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    FLORADEMIRANDIBA

    EDITORES

    MARCCUSALVES

    MARIADEFTIMAARAJO

    JEFFERSONRODRIGUESMACIEL

    SHIRLEYMARTINS

    RECIFE- 2009

    FINANCIAMENTO

    FUNDAOO BOTICRIODEPROTEONATUREZA

    UNIVERSIDADEFEDERALDEPERNAMBUCO

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    Repblica Federativa do Brasil

    PresidenteLUIZINCIOLULADASILVA

    Vice-PresidenteJos Alencar Gomes da Silva

    Ministrio da Cincia e TecnologiaMinistroSrgio Machado Rezende

    Secretrio-ExecutivoLuiz Antonio Rodrigues Elias

    Secretaria de Polticas e Programas de Pesquisas e De-senvolvimento SEPED/MCTSecretrioLuiz Antonio Barreto de Castro

    Coordenao Geral de Gesto de Ecossistemas

    CGEC/SEPED/MCTCoordenadoraMaria Luiza Braz Alves

    PROBIO Projeto e Conservao e Utilizao Susten-tvel da Diversidade Biolgica BrasileiraCoordenador ExecutivoLuiz Antonio Barreto de Castro

    Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico eTecnolgico CNPqPresidenteMarco Antonio Zago

    Ministrio da Cincia e Tecnologia MCTEsplanada dos Ministrios, Bloco ECEP: 70067-900, Braslia, DFTelefone: (61) 3317-7500http://www.mct.gov.br/

    EDITORES (LABORATRIO DE MORFO-TAXONOMIAVEGETALDAUFPE)Marccus alvesMaria de ftima de arajoJefferson rodrigues maciel

    Shirley martins

    APOIOMinistrio da cincia e tecnologia - mctProjeto de conservao e utilizao sustentvel da di-versidade biolgica brasileira-probioConselho nacional de desenvolvimento cientfico e tec-nolgico cnpqFundao o boticrio de proteo natureza (processo0688/2005)Associao plantas do nordeste

    REALIZAOUniversidade federal de pernambuco

    REVISODETEXTOMarccus alves

    PROJETOGRFICOECAPADiogo Csar

    FOTOSBanco de imagens do laboratrio de morfo-txonomia

    vegetal da ufpe

    PLANTASDACAPADioclea violacea mart. Ex benth.Jatropha mollissima (pohl) baill.Jacquemontia sp.

    ILUSTRAESBruno MaiaFrank SilvaRegina carvalhoRodrigo Aguiar

    EDITORPARACORRESPONDNCIA:Marccus Alves [email protected]

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    Os organizadores da Flora Vascular de Mirandiba agradecem a todos os coletores que

    participaram as expedies realizadas, aos autores de monograas que gentilmente aceitaramnosso convite, aos incansveis e atenciosos revisores que sempre estiveram prontos a colobo-

    rar na leitura crtica dos material encaminhado a cada um e aos ilustradores que aceitaram

    participar deste ambicioso projeto. Agradecemos ainda a curadora Bil. Marlene Barbosa e a

    equipe do Herbrio Geraldo Mariz, da Universidade Federal de Pernambuco pela indispen-

    svel logstica no manejo da coleo; aos proprietrios das fazendas visitadas em Mirandiba.

    Especial agradecimento aos motoristas e auxiliares de campo que muito contrinbuiram para o

    bom andamento das expedies de coleta. E nalmente, ao apoio nanceiro recebido pelo Pro-grama de Ps-Graduao em Biologia Vegetal, da Universidade Federal de Pernambuco, pela

    Fundao O Boticrio de Proteo a Natureza atravs do nanciamento de diversos projetos

    na rea e ao Ministrio do Meio Ambiente, atravs do PPBio, que viabilizou a impresso do

    livro. Toda esta colaborao foi de fundamental importncia na confeco da idia, na coleta

    dos dados, no manejo da coleo e na confeco do produto nal.

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    SUMRIO

    FAMLIASMONOGRAFADAS

    1. Acanthaceae .............................. ............................... .....42

    2. Alismataceae .................................................................45

    3. Alstroemeriaceae ............................. .............................46

    4. Amaranthaceae .......................... ............................... ....47

    5. Amaryllidaceae .............................................................52

    6. Anacardiaceae ............................ ............................... ....53

    7. Annonaceae ..................................................................56

    8. Apocynaceae .............................. ............................... ....57

    9. Araceae .........................................................................64

    10. Arecaceae ....................................................................66

    11. Aristolochiaceae ............................ .............................67

    12. Asteraceae ...................................................................68

    13. Bignoniaceae ............................. ............................... ...8114. Boraginaceae ..............................................................86

    15. Bromeliaceae ..............................................................93

    16. Burseraceae ........................... ............................... .......96

    17. Cactaceae .............................. ............................... ........98

    18. Capparaceae ............................... .............................. 103

    19. Chrysobalanaceae ........................... ........................ 111

    20. Combretaceae ............................ .............................. 112

    22. Convolvulaceae ............................... ........................ 118

    24. Cyperaceae ............................ ............................... .... 134

    25. Dioscoreaeceae.......................... .............................. 142

    26. Erythroxylaceae ............................... ........................ 143

    27. Euphorbiaceae s.l. ........................... ........................ 145

    28. Gentianaceae ............................. .............................. 171

    29. Hydroleaceae ............................. .............................. 17330. Hydrocharitaceae ............................ ........................ 174

    Prefcio ...................................................................................7

    Autores Colaboradores ............................ ............................9

    Apresentao ............................ ............................... ........... 15

    PRANHCAS

    Referncias bsicas de consulta ........................... ............. 21

    para os estudos realizados .............................. ................... 21Descrio geral da rea de trabalho ............................. .. 23

    Diversidade taxonmica, conservao e ......................... 27

    usos da ora local........................... ............................... ..... 27

    Fitosonomia............................ ............................... ........... 31

    Nectrios Extraorais............................... ......................... 33

    Palinologia de Leguminosae .......................... ................... 37

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    31. Iridaceae ...................................................................175

    32. Lamiaceae ................................................................177

    33. Leguminosae ...........................................................180

    34. Limnocharitaceae....................................................23135. Loasaceae .................................................................232

    36. Loganiaceae .............................................................233

    37. Loranthaceae ...........................................................236

    38. Lythraceae s.l. ..........................................................237

    39. Malpighiaceae ..........................................................241

    40. Malvaceae s.l. ...........................................................242

    41. Marsileaceae ............................................................259

    42. Menispermaceae .....................................................260

    43. Molluginaceae .........................................................262

    44. Moringaceae ............................................................263

    45. Myrtaceae .................................................................264

    46. Nyctaginaceae .........................................................266

    47. Nymphaeaceae ........................................................268

    48. Onagraceae .............................................................270

    49. Orchidaceae .............................................................271

    50. Oxalidaceae ............................................................272

    51. Papaveraceae ...........................................................274

    52. Passioraceae ..........................................................277

    33. Piperaceae ................................................................279

    54. Phytolaccaceae .......................................................281

    55. Plumbaginaceae ......................................................283

    56. Poaceae .............................. ............................... ........284

    57. Polygalaceae ............................ ............................... ..300

    58. Polygonaceae ..........................................................302

    59. Pontederiaceae ........................................................30560. Portulacaceae...........................................................309

    61. Pteridaceae ............................... .............................. ..314

    62. Rhamnaceae ............................................................316

    Rita Baltazar de Lima ...................................................316

    63. Rubiaceae ............................ ............................... ......318

    64. Salicaceae .................................................................325

    65. Santalaceae ............................... ............................... .327

    66. Sapindaceae ............................................................329

    67. Sapotaceae ...............................................................332

    68. Schrophulariaceae ............................... ....................333

    69. Selaginellaceae ............................... .......................... 335

    70. Solanaceae ..............................................................336

    71. Turneraceae .............................................................341

    72. Urticaceae ................................................................345

    73. Verbenaceae .............................. ............................... 346

    74. Violaceae .............................. ............................... .....347

    75. Vitaceae ....................................................................350

    76. Zygophyllaceae .......................................................352

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    7- FLORADEMIRANDIBA

    FAMLIASMONOGRAFADAS

    Para entender a importncia deste trabalho preciso contextualizar duas questes: a primeira que das provncias biogeogrcas do territrio brasileiro, a da Caatinga, com aproximadamente osmesmos limites da rea de clima semi-rido do nordeste brasileiro, uma das maiores e mais descon-hecidas. A heterogeneidade da ora dessa provncia decorre de dois gradientes de umidade, um nosentido Norte-Sul, que se manifesta em uma diminuio das precipitaes e outro Oeste-Leste, que seexpressa com um aumento do efeito da continentalidade. Outro fator importante na diversicao da

    ora a histria dos eventos geolgicos e as variaes topogrcas. A Caatinga a vegetao caracters-tica da provncia e ocorre principalmente nas superfcies cristalinas, a chamada Depresso Sertaneja.

    A segunda questo a de que a Depresso Sertaneja representa um extenso conjunto depediplanos ora rodeado por extensos planaltos como o da Ibiapaba, entre o Piau e o Cear, ora en-tremeado por relevos sedimentares de variadas dimenses como as chapadas e bacias sedimentares,onde o conhecimento botnico ainda mais limitado que nas reas do cristalino. Neste sentido, deve-mos comemorar este trabalho sobre a diversidade vegetal de uma rea sedimentar em plena DepressoSertaneja.

    A necessidade deste tipo de publicao cada vez mais reconhecida pelo crescente nmero deprossionais interessados em biodiversidade. Na verdade, apesar de sua audincia claramente alinhada

    com botnicos, o livro pode servir a um maior nmero de leitores, englobando diversos prossionaisinteressados na conservao de Caatinga como: eclogos, agrnomos, engenheiros orestais, gegra-fos, entre outros.

    A realizao da Flora de Mirandiba permitiu coletar cerca de 5.000 amostras que esto de-positadas no herbrio Geraldo Mariz - UFP, com duplicatas distribudas em cerca de 20 herbrios doBrasil e exterior. O esforo de cerca de 25 coletores, includos alunos de ps-graduao e de graduao,e dos cerca de 80 taxonomistas que participaram elaborao das monograas, resultou em um trabalhocom aproximadamente 450 espcies distribudas em 76 famlias de plantas vasculares (angiospermase pteridtas). Alm da descrio e ilustrao das espcies, so apresentados chaves de identicao,comentrios sobre seu ambiente local de ocorrncia, distribuio geral, espcies raras ou endmicas ou

    ameaadas, e comentrios ecolgicos.Espero que os leitores compartilhem a motivao dos autores para realizao deste livro e queisso ajude na compreenso e conservao da ora da Caatinga.

    Profa. Dra, Maria Jesus Nogueira Rodal, UFRPE.

    PREFCIO

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    9- FLORADEMIRANDIBA

    FAMLIASMONOGRAFADAS

    BIL. ALENADESOUSAMELO(RUBIACEAE)- Departamento de Sistemtica e Ecologia, UniversidadeFederal da Paraba. CP 5065. 58051-970. Joo Pessoa, Paraba.

    DR. ALESSANDRORAPINI(Apocynaceae) - Laboratrio de Taxonomia Vegetal, Universidade Estadualde Feira de Santana. Rodovia BR 116, km3, s.n. 44031-460. Feira de Santana, Bahia.

    DRA. ALEXAARAJODEOLIVEIRAPAESCOELHO(Portulacaceae) - Laboratrio de Taxonomia Vegetal,Universidade Estadual de Feira de Santana. Rodovia BR 116, km3, s.n. 44031-460. Feira de Santana,Bahia.

