geomorfologia e meio ambiente - 1

61
Leia tarnbern: Avaliar;iio e Pericia Ambiental Geomorjologia do Brasil Geomorjologia: Uma Atualizar;iio de Bases e Conceitos Geomorjologia: Exercicios, Tecnicas e Aplicar;oes Antonio Jose Teixeira Guerra e Sandra Baptista da Cunha organizadores e Meio Ambiente (\'-\ \(). 1/ <tJD~ -0_ O\J; "'J Q;~ 01' I ~ CEFET/SP - BIBLIOTECA Ng do Tombo : 0019069 Data do Tombo:21/11/2001 IB BERTRAND BRASIL

Upload: jhen-scalco

Post on 15-Jul-2015

1.816 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 1/61

 

Leia tarnbern:

Aval ia r; ii o e Pe ri ci a Amb ie n ta l

G e omo rjo lo gia d o B ra sil

Geomorjologia:

Um a A tu aliz ar;iio d e B as es e C on ce ito s

Geomorjologia:

E x er cic io s, T ec nic as e A p lic ar ;o es

Antonio Jose Teixeira Guerra

e

Sandra Baptista da Cunha

organizadores

e

Meio Ambiente

( \ ' - \ \().

1/ < t J D ~ - 0 _

O \ J ;

" ' J Q ; ~0 1 ' I

~

CEFET/SP - BIBLIOTECA

Ng do Tombo : 0019069

Data do Tombo:21/11/2001

IBB E R T R A N D B R A S I L

Page 2: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 2/61

 

Copyright © Antonio Jose Teixeira Guerra e

Sandra Baptista da Cunha

Capa: projeto grMico de Leonardo Carvalho, utilizando fotos de pro-

cesso erosivo acelerado (vocoroca em Sao Gabriel do Oeste - MS)

(Foto de A. J. T. Guerra, 1995)

2000

Impresso no Brasil

P ri nt ed i n B ra zi l

Cip-Brasil, Catalogacao-na-fonte

Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

G298 Geomorfologia e meio ambiente / Antonio Jose Teixeira3. ed. Guerra e Sandra Baptista da Cunha (organizadores). 3. ed. -

Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

372p.

Inclui bibliografia

ISBN 85-286-0573-6

1. Geomorfologia. 2. Meio ambiente. 1. Guerra, Antonio

Jose Teixeira. II.Cunha, Sandra Baptista da.

96-0989

CDD - 551.4

CDU -551.4

Todos os direitos reservados pela:

BCD UNIAO DE EDITORAS S.A.

Av. Rio Branco, 99 - 20Qandar - Centro

20040-004 - Rio de Janeiro - RJ

Tel.: (Oxx21)263-2082 Fax: (Oxx21)263-6112

Nao e permitida a reproducao tota l ou parcial desta obra, por quais-

quer meios, sem a previa autorizacao por escrito da Editora.

A te nd em o s p elo R ee m bo ls o P os ta l.

Sumario

A pre se nia ciu : 1 3P re ja cio 1 5

Autores 21

CAPiTULO 1 INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS 25

C la ud io G er he im P or to

1. lniroduciio 25

2 . F atores C on dicio na ntes d o In tem perism o 26

2.1. Fatores End6genos 27

2.2. Fatores Ex6genos 28

.. In tem perism o F isico 29

t, liu m perism o Q uim ico 30

4.1. Reacoes de Dissolucao 30

4.2. Reacoes de Oxidacao 314.3. Reacoes de Hidr6lise 32

Page 3: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 3/61

 

