial. Nessa busca incessante de aperfeiçoamento, de sutilização, ou de espiritualização, os planetas vão alterando, entre outros aspectos, suas órbitas, suas velocidades, suas inclinações, suas densidades - isso é rotineiro na natureza.

Segundo Albert Einstein, quando um elétron altera, momentaneamente, sua órbita libera certa quantidade de energia, que ele chamou de fóton, que, na realidade, é um quantum de luz. Essa observação levou à idéia de que as partículas elementares não são ondas nem corpúsculos, tendo propriedades de ambos, por isso, são chamados, por Einstein, de objetos quânticos. Na realidade, qualquer astro, partícula elementar ou não-elementar, contém, em sua estrutura microcósmica, uma infinidade de mundos habitados. O Universo é completamente habitado, ou seja, tanto o mundo das formas quanto o mundo do espaço e do tempo absolutos são completamente habitados. Assim sendo, toda a natureza gira em função da evolução eterna de seus infinitos habitantes. Nesse contexto, a matéria aparente é apenas um instrumento utilizado por Deus para proporcionar, aos infinitos seres, dentro de leis universais, a evolução espiritual eterna.

A classificação dos astros do sistema solar em planetas, planetas anões, satélites de planetas, satélites de planetas anões, asteróides, satélites de asteróides, anéis planetários, cometas, meteoróides, micrometeoróides, meteoritos, meteoros, e outros, foi feita pelos nossos astrônomos. Na realidade, em um simples elétron, componente do sistema atômico de qualquer astro ou de qualquer partícula elementar ou não-elementar (de um átomo), com qualquer característica astronômica que possua, contém, em sua estrutura microcósmica, uma infinidade de macrocosmos e microcosmos, com infinitos mundos habitados. Portanto, dentro da ótica da Filosofia Quântica, um elétron existe em função da criação e, por isso, qualquer fenômeno que ocorra na natureza, particularmente uma alteração de posição ou de velocidade, está dentro deste contexto. Ou melhor, tudo vive em função da criação.

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No Microcosmo ocorrem fenômenos semelhantes aos que ocorrem no Macrocosmo, pois toda a complexidade do Universo está encerrada num único sistema, que é Deus. Por outro lado, por tudo que já foi dito em termos de relatividade, pode-se, por lógica, continuar afirmando que os elétrons ou planetas são corpúsculos ou ondas, dependendo do ponto de referência de quem está observando, pois as elevadas velocidades relativas e as pequenas dimensões relativas podem levar o observador a uma determinada conclusão. Porém, maiores conhecimentos do Microcosmo Imediato e do Macrocosmo Imediato dependerão dos conhecimentos racionais que os seres humanos acumularão através dos séculos e do aperfeiçoamento espiritual correspondente. O ser humano sempre buscará ampliar sua visão cósmica.

Como já foi mencionado, um átomo, sob a visão genérica da atual ciência humana terrestre, é um subsistema onde partículas elementares (elétrons) e partículas não-elementares transladam em redor de um núcleo (prótons e nêutrons), por meio de órbitas circulares ou elípticas. Por sua vez, o referido núcleo encontra-se localizado no centro das órbitas quando elas são circulares e em um dos focos quando são elípticas. Relativamente às ínfimas dimensões dos componentes do átomo e das enormes distâncias que os separam, pode-se dizer que um átomo é constituído por um conjunto de partículas elementares (prótons, nêutrons e elétrons) e partículas mais secundárias, chamadas de partículas não-elementares, e por um espaço relativamente imenso.

Essencialmente, o átomo consiste de um núcleo em torno do qual há uma região chamada de eletrosfera, que é a região onde os elétrons e as partículas não-elementares movimentam-se. Esse núcleo é composto por prótons e nêutrons, tendo os elétrons girando ao seu redor. Por certo, o sistema solar é semelhante ao sistema atômico. Ou seja, no sistema solar, na mesma proporção, também, existem espaços imensos com pouquíssima massa. Em ambos, o equilíbrio é estabelecido pelas velocidades dos diversos objetos siderais ou atômicos e pelas posições relativas em relação ao sol ou ao núcleo. Em ambos existem, ainda, incontáveis objetos a serem desvendados, alguns dos quais só o serão no momento em que o ser humano adquirir, pelo acúmulo de conhecimentos racionais, um conhecimento profundo sobre a natureza. Ou seja, na medida em que o ser humano for adquirindo uma visão cósmica vai, simultaneamente, passando a considerar, em seus raciocínios lógicos, alguns detalhes sobre a multiplicidade dos mundos, sobre a finalidade divina de cada um deles, sobre a interdependência entre eles, sobre o equilíbrio universal. Outros objetos, outros detalhes e outros conhecimentos, por outro lado, só serão desvendados com a conquista de uma visão cósmica supra-humana32.

Há que ser considerado, também, que não existe espaço vazio na natureza. Ao contrário, em um determinado espaço sideral (ou celeste) existem, simultaneamente, incontáveis mundos com dimensões e freqüências diferentes. Na realidade, o espaço atômico é um espaço sideral e um espaço sideral é um espaço atômico. O espaço absoluto, onde o tempo é o eterno presente, até

32 Nota do autor: Beatitude, para São Tomás de Aquino, é o último estágio da evolução humana e a Angelitude é o primeiro estágio evolutivo do supra-humano.

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mesmo por inexistência de referência, é o mundo da alta espiritualidade, que é o destino de todos os seres animados da natureza.

Segundo Allan Kardec, há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora dos mundos e dos seres. Essa substância constitui tudo que existe no Universo, ou seja, só há uma substância simples, primitiva, geradora de todos os corpos, que, por motivos de criação, é diversificada em suas combinações.

Por sua vez, Matéria Negra ou Escura é o resultado da mistura do éter (matéria cósmica primitiva ou antimatéria no seu mais alto grau de sutilização) com a poeira cósmica (matéria aparente no seu mais alto grau de sutilização). Ou seja, essa mistura, ao ser modelada pelos supra-humanos por meio da química universal, transforma-se em nebulosas. Essas, por contração (processo de solidificação previsto no Manvantara), transformam-se em planetas, sistemas solares, galáxias, etc. Essa solidificação é o resultado de sucessivos saltos quânticos negativos. Na realidade, os supra-humanos ao restabelecerem o binômio matéria/antimatéria (poeira cósmica/éter), conseguem formar as nebulosas, que, por sua vez, caracterizam o início de um Manvantara33.

No sistema solar, salto quântico negativo significa um salto do planeta/elétron em direção do sol/núcleo, trata-se da fase inicial do Manvantara, ou seja, da fase da contração ou solidificação das nebulosas. Por outro lado, salto quântico positivo significa um salto do planeta/elétron em direção oposta a da localização do sol/núcleo, ou seja, significa afastamento, expansão, sutilização, espiritualização. Vide Nr. 8 do capítulo III.

Os seres humanos do planeta Terra, de uma maneira geral, ainda crêem que são contemporâneos da criação. Ainda não foi percebido, pela maioria, que antes do surgimento da humanidade terrestre já existia tudo no Universo. Nós seres humanos, ainda, vivemos envolvidos pela nossa pequenez espiritual e intelectual, o que nos impede, por enquanto, de avaliarmos a verdadeira grandeza do infinito e da eternidade. Porém, em linhas gerais, pode-se dizer que o espaço infinito é o teatro de inimaginável sucessão e simultaneidade de criações. Em conseqüência, pode-se afirmar que a criação é universal, envolvendo o Microcosmo e o Macrocosmo34 35.

Um átomo é extremamente pequeno se comparado a objetos de seu Macrocosmo Imediato, mas é enorme se comparado ao seu núcleo, que fica no seu centro ou em um dos focos da elipse que lhe dá forma. Portanto, os átomos que compõem a matéria sólida aparente consistem, quase integralmente, de “espaços vazios”. Essa característica é a mesma no Microcosmo e no Macrocosmo. Dessa forma, o nosso sistema solar, na sua dimensão de Microcosmo, é, também, extremamente pequeno se comparado a objetos de

33 Nota do autor: os filósofos pré-socráticos foram os primeiros a oferecer uma interpretação racional do mundo. Para isso, buscaram o princípio fundamental das coisas - “o arjé”. A intenção era encontrar uma substância que fosse origem de todos os fenômenos, ou seja, que se constituísse em uma autêntica essência. Na realidade, os pré-socráticos procuraram a matéria cósmica primitiva, que Kardec chamou de “éter”! Provavelmente, o arjé é o éter e vice-versa. 34 KARDEC, Allan. A Gênese, Federação Espírita Brasileira, 32ª ed., 1988, p. 115 e 131 a 134. 35 Vide nota nº 38, a respeito de Kant.

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seu Macrocosmo, porém é enorme se comparado ao seu núcleo (que é o Sol). Alhures, a interação núcleo/elétron ou sol/planeta é igualmente responsável por todas as reações químicas e pela formação de moléculas, que são o resultado da agregação de diversos átomos reunidos pela atração mútua. A referida interação, em qualquer Microcosmo ou Macrocosmo, constitui, então, a base de todos os sólidos, líquidos e gases e, ainda, de todos os organismos vivos e de todos os processos biológicos a eles associados, em qualquer referência universal. De acordo com essa idéia, as moléculas, os grupos de moléculas, são constituídos por incontáveis átomos, da mesma forma que as galáxias são constituídas por incontáveis sistemas solares.

Numa simples porção de água, equivalente a 18 gramas, existem cerca de 6,02 x 1023 moléculas de água ou 18,06 x 1023 átomos. Esses átomos, por sua vez, correspondem a 18,06 x 1023 sistemas solares, com incontáveis planetas, planetas anões, satélites planetários, satélites de planetas anões, asteróides, satélites de asteróides, anéis planetários, meteoróides, micrometeoróides, meteoritos, poeiras cósmicas e outros objetos siderais. Na verdade, 18 gramas de água, em outro nível, representam milhares de superaglomerados de galáxias. Por outro lado, esses mesmos 18 gramas, no Microcosmo, representam sextilhões de moléculas, que são formadas pela união de sextilhões de átomos. Dentro desse raciocínio, pode-se concluir que qualquer substância é formada por moléculas e que algumas delas, nas condições ambientais, são substâncias gasosas, outras líquidas e outras sólidas. A união entre as moléculas deve-se às ligações químicas intermoleculares. Portanto, os átomos/sistemas solares unem-se para formarem partículas maiores chamadas moléculas/grupos de sistemas solares e estas/estes se unem para formarem substâncias moleculares/galáxias.

Assim sendo, uma galáxia é, ao mesmo tempo, uma grandiosidade e uma insignificância, dependendo da referência. Porém, em uma simples molécula, em um simples átomo ou em um simples elétron, respectivamente, encerra-se um infinito. Portanto, a grandiosidade e a insignificância são relativas. Para todos os lados que se vá há o infinito. Dessa forma, pode-se imaginar a posição que o nosso Sol e a nossa Terra ocupam no mundo das estrelas ou das moléculas, conforme a referência. Ora, sabendo-se que o nosso Sol nada é, ou quase nada, no contexto da galáxia e esta nada é, ou quase nada, no contexto da universalidade das nebulosas e esta nada é, ou quase nada, no contexto do imensurável infinito, começa-se a compreender o que é, na realidade, o globo terrestre. Nesse raciocínio está sendo levado em consideração apenas o nosso Macrocosmo Imediato. Porém, não se pode deixar de considerar que num simples planeta ou num simples elétron encerra-se um infinito, constituído por infinitos microcosmos e macrocosmos. Portanto, num simples elétron de um elétron, está encerrada uma criação infinita de Deus, confirmando que todo finito é infinito. Na realidade, não existe nada finito no Universo.

No contexto do Cosmo, não existem: o pequeno; o grande; o alto; o baixo; o comprido; o curto, o leve; o pesado, pois um simples elétron/planeta encerra, em si mesmo, o infinito. Dessa forma, a Terra, que é simultaneamente um elétron (Microcosmo) e um planeta (Macrocosmo), contém em sua estrutura, em qualquer referência, o infinito. Sendo assim, não há no Universo a

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insignificância, que só pode ser considerada em termos relativos. Toda a matéria no Universo é feita com os mesmos constituintes básicos e é, portanto, controlada pelas mesmas forças fundamentais. Isto quer dizer que os aglomerados de galáxias, grupos de galáxias, galáxias, satélites de galáxias, nuvens interestelares, estrelas, planetas, substâncias moleculares, moléculas, átomos, elétrons e, em conseqüência, o corpo humano, são todos iguais a nível atômico.

Por sua vez, a teoria da relatividade já demonstrou que a massa nada tem a ver com qualquer substância, sendo, sim, uma forma de energia. Se não fosse dessa forma seria duvidoso dizer que a massa atômica está no núcleo, onde suas partículas deslocam-se com velocidades próximas à da luz. Isso é uma realidade tanto no Microcosmo quanto no Macrocosmo. É importante citar, mais uma vez, que o núcleo de um átomo é semelhante (não igual) aos demais existentes no Universo. Da mesma forma, o sol de um sistema solar é, também, semelhante aos demais existentes no Universo. De acordo com o que foi mencionado e considerando o Universo infinito, pode-se concluir que há infinitos sóis mais luminosos do que o que clareia a Terra, como há também infinitos sóis menos luminosos. Na realidade, essa observação é lógica, pois a referida comparação está abrangendo o Macrocosmo e o Microcosmo. Porém, é interessante lembrar que a grandiosidade e a pequenez de alguma coisa dependem da posição do observador. A alta capacidade espiritual dos supra-humanos, por se encontrarem no mundo do espaço e do tempo absolutos, permite-os observar qualquer Microcosmo ou Macrocosmo nas suas respectivas grandezas ou na grandeza observada e sentida pelos seus respectivos habitantes. Portanto, conseguem observar todo o sistema de sucessivos microcosmos e macrocosmos sob uma ótica global.

As características dos supra-humanos estão sendo abordadas genericamente por desconhecimento a respeito. São Tomás de Aquino considera, em sua obra “Suma Teológica”, que a felicidade plena ou a Eudamonia só será alcançada quando o ser humano começar a ter acesso direto, apesar de restrito, ao mundo dos supra-humanos ou ao mundo dos angélicos. O ilustre filósofo considera, também, que isso só ocorrerá quando a humanidade atingir o final de seu Manvantara, ou o ápice de sua evolução espiritual. É verdade, também, que, ao longo do desenvolvimento do referido Manvantara, os conhecimentos sobre os supra-humanos vão aumentando gradativamente. Ou seja, só será possível ter acesso direto ao mundo dos supra-humanos quando a humanidade atingir um nível espiritual compatível para tal. Quando isso ocorrer os seres humanos estarão no limiar de ingressarem no referido nível. Considerando que o planeta Terra está, aproximadamente, na metade de seu Manvantara e que somente no seu término isso ocorrerá, pode-se concluir que ainda nos faltam muitos conhecimentos racionais e adiantamento espiritual para que tal conquista se concretize, ou seja, para que se tenha acesso ao mundo superior dos supra-humanos. Apesar do desconhecimento que a nossa humanidade ainda tem desses seres, pode-se deduzir, considerando a hierarquização que existe no contexto da evolução espiritual universal, que tais seres possuem, também, uma seqüência de tarefas a serem executadas de acordo com o nível espiritual

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conquistado. É importante mencionar que a evolução da consciência humana ou supra-humana cresce esfericamente na direção do infinito, de acordo com os planos siderais. Quanto mais evoluído for o ser mais rápido será a sua evolução espiritual, pois o acúmulo de conhecimento leva ao autoconhecimento e este à multiplicação do conhecimento, que é infinita.

Um sol é um corpo celeste luminoso formado, principalmente, de gás hidrogênio e hélio. Sua grande massa gasosa gera, em conseqüência, uma grande gravidade, criando, com isso, enormes pressões e consequentemente muito calor no seu interior. Essa enorme quantidade de calor é a responsável pela produção da fusão nuclear. Essa, por sua vez, gera a energia que mantém a expansão necessária para equilibrar sua compressão gravitacional. Assim sendo, as estrelas estão sempre se contraindo pela gravidade e se expandindo pelas reações nucleares, criando um relativo equilíbrio. Dentro do contexto desse fenômeno um pequeno excesso de produção de energia é lançado no espaço sideral sob a forma de radiação eletromagnética, da qual uma pequena parcela é de luz visível. As demais parcelas são formadas por outras formas de radiação. Portanto, a energia emitida no espaço por uma estrela está associada à sua pressão e à sua temperatura interna, que possibilitam um ambiente adequado à fusão nuclear. Enquanto uma estrela estiver produzindo um excesso de energia é sinal de que o seu Manvantara está em pleno vigor, pois esta quantidade de energia que é lançada no espaço é um dos componentes responsáveis pela expansão ou sutilização de seus astros orgânicos. Por outro lado, quando o calor produzido pela fusão nuclear deixar de proporcionar a expansão necessária no interior da estrela, ou seja, quando o equilíbrio entre a gravidade e a expansão for rompido em sua estrutura, então, essa estrela começa a entrar em colapso. Esse fenômeno indica que o seu Manvantara está no final, ou seja, os habitantes de seus planetas estão atingindo o nível espiritual de um supra-humano. Portanto, é interessante observar que toda a estrutura de matéria aparente existente no Cosmo está em função da evolução espiritual das criaturas que os habita. Ao longo de seu Manvantara a estrela vai se expandindo e, simultaneamente, vai proporcionando a expansão de todo o seu sistema, por meio da emissão de energias excedentes. No final de seu Manvantara ela pode explodir em diversas estrelas supernovas ou se desmembrar, sem explodir, em algumas estrelas novas ou, ainda, pela preponderância de sua gravidade, torna-se num Buraco Negro. Esses fenômenos estão intimamente relacionados com a linha evolutiva universal de todos os seres. Portanto, torna-se incompleta a pesquisa científica ao ser desconsiderada, no processo, a principal função da matéria aparente no âmbito do Universo. Em determinados momentos de seu Manvantara, dentro de um perfeito sincronismo com as necessidades evolutivas, um elétron/planeta agrega uma quantidade especial de energia vinda de seu sol ou núcleo. Essa providência divina, entre outros efeitos, proporciona o aumento da sua velocidade de rotação e alonga a sua trajetória de translação. Proporcionalmente a esse aumento de velocidade e de energia, as forças centrífuga e centrípeta passam a atuar de maneira mais intensa diminuindo, com isso, a densidade e a pressão

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atmosférica da citada partícula. Isso significa um passo a mais na sua expansão, ou melhor, na sua sutilização (salto quântico). A sutilização desse orbe e o seu afastamento do núcleo ou do sol contribuem para a sutilização do próprio sistema solar ou do átomo como um todo. Portanto, a sutilização de um orbe influencia na sutilização de seu sistema planetário e assim por diante. Além de influenciar na sutilização de seu Macrocosmo Imediato também influencia na sutilização de seu Microcosmo Imediato. Quando se fala de sutilização de um planeta/elétron se fala da sutilização de suas duas partes: a material e a imaterial ou antimatéria. Ainda é interessante citar que num simples átomo ou num simples sistema solar, cada elétron ou planeta que o compõe se encontra em grau de evolução diferente dos demais componentes. Quanto mais afastado do sol estiver esse orbe e quanto mais sutilizada estiver sua estrutura de matéria aparente e de antimatéria mais evoluída é a sua condição, inclusive de seus habitantes, ou seja, mais próximo do final de seu Manvantara se encontra. Assim sendo, o final do Manvantara de um átomo ou de um sistema solar corresponde ao final do último Manvantara dentro do referido sistema. Ou seja, o referido Manvantara só se concretiza após o final dos manvantaras dos seus respectivos planetas/elétrons. Segundo a ciência, a Energia Escura (ou Energia Negra) é uma forma hipotética de energia que estaria distribuída por todo o espaço sideral e que tende a acelerar a expansão do Universo. Portanto, a principal característica da energia escura é a sua oposição, em larga escala, à gravidade. Trata-se, pois, de uma forte pressão negativa. Considerando que a expansão de toda a matéria aparente e de sua antimatéria é realizada divinamente em função da evolução espiritual de todos os gêneros e espécies que habitam o Universo, pode-se concluir que a energia escura não é apenas uma forma hipotética de energia e sim uma forma real Existe no espaço cósmico um sistema complexo de forças magnéticas que, absolutamente sincronizadas, agem em todos os astros, com o objetivo de conduzi-los à inevitável expansão, sutilização (espiritualização). Na realidade, essas forças agem nos sistemas solares como um todo. Como cada astro, cada sistema solar, no contexto de um sistema galáctico, está num determinado estágio de seu respectivo Manvantara, ou seja, cada subsistema desenvolve-se de acordo com um plano específico, pode-se imaginar o quão complexo é manipulação dessas forças. Por exemplo: o planeta Terra dará, proximamente, um salto de qualidade na sua condição energética. Na realidade, o Juízo Final, que está próximo, proporcionará, dentro dos parâmetros de evolução estabelecidos no seu Manvantara, uma maior sutilização de sua estrutura material e antimaterial. Esse fenômeno influenciará na sutilização (expansão) de todo o sistema solar (salto quântico). Para isso, a Terra receberá um quantum de energia, proveniente do Sol, de outras estrelas, de diversos orbes e dos próprios seres supra-humanos envolvidos nessa questão. A resultante dessas forças pode ser chamada de energia escura, pois a mesma atuará em nosso planeta visando incrementar a sua sutilização ou expansão, tudo em função do desenvolvimento espiritual de seus habitantes.

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Portanto, para cada estágio do Manvantara, ou seja, para cada necessidade pontual de expansão ou sutilização, é disponibilizado, pelos técnicos siderais (supra-humanos), um quantum de energia escura necessária para o cumprimento do referido Grande Plano. Por certo, o limite dessa expansão está relacionado ao final do Manvantara em questão. A partir daí, o astro desintegrado serve de matéria prima para a criação de outros orbes. Portanto, na natureza há uma infinidade de inícios e términos de manvantaras. Porém, no conjunto, o Universo está em constante expansão. Para que os atuais cientistas consigam prosseguir, com sucesso, nas pesquisas ligadas aos astros é necessário que a Filosofia e a Teologia façam parte das considerações científicas36. 2. O SISTEMA MATERIAL (MICROCOSMO – MACROCOSMO) E A EVOLUÇÃO

É importante citar que os seres humanos estão, no contexto da evolução espiritual universal, num constante e ininterrupto processo de sutilização, ou seja, de espiritualização. Dentro desse raciocínio, é lógico deduzir que os sentidos humanos vão se alterando com o passar do tempo. Dessa forma, chegará o momento em que o corpo humano estará tão espiritualizado que a matéria aparente de sua convivência, até então tangível, passará a ser intangível. Na realidade, a tangibilidade ou intangibilidade da matéria é relativa. A matéria só é tangível para um determinado nível espiritual, pois essa tangibilidade está ligada diretamente aos sentidos.

Quando o ser humano conquista a intangibilidade completa da matéria aparente, pelo aperfeiçoamento espiritual, deixa de ser humano e passa a ser supra-humano. Hoje, o ser humano encarnado vive em função da matéria aparente e o desencarnado em função da antimatéria. No futuro, como supra-humano, viverá em função do espaço absoluto e do tempo eterno, que é o ambiente dos angélicos, totalmente desconhecido de nós atuais seres humanos.

No mundo dos angélicos, o supra-humano continuará envolvido com a matéria e com a antimatéria, porém, dessa vez, sob um enfoque mais evoluído, pois a sua atribuição, no contexto, é criar um ambiente propício para o aperfeiçoamento espiritual de outros reinos menos evoluídos. Na realidade, a antimatéria das partículas, tanto no Microcosmo quanto no Macrocosmo, abriga o mundo espiritual que envolve a matéria. Em conseqüência, a antimatéria é o mundo espiritual dos reinos inferiores, ou daqueles que ainda necessitam de reencarnação para o seu desenvolvimento espiritual. Os supra-humanos, que não necessitam mais de reencarnação, têm, entre outras, a incumbência de modelar a matéria e a antimatéria na renovação da criação, tudo de acordo com os desígnios de Deus. Em conseqüência, o Microcosmo e o Macrocosmo, em qualquer referência, são constituídos pela mesma matéria aparente e pela mesma antimatéria e regidos pelas mesmas leis. Por outro lado, os supra-

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Nota do autor: outros detalhes sobre os fenômenos chamados de Buraco Negro e Energia Negra ou Escura são encontrados no número 8 do capítulo III deste livro.

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humanos, por viverem no conjunto espaço/tempo/velocidade absoluto, têm acesso aos infinitos macrocosmos e microcosmos, pois, nesse nível, a concepção deste conjunto tem uma conotação absoluta e não relativa como no mundo encarnado dos seres humanos. Vive-se lá no eterno presente. Como já foi mencionado, a vida no mundo do espaço e tempo absolutos é, para São Tomás de Aquino, o mundo dos angélicos e para Emmanuel Kant o mundo da razão pura.

