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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PSICOPEDAGOGIA
SHEILA DAMIÃO LEAL
FRACASSO ESCOLAR E AVALIAÇÃO
RIO DE JANEIRO
2009
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FRACASSO ESCOLAR E AVALIAÇÃO
SHEILA DAMIÃO LEAL
Projeto de monografia apresentada à Universidade Cândido Mendes, como requisito parcial para obtenção de grau de especialista em Psicopedagogia.
Orientador: Flávia Cavalcanti
RIO DE JANEIRO
2009
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FRACASSO ESCOLAR E AVALIAÇÃO
SHEILA DAMIÃO LEAL
Monografia apresentada à Universidade Cândido Mendes, como requisito parcial para obtenção de grau de Especialista em Psicopedagogia.
Aprovada em ________de_________________de 2009.
______________________________________________ Avaliador: Prof.
RIO DE JANEIRO 2009
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por estar sempre me abençoando na caminhada por está vida. Depois, a uma pessoa muito especial : minha mãe, pela coragem e força que me proporciona. Enfim, a todos que indiretamente participaram desta caminhada : pai, irmãos, cunhadas, sobrinho e amigos.
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AGRADECIMENTOS
Uma noite eu tive um sonho. Sonhei que estava
andando na praia com o Senhor e, através do Céu,
passavam cenas na minha vida. Para cada cena que
passava, percebi que eram deixados dois pares de
pegadas na areia : uma era o meu e o outro era do
Senhor. Quando a última cena da minha vida passou
diante de nós, olhei para trás para as pegadas na
areia e notei que muitas vezes no caminho de minha
vida havia apenas um par de pegadas na areia. Notei
também, que isso aconteceu nos momentos mais
difíceis e angustiosos do meu viver. Isso aborreceu-
me e então perguntei ao Senhor : “ Senhor, Tu me
disseste que uma vez que eu resolvi Te seguir, Tu
andarias sempre comigo, mas notei que durante as
maiores atribulações do meu viver havia na areia dos
caminhos da vida apenas um par de pegadas. Não
compreendo porque nas horas que eu mais
necessitava de Ti, Tu me deixastes.” O Senhor me
respondeu : “ Meu precioso filho, Eu te Amo e jamais
te deixarei nas horas do teu sofrimento. Quando viste
na areia apenas um par de pegadas, foi justamente ai
que Eu te carreguei nos braços.
Tu sabes o quanto tevês que me carregar nesta
caminhada. Obrigado, Senhor por mais está Vitória. E
também, pelo carinho, dedicação e profissionalismo
da professora Flávia Cavalcanti.
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RESUMO
O fracasso escolar é hoje um grande problema para o sistema
educacional. Muitas vezes, para se livrar da responsabilidade deste
fracasso busca-se um “culpado”, ou seja, geralmente patologiza o
aprendente . Este trabalho tem como objetivo questionar esta atitude e
ampliar este foco. Assim, propõe discutir o fracasso escolar a partir de
outras variáveis: como a prática avaliativa, que também influencia no
processo de aprendizagem. A partir de tal prática refletirei a respeito do
papel do psicopedagogo com relação ao fracasso escolar, como tal
profissional poderá intervir nesta situação para revertermos tal quadro.
Palavras-chave: Fracasso escolar, avaliação e intervenção
psicopedagógica .
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METODOLOGIA
Para alcançar aos objetivos que propõe este trabalho acadêmico,
foram utilizados diversos autores significativos para tal estudo. Tendo como
referencia estudos bibliográficos , procurei sintetizá-los de maneira clara e
objetiva para o aperfeiçoamento da obra.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO__________________________________________________8
CAPITULO I : FRACASSO NA APRENDIZAGEM_____________________11
CAPITULO II : AVALIAÇÃO E FRACASSO ESCOLAR_________________23
2.1 – PRÁTICAS AVALIATIVAS______________________________25
2.2 – O PAPEL DO PROFESSOR NA AVALIAÇÃO______________28
CAPITULO III: O PSICOPEDAGOGO FACE AO FRACASSO ESCOLAR__31
3.1 – APRENDIZAGEM E FRACASSO ESCOLAR_______________31
3.2 – A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGOGICA__________________32
CONSIDERAÇÕES FINAIS_______________________________________36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ________________________________38
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INTRODUÇÃO
Muitos autores e pesquisadores têm contribuído com estudos sobre o fracasso escolar nos últimos anos. Nem
sempre a escola consegue atingir plenamente seus objetivos, deparando com situações em que os alunos não
cumprem com o mínimo esperado. Quais as possíveis razões para o baixo rendimento escolar? Onde está o erro :
na carência cultural do aluno, nos problemas concernente ao fator biológico e ou psicológico, ou no sistema
escolar como um todo?
O índice de repetência e baixo rendimento escolar são preocupantes. É
necessário destacar as possíveis causas responsáveis pelo problema,
apresentando alternativas para mudanças de posicionamento do professor e
de outros profissionais da educação.
Diante das questões levantadas acima, discutirei o cotidiano da escola
com suas práticas educativas, que mais tem sido fator de exclusão do que o
momento de estudo, bem como, o trabalho do Psicopedagogo neste processo.
Assim as causas do fracasso escolar e a forma que a escola está
organizada, seu compromisso ético e social é o objetivo maior deste trabalho.
A escolha por este tema surgiu devido ao momento atual de reflexão e
questionamentos em relação à educação, até porque como profissional da
Educação senti a necessidade de discutir tal tema, tentando assim buscar
alternativas para minimizar este problema. Identificando as possibilidades para
reverter tal quadro do fracasso escolar e apresentar possíveis soluções para os
problemas encontrados em cada situação.
É importante ressaltar que a literatura voltada nas questões que
tangem o fracasso escolar não apresentam soluções plausíveis para sanar tais
dificuldades de aprendizagem.
A trajetória histórica que envolve o fracasso escolar, sempre nos
apresentou que as causas dos problemas de aprendizagem escolar
encontrava-se na criança. Isto porque, ela era portadora de atraso no
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desenvolvimento cognitivo e emocional. Segundo estudos realizados em
diferentes épocas, tiveram por premissa rotular esses indivíduos como sendo
os maiores responsáveis pelo fracasso escolar. Contudo, ao longo deste
trabalho tentarei desmistificar os mitos que cercam esta temática.
