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1 FOTOGRAFIAS REVELADAS DE CUNHO HISTÓRICO A fonte de informação pode ser de natureza primária, secundária e terciária, e também quanto ao seu tipo, institucionais, bibliográficos ou documentais e pessoais, contextualmente estudaremos a fonte primária a fotografia, que pode ser encontrada e utilizada em todo tipo de informação, a fotografia sob o prisma informacional. Objetivando principalmente fazer analise da fotografia como fonte informativa. Na área arquivística e na biblioteconomia a fontes de informação é considerada instrumento de trabalho indispensável para profissionais da área e usuários. Inseridas no contexto das fontes de informações destacam se a fotografia, podendo ser histórica, jornalística e publicitária, salientaremos a fotografia no contexto histórico, a fotografia histórica remetem algum fato do passado podendo ser coletivo e/ou de historia pessoais, independentemente do uso direcionado as fotografias ela contem e propaga a informação, sendo considerada uma valiosa fonte de informação a fotografia é prova factual do acontecimento. O termo “fonte” é definido por Ferreira (1986, p.797) como “(...) aquilo que se origina ou produz; origem causa, (...) procedência, proveniência, (...) “ou ainda “ (...) qualquer pessoa, documento, organismo ou instituição que transmite informações (...)”. Isto significa que as fontes são a origem de toda informação e do conhecimento, pois remetem a algo que esteja sendo investigado, pesquisado, analisado. Esta definição permite observar ainda a aproximação dos termos “fonte” e “informação”, que na área da Biblioteconomia estão interligados. Fotografia esta valiosa fonte informativa, atualmente encontra-se dividida em dois grupos: artesanal-arte (Filme) e a tecnológica-arte (Digital). A analógica, molecular ou de filme poderá um dia deixar de existir, o que será uma grande perda para a humanidade. Isto poderá ocorrer devido às necessidades informacionais de cunho utilitário que surgem no decorrer da vida de todo cidadão, por deixarem de ser utilizadas. A fotografia analógica é vista em primeiro momento, como uma representação do real, propriamente dita uma fonte importante da informação e: Nela a necessidade de “ver para crer” é satisfeita. A foto é percebida como uma espécie de prova, ao mesmo tempo necessária e suficiente que atesta indubitavelmente a existência daquilo que mostra. (DUBOIS, 1993, p.25).

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1 FOTOGRAFIAS REVELADAS DE CUNHO HISTÓRICO

A fonte de informação pode ser de natureza primária, secundária e terciária, e também

quanto ao seu tipo, institucionais, bibliográficos ou documentais e pessoais,

contextualmente estudaremos a fonte primária a fotografia, que pode ser encontrada e

utilizada em todo tipo de informação, a fotografia sob o prisma informacional.

Objetivando principalmente fazer analise da fotografia como fonte informativa. Na área

arquivística e na biblioteconomia a fontes de informação é considerada instrumento de

trabalho indispensável para profissionais da área e usuários. Inseridas no contexto das

fontes de informações destacam se a fotografia, podendo ser histórica, jornalística e

publicitária, salientaremos a fotografia no contexto histórico, a fotografia histórica

remetem algum fato do passado podendo ser coletivo e/ou de historia pessoais,

independentemente do uso direcionado as fotografias ela contem e propaga a

informação, sendo considerada uma valiosa fonte de informação a fotografia é prova

factual do acontecimento.

O termo “fonte” é definido por Ferreira (1986, p.797) como “(...) aquilo que se origina

ou produz; origem causa, (...) procedência, proveniência, (...) “ou ainda “ (...) qualquer

pessoa, documento, organismo ou instituição que transmite informações (...)”. Isto

significa que as fontes são a origem de toda informação e do conhecimento, pois

remetem a algo que esteja sendo investigado, pesquisado, analisado. Esta definição

permite observar ainda a aproximação dos termos “fonte” e “informação”, que na área

da Biblioteconomia estão interligados.