    MSC. ALINEFERNANDESPONTES(Annonaceae) - Ncleo de Estudos da Biodiversidade da AmazniaMato-grossense, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Sinop. Sinop, Mato Grosso.

    BIL. ALINEMELO(Gentianaceae, Loganiaceae) - Laboratrio de Morfo-Taxonomia Vegetal, Depar-tamento de Botnica, Universidade Federal de Pernambuco. Av. Prof. Moraes Rego, 1235. 50670-901.Recife, Pernambuco.

    MSC. ANDERSONALVES-ARAJO(Alismataceae, Amaryllidaceae, Araceae, Gentianaceae, Hydrochari-

    taceae, Iridaceae, Limnocharitaceae, Loganiaceae, Nymphaeaceae) - Laboratrio de Morfo-TaxonomiaVegetal, Departamento de Botnica, Universidade Federal de Pernambuco. Av. Prof. Moraes Rego,1235. 50670-901. Recife, Pernambuco.

    DRA. ANALUIZADUBOCAGENETA(Malvaceae) - Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuria,Herbrio IPA-Drdano de Andrade Lima. Av. Gal. San Martin 1371. 50761-000. Recife, Pernambuco.

    BIL. ANDRSASANAARGEMIROALVES(Anacardiaceae, Bignoniaceae) - Laboratrio de TaxonomiaVegetal, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmos.Recife, Pernambuco. Dr. Augusto Csar Pessoa Santiago (Marsileaceae, Pteridaceae, Selaginellaceae) -Ncleo de Biologia, Centro Acadmico de Vitria, Universidade Federal de Pernambuco. Rua do Altodo Reservatrio, s/n. 55608-680. Vitria de Santo Anto, Pernambuco.

    MSC. BRUNOSAMPAIOAMORIM(Malvaceae, Nymphaeaceae, Violaceae) - Laboratrio de Morfo-Tax-onomia Vegetal, Departamento de Botnica, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Av. Prof.Moraes Rego, 1235. 50670-901. Recife, Pernambuco.

    MSC. CLARAEMANUELALIMALOURENO(Rubiaceae) - Departamento de Sistemtica e Ecologia, Uni-versidade Federal da Paraba. CP 5065. 58051-970. Joo Pessoa, Paraba.

    DRA. CYNTIAKAMEYAMA(Acanthaceae) - Instituto de Botnica, Secretaria de Estado do Meio Ambi-ente, Diviso de Fitotaxonomia. Av. Miguel Estfano 3687, Herbrio. CP 3005. 04301-012. So Paulo,So Paulo.

    AUTORESCOLABORADORES

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    FLORADEMIRANDIBA-

    DRA. DANIELACRISTINAZAPPI (Cactaceae) - Royal Botanic Gardens, Kew, RBG, Kew, TW9 3AE.

    Richmond, Inglaterra.MSC. DIOGOAMORIMDEARAJO(Arecaceae, Aristolochiaceae, Cucurbitaceae, Dioscoriaceae, Passi-oraceae) - Laboratrio de Morfo-Taxonomia Vegetal, Departamento de Botnica, Universidade Fed-eral de Pernambuco (UFPE). Av. Prof. Moraes Rego, 1235. 50670-901. Recife, Pernambuco. Endereoatual: Herbrio, Universidade Federal do Vale do So Francisco. Petrolina, Pernambuco.

    ACAD. EDLLEYMAXPESSOADASILVA(Burseraceae) - Laboratrio de Morfo-Taxonomia Vegetal, De-partamento de Botnica, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Av. Prof. Moraes Rego, 1235.50670-901. Recife, Pernambuco.

    MSC. EDUARDOBEZERRADEALMEIDAJR.(Chrysobalanaceae, Sapotaceae) - Laboratrio de Florstica

    de Ecossistemas Costeiros, Universidade Federal Rural de Pernmabuco. Rua Dom Manoel de Me-deiros. Recife, Pernambuco. Dr. Egnia de Melo (Polygonaceae) - Laboratrio de Taxonomia Vegetal,Universidade Estadual de Feira de Santana. Rodovia BR 116, km3, s.n. 44031-460. Feira de Santana,Bahia.

    MSC. ELISABETHCRDULA(Leguminosae) - Laboratrio de Morfo-Taxonomia Vegetal, Departamentode Botnica, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Av. Prof. Moraes Rego, 1235. 50670-901.Recife, Pernambuco. Endereo atual: Cefet. Recife, Pernambuco.

    DR. EMERSONANTONIOROCHA(Cactaceae) - Herbrio UESC, Departamento de Cincias Biolgicas,Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Rodovia Ilhus-Itabuna, Km 16, 45650-000. Ilheus,

    Bahia.DR. FRANCISCODEASSISRIBEIRODOSSANTOS(Palinologia) - Laboratrio de Micromorfologia Vegetal,Laboratrio de Taxonomia Vegetal, Universidade Estadual de Feira de Santana. Rodovia BR 116, km3,s.n. 44031-460. Feira de Santana, Bahia.

    ACAD. GABRIELDEMELOFARIA(Orchidaceae) - Herbrio, Departamento de Botnica, UniversidadeFederal de Pernambuco. Av. Prof. Moraes Rego, 1235. 50670-901. Recife, Pernambuco.

    BIL. GSSICAGOMES-COSTA(Turneraceae) - Laboratrio de Tecnologia Farmacutica, UniversidadeFederal da Paraba, CP 5009. 58049-430. Joo Pessoa, Paraba.

    DRA. JANICESANDERS(Malvaceae) - Herbario, Instituto Darwinion. San Isidro. Argentina.

    DR. JEFFERSONRODRIGUESMACIEL(Alismataceae, Araceae, Bromeliaceae, Cactaceae, Commelinace-ae, Hydrocharitaceae, Iridaceae, Limnocharitaceae, Onagraceae, Orchidaceae, Poaceae, Salicaceae, Zy-gophyllaceae) - Laboratrio de Morfo-Taxonomia Vegetal, Departamento de Botnica, UniversidadeFederal de Pernambuco. Av. Prof. Moraes Rego, 1235. 50670-901. Recife, Pernambuco. Endereo atual:Herbrio, Universidade Federal do Vale do So Francisco. Petrolina, Pernambuco.

    DR. JOSIRANILDOMIRANDADEMELO(Boraginaceae, Hydroleaceae, Loasaceae) - Departamento deBiologia, Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande, Paraba.

    MSC. JULIANASANTOSSILVA(Chrysobalanaceae, Lamiaceae, Piperaceae, Polygalaceae) - Laboratrio deTaxonomia Vegetal, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros. Recife,

    AUTORESCOLABORADORES

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    11- FLORADEMIRANDIBA

    FAMLIASMONOGRAFADAS

    Pernambuco. Bil. Juliana Silva Santos (Lamiaceae) - Laboratrio de Taxonomia Vegetal, Universidade

    Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros. Recife, Pernambuco. Dr. Julio AntonioLombardi (Vitaceae) - Departamento de Botnica, Instituto de Biocincias de Rio Claro, UniversidadeEstadual Paulista Jlio de Mesquita Filho. Av. 24-A 1515. CP 199. 13506-900. Rio Claro, So Paulo.

    BIL. JUSSARAMARIADEOLIVEIRAGOMES(Erythroxylaceae) - Laboratrio de Morfo-Taxonomia Veg-etal, Departamento de Botnica, Universidade Federal de Pernambuco. Av. Prof. Moraes Rego, 1235.50670-901. Recife, Pernambuco.

    BIL. KALINNEMENDES(Apocynaceae, Moringaceae, Urticaceae) - Laboratrio de Morfo-TaxonomiaVegetal, Departamento de Botnica, Universidade Federal de Pernambuco. Av. Prof. Moraes Rego,1235. 50670-901. Recife, Pernambuco.

    MSC. KATARINAROMNIANASCIMENTOPINHEIRO(Molluginaceae, Plumbaginaceae, Fitosionomia)- Laboratrio de Morfo-Taxonomia Vegetal, Departamento de Botnica, Universidade Federal de Per-nambuco. Av. Prof. Moraes Rego, 1235. 50670-901. Recife, Pernambuco.

    MSC. KIRIAKI NURIT-SILVA (Turneraceae) - Laboratrio de Tecnologia Farmacutica, UniversidadeFederal da Paraba, CP 5009. 58049-430. Joo Pessoa, Paraba.

    DR. LUCIANOPAGANUCCIDEQUEIROZ(Leguminosae) - Laboratrio de Taxonomia Vegetal, Universi-dade Estadual de Feira de Santana. Rodovia BR 116, km3, s.n. 44031-460. Feira de Santana, Bahia.

    MSC. LUCILENELIMADOSSANTOS(Anacardiaceae, Bignoniaceae) - Laboratrio de Etnobotnica Apli-cada, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros. Recife, Pernambuco.

    DR. MARCCUSALVES(Alstroemeriaceae, Amaranthaceae, Apocynaceae, Bromeliaceae, Commelinace-ae, Cyperaceae, Euphorbiaceae, Gentianaceae, Leguminosae, Loganiaceae, Malvaceae, Molluginaceae,Moringaceae, Nyctaginaceae, Nynphaeaceae, Onagraceae, Plumbaginaceae, Pontederiaceae, Salicaceae,Urticaceae, Violaceae, Zygophyllaceae, Fitosionomia, Nefs, Palinologia) - Laboratrio de Morfo-Tax-onomia Vegetal, Departamento de Botnica, Universidade Federal de Pernambuco. Av. Prof. MoraesRego, 1235. 50670-901. Recife, Pernambuco.

    DR. MARCONDESALBUQUERQUEDEOLIVEIRA(Sapindaceae) - Herbrio, Universidade Federal do Valedo So Francisco. Petrolina, Pernambuco.

    DR. MARCOSSOBRAL(Myrtaceae) - Herbrio BHCB, Universidade Federal de Minas Gerais. Av. Antnio

    Carlos 6627. 31270-110. Belo Horizonte, Minas Gerais.DRA. MARGARETH FERREIRA DE SALES (Anacardiaceae, Bignoniaceae, Oxalidaceae, Polygalaceae) -Laboratrio de Taxonomia Vegetal, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel deMedeiros. Recife, Pernambuco. Dra. Maria Bernadete Costa e Silva (Capparaceae, Poaceae) - EmpresaPernambucana de Pesquisa Agropecuria, Herbrio IPA-Drdano de Andrade Lima. Av. Gal. San Mar-tin 1371. Bonji. 50761-000. Recife, PE Brasil.

    MSC. MARIACAROLINADEABREU(Oxalidaceae, Piperaceae) - Laboratrio de Taxonomia Vegetal, Uni-versidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros. Recife, Pernambuco.

    AUTORESCOLABORADORES

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    12

    FAMLIASMONOGRAFADAS

    FLORADEMIRANDIBA-

    DRA. MARIADEFTIMAAGRA(Solanaceae, Turneraceae) - Laboratrio de Tecnologia Farmacutica,

    Universidade Federal da Paraba, CP 5009. 58049-430. Joo Pessoa, Paraba.DRA. MARIA DE FTIMA DE ARAJO LUCENA (Burseraceae, Euphorbiaceae, Loranthaceae, Papaver-aceae, Santalaceae, Nefs) - Laboratrio de Morfo-Taxonomia Vegetal, Departamento de Botnica, Uni-

    versidade Federal de Pernambuco. Av. Prof. Moraes Rego, 1235. 50670-901. Recife, Pernambuco.

    MSC. MARIADOCORODRIGUES(Rubiaceae) - Departamento de Sistemtica e Ecologia, UniversidadeFederal da Paraba. CP 5065. 58051-970. Joo Pessoa, Paraba.

