fraternizar 2012

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ANO XI - Edição de Abril de 2012 - nº37 Editorial Fraternizar abril/2012 Passamos das trevas para a sua luz! A Cruz enfeitada pelo pano branco: a morte apagada pela vida. A cria da ovelha pula, cheia de vida, do altar do sacricio para os campos da ressurreição. O corpo e o sangue, comida e bebida dos irmãos e irmãs de pés limpos no Banquete- Memorial. A vela enorme, Aleluia do Sábado, círio que ilumina: tudo vira Domingo “Dia de Cristo, a luz dos povos”. Há invocação na boca de todas as idades: “Deus é o princípio e o fim de tudo, eterna é a nossa comunhão!”. O Senhor lhes dê a paz! Agora, que o corpo está treinado pela quaresma e o espírito iluminado pela Páscoa, movidos pelos apelos de nossa Ordem, insistentes e repevos, de restuir o dom da nossa vocação. Entendida como práca evangelizadora, anunciemos com paciência e perseverança na missão, a reconciliação e a ressurreição através do testemunho de vida franciscana despojada- desapropriada. Estamos vivendo um tempo fecundo de envio missionário: Marrocos, Amazônia, Terra Santa. Há um tempo, éramos objeto da missão, hoje somos chamados a enviar missionários e a sermos missionários a serviço do povo de Deus a nós confiado em nossas paróquias, educandários, creches, patronato, na formação dos irmãos e no que mais o Senhor nos confiar. Na Legenda dos três companheiros, contando o comecinho de nossa fraternidade de irmãos penitentes, quando os irmãos ainda descobriam qual era a sua missão e eram preocupados com o modo de operar, aparece esta iluminada admoestação de frei Francisco, que muito serve a cada um de nós: “Consideremos, irmãos caríssimos, nossa vocação com a qual Deus misericordiosamente nos chamou, não somente para a nossa salvação, mas para a salvação de muitos, para andarmos pelo mundo, exortando a todos, mais pelo exemplo do que pela palavra, a fim de que façam penitência de seus pecados e se recordem dos mandamentos de Deus. Não temais por parecerdes pequenos e ignorantes, mas anunciai com firmeza e simplicidade a penitência, confiando no Senhor que venceu o mundo, que fala por seu espírito através de vós e em vós...” (LTC 36) Restuamos, pois, o dom da nossa vocação-missão! Frei Flaerdi Aspirantes de Olímpia parcipam da encenação, “O Auto da Paixão de Cristo” Veremos em cada edição de nosso Fraternizar reflexões de nosso confrade Frei Eduardo Chagas Nitchak. Nesta edição ele faz uma introdução sobre as dimensões do Julgar. A cada edição de nosso informavo vamos movar mais reflexões em torno deste tema, completando assim esta reflexão. Acompanhemos: “Quando um fato acontece e é levado a julgamento, não importando se é um fato corriqueiro ou um crime; nem se é julgado por pessoas que com ele entraram em contato, ou por um tribunal; se este julgamento baseia-se na opinião comum com suas normas não escritas, ou no código de direito penal: o que prevalece é a lei, escrita ou não. Esta dimensão a que daremos o nome de legal, deveria ser a ulma a ser considerada, após, um acurado e exausvo exame de condições e evidencias cercam o acontecimento, a dimensão objeva; e após, a consideração do testemunho de quem presenciou o acontecimento em pauta, a dimensão pessoal” Reflexão de CONVOCAÇÃO CUSTODIAL Para a Assembléia da Custodia – Dias 17 e 18 de Maio (com inicio do dia 17 às 14 horas) FREI EDUARDO Na noite de sexta-feira (06), ocorreu no recinto do folclore de Olímpia, a encenação da Paixão de Cristo, organizado pelo grupo “Anástasis”. A encenação durou aproximadamente 1h40. Todos os aspirantes da Custódia Franciscana do - Aprovação da data de Ordenação Presbiteral de Frei Wagner - Dia 10 de Agosto Sagrado Coração de Jesus parciparam. Agradecemos a todos que presgiaram este evento, especialmente o bispo da diocese de Barretos e os frades. Uma Feliz e Santa Páscoa... PAZ e BEM... Nocias do Conselho