Fotografia esta valiosa fonte informativa, atualmente encontra-se dividida em dois

grupos: artesanal-arte (Filme) e a tecnológica-arte (Digital). A analógica, molecular ou

de filme poderá um dia deixar de existir, o que será uma grande perda para a

humanidade. Isto poderá ocorrer devido às necessidades informacionais de cunho

utilitário que surgem no decorrer da vida de todo cidadão, por deixarem de ser

utilizadas. A fotografia analógica é vista em primeiro momento, como uma

representação do real, propriamente dita uma fonte importante da informação e:

Nela a necessidade de “ver para crer” é satisfeita. A foto é percebida como uma espécie

de prova, ao mesmo tempo necessária e suficiente que atesta indubitavelmente a

existência daquilo que mostra. (DUBOIS, 1993, p.25).

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Diante do valor informacional a preservação e conservação das fotografias ocupam

lugar de destaque, juntamente com o tratamento temático por meio da indexação, para

recuperá-la posteriormente.

Por meio da fotografia foi possível durante a histórica, identificar, recordar, comprovar

acontecimentos ocorridos no passado, sem que houvesse duvida a respeito da

fidedignidade do fato retratado. O que não ocorre com a fotografia digital que podem

ser manipulada. De acordo com Peixoto, 2006, p.16.

A fotografia, desde o seu advento, cada vez mais tem sido

fonte de informação ilustradora da historia dos povos,

dos costumes, dos acontecimentos, das descobertas e

de tantas outras coisas, registradas em simples fotos

familiares, passando pela chegada a lua e a tempestades

captadas por câmeras de satélites chegando a construir

verdadeiros mapas da superfície terrestre. Poderia citar

páginas a fio a infinidade de momentos eternizados através

dos obturadores capturando feixes de luz.

A imagem sempre foi um dos principais meios de comunicação na história da

humanidade, ainda que no passado e por um longo período a escrita tenha suplantado

em importância a imagem, atualmente ganhou bastante destaque principalmente com o

advento da Internet e a difusão da comunicação global.

“A fotografia é a arte de escrever com a luz - conforme a origem grega das

palavras foto = luz, grafia = escrita - e, ao mesmo tempo, forma de expressão visual -

segundo a origem oriental japonesa: sha-shin = reflexo da realidade”. (LIMA, I. 1988,

p. 17).

A fotografia desde sua invenção vem sendo usada para contar fatos ocorridos na história

da humanidade, por meio da fotografia conhecemos culturalmente tradições de diversas

nações, culturas, paisagens, arquiteturas e monumentos, personagens, desde figuras

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mais comuns àquelas mais ilustres, festas e acontecimentos em geral. Expedições

científicas e exploratórias, grandes construções (ferrovias, estradas, açudes e prédios) e

destruições (guerras, movimentos cataclísmicos) foram também documentadas.

Com surgimento do cartão postal e das revistas ilustradas pictoricamente, em meados do

século XIX e inicio do XX, levando ao uso da imagem em maior volume criando assim

a “civilização da imagem”.

De acordo com Lima e Silva (2007, p.7), a fotografia é:

Uma combinação de luzes, penumbras e sombras que, em

frações de segundos, se transforma num elemento visível

e interpretável. Protagonista de incontáveis feitos

científicos, artísticos, religiosos, psicológicos e afetivos

do homem, é utilizada para captar, emocional, documental e

plasticamente, a rotina de sociedades de origens e histórias diversas.

A fotografia histórica como fonte de informação foi precedida nas suas primeiras

décadas, após sua invenção tendo alcançado o status de vocação documental; Então

vejamos: já em 1842 Viollet-le-Duc, encarregado das obras de recuperação de Notre

Dame, “[...] encomendou uma série de daguerreotipos 5 da catedral antes de dar início à

restauração.” (SONTAG, 1981, p. 75).

Ainda de acordo com a Sontag “o caráter realista da fotografia lhe outorgava o estatuto

de registro fiel da realidade providenciando informação fidedigna. [...] a fotografia foi

escolhida para exercer um papel controlador nas instituições familiares, policiais e

médicas”.

1.2 A FOTOGRAFIA E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Com a invenção da imprensa muitas pessoas tiveram acesso aos livros e à leitura, e

nesse contexto, apesar da imagem exercer um grande papel, inclusive como ilustração

de muitos livros, a escrita passou a dominar os meios de transmissão de conhecimento

existentes, reduzindo o significado da imagem. Apenas no início do século XIX, com a

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expansão do capitalismo, que demandou povos com diferentes idiomas se proferissem

de uma maneira comum, a imagem foi então readquirida como meio de comunicação.