Considerando a sua estrutura atômica, a matéria tangível pode desagregar-se e voltar ao estado de eterização, do mesmo modo que o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatilizar-se em gás impalpável. A desagregação (ou sutilização ou espiritualização) é o objetivo máximo no contexto do Universo. Toda a matéria aparente, em todos os níveis, no Macrocosmo ou no Microcosmo, incluído aí o próprio corpo humano, está em constante sutilização - esse é o destino - trata-se, portanto, de um imperativo categórico. Para que isso ocorra há necessidade de perda de densidade, o que é obtida pelas alterações das seguintes características dos referidos orbes/partículas: aumento de velocidade de rotação e translação; inclinação ou verticalização do eixo magnético; alongamento da trajetória da órbita dos elétrons (planetas). Na realidade, a aparente solidificação da matéria não é mais do que um estado transitório, passando a adquirir uma maior sutilização na medida em que as condições de coesão forem deixando de existir.

Concomitantemente com o surgimento da minúscula partícula física surge também a substância suprafísica, pois uma é o complemento da outra - uma é a matéria e a outra é a antimatéria. À medida que a matéria vai se sutilizando, vai, simultaneamente, coincidindo com a antimatéria. Por outro lado, enquanto a antimatéria estiver em contato direto com a matéria ela, por sua vez, vai também, sutilizando-se, pois para a formação do referido binômio há necessidade de uma substância de ligação entre ambas. Essa substância possui dupla característica, ou seja, é uma substância semimaterial ou semi-espiritual. Com a sutilização máxima da matéria a antimatéria, também sutilizada, readquire a sua condição de substância pura, ou fluido etéreo, retornado ao espaço absoluto, pois, neste caso, a referida substância de ligação perde suas funções, tornando-se, exclusivamente, substância espiritual. Portanto, o definitivo no Universo é a antimatéria no seu mais alto grau de sutilização, sendo a matéria, apenas, um instrumento momentâneo da evolução. Assim sendo, a antimatéria pode existir sem a sua contraparte material manifestada. O contrário não é possível, ou seja, o segundo depende da existência do primeiro37.

“No princípio, Deus criou os Céus e a Terra” (Gênese 1). Tudo indica que os Céus, que são infinitos e eternos, representam o espiritual, o definitivo, ou seja, os Céus representam o incriado e a Terra o criado. Na realidade, os Céus persistirão pelos tempos eternos e a Terra (elétron), no contexto da evolução dos seres vivos, teve um início e terá um fim, ou retorno aos Céus. Na

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NETTO, José Trigueirinho. Segredos Desvelados. Ed. Pensamento Ltda, 10ª ed., 1997, p. 192.

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realidade, porém, tudo indica que a Gênese bíblica refere-se aos Céus da Terra ou à antimatéria da própria Terra38.

Assim sendo, pode-se compreender a existência de uma substância suprafísica, algo além da matéria, formando outro mundo que se constitui em outra natureza, diferente, mas não em oposição à referida matéria. Certamente, a substância suprafísica é imaterial. Apesar das diferenças existentes há alguma semelhança ou “sombra” entre ambas as substâncias. Ou seja, as diferenças são apenas aparentes, até mesmo porque a teoria da relatividade já demonstrou que a massa de uma partícula, próxima da velocidade da luz, está diretamente relacionada com energia. Considerando que todos os corpos são constituídos por átomos que, por sua vez, são constituídos por partículas subatômicas, pode-se deduzir que um átomo (sistema solar) é praticamente energia. Esse raciocínio é lógico em virtude das altas velocidades que as referidas partículas navegam, particularmente aquelas que navegam no interior do núcleo (sol). Na realidade, matéria e antimatéria é uma coisa só que, de acordo com os desígnios de Deus, em função da evolução de todos os seres animados, até determinado ponto, atua em duas frentes. Porém, a matéria e a sua correspondente antimatéria sempre retornam à sua origem espiritual. Na realidade, a antimatéria, enquanto estiver em contato direto com a matéria, possui certa materialidade.

Como já foi mencionado, no momento em que o referido binômio (matéria e antimatéria) for desfeito, de acordo com os planos evolutivos de Deus, é que antimatéria retorna ao espaço absoluto, em condições de iniciar outro processo evolutivo. Dentro deste raciocínio, torna-se impossível o aprofundamento do estudo da ciência, particularmente da física e da química, sem levar em consideração os dois mundos, em um só, que, na realidade, constituem o Universo.

O corpo material do ser humano, por sua vez, é constituído por um complexo de substâncias. Ou seja, possui um sistema atômico infinito - cada átomo, com todas as suas partículas elementares básicas e não básicas, possui o seu antiátomo, que é a sua antimatéria. O Microcosmo que compõe o corpo carnal constitui-se, simultaneamente, em um Macrocosmo de outro Microcosmo, e assim sucessivamente. As diferenças relativas ao binômio espaço tempo, entre um Microcosmo e seu Macrocosmo Imediato, são, divinamente, tão acentuadas que um sistema não interfere no outro. Ou seja, o

38 Nota do autor: Immanuel Kant (1725/1803) considera, em seu livro, “A crítica da Razão Pura”, que antes do surgimento do planeta Terra já existia a inteligência universal, considerada por ele como a razão pura. Por outro lado, em seu livro “A Crítica da Razão Prática” considera que, desde o surgimento da humanidade no planeta, o desenvolvimento intelectual e espiritual (moral) dos seres humanos vem ocorrendo por meio da razão, que ele chamou de razão prática. A substituição gradativa da razão prática pela razão pura (ampliação da consciência cósmica) levará o ser humano, no final de seu curso, a atingir o nível inicial do supra-humano, retornado à razão pura. Considerou, em seu livro “Fundamentação da Metafísica dos Costumes e Outros Escritos” que a humanidade ao conquistar a moralidade plena estará fazendo, conscientemente, os primeiros contatos com a razão pura ou com a consciência cósmica. Portanto, a moralidade plena permite o primeiro contato com a razão pura e a Angelitude o contato completo. Os seres humanos do planeta Terra só farão o primeiro contato com a razão pura após o Juízo Final.

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desaparecimento do corpo humano, pós-morte, não significa desagregação (sutilização ou espiritualização) e sim, apenas, transformação da matéria. Após uma reação química, os átomos conservam-se, ou seja, o total de átomos no início é igual ao total de átomos no final da reação - logo a massa inicial é igual à massa final. Portanto, todo o complexo sistema de vida existente em um átomo (sistema solar), após a morte de um corpo humano, continua inalterado. Por outro lado, todo o espaço atômico existente no contexto dos sucessivos Macrocosmos e Microcosmos é interpenetrado pelo fluido etéreo, que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é a matéria cósmica primitiva, geradora dos mundos e dos seres39.

Alhures, a substância que serve de ligação entre o corpo humano (matéria aparente) e o seu anticorpo humano - antimatéria (perispírito) é uma substância de dupla característica, ou seja, é uma substância semimaterial ou semi-espiritual, chamada de duplo etéreo. O duplo etéreo, após a morte do corpo material, retorna à natureza, sem prejuízo para a vida existente nos mundos paralelos. A alma, constituída essencialmente pela pura energia espiritual (luz), com inteligência individualizada, após a morte do corpo humano retorna ao mundo astral do planeta/elétron envolvida pelo seu perispírito. Esse mundo astral ainda não é puro, ou seja, ainda existe em seu conteúdo algo de matéria é, pois, constituído, também, por um sistema atômico, com características energéticas próprias. Esse mundo é o da antimatéria. O perispírito, que também é uma substância semi-espiritual, tem as mesmas características da antimatéria, por ser, na realidade, também antimatéria. O perispírito é, por conseguinte, a antimatéria do corpo humano.

O perispírito, por sua vez, está ligado à alma por meio de uma substância muito sutil, que, mantendo as devidas proporções, tem uma função semelhante ao do duplo etéreo. Como já foi mencionado, o duplo etéreo é uma substância de ligação entre o corpo material e o perispírito (corpo semimaterial). O aperfeiçoamento espiritual do ser humano, ao longo dos tempos, vai, simultaneamente, conduzindo todo o sistema humano à sutilização. Ou seja, com o passar do tempo, o corpo material (matéria aparente) e o corpo perispiritual vão se sutilizando. Em determinado momento o corpo humano, já bastante sutilizado, coincidindo praticamente com as características do mundo astral ou do mundo da antimatéria, deixa de ser necessário no contexto da evolução. Dessa forma, o perispírito e todas as substâncias de ligação deixam de ser necessários. Nesse momento, o ser humano, desprovido de perispírito e, por conseguinte, composto exclusivamente de alma, deixa de ser humano e ingressa na categoria dos supra-humanos - essa categoria não dispõe de formas, é pura luz, é pura energia pensante!

Ao ingressar nessa categoria o ser, agora supra-humano, conquista o direito de viver no âmbito do espaço e do tempo absolutos. Com isso, o planeta/elétron encerra seu período de existência desintegrando-se, ou seja, toda a matéria aparente e a antimatéria, ambas sutilizadas ao máximo, são reaproveitadas para a formação de outros mundos, sem prejuízo para a vida

39 Segundo a Lei da Conservação da Matéria ou a Lei de Lavoisier, “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

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existente em outros pontos de seu Microcosmo Imediato e de seu Macrocosmo Imediato. Esse sistema divino, onde ocorre a desagregação de um elemento, de acordo com as leis evolutivas, não prejudica a evolução em outros mundos paralelos, demonstrando, assim, a perfeição que é o sincronismo no âmbito de um determinado Macrocosmo e no âmbito dos seus sucessivos microcosmos e macrocosmos. Na realidade, na natureza tudo é infinito e eterno e tudo é infinitamente sincronizado.

É interessante citar que a sutilização de um planeta/elétron/universo é absolutamente proporcional às necessidades evolutivas, particularmente quanto ao ser humano. Ou seja, à medida que o ser humano, no contexto de sua caminhada histórica, for evoluindo espiritualmente, o seu planeta vai, proporcionadamente, sutilizando-se. Assim sendo, pode-se concluir que a natureza vive, ininterruptamente, envolvida com a evolução de todos os infinitos seres animados e inanimados. A seqüência, em termos gerais, pode ser sintetizada em matéria, antimatéria (perispírito) e alma. O espírito é o conjunto alma/perispírito. 40

Segundo Allan Kardec (1804/1869), não é dado, ainda, ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo ainda nos falta uma inteligência especial e uma depuração espiritual. Mas, se não se pode penetrar na essência de Deus, o homem, desde que aceite como premissa a sua existência, pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os atributos necessários. Sem o conhecimento dos atributos de Deus é impossível compreender a obra de sua criação. Eis a seguir os referidos atributos:

1) Deus é a suprema e soberana inteligência. Sua inteligência abrange o infinito. Se fosse limitada num ponto qualquer se poderia conceber outro Deus mais inteligente;

2) Deus é eterno. Isto é, não teve começo e não terá fim. Se tivesse tido princípio teria saído do nada. Ora, não sendo o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode produzir. Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus;

3) Deus é imutável. Se estivesse sujeito a mudanças as leis que regem o Universo não teriam estabilidade;

4) Deus é imaterial. Kardec quer dizer que Deus não tem forma material apreciável pelos sentidos humanos. Caso tivesse alguma forma material, possível de ser percebida pelos sentidos, não seria imutável, pois a matéria é normalmente mutável. Porém, há que se considerar que toda a matéria, que na realidade é apenas aparente, faz parte, também, de Deus. Ou seja, no todo, Ele é imaterial, pois a mutabilidade da matéria faz parte, apenas, da evolução, ou seja, o material é, na realidade, uma ilusão ou uma forma especial e momentânea do próprio imaterial. Assim sendo, pode-se deduzir que, na essência, tudo é imaterial. Quanto a essa questão, pode-se concluir, também, que os conhecimentos

40 Nota do autor: um simples elétron (planeta) encerra em sua estrutura um Universo infinito, constituído por infinitos macrocosmos e microcosmos. Portanto, o infinito espalha-se por todas as direções – para um lado e para outro, para baixo e para cima, para dentro e para fora, para o interior e para o exterior, etc.

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científicos definitivos sobre a matéria aparente devem ser buscados no estudo do imaterial, pois o estudo do definitivo poderá fornecer dados precisos do momentâneo e nunca ao contrário.

5) Deus é onipotente. Se não possuísse o poder supremo sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até se chegar ao ser cuja potencialidade nenhum outro ultrapassasse. Esse, então, é que seria Deus.

6) Deus é soberanamente justo e bom. Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais insignificante parcela de malignidade, nem o ser infinitamente mau conter a mais insignificante parcela de bondade. Deus, pois, não poderia ser simultaneamente bom e mau. Ora, como suas obras dão testemunho da sua sabedoria e da sua solicitude, conclui-se que, não podendo ser ao mesmo tempo bom e mau sem deixar de ser Deus, Ele necessariamente tem de ser infinitamente bom. Por outro lado, a soberana bondade implica a soberana justiça.

7) Deus é infinitamente perfeito. É impossível conceber-se Deus sem o infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa ultrapassá-lo, faz-se mister que Ele seja infinito em tudo.

8) Deus é único. A unicidade de Deus é conseqüência do fato de serem infinitas as suas perfeições.

Deus é, pois, a inteligência suprema e soberana, é único, eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo e bom, infinito em todas as perfeições. Se Deus é infinito em tudo, está em todos os pontos do infinito, na matéria, na antimatéria e no espaço absoluto. Assim sendo, a materialidade existente é apenas fruto exclusivo de uma percepção insuficiente, imprecisa e distorcida da humanidade com relação ao Cosmo. Ao mesmo tempo essa percepção de matéria é um instrumento usado em busca da total espiritualização dos seres humanos. Assim sendo, os supra-humanos ou os angélicos não convivem em ambiente material, que é próprio para o desenvolvimento vegetal, animal e humano. Como auxiliares de Deus, os angélicos manipulam o aparente material em benefício da infinita criação dos diversos reinos.

O incriado é o mundo imaterial ou espiritual. O material é “criado” (modelado), por meio da manipulação do Microcosmo, em infinitos níveis, que é simultaneamente matéria e antimatéria. Na realidade, dentre as diversas atribuições, ainda desconhecidas por nós humanos, os seres angélicos, imateriais por natureza, manipulam a modelagem do Microcosmo, visando à condensação energética. Considerando que a evolução é um princípio divino inevitável, nós seres humanos da atualidade seremos, em breve, conhecedores profundos do Microcosmo. Seremos, portanto, profundos conhecedores da Física Atômica e Subatômica e da Filosofia Quântica. Ou seja, todos os seres vivos inferiores, animais e humanos, têm esse mesmo destino, pois todos foram feitos a semelhança de Deus. Em conseqüência, todos os referidos seres são compostos com a mesma substância divina, eterna e infinita, que é a substância imaterial incriada. Tudo e todos estão sendo paulatinamente

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sutilizados, em busca da consciência cósmica desmaterializada e angélica. Na verdade, o Universo material (microcosmos e macrocosmos), uma vez modelado (início do Manvantara), inicia a sua natural condensação e, posteriormente, o seu período de sutilização, por meio da constante expansão dos seus componentes atômicos (sistema solar). No geral, o Universo está em constante expansão.

Como já foi dito, a matéria aparente é momentânea, é passageira. Porém, sob outro aspecto, ela pode ser considerada, também, eterna, pois na natureza sempre houve e sempre haverá infinitos seres humanos e infra-humanos, vivendo em infinitos microcosmos e macrocosmos, necessitando de matéria aparente para o seu desenvolvimento espiritual em busca da angelização. Porém, há que ser considerado que a matéria, em si, não é definitiva, a renovação, em benefício da evolução, é constante. Portanto, com essas pouquíssimas idéias da Filosofia Quântica, pode-se entender as seguintes palavras de Jesus Cristo: “Estamos em Deus, como Ele está em nós!” Ou seja, o Microcosmo está no Macrocosmo e este no Microcosmo. Dentro desse contexto, pode-se concluir que somente a alma, o imaterial, pode ter a percepção de Deus41.

Segundo Emmanuel Kant (1724/1804), quanto mais o ser humano aprende racionalmente mais se aproxima do entendimento perfeito de Deus. A razão prática o conduzirá à razão pura. Por outro lado, São Tomás de Aquino (1225/1274) defende a idéia de que o ser humano, após um período mais ou menos longo de aprendizado, começa a entender racionalmente Deus. Porém, somente após atingir o mais alto degrau de evolução no gênero humano, que é a Beatitude, é que o indivíduo começa a entender realmente Deus. A partir de então o referido ser deixa de ser humano e ingressa na categoria dos supra-humanos, que ele chamou de Angelitude. Nessa categoria os espíritos evoluídos já conseguem entender a natureza de Deus. Assim sendo, fica a pergunta: “um dia, como angélico, será possível entender Deus na sua verdadeira grandeza?” Considerando que os angélicos, na seqüência evolutiva, continuam progredindo eternamente, pode-se visualizar aí uma dicotomia, ou seja, quanto mais evoluem melhor avaliam a verdadeira grandeza de Deus, porém jamais conseguirão atingir o conhecimento total sobre Deus.

Dentro do raciocínio anterior, pode-se concluir que todos os seres criados por Deus têm um princípio, um início, porém não terão um fim. Assim sendo, pode-se deduzir que um ser animal unicelular, portanto já dotado de energia vital e espiritual, passará, no contexto da cadeia evolutiva, por todos os gêneros e todas as espécies do referido reino, até atingir, por mérito e controle do Alto, o nível de um ser humano primitivo. O referido ser, na seqüência, passará por todas as fases evolutivas do reino humano, atingindo o limiar dos supra-humanos. A partir daí, continuará evoluindo no espaço absoluto em buscas de grandezas espirituais inimagináveis por nós, atuais seres humanos iniciantes. Com certeza, esse ser, um dia, terá o poder suficiente para modelar (início de Manvantara) uma porção de Microcosmo equivalente a 25 setilhões (25 x 1024) de átomos, que poderão corresponder, em outras dimensões, a uma

41 KARDEC, Allan. A Gênese, Federação Espírita Brasileira, 32ª ed., 1988, p. 57 a 62.

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quantidade equivalente de sistemas solares, ou de galáxias, ou de grupos de galáxias, ou, etc. Porém, esse poder inimaginável (para nós seres humanos simples) conquistado pelo ex-animal unicelular, pode representar, apenas, a quantidade de poder necessária para modelar uma simples bola de gude de dois centímetros de diâmetro que contém cerca de 25 setilhões (25 x 1024) de átomos, considerando essa modelagem na dimensão do nosso Microcosmo.

Isso quer dizer que os angélicos de altíssima capacidade espiritual, portadores de elevado poder, agem como instrumentos diretos de Deus na modelagem da criação, em determinada referência de Microcosmo. Tudo indica que esses seres magníficos possuem livre acesso a qualquer dimensão de Microcosmo e Macrocosmo existente no Cosmo. Portanto, eles transitam por todos os espaços, particularmente no absoluto. De acordo com a regra geral, todos os seres do Universo evoluem obedecendo a uma hierarquia global. Ou seja, as missões a serem cumpridas por estes incontáveis seres sempre estarão na mesma proporção de suas respectivas capacidades. Isso é válido, também, para os seres infra-angélicos.

Assim sendo, a partir do início da criação, tomando-se como base um determinado Macrocosmo, pode-se concluir que, de qualquer ponto de referência hierárquica que se observe, há sempre infinitos seres mais evoluídos e, também, menos evoluídos. Considerando que Deus sempre existiu, pode-se concluir que há, no Universo, seres angélicos de inimaginável capacidade e poder e que os mesmos sempre terão espaço para a continuação de seus respectivos crescimentos na direção do Total. Nessa caminhada, esses poderosos seres sempre terão a companhia de outros seres semelhantes na direção do mesmo objetivo. Portanto, sempre serão parte do Todo. Em resumo: Deus é o somatório de tudo que existe. Todos estão em Deus e Ele, por sua vez, está em toda a criação.

A doutrina de São Tomás de Aquino admite que a alma, princípio espiritual, se junta ao corpo, princípio material, constituindo um composto substancial. Assim as plantas têm uma alma, que é a alma vegetativa, com as funções de alimentação e reprodução. Nos animais encontra-se a alma sensitiva, com as funções anteriores mais a sensação e a mobilidade. Finalmente, o homem com todas as funções anteriores mais a racional. No concernente às propriedades da alma humana, Tomás de Aquino admite a existência do livre arbítrio, que é estudado, por ele, sob todos os aspectos. Tomás considera ainda a inteligência como a faculdade mais perfeita da alma humana. Na continuação desse raciocínio, como já foi dito, o ser humano, em determinado momento, deixa de ser humano e, com todas as funções anteriores mais o entendimento do binômio espaço/tempo absoluto, ingressa no mundo supra-humano.

A filosofia grega antes de Platão era uma filosofia da “physis” ou naturalismo, em que os filósofos gregos tentavam explicar os princípios e origens do Universo recorrendo às causas físicas como água, fogo, ar, terra. Por outro lado, Platão buscou uma nova rota da filosofia descobrindo, intuitivamente, a existência do ser suprafísico, o ser inteligível no plano do raciocínio puro, aquilo que pode ser conhecido apenas pelo intelecto. Na realidade, Platão visualizou o mundo imaterial, suprafísico e angélico. Essa

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concepção filosófica foi adotada, naturalmente, pelos filósofos idealistas que o seguiram.

As questões dos átomos, sob a ótica da Filosofia Quântica, surgem para tentar explicar o visível por meio da complexidade do invisível, pois o invisível é o definitivo, ou seja, é a ponta mais alta da hierarquia universal. O visível ou a matéria aparente, como já foi visto, está em constante sutilização em busca do invisível. Portanto, seria um erro pesquisar o invisível por meio do visível, que é apenas aparente. Para esse processo é necessária uma inteligência intuitiva, muito mais que uma indutiva, o que ressalta a importância da abstração.

O advento da mecânica quântica (ciência dos infinitamente pequenos) fez com que as antigas noções materialistas fossem totalmente afastadas, e nessa mudança revolucionária surgiu mais um fator favorável para o entendimento da “progressiva desmaterialização”. Essa desmaterialização pode ser mais claramente explicitada quando se trata de partículas elementares. 3. O MANVANTARA DO PLANETA TERRA

Segundo Ramatis, no seu livro “O Sublime Peregrino”, psicografado por Hercílio Mães, Grande Plano ou Manvantara, palavra da escolástica oriental, é o período de evolução contado desde a formação da matéria aparente até a sua dissolução, retornando à sua expressão anterior. Ou seja, um Grande Plano abrange a gênese e o desaparecimento da matéria aparente. Portanto, o Manvantara de qualquer planeta compreende o seu surgimento; a sua evolução geológica; o surgimento e o desenvolvimento dos vegetais e animais; o surgimento e o desenvolvimento dos seres humanos, até o nível inicial do supra-humano; e o seu desaparecimento ou desagregação. Esse tempo, quanto ao Manvantara do planeta Terra, corresponde a 4.320.000.000 de anos do seu calendário. A primeira fase, de 2.160.000.000 anos, corresponde ao período de condensação da matéria e a segunda fase, com o mesmo tempo de duração, é destinada à sutilização ou espiritualização. Em conseqüência, no contexto deste Manvantara, o ser humano de hoje já foi, outrora, um unicelular e chegará ao limiar do supra-humano. Ao atingir esse nível superior não necessitará mais de reencarnações, ingressando no reino dos supra-humanos. A partir daí o mundo astral ou a antimatéria do planeta, no mais alto grau de sutilização, retorna ao espaço absoluto ou à Matéria Negra.

O astral ou a antimatéria da Terra corresponde ao espaço semi-espiritual, cada vez mais espiritualizado, em que os desencarnados vivem. Os seres humanos ao reencarnarem reingressam no mundo da matéria aparente, também cada vez mais sutilizada. A referida sutilização acelerar-se-á ao longo da 2ª fase do Manvantara, que dará início, praticamente, após o Juízo Final, que está próximo. Após o referido Juízo Final haverá uma reestruturação do astral do planeta, em virtude da homogeneização de níveis espirituais que ocorrerá (separação do joio do trigo). Na realidade, no mundo astral os seres humanos desencarnados são separados por níveis espirituais, ou seja, as populações das colônias espirituais são homogêneas - daí a necessidade da existência de regiões espirituais localizadas em camadas ao redor da matéria sólida do planeta. Somente entre os encarnados as populações são heterogêneas, que passará a ser homogênea após o Juízo Final.

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De acordo com a sua finalidade, o astral envolve esfericamente o mundo sólido da matéria aparente, por meio de regiões espirituais, em camadas como se fosse uma cebola. Segundo Allan Kardec, em seu livro “A Gênese”, nos dias atuais (antes do Juízo Final) existem sete camadas espirituais que envolvem a matéria aparente sólida do planeta. Por certo, todas elas possuem os seus respectivos espaços. É realmente nesses espaços que vivem os seres humanos desencarnados, cada um no seu nível. É muito provável que, após o Juízo Final, o número de camadas seja reduzido, em virtude da homogeneização espiritual que ocorrerá.

No limite externo da última camada do astral ou da antimatéria do planeta, inicia-se o mundo exclusivo dos supra-humanos, onde vivem os espíritos puros, que são constituídos de pura luz espiritual e de inteligência superior. O mundo dos supra-humanos, localizado no espaço absoluto, é, por enquanto, desconhecido por nós humanos. Na realidade, as mais altas camadas da antimatéria são, também, desconhecidas, pois, após a desencarnação, a maioria da humanidade ainda não passa da terceira camada de treinamento espiritual. Por sua vez, os supra-humanos projetam as suas energias também no mundo dos infra-angélicos.

