fontes - sociedade da informação · 2012. 8. 13. · no meu entender, como fontes de...
TRANSCRIPT
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
fÉv|xwtwx wt \ÇyÉÜÅt†ûÉ Fontes de Informação Sociológica
Sónia Guiomar
Coimbra, 2006
__________________________________________________________________________________________
Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, do segundo ano do curso de Sociologia, leccionada pelo Doutor Paulo Peixoto.
Sociedade da Informação
Autora do trabalho: Sónia Guiomar
Aluna nº: 20050792 Dezembro de 2006
Imagem da capa retirada de:
http://www.unb.br/fa
˝Çw|vx
1. Introdução ................................................................................................................... 1 2.1. O emergir da Sociedade da Informação e a sua influência na Sociedade ............. 3 2.2. A criança e as novas tecnologias, em especial a Internet e a TV .......................... 6
2.2.1. O caso da Internet ........................................................................................... 6 2.2.2. O caso da televisão ......................................................................................... 8 22..22..22..11.. OOss ddeesseennhhooss aanniimmaaddooss................................................................................. 9 22..22..22..22.. OO iimmppaaccttoo ddaass cceennaass vviioolleennttaass................................................................... 12 22..22..22..33.. AA iimmiittaaççããoo ................................................................................................. 13
2.3. As tecnologias da informação e da comunicação na economia Portuguesa........ 16 2.4. Breve referência às TIC como meio de poder e desinformação.......................... 18
3. Descrição pormenorizada do processo de pesquisa............................................... 19 4. Ficha de leitura ......................................................................................................... 21 5. Avaliação de uma página da Internet ..................................................................... 33 6. Conclusão .................................................................................................................. 35 7. Referências bibliográficas........................................................................................ 36
Anexos Anexo I – Página da Internet avaliada Anexo II – Capítulo “Comunicar” do livro, Sociedade da Informação, balanço e implicações de Luís Borges Gouveia e Sofia Gaio, 2004 (orgs.). AnexoIII – Principais Indicadores estatístios 1995-2001, Portugal do Observatório das Ciências e das tecnologias (Ministério da Ciência e da Tecnologia)
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 1
1. Introdução
O trabalho que a seguir apresento realiza-se no âmbito da cadeira de Fontes de
Informação Sociológica e tem como tema a Sociedade da Informação.
Devo confessar o quanto é vasto e complexo o tema que escolhi e por esta razão muita
coisa fica ainda por dizer e explorar.
A estrutura do meu trabalho é apresentada sob três dimensões, em que se interligam
umas com as outras.
Numa primeira fase, refiro-me à emergência da Sociedade da Informação e à sua
influência na sociedade, apresentando indicadores estatísticos do Ministério da Ciência
e da Tecnologia.
Numa segunda fase analiso a influência das TIC na vida da criança, com principal
incidência para a Internet e para a televisão, dentro desta, os desenhos animados, as
cenas violentas e a imitação que podem afectar a criança psicologica e socialmente.
No meu entender, como fontes de desinformação e não como fontes de informação, mas
explicarei esta afirmação no decorrer do meu trabalho.
As tecnologias da Informação e da Comunicação na economia Portuguesa são a terceira
fase do meu trabalho. Mostro o relacionamento da economia com a política e esta com a
sociedade.
Por último, refiro-me às TIC como meio de poder e desinformação numa sociedade
ocidental industrializada.
Numa outra etapa também importante do trabalho, concentro-me na descrição
pormenorizada do processo de pesquisa, na ficha de leitura feita a partir da análise do
capítulo “Comunicar” da obra Sociedade da Informação de que Luís Borges Gouveia e
Sofia Gaio são organizadores. Por fim, avalio a página da Internet da Comissão
Nacional da UNESCO. Http://WWW.UNESCO.PT
Devido à complexidade do tema abordado e às limitações temporais, optei por fazer
uma pesquisa sobretudo centrada em livros e revistas científicas, assumindo a Internet
apenas um recurso complementar.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 2
1. Estado das artes A massificação das tecnologias da Comunicação e da Informação junto das populações
é inquivocamente uma aposta central dos governos ocidentais, enquanto bens de
consumo e ícones do bem-estar material característico do modo de vida das sociedades
industrializadas.
O computador, a internet, o telemóvel, apresentam-se como instrumentos da emergência
de uma Sociedade da informação e do conhecimento.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 3
2.1. O emergir da Sociedade da Informação e a sua influência na
Sociedade
Ao longo dos tempos o ser humano foi confrontado com desafios “à sua forma de viver”
e de estar no Mundo. Um conjunto de factores o motivou para tal, como é o caso de
factores políticos, económicos, sociais e até mesmo tecnológicos.
Só as grandes elites possuiam o privilégio de aceder a tal tecnologia.“A informação tende a
gerar o desejo de mais informação, tal como o conhecimento gera o desejo de mais conhecimento”
(Matos, 2004:131).
Na última década do século xx, a rápida evolução tecnológica foi criadora de ameaças e
oportunidades “a todos os profissionais, aos chamados trabalhadores do conhecimento”;
fala-se mesmo numa revolução (Matos, 2004:131).
A passagem do modo de desenvolvimento industrial, para o modo de desenvolvimento
informacional, radica na contrariedade da informação e do conhecimento enquanto
fontes primordiais da produtividade, enquanto matéria-prima, tecnologia e produto
final. Enquanto o industrialismo prossegue ao crescimento económico pela
maximização do produto, o informacionalismo está orientado para o desenvolvimento
tecnológico.
Com o aparecimento das novas tecnologias, estas começaram a servir as empresas, mas
com o passar do tempo, passaram a ser disfrutadas por qualquer cidadão e não somente
por empresas que até aqui tinham o “poder”.
O avanço destas novas tecnologias da informação e comunicação, contribuiram para
diminuir as distâncias, proporcionando “o nascimento de uma economia global” (Matos,
2004: 132). Tudo isto levou o seu tempo, mas não tanto quanto se possa pensar, pois
num curto espaço de tempo a comunicação entre as pessoas, o transmitir de
conhecimento fez-se a uma velocidade estrondosa. Estamos a entrar na Sociedade da
Informação, em que a evolução tecnológica “permitiu uma democratização e a sua mais
rápida disseminação” (Matos, 2004: 132).
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 4
Esta nova Sociedade da Informação, torna-se num desafio para todos os profissionais,
como tal para o Sociólogo, o verdadeiro desafio é transformar a quantidade de
informação em conhecimento, o que nem sempre é facil pois para muita gente essa é
uma realidade ainda muito distante. Devemos também ter um sentido crítico e
“discutir”.
De cada vez que a Sociedade da Informação avança há uma parte da população que fica
para trás, ela é criadora de desigualdades. Apesar destas desigualdades julgo
interessante referir aqui que a Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação
(FDTI) “ irá promover na próxima quinta-feira, dia 21 de Dezembro, a assinatura de um protocolo de
cooperação entre várias associações e entidades de apoio a cidadãos com necessidades
especiais”. O termo informação nem sempre é informação, o que devemos fazer enquanto
Sociológos é analisar/testar a viabilidade e credibilidade da mesma. É considerada
informação quando se transforma em conhecimento.
O nada, pode ser fonte de informação, esta tem um valor económico muito importante.
A informação é o petróleo cinzento das nossas economias, ou seja é do qual as nossas
economias dependem.
Como é referido por Lyon (1992) a conjugação da informática com as telecomunicações
prenuncia o início de uma nova época de prosperidade e mais qualidade na obtenção da
informação.
É complexo o conceito de Sociedade da Informação, contudo posso dizer que a esta
estão agregados motivos sociais, políticos e económicos. Há autores que defendem, que
a Sociedade da Informação “está a desenvolver-se no contexto do pós-industrialismo”
(Lyon, 1992). Uma questão é levantada por Lyon; Será que as mudanças tecnológicas e as
novas tendências no domínio das qualificações educacionais e profissionais poderão levar a novos
alinhamentos de classes?