reunido no dia 1 de março: - A aprovação da data do diaconato do frei Adriano – 03 de agosto pelo Dom frei Irineu. - A transferência de frei Gilmar Vasques Carreira para Garça e sua nomeação como pároco da paróquia Nossa Senhora de Lourdes. - Frei Fabio foi transferido para tratamento de saúde Pag. 04 Na quinta-feira, dia 23 de fevereiro, parmos de Lima, às 06h20, e chegamos a Iquitos, às 08h30. Desde que o nosso avião aterrissava pudemos ter uma noção do impacto das águas, tudo estava inundado ao nosso redor. Iquitos é uma cidade cercada por dois grandes rios: o Lagna e o Amazonas. Depois de pegarmos nossas malas encontramos frei Edel ofm que nos esperava e nos levou para o convento “Casa convento San Francisco Solano”, da Anga Custodia Franciscana do Vicariato San Jose da Amazônia. Durante todo o dia se fez presente uma bela e generosa chuva (como, há muito, eu não via). Almoçamos às 12h e ramos o resto do dia para descanso. Na sexta-feira, dia 24, pela manhã, vemos a oração das Laudes e a missa, o café da manha e logo fomos ao correio buscar uma encomenda de frei Alio ofm. Depois fomos conhecer o rio Nanay, um dos afluentes do rio Amazonas, onde tem um embarcadouro e de onde saem muitos barcos de passeios. Outro grupo foi ter uma conversa com um religioso sacerdote chamado Paul, sobre seu trabalho com os jovens na Amazônia e com a luta em defesa do meio ambiente. Pela tarde, fomos conhecer um pouco da cidade e comprar algumas coisas para nosso recreio de chegada, além de algumas capas para nos proteger da chuva. À noite, voltamos à cidade para conhecer alguns pontos turíscos: artesanatos, a praça principal (praça das armas). No sábado, dia 25, pela manhã, rezamos as Laudes e depois do café fomos ao centro: “Quistococha”, uma área natural protegida (Complexo Turísco Quistococha). Pela tarde, fomos a um mercado fazer compras para o dia seguinte e para a viagem até Requena na segunda-feira. Domingo, dia 26, saímos bem cedo, pegamos um barco (com uma espera de mais de uma hora para parr) aqui o horário de parda é determinado assim: o barco só parte quando esver lotado. Depois de 40 minutos de viagem, chegamos ao povoado de “Aucayo”, onde nos esperava uma irmã que nos levou para a casa dos freis. Quem nos recebeu foi frei Magno ofm, tomamos o café da manhã e fomos em dois grupos visitar as comunidades de “Aucayo e Gallito” e “Aucayo e local”. Para “Gallito”, cerca de 3 km, fomos de moto, um carro taxi, por uma estrada de cimento e muito bem feita. Ali celebramos com o povo e no final da missa, eu e frei Alio, cantamos em Português uma canção dedicada a Virgem Maria. Passamos um dia maravilhoso e cheio de esperança. Pela tarde, caminhamos um pouco pela vila e pude contemplar a natureza Amazônica. Diante de um grande silêncio se fizeram presentes tantas perguntas sobre esta gente tão simples, como vive, como sobrevive, por que nasceram aqui, quais suas alegrias? Mas sei que tudo isto existe e é possível porque eu vi. Na segunda-feira, dia 27, nos preparamos para viajar para Requena, nosso próximo desno, onde estaremos por muitos anos. Iquitos é uma cidade de quase um milhão de habitantes, onde uns 90% da população se locomove por moto-taxi (que são umas motos com uma pequena carreta que conduz até quatro pessoas), também por uns pequenos ônibus feitos quase inteiramente de madeira e pracamente sem janelas. A cidade é rodeada de água: o rio Nanay, o rio Itaya, a lagoa Morona Cocha e, há uns poucos quilômetros, o Rio Amazonas. Saímos de Iquitos por volta das 13h50, em uma lancha, ou seja, em um grande barco, com o nome de “Dom Jose”. Fomos até a Marinha para pegar uma permissão de viagem. Uns quinhentos metros depois, paramos para descarregar um trator “Grua”, e agüentamos um atraso de 1 hora e meia porque não conseguiam desembarcar esta maquina. Mais adiante paramos mais uma vez, agora no meio do rio, para embarcar umas caixas e