O aprendizado adquirido e a evolução espiritual conquistada, por meio de sucessivas reencarnações e desencarnações, determinarão a chegada do ser humano ao espaço e ao tempo absolutos, ou seja, ao mundo dos espíritos puros (espíritos que não necessitam mais de perispírito, que é uma substância semi-espiritual compatível com a antimatéria). À medida que o ser humano vai evoluindo espiritualmente vai, simultaneamente, conquistando o direito de viver em camadas mais sutis da antimatéria, ou seja, em camadas mais próximas da espiritualidade pura, ou nas camadas mais afastadas da superfície sólida do planeta. Por conseguinte, todos os seres humanos, sem exceção, para atingirem as camadas mais afastadas da antimatéria terão que galgar, antes, todas as anteriores.

No final do Manvantara, os espíritos humanos já evoluídos, quase supra-humanos, estarão todos convivendo na última camada, que, nessas circunstâncias, será a única. Portanto, na medida em que os habitantes de um determinado planeta forem evoluindo, particularmente na 2ª fase do Manvantara, as camadas da antimatéria mais próximas da superfície sólida (também cada vez mais sutilizada) vão adquirindo a mesma sutilização ou espiritualização das superiores. No final do Manvantara o planeta estará com uma única camada de antimatéria, com o máximo de sutilização e, portanto, próximo do término de sua missão no contexto universal da criação. Isso quer dizer que, no momento, a antimatéria existente em cada camada do astral possui um nível diferente de espiritualização ou sutilização, com o objetivo de estabelecer a mesma proporcionalidade referente à energia espiritual da antimatéria do corpo humano, que é o perispírito, após a morte aparente. Ou seja, o desencarnado, representado pelo sistema alma/perispírito, é atraído para uma colônia espiritual qualquer que esteja localizada na camada da antimatéria terrestre e que possua a mesma freqüência energética com a sua antimatéria, que é o seu perispírito. Em conseqüência, o planeta Terra ou o elétron Terra ou o Universo Terra é muito mais do que um simples globo, é, na

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realidade, o somatório da matéria aparente (incluindo o globo sólido e a sua atmosfera) com a área correspondente à antimatéria ou, também, chamada de mundo astral, que abriga uma população muito maior do que a encarnada42.

Perispírito é uma substância semi-espiritual que serve de invólucro para a alma encarnada ou desencarnada, ou seja, é o invólucro permanente da alma. O perispírito, sempre em evolução, vem acompanhando a sua alma (também em constante evolução) desde o início do processo evolutivo, com o surgimento do unicelular, passando por todos os gêneros e espécies da evolução animal. Dentro desse contexto de aperfeiçoamento espiritual, continuará crescendo, passando por todos os estágios da evolução como ser humano, até atingir o nível supra-humano. Ao atingir esse último estágio, a alma passa a viver sem invólucro e o perispírito retorna a antimatéria do planeta, pois o mesmo é a antimatéria do corpo humano. Na realidade, esse fenômeno da natureza não acontece ex-abruptamente, más sim progressivamente, dentro dos planos estabelecidos no Manvantara. Na realidade, o que é chamado de espírito é o conjunto alma/perispírito.

Com a morte aparente do ser humano, a alma desencarnada retorna à antimatéria do planeta com o seu perispírito. No mundo astral, ou da antimatéria do planeta, o perispírito dá, ao desencarnado, uma forma humana. Na realidade, é a antimatéria (perispírito) que, também, dá a forma ao corpo humano encarnado. Ou seja, os seres desencarnados possuem, também, cabeça, tronco e membros e órgãos internos, semelhantes aos dos encarnados, porém constituído por antimatéria, que é uma substância muito sutil. Como já foi mencionado, no final do Manvantara o perispírito já estará tão sutilizado que deixará de dar forma ao ser humano, pois, nesse estágio, não há mais necessidade para isso, pois a alma já estará iniciando seu estágio de supra-alma. Trata-se, nesse caso, de energia de altíssima freqüência. Seres desse nível já não possuem forma, são, na realidade, um acúmulo de energia ainda não compreendida por nós seres humanos simples. Nesse final de fase evolutiva o perispírito confunde-se com a alma.

A heterogeneidade de níveis espirituais existentes entre os atuais habitantes do planeta (encarnados e desencarnados) impõe a existência de várias camadas no mundo astral. Cada camada é constituída por antimatéria com níveis diferentes de sutilização e espiritualização. Ou seja, um ser humano ao desencarnar é conduzido para uma colônia espiritual correspondente ao seu nível espiritual. No mundo da matéria aparente ou dos reencarnados, por necessidade de evolução, vivem seres humanos de níveis espirituais diferentes (heterogêneos), porém no mundo da antimatéria os espíritos vivem em colônias de níveis homogêneos. Em conseqüência, nas camadas mais afastadas da superfície da Terra, ou seja, nas camadas mais espiritualizadas da antimatéria, vivem os seres humanos desencarnados que já possuem um perispírito mais 42 Segundo Allan Kardec, em seu livro “A Gênese”, por longo tempo prevaleceu no seio da humanidade a crença na existência de muitos céus superpostos, cujo número, entretanto, variava. O sétimo era geralmente tido como o mais elevado, donde surgiu a expressão: “ser arrebatado ao sétimo céu”. São Paulo disse que conhecia um homem que fora arrebatado até ao terceiro céu (Capítulo 12ª da Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios - As visões e revelações do Senhor).

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espiritualizado, mais sutil. Ao contrário, nas camadas mais próximas da superfície da Terra vivem os seres humanos desencarnados que possuem um perispírito mais materializado, mais denso.

Portanto, na superfície sólida do planeta (matéria aparente) os seres humanos reencarnados vivem em aglomerados humanos heterogêneos e no mundo da antimatéria os seres humanos desencarnados vivem em colônias espirituais homogêneas. Os mais evoluídos, em função do progresso espiritual, mantêm contatos com as colônias menos evoluídas, porém, os menos evoluídos vivem exclusivamente em seus próprios meios. Em conseqüência, à medida que um ser humano vai evoluindo espiritualmente vai, também, sutilizando o seu perispírito e, com isso, adquirindo o direito de viver em camadas de antimatérias mais evoluídas. Na realidade, um ser humano desencarnado só pode viver em um ambiente onde haja uma vibração energética compatível com o seu perispírito, ou seja, o perispírito, que é também antimatéria, só se adapta a um ambiente de antimatéria que esteja sintonizado com o seu nível energético. Portanto, perispírito é a antimatéria do corpo humano e o astral é a antimatéria da matéria aparente do planeta.

Assim sendo, deduz-se que no final de seu Manvantara o planeta Terra estará tão sutilizado (pouca densidade) que sua antimatéria estará prestes a voltar a compor o fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Ou seja, voltar a sua origem para a formação de outros corpos celestes, no contexto de outro Manvantara. Dessa forma, a história se repetirá eternamente, visando sempre, o aperfeiçoamento espiritual dos seres. Segundo Allan Kardec, esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora dos mundos e dos seres43.

A idéia supracitada indica a necessidade de emigrações de humanos do planeta Terra para outros planetas, particularmente após o Juízo Final. Ou seja, após o Juízo Final, que está prestes a ocorrer, todas as camadas da antimatéria do planeta sofrerão alterações - tudo no planeta dará um salto de qualidade energética (salto quântico). Com essas alterações uma grande quantidade de almas não encontrará abrigo no planeta, ou seja, não existirá mais nenhuma camada de antimatéria que esteja na sintonia energética compatível com os seus respectivos perispíritos. Nesse caso, essas almas serão conduzidas para outros locais do Cosmo que sejam compatíveis com suas condições energéticas, para que possam dar prosseguimento aos seus respectivos ciclos evolutivos. Na realidade, essas almas deixarão o Manvantara do planeta Terra e serão introduzidas em outros manvantaras de acordo com as suas necessidades espirituais. Por essa razão, os da esquerda de Cristo, ou o joio, serão considerados incompatíveis de continuarem vivendo na Terra, pois não encontrarão mais no astral planetário um ambiente energético que lhes sirva. Além disso, essas almas não conseguiriam acompanhar o ritmo acelerado de evolução espiritual que será introduzida no planeta. Essas migrações são comuns na natureza, pois o livre arbítrio proporciona liberdade de escolha, o que pode levar o ser humano a um certo retardo no ritmo de sua evolução. Essa faceta da natureza pode retardar o ritmo do progresso espiritual humano,

43 Nota do autor: o éter é a antimatéria no seu grau mais sutil.

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gerando a necessidade de iniciar o processo evolutivo em um planeta e terminá-lo em outro. Com o advento do Juízo Final o astral do planeta Terra será mais homogêneo e mais sutil, ou seja, será composto com menos camadas de treinamento espiritual, porém com a mesma amplitude de hoje.

No contexto do Manvantara do planeta Terra, ocorrerá, proximamente, o último dos juízos, ou seja, o Juízo Final. Com esse fato, serão separados os maus dos bons, de acordo com os parâmetros previstos no Evangelho de Jesus Cristo. Em conseqüência, a humanidade que permanecer no planeta será mais homogênea do que a atual. Assim sendo, as camadas da antimatéria ou do astral do planeta serão, também, mais homogêneas. Por conseguinte, após o Juízo Final, toda a antimatéria do planeta, inclusive o perispírito, que também é antimatéria, terá uma melhora na sua vibração energética, em busca da total desmaterialização. Dentro do equilíbrio, no contexto da evolução universal, a matéria aparente do planeta e a matéria aparente do corpo humano também se sutilizarão.

De acordo com a visão da Filosofia Quântica, as idéias acima abordadas valem tanto para o Microcosmo quanto para o Macrocosmo. Sendo assim, torna-se interessante visualizar o astral ou a antimatéria de um elétron, que é, também, um planeta, ou do elétron de um elétron, que é, também, um planeta, ou do elétron de um elétron, de um elétron, que é, também, um planeta, e assim sucessivamente em direção ao infinito. Como já foi citado, tudo na natureza está voltado para a criação. Assim sendo, cada elétron ou cada elétron de um elétron, ou cada elétron de um elétron de um elétron, e assim sucessivamente, possui um antielétron ou antimatéria que é o mundo astral do citado elétron, também em evolução. Portanto, a antimatéria do elétron de um elétron, ou de um elétron de qualquer referência microcósmica, tem como principal função abrigar, no contexto evolutivo de um Manvantara, os habitantes desencarnados oriundos da matéria aparente do referido elétron (planeta).

A ciência já iniciou o estudo da antimatéria, analisando o elétron de um átomo de hidrogênio. Sabe-se, desde a década de 1930, que a cada uma das partículas fundamentais da matéria corresponde uma antipartícula. Ou seja, para cada elétron existe um antielétron, para cada próton um antipróton, para cada partícula uma antipartícula. Portanto, matéria e antimatéria correspondem a uma simetria básica da natureza. O Pósitron, que é imagem do elétron, porém com carga elétrica contrária (positiva), já foi detectado experimentalmente, tem existência real. O Pósitron, portanto, é a antipartícula ou antimatéria do elétron. Assim sendo, o Pósitron é o mundo astral de um elétron/planeta, onde vivem os seres humanos desencarnados. Portanto, os átomos, além de possuírem em suas estruturas a antimatéria, são responsáveis, também, pelas propriedades físicas e químicas da matéria. Os átomos constituem a matéria aparente e os antiátomos a antimatéria. Por sua vez, as partículas elementares do átomo são constituídas por outros átomos com os seus respectivos antiátomos.

O ser humano possui uma alma, que é o ser pensante, o principal, o futuro supra-humano ou a futura supra-alma. Essa alma possui um invólucro chamado perispírito, constituído de uma substância semi-espiritual. Na medida em que o ser humano vai evoluindo espiritualmente, ou seja, na medida em que a alma vai ampliando sua capacidade energética, o perispírito vai, também, se

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sutilizando. Quando a alma humana adquire a capacidade Angélica, no final do Manvantara, deixa de ser humana e passa a ser supra-humana ou supra-alma. Nesse estágio evoluído, a supra-alma não necessita mais de reencarnação e, por isto, deixa de depender de perispírito, que é a antimatéria do corpo humano.

Considerando que é o perispírito que dá a forma ao corpo humano desencarnado, pode-se concluir que a supra-alma não dispõe de forma, por não possuir perispírito. A supra-alma é, pois, pura luz pensante, energia pura desmaterializada. A supra-alma é compatível com o espaço e o tempo absolutos e com o fluido etéreo ou matéria cósmica primitiva. Na realidade, a alma tem a mesma constituição da supra-alma, a diferença é a quantidade de energia acumulada e de conhecimento - quanto mais conhecimento mais energia. O perispírito, por ser uma substância semimaterial, é constituído, também, por um sistema atômico bastante sutilizado. Ao término do Manvantara, o perispírito, ou a antimatéria do corpo humano, junto com a antimatéria do planeta como um todo, retornam à matéria cósmica primitiva (éter). Portanto, a referida substância ou fluido etéreo também possui um sistema atômico com uma sutilidade inimaginável pelo ser humano, que é o mundo dos supra-humanos.

A alma até o final da primeira fase do Manvantara (antes do Juízo Final), por sua pequenez, não consegue extrapolar sua energia, sua luz, para além de seu invólucro, que é o perispírito. A partir do início da segunda fase do Manvantara, pós-juízo final, a alma começa a exteriorizar sua luz, chegando ao final do referido Manvantara como pura luz. Nesse momento, essa exteriorização será total em virtude da inexistência de perispírito. É importante lembrar que a supra-alma continuará ampliando, indefinidamente, sua energia espiritual, sua capacidade pensante. Porém, qual é a constituição da alma e da supra-alma, substâncias puras e totalmente desmaterializadas, pura energia pensante que evolui indefinidamente, aumentando sempre a sua capacidade energética? Trata-se, portanto, de um mundo desconhecido pelo ser humano. Na realidade, o ser humano é uma alma e o ser supra-humano é uma supra-alma. Há que se ter paciência para entender os mistérios da natureza, tudo será revelado no devido tempo, de acordo com a nossa capacidade de entendimento.

O ser humano desencarnado, vivendo no mundo astral ou da antimatéria, possui somente o perispírito como invólucro. Porém, encarnado, além do perispírito, possui também o corpo físico, o duplo etérico e os chacras. O duplo etérico é uma substância semimaterial que serve de intermediário entre o perispírito e o corpo físico. Por sua vez, os chacras, órgãos semi-espirituais, localizados no duplo etérico, são responsáveis pela comunicação entre o perispírito e o corpo físico. Por eles transitam as energias positivas e, também, as toxinas mentais que serão drenadas pelo corpo físico. Ou seja, os chacras captam as vibrações da alma e as transferem, através do perispírito, para as regiões correspondentes do corpo físico. Os chacras (ou chakras), que se comunicam uns com os outros através de canais energéticos próprios que se ajustam entre si, são os seguintes: Coronário; Frontal, Laríngeo; Cardíaco, Esplênico; Umbilical; Básico; e Umeral. Na realidade, os chacras são apenas canais que se localizam no duplo etérico para que sejam efetivadas as ligações entre a alma, o perispírito e o corpo físico. O duplo etérico é uma substância

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semimaterial mais densa que a substância que constitui o perispírito. Com a morte aparente do corpo físico morrem, também, o duplo etérico e os chacras (decompõem-se) e a alma com o seu perispírito retornam ao astral ou à antimatéria do planeta. O perispírito, o duplo etérico, os chacras e o próprio corpo físico, também, se sutilizam ou se espiritualizam ao longo do Manvantara. A alma, por sua vez, amplia a sua capacidade energética. Ao término do Manvantara, a alma atinge o nível de supra-alma, dispensando definitivamente o corpo físico, o perispírito, o duplo etérico e os chacras44.

Ainda, segundo René Nunes, em seu livro “Cromoterapia Técnica”, na aura humana estão as energias mentais, sentimentais e emocionais. O sistema “ser humano encarnado” é composto por um conjunto de subsistemas (alma, perispírito, duplo etérico, chacras e corpo físico). Esse conjunto, por sua vez, é permeado por diversas auras. Tudo isso está, simultaneamente, em processo de evolução, tudo se espiritualiza, visando transformar a alma em supra-alma. Todo o sistema é provisório com exceção da alma que se multiplica em conhecimento e energia. Na realidade, todos os subsistemas, que são compostos por substâncias materiais, semimateriais ou semi-espirituais, existem em função do aperfeiçoamento da alma, ou seja, à medida que esta se aperfeiçoa os referidos subsistemas vão se sutilizando e deixando a alma cada vez mais independente. De acordo com esse processo evolutivo, a supra-alma é autêntica. Por sua enorme capacidade energética é auto-suficiente. O corpo físico, como um dos subsistemas em função do engrandecimento da alma, é constituído por matéria aparente, que se decompõe por ocasião de sua morte aparente. Os detalhes de seu formato são dados pelo perispírito, que, no ser humano, vai se aperfeiçoando à medida que o pensamento e o autodomínio da vontade vão, também, se aperfeiçoando.

O sistema “ser humano desencarnado” é composto somente pela alma e pelo perispírito, ambos permeados pelas auras. Ou seja, as auras, tão quanto o perispírito, são permanentes ao longo de todo o Manvantara. Por sua vez, a supra-alma é um ser de pura luz, de energia pura, com elevado conhecimento e visão cósmica e capacidade espiritual superior.

Todas as partes, órgãos e subsistemas do corpo físico têm um similar no corpo perispiritual, que é a antimatéria do corpo físico humano. Como já foi mencionado, o duplo etérico é uma substância semimaterial que serve de intermediário entre o perispírito e o corpo físico. Por sua vez, os chacras, órgãos semi-espirituais, localizados no duplo etérico, são responsáveis pela comunicação entre o perispírito e o corpo físico.

Dentro desse raciocínio, por exemplo, o fígado, o estômago ou outro órgão qualquer de matéria aparente possuem um similar no perispírito, que é a antimatéria desses órgãos. Assim sendo, um simples elétron (matéria aparente) de um fígado possui o seu antielétron (também chamado de Pósitron) que é, simplesmente, um componente do perispírito como um todo. Dessa forma, pode-se concluir que o perispírito de qualquer órgão humano é constituído por um sistema atômico/solar, com todas as suas partículas elementares e não

44 Nunes René. Cromoterapia Técnica, Linha Gráfica Editora, 1989, 2ª ed., p. 49 a 51.

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elementares, no campo da antimatéria. Esse processo se repete indefinidamente no Microcosmo e no Macrocosmo.

Por sua vez, a antimatéria da Terra abrange todo o seu volume (globo sólido e atmosfera). Particularmente, no espaço ocupado pela atmosfera (que é matéria aparente) é que se desenvolve o mundo astral do planeta (antimatéria da atmosfera), com suas várias colônias espirituais distribuídas em sete camadas de níveis evolutivos diferentes. Pode-se citar como exceção a primeira camada ou a camada do baixo astral, que fica localizada na antimatéria situada no interior da Terra sólida, próxima da sua superfície. Nesse mundo sutil, pertencente ao planeta Terra, vivem somente os seres humanos desencarnados, ou seja, aqueles que estão dotados somente com o perispírito e com a alma, pois no ambiente de antimatéria só vive seres no nível de antimatéria. Portanto, nesse caso, estamos tratando do Espaço Planetário Sutil.

Segundo René Nunes, a aura humana tem o formato de um ovo, com a ponta voltada para baixo. No centro desse ovo encontra-se o corpo físico. Na realidade, essa aura global é composta por cinco auras, a saber:

1) Aura da Saúde: do corpo físico (matéria aparente) irradiam-se energias formando um campo energético chamado de aura da saúde. Seu tamanho é variável. Com a morte aparente do corpo físico essa aura desaparece.

2) Aura Espiritual: está situada no espaço compreendido entre zero e 10 cm do corpo físico. Na realidade, é do corpo perispiritual que irradiam energias formando um campo energético chamado Aura Espiritual. Toda a energia positiva que é produzida pela mente vai alojar-se nessa aura, que é abastecida também, pelas energias vindas do Campo Vibratório (4ª aura). Com a morte aparente do corpo físico essa aura prossegue com o perispírito.

3) Campo de Repercussão Mental: está localizado entre a Aura Espiritual e o Campo Vibratório. Nesse espaço alojam-se as energias negativas produzidas pela mente, resultantes do processo mente/emoção/sentimento. Não possui um espaço determinado, sendo o mesmo caracterizado de acordo com a quantidade de energias negativas liberadas. Se o Campo de Repercussão Mental estiver muito impregnado de energias negativas, dificultará a passagem de energias positivas provenientes do Campo Vibratório, em direção à Aura Espiritual. Com isso, o processo de abastecimento da Aura Espiritual, que deve trabalhar somente com energias positivas, torna-se deficiente em virtude do volume de energias mais densas alojadas, exatamente, entre os dois espaços. Considerando que esse processo tem como objetivo abastecer o mecanismo físico/espiritual, pode-se deduzir que, com a Aura Espiritual enfraquecida, o perispírito também terá uma alimentação insuficiente, tornando deficiente sua emissão energética para o corpo físico. Após algum tempo, a matéria física, mal alimentada de energias perispirituais, passa a ter uma Aura da Saúde mais fraca e o duplo etérico mais debilitado, pois se sabe que este é formado por emanações fluídicas do corpo denso. Portanto, o perispírito mal alimentado energeticamente produz reflexos negativos no duplo etérico e no corpo físico e, em conseqüência, os chacras têm suas forças diminuídas, tornando mais difícil a comunicação do perispírito com o corpo físico e vice-versa. Estabelece-se, dessa forma o círculo vicioso da má alimentação energética, que é o fator dinâmico de todas as doenças.

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Com todos os mecanismos de captação energética funcionando inadequadamente, o ser humano, com a sua mente em desajuste, ficará, se não houver uma reação, ao sabor das forças espirituais menos esclarecidas (obcessores), que certamente irão enfraquecer, ainda mais, todo o sistema de formação energética do chamado ovo áurico.

É interessante mencionar que as toxinas mentais, acumuladas no Campo de Repercussão Mental, são, necessariamente, drenadas para o fio terra, que é o corpo físico. Ou seja, essas toxinas, em determinado momento, saem do Campo de Repercussão Mental, passam pelo órgão perispiritual que, pela lei da causa e efeito ou lei do carma, tem alguma ligação com a emissão das referidas toxinas mentais, e, prosseguindo, vão, através de um dos chacras, depositar-se no órgão do corpo físico que está ligado ao seu simétrico no perispírito - daí as doenças carnais. Ou seja, a seqüência da drenagem é a seguinte: Campo de Repercussão Mental/órgão perispiritual comprometido com a lei do carma/chacra correspondente ao referido órgão/órgão carnal comprometido com a lei do carma/doença. Portanto, a doença é o resultado final da drenagem45.

Essa drenagem é absolutamente necessária, pois permite a limpeza do Campo de Repercussão Mental e, em conseqüência, um maior fortalecimento energético da Aura Espiritual, do perispírito, do duplo etérico, dos chacras e do corpo físico.

No atual momento do Manvantara do nosso planeta, há necessidade de que os seres humanos diminuam a quantidade de toxinas mentais depositadas em suas respectivas auras. Esse processo implica em diminuir a entrada de novas toxinas e, ao mesmo tempo, aumentar a drenagem das já existentes. As pessoas que permanecerem no planeta após o Juízo Final, ou seja, aquelas que forem consideradas à direita de Cristo, por certo, estarão com as suas auras praticamente limpas, ou em condições de serem limpas em curto espaço de tempo. Assim sendo, as doenças graves e incuráveis são sinais de que, nesses casos, a intervenção definitiva da medicina está sendo evitada, em benefício da evolução espiritual. Por conseguinte, a intervenção da medicina, em outras situações, faz parte do contexto da vida, não caracterizando qualquer intervenção nos planos de evolução espiritual.

Após a morte aparente do corpo material, o Campo de Repercussão Mental continua atrelado ao perispírito, pois a única maneira de drenagem das referidas toxinas mentais é por meio do corpo físico. Para isso, há necessidade de outras reencarnações, portanto, a limitação propositada de filhos reduz o ensejo do aperfeiçoamento espiritual dos seres humanos. Daí a recomendação bíblica do “Crescei e multiplicai-vos” (Gênesis, 1-28).

45 Nota do autor: como exemplo: “assassinato com uma punhalada no coração”. O agente do crime cria uma toxina mental correspondente à gravidade da falta cometida. Essa toxina deposita-se no seu Campo de Repercussão Mental. Em determinado momento é iniciada a drenagem correspondente. Essa energia negativa sai da referida aura, passa pela antimatéria do coração, ultrapassa o duplo etérico através do chacras cardíaco e vai se depositar no coração material. A partir daí o referido agente do crime passa a ser um cardíaco na mesma proporção da dosagem de toxinas mentais a serem drenadas, tudo dentro da mais absoluta justiça.

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Segundo Ramatis, quanto mais corpos físicos (mais reencarnações) mais oportunidades de progresso espiritual surge, em virtude da maior quantidade de toxinas mentais que pode ser drenada. Ao contrário, quanto menos corpos físicos (menos reencarnações), mais aflições e angustias surgem entre os seres humanos desencarnados que se encontram com os seus respectivos Campos de Repercussão Mental saturados de toxinas mentais. No momento histórico do Manvantara do planeta Terra, próximo do ajuste de contas global a ser feito nos próximos acontecimentos do Juízo Final, há uma fila considerável de seres desencarnados aguardando a sagrada oportunidade de reencarnação, para, com isto, terem a oportunidade real de drenagem de suas respectivas toxinas e, assim, limparem as suas auras, visando o ingresso no mundo da maioridade espiritual, após o Juízo Final.

