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trabalho da disciplina de processos construtivos 1, curso técnico em desenho da construção civil 1/2014TRANSCRIPT
DESENHO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
ELIANE CUNHA PEREIRA
GILDA NIRZA LIULLI LIULLI
JANE CATARINA PARREIRA LIMA DE GODOY
ROSIARIA ARAÚJO CAVALCANTE OLIVEIRA
Seminário Fundações Profundas e Indiretas
Monografia apresentada ao Desenho técnico de Construção Civil da Universidade Cruzeiro do Sul, como requisito parcial para obtenção da nota da matéria de
Processos Construtivos 1, orientado pela Prof.ª Adriana Ronchi.
RESUMO
Em busca de racionalização em obras residenciais, a construção civil vive em um constante
desenvolvimento de novos estudos, mais aprofundados, sobre métodos construtivos. Sendo a
fundação uma das etapas mais importantes e que possuem uma grande parcela no valor total de
uma obra popular, se faz necessárias pesquisas visando qual método é mais economicamente
viável, sem perda de desempenho, para cada caso. No Brasil existem métodos pouco difund idos
como o radier, que dependendo das condições do solo e da obra, podem apresentar melhor
relação custo x benefício que estacas ou sapatas, soluções essas que possuem grande
empregabilidade na região. Para o estudo comparativo entre os três métodos citados são
apresentados o dimensionamento, levantamento de quantitativos e custos globais de ambos os
métodos para uma habitação de pequeno porte.
INTRODUÇÃO
Este relatório se trata de assuntos relativos ao projeto e dimensionamento de elementos
especiais de fundações que não são empregados usualmente em estruturas correntes, como:
radiers e blocos sobre as estacas, tem a finalidade de orientar é dar subsídios para futuros
projetos de estruturas de fundações.
A escolha do tipo de fundação para uma determinada construção é feita após estudo que
considere as condições técnicas e econômicas da obra. Por meio do conhecimento dos
parâmetros do solo, da intensidade das ações, dos edifícios limítrofes e dos tipos de fundações
disponíveis no mercado, o engenheiro pode escolher qual a melhor a alternativa para satisfazer
tecnicamente e economicamente o caso em questão.
O projeto e execução de fundações requerem conhecimentos de geotécnica e cálculo estrutural.
Por exemplo, imaginando-se o caso de um edifício de concreto armado, construído num terreno
sem vizinhos, em geral, a estrutura é calculada por um engenheiro de estruturas que supõe os
apoios irremovível, daí resultando um conjunto de ações externas (forças verticais, horizonta is
e momentos) que é passado ao projetista de fundações.
Com auxílios de informações técnicas sobre geotécnica, o engenheiro de fundações projeta e
dimensiona os elementos de fundações de acordo com a obra desejada. Acontece que estas
fundações, quaisquer que sejam, quando em serviço, solicitarão o terreno, que se deforma, e
estas deformações resultam deslocamentos verticais (recalques), horizontais e rotações. Com
isto, a hipótese usual de apoios irremovível fica prejudicada, e nas estruturas hiperestáticas, que
são a grande maioria, os esforços solicitantes inicialmente calculados são modificados. Chega-
se assim, ao conhecido problema de interação solo-estrutura. Portanto, o projeto de estrutura
deve estar integrado ao projeto de fundações.
CONCEITO - FUNDAÇÕES
Fundações são os elementos estruturais com função de transmitir as cargas da estrutura ao
terreno onde ela se apoia (AZEREDO, 1988). Assim, as fundações devem ter resistênc ia
adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços solicitantes. Além disso, o solo
necessita de resistência e rigidez apropriadas para não sofrer ruptura e não apresentar
deformações exageradas ou diferenciais.
Para se escolher a fundação mais adequada, devem-se conhecer os esforços atuantes sobre a
edificação, as características do solo e dos elementos estruturais que formam as fundações.
