fim de semana artesp - edição 47
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Reportagens sobre o setor de concessão, transportes, infraestrutura e rodovias. Seleção de 11 de março de 2015.TRANSCRIPT
EDIÇÃO 47 – 11 DE MARÇO DE 2016
ASSESSORIA DE IMPRENSA
RAMAL 2105
09.03.2016
IPCA desacelera alta em fevereiro a 0,90% com alívio nos
alimentos e transportes
Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
(Reuters) - A alta dos preços de alimentação, transportes e habitação mostrou
algum alívio em fevereiro e a inflação oficial brasileira desacelerou para o nível
mais baixo em quatro meses, em um reflexo da recessão que pode ajudar o Banco
Central na tarefa de domar o avanço dos preços.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,90
por cento em fevereiro, após avançar 1,27 por cento no mês anterior, informou
nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 12 meses, a alta acumulada do índice até fevereiro foi a 10,36 por cento,
desacelerando sobre os 10,71 por cento de janeiro.
Em ambos os casos, os resultados são os mais baixos desde outubro do ano
passado, quando o IPCA avançou 0,82 por cento na base mensal e 9,93 por cento
em 12 meses, última vez em que ficou abaixo dos dois dígitos.
Assim, os números começam a dar algum fôlego às expectativas de que os preços
começariam a ceder depois de a economia brasileira ter registrado o pior
desempenho em 25 anos no ano passado.
"A queda da atividade econômica, com o aumento da taxa de desemprego, tem
esse efeito sobre a inflação, e já observamos essa dinâmica", destacou o
economista da Austin Rating Wellington Ramos.
Os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters de avanço
de 1,0 por cento na comparação mensal e de 10,47 por cento em 12 meses.
ALIMENTOS
O maior destaque em fevereiro ficou para Educação, com alta de 5,90 por cento
como reflexo dos reajustes de início de ano, após avançar 0,31 por cento em
janeiro. Já Alimentação e Bebidas desacelerou o avanço em fevereiro a 1,06 por
cento, de 2,28 por cento.
"Itens importantes como refeição fora de casa, carne e café moído estão
apresentando decréscimo. O que vemos é...uma limitação do consumo por conta
da conjuntura econômica", destacou a economista do IBGE Eulina Nunes dos
Santos.
Apesar do alívio nos preços dos alimentos, que tem importante peso sobre a
renda das famílias, esse grupo mais Educação responderam por 60 por cento do
IPCA do mês, ou 0,54 ponto percentual.
Também apresentaram desaceleração importante Transportes, para uma alta de
0,62 por cento sobre 1,77 por cento em janeiro, e Habitação, cujos preços
passaram a cair 0,15 por cento depois de subirem 0,81 por cento no primeiro mês
do ano.
Ajudou nesse resultado de Habitação o recuo de 2,16 por cento nas contas de
energia elétrica diante da redução no valor da bandeira tarifária vermelha.
"A energia vai começar a ajudar a inflação uma vez que em março a bandeira
passou para amarela e em abril a bandeira tarifária será verde", completou Eulina.
Apesar da forte recessão que o país enfrenta, a inflação deve terminar 2016 bem
acima do teto da meta --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de tolerância de
2 pontos percentuais para mais ou menos-- pela segunda vez. A expectativa em
pesquisa Focus do BC é de alta do IPCA de 7,59 por cento no final do ano.
Mesmo com a fraqueza da economia, diante da inflação elevada, o BC manteve a
Selic em 14,25 por cento ao ano pela quinta vez seguida, deixando claro que não
deve cortar a taxa básica de juros tão cedo.
A expectativa agora gira em torno da divulgação da ata dessa reunião, na quinta-
feira. Mas o resultado do IPCA levou as taxas dos contratos de juros futuros a
recuarem com força nesta sessão, já que a desaceleração da inflação alimenta
expectativas de corte na taxa básica de juros para estimular a economia.
"Vemos o BC terminando este ano com redução da Selic pelo fato de a recessão
segurar a inflação", disse Ramos, da Austin Rating, calculando a Selic em 11,50
por cento ao final de 2016. Já a pesquisa Focus aponta para Selic a 14,25 por
cento no final do ano.
04.03.2016
ANTT aumenta pedágio em trechos explorados pela
concessionária Rodovia do Aço
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou o aumento da
Tarifa Básica de Pedágio (TBP) da BR-393/RJ, trecho Div. MG/RJ – Entr. BR-116 (Via
Dutra), explorado pela concessionária Rodovia do Aço. Com a decisão, a TBP
passará de R$ 5 para R$ 6 nas praças de pedágio de Sapucaia, Paraíba do Sul e
Barra do Piraí, todas no Rio de Janeiro. Os novos valores entram em vigor a partir
da zero hora deste sábado.
10.03.2016
Refinanciamento de dívidas não é efetivo, afirmam
caminhoneiros e agricultores
Representantes de entidades de caminhoneiros e de agricultores reclamaram que
a Medida Provisória (MP) 707/15 não está resolvendo o problema de renegociação
de dívidas dos setores, na primeira audiência pública da comissão especial que
analisa a matéria, que ocorreu nesta quarta-feira (9).
A MP 707/15 autoriza a prorrogação até 30 de junho do prazo para a formalização
de refinanciamento de empréstimos contraídos por caminhoneiros para a
aquisição de caminhões, carretas, reboques, carrocerias e outros bens
semelhantes.
A MP também suspende, até 31 de dezembro de 2016, a cobrança judicial de
dívidas relativas a empreendimentos rurais na área de abrangência da
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) contratadas até 31
de dezembro de 2006, no valor original de até R$ 100 mil.
A MP proíbe ainda que, até essa data, essas dívidas sejam inscritas na Dívida
Ativa da União. Por fim, suspende a prescrição dessas dívidas até a mesma data.
Autorização
O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA),
Diumar Bueno, disse que a MP não está resolvendo o problema do
refinanciamento das dívidas dos caminhoneiros.
Segundo ele, a medida apenas autoriza, e não determina a prorrogação do prazo
de refinanciamento. Conforme ele, há resistência dos agentes financeiros da área
privada em fazer a prorrogação, e só o Banco do Brasil vem possibilitando esse
adiamento.
Para ele, isso deveria ser obrigatório também para os agentes financeiros da área
privada ou deveria ser autorizada a migração dos empréstimos para o Banco do
Brasil.
Dificuldades
O coordenador-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura
Familiar (Fetraf/Brasil), Marcos Rochinski, também reclamou da efetividade da
MP, pela não adesão dos agentes financeiros à medida.
“O agricultor familiar muitas vezes não tem condições de acesso, não tem
condições de chegar aos agentes financeiros para renegociar as suas dívidas”,
ressaltou. Além disso, ele pediu a inclusão na medida provisória das dívidas de
cooperativas de agricultura familiar.