As explicações contraditórias e mal compreendidas que envolvem o
fracasso escolar, acabam por perpetuar tais afirmações. E é neste momento
que o professor precisa questionar sobre tais informações, refletindo sobre as
verdadeiras causas que envolvem o fracasso escolar. Nesta perspectiva,
destacarei dois pólos que se evidenciam nesse processo: o fracasso escolar,
pólo negativo e seu reverso: a aprendizagem -, ambos objetos centrais desse
processo. A aprendizagem e a não-aprendizagem estão sendo tratadas como
algo individual, muitas vezes inerente ao aluno em particular, quando na
verdade a grande maioria das dificuldades de aprendizagem perpassam o
sistema no qual o aluno esta inserido. Seja no patamar do micro-espaço,
aquele no qual o aluno esta presente todos os dias – determinada escola ou
sala de aula-, ou em um patamar mais amplo – o sistema em si (municipal,
estadual ou federal), as políticas públicas implementadas para esse ou aquele
segmento ou ainda, a situação do próprio estado ou país.
Portanto, cabe destacar que a maneira pela qual concebemos o
significado do fracasso escolar está intimamente ligado à concepção de escola
e de vida de quem se propõe a analisar e entender o problema. Nos últimos
anos a escola brasileira tem sido responsável por produzir o fracasso escolar,
já que o sucesso, as pesquisas e avaliações tem demonstrado com grande
veemência, que não é para todos. Ignora-se que a Educação tem que ser
pensada privilegiando o universo do aluno, seja como função da realidade
socioeconômica e cultural em que está inserido, ou nas relações e nas
condições que a escola oferece aos educandos em processo de apropriação
do conhecimento.
Dessa forma, compreendo que a escola funciona como um instrumento
que motiva o educando na relação social e, a sua relação com o próprio meio
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e como individuo social deve sempre ser levada em consideração no processo
de aprendizagem. Pois, o saber advém dessa relação, sendo assim, um ser
coagido, limitado, ignorado jamais poderá contribuir para o crescimento
coletivo. A da inteligência humana deve ser embasada na cooperação mútua,
criando e possibilitando condições plenas para o desenvolvimento de um
individuo critico e atuante.
Sendo assim, podemos dizer que é importante compreender o processo
de construção e, o tipo de implicações envolvidas no processo de ensino-
aprendizagem, não deixamos de ressaltar que esse processo não é imediato,
mas ele advém da complexidade da sociedade, da condição do sujeito e de
sua interação com a realidade vivida.
O tema em questão será desenvolvido em três momentos distintos. O
primeiro capítulo concentra-se nas abordagens de autores em relação ao
fracasso escolar; no segundo capítulo é apresentado a forma como a escola
está organizada, bem como os sistemas de avaliações que são adotados nas
escolas brasileiras e no terceiro capítulo é citado a importância e as
contribuições do Psicopedagogo na intervenção do fracasso escolar. Partindo
do exposto acima, farei uma análise crítica sobre o assunto mencionado,
utilizarei para isso alguns teóricos que discutem esse assunto. Afim, de
embasar tal trabalho.
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CAPÍTULO I – FRACASSO NA APRENDIZAGEM
Como fenômeno histórico, o fracasso escolar nem sempre existiu,
devido ao fato da maioria da população brasileira não ter conseguido acesso à
escola no passado, quando esta ainda atendia à elite. Com o movimento da
educação para todos, no início do século XX, a população menos favorecida
passou a freqüentar o ambiente escolar, a qual não se adaptou a realidade da
nova clientela.
As idéias atualmente existentes no Brasil a respeito das dificuldades de
aprendizagem escolar, advém da necessidade do país em modernizar-se e
isso só poderá acontecer se houver um investimento maciço na área
educacional. Portanto, a trajetória histórica do fracasso escolar na realidade
brasileira pode ser identificada a partir de alguns pontos básicos : explicações
para o fracasso escolar baseadas na teoria do déficit e da diferença cultural;
explicações adivindas das crises do sistema social, que estariam sendo
reproduzidas no sistema escolar; o momento do fracasso analisado à luz do
próprio sistema educacional que é gerador de obstáculos à realização de seus
objetivos e o fracasso escolar como depositário das dificuldades dos
protagonistas que atuam no processo educacional.
Diante desses aspectos levantados e que serão discutidos
posteriormente, vale ressaltar primeiramente sobre as raízes históricas das
concepções sobre o fracasso escolar que já nos séculos XIX e XX na Europa e
nos E.U.A foram objetos de estudos e reflexões que desafiariam estudiosos e
especialistas.
Os primeiros especialistas a se ocuparem de caso de dificuldades de
aprendizagem foram os médicos. O final do século XVIII e o início do século
XIX foram de grande desenvolvimento nas ciências médicas e biológicas,
especialmente na psiquiatria. Com os estudos da neurologia, da neurofilosofia
e da neuropsiquiatria, os distúrbios de aprendizagem tinham um tratamento
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diferenciado, sendo os portadores de tais distúrbios designados como
anormais escolares.
A corrente psicopedagógica para explicar a questão do fracasso escolar
tem, no campo psicométrico, o embrião dessa abordagem. Inicialmente, com
os trabalhos de Binnet, em 1985, autor da primeira escala métrica da
inteligência para crianças; posteriormente, com os trabalhos de Claparéde –
que influenciaram uma geração de psicólogos e pedagogos nessa questão da
mediação da inteligência.
Claparéde refere-se ao termo aptidões como sendo uma disposição
natural do indivíduo, disposição esta que teria que levar em conta a educação,
o nível de fadigamento, o exercício e o estado afetivo.
Com o desenvolvimento dos testes os indivíduos puderam ser
classificados como mais aptos e menos aptos, independentemente das
influências ambientais, inclusive a de natureza sócio-econômica. A crença na
oportunidade iguais era viabilizar através de dois recursos : o uso de
instrumentos mediação das verdadeiras disposições naturais e o
aprimoramento no sistema escolar.
Todas as participações de psicólogos e pedagogos, em especial nas
primeiras décadas do século XX, influenciaram a abordagem da análise das
dificuldades de aprendizagem sob a luz do conhecimento das aptidões dos
indivíduos. Os testes psicológicos nas escolas fazerem parte da vida cotidiana
nos países capitalistas centrais. Dois pontos são importantes neste momento :
a psicometria e a pedagogia nova, que estava sendo introduzida,
principalmente nos meios educacionais da Europa e da América do Norte. Os
testes de QI adquiriram um grande peso nas decisões dos educadores a
respeito do destino escolar dos alunos que tiveram acesso à escola.
Outro ponto que convém ressaltar é a influência das teorias
psicanalísticas nas concepções sobre as causas das dificuldades de
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aprendizagem. Inicialmente tida como “anormal escolar”, a criança que
apresentava problemas de ajustamento ou de aprendizagem escolar passou a
ser vista como “criança problema”. Se antes as dificuldades eram identificadas
por instrumentos da medicina e da psicologia, que falavam em anormalidades
genéticas e orgânicas, o são por instrumentos da psicologia clínica de
inspiração psicanalística, que buscam no ambiente sócio-familiar as causas
dos desajustes infantis. As causas do fracasso vão desde as físicas até as
emocionais e de personalidade, passando pelas intelectuais.