Assim, analisa-se a possibilidade de utilizar os vários tipos de fundação, em ordem crescente
de complexidade e custos (WOLLE, 1993). Fundações bem projetadas correspondem de 3% a
10% do custo total do edifício; porém, se forem mal concebidas e mal projetadas, podem atingir
5 a 10 vezes o custo da fundação mais apropriada para o caso (BRITO, 1987).
PROCEDIMENTOS INVESTIGAÇÃO
Exame do Terreno
Muitas vezes o aspecto de um solo leva o técnico a considera-lo firme. No entanto, um exame
mais cuidadoso pode mostrar tratar-se de solo altamente compressível, exigindo consolidação
prévia. Este exame denomina-se sondagem e tem por finalidade verificar a natureza do solo, a
espessura das diversas camadas, a profundidade e a extensão da camada mais resistente que
deverá receber as cargas da construção, e determinar o tipo da estrutura de fundação a ser
especificada.
Para efeito prático na construção, a Mecânica dos Solos divide os materiais que ocorrem na
superfície da crosta terrestre em:
Rochas - solos rochosos (rochas em decomposição ou sã);
Solos Arenosos/Siltuosos - com propriedade de compacidade (grau de compacidade);
Solos Argilosos - com propriedade de consistência (limite de consistência).
Antes de se decidir pelo tipo de fundação em um terreno, é essencial que o profissional adote
os seguintes procedimentos:
-Visitar o local da obra, detectando a eventual existência de alagados, afloramento de rochas
etc.;
-Visitar obras em andamento nas proximidades, verificando as soluções adotadas;
-Fazer sondagem a trado (broca) com diâmetro de 2” ou 4”, recolhendo amostras das camadas
do solo até atingir a camada resistente;
-Mandar fazer sondagem geotécnica
Equipamentos de sondagem
Dependendo do tipo solo, a sondagem deverá utilizar o melhor processo que forneça indicações
precisas, sem deixar margem de dúvida para interpretação e que permitam resultados
conclusivos, indicando claramente a solução a adotar.
A sondagem mais executada em solos penetráveis é a sondagem geotécnica a percussão, de
simples reconhecimento, executada com a cravação de um barrilete amostrador, peça tubular
metálica robusta, oca, de ponta bizelada, que penetrando no solo, retira amostras sequentes, que
são analisadas visualmente e em laboratório para a classificação do solo e determina o SPT
(Standart Penetration Test), que é o registro da somatória do número de golpes para vencer os
dois últimos terços de cada metro, para a penetração de 15 cm. Nas próximas figuras são
mostrados um esquema do equipamento de sondagem geotécnica de percussão, a planta de
locação dos furos e um laudo de sondagem.
TIPOS DE FUNDAÇÕES
A escolha do tipo de fundação depende de alguns fatores como; carga da edificação;
Profundidade da camada resistente de solo; Custo do método executivo; Prazo de execução.
O principal fator a ser considerado no projeto de fundações é a Tensão Admissível, também
conhecida como resistência ou capacidade de carga do solo, a Tensão Admissível consiste no
limite de carga que o solo pode suportar sem se romper ou sofrer deformação exagerada.