Segundo Ramatis, em seu livro “A Vida Humana e o Espírito Imortal” ainda existe no mundo desencarnado ou na antimatéria do planeta, cerca de dez bilhões de seres humanos precisando de renascimento imediato, por serem entidades cuja capacidade vibratória já se exauriu no ambiente astral. Ou seja, necessitam drenar, com urgência, suas toxinas mentais. Já existe um plano, no contexto do planejamento do Juízo Final, de emigração de algumas almas que se encontram nessa situação para outros orbes que lhe sejam compatíveis. No momento histórico do planeta, é tão valioso e difícil um espírito conseguir um corpo físico para a sua redenção que o suicídio e o aborto estão sendo considerados como os piores crimes46.

Ainda, Segundo Ramatis, dentro do conceito bíblico de “Crescei e multiplicai-vos”, cada casal fica obrigado a procriar filhos, proporcionando a outros espíritos desencarnados os corpos que eles necessitam para a sua evolução, compensando o que os próprios pais lhes fizeram sob o mesmo conceito espiritual. Ramatis sugere aos encarnados que reflitam sobre o seguinte conceito de Jesus: “Faze aos outros o que queres que te façam” (Lucas 6,31).

4) Campo Vibratório: é o espaço que se segue ao Campo de Repercussão Mental. Situa-se entre 35 a 60 cm do corpo físico. Ali permanecem alojadas todas as reservas energéticas destinadas a abastecer o mecanismo físico/espiritual. Se as toxinas metais, depositadas no Campo de Repercussão Mental, corresponderem a uma quantidade que dificulte o abastecimento de energias provenientes do Campo Vibratório, o perispírito, a Aura Espiritual, o duplo etérico e os chacras, ficarão com deficiências energéticas, com sérios prejuízos para a saúde física e mental do ser humano em questão.

5) Aura Cósmica: espaço externo acima dos 60 cm do corpo físico. É o grande reservatório energético. É aí que a mente capta as energias para o seu Campo Vibratório e onde armazena todas as forças que irão suprir as

46 Nota do autor: espírito é o conjunto formado pela alma e pelo perispírito. Por sua vez, a alma é a energia pensante, é o “eu”. Não tem forma, pois é constituída exclusivamente por energia. Já o perispírito é quem dá a forma ao espírito. Trata-se da antimatéria da matéria aparente. Aos poucos, o perispírito vai se sutilizando até coincidir com a alma. Os supra-humanos só possuem alma, ou pura energia pensante.

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necessidades da matéria física. Sua capacidade está na razão direta do grau de evolução do espírito encarnado47.

Após o Juízo Final a Terra terá várias alterações positivas, tornando-se mais sutil e energética, com as camadas de sua antimatéria mais homogêneas. Em conseqüência, visando manter a mesma paridade energética, ocorrerão, também, algumas alterações na composição do espaço áurico do ser humano. Portanto, os seres humanos considerados compatíveis com o ambiente energético do Reino de Deus, que será implantado na superfície do planeta, comporão uma nova civilização, que será a civilização da maioridade espiritual. Esses seres humanos terão uma Aura Espiritual mais larga e mais energética, em virtude dos bons pensamentos que prevalecerá e, também, pela facilidade de penetração das energias cósmicas provenientes do Campo Vibratório. O Campo de Repercussão Mental desaparecerá, em virtude da inexistência de pensamentos negativos e criminosos. Com isso, será facilitada, como já foi dito, a passagem das energias cósmicas para a Aura Espiritual. O Campo Vibratório terá, normalmente, uma comunicação facilitada com a Aura espiritual. Com isso, todo o ser humano será mais energético, mais espiritualizado, em busca de seu objetivo angélico ou supra-humano. Em conseqüência, pode-se dizer que a aura correspondente ao Campo de Repercussão Mental e os chacras são próprios de uma humanidade de menoridade espiritual, ou seja, são passageiros.

Portanto, como não haverá toxinas mentais para serem drenadas, o dispositivo previsto para tal providência desaparecerá, sendo substituído pelo consciente direito, que terá uma função especial no desenvolvimento espiritual do ser humano do futuro próximo.

Dentro do contexto da natureza, como já foi mencionado, a cada uma das partículas fundamentais da matéria aparente corresponde uma antipartícula. Ou seja, para cada elétron existe um antielétron (Pósitron), para cada próton um antipróton, para cada nêutron um antinêutron, para cada planeta um antiplaneta, para cada sol um antisol, para cada Macrocosmo um antimacrocosmo, para cada Microcosmo um antimicrocosmo, para cada partícula uma antipartícula. Portanto, matéria e antimatéria são uma simetria básica da natureza. Concomitantemente com o surgimento da minúscula partícula física surgiu também a substância suprafísica, pois uma é o complemento da outra - uma é a matéria e a outra é a antimatéria. À medida que a matéria aparente vai se sutilizando vai, também, se aproximando do nível vibratório da antimatéria, que, por sua vez, vai, também, se sutilizando. No final do Manvantara, o resultado é o surgimento de energias puras e de almas angélicas.

Em síntese, há no Cosmo infinitos macrocosmos e infinitos microcosmos, como, também, há infinitos antimacrocosmos e infinitos antimicrocosmos. 47 Nota do autor: segundo o Dicionário da Língua Portuguesa de Domingos Paschoal Cegalla, “aura” significa energia que rodeia o corpo humano, ou seja, aura é um campo energético que envolve o nosso corpo físico. Torna-se lógico imaginar que o planeta Terra (globo sólido mais atmosfera) também possui uma aura, que, igualmente, irradia uma energia formando um campo energético ao seu redor. Assim sendo, qual seria a abrangência e os efeitos desse campo energético?

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Portanto, não há Macrocosmo e nem Microcosmo absoluto. O infinito expande-se por todas as direções e sentidos, para o interior e para o exterior, por todos os espaços. No Universo não há centro, por não haver periferia e Deus é o único que está em tudo48.

Alhures, a morte dos astros, como a morte dos seres vivos, é apenas uma metamorfose da matéria aparente. Cada astro, no contexto de seu sistema solar, tem uma função específica visando o cumprimento dos planos da criação. Uma vez cumprida sua missão o referido astro deixa de ser necessário e, de acordo com esses mesmos planos, deixa de existir, propiciando o surgimento de outros astros. Esse fenômeno é rotineiro no Universo. Por sua vez, cada matéria inanimada é constituída por infinitos mundos, que vivem, também, em função da infinita criação.

A diferença de dimensão entre um determinado Macrocosmo e o seu Microcosmo Imediato impede que a morte de alguns astros, que compõem o citado Macrocosmo, afete a vida dos “astros” que compõem o seu respectivo Microcosmo, e vice-versa, pois tudo é sincronizado na natureza. Ou seja, uma reação química num determinado ponto de um determinado Microcosmo não afeta nem o conjunto do seu próprio Microcosmo e nem o de seu Macrocosmo Imediato. Assim sendo, as mesmas leis e as mesmas forças que governaram um determinado astro, por todo o tempo de sua existência, são, agora, responsáveis pela desagregação de seus elementos constitutivos.

Após a desagregação (sutilização ou espiritualização) de um astro, a sua antimatéria, de sutilidade incompreendida por nós seres humanos, retorna à massa comum da substância cósmica primitiva, ou ao éter. Por sua vez, a sua matéria aparente (agora poeira cósmica), no seu mais alto grau de sutilização, também, retorna ao Cosmo. Assim sendo, a criação de novos mundos (novos manvantaras) dá-se pela junção da antimatéria, no seu mais alto grau de sutilização, com a poeira cósmica, resultando, daí, as nebulosas e destas os orbes. Esse processo, pelas suas características, é desenvolvido sempre em função da criação infinita, no contexto de infinitos “Grandes Planos” ou “Manvantaras”.

Por outro lado, a reação química provoca uma transformação da matéria em curto prazo, onde os átomos (ou sistemas solares) conservam-se, ou seja, o total de átomos no início da reação química é igual ao total de átomos no final da mesma - logo a massa inicial é igual à final. Assim sendo, um simples elétron, ao longo de seu Manvantara, torna-se num laboratório de incontáveis reações químicas no contexto de seu sistema atômico e, simultaneamente, orbita em torno de seu núcleo realizando, paulatinamente, o plano evolutivo de seus habitantes, na busca incessante de sutilização ou espiritualização - melhor dizendo, em busca do espaço e do tempo absolutos. Portanto, as reações químicas, não afetando a estrutura do átomo, não interferem no desenvolvimento dos manvantaras.

Assim sendo, o Microcosmo com o seu antimicrocosmo, formador de um determinado elétron/planeta, e o Macrocosmo com o seu antimacrocosmo ao

48 Nota do autor: portanto, a idéia de heliocentrismo de Galileu Galilei (1564/1642) é válida somente para um sistema solar.

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qual o referido elétron/planeta está contido, são mantidos intactos no contexto de qualquer combinação de matérias. Essas combinações visam proporcionar as condições necessárias para que os referidos átomos/sistemas solares, nos infinitos macrocosmos e microcosmos, consigam cumprir seus respectivos manvantaras.

É interessante considerar a idéia de que os elementos constitutivos de um elétron/planeta são, na realidade, outros átomos e que suas respectivas partículas elementares e não-elementares são constituídas, também, por matéria aparente e antimatéria. Dessa forma, em benefício da infinita e ininterrupta criação, a harmonia e o equilíbrio são mantidos em todos os pontos do Universo, no contexto do binômio espaço infinito e tempo eterno ou eterno presente, por meio de leis divinas que regem a estabilidade universal.

Como já foi mencionado, quando um elétron/planeta atinge o término de sua missão, a sua antimatéria, no mais alto grau de sutilização, retorna ao éter e a sua matéria aparente, constituída pelo seu Microcosmo Imediato e pelo seu antimicrocosmo imediato, por perda de coesão, desintegra-se, reagrupando-se, em outro ponto do Universo, visando o surgimento de outro Manvantara em benefício da criação infinita. Nesse momento, a referida matéria aparente, também no limite extremo de sua sutilização, é vista no Universo como poeira cósmica. É por essa razão que os grupos de galáxias, as galáxias, os sistemas solares, as substâncias moleculares, as moléculas, os átomos, os elétrons, todos, são permeados, constantemente, por poeiras cósmicas, que, dentro dessa idéia, estão em busca de agrupamentos, de acordo com as suas respectivas dimensões.

Em qualquer situação, o sistema universal permanece equilibrado, mesmo porque, a despeito de todos esses fenômenos, os átomos envolvidos, com as suas partículas elementares e não-elementares, permanecem intactos, confirmando a lei da conservação da matéria, que diz: “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Quando um átomo une-se a outro, formando uma molécula, esta união acontece por meio de modificações sofridas pela eletrosfera (ou planetasfera). Por sua vez, o núcleo atômico (sol) dificilmente tem sua estrutura alterada por fatores externos. Quando isso ocorre, os fenômenos relacionados às mudanças do núcleo são chamados de fenômenos nucleares ou radioativos.

A antimatéria de um átomo é constituída pela antimatéria de suas partículas elementares e não-elementares. Por sua vez, essas partículas elementares e não-elementares são constituídas por outros átomos e cada átomo é, também, constituído por outras partículas elementares e não-elementares, e assim sucessivamente. Cada partícula elementar e não-elementar, no seu nível de referência, possui uma antipartícula. Todas as matérias aparentes, com as suas respectivas antimatérias, são interpenetradas pelo éter (matéria cósmica primitiva). Cada uma delas tem um Manvantara específico. Assim sendo, a morte aparente dos astros ou das partículas elementares e não-elementares não se constitui num acontecimento inútil, permitindo que mundos sucedam a mundos, sóis a sóis, sem que a estabilidade universal seja atingida.

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4. CORRELAÇÃO ENTRE O MICROCOSMO IMEDIATO E O MACROCOSMO IMEDIATO

No nosso Macrocosmo identificado (ainda longe de ser conhecido), as menores galáxias contêm cerca de 100 estrelas (sóis), enquanto as maiores contêm cerca três trilhões delas. A nossa galáxia (chamada Via Láctea) possui cerca de 200 bilhões de estrelas. As galáxias tendem a se juntarem em grupos que podem incluir desde dezenas de galáxias até superaglomerados, com milhares delas. O nosso sistema solar encontra-se localizado na Via Láctea que, por sua vez, está incluída num aglomerado de galáxias denominado “Grupo Local” com cerca de outras quarenta e quatro galáxias. Segundo a ciência, há no nosso Universo identificado, ou seja, no nosso Macrocosmo identificado, cerca de 2 x 1021 estrelas (sóis). Portanto, em termos de Macrocosmo, é a única porção que a ciência do planeta Terra conseguiu identificar. Na realidade, trata-se, ainda, de um conhecimento muitíssimo superficial, que será gradativamente ampliado, na mesma proporção e rapidez referente à aquisição de conhecimentos do nosso Microcosmo. Essa idéia está levando em consideração apenas o nosso Macrocosmo (Macrocosmo Imediato). Porém, de acordo com a Filosofia Quântica, o nosso Macrocosmo identificado é, simultaneamente, parte do Microcosmo de outro Macrocosmo. Todos esses subsistemas contêm, em suas respectivas estruturas, um infinito. Na realidade, um simples elétron/planeta contém em sua estrutura um infinito. Portanto, a quantidade de sóis que existe no nosso Macrocosmo Imediato identificado é quase nada, se comparado com o que realmente existe em todos os níveis. Trata-se, portanto, de uma avaliação relativa, de acordo com as deficiências de nossos sentidos.

Segundo a ciência, em 32 g de O2 são encontradas 6,02 x 1023 moléculas de O2 ou 12,04 x 1023 átomos de oxigênio (2 x 6,02 x 1023). Em 18 g de água são encontradas 6,02 x 1023 moléculas de água. Considerando que a sua fórmula química é H2O, ou seja, que possui dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, num total de três átomos por molécula, pode-se concluir que a referida quantidade de água (18 g) possui 18,06 x 1023 átomos (3 x 6,02 x 1023 ). Em 342 g de açúcar são encontradas 6,02 x 1023 moléculas de sacarose. Considerando que a sua fórmula química é C12 H22 O11, ou seja, que possui doze átomos de carbono, vinte e dois de hidrogênio e onze de oxigênio, num total de quarenta e cinco átomos por molécula, pode-se concluir que a referida quantidade de açúcar possui 2,71 x 1025 átomos (45 x 6,02 x 1023)49 50. 49 Segundo PERUZZO, Francisco Miragaia e CANTO, Eduardo Leite do, no livro “Química na Abordagem do Cotidiano”, Ed Moderna Ltda, 2ª ed, 2001, p.346, 1 mol = 6,02 x 1023 = número de Avogadro. Dessa maneira, pode-se dizer que: 1 mol de átomos = 6,02 x 1023 átomos; 1 mol de moléculas = 6,02 x 1023 moléculas; 1 mol de elétrons = 6,02 x 1023 elétrons.

50 Um mol de átomos de qualquer tipo de átomo pesa “x” gramas, sendo “x” a massa atômica do referido átomo. Primeiro Exemplo: considerando-se o átomo de oxigênio. Ao consultar a tabela de classificação periódica dos elementos, verifica-se que o oxigênio possui uma massa atômica igual a 16. Assim sendo, 1 mol de átomos de oxigênio pesa 16 g. Ou melhor, em 16 g de átomos de oxigênio são encontrados 6,02 x 1023 átomos. Segundo exemplo: considerando-se a molécula de oxigênio (O2). Ao consultar a tabela de classificação periódica dos elementos, verifica-se que o oxigênio possui uma massa atômica igual a 16. Assim sendo, 1 mol de moléculas de oxigênio pesa 16x2 = 32 g. Ou melhor, em 32 g de moléculas de O2 são

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Se o nosso Macrocosmo identificado for considerado como o Microcosmo de outro Macrocosmo, pode-se imaginar, dentre outras, as seguintes hipóteses:

1) Primeira hipótese: o nosso Macrocosmo identificado é gás oxigênio (O2) como Microcosmo. Nesse caso, o mesmo seria, apenas, uma ínfima parte do referido gás, em outra dimensão no Cosmo. Na realidade, todos os dois sextilhões de estrelas (sóis), identificadas pelos astrônomos, corresponderiam, neste caso, a dois sextilhões de átomos de oxigênio. Por sua vez, esses dois sextilhões de átomos (2 x 1021) representariam apenas 0,0531 g (5,31 x 10-2 g) deste gás no contexto de seu respectivo nível cósmico. Ou seja, todo o nosso Universo identificado, se for O2, corresponde a uma quantia irrisória desse gás numa situação de Microcosmo51.

2) Segunda hipótese: o nosso Macrocosmo identificado é água (H2O) como Microcosmo. Nesse caso, o nosso Macrocosmo identificado seria, apenas, uma ínfima parte do referido líquido, em outra dimensão do Cosmo. Seguindo o mesmo raciocínio anterior, chega-se a conclusão que os dois sextilhões de átomos/sóis (2 x 1021) representariam apenas 0,0199 g (1,99 x 10-2 g) deste líquido, ou quase nada, no contexto de seu respectivo nível cósmico52.

3) Terceira hipótese: o nosso Macrocosmo conhecido é açúcar (C12 H22

O11). Nesse caso, o nosso Macrocosmo identificado seria, apenas, uma ínfima parte do referido sólido, em outra dimensão do Cosmo. Seguindo o mesmo raciocínio anterior, chega-se a conclusão que os dois sextilhões de átomos representariam apenas 0,0253 g (2,53 x 10-2 g) deste sólido, ou quase nada, no contexto de seu respectivo nível cósmico53.

A proposta deste livro está voltada para a filosofia, ou seja, para a Filosofia Quântica. Portanto, não se trata de um livro científico. Alguns dados científicos foram citados com o objetivo, exclusivo, de buscar argumentos visando fortalecer a lógica filosófica. Os filósofos pré-socráticos, por ocasião da elaboração de suas respectivas filosofias, já haviam percebido a necessidade de se ver a natureza essencial de todas as coisas.

A Filosofia Quântica considera imprescindível levar em conta, em seus estudos, o material, o espiritual, as suas relações básicas, o espaço, o tempo, o

encontradas 6,02 x 1023 moléculas de oxigênio ou 12,04 x 1023 átomos de oxigênio (2 x 6,02 x 1023 ). Terceiro exemplo: considerando-se a molécula de água (H2O). Ao consultar a tabela de classificação periódica, verifica-se que a massa atômica da água é 18 (a massa atômica do hidrogênio é 1 e do oxigênio 16, perfazendo 18). Assim sendo, 1 mol de moléculas de água pesa 18 g. Ou melhor, em 18 g de água são encontradas 6,02 x 1023 moléculas de água ou 18,06 x 1023 átomos (sendo 2/3 de hidrogênio e 1/3 de oxigênio). Quarto exemplo: considerando-se a molécula de açúcar (sacarose) (C12 H22 O11). Ao consultar a tabela de classificação periódica, verifica-se que a massa atômica da sacarose é 342 [C (12x12=144), H(1x22=22), O (16x11=176)], portanto, 144 + 22 + 176 = 342. Ou melhor, em 342 g de açúcar são encontradas 6,02 x 1023 moléculas de sacarose ou 2,70 x 1025 átomos (45 x 6,02 x 1023

moléculas). 45 átomos = 12 átomos de carbono + 22 átomos de hidrogênio + 11 átomos de oxigênio. 51 Demonstrativo de cálculo: se 12,04 x 1023 átomos de oxigênio correspondem a 32 g, então, 2 x 1021 átomos de oxigênio correspondem a 0,0531 g (regra de três). 52 Demonstrativo de cálculo; se 18,06 x 1023 átomos (H e O) correspondem a 18 g, então, 2 x 1021 átomos (H e O) corresponde a 0,0199 g (regra de três). 53 Demonstrativo de cálculo: se 2,71 x 1025 átomos (C, H, e O) correspondem a 342 g, então, 2 x 1021 átomos (C, H e O) correspondem a 0,0252 g (regra de três).

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infinito e o eterno - daí a proposta apresentada neste livro. Portanto, para as imprecisões encontradas nos dados científicos aqui citados, solicita-se a compreensão necessária em benefício do entendimento filosófico. Por sua vez, a filosofia fundamenta o seu conhecimento na observação, complementada pela lógica do raciocínio. Por outro lado, a ciência vai mais além, observa, raciocina e busca comprovação por meio de experiências e formulações matemáticas, ou seja, quase sempre, a ciência racionalmente comprova o que a filosofia já deduziu intuitivamente.

Dentro do enfoque filosófico quântico, percebe-se que o nosso Macrocosmo identificado, constituído de superaglomerados de galáxias, é, no nível microcósmico, apenas uma pequena parcela de alguma substância sólida, líquida ou gasosa. A sua “grandiosidade” é confirmada, cientificamente, pela existência de mais de 2 sextilhões de sóis, a maioria deles maior que o nosso Sol. Esses sóis compõem uma quantidade incontável de galáxias, ainda insondáveis pela raça humana do planeta Terra. Por sua vez, a sua “pequenez” é confirmada pela inexpressiva quantidade de substância que o referido sistema macrocósmico representa em outro nível no Cosmo. Na realidade, alguns miligramas de uma substância qualquer correspondem a bilhões de galáxias ou a sextilhões ou setilhões de estrelas ou sóis numa dimensão macrocósmica.

Portanto, o nosso Macrocosmo identificado representa, simultaneamente, uma “grandiosidade” e uma “pequenez”, tudo dependendo da referência da observação. A sua grandiosidade, no momento histórico em que vive a humanidade do planeta Terra, é tão insondável quanto o é a sua pequenez. Na realidade, a referida grandiosidade e a sua correspondente pequenez são relativas, pois um simples elétron/planeta, em ambos os sistemas, contêm uma infinidade de microcosmos e macrocosmos, com os seus respectivos tempos e espaços relativos. Na realidade, no Cosmo não existe nada finito e tudo é grandioso. A pequenez é apenas fruto da observação de um ser de menoridade espiritual, com pouca ou nenhuma visão cósmica, que é a nossa atual situação.

Considerando o nosso Macrocosmo identificado, com os seus dois sextilhões de sóis, número este que aumentará na medida em que o ser humano for ampliando a sua visão cósmica, pode-se conjecturar sobre a quantidade de planetas habitados por seres humanos neste contexto. Apenas para a obtenção de uma idéia geral, mesmo que imprecisa, pode-se levantar a hipótese de que existam, em cada sistema solar do nosso Macrocosmo identificado, em média, cinco planetas habitados por seres humanos. Nesse caso, ter-se-ia cerca de 1022 = (5 x 2 x 1021) planetas nessa condição, fora os “desabitados”. Essa grandiosidade equivale, apenas, a alguns miligramas de uma substância qualquer em outra referência. Dentro dessa lógica, por exemplo, é coerente imaginar que em alguns miligramas de uma substância qualquer pode haver cerca de dez sextilhões de elétrons/planetas habitados por seres humanos, considerando-se essa porção como integrante de um Macrocosmo. Não se pode esquecer, por outro lado, que cada elétron/planeta, dentre os 10 sextilhões considerados, envolve, em si próprio, uma infinidade de macrocosmos e microcosmos, com infinitos mundos habitados. Ou seja, em qualquer situação, a criação é infinita. Dessa forma, o principal objetivo desse

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raciocínio é avaliar, filosoficamente, a grandeza que representa qualquer coisa no Universo.

Tomando-se, ainda, o nosso Macrocosmo identificado como a única referência, sem considerar, portanto, os seus microcosmos e macrocosmos sucessivos, e de acordo com a hipótese acima levantada, pode-se indagar sobre o provável efetivo humano que habita essa pequena porção do Cosmo, que está sendo considerada. Novamente, apenas para formar uma idéia geral a respeito, pode-se imaginar cada planeta, dos 1022 planetas acima mencionados, contendo, em média, em seus respectivos mundos (material aparente e astral - mundo da antimatéria) cerca de 20 bilhões de seres humanos. Nesse caso, essa pequena porção do Universo, estaria abrigando, aproximadamente, 2 x 1032 habitantes (1022 x 2 x 1010) 54.

Na realidade, cada elétron/planeta habitado possui um Grande Plano ou Manvantara previsto para a evolução de seus habitantes, particularmente a dos gêneros animal e humano. Esse Plano visa o desenvolvimento desde o ser unicelular do reino animal até o mais evoluído no contexto do gênero humano, envolvendo, portanto, o mundo da matéria aparente e o da antimatéria, ou o mundo astral. O principal objetivo de um Manvantara é, portanto, transformar um ser animal unicelular em um ser supra-humano.

Alhures, cada planeta de nosso Macrocosmo identificado encontra-se num determinado nível espiritual de acordo com a evolução de seu Manvantara - cada caso é um caso. Nesse exemplo, pode-se imaginar, em média, a existência de 1022 manvantaras em curso no nosso Macrocosmo identificado, envolvidos com cerca de dois sextilhões de sistemas solares. Trata-se, portanto, do Manvantara do nosso Macrocosmo identificado.