Pequenos agricultores
O assessor da secretaria de Política Agrícola da Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura (Contag), Paulo de Oliveira, também destacou que
esse tipo de medida muitas vezes não é efetiva para pequenos agricultores, em
lugares distantes dos centros urbanos.
Ele salientou que os agricultores familiares muitas vezes não têm assistência
técnica e não ficam nem mesmo sabendo da possibilidade de prorrogação do
prazo para refinanciamento da dívida.
Para ele, uma medida desse tipo deveria garantir de imediato a prorrogação para
os agricultores familiares, sem necessidade de ele procurar o agente financeiro
para a renegociação.
Nordeste
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Paraíba, Mário
Borba, ressaltou que o problema dos agricultores da região do Nordeste é
permanente, porque a seca ocorre todos os anos, e as sucessivas medidas
provisórias sobre prazo para renegociação de dívidas dos agricultores da região
lidam de forma paliativa com a questão, sem a resolver definitivamente.
“Precisamos, na realidade, de um crédito diferenciado para o semiárido”,
defendeu. “Se for decretado estado de emergência no município, o crédito tem
que ser prorrogado imediatamente”, opinou.
Emendas
Durante a audiência, o deputado Luís Carlos Heinze (PP-RS) pediu que fosse
incluído na medida provisória adiamento do prazo para cadastro ambiental rural.
Ele apresentou emendas com esse objetivo. Ao todo, a MP 707/15 recebeu 93
emendas.
O presidente da comissão especial, senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE),
informou que ainda serão realizadas uma série de audiências públicas para
discutir a MP, antes da apresentação do parecer sobre a medida pelo relator,
deputado Marx Beltrão (PMDB-AL). Na próxima sexta (11), será realizada audiência
em Petrolina (PE), seguida de audiências em Fortaleza (CE) e em Arapiraca (AL).
Já o relator da medida disse que espera fazer um relatório que atenda aos anseios
dos agricultores. “Todo agricultor está com dificuldade, com dívida no banco”,
afirmou Beltrão. O prazo de vencimento da MP é 1º de abril. A partir de 18 de
março, ela começará a trancar a pauta de votações.
08.03.2016
Justiça Federal proíbe renovação de pedágio no Paraná
sem licitação
Em decisão liminar, a Justiça Federal do Paraná proibiu o governo do Estado de
renovar, sem licitação, os contratos de concessão com as atuais empresas que
exploram o pedágio. Para o juiz federal Rogério Cangussu Dantas Cachichi,
existem evidências de que a administração estadual tem a intenção de obter junto
à União a renovação dos convênios de delegação de rodovias para, na sequência,
manter no Anel de Integração as atuais concessionárias. Os contratos junto ao
Departamento de Estradas de Rodagem (DER) vencem no ano de 2021.
O governo estadual solicitou, no ano passado, à União, autorização para renovar a
delegação das estradas federais, que representam mais da metade dos 2,5 mil
quilômetros do trecho com pedágio no Paraná. Ainda não houve uma resposta
oficial, porém, o secretário de Gestão de Programas de Transportes do Ministério
dos Transportes, Luciano de Souza Castro, disse à FOLHA antes da sua primeira
reunião com o governador Beto Richa (PSDB), no mês de agosto, que havia
recebido um pedido para renovação, também, das concessões do pedágio.
“Vieram e solicitaram a renovação da delegação e também dos contratos das
concessionárias”, informou à época.
De acordo com o magistrado, a participação direta das empresas nas negociações
entre Estado e União sobre os convênios de delegação representa risco aos
interesses do cidadão. “A prorrogação do convênio há de ter em mira
exclusivamente o interesse público entre os entes políticos envolvidos, numa
racionalidade comunicativa livre da interferência do poder econômico das
empresas privadas”, escreveu Cachichi. A decisão foi proferida depois dos
primeiras discussões sobre o tema, em 2015, em ação civil pública apresentada
pelo Ministério Público Federal (MPF), em Jacarezinho (Norte Pioneiro).
União e DER apresentaram agravo de instrumento contra a liminar no Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), mas o recurso foi negado pelo
desembargador federal Cândido Alfredo S. Leal Jr. Segundo ele, não há risco
iminente de prejuízo às concessionárias e nem à sociedade que possa justificar a
suspensão imediata da liminar. “Os réus não estão proibidos de adotar toda ou
qualquer medida para verificar ou estudar a viabilidade da prorrogação dos
contratos (a liminar foi clara quanto a isso, limitando-se a determinar abstenção
quanto a qualquer ato de renovação dos convênios ou acordo de prorrogação de
prazo)”, anotou o desembargador. Agora, o caso deverá ser analisado pelo
colegiado do tribunal.
OUTRO LADO
O secretário Chefe da Casa Civil do Paraná, Eduardo Sciarra, confirmou o
interesse nas renovações dos convênios de delegação e dos contratos de
concessão. Segundo ele, o procedimento pode ser feito sem licitação. “Não é ilegal
porque o contrato original prevê renovação (com as concessionárias).” Sciarra
afirmou que o governo deve realizar audiências públicas se houver o aval do
Ministério dos Transportes para decidir sobre a permanência das atuais empresas
de pedágio. “Formalmente não tem nenhuma negociação em curso. É evidente que
o governo tem interesse na delegação, necessária para renovar agora ou daqui a
cinco, seis anos. Quem está fazendo estudo para eventuais prorrogações é o
governo federal e se ele se convencer que vai ter desconto grande na tarifa e
incremento de obras, isso pode avançar.” Não estão descartadas a renovação
direta de alguns contratos e a abertura de licitações em outras regiões.
O DER, no entanto, informou por meio da assessoria de imprensa que tem
cumprido a decisão judicial e que não está pleiteando a prorrogação de contratos
de pedágio. Segundo o órgão, o pedido feito ao governo federal foi motivado por
entidades do setor produtivo. “O governo do Paraná tem feito estudos para
avaliar o cenário em caso de prorrogação da delegação de concessão, que permite
ao Paraná definir o que fazer com os contratos de pedágio. Esta discussão sobre a
delegação foi motivada por pedidos de federações e associações do setor
produtivo (como Fecomércio, Fetranspar e Faep)”, diz o DER, em nota.
A reportagem procurou também o governo federal para repercutir o tema, mas
não houve retorno.
11.03.2016
TRF da 4ª Região cancela multas de R$ 5.000,00 aplicadas
pela ANTT por evasão de balança
Em decisão unânime, Turma dá provimento à apelação de empresa transportadora
da região Sul do país
Após autuação de infração de evasão de balança em 2013, empresa
transportadora entrou com apelação por incoerência na fiscalização. De acordo
com a empresa, mesmo que se comprovasse a evasão, a infração é tipificada
como violação ao CTB, Código de Trânsito Brasileiro, com pena de multa de R$
127,69, e deve ser prevista nesse dispositivo legal, e não conforme disposto na
Resolução 3056/09 da ANTT, de multa de R$5.000,00.