frangos de granja (coisa clandesna). Depois desses transtornos conseguimos empreender nossa tão esperada viagem, já pelas três da tarde. Durante o resto da viagem, nenhuma surpresa, o rio e a floresta são sempre iguais. Passamos por um canal, um desvio por dentro de uma ilha, e assim ganhamos alguns quilômetros. Uma das coisas mais emocionantes que nos aconteceu foi passar por Ucayo, por volta das 17h, ali nos esperava uma grande parte desta comunidade, juntamente com a irmã Ursulina Jean e o nosso confrade Magno. Lá pelas 18h, fizemos nossa janta a base de sanduiches, frutas, sucos e umas cervejinhas. A chuva foi nossa companheira por toda a noite. Ao amanhecer, passamos por Jenaro Herrera, que fica a umas 3 horas de Requena, e assim aumentava nossa expectava de chegar. Viajamos em camarote com beliche para duas pessoas, a barca estava totalmente cheia nos seus três andares. Uma coisa muito triste de se ver é que ainda tantas pessoas jogam o seu lixo no rio que as alimenta. E depois da úlma volta do rio chegamos a Requena. Ufaaaaaaa. . . No dia seguinte ao que chegamos a Requena, fomos visitar nosso irmão franciscano “O Bispo Juan Oliver” que prefere ser chamado de irmão e não de bispo. Um dia depois, começamos a ter contato com a cidade e preparar a casa. E assim estamos aqui: aos poucos vamos conhecendo a cidade, seu povo, seus problemas, suas alegria, os rios que a rodeiam, escolas e tudo mais. Entre os dias 06 a 09 de março, pudemos parcipar de uma assembléia de algumas paróquias. Esveram presentes 13 religiosos, 12 religiosas e mais nosso Irmão Dom Oliver, Bispo do vicariato. Essa assembléia não se realizou por dois anos por causa das inundações em algumas paróquias. Começamos com as apresentações e assim pudemos conhecer os irmãos e irmãs que estão por esta imensa Selva. Depois, o Irmão D. Juan Oliver, ensinou um canto e fez sua acolhida. Foi feita a leitura da parábola da semente de mostarda, vemos a apresentação das fraternidades e seus trabalhos e a maneira que cada uma nha para sobreviver. Aprendemos que aqui na selva tudo acontece: tem anos melhores e anos piores, tem anos de muita inundação e anos com menos. Aqui as estradas são os rios, portanto a paciência e uma virtude real que tem que ser pracada. Mas, também, há tantas coisas boas de viver, fazer e comparlhar. Foram 4 dias de conhecimento de grande parte do Vicariato de Requena e suas paróquias: Requena, Jenaro Herrera, Santa Helena, Terra Blanca, Flor de Punga, Bretanha, Contamana, Orelhana e muitos povoados. Estudamos o documento: Carta Apostólica para Convocação do Ano da Fé “Porta Fidei”. O bispo também nos falou do trabalho de Cáritas com as pessoas que trabalham neste setor. Também nos foi apresentado o trabalho catequéco, o trabalho dos animadores dos caserios (pequenos povoados em meio à selva ou na barranca do rio) e outras ações sociais. Aqui tudo é muito simples. Existem dois pos de transporte pelo rio: o deslizador (barco pequeno e um pouco mais rápido, porem muito apertado) e a lancha (barco grande com muita carga, muita gente e muito lento). Requena é um lugar com muita chuva e a água que usamos vem da captação da chuva. Muitas escolas, centro de saúde, mercadinhos simples ao ar livre como em todo lugar, muitos barcos que trazem frutas, frangos, porcos, etc. Mas, infelizmente, também tem muita corrupção e para ser missionário estrangeiro por aqui tem se que enfrentar, cada vez mais, a burocracia. A TODOS UMA FELIZ E SANTA PÁSCOA Abraços a todos, e só Deus sabe quando, Frei Neco ofm. Aqui esta meu endereço mais completo: FREI ADEMIR FRANCISCO OFM ( NECO ) - Requena CONVENTO SAN FRANCISCO SOLANO APARTADO 216 AV. LA MARINA 1487 - PUNCHANA IQUITOS PERU * apartado 216 - significa caixa postal 216 * como o correio não chega a Requena, recebemos em Iquitos a nossa correspondência (que está distante umas 19 horas de lancha). De Lima a Requena...