A imagem fotográfica pode ser passível de vários significados. Sendo a imagem um

meio importante de comunicação, ela passa a atuar com grande destaque, em especial

com o acesso ao meio virtual e a disseminação da comunicação global. A fotografia

exerce uma função de espectador do passado, uma vez que ao visualizarmos um álbum

de família, nos remete com nitidez o sentido que aquele momento proporcionou em

nossas vidas, refletindo sentimentos de um bem estar, tristeza, felicidade etc. Todo esse

conjunto de sentimentos, uma imagem fotográfica pode motivar em uma pessoa.

Segundo Simeão Miranda, a comunicação extensiva, através dos meios computacionais,

que utiliza o hipertexto, acelerou a mediação da informação em fins do século xx, e

aumentando maçicamente o uso das imagens. Para Ribeiro:

Imagens que aparecem de diversas formas, ora como ilustrações que são

acrescidas às informações da escritura alfabética do hipertexto, ora como.

Mapas criados pelos autores de hipertextos que auxiliam os navegantes a

se localizarem nos mares abertos e infinitos da informação.

(RIBEIRO, 2007, p. 1).

2 O USO DA FOTOGRAFIA NO ÂMBITO ESCOLAR

Aplicar uma imagem fotográfica em atividades na escola é refletir com os alunos acerca

das múltiplas exibições de uma imagem, e de como podem ser manejadas. A imagem

não deve ser apoderada favorecendo a alguém. Deve, portanto, permitir uma

interpretação individual, através da relação: imagem x emoção. Interpretar imagens

como fotos, gravuras etc,é uma importante atividade que pode ser realizada com alunos

todas as idades com o reconhecimento do que está presente, e mais importante, do que

está ausente nestas imagens, aprendendo a ver e praticando o olhar crítico, a capacidade

de observação e interpretação e, muitas vezes identificando além dos próprios fatos.

A fotografia também é aplicada em pesquisas dentro do âmbito escolar, identificando,

algumas vezes, uma escola que não agrada aos nossos olhos. Mas essa visualização

desagradável nos impulsiona a querer fazer algo para modificar a realidade expressa na

imagem. MONTEIRO (2001) descreve está atividade como produtora de um saber geral

sobre a cegueira em nós mesmos, ”não víamos o que estávamos olhando”. O trabalho

possibilita a superação dessa cegueira coletiva.

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Decerto, como em toda pesquisa, principalmente a fotográfica, a intervenção do

pesquisador ou do produtor da imagem é um dos principais questionamentos quanto à

neutralidade da pesquisa. De acordo com Nilda Alves (2001 p 9),

ao usar imagens escolhidas/selecionadas por mim, estou mostrando “uma“ escola:

aquela que o artista quis mostrar, naquele espaço/tempo. Dependendo do interesse de

quem mostra e de quem criou a imagem, em um determinado momento

histórico...Precisamos entender, assim, que em uma obra vão aparecer tanto as emoções

que o artista desejou transmitir como a sintonia que ele tem, mesmo que disto não se dê

conta, com um determinado momento da história, aquele no qual vive. Mas nela existe,

também, os tantos sentidos daquele que, com sua história, suas emoções e suas

memória, vê a imagem.

(ALVES, 2001 p. 9).

Acredita-se que o trabalho com imagens em sala de aula deva privilegiar

desenvolvimento do olhar crítico do aluno que está em constante contato com as mesas.

É importante que o professor tenha o interesse de discutir junto aos seus alunos a função

histórica que a fotografia possui na compreensão da realidade. Para Souza e Lima

(2007), a leitura dessas imagens que circunda nas mídias, pode tornar-se um ponto de

partida para a propagação de uma consciência crítica trabalhada e praticada desde a

escolarização, para que os alunos, futuros cidadãos, tenham uma reflexão crítica

sabendo produzir seu próprio discurso.

