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FORMAÇÃO E INVESTIGAÇÃO EM PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO ENFERMEIRA AGRIPINA TENDER
SEMINÁRIO IACS
PREVENÇÃO E CONTROLO DA INFEÇÃO ASSOCIADA AOS CUIDADOS DE SAÚDE
SEMINÁRIO IACS
Formação Investigação
IACS – Infecção Associada aos Cuidados de Saúde
É uma infeção que ocorre num utente durante a prestação de
cuidados no hospital, ou em qualquer outra instituição
prestadora de cuidados de saúde, a qual não estava presente ou
em incubação no momento da admissão.
Estão também incluídas as infeções adquiridas no hospital e que só
se manifestam após a alta, bem como as infeções adquiridas pelos
profissionais relacionadas com a prestação de cuidados.
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Em Portugal:
As IACS têm taxa de prevalência
superior á média europeia
Há um uso inadequado e excessivo de
antimicrobianos
Há uma elevada resistência
bacteriana aos antimicrobianos
SEMINÁRIO IACS
Prevenção e Controlo das IACS
Todos conhecemos algumas das principais causas das IACs, algumas
mais facilmente identificáveis e ultrapassáveis do que outras:
o Violação de normas de boas práticas;
o Incumprimento de precauções básicas (higienização mãos e do ambiente)
o Debilidades neste domínios na formação dos profissionais;
o Fraca adesão à investigação, à ação e à formação por autoiniciativa;
o Níveis insuficientes de formação em serviço
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Prevenção e Controlo das IACS
Todos conhecemos algumas das principais causas das IACs,
algumas mais facilmente identificáveis e ultrapassáveis do que
outras:
o Toma inadequada e excessiva de antimicrobianos (regime
internamento/ambulatório)
o Resistência bacteriana aos antimicrobianos;
o Aumento de doentes imunodeprimidos;
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Prevenção e Controlo das IACS
Todos conhecemos algumas das principais causas das IACs, algumas
mais facilmente identificáveis e ultrapassáveis do que outras:
o A utilização de técnicas de diagnostico e/ou terapêutica mais invasivas,
proporcionadas pelo progressivo avanço tecnológico,
o A longevidade e o consequente envelhecimento da população, com maior
recurso a cuidados de saúde (primários, hospitalares, continuados);
o As doenças oncológicas e a necessidade de cuidados de saúde inerentes
SEMINÁRIO IACS
FORMAÇÃO
O enfermeiro, à semelhança dos restantes profissionais de
saúde, deve possuir informação técnico-científica e
humana adequada à prestação de cuidados ao doente.
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FORMAÇÃO
No entanto, na consulta que fizemos aos planos de estudos
dos cursos de medicina e enfermagem, constatámos que:
• na formação inicial de ambos os cursos o controlo de
infeção hospitalar é tratado de forma superficial (3 ects);
• Na formação pós-graduada de enfermagem, esta temática
é abordada apenas na especialidade médico-cirúrgica e
na especialidade comunitária;
SEMINÁRIO IACS
FORMAÇÃO
• Existem em algumas instituições de ensino Pós-
Graduações em Controlo de Infeção, onde a temática é
central e abordada em profundidade, mas nessa formação
ficam excluídos vários profissionais, nomeadamente os
Assistentes Operacionais.
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FORMAÇÃO
•A Infeção hospitalar é abordada com pouco destaque, quer na
Formação inicial, quer na formação pós-graduada dos
enfermeiros
• É um investimento a nível pessoal e profissional mas nem todos têm
possibilidade de fazer formação pós-graduada.
•A resistência aos antimicrobianos não é abordada
aparentemente em nenhum dos cursos.
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FORMAÇÃO
Estes défices na formação terão certamente repercussões
negativas, quer para o profissional, quer para o utente e a
saúde pública.