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Page 1: Fraternizar 2012

ANO XI - Edição de Abril de 2012 - nº37

Editorial Fraternizar abril/2012

Passamos das trevas para a sua luz!

A Cruz enfeitada pelo pano branco: a morte apagada pela vida. A cria da ovelha pula, cheia de vida, do altar do sacrifício para os campos da ressurreição. O corpo e o sangue, comida e bebida dos irmãos e irmãs de pés limpos no Banquete-Memorial. A vela enorme, Aleluia do Sábado, círio que ilumina: tudo vira Domingo “Dia de Cristo, a luz dos povos”. Há invocação na boca de todas as idades: “Deus é o princípio e o fim de tudo, eterna é a nossa comunhão!”.O Senhor lhes dê a paz! Agora, que o corpo está treinado pela quaresma e o espírito iluminado pela Páscoa, movidos pelos apelos de

nossa Ordem, insistentes e repetitivos, de restituir o dom da nossa vocação. Entendida como prática evangelizadora, anunciemos com paciência e perseverança na missão, a reconciliação e a ressurreição através do testemunho de vida franciscana despojada-desapropriada. Estamos vivendo um tempo fecundo de envio missionário: Marrocos, Amazônia, Terra Santa. Há um tempo, éramos objeto da missão, hoje somos chamados a enviar missionários e a sermos missionários a serviço do povo de Deus a nós confiado em nossas paróquias, educandários, creches, patronato, na formação dos irmãos e no que mais o Senhor nos confiar. Na Legenda dos três companheiros, contando o comecinho de nossa fraternidade de irmãos penitentes, quando os irmãos ainda descobriam qual era a sua missão e eram

preocupados com o modo de operar, aparece esta iluminada admoestação de frei Francisco, que muito serve a cada um de nós: “Consideremos, irmãos caríssimos, nossa vocação com a qual Deus misericordiosamente nos chamou, não somente para a nossa salvação, mas para a salvação de muitos, para andarmos pelo mundo, exortando a todos, mais pelo exemplo do que pela palavra, a fim de que façam penitência de seus pecados e se recordem dos mandamentos de Deus. Não temais por parecerdes pequenos e ignorantes, mas anunciai com firmeza e simplicidade a penitência, confiando no Senhor que venceu o mundo, que fala por seu espírito através de vós e em vós...” (LTC 36) Restituamos, pois, o dom da nossa vocação-missão!

Frei Flaerdi

Aspirantes de Olímpia participam

da encenação, “O Auto da Paixão

de Cristo”

Veremos em cada edição de nosso Fraternizar reflexões de nosso confrade Frei Eduardo Chagas Nitchak. Nesta edição ele faz uma introdução sobre as dimensões do Julgar. A cada edição de nosso informativo vamos motivar mais reflexões em torno deste tema, completando assim esta reflexão. Acompanhemos:

“Quando um fato acontece e é levado a julgamento, não importando se é um fato corriqueiro ou um crime; nem se é julgado por pessoas que com ele entraram em contato, ou por um tribunal; se este julgamento baseia-se na opinião comum com suas normas não escritas, ou no código de direito penal: o que prevalece é a lei, escrita ou não. Esta dimensão a que daremos o nome de legal, deveria ser a ultima a ser considerada, após, um acurado e exaustivo exame de condições e evidencias cercam o acontecimento, a dimensão objetiva; e após, a consideração do testemunho de quem presenciou o acontecimento em pauta, a dimensão pessoal”

Reflexão de

CONVOCAÇÃO CUSTODIAL

Para a Assembléia da Custodia – Dias 17 e 18 de Maio (com inicio do dia 17

às 14 horas)

FREI EDUARDO

Na noite de sexta-feira (06), ocorreu no recinto do folclore de Olímpia, a encenação da Paixão de Cristo, organizado pelo grupo “Anástasis”. A encenação durou aproximadamente 1h40. Todos os aspirantes da Custódia Franciscana do

- Aprovação da data de Ordenação Presbiteral de Frei Wagner - Dia 10 de Agosto

Sagrado Coração de Jesus participaram. Agradecemos a todos que prestigiaram este evento, especialmente o bispo da diocese de Barretos e os frades. Uma Feliz e Santa Páscoa...

PAZ e BEM...

Notícias do Conselho reunido no dia 1 de março:

- A aprovação da data do diaconato do frei Adriano – 03 de agosto pelo Dom frei Irineu.

- A transferência de frei Gilmar Vasques Carreira para Garça e sua nomeação como pároco da paróquia Nossa Senhora de Lourdes.