No estudo da fundamentação sobre o fracasso escolar cabe uma
palavra a respeito das questões de hereditariedade. Se na literatura
psicológica predeterminista do desenvolvimento humano foi substituída por
uma concepção interacionista, por outro lado a introdução de novas
concepções, vindas da psicologia e da antropologia a respeito da influência
ambiental e da teoria psicanalista no pensamento educacional, criou outras
expressões simplificadoras que levaram pais e educadores a uma atitude
também fatalistas frente a supostas causas físicas e psicológicas do fracasso
escolar.
Pude observar que essas concepções tiveram um peso significativo na
análise do fracasso escolar. Convém lembrar que essas idéias foram
estudadas e analisadas por estudiosos brasileiros principalmente nas primeiras
décadas do século XX, mas precisamente na década de setenta, quando
houve um investimento maior no campo educacional, pois como já foi citado
mais acima, o país precisava de pessoas capacitadas para competir no
mercado mundial, bem como foi nesta década que médicos e psicológos
introduziram em nosso país a abordagem psiconeurológica ao
desenvolvimento humano, trazendo com ela noções de disfunção cerebral
mínima e de dislexia, objetos privilegiados pela atenção dos médicos,
psicólogos e fonodiólogos. Inicialmente destinado a atender alunos de melhor
nível sócioeconômico, toda “uma equipe” de apoio analisava as dificuldades de
aprendizagem que poderiam gerar fracasso escolar e procurava suprir as
deficiências apresentadas.
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A partir dessas pesquisas várias foram as abordagens que
historicamente tentam explicar o fenômeno do fracasso escolar em nosso
país. Eis algumas delas :
Ø Abordagem psicologicista - Explica o fracasso escolar pela existência
de diferenças individuais na capacidade de aprendizagem das crianças :
as crianças que não aprendem são consideradas como portadoras de
distúrbios mentais, sensórias ou neurológicos, que originam
dificuldades lingüistica, motora ou afetivas.
Ø Abordagem biologicista- Essa abordagem tem como pressuposto as
disfunções biológicas e a desnutrição como responsáveis pela não
aprendizagem dos alunos.
As duas abordagens citadas apresentam que as dificuldades estão no
aluno, que por algumas característica individual (orgânica ou psicológica)
não consegue aprender ou se adaptar. Essas abordagens interpretadas
unilateralmente, dão origem a idéias equivocadas sobre homogeneidade
na aprendizagem, testagens, categorização, classificação dos alunos,
encaminhamento e exclusões diversas.
Ø Abordagem culturalista – Essa abordagem supõe as crianças com
dificuldades como produto de um ambiente cultural desfavorecido, pobre
em estímulos e vivências. Parte da constatação de que a maior parte
das crianças que fracassam são oriundas da classe popular. Essa
abordagem dá origem a estudos valorativos e comparativos, segundo os
quais há uma cultura dominante (universal) e culturas inferiores (cultura
popular). Traz a idéia de educação compensatória pela “carência
cultural”. Torna possível, a crença de que as crianças de meios
desfavorecidos têm dificuldades de aprender.
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Ø Abordagem antropológica – Essa abordagem entende o fracasso não
como um produto da família ou da escola isoladamente, mas de fatores
externos que atingem a ambos. Analisa as relações de classes social
que processos internos da família e da escola e as relações entre esses
grupos sociais. Analisa o micro em suas relações com o macro (social).
Permite, dessa forma, tecer uma rede de significados para o fracasso
escolar.
A partir dessas diferentes abordagens sobre o tema, pude perceber o
quanto ele é complexo e concluir que sua análise não pode ser reducionista.
Identificar as caraterísticas individuais, psicológicas ou biológicas que
interferem no rendimento escolar é importante, mas, não para justificar o
fracasso ou excluir o aluno do processo, e sim, para contribuir com a escola
e a família no sentido de superação. Obviamente, existem patologias de
aprendizagem, mas pelos índices do fracasso que ainda temos no Brasil, seria
incoerente acreditarmos que todas as crianças por ele atingidas são
portadoras de tais patologias. Outro risco que corremos é o de pensar que uma
criança de classe popular, somente pela sua origem, está predestinada ao
fracasso na escola ou de ficarmos apenas na análise ideológica do problema,
sem considerarmos a individualidade e singularidade de cada sujeito no
processo de construção de sua aprendizagem.
A realidade do cotidiano da escola e suas relações com o processo de
ensino-aprendizagem e muito complexa combater o fracasso escolar tem
sido uma preocupação constante na educação. Mas a realidade existe e
conforme Perrenoud :
“... temos que enfrentar a complexidade dos processos mentais e sociais, a ambivalência ou a incoerência dos atores a das instituições, as flutuações da vontade política, a renovação dos currículos e das didáticas, as rupturas teóricas e ideológicas ao longo das décadas.” (PERRENOUD,2001, p.15)
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É muito importante discutir que tipo de escola o Brasil precisa e qual o
aluno que se encontra nesta escola antes de editarem o seu currículo. Isso
permitirá que uma escola, de conteúdos novos e de qualidade adequados a
sua clientela seja construída para que as camadas populares permaneçam
dentro dela e não excluídas e reprovadas como até agora vem acontecendo.
O estudo das questões que permeiam o fracasso escolar nos leva a
crer que, se uma criança fracassa na aprendizagem escolar, não se deve ao
fato dela ser deficiente ou possuir deficiências em seu contexto sócio-famíliar,
mas é um fracasso da própria escola, por sua incapacidade de avaliar sua
própria estrutura e pelo desconhecimento dos processos pelos quais as tem
revelado incompetentes no aproveitamento das qualidades dos alunos, no
processo de transmitir os conhecimentos formais as que se propõe.
“ As dificuldades para superar o fracasso estão mais no campo social do que no campo pessoal, embora, sempre, recaia sobre o indivíduo a responsabilidade maior desta recuperação.”( GRINSPUN, 2002,p.69)
Para a aquisição da competência, torna-se urgente que a escola, a partir de uma ampla reflexão de sua prática
pedagógica e função social, tenha clareza dos fatores que determinam as causas do fracasso escolar e supere os
mitos que há tanto tempo marcaram a realidade.
Nessa perspectiva, a escola não pode ser um lugar de reproduções das
desigualdades sociais a serviço de classes privilegiadas da sociedade. Deve
ser um espaço que favoreça a construção de uma nova sociedade, dando a
seus usuários condições de analisar está sociedade, identificar suas
contradições e apontar alternativas de superação das mesmas.
Considerando as condições históricas e culturais de nossa sociedade, é
fundamental lutar pela efetiva democratização do saber, promovendo a
igualdade real de oportunidade para todos, com vistas a diminuir a
desigualdades entre classes.