De facto, o uso das tecnologias da informação na educação, significa que há cada vez
mais relacionamentos sociais mediados por máquinas. “Não é tanto no sentido da
relação homem-máquina que a questão é relevante para uma ponderação das
capacidades democratizadoras da internet, mas da interacção social propriamente dita
que pode ser facilitada, incentivada ou aprofundada com o uso de determinadas
ferramentas informáticas da internet” (Esteves, 2003).
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 5
Os indicadores estatísticos entre o període de 1995 e 2001 (Anexo III) apresentam a
utilização das tecnologias da informação e da comunicação na população Portuguesa.
Assim, podemos verificar a evolução da percentagem de utilizadores de computador
entre 1996 e 2001; verificamos a evolução dos utilizadores de computador por nível de
escolaridade entre 2000 e 2001; podemos constatar também, a evolução dos
utilizadores de computador por escalão etário, no mesmo período de tempo. Ainda
entre 2000 e 2001, regista-se a evolução dos utilizadores de computador por condição
perante o trabalho, assim como a evolução da percentagem da posse de computador nas
famílias, entre 1997 e 2001. Entre 1996 e 2001, é de notar uma evolução da
percentagem de utiizadores da internet, assim como esta evolução por nível de
escolaridade entre 2000 e 2001.
Os últimos quadros, registam uma evolução dos utilizadores da internet por escalão
etário, entre 2000 e 2001; uma evolução dos utilizadores da internet por condição
perante o trabalho no mesmo período de tempo e por último é apresentado uma
evolução da posse de ligação à internet nas famílias em percentagem, entre 1999 e
2001.
Ainda de salientar, que comparando Portugal com a União Europeia, os nossos valores
encontram-se ainda muito reduzidos, sendo assim apenas 30.3% da população
portuguesa utiliza a Internet; cerca de 18.7% da população Portuguesa utiliza a internet
em casa; e 23.4% das famílias Portuguesas possuem ligação à internet.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 6
2.2 A criança e as novas tecnologias, em especial a Internet
e a TV
A utilização das tecnologias da informação e da comunicação, em meu ver, não se trata
de uma questão geracional, mas sobretudo de qualificação, uma vez que qualquer
pessoa tem acesso às novas tecnologias, mas nem todos têm qualificações para as
utilizar.
Esta utilização é natural em qualquer idade, incluindo para os mais velhos, sendo
explicada pelo nível de qualificação dos indivíduos e pela actividade profissional que
exercem.
O impacto causado pelas novas tecnologias da comunicação e informação no indivíduo,
é de facto enorme, principalmente nas crianças.
O computador, por exemplo é um símbolo da era industrial que agrada a pequenos e
graudos, sendo uma tecnologia defenidora que pelo seu impacto sobre certas relações,
ocupa um lugar especial no nosso meio cultural e social.
“A evolução do conhecimento faz-se hoje a um ritmo que rapidamente assegura a
desactualização das competências adquiridas”, assim torna-se necessário assegurar uma
formação ao longo da vida que seja medida em termos dos objectivos a atingir, e não
apenas do número de horas frequentadas. Para isso é preciso quadros qualificados, em
que os recusos humanos estejam aptos a desempenhar correctamente as suas funções.
Assim, estas crianças estão preparadas para o mercado de trabalho, que é hoje cada vez
mais exigente em relação às novas tecnologias de informação e comunicação.
2.2.1. O caso da Internet
A internet constitui um importante meio de acesso à informação pela sua velocidade,
facilidade e capacidade de conexão aos mais variados documentos, informações e
conhecimentos.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 7
A questão da acessibilidade e da difusão do uso de computadores e da internet, são hoje
a nível nacional e internacional, considerados indicadores de avaliação da acção
política e dos desenvolvimentos da sociedade da informação.
A comunicação e a publicação de informação na Internet não são supervisionadas por
nenhuma entidade. A maior parte dos seus serviços encontra-se à disposição dos
utilizadores (entre eles, os mais jovens) sem qualquer restrição ou controlo.
Pensar que a Internet não encerra perigos ou que estes só afectam os outros é assumir
uma atitude distante e pouco informada. Por outro lado, adoptar visões alarmistas só
ajuda a ocultar a realidade.
Tomar consciência dos riscos, estar informado de como os prevenir ou minimizar,
orientar as actividades das crianças e adolescentes na Internet, podem ser as chaves para
garantir uma utilização em segurança.
Nos indicadores estatísticos de 1995 a 2001, regista-se uma evolução do número de
escolas ligadas à internet (valores estes, considerados entre 1997 e 2001). Em
Dezembro de 2001, temos uma percentagem máxima (100%) de escolas Básicas e
Secundárias, ligadas à internet.
O número de alunos por computador em 2001, é de 26 no Ensino Básico, 16 no Ensino
Secundário e de 19 no Ensino Escolar (ISCED 1+2+3). Também em 2001, o número de
alunos por computador, mas este ligado à internet é de 46 no Ensino Básico, 32 no
Ensino Secundário e de 34 no Ensino Escolar (ISCED 1+2+3).
Comparando estes resultados, com a União Europeia, constata-se que Portugal está bem
“classificado”, tanto nos resultados de 2000, como de 2001. Em relação ao número de
alunos por computador, também em 2001, Portugal apesenta um número
consideravelmente bom, sendo de 19%, perto dos 20% valor máximo, apresentado por
dois países.
Em relação ao número de alunos por computador ligado à internet, no mesmo ano, o
nosso país tem cerca de 34, enquanto o país com mais alunos ligados à internet
apresenta um valor de 53. O número de alunos por computador on-line e off-line em
2001, é perto de 40 no primeiro caso e perto de 20 no segundo, em Portugal. A Grécia,
bate o record de computadores on-line, estando em pé de igualdade com a Alemanha
em computadores off-line.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 8
O portal do Ministério da Justiça, http://www.mj.gov.pt/sections/home (2006), faz um alerta aos pais e educadores sobre os jovens e a internet.
“Relacionado com a matéria e porque é no seio da família que se poderão detectar precocemente e prevenir com maior eficácia comportamentos de que as crianças possam ser vitimas no uso e através da Internet, a Policia Judiciária aconselha os pais e educadores para determinados princípios e regras a ter em conta: O Computador não é o único nem o melhor amigo do seu filho; Os "amigos" on-line são, na realidade, completamente estranhos; Com o computador ligado à Internet podem-se praticar crimes em qualquer local do globo, bastando que haja do outro lado outro computador; Depois do encontro virtual segue-se o encontro físico (a título de exemplo, o recente assassinato das duas jovens em Inglaterra, foi precedido de conversação em Chat); Seria desejável que os seus filhos lhe comunicassem qualquer mensagem recebida de cariz insinuante, obscena, agressiva ou que sugira fins menos lícitos; Estabeleça limites horários na utilização da Internet; o uso excessivo da Internet no período da noite é indício e potenciador do problema; Garanta que os menores não divulguem on-line informação pessoal que as possam pôr em risco no mundo off-line; A Internet mal utilizada é espaço privilegiado para ofertas enganosas e aliciamento encoberto; lembre-os de que o bom e o fácil raramente andam juntos; Em caso de suspeita salvaguarde todos os elementos relativos à proveniência e conteúdo dos contactos; Esclarece-se que a Polícia Judiciária, como legalmente lhe compete, está disponível em qualquer circunstância ou momento, para prevenir, investigar, acompanhar e encontrar o devido encaminhamento para situações deste tipo.”