QUADRO DEMONSTRATIVO DOS TIPOS DE SISTEMAS DE INFRAES TRUTURA DE
EDIFICAÇÕES E OBRAS DE ENGENHARIA
SISTEMA TIPO FORMA DE EXECUÇÃ
O
FORMA DE IMPLANTAÇÃO
EQUIPAMENTO
VANTAGENS DESVANTAGENS
Rasas ou
diretas
Alicerce ou
sapata corrida
Moldada in-
loco
Alvenaria de
tijolos maciços ou concreto
Não necessita
de equipamento especial
Simplicidade Exige cuidados especiais com
solo abaixo do lencol freático
Sapata isolada
Moldada in-loco
Concreto armado
Não necessita de
equipamento especial
Flexibilidade de formas
Exige cuidados especiais com a escavação
Placas ou Radiers
Moldada in-loco
Concreto armado Concreto
protendido
Equipamentos usuais das obras em
concreto
Baixo custo em terrenos homogêneos
Exige cuidados especiais no dimensionamento
Profundas ou especiais
Estaca de madeira
Pré-fabricada
Cravação Bata-estacas de gravidade
Baixo-custo Facilidade de corte e emenda Resistente ao
esforços de transporte e manuseio
Durabilidade ilimitada se usada em locais submersos (água
doce)
Pouca durabilidade em locais com variação de umidade Baixa resistencia a umidade e ataques de organismos
Estaca metálica
Pré-fabricada
Cravação Bate-estacas de gravidade ou a motor
Facilidade de cravação Maior garantia de integridade
Muito Resistente aos esforços de manuseio
Alto custo
Estaca de
concreto
Pré-
fabricada
Cravação Bate-estacas Grande durabilidade
Indicada para vários tipos de solicitações
Baixa resistência aos esforços
de manuseio e transporte Dif iculdade de execução de cortes e emendas Grande possibilidade de
falhas de integridade
Strauss Moldada in-loco
Cravação Bate-estacas simples
Baixo custo Equipamento com
boa mobilidade no canteiro
Grande possibilidade de falhas
Não pode ultrapassar o lençol freático
Siimplex Moldada in-loco
Cravação Bate-estacas Pode ultrapassar o lençol freático
Difícil de encontrar comercialmente
Franki Moldada in-
loco
Cravação Bate-estacas Admite altas cargas
Indicada para grandes profundidades
Grande possibilidade de
falhas de integridade Vibração excessiva no entorno
Recuperação de
patologias
Estaca Mega ou
prensada
Pré-fabricada
Cravação por reação
Macaco hidráulico
Indicada para recuperar estruturas
sem demolição
Alto custo Demorada
Estaca
injetada
Moldada in-
loco
Perfuração Perfuratriz e
equipamento de injeção
Indicada para
recuperar estruturas onde não é possível utilizar vibração (bate-estacas)
Alto custo
Equipamentos especiais
Obras
simples
Estaca
broca
Moldada in-
loco
Escavação Trado manual Rapidez
Baixo custo
Poucas profundidades
FUNDAÇÃO SUPERFICIAL OU DIRETA
Conceito:
Também chamada de fundação rasa ou direta, transmite a carga do edifício ao terreno através
das pressões distribuídas sob a base da fundação. As fundações superficiais estão assentadas a
uma profundidade de até duas vezes a sua menor dimensão em planta.
Os principais tipos de fundação superficial
BLOCO - é o elemento de fundação de concreto simples, dimensionado de maneira que as
tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de
armadura.
SAPATA - é um elemento de fundação de concreto armado, de altura menor que o bloco,
utilizando armadura para resistir a esforços de tração.
Sapatas isoladas
São aquelas que transmitem para o solo, através de sua base, a carga de uma coluna (pilar) ou
um conjunto de colunas.
Sapatas corridas
São elementos contínuos que acompanham a linha das paredes, as quais lhes transmitem a carga
por metro linear. Para edificações cujas cargas não sejam muito grandes, como residências,
pode-se utilizar alvenaria de tijolos. Caso contrário, ou ainda para profundidades maiores do
que 1,0 m tornam-se mais adequado e econômico o uso do concreto armado.
Sapatas associadas
Um projeto econômico deve ser feito com o maior número possível de sapatas isoladas. No
caso em que a proximidade entre dois ou mais pilares seja tal que as sapatas isoladas se
superponham, deve-se executar uma sapata associada. A viga que une os dois pilares denomina-
se viga de rigidez, e tem a função de permitir que a sapata trabalhe com tensão constante.
Sapatas alavancadas
No caso de sapatas de pilares de divisa ou próximos a obstáculos onde não seja possível fazer
com que o centro de gravidade da sapata coincida com o centro de carga do pilar, cria-se uma
viga alavanca ligada entre duas sapatas, de modo que um pilar absorva o momento resultante
da excentricidade da posição do outro pilar.
VIGA DE FUNDAÇÃO - é um elemento que recebe pilares alinhados, geralmente de concreto
armado; pode ter seção transversal tipo bloco, sem armadura transversal, sendo chamada de
baldrame.