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Para que possamos continuar buscando a escola desejada, precisamos
definir alguns caminhos. Durante muitos anos, as pesquisas sobre fracasso
escolar se preocupavam em descobrir suas causas ou verificar o que “faltava”
nas crianças que “fracassavam”. Considero aqui alguns autores que vêm
produzindo um movimento diferente que priorizam a investigação dos
processos que produzem as experiências de fracasso e sucesso escolar e
das relações que os alunos mantém como a escola e o saber.
Charlot (2000), aborda o fracasso escolar a partir da perspectiva da
relação com o saber e com a escola. Devemos segundo o autor, compreender
a realidade social a partir dos processos que a constróem. A globalização nos
empurra para uma sociedade de informações, e a informação, por si só, não é
saber. Torna-se saber apenas quando trata do sentido do mundo, da vida, das
relações com o mundo e do ser humano consigo mesmo.
“ É preciso tentar entender com histórias singulares se desenvolvem no interior de espaços sociais que são as mesmas para todos, e continuam sendo histórias individuais, singulares.”( CHARLOT,1996,p.9)
A escola deve ter sentido para a vida do aluno, pois a criança que vai à
escola vive também fora dela, tem práticas, conhecimentos construídos nas
relações com a comunidade. Se não encontra sentido na escola, não pode
aprender .
“ Há uma diferença extremamente importante entre aquelas crianças para quem a verdadeira vida está fora da escola, e aqueles que tiveram acesso a outro universo na escola, um universo que produz sentido, dá prazer, e que é para elas a verdadeira vida, em relação ao saber.” ( CHARLOT, 1996, p.12)
Tais idéias me leva a pensar a questão das diferenças e no desafio que
é para a escola trabalhar com a diversidade. Somos seres humanos
originais, pertencentes a uma cultura, e temos o direito de ser respeitados
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na nossa sociedade singularidade. A escola deve conhecer as diferenças
culturais, acolhê-las e respeitá-las, exercendo o duplo papel de não
esquecer a realidade da comunidade, estabelecendo relações com ela, e,
ao mesmo tempo, permitir um espaço para o distanciamento necessário
para que a criança perceba que pode viver de outras maneiras. O direito a
diferença cultural é emancipatório na medida em que se afirma, e ao
mesmo tempo, a identidade de todos os seres humanos e o direito de cada
um deles de ser sujeito singular.
Cada ser humano tem o direito de ter raízes e construir sua
subjetividade de acordo com elas. Se na escola isso não for respeitado , existe
um risco maior de fracasso escolar, pois os alunos terão de viver na
contradição, no “sem sentido”.
“Não podemos subestimar o choque cotidiano das culturas. Ele influencia o fracasso escolar : as rejeições, as rupturas na comunicação, os conflitos de valores e as diferenças de costumes contam tanto quanto o eventual elitismo dos conteúdos.” (PERRENOUD, 2001, p.57)
Em lugar de perceber que existem diferentes culturas, imaginamos que
existe apenas uma cultura, a dominante, com a idéia equivocada de que
cultura é algo que podemos ter ou não ter. Desta forma, as diferenças
culturais se tornam um obstáculo para crianças oriundas da classe popular
e acarretam maior possibilidade de fracasso escolar para elas.
No sentido de romper com esses conceitos, (Bernard) Lahire (1997)
realizou uma pesquisa enfatizando o sucesso escolar emergentes nas
classes populares. Preocupou - se em analisar as diferenças “secundárias”
entre famílias populares, com renda e escolaridade aproximadas,
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observando crianças com desempenhos e comportamentos escolares
diversos dentro de famílias com realidade sócio-culturais semelhantes.
“Se a família e a escola podem ser consideradas como redes de interdependências estruturadas por formas de relações sociais específicas, então o “fracasso” ou o “sucesso” escolares podem ser apreendidos como o resultado de uma maior ou menor contradição, do grau mais ou menos elevado de dissonância ou de consonância das formas de relações sociais de uma rede de interdependência a outra.”( LAHIRE, 1997, p.19)
Lahire afirma que, embora exista tendência de apresentar as classes
populares como homogêneas, suas pesquisas explicitam a diversidade das
relações que tais classes podem ter com a aprendizagem escolar, e que as
situações de sucesso escolar “estão longe de ser improváveis em meios
populares.” (LAHIRE,1997,p.51)
Sendo assim, pude pensar que nem todas as crianças da escola
pertencentes à classe popular, encontram-se em situação de fracasso.
Devemos então, nos perguntar o que é fracasso e o que é sucesso para a
escola, para os alunos a para a comunidade onde estão inseridos ? Como
as crianças se relacionam com o saber e com a escola ? Que relações
existem entre a vida da escola e vida da comunidade.
A partir de tais indagações, é possível pensarmos a educação para
além da escola oportunizando o rompimento de algumas práticas, buscando
a lógica da permanência, da aprendizagem, do diálogo, da participação, da
inclusão.
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“Estabelecem-se canais, até então inusitados, da comunidade para a escola e da escola para comunidade, que buscam reeducar, tanto uma quanto a outra. Tais processos não são lineares – sobretudo pela dificuldade em demover idéias naturalizadas do fracasso escolar e constituem “espaços e construção.” ( MOLL,2000, p.162)
Já afirmei nesse trabalho a necessidade de ampliar nosso olhar sobre
o fenômeno do fracasso escolar, tão complexo. Nesta perspectiva é que se
estabelece a relação entre o combate ao fracasso escolar, trata-se de olhar
para as questões da aprendizagem ou da educação para além dos muros
da escola.
“ A escola que pode enfrentar o fracasso escolar prevenindo-o é uma escola voltada para diversidade, voltada para o respeito ao particular de cada um, voltada a igualdade entre os diferentes : é uma escola cuja participação da comunidade é completamente indispensável, onde pais questionam e repensam sua função educacional junto aos professores : é uma escola que abandona seus isolamentos isolamento da comunidade e transforma-se em uma comunidade de aprendizagem, envolvendo a todos : pais, alunos e professores, transformando as relações entre os diferentes atores do fazer educativo; é uma escola que caminha na busca de uma ruptura paradigmática que substitua os valores de competição e utilitarismo por valores de solidariedade e igualdade.” ( DORNELLES, 2000, p.28)
Devido aos fatores anteriormente apresentados, percebe-se que a
grande maioria dos professores tem uma formação precária, conduzindo-o a
não preocupar-se em ver seu conhecimento como um fator principal de
transformação social. O conhecimento para ele, tem um valor em si mesmo. É
uma mera repetição. É responsabilidade de todos nós professores que
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devemos mudar a postura com relação ao trabalho realizado com os alunos e
sociedade, precisamos definir o que esperamos realmente da escola. Não
resta dúvidas de quem se vê excluído da escola, ou quem tem acesso a ela
fica à margem dos conhecimentos e competências que ela promete, serão os
marginalizados do próximo século.
