fundaÇÃo de vigilÂncia em saÚde do amazonas boletim ... · as arboviroses compreendem um...

8
SALA DE RESPOSTA RÁPIDA PARA O SURTO DE Boletim Epidemiológico Arboviroses FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS As arboviroses compreendem um conjunto de doenças causadas por vírus que podem ser transmidos aos seres humanos e outros animais, principalmente, pela picada de mosquitos artrópodes. Dentre as arboviroses de maior importância para a saúde pública, destacam-se a dengue, chikungunya e zika, cujo principal vetor nas Américas é o Aedes aegyp. Essas arboviroses são de grande relevância devido ao elevado número de casos e a possibilidade de desenvolvimento de desfechos graves que vão desde hemorragia sistêmica no caso da dengue, artrite crônica em chikungunya e microcefalia em neonatos filhos de mulheres infectadas com zika¹. No estado do Amazonas ocorre a circulação simultânea das três arboviroses, sendo que a dengue foi a primeira a se estabelecer na região. O vírus da dengue (DENV) foi introduzido no Amazonas em 1998 e, desde então, tem sido responsável por surtos e epidemias que variam de magnitude e extensão. A maior epidemia provocada por DENV ocorreu em 2011, com mais de 60 mil casos noficados. Os primeiros registros de chikungunya no estado ocorreram em junho de 2014. Nesse ano, foram noficados 31 casos suspeitos, sendo nove confirmados e todos importados. A entrada do vírus zika no Amazonas ocorreu em outubro de 2015, quando foram noficados 159 casos suspeitos da doença. Em 2016 houve aumento expressivo no número de noficações de casos suspeitos (6.090 casos), dos quais 95% foram em residentes de Manaus. Este bolem tem o objevo de descrever a situação epidemiológica da dengue, chikungunya e zika, no estado do Amazonas, no período de 1º de setembro de 2019 a 28 de fevereiro de 2020. Para tal, foi realizado um estudo descrivo dos casos noficados dessas três arboviroses, considerando as Regionais de Saúde e Municípios do estado do Amazonas como unidade de análise. Ulizou-se como fonte de dados a base individual, previamente tratada em relação a duplicidades e inconsistências, proveniente do Sistema de Informação de Agravos de Noficação (SINAN). I. INTRODUÇÃO A ocorrência de casos de dengue no estado do Amazonas apresenta sazonalidade caracterizada pelo aumento no número de casos da doença nos meses de setembro e angindo o pico epidêmico no primeiro trimestre de cada ano. A parr da semana 36 (setembro) de 2019 foi observado aumento no número de casos de dengue, angindo o maior número de casos noficados na semana 48 (dezembro) de 2019. O número de casos de dengue registrados nas primeiras semanas de 2020 permanece superior ao noficado em igual período de 2019. Vale destacar que devido ao atraso na alimentação do sistema de informação, é possível que o número de casos de dengue seja superior ao mostrado nas semanas 3 a 6 de 2020 (Figura 1). II. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA NO AMAZONAS ANO 2020 - Nº2 04 de Março de 2020 Figura 1. Curva epidêmica de dengue, por semana epidemiológica, em residentes do estado do Amazonas Fonte: Sinan On-line, acesso em 03/03/2020. Semana 26 Semana 27 Semana 28 Semana 29 Semana 30 Semana 31 Semana 32 Semana 33 Semana 34 Semana 35 Semana 36 Semana 37 Semana 38 Semana 39 Semana 40 Semana 41 Semana 42 Semana 43 Semana 44 Semana 45 Semana 46 Semana 47 Semana 48 Semana 49 Semana 50 Semana 51 Semana 52 Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Semana 6 Semana 7 Semana 8 Semana 9 Semana 10 Semana 11 Semana 12 Semana 13 Semana 14 Semana 15 Semana 16 Semana 17 Semana 18 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 Casos Notificados Período epidêmico Epi 2018/2019 Epi 2019/2020