À medida que cada planeta evolui no contexto de seu Manvantara, vai, progressivamente, sutilizando-se, ou seja, vai alterando suas condições físicas e químicas. De acordo com esse raciocínio, pode-se imaginar o nosso Macrocosmo identificado sendo constituído por diversos níveis de manvantaras - uns no seu início, outros no meio e outros no final. Assim sendo, aqueles planetas que já se encontram nos níveis espirituais próximos do término de seus respectivos manvantaras e, portanto, devidamente sutilizados, estão próximos, também, de suas desintegrações. Nesse momento, os seus respectivos mundos astrais (antimatéria) já estão praticamente puros, ou seja, livres da influência da materialidade aparente. Em conseqüência, estão prontos para retornarem ao éter, ou à matéria cósmica primitiva ou ao sol.

O Manvantara de um sistema solar ou de um átomo é a soma dos manvantaras de seus planetas ou elétrons. Portanto, a sutilização de todo o sistema está em função da evolução espiritual de seus habitantes. Cada planeta ou elétron está fisicamente e espiritualmente ligado ao sol ou ao núcleo do átomo e, também, aos demais planetas ou elétrons. Os habitantes do sistema solar ao atingirem o nível espiritual compatível com o nível dos seres

54 RAMATIS, por MAES, Hercílio. A Vida Humana e o Espírito Imortal, Livraria Freitas Bastos S.A., 1982, 4ªed., p.81. Ramatis avalia a população do planeta Terra em 26 bilhões de habitantes, tendo, no momento, cerca de 6 bilhões vivendo no mundo da matéria aparente e 20 bilhões no mundo astral ou da antimatéria do planeta.

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angélicos ou supra-humanos deixam de necessitar do ambiente material e astral. Nesse momento o referido instrumento deixa de ser necessário. O sol, que por sua vez também se expande, nesse momento especial pode, pela dimensão de sua expansão, absorver os seus astros. É interessante citar que cada planeta atinge esse nível em momento diferente, condicionando a absorção pelo sol somente após o cumprimento da missão do último planeta ou elétron. Após a total absorção dos astros que o rodeia, o sol (estrela ou núcleo atômico) atinge o momento especial de retornar ao éter. No contexto da evolução, a explosão ou desintegração das estrelas é comum no Universo.

Por sua vez, a matéria aparente de um planeta pode, no final de seu Manvantara, encontrar-se tão sutilizada que se torna invisível aos olhos dos seres mais materializados. No momento histórico do planeta Terra, nós, os seres humanos encarnados, pela excessiva materialidade de nossos corpos (matéria aparente, perispírito, duplo etérico e chacras), somos incapazes de manter um contato mais profundo com o mundo da antimatéria ou espiritual, onde vive a maioria dos seres humanos. Os próprios espíritos de camadas mais inferiores não conseguem, também, manter contato com os de camadas mais superiores. Por sua vez esses espíritos menos evoluídos recebem, constantemente, orientações dos seus irmãos planetários mais evoluídos. À medida que o ser humano vai evoluindo espiritualmente a sua percepção sensitiva vai sendo substituída por outras capacidades mais amplas, de acordo com a percepção cósmica que vai sendo adquirida.

Dentro desse raciocínio, pode-se concluir que no Universo há infinitos mundos invisíveis para a visão do ser humano comum, porém tudo é visível para os seres supra-humanos, que permeiam o espaço cósmico repleto de fluido etéreo, que é a matéria cósmica primitiva. Assim sendo, existem, no nosso Macrocosmo identificado, mundos invisíveis, igualmente habitados, que até o presente momento ainda não foram detectados pela nossa ciência. Por outro lado, em virtude das grandes distâncias relativas existentes neste ambiente cósmico, algumas estrelas, que ainda estão sendo visíveis pelos nossos astrônomos, já não existem mais, ou seja, já sofreram a necessária desintegração no contexto da evolução da criação. As suas imagens ainda estão chegando apesar da suas respectivas inexistências.

Assim sendo, é lógico e coerente dizer que existem grupos de moléculas, moléculas, átomos e elétrons e, por outro lado, aglomerados de galáxias, galáxias, sistemas solares e planetas que, em virtude de suas posições nos seus respectivos manvantaras, se encontram invisíveis para os observadores de níveis espirituais inferiores.

Cada planeta, organizado de acordo com o seu Manvantara, possui uma fauna, uma flora, uma atmosfera, ou seja, possui características próprias. Não há na natureza coisas iguais, há, sim, coisas semelhantes. Porém, o objetivo principal dos infinitos manvantaras é o mesmo, ou seja, acompanhar, de acordo com as leis universais da criação, a evolução espiritual dos seres, desde o unicelular até o nível espiritual e intelectual dos seres supra-humanos. Ao longo de cada Manvantara, os seres humanos, em qualquer Microcosmo ou Macrocosmo do Cosmo infinito, têm a mesma “sensação” de espaço tempo. Isso depende, porém, do nível em que cada um se encontra no seu respectivo

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Manvantara, isto porque a referida sensação vai se alterando em direção ao entendimento global, que é o conhecimento do espaço e do tempo absolutos, que compõem o mundo evoluído dos seres supra-humanos.

Isso quer dizer que um ser humano qualquer, vivendo o seu Manvantara em um planeta/elétron qualquer, de um Microcosmo ou Macrocosmo qualquer, tem a mesma sensação de demora, de espaço, de tempo, de velocidade, de espiritualidade, de materialidade, de tangibilidade, de maturidade, de fraqueza, de fortaleza, de conhecimento, de desconhecimento, de pesado, de leve, de grande, de pequeno, de comprido, de curto, de frio, de quente, do mal e do bem, enfim, tem a mesma sensação da vida como um todo, semelhante a qualquer ser humano que viva em qualquer Manvantara do Cosmo, desde que o mesmo esteja, aproximadamente, no mesmo nível espiritual do ser humano hipotético citado no exemplo.

No contexto desse infinito emaranhado de planetas e manvantaras, em diferentes níveis de evolução, pode-se imaginar a diversificação existente de: mundos astrais; mundos materiais aparentes (com as suas respectivas estruturas geológicas e com as suas floras e faunas); níveis espirituais; guias espirituais; migrações espirituais; juízos finais; evoluções históricas; mundos paralelos; líderes espirituais; supra-humanos envolvidos na grande tarefa; tipos diferentes de animais, compondo diversos gêneros e espécies; tipos diversos de vegetais e outros. Apesar de nossa pequenez como seres humanos, já podemos imaginar a existência de mundos paralelos ao nosso. Assim sendo, já podemos visualizar (ainda não entender) o mundo dos supra-humanos, que nos permeia; o nosso próprio mundo astral; o mundo encarnado e desencarnado existente no nosso Microcosmo e Macrocosmo imediatos; os sucessivos microcosmos e macrocosmos, os mundos invisíveis e outros. Ou seja, a nossa imaginação, usando processos tradicionais de silogismo, já nos permite realizar uma pequena viajem pelo desconhecido no campo da ciência.

Em vista do que foi abordado neste item, pode-se concluir que um sistema solar qualquer, localizado em um Macrocosmo qualquer, está, simultaneamente, posicionado nas seguintes situações: 1) como sistema solar, está contido no seu Macrocosmo Imediato; 2) como átomo, está compondo um outro Macrocosmo; e, ainda, 3) como sistema solar, está contendo um Microcosmo formador de sua própria estrutura, que é o seu Microcosmo Imediato.

Portanto, o referido Macrocosmo, por sua vez, contém um Microcosmo formador de sua estrutura e é contido por outro Macrocosmo, ou seja, é, ao mesmo tempo, um Microcosmo de outro Macrocosmo. Em ambos os casos, a seqüência de macrocosmos e microcosmos é infinita. O Microcosmo que o referido sistema solar contém em sua própria estrutura (Microcosmo Imediato) é, ao mesmo tempo, o Macrocosmo de outro Microcosmo, e assim infinitamente. O referido sistema solar, como um átomo, ou seja, como componente de um Microcosmo, compõe, simultaneamente, outro Macrocosmo e assim sucessivamente.

Portanto, um sistema solar é, simultaneamente, um átomo! Eis aí mais uma grandiosidade da natureza. Dentro desse contexto, Deus é o todo!

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5. AS DISTÂNCIAS JÁ RELACIONADAS PELO SER HUMANO DO PLANETA TERRA a. Na direção do Macrocosmo, iniciando no metro 100 = 01 metro - o ser humano encontra-se mais próximo desta distância; 101 = 10 metros; 102 = 100 metros; 103 = 1 quilômetro; 104 = 10 quilômetros; 105 = 100 quilômetros; 106 = 1.000 quilômetros; 107 = 10.000 quilômetros; 108 = 100.000 quilômetros;

109 = um milhão de quilômetros - pode-se ver a órbita da lua entorno da Terra;

1010 = 10 milhões de quilômetros; 1011 = 100 milhões de quilômetros - pode-se ver as órbitas de Vênus, Terra

e Marte; 1012 = 1 bilhão de quilômetros - pode-se ver as órbitas de Mercúrio, Vênus,

Terra, Marte e Júpiter; 1013 = 10 bilhões de quilômetros - pode-se ver todo o sistema solar e a órbita

de seus planetas. Esse sistema solar, no seu papel de Microcosmo, coincide com o espaço de um átomo;

1014 = 100 bilhões de quilômetros - o sistema solar começa a desaparecer no meio do Universo;

1015 = 1 trilhão de quilômetros - o Sol torna-se numa pequena estrela no meio de outras tantas;

1016 = 10 trilhões de quilômetros. Trata-se de 1 (um) ano-luz. A estrela Sol aparece bem pequena. Daí se conclui que há estrelas, na nossa própria galáxia, que estão afastadas de nós por mais de um ano-luz. A Terra está afastada do Sol apenas 150.000.000 de quilômetros ou uma UA (Unidade Astronômica).

1017 = 10 anos-luz - nesta distância já se encontra a mais próxima estrela vizinha do nosso Sol, a Alfa Centauri, situada a 4,3 anos-luz. Além disso, só se vê estrelas no infinito;

1018 = 100 anos luz - nesta distância fica Aldebaran uma estrela de primeira grandeza, cerca de 1 milhão de vezes maior que o nosso Sol. Só para se ter uma idéia, se ela estivesse em nosso sistema solar incineraria todos os planetas incluindo Plutão e sugaria toda a energia do Sol. Além disso, só se vê nebulosas com milhões de galáxias e estrelas;

1019 = 1.000 anos-luz - nessa distância as estrelas parecem se fundir. A Via-Lactea, possui uma extensão superior a esta distância. Portanto, o planeta Terra, que pertence a esta galáxia, pode vê-la de acordo com as suas limitações tecnológicas;

1020 = 10.000 anos luz - a viagem continua, ainda, no interior da Via-Lactea; 1021 = 100.000 anos-luz - parece tratar-se da extensão da nossa galáxia; 1022 = 1 milhão de anos-luz - pode-se ver toda a Via-Lactea e, também,

outras galáxias, como a Andrômeda;

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1023 = 10 milhões de anos luz - nessa distância, a contar da origem, as galáxias tornam-se pequenos aglomerados e entre elas surgem imensidões de “espaços vazios”. A partir daí começa as nebulosas de galáxias e assim sucessivamente na direção do infinito. O grande vai, cada vez mais, se tornando pequeno pelo afastamento da origem da observação.

10100 = 10 googol de anos-luz. Nessa distância chega-se às margens da imaginação científica. Mesmo assim, tal número existe oficialmente pela física quântica. Porém, essa distância é tão inimaginável que só dá para descrever em números essa colossal dimensão de um provável Cosmo de Galáxias de Universos. Os cientistas consideram cada Universo tendo 2 trilhões de Galáxias, contendo, em média, 200 bilhões de estrelas em cada Galáxia. Por outro lado, cada Galáxia de Universos teria 200 bilhões de Universos. Para formar um Cosmo de galáxias de Universos tem que se multiplicar esse número por mais um trilhão. Portanto, a nossa atual visão de distância, espaço e tempo é ainda bastante restrita. Porém, por toda a parte uma única lei, que é Deus, rege todos os corpos do Universo.

b. Na direção do Microcosmo, iniciando no metro 100 = 01 metro - o ser humano encontra-se mais próximo desta distância; 10-1 = 10 cm; 10-2 = 1 cm; 10-3 = 1 milímetro - as estruturas celulares começam a aparecer; 10-4 = 100 mícrons (outra unidade de medida) - as células se definem,

podem-se ver as ligações entre elas; 10-5 = 10 mícrons - começa-se a ver o interior da célula; 10-6 = 1 Mícron – o núcleo da célula já fica visível; 10-7 = 1000 angstrons (outra unidade de medida) - os cromossomas

começam a aparecer; 10-8 = 100 angstrons - nesse micro universo a cadeia de DNA já pode ser

visualizada; 10-9 = 10 angstrons - os blocos cromossônicos podem ser estudados; 10-10 = 1 Angstrons - aparecem as nuvens de elétrons do átomo de carbono; 10-11 = 10 picometros (outra unidade de medida) - neste mundo em miniatura

observam-se os elétrons no campo do átomo. Comparando o 1011 e 1012 com o 10-10 e 10-11 percebe-se certa semelhança, pois ambos permitem a observação no campo da eletrosfera (planetasfera);

10-12 = 1 Picometro - vê-se um imenso “espaço vazio” entre o núcleo e as órbitas dos elétrons. Na realidade, os imensos “espaços vazios” são observados em todo o Universo, ou seja, a matéria aparente no contexto, tanto no micro como no macro, ocupa o menor espaço.

10-13 = 100 femtômetros (nova unidade de medida) - neste incrível e minúsculo tamanho começa-se a enxergar, com alguma dificuldade, o núcleo do átomo;

10-14 = 10 femtômetros - vê-se, com clareza, o núcleo de um átomo de carbono.

10-15 = 1 Femtômetro ou Fentometro ou Fentômetro (do sueco femton que significa quinze). Trata-se de uma unidade de comprimento equivalente a 10-15

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metros. Um Fermi (F) ou um Femtômetro (fm) é o tamanho de um nucleon, que é um próton ou um nêutron. Trata-se da menor unidade de medida dominada. Aqui já se está no campo da imaginação científica, face a face com o próton;

10-16 = 100 attômetros (outra unidade de medida) - vêem-se partículas no interior do próton. Não há mais para onde ir, pelo menos com o conhecimento atual da ciência. 1 (um) Attômetro é uma unidade de medida que denota um fator de 10-18. O prefixo vem do idioma sueco ätton, que significa dezoito. Portanto, 1 (um) am = 10-18 metros.

Observa-se que o ser humano está eqüidistante do macro e do micro. Portanto, as dificuldades para aprofundar os conhecimentos sobre o macro são as mesmas com relação ao micro. À medida que o ser humano avança na sua evolução espiritual amplia, simultaneamente, os seus conhecimentos sobre ambos os mundos, que são semelhantes. Na realidade, amplia a sua visão cósmica esfericamente. Ao final de seu curso como ser humano, ou seja, no final de seu Manvantara, o supra-humano, que surge, tem as portas abertas para todas as dimensões e para todos os espaços “vazios”. Por essa razão não existe espaço vazio.

Mesmo que precariamente, a nossa ciência já consegue observar, para o menor, até a 16ª potência de 10. Porém, para o maior já consegue chegar até a 23ª potência de 10. Na realidade, o mundo dos menores é semelhante ao mundo dos maiores, pois são regidos pelas mesmas leis universais. Apesar dos atuais limites científicos, pode-se, de acordo com as concepções filosóficas, visualizar uma partícula, componente de um próton qualquer, encerrar em sua intimidade um Universo infinito de microcosmos e macrocosmos, com infinitos orbes habitados. Dentro dessa concepção filosófica, não há o menor e nem o maior. Qualquer classificação nesse sentido depende de uma referência. A partir daí as referidas classificações se fazem por mera comparação. Assim sendo, um objeto ora é menor ora é maior.

A classificação de menor ou de maior, por comparação, refere-se a objetos ou partículas constituídos de matéria aparente. Sendo assim, como classificar os chamados “espaços vazios”? Os referidos espaços, por certo, não são vazios. Na verdade, a relatividade das coisas materiais e o aspecto absoluto do Universo indicam a grandeza de Deus! 6. ESPAÇOS SUTIS Há espaço vazio no universo? A resposta é não. Então, qual tipo de natureza ocupa o espaço interplanetário (planetasfera), o espaço interelétrons (eletrosfera), o espaço intersolar, o espaço internúcleo, o espaço intergalático, etc.? Na realidade, comparativamente, os astros ou os elementos atômicos (matéria aparente) ocupam um espaço muitíssimo menor que o “espaço vazio”. Por certo, Deus não criaria um Universo infinito envolvido por um “espaço vazio”, que não conteria nada, pois o nada não existe. A matéria aparente de um planeta qualquer (simples elétron), como os demais astros, ocupa, praticamente, o mesmo espaço que ocupa a sua antimatéria. Trata-se, portanto, do binômio matéria/antimatéria, que significa, na realidade, mundos paralelos. No espaço imaterial (antimatéria) está organizado o mundo espiritual do planeta, que, de uma maneira geral, é invisível para os

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seres encarnados. À medida que a humanidade vai evoluindo vai, gradativamente, ampliando o contato dos encarnados com esse mundo ou com os desencarnados. Ou seja, à medida que o corpo humano vai se sutilizando vai, também, na mesma proporção, melhorando e ampliando os contatos com o mundo espiritual dos desencarnados. No final de seu Manvantara, o humano, já na fase de beatitude, passa a viver exclusivamente nesse mundo espiritual. Ambos os mundos existem em função da evolução dos seres que os habitam. Portanto, esse espaço imaterial habitado por seres humanos desencarnados pode ser chamado de “Espaço Eletrônico Sutil” ou “Espaço Planetário Sutil”. Em conseqüência, esse espaço não pode ser considerado como vazio, pois vivem nele a maioria dos habitantes do planeta/elétron. Em conseqüência, a minoria vive no mundo da matéria aparente, mais precisamente na superfície sólida que compõe o conjunto. É interessante considerar que no espaço material (matéria aparente) de um planeta/elétron qualquer estão contidos os seguintes espaços: a sua parte considerada sólida; a sua atmosfera (se existir); e todo o ambiente de seus satélites. Nesse sentido, pode-se considerar que os seres encarnados vivem, na realidade, no interior do planeta, onde se situa a superfície sólida do mesmo. Todo esse complexo material é acompanhado pela sua antimatéria. O ser humano ao atingir a sua espiritualidade máxima, no final do seu Manvantara, ingressa no mundo dos supra-humanos, ou seja, ultrapassa o Espaço Planetário Sutil, que deixa de existir, e ingressa no espaço absoluto. Nesse momento o planeta/elétron já atingiu, também, o extremo de sua sutilização, tanto quanto à sua matéria aparente quanto à sua antimatéria, cada uma de acordo com as suas características. Assim sendo, a antimatéria, no máximo de sua sutilização, passa a integrar o éter. Por outro lado, a matéria aparente, também, no máximo de sua sutilização, desintegra-se tornando-se poeira cósmica. Conseqüentemente, a matéria aparente e a antimatéria, no final de um Manvantara, põem-se à disposição da natureza (supra-humanos) para a formação de outros orbes55. Por sua vez, o espaço absoluto é constituído por três componentes. O primeiro é o éter, que é uma substância especialíssima de extrema sutilidade, de estrutura inimaginável por nós seres humanos. Trata-se, portanto, da antimatéria no seu mais alto grau de sutilização. O segundo é a poeira cósmica, que é matéria aparente no seu mais alto grau de sutilização. Ambos encontram-se no Cosmo à disposição dos supra-humanos para a modelagem dos novos astros, permitindo, com isso, o prosseguimento da criação, tudo de acordo com as leis universais de Deus. Portanto, a referida modelagem é constituída pela junção da matéria aparente com a antimatéria, nos seus mais altos graus de sutilização, formando, com isso, as nebulosas. Daí surgem os astros. Por conseguinte, a poeira cósmica é a matéria aparente no máximo de sua sutilização, resultante das explosões das estrelas e de seus planetas, por ocasião do final de um Grande Plano de Evolução, também chamado de Manvantara. Um dos principais componentes da poeira cósmica é o gás

55 Nota do autor: espaço absoluto é o espaço dos angélicos ou dos supra-humanos. Está relacionado com o tempo absoluto.

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hidrogênio. Portanto, o éter e as poeiras cósmicas ocupam o chamado “espaço vazio”. Esse espaço pode ser chamado de Espaço do Éter Cósmico. Trata-se, portanto, do imenso espaço negro que o ser humano consegue ver, com dificuldade, no Universo identificado. Há que se considerar, também, que as poeiras cósmicas, por sua vez, são constituídas por uma infinidade de microcosmos e macrocosmos, todos servindo de instrumentos para o desenvolvimento de infinitos manvantaras56. O terceiro componente do espaço absoluto pode ser chamado de Espaço Sutil dos Supra-Humanos. Assim sendo, esse espaço é o mundo paralelo do Espaço do Éter Cósmico. Os Supra-humanos vivem nesse mundo invisível, impenetrável pelos seres humanos, mesmo para os da mais alta espiritualidade. Portanto, os supra-humanos têm acesso a todos os espaços do universo, do mais sutil ao menos sutil 57. Portanto, num sistema de rodízio, em função das necessidades evolutivas, os seres reencarnados vivem no mundo da matéria aparente e os desencarnados no mundo sutil da antimatéria planetária, também chamado de Espaço Planetário Sutil. Com o passar do tempo, em função da sutilização, o mundo da matéria aparente vai, gradativamente, tornando-se semelhante ao mundo sutil. Com isso, o intercâmbio entre ambos vai aumentando. Após o Juízo Final do planeta Terra, com a conseqüente ampliação da sutilização, o intercâmbio entre reencarnados e desencarnados aumentará. Além disso, o tempo de reencarnação será menor que nos dias atuais, pois quanto mais sutilizados forem os seres mais tempo permanecem no mundo sutil ou da antimatéria. Com o passar do tempo, deixam de necessitar de reencarnação, ingressando, como já foi mencionado, no estágio dos supra-humanos, que não necessitam mais desse processo evolutivo. Portanto, o “espaço vazio” que rodeia a superfície sólida do planeta/elétron tem uma função muito bem definida no contexto no sistema solar e, em conseqüência, no Universo.

56 Nota do autor: Matéria Negra ou Escura é o resultado da mistura do éter com a poeira cósmica. A referida mistura, uma vez manipulada quimicamente pelos supra-humanos, transforma-se em nebulosas. Daí surgem os astros. Portanto, nas nebulosas já existem o binômio matéria/antimatéria. É aí que se inicia um Manvantara. 57 Nota do autor: a ética de São Tomás de Aquino harmoniza a doutrina de Aristóteles aos princípios cristãos. Assim, a ética é o movimento da criatura racional para Deus. Esse movimento visa a uma bem-aventurança que consiste na contemplação imediata de Deus. O fim da vida virtuosa humana é a beatitude ou a visão de Deus. Por isso, diz-se que o fim da criação é a glória de Deus e que só Nele consiste a beatitude, que é a felicidade perene e suprema ou felicidade última (eudamonia de Aristóteles). Portanto, ao se conquistar a beatitude final conquista-se também: 1) a bem-aventurança, que é a felicidade última (eudamonia); 2) o bem perfeito, que é o aperfeiçoamento último relativo a todas as partes, a partir daí o homem deixa de ser homem e passa a ser anjo ou supra-humano; e 3) a paz, pois o homem não é perfeitamente feliz enquanto lhe resta algo a desejar e a buscar. Em conseqüência, a beatitude final é a perfeição última do homem, condição que o permite participar dos regozijos dos anjos. De acordo com a ordem da natureza o intelecto dos anjos é superior ao intelecto dos humanos. Logo, a perfeição última do intelecto dos homens está em se unir aos anjos, mesmo que seja apenas pela contemplação. É exatamente nessa contemplação que consiste a felicidade última do homem. A partir daí, o ciclo evolucionista entra em um nível superior ao dos humanos, que é o dos anjos ou dos angélicos, ou dos supra-humanos.

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Qualquer simples elétron ou planeta é constituído por um Microcosmo que possui, por sua vez, as mesmas características de seu Macrocosmo Imediato, tudo em função da evolução de todos os seres. Ou seja, os astros existem em função da criação e da evolução. No contexto do sistema solar/átomo há um espaço grandioso desconhecido existente entre os planetas/elétrons e entre estes e o Sol que pode ser chamado de “Espaço Sutil Interelétrons” ou Interastros, ou interplanetas que tem como limites os Espaços Planetários Sutis dos planetas/elétrons vizinhos. Há que se considerar, no entanto, que no nosso Sol, como também nas infinitas estrelas, não vivem seres humanos, mesmo os mais evoluídos. Se não vivem seres humanos, pode-se deduzir que as estrelas são redutos dos supra-humanos (ou angélicos, seres de pura luz). Na realidade, os supra-humanos, representantes de Deus, influenciam toda a criação e evolução dos seres infra-angélicos. Dentro desse raciocínio, pode-se concluir que os seres supra-humanos possuem uma missão extraordinariamente importante nos espaços “vazios” indicados, que, ainda, não é de nosso conhecimento.