2.2.2. O caso da televisão
Como nota Popper (1993), Bourdieu (1996) e Putnam (1995), fazem uma crítica à
televisão dizendo que esta “distorce a realidade e prejudica a estruturação social”. De
facto não deixa de ser curiosa tal citação, uma vez que se analisarmos de raíz, a
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 9
televisão como meio de informação por vezes tem outros impactos sociais de cariz
problemático.
Digo isto porque infelizmente ainda há pessoas com a ideia de que tudo o que passa na
TV é que é bom e de grande benefício.
Nas crianças então, é algo que se interioriza e de certo modo condiciona-os para as
relações pessoais.
As crianças que vêem programas violentos têm tendência a tornarem-se agressivas
umas com as outras e até mesmo impondo-se aos adultos.
Steuer e outros, 1971; Josephson, 1987, fizeram um estudo laboratorial em relação a
este facto. Concluiram que, “o visionamento da TV diminui a predisposição para
investir na procura e compreensão de informação complexa; assim como o consumo de
contúdo frequente nos média têm efeitos anti-sociais e prejudicam o desenvolvimento
mental”. Se o visionamnto da TV influencia estes aspectos, então posso dizer que
também vai influenciar outros, como por exemplo, os desejos pessoais, as expectativas
em relação a algo, etc.
Como refere João Cruz, (2002) não é permitida a emissão de programas que incitem à
violência, à prática de crimes ou que, genericamente, violem os direitos, liberdades e
garantias fundamentais.
22..22..22..11 OOss ddeesseennhhooss aanniimmaaddooss
Em geral, as crianças começam a ver Desenhos Animados aos dois anos. Aos 6,
aproximadamente, 90% das crianças já são clientes habituais da Televisão. Entre os 6 e
os 11 anos são as situation comedies (sit com) que vão conquistando os seus favores.
As crianças mais novas vêem os desenhos animados porque eles são "codificados" de
uma forma nítida, isto é, cada acção é sublinhada por efeitos sonoros particulares, que
visam ajudar a sua compreensão e captar a sua atenção. E, como a atenção das crianças
tem dificuldade em fixar-se, os códigos sonoros vêm ajudá-las a estar atentas.
Na maior parte do tempo, se a atenção das crianças tem dificuldade em fixar-se é
porque o conteúdo dos programas não lhes é totalmente compreensível. As crianças
captam apenas uma parte do que vêem. Não conseguem compreender as sequências
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 10
longas; as motivações e intenções dos diferentes personagens escapam-lhes em parte.
Mas, sobretudo, não são capazes de fazer deduções nem de compreender o que está
implícito.
Quando assistem a cenas de violência, por exemplo, é provável que incluam à sua
maneira que "é o mais forte que tem razão". Em contrapartida, têm dificuldade em
compreender as mensagens mais subtis e em perceber que certas acções são mais
justificadas do que outras. Inversamente, compreendem sem dificuldade que se obtém o
que se pretende quando se detém o poder. Esta mensagem é ainda mais marcada nos
Desenhos Animados "de acção e de aventura", que substituíram os espectáculos
gravados em directo que, numa determinada época, constituíram os programas
destinados às crianças. Demonstrou-se amplamente que a quantidade de violência
presente nestes era consideravelmente mais elevada do que nos programas destinados a
adultos em horários de grande audiência. Um estudo recente revelou que havia, em
média, 25 actos de violência por hora nos programas infantis e apenas 5 nos programas
de grande audiência. Os desenhos animados "de acção e de aventura" relatam, de facto,
"questões de poder".
Influenciarão estes programas o comportamento das crianças? Centenas de pesquisas,
realizadas a partir dos anos 60 – estudos experimentais em pequenos grupos de crianças,
bem como vastas investigações efectuadas em meios diversos, utilizando técnicas muito
variadas -, convergem na conclusão de que as crianças que vêem muita Televisão são
mais agressivas do que as que vêem pouca. Os espectáculos violentos não afectam
apenas o seu comportamento, mas também as suas crenças e valores. Por exemplo, em
geral, as crianças que vêem muita Televisão temem mais a violência do mundo real.
Em contrapartida, outras ficam insensíveis a essa violência; choca-as menos e reagem a
ela com menor intensidade.
Por outro lado, os programas destinados às crianças apresentam os homens e as
mulheres em papéis estereotipados, acabando as crianças que estão habituadas a passar
horas em frente à Televisão por reproduzir esses esquemas.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 11
Existem alguns Desenhos Animados, cujos conteúdos são altamente violentos. Deste
tipo encontram-se o "Dragon Ball", o "Pokémon" e os "Power Rangers".
O Dragon Ball trata da história de uma personagem, o Songoku, que tem como missão
lutar contra os seres do mal, que pretendem invadir a Terra ou destruir outros planetas.
Esta personagem, bem como os seres do mal são dotados de força e possuem poderes
sobrenaturais.
Com esta afirmação, levanto uma pergunta muito simples e que toda a gente a
questiona. Se tais emissões não são permitidas, porque é que continua a passar na TV
Portuguesa programas infantis, como por exemplo o Sangoku, em que existe violência
nitida?!
De facto, é tudo uma questão política...
Na verdade, é difícil os operadores fazerem bons programas para crianças dissociados
de preocupações publicitárias, “os raros casos de sucesso (se é que é legitimo chamar a
estas situações, casos de sucesso) têm consistido em programas orientados para a
publicidade a brinquedos e não programas educativos, com preocupações culturais”
(Cruz, 2002).
Uma mensagem preocupante que a Televisão nos vende progressivamente é a de que a
violência é aceitável. A Televisão diz que a violência é trivial, lugar comum, de todos os
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 12
dias, mundano. Faz parte da vida, é normal. É parte da nossa cultura moderna. E
também pode ser divertida (de uma forma doentia e irónica).
A Televisão é simplesmente a nossa maior influência. Muitos jovens praticaram
milhares de crimes representados na Televisão quando atingiram a idade de 18 anos.
Não é despropositado assumir, fazendo um balanço de probabilidade, que esta
preocupação com a violência está intimamente ligada a efeitos prejudiciais.
22..22..22..22.. OO iimmppaaccttoo ddaass cceennaass vviioolleennttaass
As crianças imitam frequentemente as cenas violentas dos filmes
A violência na Televisão é enfeitiçadora e memorável. Uma cena que dura apenas
alguns segundos – transmitida numa pequena parte de um programa – pode ser
recordada a longo prazo mais do que qualquer outra cena da história. A violência possui
uma mensagem muito contagiosa e produz frequentemente um efeito directo.
As crianças imitam o que vêem. Elas transformam isso em jogos, magoando outras
crianças. A violência brutaliza. Torna as pessoas rudes e deprime os outros. O seu
impacto é aniquilador e corruptível. A violência na Televisão não é só agressão
infantil física ou verbal, tal como bater em alguém. Ela representa formas directas e
sérias de agressão. Por exemplo, disparar um revólver sobre alguém, atacar uma vítima
com um faca, atear fogo num edifício, cortar alguém com uma garrafa partida são cenas
drásticas produzidas para dar efeitos visuais.
A arma de fogo é um dos instrumentos mais presentes nos filmes de violência.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 13
Alguns produtores de Televisão, directores de filmes, riem das preocupações acerca da
violência. Dizem: "É realista. Reflecte a realidade. É o que os espectadores querem. Não
precisa de ver isso, precisa? Pode sempre desligar o televisor".
Mas não se tem muita escolha, principalmente quando estas cenas não são esperadas.
Não se compra um televisor para mantê-lo desligado. Não se pode "desligar" a mente ou
abster-se de algo desagradável que está a ser transmitido a cada momento. Os pais não
podem estar presentes a todo o instante para assistir com as crianças aos programas
infantis durante as horas que elas dispõem, nem devem.
22..22..22..33.. AA iimmiittaaççããoo
Inúmeros estudos e investigações têm sido realizados sobre o problema dos efeitos das
mensagens violentas pelos mass media, particularmente a Televisão, sobre as crianças.
