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A maioria dos vereadores decla- rou apoio, nesta terça-feira, dia 10, à luta dos trabalhadores da Sorocaba Refrescos pela reversão de 217 de- missões de motoristas e ajudantes efe- tuadas pela empresa em fevereiro. O plenário da Câmara estava lotado de trabalhadores e lideranças sindicais. Na segunda-feira, o Sindicato dos Rodoviários, que representa os tra- balhadores da Coca-Cola, já havia liderado uma carreata pela cidade a fim de chamar a atenção da sociedade para as demissões, que até os verea- dores consideraram arbitrárias e ofen- sivas ao município. 2ª EDIÇÃO DE MARÇO / 2015 Semanário do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região - nº 774 - Rua Júlio Hanser, 140. Lajeado - Sorocaba/SP - CEP: 18030-320 Foguinho / Arquivo Foguinho A cada 73 sorocabanos, um já contraiu dengue Falta de reajuste salarial deve ser denunciada Manifestação dia 13, em várias cidades brasileiras, vai defender direitos sociais e trabalhistas ao mesmo tempo em que vai repudiar as tentativas de golpe contra a democracia Motoristas e lideranças sindicais participaram da sessão da Câmara nesta terça, dia 10 PÁG. 3 CUT se mobiliza por Direitos, Petrobrás e Reforma Política O SMetal já firmou acordos da campanha salarial com as empresas para 94,3% da categoria, garantindo reposição da inflação e aumento real para 42,4 mil metalúrgicos. Trabalhadores devem denunciar as fábricas que ainda não têm acordo. Câmara de Sorocaba declara apoio aos trabalhadores da Cola-Cola Com 637 mil habitantes, Sorocaba já registrou mais de 8,6 mil casos de dengue, com 5 mortes. Em São Paulo, com 12 milhões de habitantes, houve 2.700 casos e uma morte desde janeiro. PÁG. 4 PÁG. 2 PÁG. 3 Movimentos sociais e sindicatos de Sorocaba vão participar de ato na Capital nesta sexta-feira, dia 13; pauta também inclui defesa da democracia

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2ª edição de Março de 2015

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Page 1: Folha Metalúrgica nº 774

A maioria dos vereadores decla-rou apoio, nesta terça-feira, dia 10, à luta dos trabalhadores da Sorocaba Refrescos pela reversão de 217 de-missões de motoristas e ajudantes efe-tuadas pela empresa em fevereiro. O plenário da Câmara estava lotado de trabalhadores e lideranças sindicais.

Na segunda-feira, o Sindicato dos Rodoviários, que representa os tra-balhadores da Coca-Cola, já havia liderado uma carreata pela cidade a fim de chamar a atenção da sociedade para as demissões, que até os verea-dores consideraram arbitrárias e ofen-sivas ao município.

2ª EDIÇÃO DE marÇO / 2015

Semanário do Sindicato dos metalúrgicos de Sorocaba e região - nº 774 - rua Júlio Hanser, 140. Lajeado - Sorocaba/SP - CEP: 18030-320

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A cada 73 sorocabanos, um já contraiu dengue

Falta de reajuste salarial deve ser denunciada

Manifestação dia 13, em várias cidades brasileiras, vai defender direitos sociais e trabalhistas ao mesmo tempo em que vai repudiar as tentativas de golpe contra a democracia

Motoristas e lideranças sindicais participaram da sessão da Câmara nesta terça, dia 10

PÁG. 3

CUT se mobiliza por Direitos, Petrobrás e Reforma Política

O SMetal já firmou acordos da campanha salarial com as empresas para 94,3% da categoria, garantindo reposição da inflação e aumento real para 42,4 mil metalúrgicos. Trabalhadores devem denunciar as fábricas que ainda não têm acordo.

Câmara de Sorocaba declara apoio aos trabalhadores da Cola-Cola

Com 637 mil habitantes, Sorocaba já registrou mais de 8,6 mil casos de dengue, com 5 mortes. Em São Paulo, com 12 milhões de habitantes, houve 2.700 casos e uma morte desde janeiro. PÁG. 4

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Movimentos sociais e sindicatos de Sorocaba vão participar de ato na Capital nesta sexta-feira, dia 13; pauta também inclui defesa da democracia

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Pág. 2 Edição 774março de 2015

Folha Metalúrgica

Diretor responsável:Ademilson Terto da Silva (Presidente)Jornalista responsável: Paulo Rogério L. de AndradeRedação e reportagem: Paulo Rogério L. de AndradeFernanda IkedoFotografi a: José Gonçalves Fº (Foguinho)Diagramação e arte-fi nal: Lucas Eduardo de Souza DelgadoCássio de Abreu Freire