GRELHA - elemento de fundação constituído por um conjunto de vigas que se cruzam nos
pilares.
CONCEITO:
São aquelas que transferem as cargas por efeito de atrito lateral do elemento com o solo e por
efeito de ponta. São sempre profundas, em função da forma de transmissão de carga para o solo
(atrito lateral) que exige grandes dimensões dos elementos de fundação.
Os principais tipos de fundação profunda:
ESTACA - elemento de fundação executado com auxílio de ferramentas ou equipamentos,
execução esta que pode ser por cravação a percussão, prensagem, vibração ou por escavação.
São elas:
BROCA
São estacas executadas “in loco” sem molde, por perfuração no terreno com o auxílio de um
trado (Ø 15 a 30 cm), sendo o furo posteriormente preenchido com o concreto apiloado.
O trado utilizado é composto de 04 facas, formando um recipiente acoplado a tubos de aço
galvanizado. Os tubos são divididos em partes de 1,20 metros de comprimento e à medida que
se prossegue a escavação, eles vão sendo sucessivamente emendados. A perfuração é feita por
rotação/compressão do tubo, seguindo-se da retirada do solo solto que se armazena dentro deste.
A capacidade de carga de Estacas – broca é de aproximadamente 4 a 5 tf. O seu emprego só se
dá acima do lençol freático. O seu comprimento máximo é em torno de 6 metros. Devido suas
características, a broca é usada somente para casos limitados e sua execução é feita
normalmente pelo pessoal da própria da obra. Devido a disponibilização de equipamentos, mão
de obra específica e materiais, as estacas brocas são de baixo custo quando comparadas à outros
tipos de fundações indiretas.
Vantagens
Facilidade de execução;
Baixo custo;
Disponibilidade de mão de obra;
Disponibilidade de materiais e equipamentos;
Aderência solo-concreto, devido à rugosidade do fuste da estaca.
Desvantagens
Baixa capacidade de carga;
Há perigo de introdução de solo no concreto, no processo de enchimento;
Possibilidade de estrangulamento do fuste;
Não há garantia da verticalidade;
Pequenos comprimentos máximos;
Trabalha apenas a compressão.
Controle de execução
Locação do centro das estacas;
Profundidade de escavação;
Tipo de solo retirado como amostra.
ESTACA INJETADA
A Norma de Fundações NBR 6122/96 define estaca injetada como sendo aquela na qual através
de injeção sob pressão de produtos aglutinantes, normalmente calda de cimento, procura-se
aumentar a resistência do atrito lateral, de ponta ou ambas.
A injeção deve ser feita de maneira a garantir que a estaca tenha a carga admissível prevista no
projeto e pode ser aplicada em um ou mais estágios. O consumo de cimento da calda ou
argamassa injetada deve ser no mínimo de 350 Kgf/m³. A resistência estrutural do fuste deve
ter um fator de segurança mínimo à ruptura de 2, calculada em relação às resistênc ias
características dos materiais. A capacidade de carga deve ser verificada experimentalmente,
através de provas de carga a compressão e ou tração.
Quando se utilizam estacas com diâmetros iguais ou menores que 20 cm atravessando espessas
camadas de argila mole devem ser considerados o efeito de flambagem na estaca. Neste caso,
a verificação da capacidade de carga à compressão não pode ser feita a partir de prova de carga
à tração.
O emprego deste tipo de estaca é indicado em todo tipo de fundação e em especial para
fundações de equipamentos industriais, reforços de fundações, locais com restrição de pé direito
ou dificuldade de acesso para equipamentos de grande porte, situações nas quais a execução
possa provocar vibrações, em casos onde é preciso atravessar matacões ou blocos de concreto
ou ainda quando existe necessidade de engaste da estaca no topo rochoso. A fundação injetada
tem produtividade média diária de 30 metros, capacidade de carga de 10 a 180 tf.
Vantagens
Não provoca vibrações e poluição sonora.
Podem ser executadas com maiores inclinações (0 à 90º)3
Fundação em locais de difícil acesso.