Na realidade, as crianças fazem parte do público mais assíduo dos programas televisivos
onde, tantas vezes, são projectados filmes que tomam a violência como um lugar
comum. Se analisarmos essas cenas de violência, física ou moral, veiculada pelos
filmes, em emissões televisivas e notícias jornalísticas, bem como o tempo médio que
as crianças consagram a esses espectáculos, poder-se-á concluir que estas sofrem a
influência da violência difundida nas mensagens.
A Televisão constitui um objecto de culto para as crianças. Está cada vez mais a
substituir o papel dos pais. É uma espécie de "babysitter" electrónica que desperta a
atenção da criança, acalmando a sua impaciência e irritabilidade.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 14
A questão fundamental que se põe a partir desta realidade é saber, afinal, se a violência
contida nas mensagens veiculadas pelos meios de comunicação social terá de facto um
efeito negativo no comportamento das crianças.
As crianças utilizam o televisor para se divertirem e não para se instruírem. À medida
que vão contactando com este poderoso aparelho, vão interiorizando modelos de
comportamento e mesmo valores que tendem a imitar. Este facto pode tornar-se
perigoso pelo simples facto de a criança não ver na Televisão o seu próprio mundo nem
mesmo uma representação real do mundo que a rodeia.
As crianças imitam muitas vezes cenas de violência que vêem na Televisão nos seus
jogos com resultados catastróficos. Vendo actos de agressão, as crianças aprendem a
ser agressivas das mais variadas formas, retirando conclusões sobre o facto de se ser
agressivo trazer recompensas. Crianças que vêem personagens de Televisão a
conseguirem o que querem através da violência estão mais aptas a imitar esses
comportamentos.
Pesquisas revelam que as crianças, principalmente aquelas que se encontram em
situação de "risco", têm desenvolvido patologias, tendo surgido diversos fenómenos
mórbidos tais como obesidade ou anorexia nervosa, actividade cerebral prejudicada,
problemas profundos na linguagem, impossibilidade de se deslocar no espaço real,
agressividade, alcoolismo, drogas. Os homicídios no meio escolar também estão
relacionados à Televisão.
Outras demonstram que o visionamento de programas violentos está relacionado com o
papel menos imaginativo e mais imitativo, no qual a criança simplesmente imita,
através de gestos, actos agressivos observados na Televisão. Além disso, muitas
produções dos media que regularmente retratam violência, também promovem
brinquedos baseados em programas, os quais encorajam as crianças a imitar e
reproduzir, nas suas brincadeiras, comportamentos vistos na Televisão ou nos filmes.
Nestas situações, o papel imaginativo e criativo das crianças é debilitado, roubando, por
isso, às crianças os benefícios de um desenvolvimento eficaz. A publicidade baseada em
brinquedos cria nas crianças um desejo insaciável de possuir este tipo de produtos. Estas
começam a acreditar que serão incapazes de brincar sem os suportes específicos vistos
na Televisão.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 15
Assim, no seu comportamento, as crianças imitam estas personagens reforçadas de
comportamentos agressivos e ensaiam as palavras destas, sem qualquer pensamento
criativo ou reflexivo. Crianças que observam repetidamente nos media comportamentos
violentos ou agressivos para resolver problemas tendem a ensaiar o que vêem e imitar
esses comportamentos em conflitos da vida real.
Em resumo, crianças que são espectadoras assíduas de violência nos media aprendem
que a agressão é um meio bem sucedido e aceitável para atingir fins e resolver
problemas; ficam menos aptas a beneficiar de desempenhos criativos e imaginativos
como meios naturais de exprimir sentimentos e tornam-se crianças mais irritadas.
A apresentação da violência pode provocar violência. Quanto mais frustrada ou
descontente se sente a criança quando assiste a actos de violência no écran, tanto mais
corre o risco de cometer um acto de agressão. As probabilidades aumentam se a
violência à qual assiste aparece como justificada, ou seja, se o "bom" ataca o "mau".
Quanto mais inesperada for a violência, tanto mais age sobre o espectador, sem o levar
necessariamente a um acto de agressão e quanto mais vezes a violência aparecer sob a
forma facilmente imitável, tanto mais incitará a imitação.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 16
2.3 As tecnologias da informação e da comunicação na economia
Portuguesa
As tecnologias da informação, são encaradas cada vez mais como um meio capaz de
possibilitar uma maior informação ao leitor, ou “uma maior descentralização das
tomadas de decisão” (Lyon, 1992).
Muitas vezes nem pensamos nas dimensões políticas e económicas que as tecnologias
da informação podem causar, mas na realidade existe um crescimento das oportunidades
de escolha. Tudo isto tem os seus custos, mas o relacionamento entre economia e
política é algo extremamente complexo. Assim, as ligações entre a actividade
governamental e os desenvolvimentos económico-tecnológicos são numerosos e
significativos.
A relação entre a política e os média, começou por ser uma “relação de
instrumentalização” destes por aquela. Os registos políticos e principalmente os estados
autoritários usavam os média (imprensa escrita, rádio, televisão, cinema) como
instrumento de propaganda.
Nas últimas décadas, nas sociedades democráticas o panorama transforma-se
profundamente com o extraordinário aumento da influência social e política dos média.
“A economia digital veio também acelerar o processo de globalização” (Matos, 2004).
A informação está hoje em qualquer parte do Mundo atenuando distâncias assim como
diferenças cultuais. As empresas de grande porte são as que mais benificiam com esta
evolução conseguindo criar marcas globais muitas vezes fatais para os concorrentes
locais.
Geralmente as questões relacionadas com os impactos do desenvolvimento das novas
tecnologias da comunicação e da informação sobre a economia, sobre os modos de vida,
conduziram à estrada da sociedade da informação.
Actualmente esta ideia de Sociedade da Informação popularizou-se, contendo um
significado positivo. As questões relativas à sociedade da Informação são hoje
simultaneamente um porblema político e sociológico. O campo da análise Sociológica
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 17
dos processos de mudança associados à Sociedade da Informação é muito vasto, sugere
linhas de investigação sociológica centradas na identificação dos interesses envolvidos e
das relações de poder no controlo do desenvolvimento tecnológico.
Podemos verificar, através dos principais indicadores estatísticos 1995-2001, uma
evolução do número de empresas do sector das tecnologias da informação e da
comunicação face ao total das empresas, 1996-1999, também no mesmo período há uma
evolução do número de empresas no sector TIC.
Tmbém se pode verificar uma evolução no volume de negócios das empresas do sector
TIC face ao total de negócios (milhares de contos), ainda no mesmo período
considerado acima, regista-se uma evolução do número total de pessoal ao serviço no
sector TIC face ao total de pessoal ao serviço nas empresas.
A evolução do número de pessoal ao serviço no sector TIC, a evolução das
remunerações no sector TIC face ao total das remunerações (milhares de contos),
evolução das remunerações per-capita no sector TIC face ao total das remunerações per-
- capita (milhares de escudos), assim como a evolução do VAB no sector TIC face ao
VAB pm total (milhares de contos) entre 1996 e 1999, também está registado.
Por último, pode-se verificar a evolução do VAB pm per capita no sector TIC face ao
VAB per capita total (milhares de escudos), assim como, a evolução das vendas para
exportação no sector TIC face ao total das vendas para exportação (milhares de contos)
no mesmo período de tempo.
Estes dados referem-se expecificamente a Portugal.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 18
2.4. Breve referência às TIC como meio de poder e
desinformação
Como já se viu, os meios de comunicação social e a internet são agentes manipuladores,
exercendo o seu poder aos mais variados níveis. De certo modo os poderes manipulam o
nosso inconsciente, tanto pela desinformação como pela ocultação da verdade. Mas a
verdade, é que só é manipulado quem não tiver alguma sensibilidade, ou simplesmente
não quer ver a realidade das coisas.