Upload: others

Post on 10-Aug-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS Boletim ... · As arboviroses compreendem um conjunto de doenças causadas por vírus que podem ser transmidos aos seres humanos e

SA

LA

DE

RE

SP

OS

TA

PID

A P

AR

A O

SU

RT

O D

E

Boletim Epidemiológico ArbovirosesFUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS

As arboviroses compreendem um conjunto de doenças causadas por vírus que podem ser transmi�dos aos seres humanos e outros animais, principalmente, pela picada de mosquitos artrópodes. Dentre as arboviroses de maior importância para a saúde pública, destacam-se a dengue, chikungunya e zika, cujo principal vetor nas Américas é o Aedes aegyp�. Essas arboviroses são de grande relevância devido ao elevado número de casos e a possibilidade de desenvolvimento de desfechos graves que vão desde hemorragia sistêmica no caso da dengue, artrite crônica em chikungunya e microcefalia em neonatos filhos de mulheres infectadas com zika¹.

No estado do Amazonas ocorre a circulação simultânea das três arboviroses, sendo que a dengue foi a primeira a se estabelecer na região. O vírus da dengue (DENV) foi introduzido no Amazonas em 1998 e, desde então, tem sido responsável por surtos e epidemias que variam de magnitude e extensão. A maior epidemia provocada por DENV ocorreu em 2011, com mais de 60 mil casos no�ficados. Os primeiros registros de chikungunya no estado ocorreram em junho de 2014. Nesse ano, foram no�ficados 31 casos suspeitos, sendo nove confirmados e todos importados. A entrada do vírus zika no Amazonas ocorreu em outubro de 2015, quando foram no�ficados 159 casos suspeitos da doença. Em 2016 houve aumento expressivo no número de no�ficações de casos suspeitos (6.090 casos), dos quais 95% foram em residentes de Manaus.

Este bole�m tem o obje�vo de descrever a situação epidemiológica da dengue, chikungunya e zika, no estado do Amazonas, no período de 1º de setembro de 2019 a 28 de fevereiro de 2020. Para tal, foi realizado um estudo descri�vo dos casos no�ficados dessas três arboviroses, considerando as Regionais de Saúde e Municípios do estado do Amazonas como unidade de análise. U�lizou-se como fonte de dados a base individual, previamente tratada em relação a duplicidades e inconsistências, proveniente do Sistema de Informação de Agravos de No�ficação (SINAN).

I. INTRODUÇÃO

A ocorrência de casos de dengue no estado do Amazonas apresenta sazonalidade caracterizada pelo aumento no número de casos da doença nos meses de setembro e a�ngindo o pico epidêmico no primeiro trimestre de cada ano. A par�r da semana 36 (setembro) de 2019 foi observado aumento no número de casos de dengue, a�ngindo o maior número de casos no�ficados na semana 48 (dezembro) de 2019. O número de casos de dengue registrados nas primeiras semanas de 2020 permanece superior ao no�ficado em igual período de 2019. Vale destacar que devido ao atraso na alimentação do sistema de informação, é possível que o número de casos de dengue seja superior ao mostrado nas semanas 3 a 6 de 2020 (Figura 1).

II. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA NO AMAZONAS

ANO 2020 - Nº2 04 de Março de 2020

Figura 1. Curva epidêmica de dengue, por semana epidemiológica, em residentes do estado do Amazonas

Fonte: Sinan On-line, acesso em 03/03/2020.