    DRA. MARIAIRACEMABEZERRALOIOLA(Combretaceae, Erythroxylaceae) - Laboratrio de Sistemti-ca de Fanergamas, Departamento de Botnica, Ecologia e Zoologia, Universidade Federal do RioGrande do Norte. Natal, Rio Grande do Norte.

    DRA. MARIAJESUSNOGUEIRARODAL(Fitosionomia) - Laboratrio de Fitossociologia, UniversidadeFederal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros. Recife, Pernambuco. Dra. Maria Regina

    DEVASCONCELLOSBARBOSA(Rubiaceae) - Departamento de Sistemtica e Ecologia, Universidade Fed-eral da Paraba. CP 5065. 58051-970. Joo Pessoa, Paraba.

    DRA. MARIARITACABRALSALESDEMELO(Asteraceae) - Laboratrio de Taxonomia, UniversidadeFederal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros. Recife, Pernambuco. MSc. Maria Te-

    resaAURELIANOBURILVITAL(Convolvulaceae, Palinologia) - Laboratrio de Micromorfologia Vegetal,Laboratrio de Taxonomia Vegetal, Universidade Estadual de Feira de Santana. Rodovia BR 116, km3,s.n. 44031-460. Feira de Santana, Bahia. Endereo atual: Laboratrio de Morfo-Taxonomia Vegetal,

    Departamento de Botnica, Universidade Federal de Pernambuco. Av. Prof. Moraes Rego, 1235. 50670-901. Recife, Pernambuco.

    MSC. NIARAMOURAPORTO(Menispermaceae) - Laboratrio de Fitiqumica, Departamento de Botni-ca, Universidade Federal de Pernambuco. Av. Prof. Moraes Rego, 1235. 50670-901. Recife, Pernam-buco.

    DR. NIGELP. TAYLOR(Cactaceae) - Royal Botanic Gardens, Kew, RBG, Kew, TW9 3AE. Richmond,Inglaterra.

    MSC. POLYHANNAGOMES(Amaranthaceae, Apocynaceae, Pontederiaceae) - Laboratrio de Morfo-Taxonomia Vegetal, Departamento de Botnica, Universidade Federal de Pernambuco. Av. Prof. Mo-

    raes Rego, 1235. 50670-901. Recife, Pernambuco.

    BIL. RAFAEL COSTA-SILVA (Turneraceae) - Laboratrio de Tecnologia Farmacutica, UniversidadeFederal da Paraba, CP 5009. 58049-430. Joo Pessoa, Paraba.

    DRA. REGINACLIADEOLIVEIRA(Poaceae) - Departamento de Cincias Vegetais, Universidade Fed-eral Rural do Semi-rido, BR 110, Km 47. 59625-900. Mossor, Rio Grande do Norte. Endereo atual:Herbrio, Universidade de Braslia. Braslia, Distritio Federal.

    DRA. RITABALTAZARDELIMA(Rhamnaceae) - Departamento de Sistemtica e Ecologia, UniversidadeFederal da Paraba. CP 5065. 58051-970. Joo Pessoa, Paraba.

    AUTORESCOLABORADORES

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    DRA. RITADECSSIADEARAJOPEREIRA(Asteraceae) - Empresa Pernambucana de Pesquisa Agro-

    pecuria, Herbrio IPA-Drdano de Andrade Lima. Av. Gal. San Martin 1371. 50761-000. Recife, Per-nambuco.

    DR. SRGIOROMERODASILVAXAVIER(Marsileaceae, Pteridaceae, Selaginellaceae) - Centro de CinciasBiolgicas e Sociais Aplicadas, Universidade Estadual da Paraba, Campus V. R. Neuza de Souza Sales,s/n. 58058-420. Campina Grande, Paraba.

    DRA. SHIRLEYMARTINS(Cyperaceae) - Laboratrio de Morfo-Taxonomia Vegetal, Departamento deBotnica, Universidade Federal de Pernambuco. Av. Prof. Moraes Rego, 1235. 50670-901. Recife, Per-nambuco. Endereo atual: Departamento de Botnica, Instituto de Biocincias de Rio Claro, Univer-sidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho. Av. 24-A 1515. CP 199. 13506-900. Rio Claro, So

    Paulo.DRA. SILVIARODRIGUESMACHADO(Nefs) - Departamento de Botnica, Instituto de Biocincias deBotucatu, Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho. Botucatu, So Paulo.Dra. Taciana Barbosa Cavalcanti (Lythraceae) - Laboratrio de Sistemtica Vegetal, Herbrio CEN,Embrapa-Cenargen. Recursos Genticos e Biotecnologia.CP 02372. 70770-900. Braslia, Distrito Fed-eral.

    BIL. TIAGOPONTESARRUDA(Araceae, Loranthaceae, Papaveraceae, Salicaceae, Santalaceae) - Labo-ratrio de Morfo-Taxonomia Vegetal, Departamento de Botnica, Universidade Federal de Pernam-buco. Av. Prof. Moraes Rego, 1235. 50670-901. Recife, Pernambuco.

    MSC

    . YANNA

    MELO

    (Alstroemeriaceae, Nyctaginaceae, Nefs) - Laboratrio de Morfo-Taxonomia Veg-etal, Departamento de Botnica, Universidade Federal de Pernambuco. Av. Prof. Moraes Rego, 1235.50670-901. Recife, Pernambuco.

    COLETORES

    Aline Melo, Anderson Alves-Arajo, Bruno Sampaio Amorim, Clara Emanuela Lima Loureno, DiogoAmorim de Arajo, Elizabeth Crdula, Jefferson Maciel Rodrigues, Juliana Santos Silva, Jussara Mariade Oliveira Gomes, Kalinne Mendes, Katarina Romnia Nascimento Pinheiro, Leonardo Biral, Lu-

    cilene Lima dos Santos, Luiz Gustavo de Souza, Marccus Alves, Maria do Co Rodrigues, Maria deFtima de Arajo Lucena, Maria Teresa Aureliano Buril Vital, Polyhanna Gomes, Scott Heald, SimoneSchimidt, Shirley Martins, Yanna Melo.

    AUTORESCOLABORADORES

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    FLORADEMIRANDIBA-

    REVISORES

    MSC.ANDERSONALVESARAJO Universidade Federal de Pernambuco

    DRA. NGELAMIRANDA- Universidade Federal Rural de Pernambuco

    DRA. GARDENEMARIADESOUSA Universidade Federal do Piau

    DRA. IVANILZAMOREIRADEANDRADE- Universidade Federal do Piau

    MSC. JEFFERSONRODRIGUESMACIEL Universidade Federal do Vale do So Francisco

    DR. JOSIRANILDOMIRANDADEMELO Universidade Estadual da Paraba

    DR. JOSRUBENSPIRANI Universidade de So Paulo

    DR. IVACARNEIROLEO- Universidade Federal de Pernambuco

    DR. MARCCUSALVES- Universidade Federal de Pernambuco

    DRA. MARGARETHFERREIRADESALES- Universidade Federal Rural de Pernambuco

    DRA. MARIADEFTIMADEARAJO Universidade Federal de Pernambuco

    DRA. MARIADASGRAASLAPAWANDERLEY Instituto de Botnica de So Paulo

    DRA. MARIAREGINADEVASCONCELLOSBARBOSA- Universidade Federal da Paraba

    DR. RAFAELTREVISAN Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    MSC. ROSNGELALYRA-LEMOS Instituto de Meio Ambiente de Alagoas

    DRA. ROSELIDEBARROS- Universidade Federal do Piau

    DRA. SILVIATERESINHASFOGGIAMIOTTO- Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    MSC. SHIRLEYMARTINS Universidade Estadual Paulista

    AUTORESCOLABORADORES

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    15- FLORADEMIRANDIBA

    FAMLIASMONOGRAFADAS

    Em 2006, foram realizadas as primeiras coletas botnicas no municpio de Mirandiba atravsdo apoio nanceiro da Fundao O Boticrio de Conservao da Natureza. As excurses de coletaforam iniciadas de maneira tmida e direcionadas aos grupos taxonmicos de interesse direto da equipedo Laboratrio de Morfo-taxonomia Vegetal, da UFPE.

    Devido a posio estratgica no serto pernambucano e a indicao pelo Ministrio do MeioAmbiente, em 2002, como uma rea prioritria para pesquisas cientcas, particularmente a elaborao

    de inventrios orsticos, o municpio de Mirandiba foi escolhido como foco de parte das pesquisasdesenvolvidas pela.

    Aps as primeiras expedies, a equipe despertou para a necessidade de atrair botnicos e de-mais pesquisadores envolvidos com plantas do Nordeste para participar de um projeto mais amplo. Oobjetivo esteve sempre focado na produo de um material cientco de fcil manuseio e com plantasda caatinga.

    A partir disto, as expedioes cientcas de 2007, foram organizadas e direcionadas a coletas dediversos grupos botnicos, com o intuito de gerar a mdio prazo, a obra que posteriormente passou aser conhecida por Flora de Mirandiba. Entre as diversas expedies realizadas, deve ser destacada a quefoi planejada como parte das atividades da disciplina Curso de Campo em Taxonomia de Angiosper-

    mas, do Programa de Ps-Graduao em Biologia Vegetal, da Universidade Federal de Pernambuco.Esta expedio envolveu cerca de 15 ps-graduandos que realizaram inmeras coletas e monografaramdiversas das famlias aqui apresentadas.

    Em trs anos de visitas peridicas ao municpio de Mirandiba foram realizadas cerca de 20expedioes cientcas com durao de 5 a 15 dias, envolvendo aproximadamente de 30 pesquisadores.O esforo conjunto resultou em cerca de 5.000 amostras coletadas e depositadas no Herbrio GeraldoMariz (UFP), da UFPE. As duplicatas foram distribudas aos herbrios dos pesquisadores que atuaramcomo autores e co-autores de monograas. Alm disto, quando disponveis, algumas amostras foramenviadas aos herbrios do Jardim Botnico do Rio de Janeiro (RB), Missouri Botanical Garden (MO),

    The New York Botanical Garden (NY) e Kew Gardens (K).

    As visitas percorreram as mais variadas sionomias do municpio e incluram reas consid-eradas, pela comunidade local, como preservadas e aquelas com diferentes histricos de uso. Nestembito foram visitadas diversas propriedades rurais de pequenos e mdios agricultores que gentilmentecederam e incentivaram as visitas cientcas em suas propriedades.

    Com um banco de amostras crescendo a cada expedio realizada, foi necessrio um melhorplanejamento das estratgias de trabalho. Inicialmente pensada como um inventrio orstico, logo otrabalho assumiu um carter de ora em funo da ausncia de trabalhos locais com este perl. Paratanto, foi empregada a Flora Vascular do Estado de So Paulo, como um modelo, adaptado s necessi-dades e logstica locais.

    Aps o estabelecimento de regras gerais e padronizadas para a a elaborao das monogra-

    APRESENTAO

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    FLORADEMIRANDIBA-

    as de famlias, foi iniciada a construo de uma rede de colaboradores. Esta rede de colaboradores

    conta com cerca de 100 prossionais e inclui coletores, autores de monograas, revisores e ilustradorescientcos. Esta rede de prossionais altamente qualicados, com diferentes graus de experincia e ori-undos de diversos estados brasilieros foi construda gradativamente. Importante ressaltar que a rede decolaboradores incluiu alm de pesquisadores experientes, recm-doutores, doutorandos, mestrandos ealunos de iniciao cientica, especialmente da Universidade Federal de Pernambuco e da UniversidadeFederal Rural de Pernambuco.