Pode ser usado com reforço de fundações já construídas.
Desvantagens
Custo elevado (alto consumo de cimento e de ferragens).
Impacto ambiental (desperdício de água).
Com o consumo elevado de água a obra torna-se alagada.
Metodologia executiva
Liberação formal das estacas a serem executadas, no tocante à sua locação e cotas, de acordo com o desenvolvimento dos trabalhos.
Posicionar a perfuratriz.
Verificar a verticalidade e/ou ângulo de inclinação de acordo com a característica da
estaca.
Centrar o tubo de revestimento no piquete de locação da estaca.
Estacas pré-moldadas
Caracterizam-se por serem cravadas no terreno, podendo-se utilizar os seguintes métodos:
Percussão;
Prensagem;
Vibração.
Podem ser fabricadas com diversos materiais, sendo as estacas de concreto e metálico as mais
usuais. Já as de madeiras são para obras provisórias.
Concreto metálico
Estacas moldadas in loco com tubo de revestimento
Estacas tipo franki - Estaca de concreto armado moldada in loco que emprega um tubo de
revestimento com ponta fechada, de modo que não há limitação de profundidade devido à
presença de água do subsolo.
Vantagens:
Grande área da base, fornecendo alta resistência de ponta;
Superfície do fuste (lateral) muito rugosa, fornecendo grande resistência lateral devido à boa ancoragem do fuste no solo;
Devido às condições de execução, o terreno fica fortemente comprimido;
Pode ser executada em grandes profundidades;
Suporta grande capacidade de carga.
Desvantagens:
Grande vibração durante a cravação;
Demora no tempo de execução;
Custo elevado da mão-de-obra.
Custo elevado da mão-de-obra.
Estacas Tipo Strauss - Elemento de fundação escavado mecanicamente, com o emprego de
uma camisa metálica recuperável, que define o diâmetro das estacas.
Vantagens
Ausência de vibrações e trepidações em prédios vizinhos;
Possibilidade de execução da estaca com o comprimento projetado;
Possibilidade de verificar durante a perfuração, a presença de corpos estranhos no
solo, matacões, etc, permitindo a mudança de locação antes da concretagem;
Possibilidade da constatação das diversas camadas e natureza do solo, pois a retirada
de amostras permite comparação com a sondagem à percussão;
Possibilidade de montar o equipamento em terrenos de pequenas dimensões;
Autonomia, importante em regiões ou locais distantes.
Desvantagens
Quando a pressão da água for tal que impeça o esgotamento da água no furo com a
sonda, a adoção desse tipo de estaca não é recomendável;
Em argilas muito moles saturadas e em areias submersas, o risco de seccionamento do
fuste pela entrada de solo é muito grande, e nesses casos esta solução não é indicada;
É indispensável um controle rigoroso da concretagem da estaca de modo a não ocorrer
falhas, pois a maior ocorrência de acidentes com estas estacas devem-se a deficiênc ias
de concretagem durante a retirada do tubo.
Estacas escavadas
Estaca escavada é um tipo de fundação profunda circular executada por escavação mecânica
(equipamento rotativo), com uso ou não de lama bentonítica ou uso de revestimento total ou
parcial, e posterior concretagem. A lama bentonítica é uma mistura de bentonita com água pura,
em misturador de alta turbulência, com a concentração variável em função da viscosidade e da
densidade que se pretende obter. A coluna de lama exerce sobre as paredes da vala uma pressão
que impede o desmoronamento, formando uma película impermeável denominada “cake”, a
qual dispensa o uso de revestimentos.
Vantagens
Execução sem vibração e ruídos;
Possibilidade de atravessar camadas do solo de grande resistência devido as ferramentas
de escavação;
Execução rápida;
Possibilidade de atingir grandes profundidades;
Possibilidade de resistir a grandes cargas com um único elemento de fundação,
Reduzindo deste modo o volume dos blocos;
Executada com ferramenta mecânica
Desvantagens
Difícil execução abaixo do nível da água
Difícil cravação em solo resistente
Estacas moldadas in loco escavadas mecanicamente
Hélice Contínua - Estaca de concreto moldada in loco, executada através de um equipamento
que possui um trado helicoidal contínuo, que retira o solo conforme se realiza a escavação, e
injeta o concreto simultaneamente, utilizando a haste central desse mesmo trado.