Sem

ana

26

Sem

ana

27

Sem

ana

28

Sem

ana

29

Sem

ana

30

Sem

ana

31

Sem

ana

32

Sem

ana

33

Sem

ana

34

Sem

ana

35

Sem

ana

36

Sem

ana

37

Sem

ana

38

Sem

ana

39

Sem

ana

40

Sem

ana

41

Sem

ana

42

Sem

ana

43

Sem

ana

44

Sem

ana

45

Sem

ana

46

Sem

ana

47

Sem

ana

48

Sem

ana

49

Sem

ana

50

Sem

ana

51

Sem

ana

52

Sem

ana

1

Sem

ana

2

Sem

ana

3

Sem

ana

4

Sem

ana

5

Sem

ana

6

Sem

ana

7

Sem

ana

8

Sem

ana

9

Sem

ana

10

Sem

ana

11

Sem

ana

12

Sem

ana

13

Sem

ana

14

Sem

ana

15

Sem

ana

16

Sem

ana

17

Sem

ana

18

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Casos

Notificados

Período epidêmicoEpi 2018/2019Epi 2019/2020

Page 2: FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS Boletim ... · As arboviroses compreendem um conjunto de doenças causadas por vírus que podem ser transmidos aos seres humanos e

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES

02

Na comparação entre os períodos de setembro de 2019 a fevereiro de 2020 com igual período do ano anterior, foi observado um aumento de 479% no número de casos de dengue no estado do Amazonas (Tabela 2). O número de casos de dengue aumentou em 19 municípios, dentre os quais destacam-se: Carauari, Benjamin Constant, Taba�nga, Eirunepé, Humaitá, São Gabriel da Cachoeira, Guajará e a capital Manaus. Observa-se que em Manaus houve aumento de 34% no número de casos de dengue no período analisado.

Tabela 1. Distribuição dos casos no�ficados e variação proporcional de Dengue, por município de residência no Amazonas*

Município Casos de Dengue

Var.(%) Incidência

set/19 a fev/20 (casos/100 mil)

Participação (%)

set/18 a fev/19 e

Epi 2018/2019 Epi 2019/2020 set/19 e fev/20

ESTADO DO AMAZONAS 1,287 7,455 479.3% 363.9 100.0% Carauari 1 976 97500.0% 7017.8 13.1% Benjamin Constant 1 800 79900.0% 3746.1 10.7% Tabatinga 10 703 6930.0% 2151.8 9.4% Eirunepé 4 214 5250.0% 1230.2 2.9% Envira 1 49 4800.0% 493.9 0.7% Humaitá 11 508 4518.2% 1860.2 6.8% São Gabriel da Cachoeira 46 1,465 3084.8% 6499.7 19.7% Guajará 134 1,465 993.3% 17765.1 19.7% Parintins 4 23 475.0% 40.9 0.3% Manacapuru 5 23 360.0% 47.9 0.3% Lábrea 7 29 314.3% 127.1 0.4% Rio Preto da Eva 1 4 300.0% 24.1 0.1% Coari 2 8 300.0% 19.1 0.1% Novo Airão 2 7 250.0% 72.3 0.1% Iranduba 6 16 166.7% 67.0 0.2% Ipixuna 2 5 150.0% 33.8 0.1% Careiro 1 2 100.0% 10.7 0.0% Autazes 1 2 100.0% 10.2 0.0% Manaus 659 883 34.0% 81.7 11.8% Manicoré 0 1 - 3.6 0.0% Jutaí 0 52 - 760.1 0.7% Japurá 0 2 - 172.0 0.0% Boa Vista do Ramos 0 2 - 21.0 0.0% Beruri 0 1 - 10.2 0.0% Urucurituba 0 1 - 8.7 0.0% Urucará 0 2 - 25.3 0.0% Tonantins 0 1 - 10.8 0.0% São Paulo de Olivença 0 15 - 77.0 0.2% Santo Antônio do Içá 0 4 - 38.4 0.1% Presidente Figueiredo 0 28 - 155.0 0.4% Juruá 0 2 - 27.3 0.0% Itamarati 0 1 - 26.2 0.0% Codajás 0 1 - 7.0 0.0% Barreirinha 0 1 - 6.3 0.0% Barcelos 0 4 - 29.6 0.1% Atalaia do Norte 0 27 - 272.4 0.4% Alvarães 0 8 - 101.2 0.1% Manaquiri 0 1 - 6.2 0.0% Careiro da Várzea 1 1 0.0% 6.7 0.0% Maraã 1 1 0.0% 11.2 0.0% Borba 26 25 -3.8% 123.0 0.3% Tefé 86 52 -39.5% 178.4 0.7% Maués 3 1 -66.7% 3.2 0.0% Itacoatiara 24 7 -70.8% 14.0 0.1% Novo Aripuanã 23 4 -82.6% 31.5 0.1% Boca do Acre 213 28 -86.9% 165.8 0.4% Nova Olinda do Norte 1 -100.0% 0.0 0.0% Apuí 1 -100.0% 0.0 0.0% Tapauá 10 -100.0% 0.0 0.0%

