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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES CURSO DE NUTRIÇÃO AVALIAÇÃO DO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS EM UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO GABRIELA GOMES DUFRAYER RIO DE JANEIRO 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE

INTERNATIONAL UNIVERSITIES CURSO DE NUTRIÇÃO

AVALIAÇÃO DO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS EM

UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

GABRIELA GOMES DUFRAYER

RIO DE JANEIRO 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE

INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CURSO DE NUTRIÇÃO

AVALIAÇÃO DO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS EM UNIDADE DE

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

GABRIELA GOMES DUFRAYER

Orientadora: Profa. Teresa Cristina Miglioli

RIO DE JANEIRO 2017

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Nutrição do Centro Universitário IBMR/ Laureate International Universities, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Nutrição

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GABRIELA GOMES DUFRAYER

AVALIAÇÃO DO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS EM UNIDADE DE

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

Aprovada em de 2017.

Presidente e Orientador: ______________________________________________ Membro Avaliador: ___________________________________________________

RIO DE JANEIRO 2017

Banca examinadora composta para defesa de Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de Bacharel em

Nutrição

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, ao meu marido, Ernesto Dufrayer, por todo

apoio, incentivo e força, para que eu conseguisse completar essa jornada com bom

ânimo, foco e determinação.

À minha família, por todo amor e educação a mim transmitidos.

À mestra Teresa Cristina Miglioli, por ter me auxiliado e norteado com seus

conhecimentos.

À Empresa Redentor Residencial Geriátrico Ltda RJ, pelo espaço cedido para

o presente estudo, à Nutricionista Kathia Álvares Cabral, por todo acompanhamento,

auxílio e principalmente, carinho e paciência.

Aos meus mestres e amigos nutricionistas que trilharam o percurso das

vivências e vitórias ao meu lado.

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“Conhecimento não é aquilo que você sabe, mas o que você faz com

aquilo que você sabe.”

Aldous Huxley

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DUFRAYER, Gabriela Gomes. Avaliação do desperdício de alimentos em Unidade de Alimentação e Nutrição. Rio de Janeiro, 2017,39p. Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Nutrição, Centro Universitário IBMR/LaureateInternationalUniversities.

RESUMO

Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) são espaços destinados para preparar e fornecer refeições conforme o perfil da clientela. Conhecer o índice de resto ingesta e sobras descartadas de uma UAN é de extrema importância para reduzir custos e resíduos orgânicos.O objetivo do presente estudo foi avaliar o desperdício de alimentos na UAN localizada em uma Clínica Geriátrica, na modalidade autogestão no município do Rio de Janeiro-RJ. A coleta de dados foi realizada em março de 2017, durante 20 dias, foi analisado somente o desperdício referente ao almoço. São servidas em torno de 50 refeições diárias, sendo 30 refeições para residentes (idosos) e 20 para funcionários. Foi mensurado total de alimentos produzidos e distribuídos nos balcões térmicos, assim como as sobras e resto ingesta. A média de consumo diário per capita foi de 390g. Observou-se percentual médio de resto ingesta de 9,64% para residentes e 1,38% para funcionários, equivalente a 79g e 17g per capita, respectivamente. A média de sobra diária foi 4,9Kg, a média de resto ingesta foi 2,37Kg (residentes) e 0,340Kg (funcionários). Os resultados mostraram que com o total desperdiçado, seria possível alimentar 391 pessoas, que corresponde durante os vinte dias estudados a R$ 1.977,73, em um ano o desperdício geraria um custo de R$ 36.200,70. Conclui-se que os valores de resto ingesta e sobras na UAN ultrapassaram valores preconizados pela literatura, mostrando a importância de um planejamento adequado e imediata ação corretiva para minimizar desperdício e reduzir custos, através de campanha e conscientização contra o desperdício, bem como treinamentos periódicos com funcionários, avaliação do cardápio e pesquisa das preferências, além dos hábitos alimentares e culturais dos comensais.

Palavras-chave: resto ingesta, desperdício, sobras, Unidade de Alimentação e Nutrição, custo, alimentação

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LISTA DE FIGURAS

Gráfico 1. Quantidade de alimento distribuído por dia em quilogramas (Kg).... 29

Gráfico 2. Resto ingesta de residentes e funcionários em quilogramas (Kg)

gerados nos 20 dias estudados.........................................................................

30

Gráfico 3. Sobras descartadas por tipo de preparação..................................... 31

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1.Classificação das sobras................................................................. 19

Quadro 2.Peso das cubas................................................................................ 22

Quadro 3. Pessoas que poderiam ser alimentadas com o resto ingesta.......... 24

Quadro 4. Número de refeições desperdiçadas com o resto ingesta.............. 25

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LISTA DE TABELA

Tabela 1. Quantidade de sobras durante 20 dias e número de refeições que

poderiam ser servidas........................................................................................

27

Tabela 2. Resto ingesta, residentes e funcionários............................................... 28

Tabela 3. Quantidade média de pessoas que poderiam ser alimentadas com o

desperdício............................................................................................................

29

Tabela 4. Alimentos distribuídos e sobras produzidas por tipo de preparação..... 30

Tabela 5.Custo gerado com as sobras descartadas........................................ 32

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LISTA DE SIGLAS

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BPF - Boas Práticas de Fabricação

CFN - Conselho Federal de Nutrição

ILPI - Instituição de Longa Permanência para Idosos

UAN – Unidade de Alimentação e Nutrição

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SUMÁRIO

1. Introdução....................................................................................................... 11

2. Objetivos........................................................................................................ 13

2.1. Objetivo geral.......................................................................................... 13

2.2. Objetivos específicos................................................................................... 13

3. Revisão bibliográfica....................................................................................... 14

3.1. Unidade de alimentação e nutrição.............................................................. 14

3.1.1. Planejamento de cardápio e controle................................................. 15

3.1.2. Custo de refeições............................................................................. 16

3.2. Desperdícios de alimentos........................................................................... 17

3.2.1. Resto ingesta..................................................................................... 19

3.2.2. Sobras................................................................................................ 20

4. Material e métodos.......................................................................................... 22

5. Resultados e discussão.................................................................................. 26

6. Referências bibliográficas............................................................................... 34

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1. INTRODUÇÃO

Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) são espaços destinados para

preparar e fornecer refeições conforme o perfil da clientela. Englobam um complexo

sistema operacional, com procedimentos padronizados, claros e precisos para que

os manipuladores executem as atividades de produção com atenção e agilidade.