Sede Sorocaba: Rua Júlio Hanser, 140. Tel. (15) 3334-5400

Sede Iperó: Rua Samuel Domingues, 47, Centro. Tel. (15) 3266-1888

Sede Regional Araçariguama: Rua Santa Cruz, 260, Centro. Tel (11) 4136-3840

Sede em Piedade: Rua José Rolim de Goés, 61, Vila Olinda. Tel. (15) 3344-2362

Site: www.smetal.org.brE-mail: [email protected]ão: BangrafTiragem: 42 mil exemplares

Informativo semanal do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região

Vereadores criticam demissões na Coca-Cola

de Sorocaba

Durante sessão na Câmara Mu-nicipal nesta terça-feira, dia 10, pelo menos 12 dos 20 vereadores critica-ram publicamente as 217 demissões efetuadas em fevereiro pela Sorocaba Refrescos, fabricante da Coca-Cola instalada em Sorocaba.

Os trabalhadores demitidos eram motoristas e ajudantes na empresa. O Sindicato dos Rodoviários denun-ciam que as dispensas têm por objeti-vo terceirizar a distribuição de bebi-das, acarretando redução de salários e benefícios dos trabalhadores.

De acordo com o vereador França (PT), que usou a tribuna para pedir apoio ao movimento sindical, a Soro-caba Refrescos substituiu os funcio-nários sorocabanos por terceirizados contratados por uma prestadora de serviços de Curitiba, que se instalou em Itu para atender à Coca-Cola.

Os salários dos trabalhadores da transportadora equivalem a metade do que recebiam os demitidos pela Sorocaba Refrescos.

Outra crítica do Sindicato diz respeito à forma arbitrária e desres-peitosa como as demissões foram efetuadas pela Coca. Não houve di-álogo com as lideranças sindicais. Logo após o feriado de Carnaval, no dia 23 de fevereiro, a empresa enviou motoboys às casas dos funcionários para comunicar a eles que estavam demitidos.

Apoio da CâmaraFrança esclareceu que o Sindicato

dos Rodoviários procurou o prefeito Antônio Carlos Pannunzio (PSDB)

para que ele desse apoio à defesa dos empregos na cidade. “Em um pri-meiro momento, mostrou-se sensível à situação. Mas depois de se reunir com empresa, o prefeito recuou e se negou a agir em defesa dos trabalha-dores sorocabanos”.

Os parlamentares se comprome-teram a enviar um ofício urgente à empresa pedindo a manutenção dos postos de trabalho. O plenário da Câmara estava lotado por represen-tantes do Sindicato dos Rodoviários, fi liado à CUT.

Outra medida, proposta pelo vere-ador Marinho Marte (PPS), é a cria-ção de uma comissão de parlamen-tares para conversar com a empresa e pedir a reversão das demissões. A comissão deverá ser criada nos pró-ximos dias.

Na sessão de quinta-feira, os ve-readores irão votar uma moção de repúdio, lida em plenário nesta terça, com duras críticas à postura da fabri-cante local da Coca-Cola.

Entre os vereadores que declara-ram antecipadamente apoio à moção estão Francisco França, Izídio de Bri-to e Carlos Leite (os três do PT), Ma-rinho Marte (PPS), Muri de Brigadei-ro (PRP), Rodrigo Manga (PP), Luis Santos (Pros), Irineu Toledo (PRB), José Crespo (DEM), Anselmo Neto (PP), Waldecir Morelly (PRP) e o presidente da Câmara, Cláudio do Sorocaba I.

Os vereadores também se com-prometeram a enviar denúncia em ví-deo sobre as demissões locais para a matriz da Coca-Cola, nos EUA.

Na segunda-feira, 9, o Sindicato dos Rodoviários realizou protesto nas ruas contra as demissões

Maioria dos parlamentares considerou a postura da empresa ofensiva ao municípioFo

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A pedagogia do exemploA corrupção é um

ato que todos repu-diam, mas que está nas entranhas da so-ciedade e não apenas delimitada às esferas do setor público e/ou político. Ela aconte-ce também em ações cotidianas que não ganham repercussão midiática e está mais próxima do que se imagina.

Pela defi nição no-minal, o termo vem do latim corruptio que signifi ca decom-posição, putrefação. A prática da corrup-ção está nas iniciati-vas privadas, em se-tores administrativo, de compra e venda, envolvendo também as pessoas jurídicas, ou seja, o relaciona-mento entre empresa--empresa.