SEMINÁRIO IACS
FORMAÇÃO
Dada a necessidade de todos os profissionais conhecerem e
cumprirem as normas básicas para prevenção de IACS, sugerimos
que a instituição promova formação sustentada em evidência
científica, com componente prática para alguns grupos de
profissionais e a todos os profissionais – médicos, administrativos,
assistentes operacionais, nutricionistas, dietistas, assistentes sociais –
e sensibilizar o doente, a família e as visitas, tendo em conta a
importância que todos têm na prevenção de IACS.
SEMINÁRIO IACS
FORMAÇÃO
A informação deve ter em conta as especificidades de cada
serviço e os vários grupos de profissionais.
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FORMAÇÃO
Formação contínua ao longo da vida – paradigma mais
adequado aos nossos tempos de mudanças permanentes e
evolução constante do conhecimento científico e das
evidências da investigação.
Os “grupos de coordenação” devem estar em estreita ligação
com os serviços e organizarem em conjunto iniciativas
periódicas frequentes sobre a temática.
SEMINÁRIO IACS
FORMAÇÃO
A formação em serviço é indispensável em todos os
serviços, sendo uma obrigação partilhada pelos
responsáveis das instituições de saúde e pelos
profissionais, centrada no mesmo objetivo: a melhoria do
desempenho profissional e consequentemente da
qualidade dos cuidados de saúde prestados.
SEMINÁRIO IACS
FORMAÇÃO
A formação em serviço é um instrumento de apoio à mudança, na
perspetiva individual de trajetória profissional, refletindo-se no plano
mais amplo a nível institucional. Contribui eficazmente para a
mudança no desempenho, o desenvolvimento de competências,
melhora a prática profissional e a reflexão sobre a prática,
conduzindo à satisfação dos profissionais, auto realização e
valorização pessoal e profissional, e podendo estimular a
investigação na ação e sobre a ação.
SEMINÁRIO IACS
FORMAÇÃO No CHSJ até 2013 fazia-se formação a todos os IAC. A partir deste
ano faz-se também a todos os internos de especialidade.
Constitui uma mais valia para esses profissionais, para os utentes, para a equipa em geral e para a instituição.
No Centro de Formação faz-se mensalmente 1 ação de formação de 8h (2 manhãs) sobre IACS – destinada a enfermeiros e médicos
E outra sobre “Curso Básico de segurança e saúde no trabalho” com uma duração de 4h e destinada a todos os profissionais do CH.
Estas formações não têm capacidade de abranger todos os profissionais
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FORMAÇÃO EM SERVIÇO - 2013
•O Vestuário no BO
• Uso de Antisséticos no BO
•Desinfeção no BO
•Tratamento de Instrumentos
Cirúrgicos
•Tratamento de Material de
Videocirurgia
•Limpeza e Desinfeção de
Equipamento Anestésico
•Desinfeção Cirúrgica das Mãos
•O Uso de Luvas no BO
•Técnica Assética Cirúrgica
•Utilização de Campos
Cirúrgicos
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FORMAÇÃO EM SERVIÇO - 2013 •Manipulação e Armazenamento de
Material Estéril no BO
•Contagem de Compressas, Instrumentos e
Materiais Cortoperfurantes
•Desinfeção de Materiais: Uso de
Desinfetantes no BO
•Higienização das Salas de Operações
•Fatores Ambientais no BO
•Colocação e Manutenção de Dispositos
Intravasculares
•Técnica de Algaliação e Manipulação do
Sistema de Drenagem
•Microbiologia, Citologia, Anatomia
Patológica: Acondicionamento e
Transporte de Amostras
•Medidas de Isolamento Básicas e
Dendentes da Via de Transmissão
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RECOMENDAÇÕES
Monitorização cumprimento práticas
Supervisão
Disponibilizar cartazes, posters no local trabalho
Proximidade entre UPCIRA e serviço
Dinamizar campanha sobre uso adequado antibiótico
Dinamizar campanha sensibilização cidadão
Envolver associações e ordens profissionais, pela importância na
promoção e divulgação desta temática
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INVESTIGAÇÃO A consulta de vários estudos de Investigação em
prevenção e controlo das IACS permitiu-nos adotar uma