(LANZILLOTTI et al., 2004).

O objetivo primário de uma UAN é servir refeições saudáveis, nutritivas e

seguras do ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e recuperar a saúde

do cliente (TRANCOSO; TOMASIAK, 2004; CANONICO et al., 2014).

A produção mundial diária de alimento é suficiente para alimentar a população

do planeta, apesar disso, a fome ainda faz parte da rotina de muitas pessoas,

evidenciando que o problema não é falta de alimento, mas, o difícil acesso à ele

(VAZ, 2006).

No Brasil, o desperdício de alimentos chega a 41 mil toneladas/ano,

colocando o país entre os dez que mais perdem e descartam alimentos no mundo.

Por este motivo, gerenciar e controlar o desperdício são necessários, não apenas

pelas repercussões ética, econômica e política, mas, também, social e ambiental

(MARTINS et al., 2006).

De acordo com Augustín et al (2008) desperdiçar é o mesmo que extraviar

aquilo que pode ser aproveitado, a quantidade de alimentos descartados

diariamente no Brasil, poderia alimentar aproximadamente 10 milhões de pessoas.

Evitar o desperdício gera aumento na rentabilidade de uma UAN, porque

restos alimentares trazem em si uma parcela dos custos de cada etapa da produção,

incluindo o custo da matéria-prima; equipamentos; mão-de-obra e o tempo dos

funcionários na produção de alimentos que não serão consumidos (RICARTE et al,

2005).

O desperdício envolve as preparações prontas que não foram vendidas e/ou

servidas; os alimentos que sobram nos pratos dos clientes, denominado de resto

ingesta e alimentos que não foram utilizados. Determinadas preparações podem ser

reaproveitadas no dia seguinte, como as proteínas, principalmente carnes que não

foram servidas, porém, em casos específicos, algumas preparações devem ser

descartadas obrigatoriamente (CASTRO, 2003; RICARTE et al., 2005).

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Em UAN, desperdício é sinônimo de falta de qualidade, devendo ser evitado

por meio de planejamento adequado, de forma que a confecção de alimentos seja o

suficiente para suprir a demanda, evitando consequentes sobras. Esse planejamento

deve ser realizado por profissional qualificado e capacitado para prever o rendimento

final de cada alimento (ABREU et al., 2016).

Identificar perdas é necessário para detectar práticas que geram aumento de

gastos, e assim, propor intervenções que levam ao cumprimento das metas

estabelecidas, de acordo com a realidade de cada local (CORRÊA et al, 2006).

Por esta razão, é importante padronizar processos e serviços, através do

planejamento, elaboração de rotinas e procedimentos técnicos operacionais;

realização do check list; análises microbiológicas; aferição da temperatura dos

alimentos e manutenção de equipamentos, além do treinamento e monitoramento do

quadro de pessoal (HIRSCHBRUCH, 1998).

O desperdício nas UAN's é resultante de sobras (alimentos preparados e não

consumidos) e restos (servidos e não consumidos, o que sobra nos pratos e/ou

bandejas), os dois influenciados por diversos fatores, como o planejamento

inapropriado do número de refeições; per capita inadequado; preferências

alimentares; frequência diária de clientes e a falta de treinamento dos colaboradores

para a produção e distribuição dos alimentos (WELFER; PEREIRA, 2009;

ZANDONADI; MAURÍCIO, 2012).

Para calcular o custo do desperdício é necessário identificar em qual etapa da

produção ele ocorre e a quantidade desperdiçada diariamente (MULLER; OLIVEIRA,

2008). Uma das formas de reduzir o índice de resto ingesta, proveniente dos pratos

dos comensais é adequar as quantidades preparadas de acordo às necessidades de

consumo, porcionamento correto da distribuição e aceitação do cardápio. ( ALMEIDA

et al., 2006).

Resto ingesta é a relação da alimentação fornecida com a quantidade de

alimentos devolvidos nas bandejas e/ou pratos. O tamanho do prato pode contribuir

para o desperdício e consequentemente aumentar custos. Utensílios utilizados na

distribuição das refeições, como talheres e pegadores, induzem os clientes a se

servirem em excesso, gerando maior produção de restos alimentares (CÔRREA et

al, 2006; AUGUSTINI et al., 2008).

O objetivo deste trabalho foi analisar o desperdício de alimentos, em Unidade

de Alimentação e Nutrição (UAN).

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos geral

Analisar o desperdício de alimento sem uma Unidade de Alimentação e Nutrição

(UAN), no município do Rio de Janeiro, RJ.

2.2 Objetivos específicos

Mensurar o índice de resto ingesta e sobras;

Calcular o custo do resto ingesta e sobras;

Analisar o percentual de resto ingesta e sobras e sugerir possíveis

intervenções.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Unidade de alimentação e nutrição

Em meados do século XX, o Brasil passou por um período intenso de

transformações originadas pelo desenvolvimento industrial. A crescente urbanização

provocou mudanças no estilo de vida populacional,assim como a forma de alimentar-

se, evidenciando o aumento do consumo de alimentos fora de casa e substituindo-

os por refeições e lanches rápidos, fast-foods e alimentos industrializados (AKUTSU,

et al., 2005).