    Para a apresentao das famlias, gneros e espcies, optou-se pela ordenao alfabtica. Paracada famlia monografada apresentada uma breve descrio com comentrios gerais sobre distribuiogeogrca e referncias selecionadas sobre a taxonomia do grupo. No caso de famlias com dois oumais representantes, acompanha uma chave dicotmica de identicao. Para cada espcie oferecida

    uma breve descrio com os caracteres mais relevantes sua identicao, acompanhada de comentri-os sobre a distribuio geogrca, habitat de ocorrncia no municpio de Mirandiba, nomes popularese usos locais quando conhecidos. Para a citao do material examinado foram selecionadas amostrasque melhor represnetassem as espcies em estudo. Quando necessrio esto citados materiais adicio-nais. As demais amostras coletadas na rea de estudo e que no esto citadas podem ser consultadas noHerbrio Geraldo Mariz (UFP). Algumas famlias no tiveram as monograas nalizadas a tempo parapublicao. Neste caso, os editores elaboraram uma chave de identicao para as espcies.

    Paralelamente a a esta ora, as amostras coletadas na rea permitiram a elaborao de umamonograa de concluso de graduao, cinco dissertaes de mestrado e uma tese de doutorado.

    Atravs de um dos trabalhos ainda em andamento (Dissertao de Mestrado de Katarina Pinheiro)

    foram recentemente coletadas espcies no includas nas monograas j elaboradas. Para estes casosespeccos, os editores decidiram pela incluiso para cada famlia com uma nova citao os seguintesdados: nome da espcie, amostras coletadas e um pequeno comentrio sobre a mesma.

    Ao nal, esta obra apresenta aos leitores, ao longo de suas pginas, citaes e descries, ilus-traes, fotograas, chaves de identicao e referncias bibliogrcas referentes a cerca de 500 esp-cies, distribudas em aproximadamente 80 famlias de Angiospermas e Pteridtas.

    APRESENTAO

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    P

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    A- Fazenda Baixio GrandeB- Fazenda CatolsC-Fazenda Pedra CompridaD-Fazenda SalinasE-Fazenda TigreF-Fazenda Tupan

    G-Serra das UmburanasH-Serra das moasI-Serrotinho

    J-Stio CabaasH- Melochia tomentosa L.I- Ptilochaeta bahiensis Turcz.

    J- Eugenia dysenterica DC.

    B

    C D

    E

    JI

    F G

    H

    A

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    B

    C D

    E

    JI

    F

    G H

    A- Ruellia asperula (Nees) LindauB- Aspidosperma pyrifoliumMart.C- Arrabidaea corallina(Jacq.) Sand.D- Cordia leucocephalaMoric.E- grandiflora(Cham. & Schltdl.) Steud.

    F- Ipomoea marcelliaMeisn.G- Serjania glabrataKunth.H- Melochia tomentosaL.I- Ptilochaeta bahiensisTurcz.J- Eugenia dysentericaDC.

    A

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    A- Vitex gardneriana Schau-er

    B-Ditaxis malpighiacea(Ule) Pax & K. Hoffm.

    C- Erythroxylum pungensO.E. Schulz

    D- Passiflora luetzelburgiiHarms

    E- Cissus simsianaSchult.

    F- Arrojadoa rhodantha(Grke) Britton & Rose

    G- Tacinga inamoena(Brit-ton & Rose) N.P. Taylor &

    Stuppy

    H- Triplaris gardnerianaWedd

    I- Cyperus eragrostisLam.J- Tillandsia streptocarpaBaker

    A B

    C

    D

    E

    J

    I

    FG

    H

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    ABSABER, A. Contribuio geomorfologia dos cerrados. In: FERRI, M.G. (Coord.). Simpsio

    sobre o Cerrado. So Paulo: Edgar Blucher, 1971, p. 97-103.

    ANDRADE, T.L.C. 2003. Formao do Territrio Pernambucano: Situao e Localizao. In: AN-

    DRADE, M.C.(Coord.) Atlas Escolar de Pernambuco. Grafset. 2003. 160p.

    ANDRADE-LIMA, D. 1981. The caatingas dominium. Revista Brasileira de Botnica, 4: 149-453.BARBOSA, M. R. de V.; SOTHERS, C.; MAYO, S.; GAMARRA, C. F. L.; MESQUITA, A. C. (org.).

    Checklist das Plantas do Nordeste Brasileiro:Angiospermas e Gymnospermas. Braslia: Ministrio

    da Cincia e Tecnologia, (1): 71-74.

    BARROSO, G. M. 1978. Sistemtica de Angiospermas do Brasil. Editora da Universidade de So

    Paulo, So Paulo, SP.

    BELTRO, A.B., MASCARENHAS, J.C., MIRANDA, J.L.F., JNIOR, L.C.S.; GALVO, M.J.T. &

    PEREIRA, S.N. 2005. Diagnstico do municpio de Mirandiba. Projeto Cadastro de Fontes de

    Abastecimento por gua Subterrnea do Estado de Pernambuco. Ministrio de Minas e Energia.

    PRODEEM/CPRM.

    BRAGA, R. 1960. Plantas do Nordeste, Especialmente do Cear. Fortaleza, Cear.

    JATOB, L. 2000. Introduo Geomorfologia. 4. ed.Recife, Edies Bagao.166p.

    LORENZI, H. 1998. rvores brasileiras: manual de identicao e cultivo de plantas arbreas nativas

    do Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Editora Plantarum.352p.

    KUBITZKI, K.; HUBER, H.; RUDALL, P.J.; STEVENS, P.S. & STTZEL, T (eds.). 1998. The Fam-

    ilies and Genera of Vascular Plants. Flowering Plants.Springer - Verlag, Berlin. Volumes diver-sos.

    PARAHYBA, R. da B.V; SILVA, F.H.B.B.; FILHO, J.C. A.; SILVA, F.B.R. & MAIA, J.L.T. 2000. Di-agnstico Ambiental do municpio de Mirandiba: destaque antecipado do projeto de Zonea-

    mento Agroecolgico do estado de Pernambuco. Recife: Embrapa, 40p.

    QUEIROZ, L..P. de. 2006. The Brazilian caatinga: phytogeographical patterns inferred from

    distribuition data of the Leguminosae. In: PENNINGTON, R.T.; LEWIS, G.P. & RATTER, J.A.

    (eds.). Neotropical savannas and dry forests: Plant diversity, biogeography, and conservation. Taylor &

    REFERNCIASBSICASDECONSULTAPARAOSESTUDOSREALIZADOS

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    FLORADEMIRANDIBA-

    Francis CRC Press, Oxford. 113-149.

    SMITH, N.; MORI, S. A.; HENDERSON, A.; STEVENSON, D. Wm. & HEALD, S. V. (eds.). 2004.

    Flowering plants of the Neotropics. Princeton University Press, Princeton, New Jersey, 409410.

    SOUZA, V. C. & LORENZI, H. 2005. Botnica Sistemtica: Guia ilustrado para identicao

    das famlias de Angiospermas da ora brasileira, baseado em APG II . Nova Odessa: Instituto

    Plantarum.

    REFERNCIASBSICASDECONSULTAPARAOSESTUDOSREALIZADOS

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    23- FLORADEMIRANDIBA

    FAMLIASMONOGRAFADAS

    READEESTUDO

    LOCALIZAOEEXTENSO: O Estado de Pernambuco (715-927S, 3448-4119W) ocupa aporo Oriental da regio Nordeste com rea de 98.526,60km. Est dividido em cinco Mesorregies:Serto, So Francisco, Agreste, Mata e Metropolitana do Recife. A Mesorregio do Serto compreende

    as Microrregies de Araripina, Salgueiro, Paje e Serto do Moxot (Andrade 2003).O municpio de Mirandiba (Figura 1, 8713S, 384346W), a cerca de 500Km do Recife, est

    localizado na Mesorregio do Serto e Microrregio de Salgueiro. Ocupa a poro mais setentrional daEcorregio da Depresso Sertaneja Meridional. Limita-se a norte com o municpio de So Jos do Bel-monte, a sul com o Carnaubeira da Penha, a leste com o Serra Talhada, e a oeste com os de Verdejante eSalgueiro. Abrange um rea de pouco mais de 800km2, com cota altitudinal entre 450-750m (Parahybaet al. 2000; Beltro et al. 2005). A populao majoritariamente rural, no superando 20.000 habitantes,distribudos na sede do municpio e nos diversos pequenos distritos e povoados.

    Na Pedra Comprida, localizada a cerca de 10km da sede do municpio e com aproximada-mente 50m de altura, foram encontrados registros de inscries rupestres, possivelmente relaciondados

    a tradio Agreste. No h informao na literatura das inscries encontradas no municpio, mas osregistros geomtricos e circulares podem ser facilmente associados as inscries rupestres j estudadasem outras regies do semi-rido brasileiro.

    ASPECTOSFISIOGRFICOS:Situado na Unidade de Paisagem tpica do semi-rido (DepressoSertaneja), o municpio apresenta clima do tipo Tropical Semi-rido (BSh), com chuvas de vero. Operodo chuvoso se inicia em novembro com trmino em abril. De acordo com o Itep (2008, on line),a temperatura media anual de 25,1C e precipitao media anual 687mm, com pico de chuva entremaro e abril (156 e 145mm, respectivamente). Os meses mais secos so agosto e setembro (4 e 5mm,respectivamente). O tipo vegetacional predominante a caatinga.

    HIDROGRAFIA: O sistema de drenagem de Mirandiba est inserido na Bacia Hidrogrca doRio Paje, que constitui o maior auente do rio So Francisco. Todos os cursos d gua, no municpio,tm regime de escoamento intermitente. O aude Ju e as lagoas Pau Preto, Favela, Grande, Caro,Pedra Branca, Pinhes, Catol, Xerm e dos Veados, representam os principais sistemas de acumulo eabastecimento de gua na regio.

    GEOLOGIA: De modo geral, a microrregio litologicamente caracterizada, por rochas cristali-nas (granitos, gnaisses, litos, sienitos e metassiltitos) do perodo Pr-Cambriano (Beltro et al. 2005).

    DESCRIOGERALDAREADETRABALHO

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    FLORADEMIRANDIBA-

    H registro ainda de depsitos mais recentes ao longo dos rios, riachos e audes. Para Jatob (2000), o

    municpio apresenta terrenos sedimentares do Siluriano-Devoniano e terrenos gneos e metamrcosdo Pr-Cambriano.

    GEOMORFOLOGIAERELEVO:Parahyba et al. (2000) divididiu o municpio em 18 segmentos e 6subunidades geoambientais em funo do arranjo e distribuio dos diferentes solos em topossequn-cias, do aspecto geral da vegetao, das diferenas geolgicas e das dimenses das serras e serrotes.

    Predominam na rea grandes superfcies aplanadas, mas tambm reas com relevo suave eondulado, alm de serras e/ou serrotes. Diversas classes de solos podem ser observadas no munic-pio. So registrados quatro tipos predominantes: Luvissolo, Neossolo Litoltico, Argissolo e NeosoloQuartzarnico, este ltimo ora de colorao branca, ora de colorao vermelha. Os trs primeiros tipos

    citados, em sua maioria, so rasos e pedregosos, onde muitas vezes a matriz cristalina encontra-se ex-posta, da qual so originados. Os solos de origem cristalina ocupam a maior parte da rea do munic-pio, contudo, cerca de 50% do territrio dominado pelo Luvissolo. O tipo Neosolo quartzarnicoapresenta maior profundidade que os demais, devido a sua origem ser de formao sedimentar. Porm,este ocupa uma rea territorial menor em relao aos demais, na qual responsvel pela formao depequenas bacias sedimentares.