5 . R eg o lito s T ro p ic ais e Z o na s M o rf oc lim a tic as 33

6. C onceiiuacdo de R egolitos 38

7 . E siru tu ra ciio d e R eg olito s 4 07.1.Zona Saprolitica 40

7.2.Zona Pedolitica 42

8. Condicoes para a Formacao e Equilibrio d o s R eg o lito s

L ate ritic os 4 6

9. Process as d e 'Ira nsjo rm aciio d e R eg olito s 4 7

9.1.Podzolizacao de Latossolos 47

9.2.Regolitos Lateriticos Modificados sob Regi-mes Equatoriais 48

9.3.Regolitos Lateriticos Modificados sob Regi-

me Arido 50

10. C onclu soes 53

11. B ib lio gra fia 5 4

CAPITULO 2 PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA 59

Franc es co Pa lm i er i

J org e O lm os Itu rri L ara ch

1. lntroduciio 59

2. Estudos de Cam po e de Laborat6rio 61

2.1. Atividades de Campo 61

2.2.Atividades de Laborat6rio 62

3. Tipos de M apas de Solos 64

4. P edolog ia - C on ceitos Basicos 64

4.1. Solo 66

4.2.Horizonte de Solo 66\

4.3. Perfil 67

4.4.Solum 684.5. Pedon 68

4.6.Polipedon 69

5. Genese do Solo 69

5.1.Fatores 70

5.2.Mecanismos 72

5.3.Processos 73

6. R elacce« entre P edologia e M eio A mbiente 7 46.1.Relevo e Caracteristicas dos Solos 76

6.2.Clima e Caracteristicas dos Solos 81

6.3.Organismos e Caracteristicas dos Solos 85

7. Solos e Paisagens 90

B . A plica ca o 'd os E stu do s E da fo -A mb ien ta is 11 5

9 . C onci us o es 118

1 0 . B ib lio gr afia 1 19

A P1 TU L O 3 MOVIMENTOS DE MASSA: UMA ABORDAGEM

GEOLOGICo-GEOMORFOLOGICA 123

N e ls on F er re ir a F er na nd es

C la ud io P alm eiro d o A ma ra l

1 , / l 1 t l ' o d u 9 a o 12 3

Page 4: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 4/61

 

2 . C la ss lf ic aq iio e C on dic io na nte s 1 26

2.1. Classificac;ao 127

2.2. Condicionantes Geo16gicos e Geomorfo16-gicos 147

3 . D oc um en ta qiio e In vestig aq iio d os D es liza men tos 1 61

4 . Previsiio de D eslizam entos e M edidas para Reduqiio dos

R isc os A sso cia do s 1 71

4.1. Mapas de Susceptibilidade a Deslizamen-tos 171

4.2. Cartas de Risco de Acidentes Associados a

Deslizamentos 175

4.3. Medidas de Reducao dos Acidentes Associa-

dos a DesIizamentos 181

5. C onclusaes 18 5

6 . B ib lio gr afia 1 86

CAPiTULO 4 BIOGEOGRAFIA E GEOMORFOLOGIA 195

lO i io B a tis ta d a S ilv a P e re ir a

[ os im ar R ib eir o d e A lm eid a

1.In troduqiio 19 5

2 . P rin cfpio s G era is d a B io ge og ra fia 1 96

2.1. Fatores Determinantes da Biogeografia 197

3 . ln te r- re ta co es d as D in am ic as B io Z6 gic a e G eo gr af ic a 2 05

3.1. Inter-relac;oes Hist6ricas e Filogeneticas: Geo-

morfologia e Biogeografia 206

3.2. Inter-relacoes Estruturais e Funcionais do

Clima-Solo-Biota 219

3.3. Inter-relacoes Biogeoqulmicas 222

4 . B io ge og ra fia e F orm aco es d e N ova s E spe cies 2 26

4.1. Teoria Sintetica da Evolucao 226

4.2. Especiacao GeogrMica e Especializacao Eco-

16gica 227

4.3. Distribuicao GeogrMica: Centro de Origem e

Area BiogeogrMica 231

5 . R eg io es B io ge og ra fic as 2 33

5.1. Regioes FitogeogrMicas 234

5.2. Regioes ZoogeogrMicas 236

5.3.Regioes BiogeogrMicas da America Latina 239

6 . Conc lu s oe s 24 6

7 . B ib lio gra fia 2 47

CAPITULO 5 DESERTIFICA(Ao: RECUPERA(Ao E DESEN-

VOLVIMENTO SUSTENT A VEL 249

D irc e M a ria A ntu nes S ue rteg ara y

1, Iniroducao 24 9

2, R cu per ac iio d e A re as D ese rtific ada s 25 5

,l , P1 'O b iem tit ic a d a D e se rii ii ca cii o n o B r as il 2 61

I, P rc ce seo d e Arenizacao no Sudoeste do Rio Grande doS I I ! C Propo s ta s d e Re cup era c: ;i io 2 66