Não se pode dar aquele “jeitinho bra-sileiro” para se ter privilégios, nem no setor público nem no setor privado. É mui-to fácil criticar os ca-sos de corrupção que ganham repercussão nacional, ainda mais contando com a ‘es-petacularização’ da notícia.

Mais difícil é con-ter os atos de corrup-ção nos micro-espa-ços da vida privada, naquela tentativa de subornar o guarda, o policial, ou dar aque-la “carteirada” para ter acesso a espaços restritos, ou ainda na-

pode progredir uma sociedade que tenha cidadãos conscientes de que suas ações são baseadas na ética, no compromisso com a coletividade. Muito diferente de sair gri-tando ou batendo pa-nela por individualis-mo ou baseados em interesses pessoais.

Durante o seminá-rio sobre reforma po-lítica que a CUT pro-moveu no dia 4 deste mês, no Senado, o embaixador brasilei-ro Samuel Pinheiro Guimarães, ressaltou que uma das formas de manter o povo dis-tante do debate sobre política é, justamen-te, convencê-lo de que a atividade polí-tica é ruim, corrupta e corruptora e, assim, desmotivá-lo a par-ticipar do processo político.

É preciso partici-par verdadeiramente, deixando de reprodu-zir falas prontas e cli-chês espalhados por ventos nada confi á-veis. Para fortalecer e consolidar a demo-cracia não basta fazer barulho, precisam-se de argumentos sóli-dos e de muita mobi-lização.

Para acabar com a corrupção é impor-tante olhar em volta na educação que se dá para o fi lho, no dia a dia do trabalho, por-que a melhor pedago-gia é a do exemplo.

quele jabá promovido nas rádios, nos pro-gramas de TV. Seja lá o nome que tiver, essa prática deve ser conde-nável se desejamos vi-ver em uma sociedade realmente democráti-ca.

Assim como é con-denável também julgar que todos os políticos são corruptos ou que o povo brasileiro não tem mais jeito. Gene-ralizações desse tipo não fazem avançar a democracia na socie-dade. Pelo contrário, apenas desmoraliza o processo político.

É muito cômodo, por exemplo, gritar da janela do apartamento de um bairro nobre da cidade, acusando um político ou outro de corrupto e de xinga-mentos de baixo nível. Faz sentido sim, fi sca-lizar as atuações dos mandatos, cobrar e rei-vindicar pelos direitos de maneira civilizada e democrática.

É justo reivindicar, lutar por uma socie-dade melhor, mas só

Uma sociedade progride se tiver

cidadãos éticos

RodoViÁRioS

Page 3: Folha Metalúrgica nº 774

kanjiko

Edição 774 Pág. 3março de 2015

SMetal entra com ação contra horário de refeição reduzido

Dieese divulga balanço da Campanha Salarial 2014

Militantes sindicais CUTistas e movimentos sociais vão às ruas em defesa dos Direitos, da Petrobras e da Reforma Política

CUT promove Dia Nacional de Luta nesta sexta-feira

O departamento jurídico do Sin-dicato dos Metalúrgicos de Soroca-ba e Região (SMetal) entrou com ação coletiva contra a empresa Kan-jiko, sistemista da Toyota, devido ao intervalo reduzido de refeição.

Conforme explica a advogada do SMetal, Erika Mendes, a Consoli-dação das Leis do Trabalho (CLT) prevê uma hora de refeição para jornada de trabalho de oito horas e em 2012, a empresa concedeu ape-nas 45 minutos aos trabalhadores. “Nesse caso, a súmula 437 do Tri-bunal Superior do Trabalho (TST) diz que o não cumprimento da lei

faz com que a empresa tenha que arcar com uma hora integral”.

O SMetal, por meio de seu de-partamento jurídico, entrou com a ação em 2 de dezembro de 2014 e ela abrange todos os trabalhadores ativos desde essa data. “Aqueles que trabalharam em 2012 e foram demitidos antes de 2 de dezembro de 2014 devem procurar o Sindica-to para informações”, avisa Érika. A partir de 2013 o período de refeição passou a ser de uma hora.

A Kanjiko fica próxima do Par-que Tecnológico de Sorocaba e tem cerca de 500 trabalhadores.

Conforme informações da sub-seção SMetal do Dieese, até o mo-mento, foram fechados 965 acordos nas empresas que formam a base do sindicato dos metalúrgicos de Sorocaba, por meio dos quais apro-ximadamente 42.416 ou 94,3% dos trabalhadores foram contemplados.

O maior valor de reajuste obti-do foi de 10%, o que equivale aos 6,35% de reposição inflacionária com acréscimo de aproximadamen-te 3% de aumento real, ao passo que o menor valor obtido nos acordos

foi de 8%, equivalente à inflação mais 1,55% de aumento real.