Os seres humanos da Terra quando atingirem a sétima camada, ou seja, a camada mais evoluída e sutil do astral do planeta, encontrar-se-ão na iminência de acessar, por conquista espiritual, sítios do Espaço Sutil Interastros. Esse espaço não pertence mais ao planeta, mas sim a outros níveis de evolução. Trata-se de espaços dos angélicos ou supra-humanos.

Do Sol, inteligências superiores, tendo como auxiliares uma legião de supra-humanos, controlam o Manvantara do sistema solar ou do átomo. Por sua vez, essas inteligências magníficas recebem orientações de outras ainda mais magníficas, que povoam outros espaços sob o controle de outros sóis. Nessa seqüência, desenvolve-se uma infinita cadeia evolutiva de supra-humanos ou de sóis mais superiores.

Nesse contexto, pode-se visualizar o espaço extraordinariamente amplo existente entre um sistema solar/átomo e outro. Por certo, esse espaço não é vazio, até porque é extraordinariamente amplo. Por similitude, o referido espaço pode ser chamado de Espaço Intersolar Sutil ou Interátomo Sutil. Seguindo o referido raciocínio, encontram-se outros espaços sutis que intercalam os sóis, as galáxias, os grupos de galáxias, etc.. No todo, têm-se o espaço sutil infinito.

Espaço Planetário Sutil (Espaço Eletrônico Sutil) + Espaço Solar Sutil (Espaço Nuclear Sutil) + Espaço Sutil Interplanetas ou Interastros (Espaço Sutil Interelétrons) + Espaço Sutil Intersolares (Espaço Sutil Internúcleos) + Espaço Sutil Intergaláxias (Espaço Sutil Intermoléculas) + Espaço Sutil Intergrupos de Galáxias (Espaço Sutil Intergrupos de Moléculas) + Espaço Sutil Interuniversos (cada Universo possui dois trilhões de galáxias) + Espaço Sutil Intergaláxias de Universos (cada uma com 200 bilhões de Universos) + Espaço Sutil Intercosmos de Galáxias de Universos (cada um com um trilhão de Galáxias de Universos), etc. é = a um pedacinho do Universo Sutil Infinito, sem considerar a complexidade do sistema de matéria aparente nas infinitas seqüências de microcosmos e macrocosmos.

No Universo Sutil Infinito é encontrado o éter cósmico (antimatéria no seu mais alto grau de sutilização) e as poeiras cósmicas. Em conseqüência, são

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encontradas aí as nebulosas. Portanto, o Espaço Sutil dos Supra-humanos é algo ainda impensado por nós seres humanos de menoridade espiritual.

Portanto, aos espaços sutis acima mencionados devem ser somados, ainda, todos os outros existentes nos sucessivos microcosmos e macrocosmos. É interessante lembrar que no meio dessa infinidade de astros de matéria aparente encontram-se alguns que, pela elevada sutilização que atingiram, já não são mais vistos pelos olhos dos Infra-angélicos. Além disso, alguns astros (sóis) estão relativamente tão longe que quando as suas respectivas luminosidades chegam a serem vistas os mesmos já se encontram em outras posições. Portanto, nós seres de pouca visão cósmica consideramos como espaços vazios locais que ainda estão sendo ocupados por astros de matéria aparente ou, por outro lado, consideramos astros posicionados em determinados pontos que, na realidade, não estão mais lá.

Assim sendo, pode-se concluir que, na realidade, todo o Cosmo é constituído por espaço sutil, pois a matéria aparente, além de ser mínima, é apenas provisória. 7. O ESPAÇO E O TEMPO Ao tomar-se como referência o nosso sistema solar percebe-se que cada astro possui densidade, inclinação do eixo em relação ao Sol, pressão atmosférica e velocidades de translação e rotação próprias, portanto, exclusivas. Ou seja, cada astro possui características próprias, pois na natureza não existe coisas absolutamente iguais, más sim semelhantes - essa incrível diversidade é uma das maravilhas do Universo. Assim sendo, dentro de um mesmo sistema solar, cada astro possui, particularmente, um tempo de duração da noite e do dia. Cada um gira em torno do sol com uma determinada velocidade, portanto, cada um possui medidas de tempo diferentes. Por exemplo: o ano de Mercúrio é de 87,9 dias terrestres; o de Venus é de 224,7 dias terrestres; o da Terra é de 365,256 dias; o de Marte é de 686,98 dias terrestres; o de Júpiter é de 11,86 anos terrestres; o de Saturno é de 29,46 anos terrestres; o de Urano é de 84,04 anos terrestres; e o de Netuno é de 165 anos terrestres. Por sua vez, o ano do nosso Sol, ou seja, o tempo que ele leva para dar uma volta elíptica completa em torno de outro sol, é de 25.920 anos terrestres. Considerando que cada sol gira ao redor de outro sol e desta forma, indefinidamente, tanto no Microcosmo quanto no Macrocosmo, pode-se imaginar uma seqüência infinita de anos solares. Raciocínio idêntico pode ser feito para uma galáxia, grupo de galáxia, etc. ou, também, para um átomo, para uma molécula, um grupo de moléculas, etc.. Os habitantes da superfície da matéria aparente de um planeta têm uma sensação de tempo diferente dos habitantes, deste mesmo planeta, que vivem na parte mais sutil, ou seja, que vivem na sua parte de antimatéria. Quanto mais sutilizado for um determinado ambiente mais próximo do tempo absoluto se está. Isso quer dizer que, quanto mais um planeta se aproxima do final de seu Manvantara mais próximo se encontra da sensação de tempo absoluto ou

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do eterno presente. Quanto maior for a influência da matéria mais definido é o tempo - aí os relógios são necessários 58.

Dentro desse raciocínio, quanto mais próximo o ser humano encontra-se da sétima camada, ou seja, da camada mais evoluída do astral do planeta e, portanto, a mais sutil, mais próximo se encontra da sensação de tempo e espaço absolutos. Em conseqüência, os seres humanos desencarnados, localizados nas diversas camadas espirituais (do baixo astral à sétima camada ou sétimo céu) e os encarnados localizados na superfície de matéria aparente do planeta, todos, cada um no seu nível, têm sensações de tempo e espaço diferentes.

À medida que um astro, junto com os seus habitantes, for evoluindo vai, simultaneamente, alterando as suas características físicas em função da evolução, ou seja, vai se sutilizando. Essa gradativa evolução ou gradativa sutilização vai alterando, progressivamente, a sensação de tempo e espaço. Ou seja, o ser humano vai alterando a sua sensação de tempo e espaço de acordo com o seu estágio evolutivo. Dentro desse processo, o mesmo vai adquirindo uma visão cada vez mais ampla do Micro e do Macrocosmo. Na verdade, vai adquirindo, cada vez mais, uma visão cósmica.

O Planeta Terra, de acordo com as leis evolutivas, está, também, em processo constante de sutilização. Dentro desse contexto, o Juízo Final, previsto pelo Mestre Jesus, vai proporcionar, proximamente, algumas alterações nas suas atuais características planetárias, tudo em função do novo estágio evolutivo previsto. Assim sendo, em busca de uma maior sutilização, a densidade do planeta alterar-se-á. Para isso, as velocidades de rotação, translação e, em conseqüência, as forças centrífuga e centrípeta, além da verticalização do seu eixo (hoje está com 230 28`, em relação ao eixo do Sol) também se alterarão.

Após essas alterações em suas características, o planeta Terra adquirirá condições excepcionais de clima, geologia e geografia, visando beneficiar os seus habitantes do pós-Juízo Final. Com isso, é muito provável que o dia, a noite e o ano do planeta venham a ter alterações nos seus respectivos tempos de duração, ou seja, a sensação de tempo se alterará na mesma proporção da evolução que ocorrerá. Os da direita de Cristo, por conquista espiritual, estarão um pouquinho mais próximos do tempo e espaço absolutos.

Para que isso ocorra, há necessidade de a Terra se deslocar para uma camada de maior energia no seu planetasfera (salto quântico positivo), ampliando, desta forma, a sua trajetória de translação ao redor do Sol. Esse fenômeno, como já foi citado, proporcionará um aumento de expansão/sutilização de todo o sistema solar. Esse salto quântico será provocado por energias extras do sistema, chamadas de Energia Negra ou Escura, que têm essa finalidade específica no Cosmo.

Como se sabe, o tempo é medido em função das velocidades de rotação e translação dos astros e que essas velocidades são influenciadas por outras

58 Nota do autor: tempo absoluto é a sensação de tempo no espaço absoluto. Trata-se do eterno presente. Nessa situação não há nenhuma referência para se medir tempo. Nesse ambiente, não há passado e nem futuro.

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características, particularmente a densidade e a inclinação do eixo. Assim sendo, seria lógico imaginar que o tempo e o espaço considerados em um determinado planeta seriam extravagantemente maiores na comparação com o tempo e espaço considerados num elétron de seu Microcosmo Imediato. Se assim fosse esse raciocínio seria projetado no infinito e na eternidade considerando a infinita sucessão de microcosmos e macrocosmos que compõem a natureza. Porém, a sensação de tempo e espaço depende exclusivamente do nível espiritual que se encontra um ser ou uma sociedade, não interessando em que Macrocosmo ou Microcosmo se encontre o ponto de referência.

Em qualquer ponto do Universo, ou seja, em qualquer Microcosmo ou Macrocosmo, a sensação de tempo e espaço é a mesma para todos aqueles que se encontram no mesmo nível espiritual. Assim sendo, um ser humano que vive num determinado planeta tem a mesma sensação de tempo e espaço que outro ser humano que vive num elétron desse mesmo planeta, desde que ambos estejam no mesmo nível espiritual. Ou seja, ambos os seres humanos, cumprindo as mesmas leis evolutivas, atingirão o sétimo céu, ou a sétima camada de evolução espiritual, mais ou menos no mesmo tempo, ou melhor, na mesma sensação de tempo. Com relação ao espaço, a sensação de sua grandeza ou pequenez é a mesma em todas as dimensões, por exemplo, um metro para um habitante de um Macrocosmo qualquer representa a mesma sensação de um metro para outro habitante que viva no seu Microcosmo Imediato, desde que estejam no mesmo nível de evolução espiritual.

No exemplo acima, quando ambos atingirem, por conquista espiritual, o Espaço Sutil Interelétron ou Interastro, ou Interplaneta, atingirão o espaço absoluto, que é o espaço dos supra-humanos. A sensação nesse espaço é a do eterno presente. Na realidade, o espaço absoluto (Matéria Negra) permeia todos os microcosmos e macrocosmos.

Após o Juízo Final, com o eixo magnético da Terra na posição vertical, ocorrerão mudanças nos seus movimentos de rotação e translação, na sua densidade e na sua pressão atmosférica. Com isso, mudará radicalmente o método pelo qual hoje é medido o tempo. José Trigueirinho Netto informa que os dias serão mais curtos e o que chamamos de meses e anos serão mais longos. Mais longos em função do salto quântico que ocorrerá, quando o planeta, mais afastado do Sol, readquirirá uma nova trajetória no seu movimento de translação. A diminuição da duração dos dias indica um aumento da velocidade de rotação, ou seja, indica um planeta mais energético, menos denso, portanto, mais sutilizado. Por sua vez, o aumento de duração dos meses e anos indica um acréscimo de expansão no sistema solar. Na realidade, nessa oportunidade, todo o sistema solar dará um passo a mais na sua caminhada rumo à total espiritualização ou sutilização, tudo em função da evolução dos diversos seres da natureza.

Assim sendo, um planeta/elétron, ao dar um salto quântico, afastando-se do sol/núcleo, proporciona uma determinada expansão/sutilização do seu sistema. Por outro lado, o aumento de sua velocidade de rotação e translação proporciona, a si próprio, uma diminuição de densidade, causando uma expansão ou sutilização na sua própria estrutura. Dessa forma, julgo que a

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concepção de salto quântico, elaborada por Niels Bohr (1885/1962), está perfeitamente sintonizada com os fenômenos supracitados. Porém, nesse contexto, há uma observação: após a modelagem das nebulosas (início de Manvantara) há uma condensação, com aumento progressivo de densidade. Nesse caso, pode-se imaginar a partícula dando um salto quântico em direção ao sol/núcleo. Por outro lado, a partir do momento em que se inicia a expansão (após a metade do Manvantara) a referida partícula passa a saltar quanticamente no sentido oposto, ou seja, afastando-se do seu sol/núcleo, até o final de seu Manvantara.

Assim sendo, creio que a seguinte concepção do ilustre cientista precisa ser repensada: “um elétron que saltou para uma camada de maior energia fica instável e tende a voltar à sua camada de origem. Nessa volta ele devolve a mesma quantidade de energia que havia ganho para o salto”. Justificativas: 1) durante a condensação o salto é para a camada de menor energia e não para a de maior, por se tratar de materialização; 2) durante a expansão, não se pode admitir a existência de “involução” (materialização), ou seja, a referida partícula não pode retornar à sua camada de origem, sob o risco de contrariar o rumo da expansão (espiritualização). Ou seja, Na realidade, após o salto quântico, tanto na contração quanto na expansão, todo o sistema reequilibra-se, retornando à estabilidade, sempre em função da criação/evolução.

É importante citar que no início do Manvantara os supra-humanos modelam os orbes rejuntando o éter cósmico às poeiras cósmicas e formando, com isso, as nebulosas. A partir daí, o binômio matéria/antimatéria é refeito iniciando o processo de solidificação. Ao longo desse período ainda não é permitida a vida vegetal, animal e humana no referido orbe/partícula. Na seqüência, após a total solidificação, o Manvantara desenvolve-se até a máxima expansão prevista.

Após o Juízo Final, uma vez que o planeta esteja totalmente recuperado e ordenado, não haverá mais terremoto. Não mais ocorrerão chuvas fortes ou ventos furiosos. As chuvas virão para nutrir a terra e dar vida às plantas e não para danificar nem para devastar as regiões. Os maremotos desaparecerão e os oceanos trarão suaves marés. Segundo Trigueirinho, as águas não terão mais a salinidade que hoje apresentam. Não haverá temperaturas baixas e nem quentes e nem sujeiras atravessando os mares, como acontece hoje. O planeta estará preparado para servir de base evolutiva aos da direita de Cristo59.

O ser humano, por conquista espiritual, ao ultrapassar o Espaço Planetário Sutil (Espaço Eletrônico Sutil) atingirá o Espaço Sutil Interelétron ou Interastro, ou Interplaneta, que já é o espaço dos supra-humanos ou o espaço absoluto, onde a sensação de tempo é a do eterno presente. Nesse sítio dos seres supra-humanos têm-se o domínio do tempo e do espaço, onde tudo é absoluto e nada é relativo. Em conseqüência, nesse nível, não há passado e nem futuro, há, simplesmente evolução dentro de um contexto em que o tempo e o espaço deixam de ter a importância que os seres reencarnáveis precisam ter.

59 NETTO, José Trigueirinho, Padrões de Conduta para a Nova Humanidade, Ed. Pensamento Ltda, 9ª ed, 1995, p. 160 a 163; Trigueirinho, A Quinta Raça, Ed. Pensamento Ltda, 9ª ed, 1995, p. 98 e Trigueirinho, A Nave de Noé, Ed. Pensamento Ltda, 10ª ed, 1995, p. 99 e 100.

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Portanto, os seres supra-humanos, num nível evolutivo fora da nossa compreensão, navegam, criam, orientam, acompanham, vivem no espaço absoluto que permeia qualquer Macrocosmo ou Microcosmo. No contexto de suas atividades, que estão rigorosamente de acordo com as leis evolutivas universais, eles saem de um Macrocosmo e penetrarem, com facilidade, na intimidade de um Microcosmo. Ou seja, para eles não existem as dimensões macrocósmicas e microcósmicas, pois, nessa dimensão, o espaço é absoluto. Portanto, no ambiente do espaço absoluto não há o grande o pequeno, o curto, o comprido, o estreito, o largo, o lento o rápido, o demorado, o passado, o futuro.

Por outro lado, no mundo dos humanos e inferiores tudo é relativo, pois essa relatividade é um dos instrumentos de evolução. Para se atingir níveis superiores, há necessidade de, antes, fazer as comparações necessárias em busca da visão cósmica. Os seres iniciam no reino animal a sua caminhada espiritual rumo à grandiosidade do Cosmo. Inicia-se como unicelular, passa-se por todas as espécies de todos os gêneros do reino animal até atingir o início da evolução como ser humano. A partir daí, após um intenso aprendizado, o ser humano atinge o auge de sua evolução espiritual, já no final de seu Manvantara. São Tomás de Aquino denominou essa fase suprema da evolução humana como Beatitude. Portanto, a Beatitude é o último estágio evolutivo do ser humano. A partir daí ele ingressa no ambiente dos angélicos, que é próprio dos supra-humanos.

Percebe-se que na natureza não há favoritismo. Todos iniciam as suas respectivas caminhadas como entes espirituais muito simples e, com o passar do tempo, vão somando conquistas dentro de planos evolutivos divinos. Portanto, o unicelular inicia uma carreira espiritual em direção do espaço absoluto e da eternidade ou do tempo absoluto ou do eterno presente. Inicialmente com o corpo material aparente encostado no chão, no pó, o ser vai, gradativamente, erguendo-se, alçando-se no espaço imediato ou vizinho e, ininterruptamente, vai navegando na direção do espaço absoluto. Tudo isso, sem queimar etapas, sempre no contexto das leis universais de evolução.

Conclui-se que o tempo e o espaço, para os entes infra-angélicos, são relativos. Para eles (nós) o que é percebido é apenas uma sensação de tempo. Por sua vez, os espaços são considerados pelo processo da comparação. Para os supra-humanos o tempo e espaço são absolutos. Há também o Espaço Sutil dos Supra-humanos, no momento, inquestionável por nós seres humanos de menoridade espiritual. Assim sendo, eles navegam por todos os espaços existentes no Universo, contribuindo com a criação e com a evolução de todos os seres da natureza. 8. VIAGENS INTERPLANETÁRIAS E INTERSOLARES

Como já foi mencionado, cada astro, no Microcosmo ou no Macrocosmo, possui um espaço sutil próprio ou antimatéria, chamado “Espaço Eletrônico Sutil” ou “Espaço Planetário Sutil”, cada um na sua condição específica. É nesse espaço que os seres desencarnados vivem. Portanto, o referido espaço sutil faz parte do astro, ou seja, o compõe.

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Mais além da estrutura da matéria aparente planetária e do Espaço Planetário Sutil (antimatéria), ou seja, do astro como um todo, encontra-se o espaço absoluto chamado “Espaço Sutil Interplanetas ou Interastros”. As primeiras viagens humanas interplanetárias são realizadas, exatamente, nesse espaço. É importante citar que essa e outras conquistas humanas, nesse setor de atividade, dependem de conhecimentos técnicos específicos, que serão adquiridos de acordo com a evolução espiritual.

A atmosfera terrestre possui, em média, cerca de 480 quilômetros de espessura, sem contar com a sua última camada que é a Exosfera. Apesar de essa última camada possuir uma espessura com cerca de mil quilômetros, o ar existente em seu interior é tão rarefeito que acaba confundindo-se com o espaço cósmico. Por sua vez, as camadas da atmosfera não se distribuem homogeneamente e, por conseguinte, pode-se dizer que a maior parte da atmosfera da Terra, cerca de 80%, está na região situada entre 16 a 17 quilômetros de altura medidos a partir da superfície do planeta. Não existe um lugar bem definido onde se pode dizer que a atmosfera da Terra termina. Por ser uma distribuição gasosa, à medida que se afasta da superfície do planeta a atmosfera vai se tornando cada vez mais rarefeita, até que ela se mistura naturalmente com o espaço interplanetário. Não existe uma borda definida que separe a atmosfera da Terra do meio interplanetário. Nossa atmosfera tem 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio, cerca de 0,9% de argônio, e cerca de 0,03% de dióxido de carbono. Muitas substâncias naturais podem estar presentes em quantidades ínfimas em uma amostra de ar não purificada, incluindo poeira, gotículas de água, cinzas vulcânicas e meteoróides. Vários poluentes industriais também podem estar presentes, tais como o cloro, compostos de flúor, mercúrio elementar e compostos de enxofre, tais como o dióxido de enxofre. As camadas da atmosfera são as seguintes: Troposfera; Estratosfera; Mesosfera; Termosfera; e Exosfera60.

A Troposfera é a camada atmosférica que se estende da superfície da Terra até a base da Estratosfera. Esta camada responde por cerca de oitenta por cento do peso atmosférico e é a única camada em que os seres vivos podem respirar normalmente. A sua espessura média é de aproximadamente 12 km, atingindo até 17 km nos trópicos e reduzindo-se para cerca de sete quilômetros nos pólos. Praticamente todos os fenômenos meteorológicos estão confinados nessa camada.

A Estratosfera situa-se aproximadamente entre 7 e 17 até 50 km de altitude aproximadamente, compreendida entre a Troposfera e a Mesosfera. Apresenta pequena concentração de vapor de água. Muitos aviões a jato circulam na Estratosfera devido à sua estabilidade. É nesta camada que está situada a camada de ozônio e onde começa a dispersão, que origina o azul do céu. A Ozonosfera ou camada de ozônio está contida dentro da Estratosfera.

A Mesosfera está situada entre 50 a 80/85 km de altitude. Portanto sua espessura é de aproximadamente 30/35 km.

A Termosfera está localizada acima da Mesosfera e sua espessura varia entre 350 a 800 km, dependendo da atividade solar. Sua espessura 60 Nota do autor: a camada de ar que envolve a Terra é conhecida como atmosfera.

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média, considerando as diversas regiões do planeta e o regime de influência da atividade solar, é de 400 quilômetros. É a camada onde ocorrem as auroras e onde orbita o ônibus espacial. Portanto, o ônibus espacial norte-americano navega na atmosfera do planeta.

A Exosfera é a camada mais externa da atmosfera. Não se comporta como um fluido. É composta de hidrogênio e hélio. Não existe um limite definido entre o espaço exterior e a atmosfera. Presume-se que esta camada tenha cerca de mil quilômetros de espessura.

A Ionosfera, parte da atmosfera ionizada pela radiação solar, estende-se de 50 a 1.000 km de altitude, englobando a Mesosfera a Termosfera e parte da Exosfera. Tem importância prática e influencia, por exemplo, a propagação radioelétrica sobre a Terra.

Portanto, no total, a atmosfera da Terra, considerando a Exosfera, chega a uma espessura média de 1500 quilômetros. Essa distância, em determinadas posições do planeta, pode ser menor ou maior. Por ser a atmosfera constituída por gases torna-se muito difícil medir, com exatidão, as dimensões de cada camada e, em conseqüência, de toda a atmosfera. Porém, pode-se concluir que a espessura de matéria aparente da Terra compreende a sua parte sólida e a sua parte gasosa, ou seja, a sua atmosfera. Portanto, a atmosfera faz parte da matéria aparente do planeta.

Por outro lado, a Lua, que é o único satélite natural da Terra, situa-se a 384.405 km de distância do nosso planeta. Portanto, muito mais além do limite externo da nossa atmosfera. Considerando que a Lua faz parte da Terra, pode-se concluir que o ser humano do nosso planeta ainda não conseguiu fazer uma viagem interplanetária tripulada.

Dentro desse contexto fica a pergunta: até onde se estende o Espaço Planetário Sutil da Terra, ou seja, até onde se estende a nossa antimatéria ou o nosso mundo paralelo (ou mundo astral)?

Nós, seres humanos do planeta Terra, pela nossa atual pequenez intelectual e, principalmente, espiritual, ainda não estamos em condições de realizar viagens interplanetárias e, muito menos, viagens intersolares. A viagem tripulada mais distante que o atual homem do planeta Terra pode fazer é até a Lua, seu satélite natural. O ônibus espacial e os satélites artificiais orbitam na Termosfera, ou seja, a uma distância próxima dos 400 quilômetros da superfície da Terra. Ou seja, o ônibus espacial tripulado afasta-se muito pouco da superfície do planeta. A distância atingida pelo ônibus espacial é 961 vezes mais curta que uma viagem até a Lua. Ambas as viagens são feitas dentro do espaço do planeta. Portanto, o homem da Terra ainda está enclausurado nas dimensões do referido orbe.

A partir daí, qualquer viagem que penetre em áreas não pertencentes ao planeta está penetrando no espaço absoluto, ou mais precisamente no Espaço do Éter Cósmico. Esse espaço, que ainda não é o Espaço Sutil dos Supra-Humanos, está aberto às viagens interplanetárias feitas pelos humanos de qualquer planeta ou elétron, sob condições especiais.

Para conquistar essa tecnologia, os seres humanos, de qualquer orbe, necessitam atingir um nível espiritual compatível com essa nova empreitada.

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Com relação ao ser humano do planeta Terra há, ainda, necessidade de se conquistar um corpo de matéria aparente e um corpo perispiritual ou corpo de antimatéria mais sutil que o atual. Nossos corpos ainda estão muito densos. Para isso, há necessidade de se melhorar o inter-relacionamento entre as pessoas. Isso só será possível após o Juízo Final, que está próximo.

Como já foi mencionado, após o Juízo Final, o planeta Terra perderá densidade, alterará suas velocidades de rotação e translação e terá menos pressão atmosférica, ou seja, estará mais sutilizado em comparação com os dias atuais. Dentro da mesma proporcionalidade de sutilização que ocorrerá no planeta, a nova humanidade ou a humanidade do Reino de Deus, ou os da direita de Cristo, estarão, também, mais sutilizados. Estarão, portanto, mais próximos do entendimento racional do espaço e tempo absolutos, da relação Microcosmo/Microcosmo e de Deus.