Sabemos de modo geral que a escola é o lugar onde o aluno tem a
oportunidade de desenvolver-se culturalmente. O preenchimento de todos os
quesitos de uma escola bem equipada, sem a presença de professores
devidamente capacitados, não trará a mínima possibilidade de transformação e
avanço nesses alunos.
Entretanto, a mera constatação dos fatos não é o bastante para a
reversão desse quadro, onde professores e alunos compartilham de uma
frustração mútua na qual se materializa uma ideologia de incompetência.
Porém em se tratando de dados estatísticos, percebe-se que o Brasil
nas questões de fracasso escolar revela um aumento considerável do número
de matrículas. Através do senso escolar, que é uma pesquisa de alcance
nacional da qual participam todos os estabelecimentos de ensino público e
privado é feito através do preenchimento de questionários padronizados,
fixados pelo decreto n.º 73.177 de 20 d novembro de 1973. O objetivo desse
censo é produzir os dados e informações educacionais de forma ágil e
fidedigna, retratando a realidade educacional, sendo instrumentos de
avaliação, planejamento e auxílio ao processo decisório para estabelecimento
de políticas voltadas para a reformulação do quadro educacional brasileiro. Os
dados estatísticos revelam que houve aumento do número de matrículas
considerável no Ensino Fundamental, porém, no Ensino Médio e na Educação
Superior, houve uma estagnação.
Contudo, não existem dados específicos nas questões que tangem os
alunos que fracassam. Constatando apenas os Estados que obtiveram êxito
e/ou fracasso na Educação.
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Os desafios do futuro, portanto, são claras : melhorar a qualidade do
ensino para todas as faixas etárias, e aumentar o acesso tanto de criança com
menos de 5 anos a Educação Infantil, quanto de adolescentes e jovens ao
Ensino Fundamental e Médio.
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CAPÍTULO II – AVALIAÇÃO E FRACASSO ESCOLAR
AVALIAÇÃO
Análise sobre a instituição escolar, nos permite refletir a cerca de
inúmeros aspectos, tais como : : a prática educativa, o compromisso social e
éticos dos professores, a formação profissional, a estrutura e os componentes
do processo de ensino, nos métodos e os meios de ensino, a relação
professor-aluno, enfim, diversas são as situações que podem levar o aluno ao
fracasso. Contudo, o número de alunos que vão sendo reprovados e que
abondanam a escola é assustador.
Segundo Perrenoud, ( 1991, p.11) “os alunos são comparados e depois
classificados em virtudes de uma norma de excelência definida no absoluto ou
encarnada pelo professor e pelos melhores alunos.”. Certamente é possível
observar inúmeros problemas que afloram durante a prática docente quando
tema é avaliação.
Avaliar é necessário em todas as atividades humanas e, em se tratando
da questão educacional, mostra-se essencial, permanente e contínua, assim
como preza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n.º 9394/96
e de forma sociocultural no imaginário coletivo dos educadores : o agir em
função dos desejos.
Para Luckesi ( 1998), a avaliação é uma apropriação qualitativa sobre os
dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o
professor a tomar decisões sobre o seu trabalho. De fato deve-se considerar a
idéia de avaliação como inerente ao próprio ato de aprender.
A partir do autor é possível observar as diferenças de prática avaliativa
realizados em sala de aula : a classificação do aluno após a medida do
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quantitativo do que o aluno aprendeu e o ato dinâmico, aberto que oportuniza o
aluno a vencer as etapas da aprendizagem.
Em relação a primeira, numa visão mecanicista, o professor com toda a
sua autoridade, é o único dono do saber na sala de aula quando faz uso dessa
avaliação. Apesar de ser a escola o lugar onde se aprendeu, a valorização
recai sobre os acertos, sendo estimulada a competição. “ Percebe-se o aluno
sendo observado apenas em situações programadas. ”( Hoffmann, 2000, p.25)
Hoffmann ainda salienta que nessa prática avaliativa tradicional, a
postura do professor é “ corrigir tarefas e provas do aluno para verificar
respostas certas e erradas e, como base nessa verificação periódica, tomar
decisões ao seu aproveitamento escolar.” (2000, p.95)
A escola não pode continuar trabalhando com verdades absolutas,
prontas e acabadas. A avaliação da aprendizagem necessita cumprir o seu
verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a construção da
aprendizagem bem sucedida.
Em se tratando da segunda observação, a avaliação da aprendizagem
escolar como um ato amoroso já é encontrado no ambiente de sala de aula
que possui a característica ‘de não julgar’. Como preza Luckesi (1998), o
acolhimento afastado é o julgamento.
Numa perspectiva semelhante, Hoffmann ( 2000 ) apresenta a
avaliação mediadora, que avalia as várias manifestações dos alunos em
situação de aprendizagem.
“...para acompanhar as hipóteses que vem formulando a respeito de determinados assuntos, em diferentes áreas do conhecimento, de forma a exercer uma ação educativa que lhes favoreça a descoberta de melhores soluções ou formulação de hipóteses preliminarmente formuladas.” (HOFFMANN,2000,p.96)
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A falta de clareza conceitual, bem como, de competência técnica na
elaboração de objetivos educacionais, na seleção e construção de
instrumentos de medida tomada de decisões, tem contribuído para que a
avaliação na sala de aula seja desenvolvida de forma fragmentada e
descontextualizada.
É preciso ter coragem para questionar, refletir e realizar uma avaliação
dinâmica, significativa e libertadora.
A ação educativa deve contar com a curiosidade de conhecer a quem se
educa, possibilitando a descoberta de si próprio.
2.1 – Práticas avaliativas
A maneira como uma escola avalia é o reflexo da educação que ela
valoriza. A avaliação deve ser capaz de julgar o valor do aluno e possibilitar
que ele cresça, como indivíduo e como integrante de uma comunidade. Vários
professores usam o termo avaliação, ora se referindo ao ato de medir, ora se
referindo ao julgamento de valor. E para alguns, avaliação reduz-se à
testagem bimestral. A falta de clareza desses conceitos tem certamente
implicações na prática avaliativa.
O que acontece freqüentemente é que o aluno é avaliado somente em
determinados momentos, através de notas onde o conhecimento é medido.
“Porém, o erro ou acerto de cada uma das questões não indica quais foram os saberes usados para respondê-las, nem os processos de aprendizagem desenvolvidos para adquirir o conhecimento demostrado, tampouco o raciocínio que conduziu à resposta.” (Esteban, 2002, p.100).
Nesta prática positivista e tecnicista há uma ênfase na atribuição de notas e na classificação de desempenho, em testes e provas com resultados quantitativos e numéricos - o importante é o produto. Nesse modelo, a
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avaliação é ameaçadora, um instrumento de dominação, uma verdadeira arma que desperta o medo.