A empresa argumentou ainda que não houve evasão, pois as balanças rodoviárias
onde foram aplicadas as multas estavam fechadas com cones impedindo a
passagem do caminhão no local indicado, constituído prova de que não houve
culpa do motorista.
11.03.2016 Controle de caminhões é falho
O acidente com um caminhão no bairro São Bento, na região Centro-Sul de Belo
Horizonte, que deixou dois mortos e um ferido, nesta quarta, expõe a deficiência
da fiscalização de veículos pesados no trânsito da capital mineira. Dos 382
radares da cidade, só dois são exclusivos para esse tipo de transporte, e não há
previsão de instalação de novos equipamentos. A inexistência de operações
específicas para esse contexto – criticada por especialistas – deixa as abordagens
restritas ao flagrante ocasional da Polícia Militar e da Guarda Municipal.
Belo Horizonte tem restrição de tráfego de caminhões em 19 corredores, além de
todo o perímetro da avenida do Contorno. Outras 108 vias também têm trechos
limitados. Apesar das proibições, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo
Horizonte (BHTrans) mantém apenas uma base estática para fiscalizar e impedir
que caminhoneiros desrespeitem a sinalização. Uma equipe fica 24 horas no
início da avenida Nossa Senhora do Carmo, no trevo do Belvedere, para abordar
os motoristas. O órgão informou não haver previsão de expansão para outros
pontos.
Flagrantes. De acordo com a BHTrans, no ano passado foram abordados 4.288
caminhões na avenida Nossa Senhora do Carmo, uma média de 11 por dia. Ainda
assim, muitos desses motoristas seguem na via e são flagrados pelo radar
existente logo após o trevo do Belvedere. O equipamento, junto com o aparelho
instalado no tobogã da avenida do Contorno, no bairro Funcionários, na mesma
região, somou, em 2015, 1.111 autuações. O número é 12% maior que em 2014,
quando foram 984 flagrantes.
As autuações feitas pelos dois radares representam 0,19% das multas aplicadas
por fiscalização eletrônica em BH em 2015, que totalizaram 580.450 infrações. A
BHTrans informou que as duas últimas licitações para novos equipamentos não
contemplavam mais radares de caminhões e também que não há previsão para
outras expansões. Conforme a empresa, seus agentes não podem multar os
caminhoneiros, apenas abordar e orientar. Além disso, os locais com restrição
estão sinalizados por placas.
Procurado, o Batalhão de Trânsito da PM não se posicionou. A Guarda Municipal
informou que não tem ações específicas para caminhões.
Restrições
Regiões. A região Centro-Sul tem o maior número de vias com restrição para
caminhões de BH, mas a BHTrans não informou o número. Em seguida vem a
região Oeste, com 37 trechos.
Mão única
Recusa. Mesmo com o acidente e o pedido de moradores para mudança no
trânsito da rua Centauro, no bairro São Bento, a BHTrans informou que não há
previsão de alterar a via para mão única.
Projeto. Segundo o órgão, desde setembro de 2015 foi elaborado um projeto para
a revitalização do trecho, desde a praça das Constelações até a rotatória com a
avenida Cônsul Antônio Cadar. O plano prevê redução de velocidade,
estreitamento da via e implantação de faixas de estacionamento. A promessa é
fazer tudo até o fim do primeiro semestre de 2016.
Palavra de especialista
Falha. O especialista em transporte e trânsito da Fumec Márcio Aguiar diz que,
devido a Belo Horizonte ser uma cidade com topografia irregular, a fiscalização
de tráfego de caminhões em locais proibidos é insuficiente. Para ele, muitas ações
podem ser realizadas, como aumento de radares, orientação de transportadoras e
abordagens com equipes na rua.
Planejamento. “Se há a proibição na avenida Nossa Senhora do Carmo, a BHTrans
precisa descobrir quais as rotas alternativas que os caminhoneiros estão fazendo
e tomar uma atitude. Não é possível deixar um radar estático, mas uma
fiscalização pode ser feita por amostragem”, analisa o especialista.
Conscientização. Márcio Aguiar diz que uma pesquisa poderia levar até o ponto
de origem das cargas e os pontos de comércio, para instruir os motoristas dos
veículos. “Esse acidente já estava demorando para acontecer. Não foi coisa
pontual”.
Condutor que atropelou e matou menino recebe pena alternativa
A Justiça condenou a três anos e quatro meses de prisão, em regime fechado, o
motorista de um caminhão que atropelou e matou um garoto de 12 anos, em
setembro de 2013. No entanto, a pena de Joel Jorge da Silva, 58, dada nesta
semana, foi substituída por prestação de serviço à comunidade, em uma
instituição a ser escolhida.
A vítima andava de bicicleta na orla da lagoa da Pampulha, na companhia dos pais
e de um amigo, quando foi atingida pela carreta no canteiro de uma rotatória.
Segundo a mãe do menino, responsável por ajuizar a ação, o motorista agiu de
forma negligente, pois não teve cuidado ao iniciar uma manobra de conversão.
Além disso, ele fugiu do local sem oferecer socorro. Além de prestar serviços à
comunidade, Silva deverá pagar à família uma indenização de dez salários
mínimos. Ele também teve a carteira de habilitação suspensa por cinco meses.
10.03.2016
Detrans e ANTT debatem implantação do SINIAV
Detrans do Brasil levaram à Associação Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)
demandas sobre a implantação do Sistema Nacional de Identificação Automática
de Veículos – o SINIAV. O presidente da Associação Nacional dos Detrans (AND),
Marcos Traad, diretor do Detran do Paraná, representou as autarquias em
audiência realizada em Brasília nesta quarta-feira, 9.
Traad expôs a preocupação com a validação dos contratos de arrendamento e a
instalação dos chips nos veículos de carga. “ São questões práticas, que exigem a
participação direta dos Detrans”, disse.
A reunião teve a participação do diretor-geral da ANTT, Jorge Bastos, do
superintendente de Serviços de Transportes Rodoviários Multimodal de Cargas,
Tito Lívio Pereira Queiroz Silva, e do diretor de Tecnologia e Desenvolvimento do
Detran, Marco Aurélio Araújo Barbosa.
Cronograma
A ANTT divulgou no Diário Oficial da União (DOU) as datas de instalação
obrigatória do chip que identificará de forma eletrônica o veículo por meio de
antenas específicas nas ruas, avenidas e rodovias. Ao passar por uma das
antenas, o caminhão enviará um código com os dados à central do Registro
Nacional dos Transportadores Rodoviários e sua localização será apontada.