    REASINVENTARIADAS:Foram inventariadas, do ponto de vista orstico-sionmico, 23 reasde caatinga no municpio. As coletas foram efetuadas nos perodos seco e chuvoso.

    Nove reas so consideradas como sedimentares de superfcies aplanadas com Neossoloquartzarnico: Ajuntador, Cacimba Nova, Fazendas Areias, Malhada dAreia So Gonalo e Salinas(trecho oeste do Rio Paje), Serrotinho, Stio Vertentes e Stio Chacal.

    Quatorze reas ocupam solos de origem cristalina localizadas principalmente em topos de ser-ras e serrotes com altitudes at 700m: Areia dos Lopes, Barra da Cachoeira, Catols, Fazendas BaixioGrande, Boa Esperana, Formiga, dos Lucas e Pau de Leite, Ipueirinha, Serras da Jia, das Umburanase do Tigre, Vrzea do Tiro, Sipaba e arredores da BR-252.

    A ocorrncia de caatingas situadas em topos de serras, fora dos limites das depresses inter-montanas, como sugerida por AbSaber (1971), j havia sido registrada por Andrade Lima (1981), noPlanalto da Borborema, da Paraba e Rio Grande do Norte.

    Parte dos ambientes estudados formada por depsitos arenoso-sedimentares, preenchendo

    uma grande fossa, entre rochas cristalinas, nos arredores da cidade. Estas reas possuem superfcie emforma de chapada, solos profundos e fortemente drenados. Ocorrem no extremo noroeste, no cen-troeste e no sudeste do municpio. A altitude varia de 440-510m e os solos so do tipo Neossolo quart-zarnico. Os sedimentos arenosos em Cacimba Nova, Serrotinho e Vertentes so amarelo-alaranjados,devido mistura com Areias Latosslicas de textura mdia, que segundo Parahyba et al. (2000) sosolos de baixa fertilidade e com capacidade de gua disponvel. Nas localidades de Chacal e Fazenda

    Areias os sedimentos so brancos.

    DESCRIOGERALDAREADETRABALHO

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    VEGETAOEFLORA:Fisionomicamente as chapadas so recobertas por caatingas arbustivas

    abertas com rvores esparsas na paisagem. Foram registrados trechos de caatinga com predomnio devegetao herbcea e reas abertas com aoramentos rochosos, reconhecidos localmente como laje-dos. No trecho drenado pelo rio Mirandiba, a sionomia predominante a caatinga arbustiva arbreaaberta.

    As reas de caatinga estudadas, situadas nas serras e serrotes, apresentam trechos com sio-nomia arbrea-arbustiva densa e de difcil penetrao (Serras da Jia, do Tigre e das Umburanas) e in -tercalado por caatinga arbrea-arbustiva aberta (Fazenda Baixio Grande). Em todas elas, foi registradaa presena de aoramentos rochosos. Na poro leste do municpio, foi estudado outro expressivofragmento de caatinga localizado na serra da Jia. Sua sionomia marcada por uma vegetao arbustivadensa, em relevo ngreme e de difcil acesso.

    A rea de caatinga visitada na regio de Catols destaca-se pela abundncia de aoramentosrochosos, crregos e lagoas temporrias, apresentando sionomia semelhante encontrada nos Caririsparaibanos.

    As reas de caatinga arbustiva aberta, especialmente em chapadas e serrotes, apresentam r-vores esparsas na paisagem. Caesalpinia ferrea, Cnidoscolus quercifolius e Enterolobium contortisiliquum somais comuns. Complementando a paisagem, porm com menor estatura, podem ser observadas commaior incidncia Bauhinia acuruana, Cnidoscolus vitifolius, Erythroxylum caatingae, Eugenia disenterica, Jatrophamutabilis, Jatropha mollisima, Poeppigia procera, Poincianella bracteosa eSapium glandulosum. O estrato herbceo abundante e diverso durante o perodo de chuvas, com larga ocorrncia de representantes de Malva-ceae, Poaceae, Polygalaceae, Portulacaceae e Verbenaceae, entre outras famlias.

    Os trechos de caatinga arbrea so raros na rea de estudo. Em geral, estao localizados na en-costa de serras e em reas de difil acesso para plantio e pasto. Nesta paisagem so comuns indivduoscom altura entre 8-15(-20)m deAnadenanthera colubrina, Ceiba glaziovii, Chloroleucon foliolosum, Manihotdichotoma, Myracrodrun urundeuva e Pseudobombax marginatum, entre outras espcies arbreas.

    Alguns dos aoramentos rochosos visitados apresentam sionomia e ora distintas das reasdo entorno.Arrojadoa rhodantha, Cleome spinosa, Cnidoscolus loefgrenii, Cnidoscolus quercifolius, Croton heliotro-

    piifolis, Enterolobium contortisiliquum, Pilosocereus gounelei, Senna spectabilis var. excelsa, Senna macranthera var.pudibunda, Mimosa arenosaeZiziphus cotinifolia, so algumas das espcies com ocorrncia na rea.

    Nas reas drenadas por rios e os terraos aluviais predomina a sionomia de caatinga arbus -tiva-arbrea aberta. Combretum hilarianum, Harpochilus neesianus, Herissantia crispa, Jatropha ribifolia, Pityro-carpa moniliformis, Pithecellobium diversifolium, Schinopsis brasiliensis, Syderoxylon obtusifolium e Trischidium molleso espcies comuns a esta sionomia na rea de estudo.

    O estrato herbceo-arbustivo, relacionado a ambinetes de origem de solo cristalino e aora-mentos rochosos, extremamente diverso no perodo de chuvas. Algumas espcies se destacam porserem perenes na paisagem, tais como Bromelia laciniosa, Croton rhamnifolioides, Laelia americana, Neoglazio-via variegata, entre outras.

    Schinopsis brasiliensis, Spondias tuberosa e Ziziphus cotinifolia so espcies arbreas regularmenteobservadas em reas de caatinga arbustiva-arbrea. Tambm so registradas em ambientes que sofre-ram corte raso ou seletivo para extrao de madeira ou plantio. Neste caso, podem ser consideradascomo remanescentes de uma vegetao exuberante no passado recente. Em algumas reas em regen-

    DESCRIOGERALDAREADETRABALHO

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    FLORADEMIRANDIBA-

    erao, Croton blanchetianus uma das espcies mais abundantes, dominando uma parte considervel

    da paisagem. Sua abundncia est relacionada tanto aos aspectos biolgicos da planta quanto ao seumanejo empirico realizado pela comunidade local.

    As trepadeiras esto amplamente distribudas nas distintas sionomias no municpio. Rep-resentantes herbceos e lenhosos de Convolvulaceae, Sapindaceae e Vitaceae so os mais comuns.Durante o perodo de chuvas, ocupam grandes trechos do estrato herbceo (especialmenteJacquemontiaspp. e Ipomoeaspp.) e do subosque das reas de caatinga arbustiva-arbrea.

    A riqueza de epitas, hemieptas, parasitas, hemiparasitas e saprtas reconhecidamentebaixa em Caatinga. Na rea de estudo, foram registradas poucas espcies com estas formas de vida,com maior destaque paraTillandsiaspp. No entanto, estas espcies, aparentemente no tem relevnciana sionomia da rea.

    DESCRIOGERALDAREADETRABALHO

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    Este estudo esto monografadas 444 espcies de plantas vasculares districudas em de 76famlias. Importante salientar, que novas excurses realizadas aps a elaborao da ora permitiram oregistro de cerca de 20 novas espcies para a rea, que no entanto, no esto includas neste estudo.

    As Pteridtas esto representadas por trs famlias e quatro espcies nativas e as Angiosper-mas por 73 famlias e 440 espcies nativas. Foram registradas ainda cerca de 20 espcies com origemexticas ao ambiente da Caatinga, encontradas na arborizao urbana e em ambientes antropizados

    mas associados a reas de caatinga.As 73 famlias de espcies de Angiospermas encontradas em Mirandiba representam 75% das

    famlias registradas para a caatinga do semi-rido do Nordeste do Brasil por Queiroz et al.(2006).A reade estudo apresenta cerca de 35% dos txons registrados para caatinga. Um nmero expressivo levandoem considerao os limites da rea estudada em Mirandiba. No obstante, dentre das cerca de 450 es-pcies registradas neste trabalho muitas no constam na lista elaborada para a caatinga (Queiroz et al.2006). Como exemplos podem ser citados os casos deAneilema brasilienseC.B. Clark, Bulbostylis tenuifolia(Rudge) J.F. Macbr., Cypella gracilis(Herb.) Klatt, Cissus tinctoriaMart., Prockia crucisP. Browne ex L.,Schultesia pohliana Progel, entre outras. Tambm merecem destaque, os registros de vrias espcies dosgneros Tillandsia (Bromeliaceae), Croton(Euphorbiaceae), Waltheria e Sida(Malvaceae), entre outros, as

    quais no haviam sido registradas na lista acima citada.As dez famlias que encabeam a lista das mais ricas neste estudo foram Leguminoseae (83

    spp.), Euphorbiaceae (47 spp.), Poaceae (36 spp.), Convolvulaceae (32 spp.), Malvaceae s.l. (24 spp.),Asteraceae (17 spp.), Cyperaceae (14 spp.), Capparaceae (10 spp.), Apocynaceae s.l. (9 spp.) e Rubiaceae(9 spp.). Juntas estas famlias somam mais que 60% do total de espcies estudadas em Mirandiba. Umpadro que conrma diversos estudos realizados na ora da caatinga, inclusive os encontrados porQueiroz et al. (2006), que registraram cinco destas famlias citadas acima como as 10 mais ricas.

    Em Mirandiba foram registradas cerca de 70 espcies consideradas endmicas do semi-ridobrasileiro o que representa cerca de 15% do total de espcies coletadas no municpio. Destaque para afamlia Leguminoseae que contabilizou 19 registros de espcies endmicas da caatinga.

    Dentre as espcies de importncia econmica para a comunidade local, destacam-se no usocomo madeireira, fonte de lenha e para a produo de cercas o angico [Anadenanthera colubrinavar.colubrina (Vell.) Brenan, Leguminoseae], o angico-de-caroo [Anadenanthera colubrinavar. cebil (Griseb.)Reis], o marmeleiro [Croton blanchetianus Baill., Euphorbiaceae], a imburana [Commiphora leptophloeos(Mart.) Gillet, Burseraceae] e a algaroba [Prosopis juliora (Sw.) DC., Leguminosae], a qual tambm usada como forrageira. Como melferas destacam-se o velame [Croton heliotropiifolius Kunth, Euphor-biaceae], e o alecrim [Lippia sidoides Cham., Verbenaceae], assim como diversas espcies das famliasConvolvulaceae, Lamiacae e Malvaceae. Na alimentao o umbu [Spondias tuberosa Arruda, Anac-ardiaceae] e o caju [Anacardium occidentale L., Anacardiaceae] so duas das plantas mais importantes e

    versteis em usos na caatinga, pois alm da alimentao sob a forma de sucos, gelias, doces em con-

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    servas, e castanhas, a madeira amplamente empregada na construo civil e folhas, ores e frutos so

    empregadas como toterpicos locais. Como fonte de bra o destaque do ouricuri [Syagrus coronata(Mart.) Becc., Arecaceae], a qual possui tambm os frutos secos utilizados no artesanato local.