Dentre as diversas mudanças, houve aumento da economia, crescimento

profissional feminino e a mudança do consumo alimentar dos brasileiros

(SCHIMANOWSKI, BLÜMKE, 2011)

O desenvolvimento industrial provocou a expansão do mercado alimentício,

resultando na subdivisão do setor alimentício em alimentação comercial que engloba

os estabelecimentos que atende clientela regular ou ocasional, destinado a todo tipo

de consumidor, e alimentação coletiva, referindo-se às Unidades de Alimentação e

Nutrição (UAN), que apresenta público definido, sendo eles: escolas, creches, asilos,

empresas, hospitais, forças armadas, entre outras. (POPOLIM, 2007).

Unidade de Alimentação e Nutrição é um local destinado à produção de

refeições de acordo com os padrões higiênicos sanitários, podendo estar localizada

em empresas, escolas, indústrias, etc. Apresenta característica institucional, com

clientela fixa; cardápio diversificado de elevado teor nutricional, que visa auxiliar o

desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis (QUAGLIA; ESTELLER et al.,

2010; ZOLLAR, 2014).

Conforme a Resolução nº 380, do Conselho Federal de Nutricionistas

(2005),UAN é definida como:

O processo de produção na UAN deve ter etapas bem definidas, para que o

desempenho seja eficiente, para obterem-se os resultados almejados o

planejamento e controle de todas as etapas da UAN fazem-se necessário

(HIRSCHBRUCH, 1998).

Unidade gerencial do serviço de nutrição e dietética onde são desenvolvidas todas as atividades técnico-administrativas necessárias para a produção de alimentos e refeições, até a sua distribuição para coletividades sadias e enfermas.

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3.1.1 Planejamento de cardápio e controle

O planejamento de cardápio deve ser realizado por profissional

qualificado, com capacidade para prever o rendimento final de cada alimento,

levando em consideração as preparações mais consumidas e per capita de cada

alimento, visando reduzir o desperdício e avaliar a qualidade do serviço prestada

pelo estabelecimento (MARTINS et al., 2006; ABREU et al., 2016).

Um requisito fundamental para o bom desempenho da UAN é o planejamento

adequado do volume de refeições a ser confeccionada. Questões como o número de

comensais, cardápio do dia e a estação climática devem ser ponderados antes da

definição da quantidade de alimento a ser produzida, evitando excesso de sobras

(CASTRO et al., 2003).

Para Ricarte et al. (2008), a avaliação de cardápios, é um parâmetro utilizado

para detectar preparações repetitivas; estudar as preferências da clientela, e

controlar a quantidade de alimentos produzidos.

A avaliação do cardápio deve ser constante para que o planejamento seja

eficiente e satisfatório, para atingir tal resultado é necessário o envolvimento de toda

equipe para elaborar metas atingíveis e controlar desperdício (AUGUSTINI et al.,

2008).

O cuidado com a qualidade dos produtos e serviços prestados tem levado as

UAN’s, à análise de seus processos internos, buscando constantes melhorias e

satisfação de seus clientes. O conhecimento da rotina diária de trabalho permite

padronizar normas, ter eficiência nos procedimentos realizados, assim como na

conduta e controle de desperdício, buscando melhoria na qualidade do produto final

(AMARAL, 2008).

A UAN deve controlar todos os processos de produção, visando aperfeiçoar

as falhas e pontos críticos, garantindo um menor desperdício (HIRSCHBRUCH,

1998).

De acordo com os princípios científicos do Taylorismo o controle é composto

por quatros fases: estabelecimento de padrões ou critérios; observação do

desempenho; comparação do desempenho com o padrão estabelecido; ação

corretiva para corrigir os desvios e variações encontrados (BENETTI, 2014).

O objetivo do controle é sinalizar falhas e erros em tempo hábil, a fim de

repará-los, evitando recorrências e consequente aumento do rendimento de toda

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ação planejada. Desta forma, a etapa do controle confirma se o que foi planejado,

organizado e executado de fato cumpriu com os objetivos esperados (ABREU et al.,

2016).

São vários os tipos de controle que podem ser aplicados para combater o

desperdício, desde a compra da matéria-prima, controlando os custos com os

insumos adquiridos; recebimento da matéria-prima, verificando se há danos

mecânicos, físicos e biológicos, assim como temperatura em que esses alimentos

chegam na UAN,acompanhando até a distribuição dos alimentos produzidos

(BRADACZ, 2003).

A avaliação diária das sobras e restos é uma medida de gestão, a qual se

pode diagnosticar diferentes tipos de perda e controle de custo de refeições

(TEIXEIRA et al., 2004).

3.1.2 Custos de refeições

No gerenciamento da UAN, o custo da refeição, direciona escolhas e

decisões a serem tomadas. Dentro do custo mensal devem estar incluídos os custos

de sobras (alimentos produzidos e não distribuídos) e restos (alimentos distribuídos

e não consumidos) (AMARAL, 2008). Evitar o desperdício aumenta a rentabilidade,

pois restos alimentares trazem consigo parcela dos custos de cada etapa da

produção, custos como:

Matéria-prima;

Tempo gasto com a mão de obra durante o processo produtivo;

Energia dos equipamentos envolvidos para elaboração das refeições.

A produção de alimentos e a gestão de uma cozinha industrial envolvem

serviços e pessoas (funcionários, comensais e fornecedores) sendo fundamental o

respeito e a preservação dos recursos naturais, que representa uma obrigação

mundial. Experiências aplicadas demonstram a redução significativa dos custos fixos

quando são desenvolvidos trabalhos para redução do consumo de água, energia

elétrica, geração de lixo e coleta seletiva (MONTEIRO; BRUNA, 2004).

O custo da refeição em uma UAN é um parâmetro importante a ser

observado, por nortear escolhas e decisões a serem tomadas. Tecnicamente as

refeições devem ser saborosas, nutritivas, e seguras do ponto de vista

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microbiológico. Quanto ao custo precisam, quando necessário, estar dentro das

possibilidades econômicas disponíveis na unidade (AMARAL,2008; LIMA et al.,

2016).