O governo federal busca com o SINIAV a redução do roubo de veículos e cargas no
país. Automaticamente, deve reduzir também o valor pago nos seguros. Além
disso, o chip permite a busca eletrônica por veículos com queixas de roubo, bem
como a fiscalização tributária.
Datas para instalação de chip em caminhões, conforme o final da placa:
1 – de 28/08/2016 a 06/10/2016
2 – 07/10/2016 a 15/11/2016
3 – 16/11/2016 a 25/12/2016
4 – 26/12/2016 a 03/02/2017
5 – 04/02/2017 a 14/03/2017
6 – 15/03/2017 a 22/04/2017
7 – 23/04/2017 a 31/05/2017
8 – 01/06/2017 a 10/07/2017
9 – 11/07/2017 a 19/08/2017
0 – 20/08/2017 a 28/09/2017
Após 31/12/2016 até 2020:
1 e 2 – 28/09/2017 a 28/10/2017
3 e 4 – 29/10/2017 a 25/11/2017
5 e 6 – 26/11/2017 a 26/12/2017
7 e 8 – 27/12/2017 a 25/01/2018
9 e 0 – 26/01/2018 a 25/02/2018
09.03.2016
A experiência positiva dos simuladores de direção no Rio
Grande do Sul
Há mais de dois anos sendo utilizados nos processos de formação de
condutores no Rio Grande do Sul, os simuladores de direção consolidam o
caminho para assegurar um aprendizado atrás do volante mais seguro e
eficaz. Em boa parte do país, a obrigatoriedade da inserção do equipamento
ainda tem causado discussões acaloradas. A aposta genuína do Detran/RS
nesse poderoso instrumento pedagógico resulta da confiança de que a
ferramenta contribui amplamente para melhor preparar o condutor aprendiz
a enfrentar a realidade das vias, sem expor a si mesmo e aos demais usuários
a riscos.
A técnica de simulação é empregada no mundo todo, em diferentes áreas, desde
a aviação, navegação, fórmula 1, até a própria habilitação e qualificação de
motoristas de veículos e motociclistas. Aqui no Brasil, além do Rio Grande do Sul,
Acre, Rio de Janeiro, São Paulo, Alagoas e outros Estados já adotaram a tecnologia.
O objetivo é que o candidato experiencie o manuseio de um veículo ANTES de
partir para as aulas práticas na via. Dessa forma, quando chegar às ruas, já estará
familiarizado tanto com os equipamentos do veículo (pedais de freio, acelerador,
embreagem, sinalizadores, painel, luz alta) como com as regras de circulação e
conduta, com a antecipação das dificuldades vivenciais (aquaplanagem, tipos de
pistas, animais na pista, força centrífuga, distância de seguimento, distância de
reação e frenagem) e as medidas prevencionistas a serem adotadas pelo condutor.
Nesse espaço virtual é possível errar para aprender. No mundo real, o condutor
não terá a segunda chance. Ensinamos para a vida e não apenas para a aprovação
no exame prático.
A discussão que inflama os outros Estados já foi ultrapassada por aqui. São 353
simuladores de direção distribuídos nos 272 Centros de Formação de Condutores
do Rio Grande do Sul. Atingimos, em 2016, a marca de dois milhões de aulas com
simuladores no Estado, contribuindo para a sensibilização do futuro condutor
gaúcho e buscando a melhoria dos índices de aprovação. Reduzimos a
acidentalidade e sinistralidade no percentual de 17% de acidentes e as mortes no
trânsito em 14,7%. Resultados que, em apertada síntese, contém uma fatia de
participação desse instrumento pedagógico, didático, moderno e evoluído para
refrear a violência do trânsito. Estamos convictos de que os custos que envolvem
a implantação do equipamento tornam-se ínfimos perante o incalculável: a
proteção da vida.
Ildo Mário Szinvelski - Diretor-geral do Detran/RS
10.03.2016
Ônibus urbanos perderam 900 mil passageiros por dia no
país em 2015
ADAMO BAZANI
A perda anual de passageiros de ônibus urbanos em todo o país registrada na
última década aumentou ainda mais em 2015.
De acordo com dados da NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes
Urbanos, que reúne em torno de 500 viações, no ano passado, os ônibus deixaram
de transportar 900 mil passageiros por dia em 15 das principais cidades do país e
uma região metropolitana, incluindo as maiores capitais, que somam quase dois
terços da demanda dos passageiros de ônibus em todo o país.
O número significa uma queda de 4,2% em relação aos patamares de 2014. É o
quarto ano de perda seguida e a maior registrada nesta década.
De acordo com o levantamento da NTU, se anteriormente o motivo da redução do
número de passageiros foi a concorrência com outras formas de deslocamento,
como carros e motos que receberam incentivos especiais do Governo Federal,
desta vez segundo a entidade patronal, a crise econômica é que explica esta
queda maior.
Segundo os empresários, a situação faz com que mais pessoas se desloquem a pé
e também com desemprego, menos pessoas usam diariamente os ônibus para se
deslocarem ao trabalho. Mesmo que saiam para procurar emprego, o número de
viagens tende a ser menor que a rotina anterior.
As piores perdas, de acordo com este levantamento da NTU, divulgado a parte da
imprensa, foram nas cidades de Curitiba e Goiânia com que de 8% e 7,9%
respectivamente no número de passageiros em 2015. Em São Paulo, a queda foi de
0,9%, conforme adiantou o Blog Ponto de Ônibus.
Veja em:https://blogpontodeonibus.wordpress.com/2016/02/02/onibus-de-sao-
paulo-deixaram-de-transportar-26-milhoes-passageiros-em-2015/
Rio de Janeiro, Maceió e São Paulo foram as cidades com as reduções menores de
passageiros.
Para tentar reverter o quadro, a NTU sugere uma série de incentivos para o
transporte público, como a criação de uma taxa por litro combustível para reduzir
os aumentos nas tarifas.
Confira as cidades ou regiões metropolitanas pesquisadas pela NTU:
– Grande Porto Alegre: queda de 6,1%
– Joinville: queda de 4,3%
– Curitiba: queda de 8%
– Londrina: queda de 4,7%
– São Paulo: queda de 0,9%
– Rio de Janeiro: queda de 0,1%
– Belo Horizonte: queda de 6,5%
– Goiânia: queda de 7,9%
– Salvador: queda de 4,1%
– Aracaju: queda de 5,9%
– Maceió: queda de 0,8%
– Recife: queda de 5,2%
– Natal: queda de 5,2%
– Teresina: queda de 7,8%
– Fortaleza: queda de 2,2%
10.03.2016
Itapemirim pede recuperação judicial
A empresa de transporte rodoviário
Itapemirim, fundada em 1953, protocolou
ontem pedido de recuperação judicial, na 13ª
Vara Cível Especializada Empresarial de
Vitória (ES). A dívida é de R$ 336,5 milhões.