Em relação à faixa etária mais acome�da por dengue, destaca-se o maior número de casos em adultos jovens com idade entre 20 e 39 anos, de ambos os sexos (Figura 2).

Fonte: Sinan On-line, acesso em 03/03/2020.

Page 3: FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS Boletim ... · As arboviroses compreendem um conjunto de doenças causadas por vírus que podem ser transmidos aos seres humanos e

Figura 2. Casos de dengue por sexo e faixa etária, no estado do Amazonas, setembro de 2019 a fevereiro de 2020

03

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES

Faixa etária

0200400600

Masculino

0 200 400 600 800

Feminino

60 anos ou mais

50 a 59 anos

40 a 49 anos

30 a 39 anos

20 a 29 anos

15 a 19 anos

10 a 14 anos

5 a 9 anos

1 a 4 anos

< 1 ano

Dengue

Fonte: SINAN/FVS-AM (3/3/2020). Nota: 01 de setembro de 2019 a 28 de fevereiro de 2020. Dados sujeitos a revisão.

Do total de casos de dengue registrados no período de setembro/2019 a fevereiro/2020, 39,9% foram de dengue clássico e apenas 16 casos (0,21%) evoluíram para casos graves (Figura 3).

Figura 3. Casos de dengue segundo classificação da gravidade, no estado do Amazonas, setembro de 2019 a fevereiro

de 2020

Fonte: Sinan/FVS-AM (03/03/2020). Nota: 01 de setembro de 2019 a 28 de fevereiro de 2020. Dados sujeitos a revisão.

Dengue com sinais de alarme

0.21%

(16)

Em investigação

27.43%

(2,045)

Dengue Clássico

39.95%

(2,978)

Descartado

32.33%

(2,410)

Classificação (grupo)Dengue Clássico

Dengue com sinais de alarme

Dengue grave

Descartado

Em investigação

� Destaca-se que 49,9% dos casos de dengue foram confirmados por exames laboratoriais e 22,4% por vínculo clínico-epidemiológico (Figura 4).

Figura 4. Casos de dengue segundo critério de confirmação, no estado do Amazonas, setembro de 2019 a fevereiro de

2020

Clínico Epidemiológico

22.44%

(1,673)

Em inves�gação

27.57%

Laboratório

49.99%

(3,727) Critério (grupo)Clínico Epidemiológico

Em investigação

Laboratório

� Dentre as 126 amostras com soro�pos determinados, 124 (98%) são DENV1 e 2 (2%) DENV2. A circulação de DENV2 foi detectada no município de Taba�nga e Itacoa�ara (Figura 5).

(2,055)

Fonte: Sinan/FVS-AM (03/03/2020). Nota: 01 de setembro de 2019 a 28 de fevereiro de 2020. Dados sujeitos a revisão.

Page 4: FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS Boletim ... · As arboviroses compreendem um conjunto de doenças causadas por vírus que podem ser transmidos aos seres humanos e

04

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES

Figura 5. Distribuição espacial dos casos de dengue segundo sorotipo circulante, no estado do Amazonas, setembro de 2019 a

fevereiro de 2020

São Gabriel da Cachoeira

Pres. Figueiredo

Itacoa�ara

Manaus

Taba�nga

Carauari

Eirunepé

Atalaia do Norte

III. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA CHIKUNGUNYA NO AMAZONAS

Foi observado aumento no número de casos de chikungunya a par�r de dezembro de 2019. Em dezembro/2019 e janeiro/2020 o número de casos registrados superaram aqueles no�ficados em igual período do ano anterior (Figura 6).