“ Pouco a pouco, eles vão perdendo a motivação para continuar se esforçando, vão se sentindo realmente incapazes de aprender e vão se resignando a um fracasso que vai marcar o resto de suas vidas.” ( Ceccon, 1982, p.17)
Espera-se da escola que ela cumpra o seu papel de fornecer instrução,
criar e recriar o conhecimento. Mas na verdade, a escola produz muito
fracasso pois reproduz o modelo ideológico da sociedade capitalista, a
serviço de uma classe dominante. Estebam, coloca que a “Avaliação vai se
distanciando do processo ensino/aprendizagem, ressaltando sua função de
controle social mediada pela prática pedagógica.”( Op cit, 2002, p.102). Assim
sendo, atende à necessidade de selecionar e excluir quando nota com
avaliação ( nota é apenas uma forma de expressar os resultados de uma
avaliação); o rendimento do educando vislumbra numa dinâmica de
inclusão/exclusão, reprovação/sucesso.
A avaliação escolar ainda apresenta uma imagem negativa : lembra
prova e nota, que provocam nervosismo e mal-estar. Desvaloriza uma série de
manifestações de saber pelo fato de nivelar por baixo. O medo de ser avaliado
faz com que os alunos acabem se preocupando mais com os resultados do
que com o processo, pois percebem que essa prática avaliativa é castradora e
classificatória. A instituição escolar que mantém a lógica do ‘exame’ apresenta-
se como elemento disciplinador, o que provoca a violência simbólica ‘o que
contribui para que ele vá internalizando um forte sentimento de inferioridade e
de culpa por seu fracasso, por suas impossibilidades”. ( Esteban, 2002, p.108).
Esteban (2002), expõe que a correção de uma resposta errada pode
ajudar o aluno a aprender o que não sabe, mas também pode impedir a busca
de novos conhecimentos. A avaliação deve ter um caráter diagnóstico, onde o
professor questione as dificuldades expressas e retorna essas dificuldades,
procurando meios para solucioná-las. Bem como, a avaliação não deve ser
considerada responsabilidade exclusiva do professor. “ Delegá-la aos alunos,
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em determinados momentos, é uma condição didática necessária para que se
construam instrumentos de auto-regulação para as diferentes aprendizagens .”
( PCN, vol 1, p.86)
Mas como avaliar um estudante que avançou muito, mais não atingiu os
objetivo propostos para a série? Aprova ou reprova o aluno que no fim do ano
‘deu um estalo’ ?
A avaliação tradicionalmente tem pretendido atribuir objetivamente valores aos processos desenvolvidos e resultados alcançados, no entanto, o cotidiano da sala de aula nos mostra quanto podem variar estes valores, como é impreciso o ato de avaliar, como cada processo de avaliação comporta diferentes análises ( Esteban, 2002, p.185)
Contudo posso dizer que a sociedade tende a premiar os alunos que se
adaptam, ou melhor, aquele que se incorpora do saber escolar. Tendo como
termômetro desse saber, a avaliação realizada e sistematizada pelo sistema.
Não poderia deixar de evidenciar o peso que é colocado na avaliação, em
decorrência da incapacidade crescente dos alunos. Os analfabetos funcionais,
que são incapazes de aprender os conteúdos por meio da leitura. O que me
remete a Luckesi (1999), a avaliação que se prática na escola é a avaliação de
culpa. Aponta ainda, que as notas são usadas para fundamentar necessidades
de classificação dos alunos, onde são comparados desempenhos e, não
objetivos que se deseja atingir. Assim, Perrenoud( 1999), lembra que é
necessário determinar também quanto e em que nível os objetivos devem e
estão sendo atingidos. Para isso é necessário o uso de instrumentos e
procedimentos adequados ( Libâneo, 1994).
Concordo que e na escola que o sujeito aprende e consequentemente e
lá que deveria esta se preparando para identificar e solucionar suas
necessidades. Não posso deixar de ressaltar que a escola é legitimado como
espaço, é também onde o conhecimento é produzido historicamente. Por esse
28
motivo que tendo esquecido o professor de ensinar e aluno de aprender, que a
população escolar vem reproduzindo os índices de fracasso de nossas
escolas. Elas ainda trabalham com métodos que repetidamente vem sendo
considerados inadequados para a construção de indivíduos atuantes e críticos
Enfim, fazer da avaliação um instrumento auxiliar da aprendizagem é o
desafio no atual contexto escolar.
2.2 – O papel do professor na avaliação
Muitas das vezes a falta de articulação entre a teoria , ou seja, o seu
discurso e a sua prática, gera uma das piores ações do ser humano, a
exclusão. Muitas vezes o professor nem se dar conta desse processo no
momento da avaliação, o que ele quer é se “livrar” do problema e nem
percebe que a repetência causa a evasão, que é sinônimo de exclusão. Assim
, como poderemos pensar numa educação/avaliação que emancipa os
indivíduos ? A avaliação se transforma no elemento principal da exclusão.
Todo discurso sobre a inclusão através da educação será meramente uma
utopia?
A escola que temos hoje, mas acessíveis as camadas populares,
deveria ser uma outra escola. O que acontece é que a escola continua no
modelo que atendia a classe dominante e, o “sonho” da inclusão social através
da educação, se transformou no “pesadelo” da exclusão. Nem a escola, nem
os profissionais que participam do processo educativo, estavam preparados
para essa mudança, ou seja, esse público. O resultado desse processo é a
reprovação e a evasão em massa, principalmente nas séries iniciais do Ensino
Fundamental.
O modelo de escola e de profissionais que está ai é para atender os
“bons alunos”, ou seja, aqueles que obedecem, isso fica claro na prática dos
29
profissionais que fazem a escola. Quando o aluno não se enquadra no
“padrão” estabelecido, fica perdido sem saberem o que fazer. Esse processo é
complexo, pois a formação dos profissionais, principalmente do professor não
lhe dá subsídios para conviver com a diversidade, o resultado disso é
catastrófico e o “sonho” de se transformar a sociedade através da educação se
transforma em uma utopia.
Mesmo que a sala de aula seja constituída pelo movimento, pela
surpresa, pela turbulência, pela desordem, pela diferença, as práticas
escolares e os processos ensino/aprendizagem estão estruturados para
conduzir a homogeneidade, à linearidade, considerados essências para uma
boa relação pedagógica. Isso fica implícito no discurso do professor e explicito
na sua prática avaliativa, quando é dado um único modelo de avaliação para
todos, sem respeitar a diversidade.