O pedido envolve as empresas Viação
Itapemirim; Transportadora Itapemirim; ITA,
Imobiliária Bianca; Cola Comercial e
Distribuidora; e a Flecha Turismo Comércio e
Indústria. “É uma empresa com 60 anos de história que está sofrendo com a crise,
e que quer resolver a situação e continuar servindo o país”, disse ao Valor o
advogado Gilberto Giansante, sócio da Giansante Advogados Associados,
contratada para o processo de recuperação judicial da Itapemirim.
A companhia tem, a partir da decisão de juiz que avaliará se aceita ou não o
pedido de recuperação judicial, 60 dias para apresentar o plano de recuperação
aos credores – que deve ser votado em assembleia em seis meses. O processo é
comandado pelo presidente da Itapemirim, Camilo Cola Filho.Da dívida de R$
336,5 milhões, uma fatia de R$ 42,7 milhões são dívidas trabalhistas, R$ 124
milhões são compromissos com garantia real (como imóveis, por exemplo), outros
R$ 166 milhões de credores comuns (sem garantia) e ainda R$ 3,5 milhões
devidos a micro e pequenas empresas.
Em nota, a Itapemirim afirmou que “a medida foi tomada principalmente pelo
agravamento da conjuntura financeira e econômica pela qual passa o país e
considerada a melhor decisão em razão do quadro atual”.A Itapemirim e as
empresas da família Cola empregam 1,6 mil pessoas. Em 2014, a empresa
transportou 3,2 milhões de passageiros, atendendo dois mil municípios em 22
Estados. Desde meados daquele ano, a companhia enfrenta a retração nos
negócios. Em junho de 2015, a empresa vendeu 40% da frota e transferiu mais da
metade das linhas em operação para a Viação Kaissara, também do Espírito Santo,
ficando com as 68 linhas atuais.Segundo a Associação Brasileira de Transporte
Terrestre de Passageiros (Abrati), a demanda pelo transporte interestadual de
passageiros encolheu 7,8% em 2015 em relação a 2014.
O número de recuperações judiciais requeridas no primeiro bimestre de 2016 foi
116,4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo a
Serasa Experian. Foram 251 ocorrências – o maior para o acumulado do primeiro
bimestre desde 2006.
09.03.2016
ANTT divulga revisão da Agenda Regulatória
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a revisão ordinária
da Agenda Regulatória para o biênio 2015/2016. O processo de revisão da Agenda
foi participativo, envolvendo consulta às unidades organizacionais e consulta
externa, por meio da Tomada de Subsídio nº 009/2015, que contou com a
participação da sociedade em geral. Vena na íntegra clicando aqui.
A ferramenta está organizada em cinco Eixos Temáticos, que contemplam os
temas correlatos e prioritários para discussão. Os eixos estão organizados da
seguinte forma:
·Eixo Temático 1: Temas Gerais (projetos que envolvem mais de uma
superintendência)
·Eixo Temático 2: Exploração da Infraestrutura Rodoviária Federal
·Eixo Temático 3: Serviços de Transporte de Passageiros
·Eixo Temático 4: Transporte Ferroviário de Cargas
·Eixo Temático 5: Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas
Agenda – Como um instrumento de planejamento e organização, a Agenda
Regulatória da ANTT tem a finalidade de direcionar as ações da Agência para
temas considerados prioritários na regulação do transporte sob sua
responsabilidade. Essa prioridade é definida levando-se em conta as necessidades
apontadas pelos usuários, pelas áreas técnicas e pelos servidores da Agência e
respeitando as regras regulatórias vigentes. Com esse instrumento, a ANTT busca
conferir eficiência, efetividade, previsibilidade e transparência às suas ações, de
modo a promover o cumprimento de sua missão e de seus objetivos
institucionais, além de fortalecer-se como instituição reguladora.
Revisões - Por se tratar de um instrumento de melhoria da qualidade regulatória,
a Agenda não é uma ferramenta estática, uma vez que os cenários são
constantemente alterados por motivos diversos. Em função disso, o documento
passa por uma revisão ordinária, que ocorre anualmente, e pode ser submetido a
revisões extraordinárias, a qualquer tempo, por decisão da Diretoria da ANTT ou
por determinação judicial, do Ministério Público ou do TCU.
09.03.2016
Brasil pode perder competitividade nos portos
Lançamento de navios cada vez maiores com tanta rapidez traz para a logística
brasileira a necessidade de mudanças na mesma velocidade. Maiores calados,
terminais cada vez maiores e mais preparados para receber essas embarcações.
Junto a isso, a infraestrutura brasileira precisa melhorar e dar lugar aos modais
que parecem cada vez mais esquecidos, a exemplo, a malha ferroviária brasileira,
que além de sucateada e pequena, é diferente de uma região para outra. Além
disso, a burocracia, as altas tarifas, os muitos anúncios de investimentos e
poucas ações propriamente ditas, causam pânico e desânimo para um setor que
carece cada vez mais de atitude.
Traçando um panorama do cenário do setor portuário, o Diretor Presidente da
ABTP (Associação Brasileira de Terminais Portuários), Wilen Manteli, conversou
com exclusividade com o Guia Marítimo e apontou que tantos fatores negativos
impactam de forma importante o setor, “justamente aumentando o chamado
Custo Brasil”.
Manteli comenta ainda sobre a importância do modal ferroviário quanto do modal
hidroviário, “essenciais para o desenvolvimento econômico e social de qualquer
país”. E que, segundo ele, é possível ver apenas olhando a experiência dos países
desenvolvidos.
Sobre melhorias, trabalhos realizados ou que ainda precisam ser colocados como
prioridade, altos custos, necessidades de mudanças e as expectativas para 2016,
Manteli destacou a necessidade de mais e melhores investimentos na ampliação e
modernização dos terminais portuários e foi enfático: “O excesso de intervenção
do Estado nas atividades portuárias, o excesso de burocracia, o processo errático
de regulação, a não modernização da relação do capital e trabalho. Tudo isso fere
a livre iniciativa e ora inibe, ora encarece os investimentos”.
Entrevista:
GM – Qual a situação da infraestrutura portuária brasileira hoje?
Manteli –Destaco os importantes investimentos privados na infra e
superestrutura em terminais privados e arrendados – tanto em instalações de
terra, equipamentos, cais e até acessos terrestres e aquaviários. O problema
centra-se nos investimentos que dependem do governo, notadamente nos acessos
aos portos em terra e na água, especialmente no aprofundamento dos canais para
permitir a entrada e saída de grandes navios e na manutenção dos
aprofundamentos. Portos competitivos dependem de águas profundas. Neste
último caso, o governo está andando de lado.
GM – Quais as maiores dificuldades enfrentadas no transporte de cargas no
País?