O presidente do SMetal, Ade-milson Terto da Silva, ressalta que o trabalhador que não teve salário reajustado pode denunciar ao Sindi-cato. “O Sindicato não assina acor-dos da campanha salarial que abram mão de reajustes retroativos a 1º de setembro de 2014”, que foi a mais recente data-base da categoria.

Os gráficos abaixo demonstram os totais de acordos e trabalhadores contemplados por grupo:

A subsede de Sorocaba da Central Única dos Tra-balhadores (CUT) mobiliza sindicalistas CUTistas e militantes sociais, nesta sexta-feira, dia13, para o Dia Nacional de Luta em defesa dos Direitos, da Petrobrás, da Democracia e da Reforma Política.

Os dirigentes sindicais e militantes de So-rocaba e Região vão participar do ato que está programado para acontecer na Capital.

Nas ruas, os militantes sindicais e sociais exi-girão a retirada do Projeto de Lei 4330 da pauta de discussão – projeto que tenta legalizar a fraude e a precarização do emprego. Outras bandeiras de luta também serão levadas para a manifestação desta sexta-feira como a retirada imediata das MPs 664 e 665 e a defesa das instituições públicas, como Petrobrás e Caixa Econômica Federal.

De acordo com o coordenador da subsede, Joselito Mansinho da Silva, sairão quatro ônibus

de Sorocaba, sendo dois pelo Sindicato dos Me-talúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e dois pela subsede da CUT. “Nos reuniremos para con-centração e ato, às 10h, na Praça do Canhão, no Centro de Sorocaba e a saída para São Paulo será às 13h”, informa Mansinho.

A Resolução da Direção Nacional da CUT conclama toda a base “para defender a Democra-cia e a Reforma Política, através da Constituinte Exclusiva e Soberana, e para barrar a contra-re-forma (PEC 352) puxada por Eduardo Cunha no Congresso Nacional. Conclamamos nossas bases para saírem também às ruas no dia 13 de março em defesa da Petrobrás, pela manutenção da Cai-xa Econômica Federal 100% pública, em defesa da soberania nacional e para exigir mudanças na política econômica do governo (não à elevação da taxa de juros e às medidas de ajuste de caráter re-

gressivo e recessivo)”, afirma texto da central. A CUT promoverá o ato em nível nacional

e, até o momento, 23 estados confirmaram os locais de mobilização em suas capitais.

Em São Paulo, o ato terá concentração, às 16h, na avenida Paulista, em frente ao prédio da Petro-brás e de lá, os militantes seguirão para a Praça da República.

Plebiscito ConstituinteDurante as mobilizações, os membros da Cam-

panha Nacional do Plebiscito Constituinte defen-derão a Reforma Política realizada por meio de uma assembleia constituinte e soberana, eleita ex-clusivamente para esse fim.

A luta da CUT e de movimentos sociais é por uma Reforma Política democrática, em oposição ao projeto de setores conservadores da sociedade.

Fogu

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Ação coletiva dos trabalhadores exige pagamento de hora integral dos dias trabalhados em 2012

Gráfico 2 – Total de Contemplados por Grupo – Mar/2015

Gráfico 1 – Total de Acordos por Grupo – Mar/2015

Fonte

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Page 4: Folha Metalúrgica nº 774

Um em cada 73 sorocabanos já contraiu dengue este ano

A Prefeitura de Sorocaba confirmou, no início do mês, que o município já registrou 8.693 casos de dengue desde janeiro deste ano. Para uma po-pulação de 637 mil habitantes, segundo o IBGE, esse número de casos da doença representa que um em cada 73 sorocabanos contraiu dengue no prazo de dois meses.

Cinco mortes por dengue já foram confirma-das em Sorocaba. Em todo o estado de São Pau-lo, no mesmo período, foram registradas 24 mor-tes pela doença, segundo o Ministério da Saúde.

De acordo com o vereador Izídio de Brito Correia, presidente da Comissão de Saúde da Câ-mara, embora a epidemia da doença na cidade te-nha sido bem divulgada pela imprensa, é preciso investir mais em conscientização da população. “A prefeitura demorou para reconhecer os riscos e a gravidade da situação e, por enquanto tomou atitudes tímidas para combater a doença e tratar os pacientes”, critica o parlamentar.

“O estado caótico do atendimento à saúde em

Sorocaba agrava ainda mais o quadro, sem con-tar os descuidos em termos de limpeza pública. O pior é que esses problemas vêm se arrastando desde o prefeito anterior e estão se agravando na administração atual”, afirma Izídio.