Figura 6. Curva epidêmica de chikungunya, por semana epidemiológica, em residentes do estado do Amazonas

Comparando o período epidêmico de 2018/2019 e 2019/2020, houve no�ficação de de casos de chikungunya em 7 municípios (Tabela 3). Dentre esses municípios, São Gabriel da Cachoeira, Taba�nga, Carauari, Novo Airão, Parin�ns e Presidente Figueiredo apresentam circulação simultânea de dengue e chikungunya.

AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Casos

Notificados

Período epidêmicoEpi 2018/2019Epi 2019/2020

Fonte: Sinan On-line, acesso em 03/03/2020.

Page 5: FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS Boletim ... · As arboviroses compreendem um conjunto de doenças causadas por vírus que podem ser transmidos aos seres humanos e

Tabela 2. Distribuição dos casos notificados e variação proporcional de Dengue, por município de residência no Amazonas*

Fonte: Sinan/FVS-AM. Acesso em 03/03/2020. Nota: 01 de setembro de 2019 a 28 de fevereiro de 2020. Dados sujeitos a revisão.

05

Figura 7. Casos de chikungunya por sexo e faixa etária, no estado do Amazonas, setembro de 2019 a fevereiro de 2020

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES

O grupo mais acome�da por zika foram mulheres adultas, conforme detalhado na Figura 9.

Var.(%)

set/18 a fev/19 e

Epi 2018/2019 Epi 2019/2020 set/19 e fev/20

ESTADO DO AMAZONAS 54 56 3,7% 2,7 100,0%

São Gabriel da Cachoeira 2 4 100% 17,7 7,1%

Presidente Figueiredo 0 9 - 49,8 16,1%

Parintins 0 8 - 14,2 14,3%

Novo Airão 0 7 - 72,3 12,5%

Carauari 0 1 - 7,2 1,8%

Boca do Acre 0 1 - 5,9 1,8%

Tabatinga 0 1 - 3,1 1,8%

Manaus 40 22 -45% 2,0 39,3%

Borba 10 3 -70% 14,8 5,4%

Maués 1 -100% 0,0 0,0%

Ipixuna 1 -100% 0,0 0,0%

MunicípioCasos de Dengue

Incidência

set/19 a fev/20

(casos/100 mil)

Participação

(%)

Faixa etária

02468

Masculino

0 2 4 6 8

Feminino

60 anos ou mais

50 a 59 anos

40 a 49 anos

30 a 39 anos

20 a 29 anos

15 a 19 anos

10 a 14 anos

5 a 9 anos

1 a 4 anos

< 1 ano

Chikungunya

Fonte: Sinan/FVS-AM (03/03/2020). Nota: 01 de setembro de 2019 a 28 de fevereiro de 2020. Dados sujeitos a revisão.

Observou-se aumento grada�vo no número de casos de zika desde dezembro de 2019 até fevereiro de 2020. É importante destacar que devido o atraso na digitação das no�ficações, o número de casos de zika permanece superior ao registrado em igual período do ano anterior (Figura 8).

IV. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA ZIKA NO AMAZONAS

Figura 8. Curva epidêmica de zika, por mês, em residentes do estado do Amazonas

AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO

0

5

10

15

20

25

30

Casos

Notificados

Período epidêmicoEpi 2018/2019Epi 2019/2020

Fonte: Sinan, acesso em 03/03/2020.

Page 6: FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS Boletim ... · As arboviroses compreendem um conjunto de doenças causadas por vírus que podem ser transmidos aos seres humanos e

Faixa etária

0123

Masculino

0 2 4 6

Feminino

60 anos ou ma..