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2.1 A FOTOGRAFIA COMO FONTE DE MEMÓRIA

Nesse contexto podemos evidenciar a preocupação em preservação e conservação da

fotografia como fonte histórica que necessariamente remete a memória do passado até

mesmo do presente, o que no caso das unidades de informação significa a execução do

tratamento documental através das operações de arranjo e descrição, levanta a

necessidade de fomentar uma discussão crítica sobre os princípios teóricos que

sustentam a metodologia para o tratamento documental das fotografias, configuradas

como documentos fotográficos, sob a custodia das unidades de informação. A inserção

da biblioteconomia no campo do conhecimento da ciência da informação permite o

intercambio entre os princípios teórico-metodológicos aplicados nas unidades de

informação, representadas pelos arquivos, bibliotecas e museus, para a execução da

organização de documentos fotográficos.

Inicialmente para que se possa preservar/conservar a memória contida na fotografia,

precisamos fazer um processo de organização das fotografias para posterior tratamento

segundo as técnicas arquivísticas. Com os seguintes temas: Grupo, subgrupo, série,

subsérie, local, data e fonte, cada fotografia deverá esta inserida no contexto histórico

em que foi gerada, após a higienização as fotos deverá ser descritas, envolvidas com

papel alcalino e posteriormente embaladas no invólucro de papel poliéster, após deverá

ser acondicionada em armários com gavetas apropriadas de preferência na posição

horizontal. É fundamental que após o tratamento as fotografias sejam disponibilizadas

de forma digital para evitar o manuseio, permitindo que o suporte fotográfico seja

preservado por um longo tempo, promovendo sua perenidade consequentemente sua

disseminação através das gerações.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A fotografia é uma valiosa fonte de informação primária, um item importante para

pesquisas, transmissão de informação e recordação. Desde os primórdios, ela é vista

como um recurso, cuja fonte da informação, é utilizada para comprovar fatos e

acontecimentos, sem ser necessário usar a escrita ou mesmo a oral, por causa do seu

poder sintético de informação. Ainda hoje, apesar de tanta facilidade para alterar seu

conteúdo, ela continua sendo considerada uma importante fonte da informação.

Esta fonte é considerada de valor histórico, pelos pesquisadores e a sociedade, por

remeter a fatos reconhecidos mundialmente ou apenas pessoas ou lugares comuns. A

fotografia é considerada um documento que pode remeter à memória, tanto coletiva,

quanto individual.

A fotografia deve ser considerada como um documento, por isto, alguns cuidados

necessários devem ser tomados para sua preservação/conservação física e seu

tratamento temático. A figura do gestor de unidades de informações neste aspecto é

necessário, geralmente o bibliotecário ou arquivista, visto que ele é o responsável pela

recuperação das informações contidas na fotografia além de sua conservação física.

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4 Referências Bibliográficas

DUBOIS, Phillippe. Da verossimilhança ao índice. In. O Ato Fotográfico e Outros Ensaios. 2. Ed. Campinas: Papirus, 1993. p. 23-56.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa.

2.Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

Avaliação de Fontes de Informação na Internet. Londrina: Eduel, 2004. p. 19-40.

LIMA, Cláudia Albuquerque de; SILVA, Nerivanha Maria Bezerra da. Representações

em imagens equivalentes.2007

LIMA, Luiz Costa (Org.). Teoria da cultura de massa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

PEIXOTO, Daiane Lopez. Os acervos fotográficos e sua organização: uma analise. In:

Trabalhos de conclusão dos alunos do curso de Biblioteconomia: 2006/1[recurso

eletrônico]. 2066

PETER, Jorge. Cadernos do mestre Peter: um curso de fotografia na sua essência. Rio

de Janeiro: Mauad, 1999.

SONTANG, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Cia. das Letras, 2004.

MIRANDA, Antônio; SIMEÃO, Elmira. Ciência da informação: teoria e metodologia

de uma área em expansão. Brasília: Thesaurus, 2003. 212 p.

RIBEIRO, José Carlos S.; JUCÁ. Vládia Jamile. Imagens, textualidade escrita

etextualidadeoral. Disponívelem:<www.facom.ufba.br/hipertexto/experien.html>.

Acesso em: 07 nov. 2007.

ALVES, Nilda. Imagens das escolas. In ALVES, N. & SGARBI, P. (orgs). Espaços e

imagens na escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

MONTEIRO, Solange Castellano Fernandes. Aprendendo a ver: as escolas da/na

escola. In ALVES, N. & SGARBI, P. (orgs). Espaços e imagens na escola. Rio de

Janeiro: DP&A, 2001.