3.2 Desperdícios de alimentos

O desperdício de alimentos é um problema global, o Brasil está inserido entre

os dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo. Calcula-se que

anualmente a produção mundial de alimentos seja de quatro bilhões de toneladas,

sendo descartado aproximadamente 30% do total produzido. A falta de preocupação

com o desperdício, está enraizada à cultura brasileira, afetando diretamente a

economia do país, repercutindo em resultados negativos para toda a sociedade

(UGALDE; NESPOLO, 2015).

Nos serviços institucionais de alimentação ocorrem perdas de 24% nas

escolas; 47% nos hospitais; 40% nas instituições militares; 25% nos restaurantes de

funcionários e 34% nos restaurantes e cerca de 30% desse desperdício são

originados dos pratos dos usuários; 60% na preparação e 5% das perdas

(deterioração) (ENGSTRÖM; KANYAMA, 2004; SUSTAINABLE RESTAURANT

ASSOCIATION, 2010).

De acordo com Augustín et al (2008) desperdiçar é o mesmo que extraviar,

aquilo que pode ser aproveitado, a quantidade de alimentos descartados

diariamente poderia servir para alimentar, aproximadamente 10 milhões de pessoas.

A palavra “desperdício” traz consigo o conceito de prejuízo, podendo este acontecer

em qualquer etapa do processo de produção de refeições, devido fatores, como:

Planejamento inadequado;

Preferências e aversões alimentares;

Treinamento de funcionários;

Porcionamento dos alimentos.

Durante o processo de pré-preparo e produção de alimentos, sobras devem

ser evitadas através do monitoramento de toda ação, colocando em exercício as

boas práticas de fabricação (BPF), desde a recepção dos insumos até o preparo. O

armazenamento de mercadorias é um dos fatores mais relevantes na etapa do

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controle de qualidade de uma UAN, pois as matérias-primas quando armazenadas

corretamente garantem redução de perdas e contaminações (ABREU et al, 2016).

Registros das quantidades descartadas são fundamentais, pois servem como

auxílio para implantar medidas de racionalização, redução de desperdícios e

otimização da produtividade. Além de destacar a quantidade de alimentos perdidos,

é necessário calcular essas perdas, assim como mensurar os custos e diagnosticar

as causas do desperdício (MULLER; AUGUSTINI et al., 2008). quem disse esse

paragrafo foi MULLER et al 2008 e AUGUSTINI et al 2008 são estudos distintos

por isso coloquei juntos, pois ambos no mesmo ano, tudo bem?

Gerenciar e controlar o desperdício é necessário para identificar acúmulo de

restos e sobras, as quais têm repercussões ética, econômica; política; social e

ambiental (MARTINS et al., 2006).

O desperdício envolve os alimentos que não foram utilizados; preparações

prontas não distribuídas; alimentos que sobram nos pratos dos clientes, denominado

resto ingesta (RICARTE et al., 2005).

No sistema de distribuição self-service livre, percebe-se com maior clareza a

quantidade de desperdício. Este tipo de serviço induz as pessoas a se servirem mais

do que realmente necessitam, paga-se um valor fixo e se come à vontade, podendo

os restos de alimentos chegar a 71% acima do esperado, o que difere dos

restaurantes comerciais cuja modalidade é self-service por peso (Kg), onde todo

alimento é pesado antes de ser consumido e os clientes pagam pela quantidade de

alimento servido. Desta forma modalidades de self-service por peso (Kg) auxiliam na

redução do desperdício, já que os clientes pagam pelo que consomem (GOMES;

JORGE, 2012; UGALDE; NESPOLO, 2015).

No entanto, deve-se observar, controlar e manter condições aceitáveis para o

controle de temperatura, higienização, rotatividade de estoque, ventilação e

armazenamento adequado, para que haja redução nos custos de produção (ABREU

et al, 2016).

Para avaliar o índice de desperdício em UAN, dentro do custo mensal, é

verificado o percentual aceitável de sobras. O quadro 1 demonstra a classificação

das sobras de acordo com Benetti (2014).

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Quadro 1. Classificação das sobras

Percentual Classificação desempenho do serviço

5% Ótimo

5% e 10% Bom

10% e 15% Regular

>15% Péssimo

Fonte: BENETTI, 2014.

3.2.1 Resto ingesta

Resto ingesta é um critério para avaliar a quantidade de alimentos que

sobram dos pratos dos comensais, sobre a quantidade de alimentos que foram

distribuídos, ou seja, é todo alimento que foi devolvido no prato ou bandeja pelo

cliente, sendo um dos fatores que mais contribui para elevação dos custos e

desperdício em uma UAN, porque, quanto maior o índice, maior é a insatisfação dos

comensais. Diante deste exposto, surge a necessidade de aplicar técnicas que

contribuam para redução do desperdício e melhorem a utilização dos alimentos

(ALMEIDA et al., 2006; NEGREIROS et al., 2009; BUSATO, et al.,2012).

O índice do resto ingesta está diretamente relacionado ao planejamento

inadequado do número de refeições confeccionadas, com a frequência diária dos

comensais; treinamento e capacitação dos manipuladores de alimentos à produção;

utensílios utilizados inadequadamente; preparações contrárias aos hábitos

alimentares dos comensais, além da eficácia na produção e apresentação dos

alimentos, observando-se a má aparência das preparações (NEGREIROS et al,

2009).

O resto ingesta é um dos fatores que leva ao aumento dos custos e

desperdício, expressando a insatisfação e/ ou hábitos errôneos dos comensais,

ocorre a necessidade de avaliar este índice para propor medidas corretivas que

beneficiem as empresas e consumidores (BARDINI; CRUZ, 2014). A classificação

do resto ingesta é realizada de acordo com o percentual encontrado ao mensurar as

provenientes de pratos e bandejas dos comensais. Utiliza-se de 5 a 10% - “Bom”, de

10 a 15%- “Regular” e acima de 15% - “Ruim” (VAZ, 2011).

