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GEOMORFOLOGIA ANTROPOGÊNICA: REATIVAÇÃO DOS PROCESSOS EROSIVOS NOS CANAIS DE PRIMEIRA ORDEM NA BACIA DO RIBEIRÃO DOS XAVANTES - SP
Autores: KUMORI, Juliana; PEREZ FILHO, Archimedes
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS – DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
Agência financiadora: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Palavras-chave: geomorfologia – bacia hidrográfica – processos erosivos
INTRODUÇÃO:
Segundo a Teoria do Equilíbrio Dinâmico, a bacia hidrográfica tende a ajustar-se às alterações ocorridas
nos níveis de base locais. Assim, o presente trabalho teve como objetivo verificar possíveis correlações entre as
modificações do nível de base local, pela construção UHE Porto Primavera, reativação de rede hidrográfica e
processos erosivos na bacia do Ribeirão dos Xavantes.
MATERIAIS E MÉTODOS:
A bacia hidrográfica do Ribeirão dos Xavantes ou Santa Cruz de 289 km², se situa no alto curso do córrego
do Ribeirão dos Xavantes ou Santa Cruz, no Oeste do estado de São Paulo. Em termos geomorfológicos,
caracteriza-se por estar situada no Planalto Ocidental Paulista, apresentando colinas amplas e baixas de
altimetria entre 300 a 600 metros.
Para o desenvolvimento da pesquisa, foram elaboradas Cartas de Solos, Declividade e Capacidade de Uso
da Terra da Bacia do Ribeirão dos Xavantes de escala 1:50.000, com base em cartas topográficas.
Posteriormente, foram posicionadas amostras circulares em coordenadas geográficas constantes, utilizando
software ArcGis e AutoCAD, para determinação dos índices de densidade hidrográfica (Dh), densidade de
drenagem (Dd); possibilitando comparação da mesma área nos dois períodos: antes (1962/1972) e depois
(2009/2010) da construção da barragem.
DISCUSSÃO E RESULTADOS:
Os resultados foram coletados a partir da análise dos mapas produzidos, propiciando comparação entre
os dois períodos 1962/1972 e 2009/2010. Assim, a partir da tabela 1 é possível correlacionar os dados e
observar que:
As amostras circulares compostas de Latossolo Vermelho-Escuro (LV45) obtiveram aumento, no segundo
período, do comprimento dos canais de primeira ordem.
As amostras circulares que apresentavam Argissolo Vermelho-Amarelo (PVa) obtiveram, no mesmo
período, aumento no número de canais.
CONCLUSÃO:
Por meio deste trabalho foi possível constatar que, devido à ação antrópica ao alterar o nível de base com a
construção da UHE Porto Primavera, a bacia do Ribeirão dos Xavantes obteve aumento no número e comprimento
dos canais de primeira ordem, em busca de novo estado de equilíbrio dinâmico. Porém, para validação de tal
modelo, é necessário que se faça verificação do percentual de uso agrícola das terras em cada amostra circular.
BIBLIOGRAFIA: CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: Edgard Blucher, 1980. CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem de sistemas ambientais. São Paulo: Edgar Blucher, 1999. CUNHA, S.B.C. Geomorfologia fluvial. In: Geomorfologia: Uma atualização de bses e conceitos. São Paulo: Edgard Blucher, 2001. LEPSCH, I. F; BELLINAZZI JUNIOR, R., BERTOLONI, D., ESPÍNDOLA, C. R. Manual para levantamento utilitário do meio físico e classificação de terras no sistema de capacidade e uso. Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1991. STRAHLER, A. N. Physical Geography. New York: J. Wiley, 1975. TROPPMAIR, H. Geossistemas e Geossistemas paulistas. Rio Claro: IGCE, 2000.
Período Número de canais de primeira
ordem
(Dh) Comprimento (m) (Dd)
1962/1972 105 0,36 83557 0,28
2009/2010 186 0,64 95235 0,32
Amostra
Declividade
Solo
Número de canais de primeira
ordem
Comprimento (m)
1962/1972 2009/2010 1962/1972 2009/2010
1 0-3% LV45 2 3 3521 2956
2 6-12% PVa5 3 4 2479 3733
3 3-6% PVa10 2 2 2398 1733
4 3-6% LV45 3 4 2464 3772
5 3-6% PVa5 4 11 2950 4406
6 0-3% LV45 2 2 2704 2302
7 3-6% LV45 2 5 2228 2611
8 3-6% LV45 3 10 2725 3458
9 3-6% PVa10 2 4 1100 2012
10 3-6% PVa10 5 9 4573 3341
11 3-6% PVa10 1 3 783 1758
12 6-12% PVa5 7 13 4726 4887
13 6-12% PVa5 8 10 2869 3954
14 3-6% LV45 2 2 2530 1480
15 6-12% PVa5 2 3 1274 828
16 3-6% PVa5 5 5 2074 2910
17 3-6% LV45 5 6 3809 4800
18 3-6% PVa5 4 10 4190 4477
19 3-6% PVa5 6 17 5532 6451
20 6-12% PVa5 4 0 4321 0
21 6-12% PVa5 4 11 2839 2972
22 6-12% PVa5 7 8 4319 3698
23 0-3% LV45 2 2 2243 2679
24 6-12% PVa5 4 9 2950 4107
25 0-3% LV45 3 4 1989 2286
26 3-6% PVa5 1 4 960 2972
27 6-12% PVa5 3 2 2193 2563
28 3-6% PVa5 1 3 1719 2351
29 0-3% LV45 0 1 0 1785
30 3-6% LV45 1 2 480 1311
31 3-6% PVa10 7 19 4615 5703
Assim, foi possível verificar aumento do índice de densidade hidrográfica e do índice de densidade de
drenagem, em geral, em todas amostras circulares no segundo período (2009/2010) (Tabela 2).
Tabela 2: Dados comparativos entre os períodos de 1962/1972 e 2009/2010.
Tabela 1: Correlação da declividade, solo, número de canais de primeira ordem e comprimento nos dois períodos.
FONTE: www.camarapprudente.sp.gov