VotorantimEm Votorantim, onde a doença também tem

preocupado moradores e o poder público já de-cretou Estado de Emergência em virtude da den-gue. Até o dia 2 de março havia a confirmação de 328 casos no município, sem nenhuma morte. Com 116 mil habitantes, um em cada 353 voto-rantineses contraíram dengue este ano.

No município de São Paulo, com 12 milhões de habitantes, foram notificados 2.700 casos de dengue até o momento, segundo a prefeitura. Um caso a cada 4,44 mil moradores. Houve um óbi-to pela doença na Capital até o momento. Dos 2.700 casos, 563 são autóctones (contraídos na própria cidade).

Atenção nas fábricasO presidente do Sindicato dos Metalúrgi-

cos de Sorocaba e Região, Ademilson Ter-to da Silva, compartilha as críticas do verea-dor Izídio e pede atenção aos focos da doença também nas fábricas. “O trabalhador deve de-nunciar situações de risco, como acúmulo de água parada no ambiente de trabalho, nos pá-tios e estacionamentos das empresas”, alerta.

Terto também lembra que Sorocaba retroce-deu em termos de limpeza pública. “Por causa de contratos mal feitos pela Prefeitura há anos, hoje o lixo doméstico não conta com containeres para serem depositados. Os sorocabanos têm que acondicionar o lixo em sacos plásticos, que ficam jogados nas calçadas, sujeitos inclusive a acúmu-lo de água de chuva”.

O telefone para denúncias de focos da dengue em Sorocaba é: (15) 3339-9244 (Zoonoses); Em Votorantim: (15) 3353-8731 (Serviço Integrado de Informação).

Pág. 4 Edição 774março de 2015

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Move On Idiomas

O curso de Inglês da escola Move On Idiomas, parceira do SMetal, está com matrículas abertas para nova turma em So-rocaba. As mensalidades para sócios e dependentes do Sindicato dos Meta-lúrgicos custam R$70. A turma disponível é para as quintas-feiras no período noturno. Mais informações pelos telefones (15) 3013-8252 e 9815-2595.

Sessão Solene inaugura aulas do curso de PLP Sócios do SMetal têm desconto

na Faculdade PitágorasNa noite desta terça, dia 10, foi realizada Ses-são Solene, na Câmara Municipal, para marcar a aula inaugural da 13ª Tur-ma de Promotoras Legais Populares (PLP). A inicia-tiva, do vereador Izídio de Brito (PT), homenageou também o Dia Internacio-nal da Mulher, comemora-do domingo, 8 de março.

O curso de PLP é pro-movido pelo Instituto Ple-na Cidadania (Plenu). Ele é gratuito e visa capacitar mulheres para o atendi-mento, dentro da própria comunidade e às vítimas de violência doméstica. O projeto já formou mais de 600 mulheres em Sorocaba.

De acordo com a direto-ra executiva do curso, Ma-ria Izabel Martinez, são 60 mulheres inscritas na turma de 2015, com idades a par-tir de 16 anos. A turma re-cebe o nome de Rose Marie Muraro, em homenagem à escritora, intelectual e uma das líderes do movimento feminista brasileiro.

A Faculdade Pitágoras oferece descontos de 30% a 50% em cursos de gradu-ação e de 15% nos cursos de pós-graduação para só-cios e dependentes do Sin-dicato dos Metalúrgicos. A parceria também garante isenção da taxa de inscri-ção do vestibular.

A promoção, no entan-to, vale apenas para o mês de março.

O curso de Administra-ção tem desconto de 50%, mas apenas no período diurno. Já as graduações em Engenharia de Produ-ção, Engenharia Mecânica e Controle de Automação

o desconto é de 30% nos quatro primeiros semestres. No entanto, o aluno deverá confirmar na faculdade a disponibilidade de período, diurno ou noturno, em cada um desses três cursos.

Para pós-graduação e MBA os descontos para sócios e dependentes do SMetal são de 15%.

O vestibular deve ser feito até o dia 21 de mar-ço e as matrículas efetua-das até o dia 27. Nos casos de pós-graduação e MBA, as inscrições e matrículas vão até o dia 31.

Informações pelo tele-fone (15) 3416-7032.

educação

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Neste ano, os movimentos sociais e sindicais retomam acobrança pela reforma política, considerada a mãe das reformas.

Entenda o que precisa ser mudado no cenário político.

Professor de história Miguel Trujillo explica por que é preciso um Plebiscito Oficial para se ter a reforma política que atenda aos anseios da população.