prática baseada na evidência, nomeadamente na
prevenção:
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PAV Infeção trato
urinário
Infeção da corrente
sanguínea
Infeção local cirúrgico
1 - PAV
o Elevação cabeceira
da cama 30-45º
o Profilaxia de ulcera péptica
o Profilaxia da trombose venosa
profunda
o Uso de clorohexidina na higiene oral
dos doentes ventilados
o Não substituição dos circuitos do
ventilador por rotina;
o Não utilização de SF no TOT para
aspiração de secreções
o Pressão do Cuff entre 20-30mmhg
o Protocolo de sedação e desmame
o Avaliar resíduo gástrico
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2 – Infeção do Trato Urinário
o Técnica assética na colocação/manuseamento do cateter
o Cateterismo intermitente
o Utilização de dispositivos não invasivos
o Respeitar indicação médica para colocação
o Usar sistema de drenagem fechado
o Remover tão cedo quanto possível
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3 – Infeção da Corrente Sanguínea
o Higienizar mãos
o Barreira de proteção máxima aquando colocação cateter
o Antissepsia da pele com clorohexidina
o Local de inserção do cateter
o Avaliação diária da necessidade manter cateter
o Remover tão cedo quanto possível
o Adequar/treinar profissionais
oComunicar resultados aos profissionais envolvidos
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4 – Infeção do Local Cirúrgico
oUso apropriado antibiótico profilático
oTricotomia só quando indicado e com máquina
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Fatores de Risco no BO
•Inadequada higienização das mãos;
•Antissepsia cutânea pré operatória inadequada
•Tricotomia com lâmina
•Ausência ATB, inadequada ou administrada + 1h após incisão
•Cirurgião inexperiente
•Nº elevado pessoas SO (alunos)
SEMINÁRIO IACS
Promoção de boas práticas
Promover a implementação de boas práticas (alicerçadas
na evidência científica), com finalidade de reduzir lesões
(doentes e profissionais), salvar vidas e reduzir os custos
(doentes e na instituição).
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Promoção de boas práticas
No entanto, o sucesso da mudança está intimamente
relacionado com a adesão de todos os profissionais envolvidos
A resistência á mudança, por parte de alguns profissionais, tem
implicações diretas na qualidade dos cuidados prestados.
Cabe às chefias intermédias participar de forma mais proactiva
na motivação dos profissionais e implementação das normas
preconizadas.
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Promoção de boas práticas
Vantagens da implementação:
• implementar guidelines da OMS
• promover e prevenir controlo IACS e da resistência aos AM e
os custos inerentes a estas problemáticas
• contribuir para a implementação de boas prática na prestação
de cuidados, garantindo a segurança do doente e dos
profissionais
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Conclusão
Para a prevenção e controlo das IACS devemos:
•Utilizar os dados da investigação e fazer revisão para atualizar;
•Fazer formação adequada aos grupos de profissionais de cada serviço
•Promover práticas seguras
•Envolver todos os profissionais
•Monitorizar
•Promover formação contínua e facultar informação de retorno
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Conclusão
Os profissionais têm o dever de cuidar do doente, se esse dever for violado
por deficiente aplicação das normas, essa prática pode causar dano no
doente e temos o dever de respeitar os Princípios éticos, nomeadamente
Beneficência e não maleficência, assim como os direitos dos doentes sob
pena de incorrermos num processo judicial por negligência.
Esta iniciativa terá, certamente, os seus frutos. E outras, de igual mérito,
têm sido e terão de ser levadas a cabo para sensibilizar, informar e formar
todos para esta temática.
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FORMAÇÃO E INVESTIGAÇÃO EM PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO ENFERMEIRA AGRIPINA TENDER
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