- Frei Fabio foi transferido para tratamento de saúde

Pag. 04

Na quinta-feira, dia 23 de fevereiro, partimos de Lima, às 06h20, e chegamos a Iquitos, às 08h30. Desde que o nosso avião aterrissava pudemos ter uma noção do impacto das águas, tudo estava inundado ao nosso redor. Iquitos é uma cidade cercada por dois grandes rios: o Lagna e o Amazonas. Depois de pegarmos nossas malas encontramos frei Edel ofm que nos esperava e nos levou para o convento “Casa convento San Francisco Solano”, da Antiga Custodia Franciscana do Vicariato San Jose da Amazônia. Durante todo o dia se fez presente uma bela e generosa chuva (como, há muito, eu não via). Almoçamos às 12h e tiramos o resto do dia para descanso. Na sexta-feira, dia 24, pela manhã, tivemos a oração das Laudes e a missa, o café da manha e logo fomos ao correio buscar uma encomenda de frei Atílio ofm. Depois fomos conhecer o rio Nanay, um dos afluentes do rio Amazonas, onde tem um embarcadouro e de onde saem muitos barcos de passeios. Outro grupo foi ter uma conversa com um religioso sacerdote chamado Paul, sobre seu trabalho com os jovens na Amazônia e com a luta em defesa do meio ambiente. Pela tarde, fomos conhecer um pouco da cidade e comprar algumas coisas para nosso recreio de chegada, além de algumas capas para nos proteger da chuva. À noite, voltamos à cidade para conhecer alguns pontos turísticos: artesanatos, a praça principal (praça das armas).No sábado, dia 25, pela manhã, rezamos as Laudes e depois do café fomos ao centro: “Quistococha”, uma área natural protegida (Complexo Turístico Quistococha). Pela tarde, fomos a um mercado fazer compras para o dia seguinte e para a viagem até Requena na segunda-feira.Domingo, dia 26, saímos bem cedo, pegamos um barco (com uma espera de mais de uma hora para partir) aqui o horário de partida é determinado assim: o barco só parte quando estiver lotado. Depois de 40 minutos de viagem, chegamos ao povoado de “Aucayo”, onde nos esperava

uma irmã que nos levou para a casa dos freis. Quem nos recebeu foi frei Magno ofm, tomamos o café da manhã e fomos em dois grupos visitar as comunidades de “Aucayo e Gallito” e “Aucayo e local”. Para “Gallito”, cerca de 3 km, fomos de moto, um carro taxi, por uma estrada de cimento e muito bem feita. Ali celebramos com o povo e no final da missa, eu e frei Atílio, cantamos em Português uma canção dedicada a Virgem Maria. Passamos um dia maravilhoso e cheio de esperança. Pela tarde, caminhamos um pouco pela vila e pude contemplar a natureza Amazônica. Diante de um grande silêncio se fizeram presentes tantas perguntas sobre esta gente tão simples, como vive, como sobrevive, por que nasceram aqui, quais suas alegrias? Mas sei que tudo isto existe e é possível porque eu vi. Na segunda-feira, dia 27, nos preparamos para viajar para Requena, nosso próximo destino, onde estaremos por muitos anos. Iquitos é uma cidade de quase um milhão de habitantes, onde uns 90% da população se locomove por moto-taxi (que são umas motos com uma pequena carreta que conduz até quatro pessoas), também por uns pequenos ônibus feitos quase inteiramente de madeira e praticamente sem janelas. A cidade é rodeada de água: o rio Nanay, o rio Itaya, a lagoa Morona Cocha e, há uns poucos quilômetros, o Rio Amazonas. Saímos de Iquitos por volta das 13h50, em uma lancha, ou seja, em um grande barco, com o nome de “Dom Jose”. Fomos até a Marinha para pegar uma permissão de viagem. Uns quinhentos metros depois, paramos para descarregar um trator “Grua”, e agüentamos um atraso de 1 hora e meia porque não conseguiam desembarcar esta maquina. Mais adiante paramos mais uma vez, agora no meio do rio, para embarcar umas caixas e frangos de granja (coisa clandestina). Depois desses transtornos conseguimos empreender nossa tão esperada viagem, já pelas três da tarde. Durante

o resto da viagem, nenhuma surpresa, o rio e a floresta são sempre iguais. Passamos por um canal, um desvio por dentro de uma ilha, e assim ganhamos alguns quilômetros. Uma das coisas mais emocionantes que nos aconteceu foi passar por Ucayo, por volta das 17h, ali nos esperava uma grande parte desta comunidade, juntamente com a irmã Ursulina Jean e o nosso confrade Magno. Lá pelas 18h, fizemos nossa janta a base de sanduiches, frutas, sucos e umas cervejinhas. A chuva foi nossa companheira por toda a noite. Ao amanhecer, passamos por Jenaro Herrera, que fica a umas 3 horas de Requena, e assim aumentava nossa expectativa de chegar. Viajamos em camarote com beliche para duas pessoas, a barca estava totalmente cheia nos seus três andares. Uma coisa muito triste de se ver é que ainda tantas pessoas jogam o seu lixo no rio que as alimenta. E depois da última volta do rio chegamos a Requena. Ufaaaaaaa. . . No dia seguinte ao que chegamos a Requena, fomos visitar nosso irmão franciscano “O Bispo Juan Oliver” que prefere ser chamado de irmão e não de bispo. Um dia depois, começamos a ter contato com a cidade e preparar a casa. E assim estamos aqui: aos poucos vamos conhecendo a cidade, seu povo, seus problemas, suas alegria, os rios que a rodeiam, escolas e tudo mais.Entre os dias 06 a 09 de março, pudemos participar de uma assembléia de algumas paróquias. Estiveram presentes 13 religiosos, 12 religiosas e mais nosso Irmão Dom Oliver, Bispo do vicariato. Essa assembléia não se realizou por dois anos por causa das inundações em algumas paróquias. Começamos com as apresentações e assim pudemos conhecer os irmãos e irmãs que estão por esta imensa Selva. Depois, o Irmão D. Juan Oliver, ensinou um canto e fez sua acolhida. Foi feita a leitura da parábola da semente de mostarda, tivemos a apresentação das fraternidades e seus trabalhos e a maneira que cada uma tinha para sobreviver. Aprendemos que aqui na selva tudo acontece:

tem anos melhores e anos piores, tem anos de muita inundação e anos com menos. Aqui as estradas são os rios, portanto a paciência e uma virtude real que tem que ser praticada. Mas, também, há tantas coisas boas de viver, fazer e compartilhar. Foram 4 dias de conhecimento de grande parte do Vicariato de Requena e suas paróquias: Requena, Jenaro Herrera, Santa Helena, Terra Blanca, Flor de Punga, Bretanha, Contamana, Orelhana e muitos povoados. Estudamos o documento: Carta Apostólica para Convocação do Ano da Fé “Porta Fidei”. O bispo também nos falou do trabalho de Cáritas com as pessoas que trabalham neste setor. Também nos foi apresentado o trabalho catequético, o trabalho dos animadores dos caserios (pequenos povoados em meio à selva ou na barranca do rio) e outras ações sociais. Aqui tudo é muito simples. Existem dois tipos de transporte pelo rio: o deslizador (barco pequeno e um pouco mais rápido, porem muito apertado) e a lancha (barco grande com muita carga, muita gente e muito lento). Requena é um lugar com muita chuva e a água que usamos vem da captação da chuva. Muitas escolas, centro de saúde, mercadinhos simples ao ar livre como em todo lugar, muitos barcos que trazem frutas, frangos, porcos, etc. Mas, infelizmente, também tem muita corrupção e para ser missionário estrangeiro por aqui tem se que enfrentar, cada vez mais, a burocracia. A TODOS UMA FELIZ E SANTA PÁSCOA

Abraços a todos, e só Deus sabe quando,

Frei Neco ofm. Aqui esta meu endereço mais completo: FREI ADEMIR FRANCISCO OFM ( NECO ) - Requena CONVENTO SAN FRANCISCO SOLANO APARTADO 216 AV. LA MARINA 1487 - PUNCHANA IQUITOS PERU * apartado 216 - significa caixa postal 216 * como o correio não chega a Requena, recebemos em Iquitos a nossa correspondência (que está distante umas 19 horas de lancha).

De Lima a Requena...

Page 2: Fraternizar 2012

FRATERNIZAR

Edição/Coordenação:Frei Lucas LisiEditor Assistente:Frei Anizio RodriguesDiagramação:Camila Capitani

Pag. 02

Aniversariantes

10-04 Frei Fabio Rogério Sanches07-04 Frei Fernando Mastelari, OFM (Noviço)

16/05 Frei José Luis

(07/11/1948 – 07/04/2012)

Nascido aos sete de Novembro de Hum mil e novecentos e quarenta e oito, às dezesseis horas, em Ribeirão Corrente, Estado de São Paulo; foi batizado por frei José Soarez OSA, no primeiro dia de Dezembro de Hum mil e novecentos e quarenta e oito, na Catedral de Nossa Senhora da Conceição de Franca, Filho do senhor Luiz Gonzaga Figueiredo e da senhora Porcina Rezende Figueiredo. Foi crismado no ano de Hum mil e novecentos e cinqüenta e dois, em Ribeirão Corrente. Em onze de Fevereiro de Hum mil e novecentos e noventa e nove, foi admitido à vestição do nosso hábito na

Igreja São Francisco de Assis, no noviciado franciscano, em Rodeio, Estado de Santa Catarina, tendo como sacerdote oficiante o Reverendo Padre frei Irineu Andreassa ofm; onde fez, também, sua primeira profissão religiosa aos nove de Janeiro de Dois mil. No dia dois de Maio de Dois mil e três, fez sua profissão solene na Ordem dos Frades Menores, sendo recebida pelo Reverendo Padre frei Valmir Ramos ofm. Seus formadores o descreveram, desde o início das etapas formativas, como: homem de oração, simples hospitaleiro, fraterno e responsável. Sua resposta, quando lhe foi perguntado por que entrar para a vida religiosa, foi: “Em minha juventude jamais me passou pela cabeça de seguir a vida consagrada. Mas sempre participei das celebrações e gostava de ajudar nas funções da Igreja. Em 1970, conheci a Ordem Franciscana através do Frei Roque Biscioni, que na época era pároco da Paróquia São Judas Tadeu, Franca. Em 1980, Frei David Précaro convidou-me para ser ministro da Eucaristia, do qual participei durante dezesseis anos. Foi neste período que senti a graça de Deus agir