Os profissionais dos média, como sendo os jornalistas, têm garantido uma certa
condição de poder quando lhes concedido o estatuto. Cabe aos mesmos um “controlo da
comunicação pública produzida” (Esteves, 2003). É de referir que mesmo assim a sua
margem de manobra é muito reduzida.
O poder, por vezes traz guerrilhas e destruições, o mesmo acontece com a informação
que passa por nós todos os dias e como diz Jean-Tacheau apud Volkoff, (2000).
“A guerra da informação consiste no uso ofensivo e defensivo da infomção e dos
sistemas de informação do adversário, enquanto as nossas informações e sistemas são
protegidos”. As verdadeiras acções de desinformação foram já lançadas pela internet,
algumas de cariz económico.
O que se entende então por desinformação?
Segundo Volkoff (2000), a desinformação é uma manipulação da opinião pública para
fins políticos através de informação trabalhada por processos ocultos.
“Existe uma manipulação da opinião pública através de uma informação elogiando os valores e os produtos; os fins são particularmente comerciais, mas também parcialmente políticos, domínios que, a patir de agora, estão indissoluvelmente misturados; os processos são, por defenição, ocultos...” (Volkoff, 2000).
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 19
3. Descrição pormenorizada do processo de pesquisa Uma vez escolhido o tema para realizar o meu trabalho (Sociedade da Informação) e
após ter dado conhecimento do mesmo ao docente da cadeira, tentei concentrar-me na
realização de um índice provisório para me orientar, uma vez, e como já referi o tema
ser bastante complexo e vasto, o que podia provocar um desvio da minha parte na
procura de fontes para o realizar.
Assim procurei recorrer a fontes fiáveis, como é o caso de livros e revistas científicas,
sendo a Internet uma fonte simplesmente de auxílio.
Considerando esta, uma fonte com imenso ruido tentei pesquisar em sites que me
mostraram confiança, viabilidade e credibilidade, como é o caso do site referente à
Comissão Nacional da UNESCO – http://www.unesco.pt, aproveitanto este para o
analisar posteriormente.
Através do catálogo da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra pesquisei
sobre o tema Sociedade da Informação, utilizando como descritores de pesquisa:
Sociedade da Informação, Internet, desinformação, tecnologias da informação e
comunicação, havendo alguns livros que me chamaram a atenção. Na pesquisa por
“Sociedade da Informação” encontrei 3 livros que me pareceram bastante convidativos
para pesquisar. Sendo eles “Sociedade da Informação: balanço e implicações” de Luís
Borges Gouveia e Sofia Gaio (2004), de onde fiz a minha ficha de leitura e me foi
aconselhado pelo docente da cadeira Dr Paulo Peixoto. Este livro também me ajudou na
realização da estrutura do trabalho.
O livro “Sociedade da Informação: Principais Indicadores Estatísticos 1995-2001”, do
Observatório das Ciências e das Tecnologias e ainda “A sociedade da informação:
questões e ilusões
Pesquisando por desinformação, encontrei 3 livros mas só um me despertou a atenção, o
livro de Vladimir Volkoff, intitulado “Pequena história da desinformação: do cavalo de
Tróia à Internet” (2000),
Introdução ao estudo da comunicação de João Cardoso da Cruz (2002), o livro
“Ciências da comunicação: espaço público e democrático” de João Pissarra Esteves
(2003), o livro de David Lyon intitulado A Sociedade da Informação (1992), e
finalmente uma revista de Ciências Sociais que me ajudou no tratamento do tema em
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 20
análise; Fonseca, José (2001), Sociologia: problemas e práticas, 35. Oeiras. Celta
Editora, foi a revista escolhida que se pode encontrar na Faculdade de Economia da
Universidade de Coimbra.
Os livros que seleccionei para a realização deste trabalho, mereceram a minha confiança
uma vez estarem disponíveis numa biblioteca da universitária e após analisar os seus
autores, verifiquei que a maior parte deles têm obras relacionadas com o tema aqui
abordado por mim.
O site da cadeira no qual o trabalho se insere, também me foi bastante útil, uma vez que
me uxiliou nas citações e referências bibliográficas,
http://www4.fe.uc.pt/fontes/citar.htm.
Posso dizer que recorri a um método de pesquisa simples e pouco exaustivo, devido à
quantidade de informação que podia retirar para a realização deste trabalho. Assim, e
como já tive oportunidade de referir, dediquei-me a fontes de informação que sabia
serem fiáveis e credíveis.
Não achei necessário, recorrer a uma pesquisa mais intensa uma vez que a informação
adquirida me satisfez para concretizar os objectivos do meu trabalho, quanto a mim,
interessante de tratar.
Em jeito de conclusão, posso dizer que o mais complexo deste trabalho foi a triagem de
informação em que sendo vasta alguma ficou para trás.
De qualquer maneira, creio estar a apresentar um trabalho de boa qualidade, fiável e
credivel dadas as suas fontes e o processo que levou à sua pesquisa.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 21
4. Ficha de leitura
Notas sobre os autores:
• Publicação, cerem Gouveia, Luis. (2006) Negócio Electrónico: conceitos e perspectivas de desenvolvimento. Livro I - Colecção Negócio Electrónico. Dezembro de 2006. SPI - Principia. ISBN: 972 8589 62 X.
2005
• Publicação, cerem Rurato, Paulo e Gouveia, Luis. (2005). Uma Reflexão sobre o Perfil dos Aprendentes Adultos no Ensino a Distância (EAD). Revista da Faculdade de Ciência e Tecnologia da UFP. Nº 2. Dezembro de 2005, pp 174-199. ISBN 972-8830-35-1. texto [ pdf (104KB)] e outros.
Sofia Gaio Sofia Gaio
Correio electrónico: [email protected]
Mestrado:
Autores: Luís Borges Gouveia e Sofia Gaio (orgs.) Local onde se encontra: Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Data de publicação: 2004
Local de edição: Porto
Editora: Edições Universidade Fernando Pessoa Título do capitulo: “Comunicar” Cota: 330.341 N.º de páginas: 191-236 Assunto: Sociedade da Informação Palavras-chave: Mudança de
paradigma; Jornalismo; Rádio digital; Espaços multimédia; E- marcas.
Data de leitura: 2 de Dezembro de 2006
Área científica: Sociologia
Sub área científica: Fontes de Informação Sociológica
Observações: A ficha de leitura correspondente a uma parte da publicação, Sociedade da Informação.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 22
- Marketing de Serviços
- Marketing Institucional
Licenciaturas
- Assessoria da Comunicação e Gestão de Meios
- Teoria da Comunicação e dos Media II
- Marketing e Relações Públicas
- Técnicas de Relações Públicas
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 23
Resumo Sendo o capítulo analisado muito extenso e dividido em sub-capítulos de seguida refiro-me a cada um deles num breve resumo. O primeiro sub-capítulo, refere-se à mudança de paradigma da comunicação onde existe muitas interrogações e poucas respostas. Quase todas as áreas da actividade humana e social estão a ser afectadas. Ao longo desta primeira fase tento descrever as mudanças que podem ocorrer com o novo paradigma da comunicação. É analisado para além do formato em que os livros chegarão aos leitores, assim como a empresa E-INK. No segundo sub-capítulo discute-se o impacto da Internet na actividade profissional do jornalista, propondo uma resposta para a questão sobre o papel do jornalista face à Sociedade da Informação. O terceiro sub-capítulo refere-se às vantagens e desvantagens da nova tecnologia de emissões radiofónicas. De lembrar, que Portugal apresenta a mais completa ausência de estratégias para ter ouvintes para essas emissões. O quarto sub- capítulo refere-se as novas tecnologias da informação e da comunicação e à informática musical.. Estas são concebidas segundo estruturas de pensamento e de linguagem provenientes de outros domínios científicos. Por fim e não menos importante, este sub-capítulo pretende analisar o modo de comunicação introduzido pela Web, tentar alcançar uma visão aprofundada do conceito de e-marcas e analisar as consequências introduzidas ao nível da gestão de marca.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 24
Introdução Ao longo deste capítulo, irei abordar o tema da comunicação sobre cinco perspectivas diferentes.