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Estudo realizado por Estrapazzon et al (2015), coletou dados durante 16 dias

no período do almoço, de segunda a sexta-feira em uma UAN, onde são servidas

843 refeições. Realizou a pesagem apenas das sobras de arroz e feijão,

encontrando um índice médio de sobra de 3,481kg de arroz e 5,143kg de feijão, o

que representa em percentual 1,67% e 4,89% respectivamente, já para o resto

ingesta, a média per capita foi de 39,45 g. Os valores encontrados pelos autores

ficou dentro do que mostra a literatura, percentual de sobras de até 10%, porém a

UAN referida trabalha com percentual de sobras de até 3%. Observou-se que o

percentual médio de arroz, estava dentro da margem de segurança determinada

pela unidade, mas, o feijão ficou acima do proposto.

Vieira (2015), em um restaurante universitário da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná (UTFPR) - campus Campo Mourão,constatou que valores de

resto ingesta e sobra per capita estavam acima do aceitável. O per capita de resto

ingesta, encontrava-se muito elevado, variando de 65,77g a 101,88g, durante o

estudo a quantidade total de resto ingesta foi de 6.123,8Kg que poderia alimentar

10.223 pessoas.

3.2.2 Sobras

Sobras são os alimentos produzidos que não foram distribuídos, sendo, que o

resto ingesta é a quantidade de alimentos devolvida no prato ou na bandeja pelo

cliente (ATAYDE, 2014).

As sobras podem ser divididas em aproveitável e não aproveitável, onde a

primeira é o alimento produzido que não foi para a distribuição, podendo este ser

reaproveitado em outra refeição e a sobra não aproveitável, a sobra suja que é o

alimento produzido e distribuído que não foi consumido, sendo descartado pelo

serviço (MULLER et al,. 2008).

De acordo com Vaz (2006) para auxiliar no controle de sobras deve-se fazer o

acompanhamento de toda a distribuição dos alimentos, treinar, conscientizar e

envolver toda equipe, para traçar metas de controle de sobras, procurando elaborar

cardápios que satisfaçam os comensais, e como consequência otimizar a produção

de sobras. O autor ainda determina um percentual de resto ingesta, com valores

entre 2 e 5% da quantidade servida ou de 15 a 45g por cliente e percentuais de

sobras aceitáveis de 3% ou de 7 a 25g por cliente, ou ainda valores baseados no

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próprio estabelecimento. Sendo que o resto deve ser avaliado não apenas do ponto

de vista econômico, mas também, sobre a falta de integração com o cliente.

Unidade de alimentação e nutrição de um Centro Educacional localizado na

cidade de Guarapuava, Paraná, realizou um estudo para identificar possíveis

desperdícios. Nesta unidade são distribuídas em média 280 refeições no almoço

diariamente, foi identificado percentual médio de sobras de 10,41%, per capita

médio de sobras de 60,39g, onde em média 28 pessoas poderiam ser alimentadas

todos os dias, o percentual médio encontrado de restos foi 11,17%, com per capita

médio de 58,44g, com os restos produzidos nesta UAN poderiam alimentar

diariamente 27 pessoas ( MOURA et al., 2009).

Segundo Castro et al., (2003), quando o resultado se apresenta acima de

10% em coletividades sadias, e 20% em coletividades enfermas, pressupõe-se que

os cardápios estejam inadequados, por serem mal planejados ou mal executados.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado em uma UAN institucional de uma Clínica Geriátrica, a

qual tem a modalidade de autogestão, situada na Zona Sul do município do Rio de

Janeiro, RJ, são fornecidas cinco refeições diárias, como o desjejum; colação;

almoço; lanche, jantar e ceia.

Aproximadamente são servidas por dia cinquenta refeições no horário do

almoço (11h30min as 14h00min), destas cinquenta refeições, em torno de trinta são

para os residentes (idosos) e vinte para os seus funcionários.

A coleta de dados foi realizada no período do almoço, no mês de março do

ano de 2017, durante 20 dias (de segunda a segunda),excetuando-se feriados.

Foram coletados dados para avaliar o índice de desperdício gerado na unidade.

Em relação a composição do cardápio, o mesmo é composto por um tipo de

proteína, tendo como opção à substituição ovos ou omelete; uma opção de salada;

até duas guarnições, e o prato base,que é constituído por arroz e feijão, além de

sobremesa e sucos.Todas as preparações são expostas em cubas e servidas na

modalidade self-service livre (sem balança) .

A quantidade de alimentos produzidos foram encontrados através da

pesagem de todo alimento levado para o balcão de distribuição, descontando o peso

dos recipientes. Quando havia reposição de preparações, para a pesagem das

mesmas descontava-se a quantidade de alimento que ainda restava no interior das

cubas. A média de consumo per capita, foi calculada através da relação entre

alimentos consumidos durante o período da pesquisa e o número de comensais

servidos.

O lixo orgânico (resto ingesta) e o lixo descartável, foram separados e

depositados em lixeiras forradas com sacos plásticos, através da pesagem do saco

com os restos obteve-se o peso do total de resto ingesta. As sobras foram pesadas

nas cubas, subtraindo o peso das mesmas.

No quadro 2 estão demonstrados os pesos das cubas utilizadas.

Quadro 2. Peso das cubas

Cuba Peso (Kg)

Cuba rasa 0,485

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Cuba funda grande 0,585

Cuba funda pequena 0,410

Alimentos que restaram no balcão de distribuição, as sobras, foram pesadas

após o término da refeição, antes de serem descartadas. Os alimentos desprezados

(resto ingesta) pelos comensais nas lixeiras, localizada no refeitório, foram pesados

antes do descarte do mesmo, procedimento este utilizado para obter valores de

resto ingesta.

Para avaliação dos resultados, foram utilizadas as fórmulas para calcular o

percentual e a quantidade média de sobras por cliente e o índice de resto

ingesta,citadas por Vaz (2006), conforme descrito abaixo.