O vereador Izídio de Brito (PT) defende o fim do financiamento privado de

campanha e comenta que o sistema político precisa de regras claras para

acabar com os partidos de aluguel.

O objetivo da reforma política não são apenas mudanças nas regras eleitorais, é preciso que as esferas políticas representem realmente o povo. Confira as principais propostas.

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RefoRMaPolítica

Plebiscito Oficial

Financiamentode campanhaAs novas propostas

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Voto proporcional. É o sistema utilizado atualmente no Brasil. Cada Estado (ou distrito eleitoral) elege um determinado número de re-presentantes de acordo com sua população. Por exemplo, um partido que tenha recebido 15% dos votos teria direito a cerca de 15% das ca-deiras. Nesse sistema, o partido apresenta uma lista de candidatos para as eleições e, a distri-buição das cadeiras parlamentares é feita de acordo com os votos dados em cada lista. Há, no entanto, diversos métodos para distribuir as cadeiras entre os partidos, envolvendo cláusulas de barreiras e coligações partidárias.

Lista aberta - Uma das críticas ao sis-tema atual é que o eleitor quando vota em um candidato pode contribuir para eleger outros que pertençam ao mesmo partido (ou coligação). Isso ocorre porque, no sistema proporcional de lista aberta, o voto não é contabilizado apenas para o candidato, mas também para seu partido ou coligação. E é o número total dos vo-tos válidos de cada agremiação que defi-ne a quantidade de vagas a que a legenda terá direito.

Lista fechada - Há proposta para a manutenção do sistema proporcional, desde que a lista aberta seja substituída pela lista fechada. No sistema de lista fe-chada, o eleitor vota no partido, que defi-ne uma relação de candidatos em ordem de prioridade.

Voto distrital puro para a Câmara dos De-putados. Nesse tipo de votação, o Estado seria dividido em vários distritos, e cada distrito ele-geria um deputado por maioria simples (50% dos votos mais um). Assim, o candidato mais votado é eleito.

Voto distrital misto para a Câmara dos De-putados. Os eleitores tem dois votos: um para candidatos no distrito e outro para as legendas (partidos). Os votos em legenda (sistema pro-porcional) são computados em todo o estado ou município, conforme o quociente eleitoral (total de cadeiras divididas pelo total de votos váli-dos). Já os votos majoritários são destinados a candidatos do distrito, escolhidos pelos partidos políticos, vencendo o mais votado.

Coligações partidárias. Há proposta para o fim das coligações para eleições proporcionais (de vereadores e deputados), que são permiti-das atualmente. As disputas para cargos majo-ritários (governadores, prefeito, presidente e senadores) poderiam seguir a mesma linha ou permanecer como é hoje. O tema influencia o tempo de rádio e televisão destinado ao partido.

Hoje, o voto é obrigató-rio, mas há proposta para que se torne facultativo.

Votofacultativo

Uma profunda mu-dança do sistema político poderá corrigir as dis-torções que, no final dos anos 1980, foram decisi-vas para conter as forças populares na luta contra a ditadura e refrear as mu-danças.

Nos anos 1990, o avan-ço neoliberal apoiado pela mídia, provocou um refluxo dos movimentos sociais que nos colocou na defensiva. Nos últi-mos dez anos, as políticas redistributivas e sociais, conquistadas por meio das lutas, recuperaram, rela-tivamente, a capacidade de articulação dos setores populares e abriram nova conjuntura. Agora, mais uma vez e sob novo impul-so, nos defrontamos com a necessidade de realizar reformas para avançar nas conquistas populares.

Avançar nas conquistaspopulares

É uma norma que im-pede ou restringe o fun-cionamento parlamentar ao partido que não alcan-çar determinado percentu-al de votos. Esse dispositi-vo, que foi aprovado pelo Congresso em 1995 para ter validade nas eleições de 2006, não chegou a ser aplicado por ter sido de-clarado inconstitucional. A regra exigia de um par-tido um número mínimo de 5% do total de votos para a Câmara dos Depu-tados, a fim de que o parti-do tivesse funcionamento parlamentar em qualquer Casa Legislativa em âm-bito Federal, Estadual ou Municipal. Um partido que não alcançasse esse percentual também não poderia ter direito a indi-cação de titulares para as comissões

Cláusulade barreira

Atualmente, o financia-mento de campanha é com fundo partidário e com doações privadas.

É fácil constatar a cada eleição o poder econômi-co que envolve as campa-nhas. Muitas vezes, candi-datos eleitos têm um gasto de campanha muito maior que os não eleitos.