1. Objecto ou função? O livro e o (s) formato (s) na mudança de paradigma da comunicação. “Na mudança de paradigma da comunicação que hoje vivemos, são muito mais as interrogações do que as respostas” (Carneiro, 2004));
2. A Internet e o novo papel do jornalista. O impacto da Internet na actividade profissional do jornalista é abordado por um conjunto de autores com diferentes posições sobre o tema;
3. Rádio digital – com emissores mas sem ouvintes em Portugal. As vantagens e inconvenientes da nova tecnologia de emissões radiofónicas, são apresentadas ao longo deste texto, em que “Portugal apresenta a mais completa ausência de estratégia para ter ouvintes para essas emissões” (Melo, 2004);
4. Tecnologia – arte – comunicação: convergências. “As novas tecnologias da informação e da comunicação e os diferentes sistemas informáticos permitem incorporar novos elementos no processo de criação” (Santana e Santana, 2004).
5. A marca na era digital. ”As marcas já não são o que eram…com a introdução da Internet, elas adquirem uma nova dinâmica e novos valores” (Gaspar, 2004).
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 25
Desenvolvimento
Objecto ou Função? O livro e o (s) seu (s) Formato (s) na Mudança de Paradigma da Comunicação:
O livro ocupa um lugar bastante importante no paradigma da massificação.
Nesta transição de paradigma, as suas “edições de base” foram uma solução para que os
livros chegassem a um maior número de pessoas.
Hoje vivemos numa transição de paradigma em que são mais as interrogações que as
respostas. Tais interrogações são colocadas a “quase todas as áreas da actividade
humana e social”. O livro não é excepção.
Assim, J.A.Nunes Carneiro, o autor deste sub-capítulo, levanta algumas questões, tais
como:
- Será que Esther Dysson tem razão quando afirma que a verdadeira mudança só se concretizará quando surgir uma nova e completa geração (a «net generation»)? - Será que a relação (quase) íntima entre o leitor, o livro tradicional e a leitura será ultrapassável? Ou será que o leitor conseguirá aderir as novas fórmulas de leitura pelo ecrã e o hipertexto?
Apesar das inúmeras possibilidades tecnológicas à nossa disposição “a mudança global
de paradigma” está a ser feita muito lentamente.
“O designer do livro tradicional produzia apenas uma forma de disponibilização, aquela
que ele considerava a “melhor” para o leitor” (Cope apud Carneiro, 2004: 192).
O momento de transição é sempre, “um momento intenso e contraditório”, com imensas
dúvidas e incertezas. Existe cada vez mais a possibilidade de se concretizar “uma
mudança de paradigma”, mas para isso acontecer, é necessário que existam três
condições indispensáveis, “as condições culturais, tecnológicas e comerciais” (Cope
apud Carneiro, 2004: 193).
A primeira surge não como um factor determinante em relação ao livro tradicional, mas
sim como uma possibilidade.
Cope citado por Carneiro, faz referência a dois exemplos apesar da “estabilidade desta
definição a tecnologia do livro tradicional não foi estática”. O primeiro exemplo,
aumento significativo e grande “impacto comercial e cultural “do crescimento das”
edições em formato paperback”. O segundo exemplo é tornar o “ISBN como um código
universal de referência comercial e de catalogação”. (Cope apud Carneiro, 2004: 194)
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 26
O mesmo autor, refere três sinais “para a resistência do livro tradicional” e acrescenta
que,
“A história dos meios de comunicação diz-nos que os novos meios frequentemente não substituem os antigos. Quando muito. Redefinem os seus objectivos e as suas funções...até contribuem para a extensão do alcance e do poder dos antigos meios”.
Para Cope “um livro não é um produto. É uma arquitectura de informação”.
Um outro autor citado por Nunes Carneiro é Kerckhove. O mesmo refere “três
razões para que uma determinada tecnologia não se imponha completamente:
tecno-lag, tecnofetichismo e tecnopsicologia.
Carneiro refere que a empresa E-INK, apresenta uma solução tecnologicamente
muito evoluída e cujos resultados em termos de interface com o leitor se aproxima
significativamente da nossa actual experiência de leitura de texto impresso em
papel.
“A E-INK tem ainda apostado em desenvolver uma solução com baixo consumo
de energia para aumentar a autonomia de leitura.”
A E-INK “parece ser muito interessante”, visto a sua semelhança com “o livro
tradicional”.
A Internet e o novo papel do jornalista:
A Internet para além de estar a criar novas formas de jornalismo, está também a criar
novos jornalistas.
Diversos autores como por exemplo, Arturo Merayo Pérez; Doug Millison; Concha
Edo; Carl Senssions STEPP; Ruth Gersh; Martin; Christopher Harper; Eric Meyer;
J.D.Lasica; Furio Colombo; Leah Gentry; Lizy Zamora, apresentam a sua posição em
relação ao impacto da Internet na actividade profissional dos jornalistas. Uns são mais
críticos do que outros.
Uma pergunta é deixada no ar. O jornalismo estará no fim?
O jornalismo é de certa forma posto em causa.
Segundo Doug Millison citado por Aroso (2004: 203), “ Uma edição e filtragem de
informação de confiança e com qualidade torna-se ainda mais importante na Internet,
onde qualquer pessoa pode publicar qualquer coisa e fazer com que pareça importante.”
Um outro grupo de autores refere que “uma das funções futuras dos jornalistas” poderia
ser “filtrar a informação na Net” (Pinto e Sousa apud Aroso, 2004: 203).
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 27
A profissão de jornalista não vai desaparecer de todo, mas sim sofrer algumas
alterações, deste modo os mesmos “terão novas funções, tais como facilitar boas
conversações on-line, organizar arquivos e agregar e reformular informação recolhida
através de muitas fontes” (Fulton apud Aroso, 2000: 204).
Dar uma boa interpretação dos conhecimentos e saber explicá-los, será cada vez mais
valorizado, apesar da imensa carga informativa que existe. Assim cabe ao jornalista
organizar toda a informação de interesse público, uma vez este último não dispor de
tempo nem formação para interpretar a informação.
“Agora, mais do que nunca, precisamos de jornalistas profissionais que ajudem a
distinguir o trigo de notícias de confiança e opiniões credíveis do joio de rumores e
propaganda que abundam na Internet” (Millison apud Aroso, 2004: 205).
Rádio Digital – Com emissores mas sem ouvintes em Portugal:
Portugal é um país que apresenta um número reduzido de ouvintes de rádio e as
estratégias para os cativar são reduzidas “depois de estar na vanguarda da cobertura do
país com emissões DAB”.
O DAB, apresenta algumas vantagens assim como desvantagens tais como; “a
existência de um consenso mundial na sua utilização; o DAB é um sistema económico
de emissão e possibilita muitos mais serviços que a convencional emissão dirigida ao
ouvido”.
As desvantagens que o DAB apresenta têm a ver, com o facto de que as emissões não
podem “ser recebidas na generalidade dos receptores do mercado”; o orçamento elevado
pela RDP “para a utilização dos seus emissores DAB por entidades privadas”.
O DAB é um espaço “que pode levar a rádio a tornar-se competitiva com os outros
média”.
Pode-se transmitir texto dinâmico, assim como pode existir a reciprocidade entre
música e palavra “e as possibilidade multimédia da emissão de dados”.
