fortalecimento muscular

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA MONITORIA DE CINESIOTERAPIA E REEDUCAÇÃO FUNCIONAL Profª: MÔNICA CRUZ/DAYSE SILVA Monitor: EDGAR PEREIRA OBS: O conteúdo deste material corresponde ao roteiro sobre o conteúdo ministrado na disciplina, implicando dizer que não é suficiente para estudar para as provas. FORTALECIMENTO MUSCULAR O músculo esquelético constitui-se de uma grande massa de musculatura somática, possuem estriações transversais bem nítidas, normalmente não se contrai na ausência de estimulação nervosa, estão sob governo voluntário. A musculatura esquelética em associação com o sistema osteoligamentar (ossos, ligamentos, cápsulas articulares) assegura as duas finalidades do aparelho locomotor: movimento e proteção. Exerce, com efeito, duas funções opostas já que pode desencadear e interromper um movimento. A interrupção chama-se estabilidade. Assim, os músculos esqueléticos devido possuir a capacidade de gerar tensão, asseguram no total três: desencadear o movimento, assegurar o equilíbrio e manter a estabilidade segmentar. 1. ESTRUTURA – Tecido Muscular e Tecido Conjuntivo MICROSCÓPICA MACROSCÓPICA ORGANIZAÇÃO DO TECIDO MUSCULAR Músculo → Feixes → Fibras → Miofibrila → Sarcomeros → Miofilamentos (Actina e Miosina) 2. FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR O processo de contração muscular ocorre a partir de um estimulo planejado no SNC, área de planejamento motor. Esse estimulo percorre as vias ativadoras descendentes mediais e laterais, chegando até o motoneurônios inferiores. Esses por sua vez chegam ao músculo em uma região chamada, placa motora. Esse estimulo elétrico provoca a despolarização da membrana da fibra muscular levando a liberação de íons de Ca 2+ . Esses íons ligam-se a troponina permitindo que a cabeça da miosina ligue-se com a actina, com ajuda as moléculas de ATP, formando uma estrutura chamada pontes cruzadas. 3. FUNÇÃO: 3.1. REALIZAÇÃO DE MOVIMENTOS Necessita de uma contração rápida. Fibras Brancas. Músculos dinâmicos. 3.2. MANUTENÇÃO DA POSTURA Necessita de Contração Lenta. Fibras Vermelhas. Músculos Estáticos. OBS: Para que os músculos possam ter um bom desempenho das suas atividades, os mesmos devem ser treinados. 3.3. PROPRIOCEPÇÃO A ação conjunta dos músculos em cadeia, busca a manutenção do equilíbrio e coordenação do corpo. Proporcionando o equilíbrio postural, que se aperfeiçoa com a evolução do organismo ao passar dos anos.

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Page 1: Fortalecimento Muscular

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

MONITORIA DE CINESIOTERAPIA E REEDUCAÇÃO FUNCIONAL

Profª: MÔNICA CRUZ/DAYSE SILVA

Monitor: EDGAR PEREIRA

OBS: O conteúdo deste material corresponde ao roteiro sobre o conteúdo ministrado na disciplina, implicando dizer que

não é suficiente para estudar para as provas.

FORTALECIMENTO MUSCULAR O músculo esquelético constitui-se de uma grande massa de musculatura somática, possuem

estriações transversais bem nítidas, normalmente não se contrai na ausência de estimulação nervosa, estão sob governo voluntário.

A musculatura esquelética em associação com o sistema osteoligamentar (ossos, ligamentos, cápsulas articulares) assegura as duas finalidades do aparelho locomotor: movimento e proteção. Exerce, com efeito, duas funções opostas já que pode desencadear e interromper um movimento. A interrupção chama-se estabilidade. Assim, os músculos esqueléticos devido possuir a capacidade de gerar tensão, asseguram no total três: desencadear o movimento, assegurar o equilíbrio e manter a estabilidade segmentar.

1. ESTRUTURA – Tecido Muscular e Tecido Conjuntivo

MICROSCÓPICA

MACROSCÓPICA ORGANIZAÇÃO DO TECIDO MUSCULAR Músculo → Feixes → Fibras → Miofibrila → Sarcomeros → Miofilamentos (Actina e Miosina)

2. FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR O processo de contração muscular ocorre a partir de um estimulo planejado no SNC, área

de planejamento motor. Esse estimulo percorre as vias ativadoras descendentes mediais e laterais, chegando até o motoneurônios inferiores. Esses por sua vez chegam ao músculo em uma região chamada, placa motora. Esse estimulo elétrico provoca a despolarização da membrana da fibra muscular levando a liberação de íons de Ca2+. Esses íons ligam-se a troponina permitindo que a cabeça da miosina ligue-se com a actina, com ajuda as moléculas de ATP, formando uma estrutura chamada pontes cruzadas.

3. FUNÇÃO: 3.1. REALIZAÇÃO DE MOVIMENTOS

Necessita de uma contração rápida.

Fibras Brancas.

Músculos dinâmicos.