40 a 49 anos

30 a 39 anos

20 a 29 anos

15 a 19 anos

10 a 14 anos

5 a 9 anos

1 a 4 anos

< 1 ano

Zika

06

Na comparação entre os períodos de setembro de 2019 a fevereiro de 2020 com igual período do ano anterior, observa-se redução no número de casos de zika (-48%). Embora estejam ocorrendo registros de casos de zika em 6 municípios, o estado apresenta o número de casos menor do que o registrado em igual período no ano anterior. O município de Manaus e Novo Airão são os municípios com maior número de casos (Tabela 3).

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES

Tabela 3. Distribuição dos casos notificados e variação proporcional de zika, por município de residência no Amazonas*

Fonte: Sinan/FVS-AM. Acesso em 03/03/2020. Nota: 01 de setembro de 2019 a 28 de fevereiro de 2020. Dados sujeitos a revisão.

Var.(%)

set/18 a fev/19 e

Epi 2018/2019 Epi 2019/2020 set/19 e fev/20

ESTADO DO AMAZONAS 65 34 -48% 1,7 100,0%

Novo Airão 2 5 150% 51,6 14,7%

Benjamin Constant 0 1 - 4,7 2,9%

Tabatinga 1 1 0% 3,1 2,9%

Itacoatiara 4 3 -25% 6,0 8,8%

Borba 3 2 -33% 9,8 5,9%

Manaus 44 22 -50% 2,0 64,7%

Tapauá 3 0 -100% 0,0 0,0%

São Gabriel da Cachoeira 3 0 -100% 0,0 0,0%

Manacapuru 2 0 -100% 0,0 0,0%

Lábrea 1 0 -100% 0,0 0,0%

Iranduba 1 0 -100% 0,0 0,0%

Autazes 1 0 -100% 0,0 0,0%

MunicípioCasos de Dengue

Incidência

set/19 a fev/20

(casos/100 mil)

Participação

(%)

O grupo mais acome�da por zika foram mulheres adultas, conforme detalhado na Figura 9.

Figura 9. Casos de zika por sexo e faixa etária, no estado do Amazonas, setembro de 2019 a fevereiro de 2020

Fonte: SINAN/FVS-AM (3/3/2020). Nota: 01 de setembro de 2019 a 28 de fevereiro de 2020. Dados sujeitos a revisão.

V. VULNERABILIDADE

A presença de mosquitos Aedes aegyp� foi detectada em 46 (74%) municípios do Amazonas, sendo encontrado, portanto, em todas as Regionais de Saúde do estado (Figura 10). Desse total, 14 (22%) municípios são considerados prioritários para a vigilância epidemiológica das arboviroses, por reunirem critérios de risco para essas doenças como histórico de grandes epidemias, elevada densidade populacional e índice de infestação de vetores.

Figura 10. Municípios infestados por Aedes aegypti no estado do Amazonas, fevereiro 2020

Fonte: SISPNCD. Base de dados de 27/02/2020.

Page 7: FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS Boletim ... · As arboviroses compreendem um conjunto de doenças causadas por vírus que podem ser transmidos aos seres humanos e

07

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES

De acordo com o resultado do Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegyp� (LIRAa), 5 municípios apresentam Alto Risco, são eles: Lábrea, Novo Aripuanã, Novo Airão, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira (Tabela 4). Além disso 14 municípios estão em situação de Médio Risco e 2 municípios não realizaram as ações de monitoramento da infestação de vetores.

Tabela 4. Resultado do Levantamento Rápido de Índices de Infestação - 1º LIRAa - Janeiro/2020

Fonte: SISPNCD (março/2020)

IIP - índices de Infestação Predial (imóveis)

IB - índices de Breteau (depósitos)

TIPO DE DEPÓSITOS

A1 = caixa d'água elevada,ligada à rede.

A2 = depósitos de armazenamento de água (no nível do solo)consumo doméstico tina tonél, tanque, barril, depósito de barro, cachimba, poço, cisterna.

B = depósitos móveis, vasos, frascos c/ água, pratos, pingadeiras, bebedouros em geral.