Estacas-Raiz - Estacas escavadas com perfuratriz, executadas com equipamento de rotação ou
rotopercussão com circulação de água, lama bentonítica ou ar comprimido.
Estaca barrete - Estacas escavadas com uso de lama bentonítica, executadas com
equipamentos de grande porte, como o “clam-shell”.
Estacas de madeira
As estacas de madeira são troncas de árvores cravados com bate-estacas. Antes da difusão do
uso do concreto elas eram empregadas quando a camada de apoio das fundações era profunda.
As estacas de madeiras devem ser de madeira dura, resistente, em peças retas, roliças e
descascadas. O diâmetro da seção pode variar de 18 a 35 cm e o comprimento de 5 a 8 metros,
geralmente limitado a 12 metros com emendas. No caso da necessidade de comprimentos
maiores as emendas deverão ser providenciadas com talas de chapas metálicas e parafusos,
devidamente dimensionados.
Quanto à posição, as estacas podem ser verticais e inclinadas, e quanto aos esforços a que ficam
sujeitas, classificam-se em estacas de compressão, tração e flexão. A vida útil de uma estaca de
madeira é praticamente ilimitada, quando mantida permanentemente abaixo do lençol freático.
Caso esteja sujeita a variação de umidade apodrecerá rapidamente. De qualquer maneira a
estaca deve receber tratamento de preservação para evitar o apodrecimento precoce e contra
ataques de insetos.
As qualidades da madeira a que mais se deve atender é: durabilidade e resistência ao choque.
As madeiras que melhor se adaptam a estas condições são: aroeira, maçaranduba, eucalipto,
peroba-do-campo.
A carga admissível depende das dimensões da estaca e da natureza das camadas atravessadas
no terreno. Durante a cravação, as cabeças das estacas devem ser protegidas por um anel
cilíndrico de aço, destinado a evitar seu rompimento sob os golpes do pilão, assim como é
recomendável o emprego de uma ponteira metálica, a fim de facilitar a penetração e proteger a
madeira.
Vantagens
Duração ilimitada quando mantida permanentemente abaixo do nível da água;
Custo relativamente baixo
Desvantagens
Duração muito pequena quando fica exposta;
Comprimento limitado a 12m
Obrigação de licença dos órgãos ambientais
Grande vibração durante a cravação
Estacas metálicas
Uma área na qual as estacas metálicas são muito utilizadas é nos reforços de fundações de
estruturas existentes, pois podem atingir profundidades elevadas, cravando-se pequenos
pedaços de trilhos simples ou compostos, emendados de topo por solda. A solda precisa ter
reforço de talas metálicas para enrijecer as juntas, que caracterizam um ponto fraco da estaca
se não for bem executada.
Vantagens
Inexistência de vibração quando se implantam os perfis por meio de percussão ou por
técnicas modernas tais como a perfuração com equipamentos de hélice contínua. Nesse
caso, substituem-se com muita vantagem as gaiolas de armação por uma peça estrutural
de aço, tendo como resultado a consequente diminuição de mão-de-obra e agilização
dos serviços.
Possibilidade de cravação em solos de difícil transposição, sem o inconveniente do
levantamento de estacas vizinhas já cravadas (como ocorre em estacas pré-moldadas de
concreto e Franki) e sem perdas de estacas quebradas.
Resistência a esforços elevados de tração, na mesma grandeza de cargas de compressão,
e de flexão; além de trabalharem cargas horizontais e cargas combinadas.
Possibilita o tratamento para reduzir o efeito do “atrito negativo”.