3.2. MANUTENÇÃO DA POSTURA

Necessita de Contração Lenta.

Fibras Vermelhas.

Músculos Estáticos. OBS: Para que os músculos possam ter um bom desempenho das suas atividades, os mesmos devem ser treinados.

3.3. PROPRIOCEPÇÃO A ação conjunta dos músculos em cadeia, busca a

manutenção do equilíbrio e coordenação do corpo. Proporcionando o equilíbrio postural, que se aperfeiçoa com a evolução do organismo ao passar dos anos.

Page 2: Fortalecimento Muscular

3.4. ESTABILIDADE ARTICULAR Os músculos atravessam as articulações e promovem a estabilidade

dinâmica das mesmas. Dessa forma a ação dos músculos sobre as articulares além de promover movimentos das peças ósseas estabilizam as articulações a qual atravessam limitando a perda do contato ósseo. 4. REDUÇÃO DA PERFORMACE MUSCULAR

4.1. COMPROMETIMENTO DE INERVAÇÃO

PLEGIA: perda total da força muscular.

PARESIA: perda parcial da força muscular.

INIBIÇÃO: quando um músculo é ativado, pela inibição recíproca, o mesmo inibi o seu antagonista. Se esse músculo permanecer com o estimulo elétrico aumentado, pode-se gerar fraqueza muscular no antagonista. Logo para reverter esse quadro é necessário o relaxamento da musculatura encurtada (diminuição da atividade elétrica), alongamento da musculatura encurtada e fortalecimento dos músculos encurtados e enfraquecidos.

4.2. DESUSO E DESCONDICIONAMENTO Quando um músculo deixa de ser usado em sua amplitude efetiva,

ocorre a reabsorção dos sarcômeros. Isso tudo ocorre por que a atividade elétrica estar diminuída, gerando perda de massa muscular e flacidez. O que ocorre quando um membro passa muito tempo imobilizado.

4.3. LESÃO TECIDUAL Um trauma no tecido muscular gera a perda de fibras musculares.

Essas libras acabam por não serem utilizadas na geração de movimento, o que acaba gerando diminuição do desempenho do músculo lesionado.

4.4. CONTRATURAS As contraturas promovem redução da força devido o músculo está

em um condição de encurtamento, devido a atividade elétrica aumentada, o que acaba proporcionando a diminuição da ADM, não gerando tensão o suficiente para a geração de força. Nesses casos trabalha-se com forças excêntricas e isométricas na maior ADM disponível.

5. FISIOTERAPIA 5.1. RELAXAMENTO DE ANTAGONISTAS

Diminuir a atividade elétrica do músculo antagonista ao músculo alvo para o fortalecimento.

Necessário para evitar lesões e melhorar o fortalecimento.

Page 3: Fortalecimento Muscular

5.2. ESTIMULAÇÕES EXÓGENAS

FES + ATIVIDADE COMPROMETIDA: estimulação elétrica funcional é uma forma de tratamento que utiliza a corrente elétrica para provocar a contração de músculos paralisados ou enfraquecidos. Essa corrente elétrica é específica de tal forma que possibilita a contração muscular funcional. A técnica tem como base a produção da contração através de estimulação elétrica que despolariza o nervo motor produzindo uma resposta sincrônica em todo as unidades motoras do músculo. Este sincronismo promove uma contração eficiente, mas é necessário treinamento específico, a fim de se evitar a fadiga precoce que impediria a utilização funcional do método com objetivos de reabilitação.

CRIOESTIMULAÇÃO: É uma técnica utilizada para tratar pacientes com lesão central ou periférica, tendo como objetivo obter alguma contração muscular. Esta técnica é indicada em graus de força 0. O procedimento consiste em passar o gelo longitudinalmente até encontrar o ponto motor, neste momento ocorre uma leve contração muscular.

5.3. PNF - FACILITACÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA (FNP)

A técnica é utilizada para facilitar o fortalecimento muscular a partir da atividade realizada com o auxilio de estruturas neuromusculares, que promovem a orientação do paciente dentro do movimento. Junto com um trabalho de cadeias musculares em diagonais, dentre outro princípios da técnica.

5.4. CONDICIONAMENTO MUSCULAR PRINCÍPIOS Processo condicionado pela actividade física que implica o desenvolvimento das adaptações orgânicas

necessárias à produção de trabalho adequado à especificidade de uma determinada tarefa. 1. SOBRECARGA:

As adaptações fisiológicas que estão na base do fortalecimento muscular necessitam, para ocorrer, de uma solicitação máxima ou sub-máxima.

Para que o músculo seja condicionado, ganho de força, é necessário que o mesmo seja treinado com sobrecarga.

Os treinos com sobrecarga induzem o aumento da massa muscular, os exercícios com pesos estimulam a redução da gordura corporal e o aumento de massa óssea, levando à mudanças extremamente favoráveis na composição corporal. A sobrecarga tensional do treinamento com pesos estimula diretamente a força, e a sobrecarga metabólica, a resistência anaeróbia.