Segundo Demo (2004), cuidar da aprendizagem do aluno, é olhar cada
um com atenção, saber de sua história, família, sobrevivência, representações
sócias, amizades, problemas. Por vezes, há que acentuar a igualdade de
condições de todos, outras vezes será o caso não tratar de modo igual a
desiguais: o aluno que vai mal precisa de maior cuidado. Assim, o fracasso
escolar tem como um dos fatores principais a ação pedagógica do educador. A
avaliação é um dos aspectos principais deste fenômeno, principalmente
quando o professor não assume a responsabilidade desse fracasso, colocando
a culpa somente em outros aspectos, principalmente na falta de interesse do
aluno, ou seja, o aluno se transforma no agente principal do seu próprio
fracasso.
Na concepção de Hoffmann (2003), o professor não assume
absolutamente a responsabilidade em relação ao fracasso do aluno. Em
primeiro lugar, porque representaria assumir sua incompetência na
organização do trabalho pedagógico, uma apresentação inadequada de
30
estímulos de aprendizagem, em segundo lugar, porque aquilo que faz
geralmente se traduz em resultados positivos para alguns alunos, então o
problema está nos alunos que não aprendem e não na ação do professor. Sem
ultrapassar a visão comportamentalista de conhecimento, nenhuma outra
hipótese é levantada pelo professor sobre as dificuldades que os alunos
apresentam, senão a sua desatenção e desinteresse. Em terceiro lugar,
porque, coerente com tal visão de conhecimento, o avaliar reduz-se, para ele,
a observação, o registro de resultados alcançados pelos alunos ao final de um
período. Tal visão não absorve uma perspectiva reflexiva e mediadora da
avaliação.
Enfim, cabe a nós professores refletirmos a respeito do mundo que se
quer ter, através da avaliação. Pode perpetuar o status ou pode-se transformar
a sociedade, sendo que por traz do tipo de avaliação está o tipo de homem
que se pretende formar : submisso ou autônomo, que apenas se submete a
pensamentos ou o que pensa por si mesmo.Portanto, devemos assumir o
fracasso escolar como um desafio e uma das possíveis alternativas para a
superação está na avaliação.
31
CAPÍTULO III – O PSICOPEDAGOGO FACE AO FRACASSO
ESCOLAR
O psicopedagogo deve buscar o que significado o aprender para esse
sujeito e sua família, tentando descobrir a função do não aprender. Conhecer
como se dá a circulação de conhecimento na família, qual a modalidade
aprendizagem da criança, não perdendo de vista qual é o papel da escola na
construção do problema de aprendizagem apresentado, tentando também
engajar a família no projeto de atendimento para ampliar seu conhecimento
sobre a dificuldade, modificando o seu modo de pensar e de agir com relação
a criança e o desempenho escolar.
3.1 Aprendizagem e Fracasso Escolar
Não poderia falar em fracasso escolar sem deixar de comentar a
importância do vínculo para a aprendizagem. Além de tentarmos analisar os
fatores que contribuem para seu surgimento, é necessário conceituar aquilo
que viria a ser seu oposto: a aprendizagem.
“Pois sabemos que a aprendizagem é um processo vincular, ou seja, que se dá no vínculo entre ensinante e aprendente, ocorre portanto entre subjetividades. Para aprender, o ser humano coloca em jogo seu organismo herdado, seu corpo e sua inteligência construídos em interação e a dimensão inconsciente . A aprendizagem tem um caráter subjetivo pois o aprender implica em desejo que deve ser reconhecido pelo aprendente. O desejar é o terreno onde se nutre a aprendizagem.” (FERNÁNDEZ, 2001, p.36 ).
Aprender passa pela observação do objeto, pela ação sobre ele, pelo
desejo. A aprendizagem é a articulação entre saber, conhecimento e
informação. Esta última é o conhecimento objetivado que pode ser transmitido,
o conhecimento é o resultado de uma construção do sujeito na interação com
32
os objetos e o saber é a apropriação desses conhecimentos pelo sujeito de
forma particular, própria dele, pois implica no inconsciente.
A partir disso, posso definir aprendizagem como uma construção
singular que o sujeito vai fazendo a partir de seu saber e assim ele vai
transformando as informações em conhecimento, deixando sua marca como
autor e vivenciando a alegria que acompanha a aprendizagem.
Este processo se difere bastante do fracasso escolar que pode
evidenciar uma falha nesta relação vincular ensinante- aprendente. Alicia
Fernández diferencia fracasso escolar, problema de aprendizagem e
deficiência mental. “ Para ela no fracasso escolar a criança não tem um
problema de aprendizagem, mas eu, como docente, tenho um problema de
ensinagem com ele. ”(FERNANDEZ, 2001,p.56 ). O problema de
aprendizagem pode ser um sintoma de outros conflitos ou ainda uma inibição
cognitiva, e a deficiência mental tem incidência pequena na população. Enfim,
a escola valoriza a inteligência e se esquece da interferência afetiva na não
aprendizagem. O sujeito pode estar em dificuldades de aprendizagem por ter
ligado este fato a uma situação de desprazer. Está situação pode estar ligada
a algum acontecimento escolar. Portanto, a escola pode provocar na criança
conflitos que influenciarão seu gosto pelo aprender.
3.2 - A Intervenção Psicopedagógica
Considerando os fatores implicados no processo da aprendizagem,
poderíamos pensar no papel do psicopedagogo com relação ao fracasso
escolar. Assim, psicopedagogo vem fazendo parte do cotidiano escolar, e no
que se refere ao fracasso escolar, vem respondendo a ele com suas
atribuições em um trabalho em conjunto com a equipe da escola.
Levando em considerações os aspectos do fracasso escolar cabe ao
Psicopedagogo estar sempre atento a essas questões para não mencionar
resposta errada quando solicitado, ou ausência de resposta, pois ele não é
33
simplesmente transmissor de informações, deve ir além, preocupando-se em
desenvolver capacidades e ter clareza na distinção entre erros de informação e
problemas no desempenho de capacidades.
Segundo Júlio Groppa ( 2002, p.48), “ um desempenho é classificado
como satisfatório, ou não, dependendo das variáveis do contexto.” Por isto, é
preciso que o Psicopedagogo desenvolva um trabalho cauteloso e realizado
com muita distinção em suas atitudes. O Psicopedagogo tem que ter
sabedoria para enfrentar situações aparentemente sem solução, sua atuação
exige discernimento entre “certo e errado”, pois uma atitude distante do
cotidiano pode vir a destruir todo um trabalho levando o aluno à desistência
escolar.
Para conhecer fracasso escolar precisamos partir do princípio de que
não é algo genérico, mas que diz respeito a um certo aluno, e sua história, em
uma certa escola, em um certo sistema. Para detectar certo problema faz se
necessário fazer um diagnóstico.