Outra questão é que o dinheiro usado, na sua maior parte, é de origem de empresas privadas com interesses em obter vanta-gens nas decisões políticas.

• Como ele deve ser? exclusivamente público, misto, com mais recur-sos públicos?

Financiamentode campanha

Discute-se a criação de uma ‘janela’ para que o político possa deixar o par-tido depois de eleito sem sofrer punições. Uma pos-sibilidade é a autorização para a troca de legenda nos seis meses que antecedem cada eleição. Em 2007, o STF entendeu que o man-dato pertence ao partido e ele pode requisitar o man-dato de quem o troca.

Fidelidade partidária

É preciso mudar o cenário político, a representação do poder.Os movimentos sociais e sindicais exigem agora a convocação de

um Plebiscito oficial para a reforma política

Sistema Eleitoral

Reforma política. Pra quê? E por quê?

O que está em debate? Fim da reeleição no Executivo / coincidência das eleições / fim do voto obrigatório, além de:

Março 2015 - Pág. 2

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As manifestações de rua, em junho de 2013, mostraram a in-satisfação do povo com o sistema político como um todo. Um sis-tema que não representa a maior parte da população.

Esse foi o momento no qual a Central Única dos Trabalhadores (CUT), OAB, Movimento dos Sem Terra (MST) e centenas de outras entidades formularam suas propostas, que culminou em uma campanha pelo Plebiscito.

No ano passado, durante a semana da pátria, instituições sociais organizaram o Plebisci-to Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.

Na ocasião, foi perguntado à população: você é a favor de uma constituinte exclusiva e so-berana do sistema político? O resultado foi quase 8 milhões de votos – sem ter divulgação midi-ática - com a maioria afirmando

o sim à uma constituinte do sis-tema político.

O professor de história e mi-litante social Miguel Gonçalves Trujillo Filho afirma que a cam-panha continua e, agora, a reivin-dicação é por um plebiscito ofi-cial, ou seja, “agora, é o governo federal que precisa promover esse plebiscito”.

Para ele, “o sistema político está podre em boa parte por cau-sa dos financiamentos de cam-panha que criou uma oligarquia (verdadeiras castas) que se per-pertuam no poder em benefício próprio e de pessoas próximas”, ressalta.

Trujillo, que foi perseguido e sofreu repressão por combater a ditadura civil e militar, alerta que é preciso reconhecer a im-portância da política no dia a dia. “Tudo depende da política, da energia à educação. O sistema político precisa ser refundado e

isso só se dará por meio de uma Constituinte”.

Constituinte Exclusiva

É uma assembleia escolhida pelo povo para fazer uma Cons-tituição, ou seja, as novas normas do sistema político brasileiro.

Geralmente, uma Constituinte é criada quando o sistema polí-tico do país está desmoralizado. Trujillo exemplifica com dois momentos históricos. O primei-ro, durante a Revolução France-sa, na qual o povo avançou nas propostas e culminou na Repú-blica.

Outro exemplo, é após a der-rota do fascismo na Segunda Guerra Mundial, quando Portu-gal e Itália promoveram Consti-tuinte para resolver os problemas políticos.

Na visão de Trujillo é preciso repensar o sistema para tornar

O plebiscito ea reforma política

mais democrática a representação política. “Atualmente, há algu-mas deformações do poder eco-nômico, como as bancadas , no Congresso Nacional, da bala e do agronegócio que são maiores que muitos partidos”, destaca.

Miguel Trujillo lembra que junto com a reforma

política é preciso lutar para democratizar os veículos

de comunicação ‘para se ter realmente uma

democracia no Brasil’.

A proposta de uma Constituinte para fazer a mudança do sistema polí-tico deve ser, em primeiro lugar, Exclusiva, ou seja, com representantes elei-tos exclusivamente para a Constituinte.

Dois grandes eixos de-vem ser considerados: o primeiro é o aperfeiçoa-mento da democracia re-presentativa, com a refor-ma do sistema eleitoral; e o segundo dá conta do fortalecimento da demo-cracia direta e participati-va, com controle social.

ConstituinteExclusiva e

SoberanaExiste uma proposta

que reduz de dois para um o número de suplentes de senador.

Além disso, de acordo com a proposta de mudan-ça, a convocação do su-plente passa a ter caráter temporário. Quando ocor-rer o afastamento definiti-vo do titular, seu suplente exercerá o cargo somente até a posse de novo sena-dor, a ser eleito em novo pleito pela população.