Para se realizar uma viagem interplanetária ou interelétron há necessidade de se utilizar de altas velocidades, ou seja, de velocidades próximas ou superiores a da luz. Para isso, há necessidade de se usar a tecnologia da desmaterialização/materialização, o que só é possível para determinados níveis de sutilização corporal.

As naves tripuladas ao atingirem o espaço absoluto entram em contato com um mundo diferente, ou seja, com o mundo do éter cósmico, que é o mundo da antimatéria no seu mais alto grau de sutilização. Na realidade, entram no mundo do tempo e do espaço absolutos. Os supra-humanos vivem, naturalmente, nesse mundo que é deles, por conquista espiritual. A evolução nesse mundo não depende de comparação, ou seja, não depende da relatividade das coisas. Já os humanos, mesmo os mais adiantados espiritualmente, por possuírem, ainda, uma vibração energética inferior, só podem penetrar nesse mundo dentro de naves que possuam gravidade própria e outras condições especialíssimas. Quanto mais o ser humano se aproxima do final do seu Manvantara mais ligado ao espaço absoluto fica, e, portanto, as viagens interplanetárias e intersolares tornam-se rotina. Hoje o planeta Terra, como já foi dito, ainda não dispõe dessa possibilidade.

Portanto, as dificuldades ou facilidades que cada nave tem ao realizar uma viagem interplanetária são proporcionais ao nível espiritual da civilização construtora da referida nave. Quanto mais evoluída for a referida civilização mais sutil ou desmaterializada será a nave e, portanto, mais capacidade terá para penetrar no espaço absoluto. Assim sendo, acaba chegando o dia em que as viagens interplanetárias ou intersolares ou intergaláxias, ou ainda mais, serão feitas naturalmente. Nessa linha de evolução, chegará o dia, também, em que o ser, agora, supra-humano, pertencerá totalmente ao espaço absoluto, não precisando mais de nave espacial para o seu deslocamento nesse grandioso ambiente.

Enquanto estiver utilizando a nave espacial o ser humano convive com uma dupla influência: a da própria nave e a do espaço e tempo absolutos. De acordo com o raciocínio anterior, na medida em que o ser humano for se aproximando do final de seu Manvantara vai, naturalmente, aumentando, sobre si, a influência do ambiente em que navega e diminuindo a influência da própria

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nave, que, por sua vez, vai sutilizando-se cada vez mais. Portanto, a influência energética da nave é a mesma do planeta da civilização construtora.

O supra-humano, em virtude de sua alta capacidade espiritual, vive, naturalmente, no espaço absoluto que permeia, simultaneamente, o Microcosmo e o Macrocosmo. Nesse caso, a sensação de tempo é a do eterno presente e a de espaço é a da atingibilidade das distâncias, pois os deslocamentos são feitos com velocidades inimagináveis, praticamente a do pensamento. Nesse caso, há que se considerar a potência energética do pensamento de um ser supra-humano. Na realidade, nessa dimensão, os espaços não são relativos, não há o pequeno nem o grande, o espaço é absoluto. Daí a indiferença de se navegar no espaço do Microcosmo ou do Macrocosmo. É importante lembrar, também, que o Microcosmo de um Macrocosmo é, simultaneamente, o Macrocosmo de outro Microcosmo e assim sucessivamente em direção ao infinito. Por sua vez, o Macrocosmo de um Microcosmo é, simultaneamente, o Microcosmo de outro Macrocosmo e assim sucessivamente em direção ao infinito. Um espaço microcósmico comparado com um espaço macrocósmico imediato, em virtude das incríveis diferenças, é inimaginável para as mentes humanas que comparam tudo, pois para elas (nós) tudo é relativo. Por outro lado, para as supramentes dos supra-humanos tudo é absoluto. Nesse caso, navegar no Espaço Sutil Interelétron de um átomo qualquer de um Microcosmo qualquer na dimensão, por exemplo, MI-100 em relação a um ponto de referência qualquer, ou seja, cem microcosmos em direção do infinito dos micros, é a mesma coisa que navegar no Espaço Sutil Interplanetário de um sistema solar qualquer de um Macrocosmo qualquer na dimensão, por exemplo, MA100 em relação a um ponto de referência qualquer, ou seja, cem macrocosmos em direção do infinito dos macros61.

Uma nave, após navegar no espaço/tempo absolutos, ao voltar para a sua base planetária ou eletrônica volta para uma relação de tempo/espaço relativos. Para realizar essa tarefa é imprescindível que se atinja a velocidade da luz ou superior. Para isso, é necessário, também, que se conquiste a tecnologia da desmaterialização/materialização. Na verdade, quanto mais evoluída (sutilizada/espiritualizada) for a sociedade humana mais desmaterializada será. Assim sendo, mais facilidade terá para a realização dessas viagens.

Conforme o nível de evolução que se considere, pode-se imaginar que a referida nave ao voltar para a sua base planetária ou eletrônica, após conviver por um determinado tempo no espaço/tempo absolutos, encontrará a sua sociedade num tempo relativo diferente, comparado com a sua partida. Isso se dá em virtude de que no espaço absoluto a sensação de tempo é a do eterno presente. Ou seja, pode-se passar um determinado tempo relativo no espaço/tempo absolutos tendo uma sensação de que o tempo não passou.

Na medida em que a sociedade humana for evoluindo, ou seja, for se aproximando do final de seu Manvantara, vai, gradativamente, diminuindo as

61 Nota do autor: está-se considerando, didaticamente, “MI” como o símbolo de um Microcosmo qualquer e MA como o símbolo de um Macrocosmo qualquer. Como se sabe, um MI qualquer é, simultaneamente, um MA qualquer. Trata-se, portanto, de uma relatividade infinita. O MI tende para MI-∞ e o MA para MA+∞. Porém, sempre o MI-∞ confunde-se com o MA+∞.

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variações de tempo relativo ao retornar de uma viagem no ambiente do espaço absoluto. Isso significa dizer que, conforme o nível espiritual da sociedade em questão, os tripulantes e passageiros de uma nave ao retornarem à sua base planetária podem encontrá-la num tempo relativo desproporcional a sua sensação de tempo. Ou seja, podem encontrar a referida sociedade aparentemente mais envelhecida. Por outro lado, pode-se, também, imaginar que, tripulantes e passageiros mais evoluídos espiritualmente, que no exemplo anterior, pouco ou quase nada sentirão ao retornarem à sua base planetária, pois essa sociedade, por certo, já estará mais próxima, por questão de nível espiritual, da sensação do eterno presente.

O ser humano no final de seu Manvantara, ou seja, já na fase de Beatitude ou praticamente no final de seu curso como humano e, portanto, quase um supra-humano (Angelitude), já consegue dar os primeiros passos nas dimensões do Microcosmo Imediato (MI-1) e, também, do seu Macrocosmo Imediato (MA1) na condição de Microcosmo. Nessa situação, o quase supra-humano praticamente já convive com o tempo e o espaço absolutos, em face da sua já grandiosa visão cósmica adquirida ao longo de sua caminhada evolutiva. Portanto, a questão fundamental é a evolução, o tempo e o espaço são apenas instrumentos62.

A partir daí, o Universo está à disposição dos seres angélicos para colaborarem com a criação e evolução de outros seres. Tudo é feito em função da evolução, que é infinita.

É interessante considerar que a velocidade da luz no vácuo é definida como 299.792.458 metros por segundo ou cerca de 300 mil quilômetros por segundo. Essa velocidade é menor quando a luz penetra em um meio material transparente, tal como o vidro ou o ar. De acordo com a moderna física teórica, toda radiação eletromagnética, incluindo a luz visível, se propaga (ou se move) no vácuo a uma velocidade constante, chamada de velocidade da luz, que é uma constante da Física.

Devido às suas características, a luz visível exibe, simultaneamente, propriedades de onda e partícula. Portanto, ela se comporta não apenas como onda contínua, porém, também como partícula. Segundo Einstein, fóton é um quantum de luz, ou seja, é uma quantidade de energia que representa as partículas elementares (prótons, nêutrons e elétrons). Quando observadas, apresentam-se ora como corpúsculos e ora como ondas, tudo dependendo da velocidade com que estão navegando.

De acordo com a Filosofia Quântica, quanto mais evoluídos espiritualmente forem os habitantes que vivem nessas partículas (orbes), mais velozes as

62 Nota do autor: segundo São Tomás de Aquino, a beatitude final é a perfeição última do homem, condição que o permite participar dos regozijos dos anjos. De acordo com a ordem da natureza o intelecto dos anjos é superior ao intelecto dos humanos. Logo, a perfeição última do intelecto dos homens está em se unir aos anjos, mesmo que seja apenas pela contemplação. É exatamente nessa contemplação que consiste a felicidade última do homem. A partir daí, o ciclo evolucionista entra em um nível superior ao dos humanos, que é o dos anjos ou dos angélicos, ou dos supra-humanos.

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mesmas se deslocam nas suas respectivas trajetórias. Assim sendo, as referidas partículas apresentam, no geral, uma dualidade de propriedades. Por essa razão elas são consideradas como objetos quânticos. Portanto, objeto quântico é uma partícula elementar que ora é observada como partícula e ora como onda. Em ambos os casos as referidas partículas se movem a altíssimas velocidades, chegando até a velocidade da luz. Consequentemente, partículas podem navegar com velocidades próximas a da luz.

Por conseguinte, um elétron qualquer que esteja vivendo os últimos momentos de seu Manvantara encontra-se numa situação especial, ou seja, movimenta-se a altíssimas velocidades e, por isso, pode ser considerado como onda. Por outro lado, um elétron que esteja vivendo no mais alto grau de sua materialidade/solidez (metade de seu Manvantara) pode ser considerado como partícula. Conforme a fase já vencida do seu Manvantara, um elétron pode ser confundido ora como onda ora como partícula (fase intermediária). Ou seja, cada caso é um caso, cada elétron/planeta encontra-se numa situação própria. Porém, toda partícula caminha, inexoravelmente, para uma situação de onda.

Conjugando a Física Quântica com a Filosofia Quântica, pode-se deduzir que o planeta Terra é um fóton, assim como qualquer elétron de seu Microcosmo Imediato também é um fóton. O sol e o núcleo também são constituídos por fótons, ou seja, tudo no Universo navega a altíssimas velocidades, uns inclusive na velocidade da luz. Por certo, os planetas/elétrons estão mais para partículas e os prótons e nêutrons mais para ondas. Alguns elétrons viajam próximos da velocidade da luz, em virtude da alta sutilização que atingiram. Os habitantes desses elétrons já se encontram no final de seus respectivos manvantaras. Nesse caso, como já foi mencionado, eles se apresentam mais como ondas do que como partículas. Portanto, a velocidade da luz visível é o resultado da velocidade dos fótons que a constitui.

É importante citar que a velocidade da luz, nesse contexto, também é relativa, ou seja, tomando-se como referência o nosso Macrocosmo Imediato, pode-se deduzir que a “sensação” de grandeza da velocidade da luz sentida pelos habitantes de um Microcosmo na dimensão MI-100 é exatamente a mesma sentida pelos habitantes de um Macrocosmo na dimensão MA100, desde que os referidos habitantes estejam no mesmo grau de evolução espiritual. Em conseqüência, os supra-humanos, que têm livre acesso às infinitas dimensões de macrocosmos e microcosmos, se deslocam nesse ambiente com a velocidade do pensamento “deles”, ou seja, muitíssimo superior à velocidade da luz “local”.

Um elétron/planeta ao atingir uma alta velocidade, próxima a da luz, no seu movimento de translação, na relatividade de seu ambiente, indica que a sua civilização já atingiu o final de seu Manvantara. Para que isso aconteça é necessário que esse astro já tenha se expandido ou se sutilizado o suficiente para que esse fenômeno possa ocorrer. Na realidade, tudo ocorre no seu devido momento, obedecendo às regras universais rígidas de evolução.

Considerando que os prótons e neutros navegam no interior do núcleo/sol com velocidade da luz, pode-se deduzir que esse mundo não é dos humanos, mas sim dos supra-humanos.

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Portanto, em alguns casos um fóton atua como uma partícula e em outros como uma onda. Assim sendo, de acordo com a conhecida dualidade partícula-onda da mecânica quântica, é natural que os fótons apresentem ambos os aspectos na sua natureza, de acordo com as circunstâncias que se encontrem. Normalmente, a luz é formada por um grande número de fótons, tendo a sua intensidade (brilho) ligada ao número deles. É essa característica que dá limite à sua velocidade.

Com já foi dito, os elétrons/planetas navegam a altíssimas velocidades, porém os prótons e nêutrons, ou núcleons, navegam a uma velocidade ainda mais extraordinária no interior do núcleo (sol), chegando igualar à velocidade da luz. Baseado nisso, a teoria da relatividade demonstrou que a massa nada tem a ver com qualquer substância, sendo, isso sim, uma forma de energia. Se não fosse dessa forma seria duvidoso dizer que a massa atômica está no núcleo, onde suas partículas deslocam-se com velocidades próximas à da luz. O fato de a massa de uma partícula ser equivalente a certa quantidade de energia significa que a citada partícula não pode mais ser considerada como um objeto estático, mas, sim, que ela deve ser concebida como um modelo dinâmico.

Os elétrons que giram em volta do núcleo são aí mantidos por forças de atração. Se a estes for fornecida energia suficiente eles abandonarão as suas órbitas, alterando o estado da partícula e, também, do núcleo a que pertence. Isso ocorrerá, proximamente, com o planeta Terra, após os extraordinários acontecimentos do Juízo Final (salto quântico).

No contexto do nosso Universo identificado a luz leva milhões de anos terrestres para atravessá-lo. Ou seja, para uma nave espacial tripulada conseguir atravessar o referido espaço, com o mesmo desempenho da luz, levará, também, milhões de anos nessa empreitada. Portanto, em virtude da imensidão do espaço, a velocidade da luz é muito restrita no contexto.

Para se realizar viagens interplanetárias há necessidade de uma determinada sociedade humana, habitante de um Microcosmo ou Macrocosmo qualquer, conquistar, numa primeira fase, a tecnologia da desmaterialização/materialização. Posteriormente, outras tecnologias serão conquistadas e novos contatos com inteligências superiores serão concretizados, permitindo novos avanços, ou seja, permitindo viagens intersolares e mais além. Essas viagens serão feitas partindo do mais simples para o mais complexo. Tudo é feito de acordo com o nível intelectual e, principalmente, espiritual da sociedade em questão. De uma maneira geral, o ser humano está restrito ao seu Macrocosmo Imediato, que é infinito.

Portanto, a partir de um determinado nível de conhecimento e espiritualidade, o ser humano conquista o direito de fazer viagens no espaço absoluto utilizando o que é chamado de dobras do tempo ou dobras do espaço, onde se consegue vencer distâncias astronômicas com a sensação de instantaneidade. Nesse momento de conquista espiritual, o ser humano perceberá como é restrita a velocidade da luz.

As referidas dobras do tempo ou do espaço só serão utilizadas quando a sutilização das naves já estiverem próximas da sutilização do ambiente do éter cósmico ou do espaço/tempo/velocidade absolutos. Portanto, essas dobras, ou saltos quânticos, permitem vencer distâncias astronômicas hoje inimagináveis

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pela nossa mente de pouca visão cósmica. Assim sendo, poder-se-á, no final de nosso Manvantara, realizar viagens intergalácticas com a sensação de instantaneidade.

Comparativamente, pode-se deduzir que entre a tecnologia das primeiras viagens interplanetárias (com velocidades próximas a da luz) e a tecnologia das viagens intergalácticas (com saltos quânticos) há uma tecnologia intermediária em que as naves espaciais conseguem navegar com velocidades muito superiores a da luz, ultrapassando a cem vezes. Tudo isso está proporcionalmente ligado ao nível espiritual dos seres viajantes.

Considerando que, de acordo com a física básica, a velocidade está intimamente relacionada com espaço e o tempo, ou seja, que, matematicamente, a velocidade é espaço dividido pelo tempo ou o espaço é o produto da velocidade pelo tempo, pode-se concluir que, semelhantemente ao espaço/tempo, a velocidade também é relativa. Assim sendo, pode-se concluir que a sensação da velocidade da luz é a mesma no contexto de qualquer Microcosmo ou Macrocosmo.

Dentro desse raciocínio, pode-se dizer que a sensação de tempo/espaço/velocidade sentida no contexto do nosso sistema solar é a mesma sentida no contexto de qualquer átomo de nosso Microcosmo Imediato (MI) ou em qualquer sítio do Cosmo infinito, desde que os observadores estejam no mesmo nível de evolução espiritual. Porém, os seres humanos, habitantes de qualquer Microcosmo ou Macrocosmo, estão restritos ao ambiente cósmico em que vivem, podendo realizar suas viagens interplanetárias e intersolares nesse ambiente, que é, também, infinito. Somente os supra-humanos podem navegar, com plenitude, no espaço/tempo/velocidade absolutos, saindo de uma dimensão micro e penetrando numa dimensão macro ou vive-versa.

Assim sendo, pode-se imaginar uma nave espacial desmaterializada navegando no Espaço Sutil Interelétron, de um átomo qualquer do Cosmo, na velocidade da luz, percorrendo, relativamente, distâncias astronômicas no seu contexto. Como já foi mencionado, os seres humanos podem navegar no Espaço do Éter Cósmico.

Em conseqüência, há infinitos viajantes interplanetários ou intersolares ou interelétrons ou internúcleos, tendo cada um uma sensação de tempo/espaço/velocidade de acordo com o seu nível espiritual, no contexto de seus respectivos manvantaras.

A luz solar que vemos todos os dias é a chamada luz visível, que é constituída por feixes de fótons. Na sua origem, ou seja, no interior do nosso Sol, as partículas elementares (nêutrons e prótons ou núcleons) navegam com velocidade igual a da luz, proporcionando reações químicas que resultam em altíssimas temperaturas e, em conseqüência, em luz. Essa luz espalha-se esfericamente alimentando todos os astros que giram no seu planetasfera (eletrosfera).

Como se sabe, a luz do nosso Sol leva cerca de oito minutos para chegar à nossa superfície, portanto, pode-se dizer que, relativamente, leva muito tempo. Essa relativa lentidão dá-se em virtude das características materiais que possuem os referidos fótons. Considerando, portanto, que a luz visível compõe

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o sistema universal da matéria aparente, pode-se deduzir, de imediato, que a mesma, no seu conjunto global, é composta, também, pela antimatéria, que, na realidade, é a seu componente definitivo. Portanto, a luz também é constituída pela matéria aparente e pela antimatéria. A parte de matéria aparente ou a visível, apesar de sua sutileza, possui um grau de luminosidade possível de ser visto pelos seres humanos momentaneamente encarnados - tem origem na energia térmica. Por sua vez, a luz invisível é componente da antimatéria. Portanto, o nosso Sol, como referência, possui uma luz material e uma luz imaterial, esta com uma sutilidade inimaginável por nós seres humanos do planeta Terra, que ainda vivemos na menoridade espiritual. Assim sendo, o sol visto pelos seres humanos momentaneamente desencarnados, que vivem no Espaço Planetário Sutil (Espaço Eletrônico Sutil), é de pura energia, com luminosidade mais acentuada, não tendo origem térmica. Trata-se, portanto, de uma origem espiritual de altíssima freqüência. Quando a nossa civilização iniciar a sua fase de maioridade espiritual, pós Juízo Final, começará a adquirir capacidade para entender, com clareza, essas particularidades da natureza. Somente após essa conquista espiritual e intelectual passaremos a ter acesso às tecnologias necessárias para viajar no espaço/tempo/velocidade absolutos.

No momento, um dos enigmas da ciência do nosso planeta é o Buraco Negro. Um Buraco Negro clássico é um objeto com campo gravitacional tão intenso, pela sua dimensão e densidade, que a velocidade de escape de sua influência se iguala à velocidade da luz. Nem mesmo a luz pode escapar do seu interior, por isso o termo negro (cor aparente de um objeto que não emite nem reflete luz, tornando-o de fato invisível). Portanto, um Buraco Negro, fisicamente, é um lugar de onde nem mesmo a luz pode escapar.

No contexto desse raciocínio, pode-se imaginar a existência de um astro de dimensão, de densidade e, portanto, de força gravitacional tão grande que uma nave tripulada para sair de sua influência, ou seja, para romper a sua força de gravidade, tenha que ser impulsionada com uma velocidade superior a da luz. Nesse caso, o raciocínio lógico, não científico, é imaginar esse astro como sendo uma enorme estrela ou, pelas suas características, como um Buraco Negro, situada no centro de uma galáxia 63.

Uma estrela de dimensão considerável no contexto cósmico em que vive, após uma longa expansão, entra em colapso (final de Manvantara) tornando-se num Buraco Negro. A partir daí começa a atrair, para o seu interior, todo um sistema complexo de astros que gira em seu redor. O tempo relativo necessário para que isso se concretize é rigorosamente sincronizado com o tempo relativo previsto para o término do Manvantara de todo o subsistema em questão. Portanto, essa grande estrela, por ser um Buraco Negro, não é mais vista pelos

63 Nota do autor: segundo a ciência, velocidade de escape é a velocidade mínima necessária para que um corpo qualquer consiga escapar da gravidade de um determinado astro, não mais retornando a ele. A velocidade de escape na superfície da Terra é 40.320 Km/h. Na superfície da Lua, onde a gravidade é mais fraca, é 8.568 Km/h e na superfície gasosa do gigantesco Júpiter é 214.200 Km/h. A velocidade de escape de um Buraco Negro é superior à velocidade da luz, que é aproximadamente 1.080.000.000 Km/h (300.000 km/s).

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seres humanos de pouca visão cósmica que vivem em outros sítios da galáxia. Trata-se, nesse caso, apenas da luz visível.

Essa grande estrela ou Buraco Negro, por sua vez, gira em torno de outra estrela ainda maior e assim sucessivamente. Essa seqüência, segundo Allan Kardec, no seu livro “A Gênese”, desenvolve-se indefinidamente. Isso é possível ao se considerar a existência infinita de sucessivos microcosmos e macrocosmos. Portanto, de acordo com esse raciocínio, há infinitos buracos negros no Cosmo. Ou melhor, há infinitos buracos negros no contexto de um simples elétron.

Portanto, sou de parecer que Buraco Negro não é, simplesmente, uma região do espaço, más sim uma estrela de considerável grandeza. Pela grandiosidade de sua atração ela é capaz de engolir, progressivamente, toda a sua redondeza cósmica.

Um determinado Buraco Negro ao atrair para o seu interior todo um subsistema complexo de astros, acaba atraindo, também, uma infinidade de microcosmos e macrocosmos que os compõem. Nesse contexto, são atraídos, simultaneamente, infinitos buracos negros. Junto com tudo isso é atraído, também, infinitos seres humanos em pleno desenvolvimento espiritual, todos atrelados a um determinado Manvantara. Pela diferença de dimensão entre um Microcosmo Imediato e seu Macrocosmo Imediato, um subsistema não prejudica o desenvolvimento de outro. Essa é mais uma das grandiosidades da natureza! Como já foi mencionado, a Energia Negra Escura é considerada pela ciência como uma forma hipotética de energia que estaria distribuída por todo o espaço sideral e que tende a acelerar a expansão do Universo. Portanto, a principal característica da Energia Negra é a sua oposição, em larga escala, à gravidade. Trata-se, pois, de uma forte pressão negativa. Considerando que a expansão de toda a matéria aparente e de sua antimatéria é realizada divinamente em função da evolução espiritual de todos os gêneros e espécies que habitam o Universo, pode-se concluir que a Energia Negra não é apenas uma forma hipotética de energia e sim uma forma real.

Portanto, ambos os fenômenos - Buraco Negro e Energia Negra - são fenômenos da natureza que se completam, em função da evolução universal. Isso quer dizer que, no contexto de um Manvantara, a Energia Negra atua em benefício da expansão ou espiritualização dos orbes em questão e o Buraco Negro, por sua vez, atua no final do referido Manvantara, contribuindo para a desagregação da matéria aparente. Portanto, o Buraco Negro está intimamente ligado ao término de manvantaras e a Energia Negra ao desenvolvimento dos mesmos, tudo em função da evolução em todos os níveis.

Por outro lado, Matéria Negra ou Escura é a mistura do éter cósmico (antimatéria no seu mais alto grau de sutilização) com a poeira cósmica (matéria aparente no seu mais alto grau de sutilização). Essa mistura encontra-se no Cosmo à disposição dos supra-humanos para, por meio da química universal, unir, mais uma vez, a matéria aparente (poeira cósmica) com a antimatéria (éter). Esse extraordinário processo universal dá origem às nebulosas e estas aos astros. Portanto, as nebulosas (início de Manvantara) são o resultado da formação do binômio - matéria aparente/antimatéria.

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Considerando a multiplicidade de microcosmos e macrocosmos, pode-se deduzir que infinitos sistemas solares e infinitos sistemas atômicos podem estar, em conjunto, sofrendo a influência da Energia Negra e, simultaneamente, integrando um orbe que, em final de missão, esteja sendo atraído por um Buraco Negro.