Isto vai fazer com que a “programação no som de alta qualidade e em produtos
multimédia” assente. Isto implica um grande tratamento nos conteúdos de áudio, o que
facilita uma relação de aproximação com o ouvinte “através da disponibilização
acrescida de produtos multimédia”.
O programa associado de dados, os serviços de radiodifusão de dados e os serviços
complementares para grupos fechados de utilizadores, são três tipos de serviços de
dados existentes no sistema DAB.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 28
Algumas informações podem “ser facultadas no ecrã quer como mensagens em
desenvolvimento progressivo quer em ITTS (interactive text transmission system)”.
Os detentores de poder em relação às decisões nas organizações de rádio em Portugal
devem ter a consciência
“Que a importância assumida com a integração da rádio na sociedade da informação se alicerça na sua tradição tecnológica, num percurso que passa pela rádio internacional, pelo desempenho das ondas curtas e do satélite, pelo papel das ondas médias e da frequência modulada, pelo tratamento do som, pelo conjunto das tecnologias e a evolução da tipologia de conteúdos.” (Melo; 2004: 215)
Prevê-se que em Inglaterra para finais de 2003, exista um aumento significativo do
número de receptores digitais, é de referir que este número aumentou no Natal do ano
passado.
Em Portugal o mesmo já não acontece, nem tão pouco parecido pois parece que a RDP
não está muito convencida “de que a rádio digital foi uma boa aposta no futuro.”
Mesmo assim, “a terceira geração dos receptores de DAB inclui já a possibilidade de
localização através do sistema GPS e também a possibilidade de acesso via GSM para
receber e estabelecer ligação com a Internet”. (Melo, 2004: 213)
A rádio tem sido desejada cada vez mais por um grande número de pessoas, esperando-
se “que se projecte, na sociedade da informação para o confronto multi e
hipermediáctico...”. (Melo; 2004: 215)
Pretende-se que a rádio em DAB satisfaça um grande número de pessoas, assim como
empresas por elas geridas, em relação aos seus interesses e necessidades.
Tecnologia – arte - comunicação: convergências:
“Actualmente, as novas tecnologias da informação e da comunicação e a informática musical tornam possível a concepção e realização de universos musicais compostos por estruturas musicais, definidas de uma forma nova e original. Concebidas segundo estruturas de pensamento e de linguagem provenientes de outros domínios científicos que não o musical, integram novas formas de organizar o discurso levando o compositor a aprofundar e desenvolver conhecimento noutros domínios científicos. A investigação, essencial ao processo de composição, contribui ainda para a definição e organização de novas estruturas da linguagem. Utilizando processos científicos o criador controla as estruturas empregues, pois o controlo e a organização do universo sonoro é um factor determinante para a qualidade da obra de arte” (Santana e Santana; 2004: 217).
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 29
Assistimos à introdução sistemática do computador e meios de produção no processo
criativo.
Os média são o difusor das diferentes áreas do conhecimento científico e artístico. Os
espectáculos multimédia são um veículo de comunicação de uma realidade, assim como
um meio de expressão artística. Estes espectáculos traduzem a grandiosidade de um
pensamento formatado unicamente pelos limites da imaginação. Os média interagindo
“com os demais elementos segundo parâmetros e hierarquias próprias”, atenuam de
certa maneira, a separação entre arte e vida, permitindo a convergência “de meios de
produção artística como das novas tecnologias da comunicação” (Santana e Santana;
2004: 218)
São de uma enorme riqueza, considerados como uma “arte total” no início dos anos 60.
“Vários factores interagem no momento da sua concepção” (Santana e Santana; 2004:
219), nem que se sobreponham várias realidades. A comunicação e o desfrutar da obra
permite a interacção com o público.
“A criação...de espaços de arte multifacetados, através da coexistência de materiais e
saberes divergentes e ao mesmo tempo convergentes...permitem...a convergência dos
meios de produção artística e das novas tecnologias da comunicação, levando à
interacção entre diferentes domínios do saber na criação de espectáculos unos e
plurais.” Estes eventos tornam-se bastante gratificantes e úteis no processo educativo,
como a escola por exemplo. A utilização da música, motiva de certo modo os agentes
educativos. A influência exercida pelos intervenientes do processo educativo, determina
“a personalidade e a postura do indivíduo face à composição musical...” (Santana e
Santana; 2004: 225). O estudante deve ser orientado de maneira a alcançar “os
objectivos propostos individualmente, através da descoberta do som e da sua estrutura,
dos instrumentos e tecnologias operantes...” (Santana e Santana; 2004: 226).
O homem enquanto ser criativo, não fica indiferente às evoluções ocorridas à sua volta,
tanto científicas como tecnológicas integrando-as no seu processo de criação.
Existe uma geração de compositores que “dá relevo ao timbre, à escuta e percepção
musicais, desenvolvendo processos de composição que incidem sobre a
transformação...de um estado de matéria sonora a um outro de características
diferentes...” (Santana e Santana; 2004: 222).
Uma outra geração de compositores, “pretende fazer a ponte entre a tradição musical
clássica e as correntes criadoras mais actuais” (Santana e Santana; 2004: 223).
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 30
A Marca na Era Digital:
O grande interesse na realização deste estudo tem a ver com “as múltiplas vertentes da
Sociedade da Informação, nomeadamente, a Internet.” (Gaspar; 2004: 227).
Surge mais tarde um modo inovador de interacção entre dois ou mais indivíduos através
do mesmo meio. A web é um novo modelo de comunicação à disposição também de
empresas, para melhorarem o seu relacionamento com o público.
Assim, “a interactividade pode ser estabelecida com o meio e não apenas através do
meio” (Gaspar; 2004: 228). Neste sentido, os líderes de opinião são “influentes neste
processo, pois condicionam a forma como os clientes percepcionam as marcas”
(Gaspar; 2004: 228).
Um dos instrumentos capazes de fomentar a notoriedade das organizações “é o
marketing afiliado” (Gaspar; 2004: 228).
Qualquer empresa que esteja ligada a negócios digitais, deve assegurar um nível
elevado de funcionalidade. Deve haver uma preocupação constante por parte destas
empresas, no que se refere ao conhecimento do consumidor.
Resumindo, “ (...) as empresas que dominem o poder da Internet e a sua capacidade
para construir relações encontrarão um caminho para a prosperidade” (Chiadouros e
Wansley apud Gaspar; 2004: 229).
A Internet abriu portas para um novo conceito de marcas; ou seja, as e-marcas, com é
ocaso do Yahoo. Foi sofrendo algumas alterações. Apesar de ter aberto as portas para
um novo conceito de marcas, a Internet “abriu portas à concorrência ilimitada” (Gaspar;
2004: 231).
Até aqui o poder estava nas mãos das organizações, neste momento são os clientes os
detentores de tal poder, uma vez que estes “dispõem de inúmeras e credíveis fontes de
informação sobre as marcas” (Kirsner; Rubinstein e Jevons et al., apud Gaspar; 2004:
230).
É necessário que hoje “as marcas desenvolvam relações com base no conhecimento e
compreensão daquilo que os públicos valorizam e não, como antigamente, daquilo que
as empresas valorizam” (Gaspar apud Gouveia e Gaio, 2004: 230).
A Internet veio então alterar certas formas como as empresas constróem as suas marcas,
mudou de certa forma a maneira como as organizações utilizam as marcas e
consequentemente esta associação de marcas veio alterar a forma como elas próprias
são geridas, assim como a forma com que o público as valoriza.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 31
Existem alguns desafios para as marcas digitais. Assim é fundamental para as marcas a
sua fidelidade face ao cliente e que este se sinta satisfeito. Esta fidelidade é a chave
para o sucesso de qualquer negócio digital.
Actualmente a Yahoo assume uma “liderança entre os motores de busca on-line”
(Lindstrom apud Gaspar, 2004).
As marcas através da Internet podem controlar as suas interacções com os clientes.