Suplênciade senador

A candidatura avulsa de candidatos permite que pessoas não filiadas a par-tidos políticos disputem uma vaga eletiva, só pode funcionar bem com o sis-tema distrital (que existiu no Brasil até 1946). Hoje, para concorrer às eleições o candidato precisa estar filiado a um partido há pelo menos um ano. Há ainda propostas para alte-rações nos prazos.

Candidaturaavulsa

É preciso mudar o cenário político, a representação do poder.Os movimentos sociais e sindicais exigem agora a convocação de

um Plebiscito oficial para a reforma política

Reforma política. Pra quê? E por quê?

Que fique claroA reforma política é a

reforma que os movimentos sociais defendem

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Page 8: Folha Metalúrgica nº 774

O brasileiro conquistou o voto direto, mas apesar disso, há di-versos fatores que são usados nas Campanhas Eleitorais que “aju-dam” a garantir a vitória de deter-minados candidatos. Um exemplo é a eleição do presidente da Câ-mara, Eduardo Cunha (PMDB- RJ), que representa o lobby das empresas no Congresso.

O vereador de Sorocaba Izídio de Brito (PT) afirma que o siste-ma político no Brasil precisa de mudanças profundas e para isso acontecer é necessária a partici-pação de toda a população.

“O sistema político tem que proporcionar a chegada de novos políticos, mas com os interesses voltados para a população. É pre-

ciso ter regras claras – critérios para se formar um partido - e acabar com os partidos de alu-guel”, diz Izídio de Brito.

São muitas questões a se-rem envolvidas nesse processo, como: fim da reeleição? fim do voto obrigatório? verticalização das coligações em âmbito nacio-nal, estadual e municipal, voto proporcional ou distrital para a Câmara dos Deputados?

“Na reforma política a ques-tão central é o financiamento em-presarial das campanhas contra o financiamento público. Porque essa é a fonte do sistema de con-trole político”, disse o embaixa-dor brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães durante o seminário

sobre reforma política que a CUT promoveu no dia 4 de fevereiro, no Senado.

Nas mãos do povo

Para o membro da Coorde-nação do Plebiscito Popular da Constituinte, Ricardo Gebrim, “a ausência de mecanismos demo-cráticos dificulta para promover mudanças e o sistema político constrói maiorias parlamentares cada vez mais sujeitas ao poder econômico. Só vamos romper isso com muita luta, discutin-do e mostrando ao povo a nossa proposta. Enquanto pessoas da extrema direita vão às ruas para clamar por ditadura, por medi-

É preciso ter regras claras e acabar com os partidos de aluguel

das fascistas, por aquilo que re-presenta tortura e repressão, a bandeira da democracia está em nossas mãos”.

Izídio de Brito afirma que a realização de uma

reforma no sistema político é fundamental

para o avanço das demais reformas estruturais

de que o Brasil precisa

Quem fará a mudançae qual o próximo passo?

No dia 13 deste mês a Central Única dos Trabalhadores (CUT) participa do Ato Nacional em de-fesa da Petrobrás, dos Direitos e da Reforma Política. Dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) par-ticiparão da manifestação, em São Paulo.

Os movimentos sociais exi-gem a convocação de um Plebis-cito oficial por parte do governo federal. O instrumento para isso é o Projeto de Decreto Legisla-tivo – PDL 1508/2014 (que pro-põe um Plebiscito oficial sobre a convocação de uma Constituinte, Exclusiva e Soberana do Sistema Político, ou seja, uma assembleia de representantes do povo, livre-mente eleita), endossado por 181 deputados federais da legislatura anterior, segue em tramitação na Câmara.

A pauta da reforma política faz parte do direcionamento dos apoios ao novo governo da pre-sidenta Dilma Rousseff por parte das reivindicações populares. A agenda que ganhou as eleições além da reforma política, fala também da reforma tributária, da regulação da mídia e da continui-dade de políticas públicas como moradia, educação, saúde, segu-rança e transporte.

A proposta de uma Constituin-te Exclusiva e Soberana para fa-zer a reforma política que o povo quer é ainda mais atual após a eleição do Congresso “mais con-servador desde 1964” (DIAP), eleito sobre a base do financia-

mento das grandes empresas e com regras antidemocráticas que impedem uma verdadeira repre-sentação dos interesses do povo brasileiro.

“Iremos às ruas pela reforma política e também em defesa da

Petrobrás, que vem sofrendo di-versos ataques da direita, que está pressionando para a privatização. É preciso lutar pelo patrimônio brasileiro!”, afirma o coordena-dor da subsede de Sorocaba, Jo-selito Mansinho da Silva.

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A influência das bancadas informais no processo decisório

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O levantamento a seguir inclui o número de deputados federais integrantes de cada uma das sete bancadas listadas

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