forte em mim, principalmente quando ia levar a Eucaristia para os doentes da zona rural, pois era um momento oportuno de interiorização na presença do Cristo vivo ali junto de mil. Em maio de 1996, Frei Mauro Luís de Oliveira, me convidou a ser religioso. O convite soou bem em meus ouvidos, mas pensei: eu com 47 anos de idade, quase sem estudo, pois só tenho o primeiro grau, como serei religioso? Mas frei Mauro reanimou-me dizendo que isso não impediria. Então respondi SIM.” No dia três de Novembro de Dois mil e quatro, recebeu a obediência de integrar a fraternidade de Ribeirão Preto e assumir o serviço de assistente OFS. Frei Clóvis trabalhou com zelo no SAVOC - Serviço de animação vocacional de nossa Custodia, onde atendia aos jovens de Ribeirão Preto e Região, realizando com afinco as visitas as famílias dos jovens e colhendo frutos em nossa entidade custodial. No dia primeiro de Janeiro de Dois mil e onze, recebeu a obediência de integrar a nova fraternidade de Ribeirão Corrente, sob a guardiania da fraternidade São Judas Tadeu de Franca. No dia sete de Abril de Dois mil e doze,

Obrigado pela fraternidade, Frei Clóvisvizinho à cidade de Jardinópolis, frei Clóvis veio a óbito quando o veiculo onde ele era passageiro, sofreu capotagem. Frei Clóvis, junto a seus irmãos, voltava de veículo do funeral de um parente em Ribeirão Preto. As nossas fraternidades de Ribeirão Preto, Franca e Ribeirão Corrente correram atrás dos preparativos das exéquias e sepultamento. Às quinze horas do dia oito de Abril de Dois mil e doze realizou-se, com grande presença de fiéis e frades da Custodia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus a missa das exéquias e corpo presente de frei Clóvis, com caixão lacrado. Na manhã, deste mesmo dia, o senhor bispo dom Pedro Luiz Stringhini participou do féretro que levou o caixão com o corpo de frei Clóvis do velório de Ribeiro dos Santos até a Igreja Matriz de Santa Cruz. Após a missa de exéquias, missa do dia da Páscoa, seguiu o cortejo fúnebre até o local do sepultamento no cemitério municipal de Ribeirão Corrente.

Fonte de Pesquisa: Frei Flaerdi Silvestre Valvassori, OFM

(Arquivos da Custodia)

• Nos últimos dias 13,14 e 15 de Abril os Frei Edson Perreira Lopes e Lucas Lisi Rodrigues participaram do Capitulo Or-dinário Avaliativo Regional da OFS (Ordem Franciscana Secu-lar). O mesmo aconteceu nas dependências do Centro Santa Fé (casa de Retiro dos Padres Jesuítas) em São Paulo – SP. Foi revisto neste encontro a caminhada do Regional da Or-dem Franciscana e apontado novas metas para o decorrer do mandato. O próximo Con-gresso que será eletivo foi marcado para o dia 16,17 e 18

de Agosto do ano de 2013. Por tudo damos graças a Deus.• Aconteceu em nossa Cus-todia a “Pascoela”, realizada este ano na fraternidade do Sagrado Coração de Jesus em Bebedouro. A mesma contou com a participação de vários frades de nossa Custodia, dos nossos aspi-rantes e postulantes e cor-reu em clima de profunda fraternidade. Os agradeci-mentos aos frades da Frater-nidade de Bebedouro que não mediram esforços para bem nos acolher e juntos ce-lebrarmos a nossa Páscoa.

Aconteceu...

31/05 Frei Valmir Ramos

26/05 Frei Pedro Neto

08-05 - Frei Ailton Guimarães

10/05 - Frei Roberto Luis

Pag. 03

1º Encontro Vocacional de 2012 Nos dias (30 e 31 de março e 1 de abril) aconteceu o 1º Encontro Vocacional Franciscano em Marília/SP (casa onde residem os frades estudantes de Filosofia e Teologia da Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus). A equipe do SAVOC estava representada por Frei Miro (coordenador do SAVOC), Frei Lucas Lisi (animador vocacional do regional sudeste que acolheu o encontro) e Frei João Boga (animador vocacional do regional de Franca), o mesmo contou com a presença de 13 vocacionados de várias cidades do estado de São Paulo e de Minas Gerais. O encontro iniciou na sexta-feira (30) à noite, com a apresentação da casa. Após esta apresentação Frei Miro explicou como ocorreria este encontro, e terminado a explicação, Frei Adriano e Frei