A Internet, também tem limitações, enquanto instrumento de criação de marcas
segundo Aaker e Joachimsthaler e Cleland apud Gaspar, 2004: 233-234.
A primeira limitação tem a ver com “os elevados índices competitivos que
caracterizam a rede, a angariação e a retenção de consumidores exigem um grande
esforço comunicacional por parte das organizações. Assim sendo, é fundamental que o
público-alvo conheça a empresa e esteja motivado para a visitar.” A segunda limitação,
tem a ver com o facto de a Internet ter uma “taxa de penetração inferior a outros meios
de comunicação de massas…a sua construção de marcas é alicerçada pelo
estabelecimento de ralações com os consumidores”.
A terceira limitação prende-se com o facto de que “nem todas as categorias de produtos
se enquadram com os media interactivos”; uma outra limitação e a última apresentada
por este autor, refere-se ao facto de que os produtos mais favorecidos pelo e-branding
são aqueles possíveis de serem adquiridos on-line”.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 32
Conclusão No meu ponto de vista, considero que o texto que analisei se apresenta bem construído,
fornecendo ao leitor uma visão, apesar de geral, das implicações da Sociedade da
Informação. Digo isto porque, estando o capítulo dividido em sub capítulos trata de
diversos temas fornecendo ao leitor uma visão, ainda que geral do assunto. Mesmo
assim, considero que se consegue perceber bem qual a mensagem que é transmitida..
Devo confessar que as diversas citações apresentadas ao longo do texto, suscitaram-me
algumas dúvidas na realização do meu trabalho.
Disciplina: Fontes de Informação Sociológica Docente: Paulo Peixoto Aluna: Sónia de Lurdes Solda Guiomar N.º: 20050792 Curso: Sociologia
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 33
5. Avaliação de uma página da Internet
Para de certo modo, seguir a linha de pensamento que fiz até então, em relação à
Sociedade da Informação, optei por avaliar a página da Comissão Nacional da UNECO
– Portugal. http://www.unesco.pt dada a quantidade de informação que eu considero
existir e que se pode retirar.
Escolhi esta página, pois considero existir fiabilidade e credibilidade que são
comprovados, uma vez este site pertencer a uma agência governamental. Deste modo a
competência e fiabilidade do site são reconhecidos.
Um outro aspecto que garante a qualidade do site, é a variedade de informação
disponível em vários ramos, como por exemplo; educação, ciência, cultura e
comunicação, existindo dentro dos mesmos vários “pontos” de conhecimento; como
sendo; uma breve apresentação do mesmo, programas, temas em destaque, eventos,
notícias, links, prémios, bolsas, documentos, etc etc.
Existe a possibilidade de o navegador, participar nas discussões públicas que estão em
aberto.
Os resultados que pertendia obter eram em língua Portuguesa e considero que tal é
“fornecido” pelo site. Considero a informação interessante, na medida em que abrange
um público vasto.
É também referido no site, a morada da Comissão Nacional da Unesco em Portugal,
assim como os seus números de telefone e fax. O mail, também está à disposição de
quem visitar a página. A data e o número de visitantes que acederam a esta página até à
data, são igualmente mencionados, sendo a primeira de 2005/04/01 e o segundo de 30
3015. Os links também fazem parte integrante da página que analiso.
A apresentação do site é bastante convidativa, estando bem estruturado e facilitando a
sua navegação, sendo esta bastante fluida e acessível a qualquer pessoa uma vez que a
sua navegação é gratuita e rápida.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 34
Apesar, de se verificar na primeira página do mesmo pouca informação em relação a
outros sites, considero isto como um aspecto positivo uma vez que o excesso de
informação pode criar no visitante alguma repugnância, ou seja, pode suscitar um
afastamento por parte do mesmo, uma vez que se pode sentir perdido no meio de tanta
informação.
De referir que a informação apresentada, sendo de língua Portuguesa, abrange também
outros países essencialmente de língua Inglesa, uma vez que existe várias ligações nesse
sentido.
Em jeito de conclusão, parece-me uma página bem elaborada e estruturada ao qual faço
uma avaliação positiva da mesma.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 35
6. Conclusão
No decorrer do meu trabalho, procurei dar a conhecer a realidade da Sociedade da
Informação e da Comunicação num mundo ocidental industrializado.
Realidade essa que para muitos parece ainda distante e de dificil acesso, como é o caso
da Internet.
É ainda, para um grande número de pessoas dificil aceder a tanta informação que somos
confrontados diariamente pelas novas tecnologias. Assim, estas são criadoras de
desigualdades sociais quando avançam para uma nova transformação.
No âmbito dos objectivos da cadeira, penso ter correspondido bem ao que me era
pedido, acabando por realizar, assim, as aprendizagens fundamentais, nomeadamente,
ao nível da aquisição de competências de pesquisa em fontes de informação diversas.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 36
7. Referências bibliográficas
i) Fontes Impressas - Aroso, Inês (2004), “ A Internet e o novo papel do jornalista” in Luís Borges e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balanço e implicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 201-207. - Carneiro, J (2004), “ Objecto ou Função? O livro e o(s) Formato(s) na Mudança de Paradigma da Comunicação” in Luís Borges e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balanço e implicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 191-200. - Cruz, João (2002), Introdução ao estudo da comunicação: Imprensa, Cinema, Rádio, Televisão e Redes Multimédia. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. - Esteves, João (2003), Ciências da Comunicação: Espaço público e Democrático. Lisboa: Edições Colibri. - Fonseca, José (2001), Sociologia: problemas e práticas, 35. Oeiras. Celta Editora. - Gaspar, Hugo, “A Marca na Era Digital “, in Luís Borges e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balanço e implicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 227-236. - Gouveia, Luís e Gaio, Sofia. (2004), (orgs.), Sociedade da Informação: balanço e implicações, Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa. - Lyon, David (1992), A sociedade da informação. Oeiras: Celta Editora. - Matos, José (2004), “ A importância da aprendizagem ao longo da vida fce aos desafios da sociedade da informação e da economia do conhecimento” in Luís Borges Gouveia e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balanço e implicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 131-142. - Melo, Rui (2004), “ Rásio Digital – com emissores mas sem ouvintes em Portugal” in Luís Borges Gouveia e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balnaço e umplicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 209-216. - Observatório das Ciências e das Tecnologias, Principais Indicadores Estatisticos 1995-2001, Portugal: Ministério da Ciência e da Tecnologia. - Santana, Helena; Santana, Rosário (2004), “Tecnologia – arte – comunicação: convergências” in Luís Boreges e Sofia Gaio, Sociedade da Informação: balanço e implicações. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 217-226. - Volkoff, Vladimir (2000), Pequena história da desinformação. Lisboa: Editorial Notícias.
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica
__________________________________________________________________________________________21-02-2007 37
ii) Internet
- Comissão Nacional da Unesco (2001), “ Década das Nações Unidas da
Educação para o Desenvolvimento Sustentável – DEDS (2005-2014)”, página consultada em 10 de Dezembro de 2006, disponível em http://www.unesco.pt
- Peixoto, Paulo (2006), “Como citar”, página consultada em 18 de Dezembro de 2006, disponível em http://www4.fe.uc.pt/fontes/citar.htm
- Portal da justiça (2006), “ A justiça ao serviço do cidadão e das empresas”, página consultada em 19 de Dezembro de 2006, disponível em http://www.mj.gov.pt/sections/home
Anexo I
Página da Internet avaliada
Http://www.unesco.pt
Anexo II
Capítulo “Comunicar” do livro Sociedade da Informação de Luís Borges Gouveia e Sofia Gaio, 2004 (orgs.)
Anexo III
Principais Indicadores estatístios 1995-2001, Portugal do Observatório das Ciências e das tecnologias (Ministério da Ciência e da Tecnologia)