Disponibilidade no mercado de grande número de bitolas possibilitando a otimização
entre as cargas atuantes e as cargas resistentes;
Maior facilidade de manuseio e armazenamento devido ao menor peso e volume das
peças quando comparados com os elementos pré-moldados de concreto (Obs.: O peso
específico do concreto é menor do que o do aço);
Redução das perdas devido à inexistência de quebras (Maior limite de plasticidade do
que estacas de concreto);
Facilidade de emenda (através da solda nos topos) e corte;
Podem ser reaproveitadas (possibilita utilização em estruturas temporárias);
Provocam pequeno deslocamento do solo (perturbação do solo durante a cravação é
pequena).
Desvantagens
Alto custo quando comparada às estacas pré-moldadas, estacas Franki e estacas Strauss;
Atacável por águas agressivas e solos corrosivos (pântanos, pontos alcalinos, solos
contaminados);
Para fabricação exige maquinário específico, a distância entre fabricação e destino pode
acarretar custos altos;
TUBULÃO
São elementos de fundação profunda construídos concretando-se um poço (revestido ou
não) aberto no terreno, geralmente dotado de base alargada. Diferenciam-se das estacas
porque em sua etapa final é necessário a descida de um operário para completar a
geometria ou fazer a limpeza. De acordo com a NBR 6122/96 devem-se evitar alturas H
superiores a 2m. Deve-se evitar trabalho simultâneo em bases alargadas de tubulões,
cuja distância, seja inferior o diâmetro da maior base. Quando é necessário executar
abaixo do NA utiliza-se o recurso do ar comprimido.
Este tipo de fundação em breve será proibido no Brasil, como já acontece em países
desenvolvidos.
a) A céu aberto
- Revestido
- Não revestido
São em eral utilizados acima do nível d’água.
b) Pneumáticos ou Ar Comprimido
- Revestimento de concreto armado
- Revestimento de aço (Benoto).
São utilizados abaixo do nível d’água.
Observações:
• Em uma fundação por tubulões, é necessária a descida de um técnico para inspecionar
o solo de apoio da base, medidas de fuste e base, verticalidade, etc..
• Em geral, apenas um tubulão já absorve a carga total de um pilar.
TIPOS DOS TUBULÕES
Tubulão a céu aberto
Escavada manualmente, não pode ser executado abaixo do nível d’água.
Tubulão a ar comprimido
Utilizado em terrenos que apresentam dificuldade de empregar escavação mecânica ou
cravação de estacas, como em áreas com alta densidade de matacões, lençóis d’água elevados
ou cota insuficiente entre o terreno e o apoio da fundação.
Análise de custo das fundações profundas
Considerando uma escala relativa de custos da utilização de fundações profundas,
podemos, de um modo genérico, afirmar que:
A estaca pré-moldada é uma das soluções mais econômicas;
A estaca tipo hélice já foi considerada de custo elevado, porém, devido a sua alta produtividade
e ao aumento da demanda, houve uma progressiva redução de custos ao longo dos anos;
A estaca Franki é considerada mais custosa que as estacas anteriores (pré-moldada e hélice),
porém de custo inferior a estaca raiz;
A estaca do tipo raiz apresenta alto custo;
O tubulão é uma solução viável quando utilizado acima do nível d’água e com pequenas
profundidades, de 4 a 6 m.
CONCLUSÃO
O melhor tipo de fundação é aquela que suporta as cargas da estrutura com segurança e se
adequada aos fatores topográficos, maciço de solos, aspectos técnicos e econômicos, sem afetar
a integridade das construções vizinhas. É importante a união entre os projetos estrutural e o
projeto de fundações num grande e único projeto, uma vez que mudanças em um provocam
reações imediatas no outro, resultando obras mais seguras e otimizadas.
Bibliografia:
• Apostila de fundações da disciplina: Tecnologia da construção de Edifícios 1. Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo.
• Material de aula da disciplina Tecnologia da construção de edifícios
1. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Bibliografia complementar
http://etg.ufmg.br/~jisela/pagina/notas%20aula%20Terraplenagem.pdf
http://www.habitare.org.br/pdf/publicacoes/arquivos/20.pdf
http://www.dicionarioinformal.com.br/terraplanagem/
http://alcaz.com.br/tecnologia/?p=929&print=1