Pedro, passaram um vídeo “A ponte”, tendo como reflexão a importância do Cristo em nossas vidas, pois Deus deu seu único filho, para nos salvar. Terminado a reflexão, Frei Steeven deu a benção e fomos repousar. No sábado (31), logo que acordamos fizemos a oração da manhã e tomamos café. Terminado este momento assistimos a um filme. Encerramos a parte da manhã com um diálogo e partilha sobre o filme. Logo fomos almoçar. Às 13h45 partimos para o Mosteiro Maria Imaculada - Clarissas de Marília, onde tivemos um momento com toda a família franciscana de Marília (OFM / OSC / OFS e JUFRA). Lá Frei

Lucas Lisi motivou uma roda de partilha das expectativas de toda a família franciscana. No final da tarde, voltamos para a nossa casa e fomos fazer um momento de esporte. Às 19h00 participamos da missa na Paróquia Nossa Senhora de Fátima presidida por Frei Valdemir Nelo Rufino (Miro) – coordenador do serviço de animação vocacional. Após a celebração eucarística, tivemos o nosso momento de recreio fraterno, onde toda a fraternidade se reúne para conversar, ouvir música, pratica jogos de mesa, etc. No final repousamos. No domingo (1º abril), assim que levantamos fizemos a oração da manhã e após tomamos café. Terminado isso, os frades do SAVOC presentes no encontro (Frei Miro, Frei Lucas e Frei João Boga) se retiraram em preparação para

os diálogos (conversas individuais com cada vocacionado) que propiciam um conhecimento maior da equipe para com estes. Às 12h00 almoçamos, e nos despedimos, finalizando assim o nosso 1º encontro vocacional em Marília, agradecendo ainda a fraternidade Nossa Senhora de Fátima que nos acolheu para este momento de riqueza e de profundo encontro com Deus e com os irmãos. Continuemos a rezar para que as vocações não faltem a nossa Custodia.

Equipe do SAVOC – Serviço de Animação Vocacional

Nestes dias acontece em Petrópolis (RJ), junto à Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, a primeira etapa de mais um CURSO PARA FORMADORES, GUARDIÃES E ANIMADORES VOCACIONAIS promovido pelo SERFE (Serviço para a Formação e os Estudos) da CFMB (Conferência dos frades Menores do Brasil) em parceria com o ITF (Instituto Teológico Franciscano). Vinte e um frades de nove entidades participam destas duas semanas de reflexão, estudo e aprofundamento em vista da missão que assumem em suas respectivas fraternidades. Os conteúdos apresentados pelos vários assessores e o entusiasmo dos participantes, associados ao clima ameno da Cidade Imperial e à cordial acolhida dos confrades anfitriões, têm colaborado para o

bom êxito destes dias privilegiados de Formação Permanente. O conteúdo programático desta primeira etapa contempla os seguintes temas:Características da Evangelização franciscana no Brasil: aspectos históricos;

Teologia da Vida Religiosa Consagrada;O jovem nos cenários contemporâneos;Pedagogia franciscana;Formar para a eclesialidade;Formar para a solidariedade com os empobrecidos;

Formar para os valores da Justiça, Paz e Integridade da Criação;Formar para a Missão e o diálogo inter-religioso e intercultural. A segunda etapa do Curso será também em Petrópolis e acontecerá de 09 a 21 de julho deste ano.A formação dos formadores é uma das preocupações da Ordem, ressaltada reiteradamente em capítulos gerais e lucidamente exigida pela Ratio Formationis Franciscanae (RFF 149, §1). A nossa Conferência dos Frades Menores promove este Curso desde o início dos anos 90, o que muito tem favorecido na capacitação e animação daqueles que atuam em diversas etapas da formação nas diferentes entidades.

Frei Beto Breis, ofm Delegado de SERFE\CFMB

De nossa Custodia estiveram presentes os freis: Steeven Tavares Diane, Joaquim Camilo Alves, João Lourenço Boga e José Ricardo Terencio da Silva.

Custodia do Sagrado Coração de Jesus envia frades para fazer o Curso para formadores, guardiães e animadores vocacionais da CFMB.

Paróquia Santuário Nossa Senhora de

LourdesFrades Franciscanos

Praça Frei Aurélio Di Falco, 21 - Vila Araceli - Garça- SPCep:17400-00Email: [email protected]/Fax: (14) 3471-0665