Percentual de sobras

Sobras prontas após servir as refeições x 100 % de sobras = Peso da refeição distribuída

Quantidade média de sobras por cliente

Índice de resto ingesta

Peso do resto x 100 % de resto ingesta = Peso da refeição distribuída

O número de refeições que poderiam ser servidas com a sobra produzida

durante o período do estudo, foi calculado pela relação entre as sobras e o consumo

per capita. Já, o número de refeições que poderiam ser servidas com o resto ingesta

foi calculado pela relação entre o resto ingesta e o consumo per capita.

Peso das sobras Peso da sobra por cliente (kg) = Número de refeições servidas

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O percentual e a quantidade média de sobras por cliente foi calculado

conforme as fórmulas demonstradas abaixo:

Percentual de sobra

Sobra acumulada após servir as refeições x 100

% de sobra = Peso da refeição distribuída

Sobras por cliente

A média de consumo per capita, foi calculado pelo peso dos alimentos

servidos dividido pelo número de refeições. O per capita por resto ingesta foi

calculado dividindo o resto ingesta produzido pelo número de refeições servidas.

Conhecendo o consumo per capita por refeição e de resto ingesta dos

comensais (residentes e funcionários), calculou-se o número de pessoas que

poderiam ser servidas com o resto ingesta produzido, assim como o número de

refeições desperdiçadas com o mesmo, através das equações apresentadas nos

quadros 3 e 4

Quadro 3. Pessoas que poderiam ser alimentadas com o resto ingesta

Resto ingesta produzido Pessoas alimentadas com resto ingesta = Consumo per capita por refeição

Peso das sobras Peso das sobras por cliente (kg) = Número de refeições servidas

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Quadro 4. Número de refeições desperdiçadas com o resto ingesta

Para pesagem foi utilizada uma balança digital em inox da marca Elgin, com

capacidade máxima de 15 quilos. Os dados foram tabulados em planilhas Excel,

obtendo-se a média e percentual de todos os valores encontrados.

Após os cálculos das variáveis acima citadas, pôde-se fazer uma avaliação do

desperdício de alimentos na Unidade de Alimentação e Nutrição estudada.

Total resto ingesta acumulado (Kg)

Número de refeições desperdiçadas = Per capita

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados do estudo foram apresentados de acordo com o período de

distribuição, a fim de analisar a quantidade de desperdício da unidade. Diariamente,

foram servidas 30 refeições para os residentes (idosos) e 20 para os funcionários.

A produção de alimentos durante o período de estudo foi de 545,5 kg, com

sobras totais de 98,3 Kg correspondendo a 4,9Kg (18,03%) por dia, o que seria

possível alimentar mais 12 pessoas. A média de sobras por pessoa foi 98,4g com

oscilações consideráveis entre os dias 3 e 13, onde se obteve variações de 50,20g a

171,60g (Tabela 1).

No dia 13, o cardápio oferecido foi: arroz branco; feijão preto; filé a milanesa;

purê de batata; vagem refogada e salada de feijão fradinho. Quando entrava

preparação como purê (batata ou inhame) sobrava maior quantidade de arroz, o

desperdício na unidade pode estar relacionado diretamente ao cardápio oferecido

e/ou a quantidade servida no prato dos residentes, destacando que a maioria deles

não se servem, ficando este papel com o cuidador, sendo necessário o treinamento

dos mesmos para adequar o porcionamento, evitando o desperdício proveniente do

resto ingesta.

Em um Centro Educacional, em Guarapuava, Paraná, onde servem 280

refeições durante almoço, encontrou-se sobras de 10,41% por pessoa,

correspondendo a 60,39g. Os autores evidenciaram a importância da implantação

de medidas corretivas para redução da quantidade de sobras, começando pelos

manipuladores de alimentos (MOURA et al, 2010).

Abreu et al (2012), afirma que o excesso de sobras pode ser influenciado pela

quantidade de comensais servidos; preferências e hábitos alimentares, assim como

o treinamento de funcionários e porcionamento inadequado das refeições.

A busca por percentuais menores de sobras deve ser permanente, pois

excesso de sobras sugere falhas no planejamento do cardápio; na confecção doa

alimentos e/ou distribuição dos mesmos. Medidas corretivas devem ser feitas

através de monitoramento contínuo das falhas observadas. A unidade deve

determinar um indicador próprio controle interno, definindo metas para redução do

desperdício e capacitando seus funcionários sobre a importância e a necessidade de

prevenir possíveis desperdícios (CALE et al, 2008).

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Tabela 1. Quantidade de sobras durante 20 dias e número de refeições que

poderiam ser servidas

1 28,84 6,43 128,60 16

2 30,00 3,72 74,40 9

3 28,25 2,51 50,20 6

4 28,88 6,03 120,60 15

5 23,87 4,46 89,20 11

6 27,68 3,94 78,80 10

7 27,74 7,35 147,00 19

8 25,37 3,89 77,80 10

9 24,86 3,55 71,00 9

10 23,31 3,19 63,80 8

11 27,66 3,17 63,40 8

12 26,59 3,13 62,60 8

13 27,07 8,58 171,60 22

14 27,72 4,84 96,80 12

15 27,45 4,47 89,40 11

16 29,10 5,13 102,60 14

17 29,31 3,55 71,00 10

18 27,40 6,77 135,40 18

19 30,49 8,29 165,80 21

20 23,98 5,37 107,40 15

Total 545,52 98,34 252

Média 27,28 4,92 98,37 12,6

Nº refeições que

poderiam ser

servidas com as

sobrasDia

Alimento

distribuído (Kg)Sobras (Kg)

Média

de

sobras

por

pessoa

(g)

A média de resto ingesta por residentes (idosos) e funcionários durante o

período de estudo, demonstrado na tabela 2, foi de 2,71 Kg/dia. Desmembrando a

quantidade total (residentes: 2,37Kg; funcionários: 0,34Kg), observou-se que os

residentes obtiveram valores mais elevados, com média de 10,69% com alternância

entre 6,01% e 17,62% que corresponde a 51,66g e 109,33g per capita, equivalente a

uma média de 79g per capita. Os funcionários apresentaram valores menores, com

média igual a 1,52% com variante de 0,48% e 3,32% equivalentes a 5,5g e 3,95g

per capita,correspondendo a uma média de 17g por pessoa. O desperdício diário

resultante do resto ingesta dos residentes e funcionários, daria para servir mais sete

refeições.