C = depósitos fixos (tanques/depositos em obras,borracharias e hortas,calhas e lages em desníveis,sanitários em desuso,piscinas não tratadas,fontes

ornaMédiofloreiras em cemitérios, cacos em muros,toldo, peças arquitet.(caixas de inspeção/passagem)

D1 = pneu, outros, materiais rodantes.

D2 = lixo recipientes, garrafas, latas,sucatas,entulho etc.

IIP IB IIP IB A1 A2 B C D1 D2 E

AMAZONAS 1,8 2,1 0,8 1,0 2,1 23,0 16,1 2,6 8,4 23,6 1,1 Médio Risco

Alvarães 0,1 0,1 0,0 0,0 0 0 0 0 0 100 0 Baixo RiscoApuí 0,0 0,0 3,6 3,6 0 0 0 0 0 0 0 Baixo RiscoAnori 0,0 0,0 0,0 0,0 0 0 0 0 0 0 0 Baixo RiscoAutazes 0,0 0,0 0,0 0,0 0 0 0 0 0 0 0 Baixo RiscoBarcelos 0,2 0,3 0,7 0,9 0 20 0 0 0 80 Baixo RiscoBenjamin Constant 0,6 0,6 0,0 0,0 12,5 0 25 62,5 0 Baixo RiscoBeruri 0,1 0,3 0,0 0,0 50 50 0 0 0 0 0 Baixo RiscoBoa Vista do Ramos 0,5 1,0 0,0 0,0 0 0 37,5 0 62,5 0 0 Baixo RiscoBoca do Acre 1,3 1,6 0,0 0,0 0 17,2 31 0 31 20,7 0 Médio RiscoBorba 1,5 1,5 1,1 1,1 0 25 25 0 5 45 0,0 Médio RiscoCarauari 1,3 1,3 0,1 0,1 0 14,3 52,4 4,8 9,5 9,5 9,5 Médio RiscoCareiro 0,0 0,0 0,8 0,9 0 0 0 0 0 0 0 Baixo RiscoCoari 2,3 3,5 0,0 0,0 0 47,6 40,5 3,6 0 8,3 0 Médio RiscoCodajás 0,0 0,0 0,0 0,0 0 0 0 0 0 0 0 Baixo RiscoEirunepé 0,9 0,9 0,0 0,0 37,5 25 12,5 12,5 12,5 Baixo RiscoFonte Boa Não realizou NRGuajará 1,3 1,3 0,0 0,0 0 75 12,5 0 0 12,5 0 Médio RiscoHumaitá 3 3,8 0,0 0,0 0 14,9 4,5 7,5 20,9 52,2 0 Médio RiscoIranduba 1,7 1,7 0,8 0,8 0 78,6 3,6 0 10,7 7,1 0 Médio RiscoItacoatiara 2,5 2,5 4,0 4,0 0 11,1 30,3 5,1 34,3 18,2 Médio RiscoItapiranga Não realizou NRJapurá 0,1 0,1 0,0 0,0 0 100 0 0 0 0 0 Baixo RiscoJutaí 3,2 3,9 0,0 0,0 11,8 29,4 23,5 29,4 5,9 Médio RiscoLábrea 6,0 6,5 0,0 0,0 0 9,7 27,8 1,4 18,1 37,5 5,6 Alto RiscoManacapuru 0,5 0,6 0,9 1,3 8 52 16 4 4 8 8 Baixo RiscoManaquiri 0,0 0,0 1,2 1,2 0 0 0 0 0 0 0 Baixo RiscoManaus 2,0 2,6 0,9 1,1 0 32,5 21,6 3,7 12,8 29,1 0,4 Médio RiscoManicore 0,8 2,3 0,0 0,0 13 0 34,8 4,3 4,3 4,5 0 Baixo RiscoMaués 1,6 4,9 3,1 3,0 3,8 13,8 0 6,3 76,8 2,5 Médio RiscoNhamundá 0,0 0,0 0,0 0,0 0 0 0 0 0 0 0 Baixo RiscoNova Olinda do Norte 0,5 0,6 0,8 1,3 0 14,3 14,3 0 0 71,4 Médio RiscoNovo Airão 4,1 4,6 7,8 10,4 37,3 32,8 4,5 6 19,4 0 Alto RiscoNovo Aripuanã 8,9 10,1 4,2 6,8 0 6,8 16,5 1 3,9 66 5,8 Alto RiscoParintins 0,5 0,7 0,8 1,6 4,2 0,0 41,7 0 16,7 37,5 Baixo RiscoPresidente Figueiredo 0,4 0,4 1,4 2,0 0 12,5 0 0 37,5 50 0 Baixo RiscoRio Preto da Eva 0,0 0,0 2,1 2,1 0 0 0 0 0 0 0 Baixo RiscoSanta Isabel do Rio Negro 14,1 14,1 0,0 0,0 0,8 8 32,8 4,8 15,2 38,4 0 Alto RiscoSanto Antonio do Íça 1,0 1,0 0,0 0,0 0 26,7 40 0 0 26,7 6,1 Médio RiscoSão Gabriel da Cachoeira 11,0 12,6 0,0 0,0 0 36,3 22,5 6,9 13,7 19,6 1 Alto RiscoSão Paulo de Olivença 0,0 0,0 0,0 0,0 0 0 0 0 0 0 0 Baixo RiscoTabatinga 2,0 2,1 0,0 0,0 0 18,2 12,1 18,2 0 51,5 0 Médio RiscoTapauá 0,7 0,7 0,0 0,0 0 40 40 0 0 20 0 Baixo RiscoTefé 2,3 2,6 0,0 0,0 66 21,3 4,3 2,1 6,4 0 Médio RiscoTonantins 0,5 0,5 0,0 0,0 100 0 0 0 0 0 Baixo RiscoUrucurituba 0,0 0,0 0,0 0,0 0 0 0 0 0 0 0 Baixo Risco