Como se sabe, toda a matéria aparente tem um princípio, uma longa vida e um fim, tudo em função da evolução dos infinitos seres da natureza, considerando aí todos os reinos. Portanto, as estrelas, depois de permanecerem um longo tempo brilhando e convertendo o seu hidrogênio em hélio, entram em colapso.

No fim da vida de uma estrela, o que significa o final dos manvantaras de todos os planetas envolvidos, diversas fenômenos podem acontecer, dependendo da quantidade de sua massa. Algumas sofrem perda de matéria por meio de pequenas explosões, formando outras estrelas menores chamadas, cientificamente, de Novas. Outras sofrem destruição completa, num evento de ordem galáctica que pode ser visto por distâncias enormes. Surgem daí as Supernovas. Nesse processo há que se considerar, também, a função dos buracos negros, que, após sugarem todo o sistema existente de matéria aparente que se encontra em suas respectivas áreas de influência, sem prejuízo para a evolução global, também explodem, surgindo daí uma enorme quantidade de poeira cósmica. Esse “Big Bang” dá origem, por atuação dos supra-humanos de elevada capacidade espiritual, a galáxias, grupo de galáxias, etc..

Em regra, um Buraco Negro, após cumprir integralmente a sua missão como instrumento de diversos manvantaras, também explode. É interessante citar que a poeira cósmica resultante desse fenômeno é constituída por uma infinidade de microcosmos e macrocosmos que, por sua vez, não são afetados em suas respectivas estruturas atômicas. Em conseqüência, os seus infinitos manvantaras, também, não são afetados. Eis aí uma das grandes maravilhas da natureza!

“Big Bang” (grande explosão em inglês) é o nome dado pelos cientistas à teoria que tenta explicar a origem de todas as coisas, ou seja, a origem do nosso Universo identificado. Segundo essa teoria, em um determinado momento, toda a energia existente estava concentrada em um ponto astronômico e por excesso de pressão ocorreu uma enorme explosão, dando origem às galáxias e a todos os seus componentes. A partir dessa explosão o Universo iniciou um processo de expansão. Alguns cientistas julgam que, após um determinado tempo astronômico, o Universo retornará ao antigo processo de concentração e assim sucessivamente. Pode-se deduzir daí que esse ponto astronômico nada mais é do que um Buraco Negro em final de missão. Assim sendo, deduz-se, também, que já ocorreram infinitos “Bigs bangs” no Universo. O nosso Universo identificado, então, é o resultado de apenas um desses Bigs bangs.

Dentro dessa idéia, após o Big Bang, inicia-se a formação das galáxias, dos grupos de galáxias, enfim, de todo um Universo, ou, em outra dimensão, de um grupo de moléculas. Portanto, após a solidificação das nebulosas, resultado da modelagem da poeira cósmica com o éter, o subsistema inicia uma nova

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expansão que continua de forma contínua até que todos os manvantaras envolvidos estejam concluídos. A partir daí, a estrela especial que controla o referido subsistema entra em colapso e interrompe a referida expansão, iniciando a inexorável atração como um Buraco Negro. Essa concentração, ao atingir o máximo de densidade, onde toda a energia é concentrada num ponto astronômico, provoca outro Big Bang, e, assim, sucessivamente.

Portanto, os seres supra-humanos, de altíssima capacidade espiritual, planejam e executam as referidas modelagens; os diversos manvantaras; as ligações necessárias entre as diversas dimensões de microcosmo e macrocosmo, sem ferir a individualidade evolutiva de cada dimensão; as expansões astronômicas de acordo com as regras universais de evolução; as explosões parciais de todos os subsistemas que concluírem seus respectivos manvantaras (surgimento de estrelas novas); idem para as explosões totais de estrelas formando as supernovas; os buracos negros e todo processo de atração; o ponto astronômico com a máxima concentração de energia; e, finalmente, o Big Bang. A partir daí todo esse processo se repete eternamente.

No contexto de um Universo os subsistemas que o compõem estão em fases diferentes de evolução, ou seja, os seus respectivos manvantaras encontram-se em graus evolutivos diferentes. Por essa razão, ao longo da expansão do referido Universo ocorrem o desaparecimento de vários subsistemas solares e o surgimento de outros (estrelas novas e supernovas). Em conseqüência, um Buraco Negro só se transforma num ponto astronômico de altíssima concentração de energia após o término dos manvantaras de todos os orbes que compõem o Universo que lhe rodeia64.

Para cada Manvantara planetário/eletrônico há um supra-humano (angélico) responsável, sendo auxiliado por uma equipe de outros supra-humanos. Ao final do Manvantara em questão são formados outros supra-humanos, que iniciam uma caminhada eterna sob outras condições. Os responsáveis pelo referido Manvantara, no final da missão, dão um salto de qualidade espiritual, no contexto da linha evolutiva. Assim sendo, um supra-humano responsável pelo Manvantara de um planeta passa a ser o supra-humano responsável por um sistema solar e assim sucessivamente. Portanto, há supra-humano responsável por um Cosmo de Galáxias de Universos e isso representa apenas uma pequena porção de uma substância qualquer numa dimensão microcósmica, em relação ao Macrocosmo de referência.

Infinitos microcosmos, macrocosmos e manvantaras exigem, em contra partida, uma infinidade de seres supra-humanos, pois a criação é, também, infinita.

A duração de um Manvantara de um determinado subsistema, em relação ao contexto, é como se fosse um simples piscar de olhos. Realmente, o eterno presente ainda é inconcebível por nós seres humanos que ainda estamos vivendo na metade do nosso Manvantara.

64 Nota do autor: os cientistas consideram cada Universo tendo 2 trilhões de Galáxias, contendo, em média, 200 bilhões de estrelas em cada Galáxia. Por outro lado, cada Galáxia de Universos teria 200 bilhões de Universos. Para formar um Cosmo de galáxias de Universos tem que se multiplicar esse número por mais um trilhão.

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Como já foi mencionado, Manvantara é o período de evolução contado desde a formação da nebulosa (matéria aparente e antimatéria) de um determinado astro ou subsistema até a sua dissolução, retornando à sua expressão anterior. Trata-se, portanto, de um Grande Plano de Evolução. Nesse período, um ser unicelular, após um tempo mais ou menos longo de evolução, passando por todos os gêneros e espécies do reino animal e por todas as fases de desenvolvimento espiritual do reino humano atinge, em termos de capacidade espiritual, o limiar do início do desenvolvimento dos supra-humanos. Ou seja, o período escolar da natureza chamado de Manvantara é suficiente para tornar um ser unicelular num ser humano da mais alta evolução espiritual, denominado por São Tomás de Aquino de Beato (Beatitude). Ao terminar o Manvantara, os seres ingressam na fase evolutiva dos supra-humanos ou, segundo São Tomás de Aquino, na fase do desenvolvimento dos Angélicos (Angelitude). A partir daí não há mais necessidade de reencarnações e os instrumentos de evolução, até então utilizados, são substituídos por outros. A verdade é que, no decorrer desse processo evolutivo, as reencarnações vão, progressivamente, diminuindo até zerar.

A ciência estima que uma estrela Supernova é um corpo celeste surgido da explosão de uma estrela com massa, no mínimo, superior a dez vezes a massa do nosso Sol. Dentro desse raciocínio, pode-se imaginar que uma estrela Supernova é o resultado da explosão de uma estrela de tamanho considerável, porém inferior a uma estrela que deu origem a um Buraco Negro. Por outro lado, a nossa estrela mãe não tem massa suficiente para terminar seus dias explodindo como uma estrela de massa considerável, mas seu desequilíbrio final pode transformá-la numa estrela gigantesca, que engolirá os seus planetas, calcinando-os. Esse é mais um instrumento da natureza em benefício da evolução global. É muito provável que a natureza disponha de outros instrumentos para esse fim. No final, toda a matéria aparente desintegra e, em conseqüência, tudo renasce!

Considerando que todo o sistema composto por matéria aparente e antimatéria, tanto no Microcosmo como no Macrocosmo, está em constante expansão, pode-se imaginar, também, que os astros que o compõe (grupo de galáxias, galáxias, sóis, átomos, grupo de átomos, moléculas, etc.), também se encontram em constante expansão, alterando, periodicamente, as suas características em busca da sutilização total.

A expansão do subsistema e dos astros que o compõe é sincronizada com a evolução espiritual dos seus habitantes. Isso quer dizer que o subsistema em questão só para de se expandir quando o seu Manvantara chega ao fim. Nessa situação, os humanos, aí residentes, atingem o nível espiritual compatível para ingressarem, definitivamente, no mundo dos supra-humanos. Nesse processo, se houver necessidade, os técnicos siderais, ou os angélicos, ou os supra-humanos, realizam migrações, que é muito comum acontecerem na gestão global.

Em termos gerais, o Cosmo está sempre em expansão. Em termos particularizados há limites. Como já foi citado, no início do Manvantara as nebulosas entram em processo de contração, ou seja, solidificação (sucessão

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de saltos quânticos negativos). Somente após a solidificação completa, o orbe inicia o processo de sutilização, expansão (sucessão de saltos quânticos positivos). Por sua vez, a expansão ou sutilização de um subsistema qualquer vai até a explosão do astro mãe desse subsistema. No início do processo, as estrelas novas e as supernovas reequilibram o ambiente astral e, posteriormente, iniciam uma nova caminhada evolutiva, dando origem a novos manvantaras. Assim sendo, o novo início de expansão, nesse local, começa a se manifestar de acordo com os planos siderais. Tudo é absolutamente sincronizado. Portanto, na medida em que as explosões solares vão acontecendo outras estrelas vão nascendo nas diversas galáxias e dessa forma a criação continua. Os manvantaras, portanto, se sucedem ininterruptamente no Universo. Segundo a Lei da Conservação da Matéria ou a Lei de Lavoisier, “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” 65!

Os supra-humanos, harmonizados no espaço/tempo absolutos, conseguem acompanhar e planejar, em determinado espaço do Cosmo (Microcosmo/Macrocosmo), a seqüência de explosões das estrelas que chegam ao final de seus respectivos manvantaras. Muito mal comparando, é como observar uma seqüência de explosões de fogos de artifícios. Evidentemente que essa precária comparação tem como objetivo apenas exemplificar algo desconhecido em termos reais. Por certo, a beleza das explosões solares é infinitamente mais significativa!

Além de outras origens, as estrelas surgem, também, da união e modelagem de dois itens: 1) imensas nuvens compostas de pequenas partículas de matéria aparente - comumente chamadas de poeira cósmica - que são acompanhadas por gás hidrogênio que existe em abundância no Universo; e 2) Matéria Negra, que é a antimatéria no mais alto grau de sutilização. Esse gás hidrogênio é um ex-componente da estrutura química estelar. Normalmente, toda essa matéria aparente é o resultado da explosão de um Buraco Negro. Para o nosso Universo identificado, os cientistas chamam esse fenômeno de Big Bang. Em virtude da natureza infinita do Universo, os bigs bangs ocorrem rotineiramente.

De acordo com a Filosofia Quântica um simples grão de poeira cósmica encerra em seu conteúdo uma seqüência infinita de microcosmos e macrocosmos, com a existência de infinitos manvantaras e, por conseguinte, de infinitos buracos negros, infinitas explosões estelares, infinitas supernovas e infinitas novas. Tudo isso existe com o mesmo objetivo e com a mesma harmonia universal. Portanto, um ínfimo grão de poeira cósmica encerra em seu conteúdo infinitos seres do reino animal, humano e angélico. Na realidade, o Cosmo é um complexo dinâmico.

65 Nota do autor: salto quântico negativo significa um salto do planeta/elétron em direção do sol/núcleo, trata-se da fase inicial do Manvantara, ou seja, da fase da contração ou solidificação das nebulosas. Por outro lado, salto quântico positivo significa um salto do planeta/elétron em direção oposta a da localização do sol/núcleo, ou seja, significa afastamento, expansão, sutilização, espiritualização. Trata-se de uma fase que inicia no meio de um Manvantara e encerra no seu final. Nesse contexto, há uma infinidade de saltos quânticos, todos em função da criação e da evolução. No caso do planeta Terra a expansão iniciou-se com o desaparecimento da Atlântida, há cerca de vinte e cinco mil anos atrás. O referido desaparecimento foi furto de um salto quântico positivo. Vide nota 28.

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O Manvantara de uma galáxia é o somatório dos manvantaras dos diversos astros que a compõe. Portanto, a estrela mãe dessa galáxia só vai se decompor quando a questão evolutiva, no âmbito de sua influência, estiver totalmente resolvida. Com já foi dito, tudo no Universo é absolutamente sincronizado. Não há erros na natureza, portanto, o caminho evolutivo, em todo o Universo infinito, é percorrido integralmente de acordo com os planos siderais. Trata-se de um todo divinamente equilibrado e ordenado.

Na área de influência de uma estrela mãe de uma galáxia qualquer é possível que algumas estrelas completem seus respectivos manvantaras antes das demais. Nesse caso surge a possibilidade de ocorrerem explosões solares no ambiente desse espaço, ou seja, no interior da referida galáxia. Por essa razão, é possível detectar-se, por exemplo, explosões solares em uma galáxia qualquer cuja estrela mãe é um Buraco Negro ou não. Em suma, todas as explosões, de Buraco Negro ou não, são instrumentos utilizados para a derradeira providência com relação ao término de manvantaras, o que confirma que tudo que acontece na natureza é em função do desenvolvimento espiritual de todos os seres que compõem todos os gêneros existentes.

Com certeza, os supra-humanos navegam no espaço absoluto que permeia os buracos negros e as estrelas que estão próximas de suas explosões, pois já conquistaram espiritualmente o livre acesso a todos os rincões do Cosmo infinito. Tudo depende, porém, das missões recebidas no contexto da evolução. É interessante lembrar que a evolução espiritual é infinita e que, por isso, os supra-humanos desenvolvem-se eternamente. Alhures, os humanos mais evoluídos realizam, também, viagens nesses sítios, pois nas suas condições de quase supra-humanos vivem em espaços de influência de estrelas próximas da extinção (explosão).

Conclui-se que o tempo/espaço/velocidade, para os entes infra-angélicos, são relativos. Para eles o que existe é uma sensação de tempo, sendo que os espaços são considerados pelo processo de comparação. Em conseqüência, a sensação de velocidade é proporcional às sensações do binômio tempo/espaço. Por outro lado, essa sensação vai se alterando, progressivamente, de acordo com o ritmo da evolução espiritual. Para os supra-humanos o conjunto tempo/espaço/velocidade é absoluto.

Portanto, os humanos realizam viagens interplanetárias, intersolares ou mais adiante, de acordo com as suas respectivas conquistas espirituais. Quanto mais evoluídos forem mais adaptados ao espaço/tempo/velocidade absolutos estarão. Portanto, a sutilização (desmaterialização) da nave sempre estará proporcional à sutilização do planeta (matéria aparente e antimatéria) e, em conseqüência, à sutilização do próprio corpo humano (matéria aparente e antimatéria ou perispírito). Com o término do Manvantara o ser, agora angélico, pela sua capacidade espiritual acumulada ao longo de todo o referido Grande Plano, começa a navegar no espaço absoluto sem necessitar de nave, pois esse ambiente é próprio para a sua nova condição. Na realidade, as viagens tripuladas pelo espaço/tempo absolutos fazem parte do aprendizado global, portanto são extremamente necessárias. Trata-se de um item importante do currículo.

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No caso do planeta Terra, a nossa humanidade só começará a realizar viagens interplanetárias ou viagens no Espaço Sutil Interplaneta (espaço/tempo absolutos) a partir da conquista de sua maioridade espiritual, que se dará com a separação do joio do trigo, ou seja, com o Juízo Final, que está próximo. Em conseqüência, a nossa humanidade, após os extraordinários acontecimentos do Juízo Final, terá uma longa caminhada de evolução e de viagens siderais a serem feitas, dentro das necessidades evolutivas.

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CONCLUSÃO Um simples elétron (planeta) de um átomo qualquer contém em sua essência uma infinidade de microcosmos e macrocosmos. Cada Microcosmo, por sua vez, contém uma infinidade de átomos e cada um deles uma infinidade de outros microcosmos e macrocosmos. Esse mesmo planeta (elétron) de um sistema solar qualquer está contido no seu Macrocosmo Imediato, fazendo parte de uma galáxia qualquer. Esse Macrocosmo Imediato é, por sua vez, um Microcosmo Imediato de outro Macrocosmo e assim sucessivamente. Portanto, um simples elétron encerra em sua essência um Cosmo, um Universo, podendo ser chamado, por isso, de Universo-elétron ou Universo-planeta, ou Universo-Marte, ou, no nosso caso, Universo-Terra, etc., cada um com a sua respectiva antimatéria. Todo esse complexo de átomos e sistemas solares existem em função da criação e da evolução de todos os seres vivos existentes na natureza. Portanto, tudo está em movimento e todo o ambiente cósmico é habitado por infinitos seres de todos os gêneros e espécies. Para os seres infra-angélicos, que ainda não possuem uma visão cósmica completa, como nós, tudo é relativo, ou seja, o conjunto espaço/tempo/velocidade é relativo na mesma proporção das necessidades exigidas pelas leis de evolução, que são universais. Assim sendo, quanto mais evoluídos forem esses seres infra-angélicos mais próximos do espaço/tempo/velocidade absolutos estarão. Nesse contexto, a sensação de tempo/espaço/velocidade é exatamente a mesma em qualquer Microcosmo ou Macrocosmo, desde que os níveis espirituais dos habitantes em questão estejam na mesma faixa de vibração. Portanto, a sensação de tempo/espaço/velocidade depende do nível espiritual, não tendo nenhuma relação com a dimensão microcósmica ou macrocósmica em que se vive. Há que se considerar, ainda, que num mesmo orbe a referida sensação é diferente se forem considerados os ambientes de matéria aparente e de antimatéria ou astral. Ou seja, a sutilidade do ambiente também influencia na referida sensação. Porém, em todos os ambientes a sensação de tempo/espaço/velocidade é a mesma desde que se considere, na comparação, o mesmo ambiente de sutilização (matéria ou antimatéria) e o nível de evolução espiritual. Sem a consideração anterior, portanto dentro de uma visão limitada, poder-se-ia visualizar, como ilustração, que um milímetro num Macrocosmo qualquer poderia ser considerado como um espaço cósmico imenso ao se considerar a mesma medida no seu Microcosmo Imediato. Dentro dessa mesma idéia ilustrativa, poder-se-ia, também, visualizar que uma hora num Macrocosmo qualquer poderia ser considerado como um tempo tão longo ou quase uma eternidade ao se considerar o citado tempo no seu Microcosmo Imediato. Na realidade, para os seres infra-angélicos o tempo, o espaço e a velocidade são apenas sensações. Para os seres supra-humanos essa questão é vista em termos reais, ou seja, em termos absolutos. Para eles o tempo encontra-se sintetizado no eterno presente, onde não há passado ou futuro, mas uma única impressão que a todas engloba.

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Portanto, o “portal” de acesso de um espaço microcósmico para um espaço macrocósmico é aberto somente para as capacidades espirituais supra-humanas. Os humanos deslocam-se no âmbito do Macrocosmo em que vivem, que, também, é infinito. Na realidade, os diversos portais, ao longo da linha evolutiva, vão sendo abertos de acordo com o nível espiritual que se conquista. Os manvantaras dos diversos microcosmos e macrocosmos estão, de certa forma, interligados entre si, pois nos seus respectivos desfechos o destino é um só: atingir o nível espiritual de um supra-humano. Ao se conquistar esse nível de evolução atinge-se o espaço/tempo/velocidade absolutos. Trata-se aí de um ponto de convergência da evolução universal. Quando um elétron/planeta agrega certa quantidade de energia, vinda de seu sol ou núcleo e de outras fontes, aumenta a sua velocidade de rotação e alonga a sua trajetória de translação. Trata-se aqui de um salto quântico positivo. Proporcionalmente a esse aumento de velocidade e de energia, as forças centrífuga e centrípeta, que atuam na matéria aparente do referido orbe, passam a atuar de maneira mais intensa diminuindo, com isso, a densidade e a pressão atmosférica da citada partícula. Isso significa um passo a mais na sua expansão, ou melhor, na sua sutilização (espiritualização). A sutilização desse orbe e o seu afastamento do núcleo ou do sol acabam contribuindo para a sutilização do próprio sistema solar ou do átomo como um todo. Portanto, a sutilização de um orbe influencia na sutilização de seu sistema planetário e assim por diante. Além de influenciar na sutilização de seu Macrocosmo Imediato também influencia na sutilização de seu Microcosmo Imediato. Quando se fala de sutilização de um planeta/elétron se fala da sutilização de suas duas partes: a material e a imaterial ou antimatéria. Na realidade, ao longo de um Manvantara, ocorrem tantos saltos quânticos quanto forem necessários, de acordo com os planos evolutivos. No início, ao logo da fase de contração, solidificação das nebulosas, dão-se os saltos quânticos negativos. Posteriormente, ao longo da expansão, dão-se os saltos quânticos positivos. Ainda é interessante concluir que num simples átomo ou num simples sistema solar, cada elétron ou planeta que o compõe se encontra em grau de evolução diferente dos demais componentes. Quanto mais afastado do sol estiver esse orbe e quanto mais sutilizada estiver a sua estrutura de matéria aparente e de antimatéria mais evoluída é a sua condição, inclusive de seus habitantes, ou seja, mais próximo do final de seu Manvantara se encontra. Assim sendo, o final do Manvantara de um átomo ou de um sistema solar corresponde ao final do último Manvantara dentro do referido sistema. Ou seja, o referido Manvantara só se concretiza após o final dos manvantaras dos seus respectivos planetas/elétrons. Proximamente o planeta Terra estará, de acordo com as leis evolutivas universais, recebendo energia extra do Sol; de todo o seu sistema solar; e, também, do exterior, ou seja, da Via Láctea. Com esse aumento de energia a Terra dará um salto de qualidade (salto quântico positivo) em suas condições físicas e astrais, sutilizando-se um pouco mais na direção do final de seu Manvantara. Esse quantum de energia, componente da Energia Escura universal, propiciará o aumento da suas velocidades de rotação e translação e

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de percurso na sua trajetória elíptica, além de verticalizar o seu eixo magnético em relação ao do Sol. Essas alterações físicas propiciarão uma diminuição de sua atual densidade, da sua força gravitacional e da sua pressão atmosférica, condição global necessária para a sutilização do próprio planeta e, inclusive, de todos os seus habitantes que estiverem situados à direita de Cristo, de acordo com o seu Evangelho. Segundo a ciência, a Energia Escura (ou Energia Negra) é uma forma hipotética de energia que estaria distribuída por todo o espaço sideral e que tende a acelerar a expansão do Universo. Portanto, a principal característica da Energia Escura é a sua oposição, em larga escala, à gravidade. Trata-se, pois, de uma forte pressão negativa. Considerando que a expansão de toda a matéria aparente é realizada divinamente em função da evolução espiritual de todos os gêneros e espécies que habitam o Universo, pode-se concluir que a Energia Escura não é apenas uma forma hipotética de energia e sim uma forma real. Essa energia não é de proveniência exclusiva do sol em questão, mas, sim, de várias outras origens planetárias e galácticas. Para cada planeta/elétron são convergidas, pelos técnicos siderais (supra-humanos), as energias disponíveis necessárias para que se processem as alterações físicas previstas, visando o sucesso da expansão/sutilização necessária para a evolução espiritual de seus habitantes. Por sua vez, os buracos negros atuam como uma força de atração extraordinária visando, no final do Manvantara de um determinado subsistema, a concentração de meios astronômicos para a execução de mais um Big Bang, em função de nova criação no contexto universal. Já a Matéria Negra é a mistura do éter (antimatéria no seu mais alto grau de sutilização) com a poeira cósmica (matéria aparente no seu mais alto grau de sutilização). Essa mistura é a matéria prima utilizada pelos seres supra-humanos para a formação, por meio da química universal, das nebulosas. Estas, por contração por meio de sucessivos saltos quânticos negativos (solidificação das nebulosas), transformam-se em orbes, sistemas solares, galáxias. Na realidade, os supra-humanos restabelecem o binômio matéria/antimatéria (poeira cósmica/éter). Assim sendo, o Buraco Negro, a Energia Negra e a Matéria Negra são instrumentos da natureza para que se cumpram os desígnios de Deus. Portanto, torna-se incompleta a pesquisa científica ao ser desconsiderada, no processo, a principal função da matéria aparente no âmbito do Universo. As raízes da física, como de toda a ciência ocidental, podem ser encontradas no período inicial da filosofia grega do século VI a.C., numa cultura onde a ciência, a filosofia e a religião não se encontravam separadas. O termo “física” deriva da palavra grega “physis”, que significa, originalmente, a tentativa de ver a natureza essencial de todas as coisas. Portanto, para que se abranjam todas as coisas é necessário considerar o material, o espiritual, as suas relações básicas, o espaço, o tempo, o infinito e o eterno. Tudo indica que, em determinado momento, a teologia, a filosofia e a ciência serão, em conjunto, um guia dos seres humanos e da sociedade do nosso planeta. A ciência, por sua vez, terá à sua disposição a física, a química, a psicologia, a sociologia e a biologia como instrumentos universais. Nesse momento a ciência estará integrada com a espiritualidade!

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