Os Psicopedagogos ao longo de sua trajetória utilizou-se e ainda se
permitem a utilizar de alguns recursos como testes, desenhos históricos,
atividades pedagógicas, jogos, brinquedos, etc. É bem verdade que estes
tipos de recursos se tornam imprescindíveis como instrumentos de linguagem,
pois muitos alunos que não conseguem se comunicar através da linguagem
falada, o fazem por meio da linguagem escrita demostrando algum tipo de
informação que são colhidos a partir dessa atividade. O trabalho do
Psicopedagogo para com esses alunos é realizado com o auxílio do professor
da classe, para a melhoria das condições do processo ensino-aprendizagem,
além de prevenir os problemas relacionados ao aprendizado. Mais uma vez a
atenção do Psicopedagogo é de real valor pois muitas crianças e adolescentes
preferem acreditar, e reforçar na crença fazendo com que os outros acreditem
também, que vão mal nos estudos meramente por falta de interesses,
pensamentos errôneos que os fazem nutrir um sentimento destrutivo de sua
34
capacidade. O trabalho do psicopedagogo pode ser relacionado a um trabalho
de ‘formiguinhas”, onde devagar e em conjunto tem função transformadora,
permitindo que o indivíduo se torne cidadão consciente em grau crescente de
reflexão. Desta forma o exercício do psicopedagogo é percebido de forma
global ao ato de educar e para a compreensão satisfatória dos objetivos da
educação. O Psicopedagogo deve colaborar para a promoção do
desenvolvimento das potencialidades e capacidades dos educandos.
Em se tratando de desempenho escolar a autora Grinspun faz a
seguinte colocação : “ ao declarar-se “incompetentes” ante ao fracasso
escolar, a Escola abre caminhos para que o aluno internalize esse fracasso
como algo pessoal, social ou biológico.” (GRINSPUN, 2002, p.81)
A natureza desse discurso nos faz refletir como este ainda é muito
comum em nossa formação, portanto cabe a nós psicopedagogo juntamente
com toda a equipe pedagógica reavaliar a nossa prática, pois temos a
oportunidade de estarmos a frente como agentes transformadores da
educação.
As afirmações de que as causas do Fracasso Escolar até então
estavam agrupadas na escola ou na clientela deparam – se agora, com uma
outra visão do problema : a escola é inadequada aos novos tempos isto
porque, o papel da escola é muito diferente de que alguns anos. Segundo o
pedagogo e filósofo Gadotti (1989, p.23) “As exigências são outras e o papel
do educador é adaptar-se : deixar de ser um selecionador para que se tornar
um gestor do conhecimento.”
Em outras palavras, de nada adianta ficar se lamentando. De todas as
profissões estão se exigindo mais competências, presença e versatilidade. Por
que seria diferente com a educação ? Todos falam que só haverá espaço no
mercado de trabalho para quem tiver conhecimentos. Porém percebe-se que
os professores em sua grande maioria apresenta um discurso arcaico, isto
porque o professor idealiza um estudante que não existe.
35
Suponho que os problemas extra escolares influenciam nas atividades,
porém, este não é o fator determinante do fracasso escolar.
A escola em nossa sociedade contemporânea cada vez mais tem
reconhecido a dificuldade que enfrenta ao educar integralmente, percebendo o
quanto é difícil trabalhar valores e atitudes educativas quando a sociedade
impõe valores contrários. Verifica-se que é inútil esperar que a escola
desenvolva valores e atitudes que a comunidade não assuma como próprios.
Não é possível pensar uma escola onde um espera que o outro solucione os
problemas e onde as pessoas não modifiquem seus hábitos arraigados de
não-envolvimento e não-participação. Retornando nessas colocações iniciais,
sobre o trabalho do Psicopedagogo podemos afirmar que não existe presença
constante do trabalho do mesmo nas escolas. Para que o trabalho realizado
obtenha resultados satisfatórios é necessário que o Psicopedagogo
desenvolva um trabalho em equipe com todos os integrantes da área
pedagógica, para tratar a fundo os possíveis problema existentes.
Uma escola sintonizada com as conquistas da sociedade e, portanto,
comprometida com a maioria da população, não se satisfaz em garantir o
acesso de todos na escola, mas luta também pela permanência a fim de que
todos tenham acesso ao conhecimento que nela buscam. Reverter o quadro
do fracasso escolar é, pois, função de uma escola que se prenda fazer um
trabalho em conjunto com todos os comprometidos da escola em busca de
resultados satisfatórios. “ Só é bem sucedido na escola o aluno que, se vendo
acreditado, acredita em sua capacidade de aprender.” (MAIA, 1990, p.59)
36
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente trabalho objetivei apresentar que não existe um único
“culpado” pelo fracasso escolar. Muitas vezes a escola, situa o problema do
fracasso no indivíduo, considerando-o como portador de algum tipo de “desvio”
ou “anormalidade” e a avaliação que se da de forma meramente quantitativa.
Assim, o “insucesso” é atribuído a debilidade das capacidades intelectuais e a
cultura desviante. Sendo assim, culpa-se somente o aluno por tal fracasso
desconsiderando que há ocasiões em que a avaliação do sistema educacional
é totalmente fora da nossa realidade.
Contudo, ao longo dessa produção pesquisei e apresentei a
necessidade urgente de uma mudança de postura em relação a avaliação, no
sentido de situar o papel dos profissionais comprometidos com a educação
deste país.
Também pude observar que pensar em fracasso escolar, a partir da
perspectiva da escola, não é mais suficiente e nem tem possibilitado a
reversão deste fenômeno. É necessário ampliar a forma de analisar o fracasso
para além dos muros da escola.
O professor considerado agente de mudança social, não vem refletindo
seriamente sobre a sua prática educativa e sobre as condições e contextos
em que ocorrem o processo ensino-aprendizagem.
Não basta ao educador criticar a metodologia e a eficiência de sua ação
docente. É preciso que o professor assessore seu alicerce de um
embasamento teórico que as ciências educacionais colocam à sua disposição
como referencial teórico, além de uma postura critica.
Torna-se necessário ainda destacar predominantemente em nosso
cotidiano escolar, destacando a urgência de ser adotar uma nova postura
37
visando a sua melhoria bem como, a compreensão de seu verdadeiro
significado.
Então de acordo com está pesquisa, pode-se supor que o melhor
caminho para a melhoria do desempenho escolar dos alunos, surgirão a partir
do momento em que a escola estiver aberta as mudanças, aceitando a
realidade do fracasso escolar para que assim possamos encontrar soluções
para este problema.
Enfim, buscar soluções para este problema não consiste em patologizar
o aprendente mas em ampliar este foco, abrindo espaço para outras variáveis
que também influenciam o processo da aprendizagem como a instituição, o
método de ensino e avaliação, as relações ensinante - aprendente e os
aspectos sócio-cultural. Portanto está mudança deverá estar voltada para uma
reflexão, com decisão critica a cerca de tal educação oferecida, apoiada no
respeito e dedicação, associada ao comprometimento na formação de
cidadãos atuantes e críticos.
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