    Vale ressaltar que esto monografadas neste trabalho apenas as espcies encontradas em reaspreservadas ou com o mnimo de interveno antrpica. Trs casos peculiares so pertinentes e mere-cem ateno pela ocorrncia em reas de capoeira em regenerao, recentemente cortada ou em reade contato com a caatinga preservada. A or-de-cera [Calotropis procera (Aiton) W. T. Aiton, Apoc-ynaceae], algaroba [Prosopis juliora(Sw.) DC., Leguminosae], e moringa [Moringa oleifera Lam.,Moringaceae] so exemplos de plantas exticas lenhosas que gradativamente avanam pelas reas decaatinga do municpio.

    A arborizao urbana, como na maioria das cidades do interior de Pernambuco, recebe pouca

    ateno dos gestores pblicos e no exerce uma das suas funes primordiais que a amenizao datemperatura. Na rea urbana do municpio, so poucas as rvores plantadas em praas, parques e jardinspblicos. As existentes passam por podas radicais regularmente. As principais espcies encontradas nacidade so: algaroba [Prosopis juliora(Sw.) DC., Leguminosae], brasileirinho [Erythrina indicaLam.

    var. picta Hort., Leguminosae], cajueiro [Anacardium occidentaleL., Anacardiaceae], cssia-amarela[Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin & R.C. Barneby, Leguminosae], coqueiro-da-bahia (Cocos nuciferaL., Arecaceae), gueira-beijamina [Ficus benjaminaL., Moraceae], lcio [Filicium decipiens (Wight& Arn.) Thw., Sapindaceae], guamuxil [Pithecellobium dulce(Roxb.) Benth., Leguminosae], jasmim-manga [Plumeria rubra L., Apocynaceae], juazeiro [Ziziphus joazeiro Mart., Rhamanaceae], leucena[Leucena leucopcephala (Lam.) R. De Wit., Leguminosae], mangueira [Mangifera indicaL., Anacardiaceae],

    moringa [Moringa oleifera Lam., Moringaceae], murta [Murraya paniculata(L.) Jacq., Rutaceae], niim[Azadirachta indicaA. Juss., Meliaceae], pau-brasil [Caesalpina echinata Lam., Leguminosae], pau-de-cola (Cordia abyssinicaR. Br., Boraginaceae) e sete-copas [Terminalia catappa L., Combretaceae]. As

    visualmente mais abundantes so algaroba, cssia-amarela, gueira-beijamina e pau-de-cola.Percebe-se facilmente que o emprego de espcies nativas da Caatinga na arborizao urbana

    praticamente inexistente e faz-se restrito a exemplos pontuais, em geral, associados as aes individuaisdos moradores.

    Nos ltimos meses de trabalho de campo foi vericado um aumento signicativo da explo-rao de madeira para produo de carvo vegetal. O produto visa abastecer o crescente mercado decalcinao da gipsita na regio da Chapada do Araripe, serto pernambucano. Apesar da explorao

    madeireira estar direcionada a reas de plantio de algaroba [Prosopis juliora

    (Sw.) DC., Leguminosae],foi constatado o corte e transporte de madeiras de espcies nobres e nativas da caatinga como brana[Schinopsis brasiliensis Engl., Anacardiaceae], angico [Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan., Legu-minosae], pau-ferro [Caesalpinia ferreaMart. ex Tul., Leguminosae] e aroeira [Myracrodruon urundeuva

    Allemo, Anacardiaceae], entre outras.Apesar de nenhuma das espcies apresentada ao longo deste livro estar includa na lista de

    espcies ameaadas publicada recentemente pelo o MMA (2008) evidente que muitas delas sofremforte presso pela fragmentao do habitat, explorao excessiva e ao de caprinos e bovinos.

    Os resultados aqui apresentados conrmam as previses do MMA (2002) que indica-vam a regio de Mirandiba como importante centro para realizao de inventrios sobre a diversidade

    DIVERSIDADETAXONMICA, CONSERVAOEUSOSDAFLORALOCAL

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    vegetal. Resta agora que este trabalho venha a nortear polticas pblicas que garantam o manejo e a

    consErvaso das reas de caatinga ainda existentes no municpio de Mirandiba. E nalmente, que oMinistrio do Meio Ambiente promova rea de estudo categoria de Prioritria para conservao

    vegetal no bioma Caatinga.

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    A elevada heterogeneidade ambiental encontrada no semi-rido do nordeste brasileiro querseja em termos geomorfolgicos, climticos ou pedolgicos, o principal condicionante na repartioespacial das diferentes comunidades vegetais (Andrade-Lima 1981). Mesmo em uma escala local, domi-nada por aparente homogeneidade sionmica, estudos detalhados mostram que as sinsias apresen-tam diferentes organizaes e variam de acordo com as condies ambientais, tais como regime deprecipitao, temperatura e altitude (Ferraz et al.2003; Sampaio 2003).

    Estes fatores so os principais responsveis a determinar a variabilidade de ambientes obser-vada na Caatinga, na qual apresenta grande diversidade na cobertura vegetal, tanto em termos sion-micos quanto orsticos (Cardoso & Queiroz 2007). A variao sionmica relacionada ao porte,inclui desde formaes orestais a arbustivas. Enquanto que para as orsticas, seguramente compro-

    vada a existncia de grupos orsticos especcos de determinados locais, formando duas biotas distin-tas, localizadas sobre as duas principais unidades de solo de ambientes semi-ridos de origem cristalinae sedimentar (Cardoso & Queiroz 2007).

    Tal variao tosionmica constatada para a Caatinga, tem causado controvrsias edicultado a delimitao de suas tipologias e, consequentemente, sua classicao (Amorim et al. 2005).Contudo, alguns estudos realizados em ambientes de Caatinga atribuem estas mudanas vegetacionais

    como uma resposta s aes antrpicas (Pereira et al.2003). Apesar da importncia deste fator, o mes-mo no deve ser levado em considerao isoladamente para explicar esta variabilidade vegetacional.

    As cotas altitudinais no municpio variam de 420 a 610m e associado s variaes derelevo e as distintas tipologias de solos, vm afetar consideravelmente a disponibilidade hdrica local econsequentemente a vegetao.

    Devido plasticidade das condies ambientais existentes no municpio, possvel per-cber, em escala local, diferentes sionomias de caatinga sensu stricto.Para Mirandiba, atravs do mapa darea (EMBRAPA 2008), pode-se comprovar a existncia de diferentes tipologias de solo, onde h a pre-dominncia de quatro tipos, sendo os principais Luvissolo, Neossolo litoltico e Argissolo, originadosda matriz cristalina, e Neossolo quartzarnico de origem sedimentar. O Luvissolo ocupa cerca de 50%

    da rea, porm tambm encontrada a presena de solo do tipo Neossolo litoltico na poro central enoroeste da rea. Alm destes, so encontrados os tipos Argissolo, ao norte, e Neossolo quarzarnicoao sul, que aparentam ser mais profundos.

    No Luvissolo observada uma vegetao arbustiva aberta, com rvores espaadas, onde noestrato arbustivo h predominncia de Croton blanchetianus Baill. (Euphorbiaceae), enquanto que no ar-breoSchinopsis brasiliensisEngl. (Anacardiaceae) a mais freqente.

    Em solos do tipo Neossolo litoltico, a vegetao arbustiva-arbrea densa, onde o estratoarbustivo constitudo basicamente por Croton rhamnifolioidesPax & K. Hoffm. (Euphorbiaceae). No es-trato arbreo, existe uma mescla de vrias espcies no havendo uma abundncia clara de determinadotxon sobre os demais. Alm destes hbitos, o trepador tambm bastante comum a tipo de solo.

    FITOFISONOMIA

    Katarina Pinheiro, Maria Jesus Nogueira Rodal & Marccus Alves

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    Para o Argissolo, a vegetao do tipo arbustiva aberta formada predominantemente por Cro-

    ton blanchetianusBaill., com poucas rvores espaadas e sem doiminncia clara de uma espcie arbrea.O Neossolo quartzarnico, o nico existente de origem sedimentar, onde sua vegetao do

    tipo abustiva densa com a reduzida presena de rvores de maior porte. Porm, a nica com registrode Syagrus coronata(Mart.) Becc. (Arecaceae).

    Merece ateno observar que para as sionomias inseridas no embasamento cristalino, evi-dente a dominncia de C. blanchetianus Baill. Aps alguns trabalhos realizados na Caatinga, levantou-sea hiptese que esta planta tende a predominar em reas antropizadas. No entanto, a ocorrncia destaespcie parece est mais relacionada com sua capacidade de adaptao a solos com condies de esta-belecimento mais adversas. Pois, em algumas sionomias estudadas, a espcie dominante indepen-dente de atividades antrpicas.

    Desta forma, ca evidente a diversidade sionmica encontrada para o municpio de Miran-diba. Contudo, assim como outros locais de Caatinga, tais variaes sionmicas reladas no so es-sencialmente relacionadas interveno antrpica. Toda a variedade de fatores abiticos descrita acima,parece ser a principal inuenciadora para a variabilidade tosionmica encontrada para o municpio.

    ANDRADE-LIMA, D. 1981. The caatingas dominium. Revista Brasileira de Botnica, 4: 149-453.

    AMORIM, I. L.; SAMPAIO, E. V. S. B. & ARAJO, E. L. 2005. Flora e estrutura da vegetao arbus-

    tiva-arbrea de uma rea de caatinga do Serid, RN, Brasil. Acta Botanica Braslica, 19: 615-623.

    CARDOSO, D. B. O. S. & QUEIROZ, L. P. 2007. Diversidade de Leguminosae nas Caatingas de

    Tucano, Bahia: implicaes para a togeograa do semi-rido do Nordeste do Brasil. Rodrigusia, 58:

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    EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria. 2008. acessado em 20.02.2008. < http://

    www.uep.cnps.embrapa.br/solos/ >

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    vegetation along na altitudinal gradient in the semi-arid region of northeastern Brazil. Phytocoenologia,

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    PEREIRA, I. M.; ANDRADE, L. A.; SAMPAIO, E. V. S. B. & Barbosa, M. R. V. 2003. Use-historyeffects on structure and ora of caatinga. Biotropica, 35: 154-165.

    SAMPAIO, E. S. V. B. 2003. A caracterizao da caatinga e fatores ambientais que afetam a ecologia das

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    FITOFISIONOMIA

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    Nas Angiospermas, comum a presena de glndulas com funes variadas como a secreode resina, leo, substncias urticantes, entre outros aspectos. A funo das glndulas e do contedosecretado denida pela condio ecolgica da planta e suas adaptaes ao meio (Bentley & Elias1983). Segundo estes autores, nectrios extraorais (NEFs), assim como os nectrios orais (NFs), soglndulas responsveis pela secreo de nctar, sendo que difere destes por se localizar nos rgos veg-etativos ou em ramos reprodutivos (pednculo da inorescncia, pedicelo oral) sem estar diretamente

    localizado na or (a partir do receptculo).O nctar uma substncia aucarada, rica energeticamente e que garante a interao entre os

    vegetais e os elementos da fauna, especialmente, formigas. Estas, em geral so tem comportamentoagressivo, e em troca do recurso ofertado mantm distantes os herbvoros. Embora os NEFs no este-jam diretamente relacionados polinizao, h registros de polinizadores que visitam essas glndulas.

    A visita do polinizador ao NEF parece ser uma questo de oportunidade, devido disponibilidade dorecurso durante a passagem do agente pela planta. No entanto, no se deve descartar, a possibilidadedo NEF ser mais um mecanismo relacionado direta ou indiretamente a polinizao.