2. ESPECIFICIDADE: “Só se melhora aquilo que se treina”

Os resultados são específicos para aspectos como o grupo muscular treinado, tipo de contracção muscular, vias metabólicas solicitadas, tipo de gesto, velocidade de contracção e ângulo articular.

Objetividade no treinamento.

Especifico para o tipo de contração durante o treinamento.

Especifico para a velocidade do treinamento.

Especifico para o ângulo de treinamento.

Especifico para a tarefa que o paciente tem dificuldade.

O músculo ganha o que é treinado.

“deve-se ser especifico para o que se quer ganhar”

Page 4: Fortalecimento Muscular

3. REVERSIBILIDADE

Os ganhos obtidos com o programa de treino vão-se perdendo progressivamente depois do programa terminar. Logo se faz necessário um programa de manutenção – “dever de casa”.

Caso não se utilize das aptidões proporcionadas pelo condicionamento muscular, o músculo tende a perder o que ganhou.

6. FORÇA X ENDURANCE 6.1. TRABALHO DE FORÇA 6.1.1. DEFINIÇÃO FORÇA: explosão, aumento das fibras gerando maior força (carga). 6.1.2. ADAPTAÇÕES PARA O TRABALHO DE FORÇA No inicio do programa de condicionamento muscular o que se deve ocorre primeiro é a aprendizagem

motora. Depois o aumento de volume devido micro lesões. 1º. APRENDIZAGEM MOTORA 2º. AUMENTO DO VOLUME 6.1.3. INTERVENÇÃO PARA O TRABALHO DE FORÇA

↓ DURAÇÃO

↑ INTENSIDADE

REPOUSO DE 48h (nesse período ocorre o ganho de força). 6.2. TRABALHO DE ENDURANCE 6.2.1. DEFINIÇÃO: ENDURANCE: resistência, está relacionada a capacidade de tarda a fadiga. 6.2.2. ADAPTAÇÕES PARA O TRABALHO DE ENDURANCE

Aumento da taxa O2, taxa aeróbica.

Abertura de vasos inativos.

Aumento do calibre dos vasos ativos.

Formação de novos vasos.

Aumento do volume mitocondrial.

6.2.3. INTERVENÇÃO PARA O TRABALHO DE ENDURANCE

↑ DURAÇÃO

↓ INTENSIDADE (25% do total)

REPOUSO: 48h (tempo para captar mais energia) 7. FATORES QUE INFLUÊNCIAM NA PRODUÇÃO DE FORÇA 7.1. FORÇA X VELOCIDADE

Quanto menor for a velocidade maior será a força de contração devido maior o numero de unidades motoras recrutadas, logo a formação de um número maior de pontes cruzadas.

Trabalha-se com ↑ velocidade ↓ cargas.

Trabalha-se com ↓ velocidade ↑ cargas.

Page 5: Fortalecimento Muscular

7.2. RELAÇÃO COMPRIMENTO – TENSÃO

A relação comprimento-tensão diz que quanto maior o comprimento da musculatura gerada com um braço de alavanca maior, maior será a tensão realizada pelo músculo, conseqüentemente irá ser preciso maior força. Logo para se chegar em um trabalho de fortalecimento muscular é necessário que se trabalhe o músculo alvo com um comprimento maior para assim gerar tensão e maior força.

Mas um bom trabalho de força fica em entre 120% à 80% do comprimento de repouso do músculo.

Para músculos bi articulares, um bom trabalho de força deve isolar uma das articulações.

8. MÉTODOS DE TREINAMENTO 8.1. MÉTODO DELORME

O método de DeLorme baseia-se na quantidade de peso que pode ser conduzido através da amplitude plena de movimento por dez repetições. É um exercício de alta resistência, caracterizado pela realização de:

10 RM

10x 50% 10RM

10x 75% 10RM

10x 100% 10RM TEMPO ENTRE AS REPETIÇÕES: 1 min. Para a aplicação de uma carga eficaz, o fisioterapeuta tem que ter experiência. Deve-se ser feitas somente 3 tentativas diárias para se encontrar a carga máxima. Não se deve aplicar o treinamento no mesmo dia do teste. Esse método visa o trabalho de força.

8.2. MÉTODO OXFORD É uma adaptação do método de DeLorme. Todos os aspectos são os mesmos que a técnica de

DeLorme, exceto que durante a sessão de exercício, em vez de começar com os pesos maiores e acrescentar peso para atingir 100% de 10RM, o indivíduo começa a 100%.

10 RM;

10x 100% 10RM

10x 75% 10RM

10x 50% 10RM TEMPO ENTRE AS REPETIÇÕES: 1 min. Para a aplicação de uma carga eficaz, o fisioterapeuta tem que ter experiência. Deve-se ser feitas somente 3 tentativas diárias para se encontrar a carga máxima. Não se deve aplicar o treinamento no mesmo dia do teste. Esse método visa o trabalho de força.

OBS: O corpo não é feito para ganho de força e sim para tarefas precisas e treino de função.