Município

1º LIRAa - 2020 - 06 a 25/01/2020

RiscoAedes aegypti Aedes albopictus Depósitos predominantes (%)

Page 8: FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS Boletim ... · As arboviroses compreendem um conjunto de doenças causadas por vírus que podem ser transmidos aos seres humanos e

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES

Considerando as condições de vulnerabilidade para ocorrência de dengue (índice de infestação predial, incidência de dengue, depósito predominante e densidade populacional), 18 municípios apresentam alto risco de epidemias, são eles: Barcelos, Borba, Carauari, Coari, Guajará, Humaitá, Iranduba, Itacoa�ara, Lábrea, Manacapuru, Manaus, Manicoré, Nova Olinda do Norte, Novo Airão, Novo Aripuanã, São Gabriel da Cachoeira, Taba�nga e Tefé (Figura 11).

Figura 11. Mapa de vulnerabilidade para ocorrência de dengue e outras arboviroses urbanas no estado do Amazonas, fevereiro 2020

VI. REFERÊNCIAS

1. Ministério da Saúde. Guia De Vigilância Em Saúde 3 edição [Internet]. Brasília - DF: Ministério da Saúde do

Brasil; 2019. p. 1–740. Available from:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_volume_unico_3ed.pdf

Bole�m Epidemiológico Assessoria de Análise de Situação de SaúdeFundação de Vigilância em Saúde do Amazonas

Equipe Editorial: Diretora Presidente da FVS-AM Rosemary Costa Pinto

Diretor Técnico da FVS-AMCris�ano Fernandes da Costa

Sala de Análise de Situação de Saúde (Astec/SASS)Daniel Barros de Castro, Leíse Gomes Fernandes, Megumi Sadahiro, Vanderson Sampaio, Wagner M. Cosme Terrazas e Erian de Almeida Santos

Projeto Gráfico e Distribuição EletrônicaAssessoria de ComunicaçãoMaíra Pessoa Fragoso e Eduardo Prado

VII. EXPEDIENTE

08