    Alm da funo ecolgica, os NEFs tm sido uma importante ferramenta nos estudos detaxonomia e logenia. Essas glndulas apresentam diversos caracteres como colorao, formato e ta -

    manho, que podem fornecem dados taxonmicos importantes. Os NEFs tambm apresentam car-actersticas anatmicas e ultra-estruturais bastante peculiares aos txons em que ocorrem e inteiramenterelacionadas secreo do nctar.

    Os NEFs so distribudos em diferentes grupos de vegetais (Keeler 2008). Atualmente estoregistradas cerca de 4.000 espcies de Angiospermas com NEFs distribudas em mais de 100 famlias,e nove espcies de Pteridtas distribudas em quatro famlias. Dentre as Angiospermas, a famlia Le-guminosae a mais representativa (cerca de 1000 spp), seguida de Passioraceae (cerca de 400 spp),Euphorbiaceae (cerca de 300 spp), Malvaceae (cerca de 300 spp) e Rosaceae (cerca de 250 spp).

    Os registros de plantas com NEFs englobam todos os continentes terrestres se estendendodas Amricas at a Oceania. So diversos os ecossistemas em que ocorrem, assim como o hbito e as

    formas de vida. H registros de plantas com NEFs em orestas midas, cerrado, caatinga, manguezal,reas litorneas e at desertos. Os txons com NEFs apresentam-se sob formas diversas, sendo desdeErvas at rvores, incluindo subarbustos aquticos [Neptunia plena(L.) Benth Leguminosae].

    No Brasil, existem citaes de Nefs para a Amaznia, o Cerrado e a Caatinga e Manguezal(Oliveira & Leito-Filho 1987; Lewis & Owen 1989; Morellato & Oliveira 1991; Machado et al.2008;

    Arajo indito; Melo indito). Em Mirandiba, foram observados Nefs em Leguminosae (Prancha 2, g.A D), Euphorbiaceae (Prancha 2, g. E F), Capparaceae, Malvaceae e Turneraceae. Foram encontradosdiferentes tipos de glndulas, incluindo tricomas glandulares nectarferos, distribudas nas folhas e nopedicelo oral.

    O nmero de espcies de Leguminosae com NEFs demonstra a representatividade na famlia.

    NECTRIOSEXTRAFLORAIS

    Yanna Melo, Maria de Ftina de Arajo Lucena, Silvia R. Machado & Marccus Alves

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    FLORADEMIRANDIBA-

    No entanto, importante destacar a distribuio tambm em Euphorbiaceae, que est entre os princi-

    pais grupos de plantas com NEFs.Embora a Caatinga seja um ambiente considerado inspito, devido escassez hdrica, no-

    tvel a distribuio de plantas com NEFs nesse ecossistema. Essas glndulas possivelmente conferemrecursos alimentares para a fauna local.

    BENTLEY, B. & ELIAS, T. S. 1983. The Biology of Nectaries.New York: Columbia University

    Press.

    KEELER, K. H. 2008.World list of Angiosperm species with extraoral nectaries. http://www.

    biosci.unl.edu/emeriti/keeler/extraoral/worldlistfamilies.htm./ (ltimo acesso: Maio 2008).

    LUCENA, M. F. A. Ind. Diversidade de Euphorbiaceae no semi-rido do Brasil. Dados no publica-

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    LEWIS, G. P & OWEN, P. E. 1989. Legumes of the Ilha de Marac. Surrey: Royal Botanic Gar-

    dens.

    MACHADO, S. R..; MORELLATO, L. P. C.; SAJO, M. G. & OLIVEIRA, P. S. 2008. Morphological

    patterns of extraoral nectaries in woody plant species of the Brazilian cerrado. Plant Biology, 10(4):

    1 14.

    MELO, Y. Ind. Diversidade de nectrios extraorais em Leguminosae em reas de caatinga PE.

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    2008.

    MORELLATO, L. P. C. & OLIVEIRA, P. S. 1991. Distribution of Extraoral Nectaries in Different

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    OLIVEIRA, O. S.; LEITO FILHO, H. F. 1987. Extraoral Nectaries: Their taxonomic Distribution

    and Abundance in the Woody Flora of Cerrado Vegetation in Southeast Brazil. Biotropica, 19(2): 140-

    148.

    NECTRIOSEXTRAFLORAIS

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    35- FLORADEMIRANDIBA

    FAMLIASMONOGRAFADAS

    Prancha 2. Nectrios extra-florais em espcies de Leguminoseae e Euphorbiaceae de

    Mirandiba. Figuras A-D. Nctarios em Leguminoseae. E-F. Nctarios em Euphorbiaceae.

    NECTRIOSEXTRAFLORAIS

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    A famlia Leguminosae representada no Brasil por cerca de 270 gneros e 6.700 espciese desponta como a famlia com maior nmero de espcies e de endemismos na caatinga (Giullieti etal. 2002). A morfologia polnica das leguminosas bastante varivel, caracterizando-a como famliaeuripolnica, e os caracteres polnicos so utilizados principalmente na separao das subfamlias, dosgneros e de algumas sees (Guinet 1981). Caesalpinioideae tem gros de plen de oblato-esferoidais aprolato-esferoidais, tricolporados, com superfcie de reticulada a rugulada ou fossulada-foveolada (Gra-

    ham & Baker 1981). Em Mimosoideae so encontrados desde gros de plen em mnades at ttradese polades, porados (Sorsa 1969, Guinet 1981). Papilionoideae tem gros de plen de prolatos a sub-prolatos ou sub-oblatos a oblato-esferoidais, tricolporados, colpados ou porados, e a exina geralmentereticulada com margens psiladas na regio apertural (Ferguson & Skvarla 1981).

    Os estudos de palinoora, ainda raros no Brasil, so importantes no apenas para o conheci-mento da ora local como tambm para subsidiar pesquisas paleobotnicas, taxonmicas, melissopal-inolgicas e de ecologia da polinizao. O cenrio de trabalhos de oras polnicas ainda mais carentena Caatinga. Pioneiramente, Gomes (1966) descreveu os gros de plen de 15 espcies das quais duasso de Leguminosae. A palinologia de leguminosas na caatinga foi abordada novamente apenas 40 anosdepois, quando em 2006 Lima et al. publicaram a descrio polnica de espcies do gnero Mimosado

    semi-rido. O maior estudo para a caatinga foi publicado no ano seguinte por Silva, que descreveu amorfologia polnica de 144 espcies da Reserva de Canudos, na Bahia, das quais 30 so leguminosas.

    Diante da notvel representatividade das leguminosas na caatinga de Mirandiba (Crdula et al.2008), o presente trabalho, que foi tema de dissertao da primeira autora, teve como principal objetivodescrever a morfologia polnica das espcies de Leguminosae que ocorrem em Mirandiba.

    Para tal estudo, o material polnico foi preparado pelo mtodo padro de acetlise (Erdtman1960) para posterior anlise em microscopia ptica (MO), e para a microscopia eletrnica de varredura(MEV) foram utilizados gros de plen no acetolisados. As descries seguiram a nomenclatura dePunt et al.(2007) e as lminas foram depositadas na Palinoteca do Laboratrio de Micromorfologia

    Vegetal (LAMIV), da Universidade Estadual de Feira de Santana.

    Com as descries palinolgicas das Leguminosae de Mirandiba, so inditas as de-scries e ilustraes para 40 espcies, 55% do total das espcies estudadas na rea, alm de seremadicionados novos dados, especialmente imagens de microscopia eletrnica de varredura, para mais23 espcies. Dentro de cada subfamlia foram estabelecidos, sempre que possvel, tipos polnicos parafacilitar a identicao de grupos de espcies.

    Em Caesalpinioideae, foram identicados cinco tipos polnicos distintos: 1. tipo Bauhinia(2spp.)com gros de plen grandes com exina microrreticulada e gemada; 2. tipoSenna(Senna 8 spp. eChamecrista 6 spp.), gros de plen mdios, subprolatos a prolatos, psilados a microrreticulados, 3-col-porados com colpos longos, fusionados ou no nos polos; 3. tipo Caesalpinia(3 spp.), gros de plengrandes, suboblatos, 3-colporados, aspidados, reticulados, heterobrocados; 4. tipoParkinsonia(1 sp.),

    PALINOLOGIADELEGUMINOSAE

    Maria Teresa Buril & Francisco de Assis Ribeiro dos Santos

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

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    gros de plen pequenos a mdios, prolatos-esferoidais, endoabertura lalongada, reticulados e muro

    muito delgado; 5. tipoPoeppigia (1 sp.), gros de plen pequenos, subprolatos, endoabertura circular,microrreticulado, heterobrocado.

    Entre as espcies de Mimosoideae, a notvel variao das formas de unidades de dis-perso expressou toda a diversidade polnica j citada para a famlia (Sorsa 1969). Foi possvel esta-belecer sete tipos polnicos: 1. mnades, em Desmanthus pernambucanus eNeptunia plena; 2. ttrades emespcies deMimosa; 3. polades com oito gros de plen heteromrcos (um gro muito diferenciadodos demais) em Calliandra depauperata; 4. dittrades em espcies deMimosa ePityrocarpa moniliformis; 5.polades com 12 gros de plen em Piptadenia; 6. polades com 16 gros de plen nas espcies de An-adenanthera, Inga, Parapiptadenia, Pithecellobium eSenegalia; 7. polades com mais de 16 gros de plen emChloroleucon ePithecellobium.

    Papilionoideae foi a subfamlia com morfologia polnica mais homognea. A variaomais marcante entre as espcies estudadas est relacionada s aberturas, sendo encontrados clporos,colpos e tambm poros. No geral, so todos mnades, prolato-esferoidais, amb subtriangular a triangu-lar, e de superfcie reticulada com margens psiladas, sendo esse o padro j apontado por outros autores(Ferguson & Skvarla 1981, Silvestre-Capelato & Melhem 1997).

    As Leguminosae ocorrentes em Mirandiba so uma amostragem representativa de todoo espectro da diversidade polnica encontrada na famlia, sendo detectadas variaes na forma, mbito,tipo e nmero de aberturas, ornamentao e tambm na presena de estruturas especiais.

    CRDULA, E.; QUEIROZ, L. P. & ALVES, M. 2008. Checklist da ora de Mirandiba, Per-

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    PALINOLOGIADELEGUMINOSAE

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    Semi-rido.

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    SORSA, P. 1969. Pollen morphological studies on the Mimosaceae.Annales Botanici Fen-nici, 6: 1-34.

    Prancha 3. Gros de plen de espcies de Leguminosae ocorrentes em Mirandiba. Figuras A-C

    Caesalpinioideae: A. Bauhinia acuruana, vista polar (MO), notar gemas como ornamentao (MO).

    B. Caesalpinia bracteosa, vista polar (MEV), notar ampla margem rugulada na regio apertural. C.

    Chamaecrista pilosavar. luxurians, vista polar (MEV), notar colpos fundidos). D-F Mimosoideae: D.

    Calliandra depauperata, vista frontal (MO), polade, notar forma de gota e gro de plen apical

    modificado e sem apndice. E. Desmanthus pernambucanus, vista polar (MEV), mnade. F.