Manteli – Historicamente, o maior entrave dos nossos portos são a governança da
atividade portuária e a estrutura burocrática. São tantos os órgãos públicos que
interferem na atividade portuária que isso gera insegurança jurídica para aqueles
que investem no setor. Somado a isso, a excessiva burocracia nas operações de
importação e exportação resulta num tempo improdutivo nos terminais. Esse
tempo improdutivo é caríssimo.
No setor portuário, para mudar esse quadro de burocracia e de excesso de
intervenções regulatórias e de insegurança jurídica, não precisamos de
investimentos públicos, mas de vontade política: seriedade, espírito público e
uma forte e inarredável atenção voltada para as verdadeiras necessidades
brasileiras – geração de riqueza e de empregos.
GM – Por que os custos de transporte são tão altos?
Manteli – O excesso de intervenção do Estado nas atividades portuárias, o
excesso de burocracia, o processo errático de regulação, a não modernização da
relação do capital e trabalho. Tudo isso fere a livre iniciativa e ora inibe, ora
encarece os investimentos. Por essa governança confusa e pouco contemporânea,
pagamos todos um preço. Esse é o chamado Custo Brasil.
Por isso insistimos: apenas com mais e melhores investimentos na ampliação e
modernização dos terminais portuários, seremos capazes de praticar preços mais
competitivos e atender as permanentes e crescentes exigências do comércio
internacional. Sem esses investimentos, inibidos pelas amarras que temos hoje,
nossos preços vão se manter altos e o país, pouco eficiente.
GM – As rodovias têm um papel de destaque no transporte de mercadorias,
mas ainda não possuem infraestrutura adequada. Como esses novos
investimentos do governo podem ajudar? Qual a importância de uma parceria
público-privada?
Manteli – As rodovias são estratégicas para o escoamento da produção e para o
transporte de pessoas. O que está faltando é uma verdadeira integração dos
modais de transporte. As PPPs se constituem no desfazimento desse nó que
impede o País de se desenvolver. Elas são a solução.
GM – A malha ferroviária brasileira, além de sucateada e pequena, é diferente
de uma região para outra. Como isso impacta no escoamento das mercadorias
e como podemos mudar esse cenário?
Manteli – Impacta de forma importante, justamente aumentando o chamado
Custo Brasil. Tanto o modal ferroviário quanto o modal hidroviário são essenciais
para o desenvolvimento econômico e social de qualquer país. Isso não se discute,
basta olhar a experiência dos países desenvolvidos.
No que depende do setor portuário, temos visto melhorias na integração rumo a
um transporte intermodal no país. Porque é preciso entender que quando falta
integração, todos perdemos – e a malha ferroviária brasileira é um exemplo disso.
Em muitos portos já há planejamento entre produtores, transportadores, porto e
armadores.
GM – Como a cabotagem pode ajudar?
Manteli – A cabotagem ajuda e muito. Os armadores estão se associando e
pensando em ganhos de escala. Estão construindo navios com grande capacidade
de carga, tanto de contêineres como de granéis. Teremos na costa brasileira, em
futuro breve, três ou dois portos concentradores (hub port), enquanto os demais
se transformarão em portos auxiliares (feeders). Isso exigirá o crescimento de
nossa cabotagem. Agora cabe adotar as medidas necessárias (fiscais, financeiras,
adaptação de cais, entre outras) para viabilizar as empresas que operam nesse
segmento.
GM – Quais as expectativas com os novos investimentos anunciados?
Manteli – São boas. Teremos agora no final do mês os leilões de quatro áreas nos
portos do Pará. O ministro dos portos, Helder Barbalho, já disse que vai lançar
mais 20 editais para licitar cerca de 93 áreas portuárias. A despeito da crise, o
setor portuário tem grande potencial e está atraindo investidores. Há uma forte
demanda dos setores produtivos, voltados para o comércio internacional.
GM – Quais as perspectivas para 2016?
Manteli – Quero olhar do ponto de vista positivo. Temos oportunidades para
avançar em 2016. Mas o Brasil precisa romper com a excessiva intervenção estatal
no setor portuário, com legislação e normas infralegais que afetam negativamente
as empresas uma vez que tornam precárias as condições contratuais e geram
insegurança jurídica para os agentes econômicos. Temos hoje uma verdadeira
inflação de atos normativos, sem base legal.
Ora, democracia econômica significa democracia de mercado. Precisamos fazer
valer, no dia a dia do setor, fazer valer o primado da livre iniciativa e da livre
concorrência, estabelecido na Constituição Brasileira. Isso é realmente urgente.
08.03.2016
Membro do alto escalão do PCC liderava a máfia dos
transportes em São Vicente
Foram 126 policiais civis mobilizados e 31 mandados cumpridos em oito cidades
Apontado como líder da Máfia das Lotações de São Vicente e com passagens por
roubo, corrupção de menor, tráfico de drogas e associação para o tráfico, Levi da
Silva é citado como “membro de alto escalão do Primeiro Comando da Capital
(PCC)”, conforme dossiê feito sob o crivo do delegado Luiz Ricardo de Lara Dias
Júnior, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Nesta segunda-feira, (7),
a Operação Martim Afonso desmantelou a quadrilha que lucrava com o setor de
transportes da cidade.
Capturado em casa, em Mogi das Cruzes, Levi comandaria as ações da diretoria da
Cooperativa de Trabalho e Serviços de Transporte Alternativo de São Vicente
(Cooperlotação) para atingir todos os seus objetivos ilícitos. Uma das metas da
quadrilha seria criar dificuldades para impedir, quem não fosse do bando, de
continuar operando o transporte alternativo de passageiros, que já virou oficial.
Para isso, o líder da organização coordenou a corrupção de membros do Poder
Público municipal, editando regras. Como o lobista, estaria o vereador Eronaldo
José de Oliveira, o Ferrugem (SD).
Além de impor condições que só os envolvidos no esquema poderiam cumprir,
Levi determinou que os micro-ônibus a serem usados no transporte alternativo,
conforme as especificações do decreto, só poderiam ser adquiridos, mediante
consórcio, em uma única concessionária da Volkswagen em São Bernardo do
Campo. Diretor-presidente da empresa, João Alves Neto, também integra a
relação de suspeitos capturados, junto com os vendedores Ricardo Hannuch e
Ricardo Monteiro Siqueira.
Núcleos de investigação
Para individualizar as condutas dos suspeitos detidos dentro da engrenagem
criminosa, a DIG os dividiu em cinco núcleos (veja imagem acima): Cooperlotação,
Concessionária, Pagamento informatizado de tarifa, Administração Pública e
Operador. Porém, o dossiê da equipe do investigador Paulo Carvalhal frisa que
“os investigados agem de comum acordo, cada qual no seu ramo de atividade,
visando dominar o sistema de transporte alternativo da cidade de São Vicente”.