No estudo de Moura et al., (2010) o percentual médio de restos foi de 11,17%

com per capita médio de 58,4g, dados bem próximos aos dos residentes (10,69%)

do presente estudo.

O índice de resto ingesta é considerado desperdício direto de alimentos,

sendo uma ferramenta útil, através deste dado é possível verificar a aceitabilidade

dos cardápios, retratando a qualidade das preparações ofertadas aos comensais.

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Vaz (2006) preconiza valores aceitáveis de 15 a 25g por comensal, estando o

resto ingesta dos residentes (idosos) da unidade estudada, acima do proposto pelo

autor.

Tabela 2. Resto ingesta, residentes e funcionários

Kg g % Kg g %

1 28,84 22,41 1,77 59 7,89 0,16 8 0,71

2 30,00 26,28 2,99 99,66 11,37 0,74 37 2,81

3 28,25 25,74 2,92 97,33 11,34 0,49 24,5 1,9

4 28,88 22,85 1,65 55 7,22 0,11 5,5 0,48

5 23,87 19,41 1,87 62,33 9,63 0,18 9 0,92

6 27,68 23,75 2,37 79 9,97 0,79 39,5 3,32

7 27,74 20,40 2,28 76 11,17 0,22 4,4 1,07

8 25,37 21,48 2,75 91,66 12,8 0,58 29 2,7

9 24,86 21,31 2,60 86,66 12,2 0,69 34,5 3,23

10 23,31 20,12 2,31 77 11,48 0,12 6 0,59

11 27,66 24,49 2,74 91,33 11,18 0,16 8 0,65

12 26,59 23,47 1,61 53,66 6,85 0,42 21 1,78

13 27,07 18,49 1,65 55 8,92 0,25 12,5 1,35

14 27,72 22,88 3,90 130 17,04 0,59 29,5 2,57

15 27,45 22,98 2,42 80,66 10,53 0,29 14,5 1,26

16 29,10 23,97 2,33 77,66 9,72 0,18 9 0,75

17 29,31 25,76 1,55 51,66 6,01 0,20 10 0,77

18 27,40 20,63 1,89 63 9,16 0,39 19,5 1,89

19 30,49 22,20 2,60 86,66 11,71 0,16 8 0,72

20 23,98 18,61 3,28 109,33 17,62 0,18 9 0,96

Total 545,52 447,18 47,45 6,88

Média 27,28 22,36 2,37 79,13 10,69 0,34 17 1,52

Dia

Resto ingesta de 30

residentes Total distribuído

(Kg)

Resto ingesta de 20

funcionários Alimento consumido

(Kg)

O percentual de resto ingesta e sobras na UAN estudada estão acima do

recomendado pela literatura. Salientando a necessidade de realizar campanhas

contra o desperdício para conscientizar toda equipe e comensais sobre o impacto

que o mesmo gera, bem como o treinamento periódico dos funcionários, visando

melhorar a qualidade do serviço e reduzir os custos (RABELO; ALVES, 2016).

O desperdício total de alimentos, nos 20 dias estudados foi de 152,67Kg,

considerando o per capita encontrado de 390g, 391 refeições poderiam ser

oferecidas (Tabela 3).

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Tabela 3. Quantidade média de pessoas que poderiam ser alimentadas com o

desperdício

Sobras Restos Total do

desperdício Per capita

refeição

Pessoas que poderiam ser

alimentadas com o desperdício total

Kg Kg Kg g Nº

98,34 54,33 152,67 390

391

. Os gráficos 1 e 2 mostram a quantidade de alimentos distribuídos em 20 dias

na UAN estudada e a quantidade de resto ingesta de residentes e funcionários em

quilogramas. Somando os alimentos distribuídos durante o período de estudo,

verificou-se que a quantidade de alimentos distribuída foi de 545Kg, que

corresponde a 27,3Kg/dia, com pequenas variações entre os dias analisados

(gráfico 1).

Gráfico 1. Quantidade de alimento distribuído por dia em quilogramas (Kg)

Observando o gráfico 2, fica nítido que os residentes (idosos) acumularam

maior quantidade de resto ingesta, principalmente no dia 14, onde o desperdício foi

de 3,9Kg. O cardápio oferecido neste dia foi: arroz branco; arroz maluco; feijão preto;

escondidinho de carne moída; abóbora refogada e salada. O que pode ter

contribuído para quantidade elevada de resto ingesta, foi a combinação desarmônica

entre as preparações, pois foram servidos dois tipos de arroz (branco e maluco),

além do escondidinho, causando excesso de carboidrato no mesmo cardápio. Além

disso, a quantidade servida nos pratos dos residentes, que por muitas vezes é acima

da quantidade consumida por eles. Assim é necessário rever a combinação do

22,41

26,2825,7422,85

19,41

23,75

20,4 21,4821,3120,12

24,4923,47

18,49

22,8822,9823,9725,76

20,6322,2

18,61

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º

Alimento ditribuído

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cardápio, e o porcionamento das refeições, para evitar excesso de desperdício,

provenientes do resto ingesta.

Gráfico 2. Resto ingesta de residentes e funcionário sem quilogramas (Kg)

Os valores de alimentos distribuídos e as sobras pelo tipo de preparação

estão representados na tabela 4. Percebe-se que o feijão contribuiu com o

percentual de maior desperdício, durante os 20 dias, a produção foi de 147,7Kg e

desse total 38,56Kg foi para o lixo, em seguida, o desperdício de arroz (22,98Kg). O

desperdício menor foi de proteína 9,68 Kg.