    Mimosa quadrivalvis var. leptocarpa, vista frontal (MEV), ttrade. G-I Papilionoideae: G. Dioclea

    grandiflora, vista polar (MO), tricolporado, notar presena de trio. H. Erytrina velutina, vista polar

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    Ervas, subarbustos, arbustos, trepadeiras ou mais raramente rvores, hermafroditas; freqente-mente com cistlitos. Folhas opostas, raramente alternas, verticiladas ou rosuladas, simples, sem es-tpula. Inorescncias racemosas ou cimosas, simples ou compostas. Flor hipgina; spalas (4-)5(-16),unidas pelo menos na base, raramente clice reduzido a um anel, persistente no fruto; corola gamop-tala, pentmera, zigomorfa, tubo cilndrico ou infundibuliforme, geralmente a parte superior alargada,formando uma fauce, limbo 5-lobado, 2-labiado ou mais raramente 1-labiado; estames 4 didnamos ou

    2, adnatos ao tubo da corola, alternos aos lobos, s vezes estamindios presentes, anteras 1-2-tecas,iguais ou no, paralelas ou divergentes, inseridas na mesma altura no conectivo ou no, deiscncia lon-gitudinal; disco nectarfero anular, cupular ou reduzido; ovrio spero, bicarpelar e bilocular, placenta-o axial; vulos 2-12 por lculo, superpostos ou algumas vezes colaterais, raramente mais numerososem duas leiras em cada lculo, freqentemente com um funculo desenvolvido em forma de gancho(retinculo) ou papila; estilete simples, em geral longo, estigma freqentemente bilobado. Fruto cpsulaloculicida com deiscncia explosiva, parte basal freqentemente estreitada, estril e slida formando umestpite; sementes, em geral planas, orbiculares ou suborbiculares, glabras ou pilosas, testa lisa, rugosaou reticulada, algumas mucilaginosas quando midas.

    Famlia com cerca de 3250 espcies e 240 gneros, distribuindo-se pelos trpicos e subtrpi-cos de todo o mundo, alcanando algumas regies temperadas. Nas Amricas ocorrem cerca de 85gneros e 2000 espcies. No Brasil estima-se que ocorram cerca de 40 gneros e 540 espcies, a maiorianas formaes orestais do Sudeste e Centro-Oeste, especialmente em matas meslas.

    EZCURRA, C. 2002. El gnero Justicia en Sudamrica Austral. Annals of the MissouriBotanical Garden, 89: 225-280.

    NEES, C.G. 1847. Acanthaceae. In: MARTIUS, C.; EICHLER, A. G. & URBAN, I. (eds.).Flora Brasiliensis,9:1-164.

    WASSHAUSEN, D. C. & WOOD, J. R. I. 2004. Acanthaceae of Bolivia. Contributions from

    the U.S. National Herbarium49:1-52.

    CHAVEPARAASESPCIESDEACANTHACEAE

    1. Flores dispostas em espigas. Estames frteis 2 ............................................................................................2

    1. Flores em inorescncias cimosas. Estames frteis 4................................................................................3

    2. Cistlitos presentes nas folhas; corola claramente bilabiada,

    1. ACANTHACEAECntia Kameyama

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    FLORADEMIRANDIBA-

    frutos com funculo em forma de gancho ......................................................................Justicia aequilabris

    2. Cistlitos ausentes nas folhas; corola no biblabiada,

    frutos com funculo papiliforme ..................................................................................... Elytraria imbricata

    3. Corola vermelha, cpsula claviforme .............................. ............................... ................... Ruellia asperula

    3. Corola lils, cpsula cilndrica ....................................................................................... Ruellia paniculata

    1.1. ELYTRARIAIMBRICATA(Vahl) Pers., Syn. Pl. 1: 23. 1805.Ervas perenes; caule subcilndrico, pubescente a viloso, glabrescente. Folhas subopostas

    agrupadas em roseta no pice dos ramos, subssseis ou com pecolo at 1cm compr.; obovadas, 6,5-

    8,5x1,9-3cm, pice agudo a levemente acuminado, base longamente decorrente, margem levementecrenada a inteira, ciliada, pilosa nas nervuras em ambas as faces, mais densamente na abaxial. Ino-rescnciasaxilares, pedunculadas, pednculo bracteado 3,5-9cm compr., brcteas imbricadas, ssseis,lanceoladas, acuminadas-cuspidadas, 1,5x5-6mm, face adaxial tomentosa, espigas simples ou compos-tas (pancula), 0,9-3cm compr., brcteas orais imbricadas, semelhantes porm um pouco maiores queas do pednculo, ca. 1,8x7mm, bractolas 2, subuladas, ca. 0,7x3mm, com tricomas na nervura central.Flores, clice 4-lobado, lobo anterior 2-partido no pice, lobos lanceolados, ca. 0,8x4mm, vilosos nopice; corola lils, bilabiada, tubo ca. 2,5mm compr., fauce muito curta, lbios 1-2mm compr, superior1-lobado, inferior 3-lobado; estames 2, inseridos na base da fauce, letes curtos; disco inconspcuo,estilete aplainado e curvo, vulos 6-10 por lculo. Frutocpsula ovide, ca. 5mm compr., glabra, 6-12

    sementes, funculo papiliforme.Material examinado: Serra do Tigre, 04.X.2006, K. Pinheiro 204 (UFP, SP); Serra do Tigre, 30.V.2006, K. Pinheiro

    & D. Arajo 123(UFP, SP).

    Comentrios: ocorre desde o sudoeste dos Estados Unidos at o norte da Argentina em locais de

    vegetao aberta, muitas vezes perturbada, de baixa altitude.

    1.2. JUSTICIAAEQUILABRIS(Nees) Lindau inEngler & Prantl., Nat. Panzenfam. 4(3b): 350.1895.

    Justicia strobilacea(Nees) Lindau inEngler & Prantl., Nat. Panzenfam. 4(3b): 350. 1895Arbustosca. 1m alt., ramos subcilndricos a cilndricos, tomentosos, glabrescentes. Folhas

    semicarnosas, papirceas, subsssseis, pecolos ca. 1-3mm compr.; lminas lanceoladas, elpticas e ob-longo-elpticas, 3,5-5x1,7-4cm, pice agudo a acuminado, base acuminada, margem inteira a levementecrenada, vilosa, face adaxial glabrescente. Inorescnciasespigas terminais com ores decussadas,2-3,5cm compr. (sem incluir as corolas), pednculo ca. 4mm compr.; brcteas verdes, ssseis, ovais, 1,2-1,5x0,7-0,9cm, pice agudo, mucronado, base arredondada, ciliada e vilosa em ambas as faces, sendomais densamente nas nervuras e na face abaxial, tricomas longos intercalados com tricomas muitocurtos e glandulares; bractolas 2, estreitamente oblanceoladas a lineares, 6-8x0,7mm, pice agudo,indumento como da brctea. Flores, spalas 5, unidas apenas na base, iguais entre si, linear-lanceola-

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    das, 0,4-0,6mm, com tricomas muito curtos glandulares; corola vermelha, pubescente externamente,

    bilabiada ca. 3cm compr., tubo ca. 2cm compr., lbio superior unidenteado, inferior 3-lobado, lobosiguais, estreitamento elpticos, 0,7mm compr., pice arredondado; estames 2, anteras 2-tecas, tecas semapndices, inseridas em alturas diferentes no conectivo; ovrio ca. 2mm, estilete glabro. Frutocpsulano vista.

    Material examinado: Faz. Areias, 31.V.2006, M. F.A. Lucena 1489(UFP, SP).

    Material adicional: PERNAMBUCO: Araripina. Serra do Jardim, estrada Araripina-Crato, 26.IV.1983, F. Galindo et

    al.CEPE 518 (SPF, IPA)

    Comentrios: distribui-se do leste da Bolvia, noroeste do Paraguai ao Nordeste do Brasil (Ezcurra

    2002). Em outras localidades esta espcie pode apresentar folhas bem mais amplas.

    1.3. RUELLIAASPERULA(Nees) Lindau inEngler, Nat. Panzenfam. 4(3b): 311. 1895.Subarbustos, 20-40cm alt., ramicados; ramos tetragonais quando jovens a subcilndricos,

    esparsamente hirsutos, glabrescentes. Folhaspecioladas, pecolos 13-15mm compr., tomentosos; lan-ceoladas a oblongo-lanceoladas, 3-5,2x1,5-2,44cm, pice agudo, s vezes levemente acuminado, mar-gem crenada, base arredondada, obtusa a aguda, s vezes levemente atenuada, tomentosa em ambasas faces. Inorescnciatirsides, algumas vezes pouco desenvolvidas, ores axilares e terminais; in-orescncias totalmente hirsutas com tricomas glandulares entremeados de tricomas tectores, brcteasfoliceas, um pouco menores que as folhas, cimeiras 1-8-oras; bractolas ssseis a subssseis, lanceo-

    ladas, 8-10x2-4mm, pice agudo. Floresspalas 5, unidas a base, lineares, 8-10mm compr., subiguaisou uma mais longa que as demais, indumento igual ao das bractolas; corola vermelha, pubescenteexternamente, tricomas glandulares e tectores, ca. 4,2cm compr., tubo (parte estreita) ca. 1,5cm compr.,fauce recurvada, estreitamente obcnica e gibosa, ca, 1,7cm compr, 0,5cm dim. na poro mais larga,lobos 5, reexos na or madura, levemente desiguais, os 2 superiores um pouco mais unidos entre si,ca. 4x3mm, pice levemente emarginado, os 3 inferiores ca. 5x4mm, o central um pouco mais estre-ito, pice arredondado; estames 4, ddinamos, exsertos, anteras 2-tecas, ca, 1,6mm compr.; ovrio ca.1,8mm compr., estilete hirsuto. Frutocpsula subclavada, ca. 12mm compr., poro estril ca. 7mmcompr., apiculada; sementes 4, lenticulares, ca. 3mm dim.

    Material examinado: Salinas, 04.X.2006, M. F. A. Lucena et al. 1620 (UFP); Serra do Tigre, 17.IV.2007, E. Crdula et al.

    238 (UFP); id., 8.II.2007, Y. Melo et al. 118 (UFP).

    Comentrios: ocorre na caatinga nos Estados de Alagoas, Bahia, Cear, Paraba, Piau e Pernambuco.

    1.4. RUELLIAPANICULATAL., Sp. pl. 2: 635. 1753.Subarbustos, 0,4-1m alt., ramicado; ramos sub-tetragonais quando jovens a cilndricos, re-

    cobertos por tricomas glandulares, glabrescentes. Folhaspecioladas, pecolos 1-3cm compr., com trico-mas glndulares esparsos e uma leira de longos tricomas tectores; elpticas a lanceoladas, as da base ca.7,5x4cm, diminuindo gradativamente em direo ao pice do ramo, pice agudo a levemente atenuado,

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    FAMLIASMONOGRAFADAS

    FLORADEMIRANDIBA-

    2. ALISMATACEAE

    Anderson Alves-Arajo & Jefferson Rodrigues Maciel

    Ervas aquticas, perenes ou anuais, rizomatosas, cormfitas ou estolonferas, laticferas.Folhas emersas e submersas diferenciadas. Folhas emersas, pecioladas, ovais a elpticas, obtusas,glabras, membranceas, inteiras, base atenuada, nervao acrdroma basal. Inflorescnciastirsides;escapo floral alado ou no, ereto; brcteas ovais, pice caudado. Florpedicelada; hipgina, actinomorfa,diclamdea, uni ou bissexuada, mono ou dclina, spalas 3, persistentes, glabras, ovaladas, pice agudoou revoluto; ptalas 3, livres, glabras, ovaladas; estames 6-numerosos, livres, anteras 2-loculares, rimosas;carpelos numerosos, livres, inseridos em receptculo convexo. Frutoaqunio, glanduloso.

    Famlia amplamente distribuda em ambos os hemisfrios, com exceo das regies polares. formada por 12 gneros e cerca de 80 espcies, sendo registrados no Neotrpico apenas os gnerosmais diversos da famlia, Sagittariae Echinodorus. No domnio das caatingas, Matias (2005) confirmoua ocorrncia de oito espcies e duas subespcies de Echinodorus e duas espcies e duas subespcies deSagit