10.03.2016
Ex-secretário de Transporte e outras cinco pessoas são
denunciadas por fraude em licitação
Ministério Público denunciou envolvidos no processo licitatório
iniciado em 2011 que mudou o sistema de transporte. Na CPI do
Transporte, na Câmara Legislativa, deputados aprovaram a
convocação do atual secretário de Mobilidade, Marcos Dantas
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou seis
pessoas envolvidas na polêmica licitação do transporte público do DF iniciada
em 2011. Entre os denunciados, estão o ex-secretário de Transporte José Walter
Vazquez e o advogado e consultor do certame Sacha Reck.
Todos vão responder por fraude à competitividade, advocacia administrativa em
licitações e usurpação da função pública. A mudança na frota do DF é alvo de uma
CPI na Câmara Legislativa. Na manhã desta quinta-feira (10/3), os distritais
aprovaram a convocação do atual secretário de Mobilidade do DF, Marcos Dantas.
A denúncia foi apresentada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio
Público e Social (Prodep) na terça (8). Segundo os promotores, “o advogado Sacha
Reck, consciente e voluntariamente contando com a participação de gestores
públicos, atuou na elaboração do edital da concorrência, com a fixação de todos
os parâmetros necessários para atender aos benefícios de sua clientela, em
especial da empresa Viação Marechal”.
No documento, os representantes do MPDFT afirmam que Reck contou com o
auxílio de Vazquez, do ex-coordenador da Unidade de Gerenciamento do
Programa de Transportes Urbanos José Augusto Pinto Júnior e do então
presidente da Comissão Especial de Licitação Galeno Monte. “Além disso, a
investigação criminal comprovou a advocacia administrativa na licitação, em que
os denunciados Sacha Reck, José Walter Vazquez, José Augusto Pinto Júnior e
Galeno Monte, agindo em concurso de pessoas, patrocinaram, direta e
indiretamente, interesse privado perante a Administração Pública”, afirma o
MPDFT.
Convocação
Durante encontro da CPI do Transporte desta quinta (10), os deputados
aprovaram a convocação do atual secretário de Mobilidade do DF, Marcos Dantas.
Segundo os integrantes da comissão, o depoimento de Dantas é importante
para esclarecer o motivo de o GDF não ter respondido até agora uma carta de
recomendação que a CPI encaminhou ao Executivo no ano passado. A data em que
ele será ouvido ainda não foi marcada, mas deve ser este mês.
Justiça
Em janeiro deste ano, o juiz Lizandro Garcia Gomes Filho, da 1ª Vara de Fazenda
Pública do Distrito Federal, suspendeu os contratos da licitação do transporte
público do DF. A decisão afeta a Viação Piracicabana, a Viação Pioneira, a Auto
Viação Marechal, a Expresso São José e o consórcio formado pela HP Transportes
Coletivos e a Ita Empresa de Transportes.
O magistrado acatou os argumentos da ação pública que apontou supostas
irregularidades na concorrência 01/2011, com o objetivo de explorar o transporte
público do DF. A presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), foi uma das
autoras do processo movido contra o Governo do Distrito Federal (GDF).
Na sentença, o magistrado respaldou as alegações segundo as quais “a condução
do certame deu-se de forma viciada, tudo a beneficiar certo conglomerado
empresarial detentor de grande fatia do transporte público distrital”. Esse grupo
responde por 60% dos ônibus em circulação na capital da República.
Operação
Dois dias depois de a Justiça suspender a licitação, no dia 27 de janeiro, a
Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), da
Polícia Civil, cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de José Walter
Vazquez e na Câmara Legislativa.
O foco das investigações são denúncias de irregularidades na licitação e o pedido
judicial para que fossem realizadas as buscas e apreensões foi feito pelo Grupo
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do DF e
Territórios (MPDFT). A delegacia abriu dois inquéritos para investigar as
denúncias de fraude na concorrência.
Até esta publicação, o Metrópoles não tinha conseguido contato com os
denunciados pelo MPDFT.
09.03.2016
Passageiros com o Cartão Metrocard já podem ter acesso à
internet. Também é estudado o uso de cartão de crédito
e débito.
ADAMO BAZANI
Passageiros que possuem o cartão
Metrocard, usado nas linhas
metropolitanas integradas e não
integradas, já podem ter acesso à
internet grátis por meio de redes
Wi-Fi em terminais de ônibus e
estações-tubo.
Dependo dos trajetos, os usuários
já têm o serviço disponível nos
principais pontos de deslocamento. Para os passageiros das linhas da Leblon e da
Nobel, por exemplo, os pontos de acesso à internet estão no terminal Fazenda Rio
Grande e nas estações-tubo PUC Paraná e Carlos Gomes, em Curitiba.
O acesso, de acordo com a Metrocard, que reúne as empresas operadoras das
linhas metropolitanas, é bastante simples e destinado apenas para quem possui o
Cartão Metrocard.
Basta por meio do smartphone ou tablet localizar a rede Metrocard pelo Wi-Fi.
Depois é necessário informar o CPF, a data de nascimento e aceitar as condições
de uso do serviço. A conexão é automática.
Todos os usuários dos cartões Metrocard têm à disposição 30 minutos por acesso
para consulta de horários, usando o aplicativo Ônibus +, ou para consultar a
páginawww.cartaometrocard.com.br.
Passageiros que utilizam o cartão Metrocard há pelo menos 60 dias também
podem acessar rede sociais, como Facebook, Twitter, além de consultar e-mails.
Até a metade deste ano deve ser disponibilizado também para os passageiros um
novo aplicativo, o Metrocard App, que vai ser integrado ao Google Street View e
oferecer novas funções como o tempo de viagem programado e informar a
previsão de quando o ônibus deve demorar para passar pelo ponto onde a pessoa
está. O aplicativo também vai sugerir as linhas de ônibus mais próximas da
localização selecionada pelo usuário.
De acordo com a Metrocard, têm sido realizados testes para que até junho, o
sistema de ônibus metropolitanos de Curitiba também aceite pagamento de
passagens por meio de cartões de crédito e débito. Sistema semelhante começou
a ser implantado em linhas municipais de Jundiaí, no interior paulista.
No caso da região metropolitana de Curitiba, o sistema terá parceria da
Mastercard e vai calcular a diferença das tarifas metropolitanas das municipais
em caso de integração.
A possibilidade de pagamento pelo cartão de crédito ou débito será para os
passageiros na modalidade comum, o vale-transporte pago pelas empresas
empregadoras só será possível pelo cartão Metrocard. O Metrocard para
modalidade comum também continua.
Até o final do ano também devem estar disponíveis nos terminais, máquinas de
autoatendimento para carga e recarga de créditos de transporte. As máquinas
serão semelhantes aos caixas eletrônicos e vão possibilitar a inserção de valores
para o pagamento das tarifas.