Tabela 4. Alimentos distribuídos e sobras produzidas por tipo de preparação

Alimento Distribuído em

20 dias

Distribuído por dia

(média)

Qualificação Kg Kg Kg Kg

Proteína 110,16 5,51 9,68 0,484

Arroz branco 116,74 5,84 22,985 1,149

Feijão preto 147,77 7,388 38,56 1,928

Guarnição 116,21 5,81 17,695 0,885

Salada 54,64 2,732 5,86 0,293

Total 20 dias 545,52 27,28 94,78 4,739

Sobra diária

(média)

Sobras em 20

dias

Os resultados acima, se assemelham ao estudo realizado por Estrapazzon et

al (2015), durante 16 dias em uma UAN na qual são fornecidas 843 refeições. Os

autores realizaram pesagem apenas das sobras de arroz e feijão, encontrando

índice médio de 3,84Kg de arroz e 5,14Kg de feijão, que corresponde a 1,67% e

4,89% respectivamente. Porém, a média per capita de resto ingesta foi de 39,45g,

1,77

2,992,92

1,651,87

2,372,282,75 2,6

2,312,74

1,611,65

3,9

2,422,33

1,551,89

2,6

3,28

00,16

0,740,49

0,110,18

0,79

0,220,580,69

0,120,160,420,25

0,590,290,18 0,2 0,39

0,160,18 0

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º

Resto ingesta residentes Resto Ingesta funcionários

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diferente do encontrado na referida UAN, onde foram encontrados valores de resto

ingesta de 79g (residentes) e 17g (funcionários).Apesar dos dados serem

satisfatórios pela literatura, não seguem a margem de segurança determinada pela

empresa de até 3% de sobra, gerando grande desperdício de alimentos,

principalmente se considerado o resto ingesta, sinalizando a necessidade de colocar

em prática medidas corretivas para minimizar este desperdício.

O treinamento de funcionários responsáveis pela produção de alimentos deve

ser frequente para reduzir índices de sobras, para minimizar o percentual de resto

ingesta deve-se realizar pesquisas de aceitação, investigar hábitos alimentares e

culturais, além de conscientizar os envolvidos no desperdício, elaborar metas

atingíveis para solucionar este problema que acarreta aumento dos custos para

empresa (ESTRAPAZZON et al, 2015).

O gráfico 3 demonstra os percentuais das sobras descartadas conforme cada

preparação durante os 20 dias analisados. O feijão foi a preparação com maior

percentual de desperdício (32%),em seguida, o arroz com sobra de 25%. O

desperdício menor foi de proteína correspondendo a 11% do total confeccionado,

durante o período de estudo.

Gráfico 3. Sobras descartadas por tipo de preparação

O custo gerado com o desperdício foi contabilizado conforme apresentado na

tabela 5. O desperdício diário mensurado das sobras descartadas foi de R$ 31,38,

correspondendo aos 20 dias em R$ 627,73.Caso, o desperdício se entendesse, ao

longo de um ano (365 dias) o prejuízo corresponderia a R$ 11.563,20.

11%

25%

32%

19%

13%Proteína

Arroz

Feijão

Guarnição

Salada

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Tabela 5. Custo gerado com as sobras descartadas

Proteína 9,68 20 9,68 3.533,20

Arroz branco 22,985 3,3 3,79 1.383,35

Feijão preto 38,56 7 13,49 5.033,35

Guarnição 17,695 4 3,54 1.292,10

Salada 5,86 3 0,88 321,2

Total 94,78 37,3 31,38 11.563,20627,73

Desperdício

anual (R$)

193,6

75,85

269,92

70,78

17,58

AlimentoPreço quilograma

por item (R$)

Desperdício

diário (R$)

Desperdício 20

dias (R$)

Desperdício

Sobras 20 dias

(Kg)

A quantidade de resto ingesta gerado no período de estudo foi de 54Kg,

supondo que um quilograma da refeição fosse R$ 25,00, em um dia o custo com o

desperdício seria de R$ 67,50, em vinte dias R$1.350,00 e R$ 24.637,50 ao longo

de um ano. Ao somar as sobras e resto ingesta gerados durante o estudo, acarretou

um custo de R$ 1.977,73, em um ano o desperdício financeiro seria de R$

36.200,70.

No gerenciamento de UAN's não existe um percentual de sobras exato, a

própria gestão deve controlá-la, procurando identificar o percentual ideal e

estabelecer parâmetros para a unidade. Comumente utiliza-se como segurança

percentual de até 10% para coletividades sadias e de até 20% em coletividades

enfermas (MULLER et al., 2008; ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011).

Os índices encontrados de sobras e resto ingesta da unidade estudada, estão

acima do recomendado pela literatura, podendo ser originados de falhas na

quantidade produzida de alimentos; falta de treinamento da equipe; hábitos

alimentares e culturais dos comensais; má apresentação das preparações, indicando

a necessidade de um controle mais efetivo no processo produtivo, além da

elaboração de rotinas de controle e avaliação das características sensoriais das

preparações e monitoramento das atividades.

Os responsáveis pela UAN devem implantar medidas educativas aos

comensais assim como para os funcionários, aplicando treinamento para que os

mesmos estejam aptos a utilizar os utensílios adequados e treinados para

distribuição e padronizando o porcionamento dos alimentos, o que reduzirá o

desperdício.

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Controlar a temperatura das preparações e realizar pesquisa de satisfação,

seja através de fichas de avaliação e/ou interrogação dos comensais, é uma técnica

para reduzir a produção do resto ingesta, com consequente redução dos custos da

unidade. A aplicação de um sistema de controle permite detectar práticas que geram

aumento dos custos. O planejamento cria mecanismos para que metas planejadas

sejam alcançadas.

Sendo assim, os dados encontrados neste estudo, contribuem para

implantação de medidas corretivas, podendo servir como parâmetro para reavaliar o

planejamento da produção, para redução de lixo orgânico e consequentemente

minimizar os custos desnecessários.

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