A Metrocard também estuda a possibilidade de oferecer serviço de Wi-Fi dentro
dos ônibus.
Acompanhe abaixo as estações e terminais onde já é possível acessar
gratuitamente a internet pelo cadastro do cartão Metrocard
Terminal Fazenda Rio Grande (terminal novo)
Estação Tubo Carlos Gomes
Estação Tubo PUC – Paraná
· Terminal do Maracanã (Colombo)
· Terminal Cachoeira
· Terminal Central de São José dos Pinhais
· Terminal do Guaraituba
· Terminal Central de Araucária
· Terminal de Pinhais
· Estação Tubo 19 de Dezembro
· Estação Tubo Camilo Di’Lellis
· Estação Tubo Rui Barbosa
Próximos locais que devem oferecer acesso gratuito à internet
· Estação Tubo Autódromo
· Estação Tubo Paulo Kissula
· Estação Tubo Pastor Manoel Virgílio de Souza
· Estação Tubo Vila Nova
· Estação Tubo Ferrari
· Estação Tubo Aeroporto
· Terminal de Almirante Tamandaré
· Terminal Maria Angélica
· Terminal do Roça Grande
· Terminal do Jardim Paulista
· Terminal de Quatro Barras
· Terminal de Piraquara
· Terminal Velho da Fazenda Rio Grande
· Terminal de Campo Largo
07.03.2016
Reino Unido testará caminhões sem motoristas em
estradas
O governo do Reino Unido irá realizar testes com caminhões sem motoristas nos
próximos meses em uma estrada do noroeste da Inglaterra, informou neste
domingo o jornal “The Sunday Times”.
De acordo com o jornal, o governo financiará um teste com um comboio de
caminhões automatizados que avançarão em conjunto por uma estrada em
Carlisle, no noroeste do país, uma região tranquila onde é possível analisar a
tecnologia sem causar riscos.
A expectativa é que o anúncio do teste seja feito pelo ministro da Economia,
George Osborne, durante a apresentação do orçamento geral do governo, marcada
para ocorrer no dia 16 de março.
Até dez caminhões automatizados de grande porte seguirão um primeiro veículo
conduzido por um motorista, que controlará eletronicamente a evolução de todo
o grupo, segundo o jornal.
Apenas o primeiro veículo terá um condutor. No entanto, outros motoristas
estarão nas cabines dos caminhões, inicialmente controlados por um computador,
para casos de emergência.
O governo britânico já investiu 19 milhões de libras (24,5 milhões de euros) em
outros programas piloto para testar carros sem motorista na Inglaterra.
De acordo com o “The Sunday Times”, a vantagem desse tipo de veículos é que
eles podem viajar com uma menor distância de segurança entre eles, o que reduz
o uso de combustível e diminui a poluição.
Outros benefícios, indica o jornal, são que eles são flexíveis quanto às rotas
utilizadas, o que pode contribuir para evitar congestionamentos e acidentes.
O presidente da Automobile Association (AA), a maior do Reino Unido, Edmund
King, afirmou, no entanto, que esse uso desse tipo de caminhão não faz sentido já
que as estradas estão sobrecarregadas.
“As vantagens dessa tecnologia podem ser notadas nas estradas desertas da
Austrália, mas temos rodovias lotadas no nosso país, nas quais os motoristas
estão constantemente tentando entrar e sair. Eles só vão obstruir a passagem dos
carros”, avaliou King.
[
11.03.2016
Com mais de 4 meses de atraso, ônibus turístico de dois
andares começa a circular neste sábado em São Paulo
ADAMO BAZANI
A partir deste sábado, 12 de março de 2016 a cidade de São Paulo, começa a ter
um serviço de ônibus turístico de dois andares que vai percorrer onze pontos
históricos. A previsão inicial era para outubro do ano passado.
Para o serviço serão usados ônibus de dois andares Volvo carroceria Marcopolo
elétricos híbridos, com motores a diesel e elétricos funcionando juntos, do
mesmo modelo já usado em outras regiões do país, como o Parque Nacional das
Cataratas do Iguaçu.
As partidas serão às 9h00, 12h40 e 16h00. Aos domingos e feriados, os horários
são 10h, 13h40 e 17h. Excepcionalmente aos domingos, devido ao programa Rua
Aberta, ou em dias de manifestação, as saídas serão nos mesmos horários, mas os
ônibus não passarão ou terão paradas na avenida Paulista.
Mas é bom prepara o bolso, a passagem é R$ 40, válida por 24 horas, ou seja, a
pessoa pode descer no ponto turístico que quiser e depois continuar o passeio no
mesmo dia. Para isso, o passageiro receberá um cartão que dará direito à
gratuidade em espaços culturais como no Catavento Cultural e Educacional,
Estação Pinacoteca, Museu de Arte Moderna (MAM), Museu Afro Brasil, Museu de
Arte Sacra, Museu do Futebol e Pinacoteca do Estado.
As vendas só ocorrem dentro do ônibus. No interior do veículo, o pagamento
poderá ser feito em dinheiro, cartões de crédito ou débito. O Bilhete Único
comum não vai operar na “Circular Turismo Sightseeing SP”, e o ingresso da linha
turística não poderá ser utilizado no sistema comum.O trajeto vai contemplar a
Estação da Luz, Mercado Municipal, República, Pacaembu, Av. Paulista/MASP, Av.
Paulista/Casa das Rosas, Ibirapuera, Centro Cultural de São Paulo, Liberdade,
Patteo do Collegio e Theatro Municipal.O passageiro deve embarcar nos pontos de
parada do “Circular Turismo Sightseeing SP” que têm a mesma estrutura de um
ponto de parada convencional. A diferença são as cores, em amarelo e vermelho,
com um totem que apresenta o nome do local e seu número no roteiro turístico.A
viagem dura até três horas e os ônibus podem usar faixas e corredores dos ônibus
urbanos comuns.Um sistema de som dentro do veículo, com guias, vai passar as
informações sobre os pontos turísticos em espanhol, inglês e português.
O ônibus de dois andares é da Sambaíba e vai ser guiado por motoristas
mulheres.
AGENDA 2016
Março
MÓDULO 3 “Formações em Mobilidade a
Pé”: O PEDESTRE NA LEI
12.03.2016 - em São Paulo
Associação Nacional dos Detrans (AND)
discute o exame toxicológico de larga
janela de detecção para motoristas
profissionais.
15 e 16 de março- em São Paulo
69ª Reunião Geral da FNP- Frente Nacional de Prefeitos- Tema:
Estratégias para o financiamento do sistema de transporte coletivo
urbano e barateamento da tarifa
23 e 24 de março- no Rio de Janeiro
87ª Reunião do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes
Públicos de Mobilidade Urbana
28 de março - em Curitiba