.r=>

Page 5: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 5/61

 

5. D esertificac;iio , B iodiversidade e D esenvolvim ento

Sustentduel 279

6 . Con ci uso es 285

7. Bibliografia 287

CA P iT U LO 6 GEOMORFOLOGIA APLICADA AOS El As _

RIMAs 291

lu ra nd ur L uc ia no S an ch es R os s

1 . In troduc; i io 291

2 . E stu do s d e I mp ac to Am bie nta l 296

2.1. Antecedentes do EIA-RIMA 296

2.2. Aplicac;6es dos Estudos de Irnpacto Arnbien-

tal e Relat6rios de Irnpacto Arnbiental 300

3 . A bo rd ag em G eomo rf ol6 gic a n os E stu do s Am bie nta is 305

3.1. Entendirnento Morfogenetico: Diagn6stico

do Relevo 307

4. Recursos N aturais, S istem as N aturais e Fragilidade

Po te nc ia l d o R ele vo 316

4.1. Analise Ernpirica da Fragilidade 318

5 . R ele vo e I mp ac to s Am bie nta is 324

5.1. Urn exernplo Aplicado: Irnplantac;ao de Nu-cleo Urbano 324

6. Ccnclusiies 334

7 . Bib li ogra f ia 335

10

CAP ITULO 7 DEGRADA<;:Ao AMBIENTAL 337

S an dra B ap tista d a C un ha

A nto nio J os e T eix eir a G ue rr a

1 . l n tr oducdo 33 7

2. Relacoe« entre M eio A mbiente e G eom orfologia 338

2.1. Meio Arnbiente 339

2.2. Degradacao Arnbiental e Sociedade 342

2.3. Causas da Degradacao Ambiental 345

2.4. Papel Integrador da Geornorfologia 348

3 . D e se qu ili br io s n a Pa is ag em 352

3.1. Bacia HidrogrMica - Urna Visao Integra-dora 353

3.2. Encostas 355

3.3. Vale Fluvial 361

3.4. Cestao e Impactos 365

4 . M o nito ra me nto d a D eg ra da ciio A mb ie nta l 3 67

4.1. Mensurac;ao 368

4.2. Tipos de Mensuracao e Problemas Relacio-

nados 371

.. Conclusoes 375

. Bibliograiia 37 6

f N ICE REMISSIVO 381

)

Page 6: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 6/61

 

Apresentaciio

A Geomorfologia, por se tratar de uma ciencia que

estuda diferentes aspectos da superficie da Terra, possui

urn carater altamente integrador entre as Ciencias Am-

bientais procurando compreender a evolucao espa~o-

temporal do relevo terrestre. Assim sendo, nesse livro, a

Geomorfologia e 0 fio condutor entre os diversos seg-

mentos que constituem 0quadro ambiental.

o livro G eo mo rfo lo gia e M eio A mb ien te se prop6e a

complementar a obra anteriormente lancada - Geomor -

fo lo gia : u ma Atualizacao de Bases eConceitos - atraves da

analise de temas como: intemperismo, pedologia, movi-

mentos de massa, biogeografia, desertificacao, impactos

e degradacao ambiental. Atende, como 0 livro anterior,

ao ensino de graduacao e pos-graduacao nas areas de

Geografia, Geologia, Ecologia, Biologia, Engenharia Ci-

vil, Agronomica e Florestal e outros curs os no campo

das Ciencias da Terra.

Esta obra busca reunir t6picos tratados em diferen-

tes publicacoes, de forma a atualizar e aprofundar co-

Page 7: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 7/61

nhecimentos dispersos contribuindo para a diminuicao

dos impactos e a melhoria da gestae ambiental.

No primeiro capitulo, 0 intemperismo e analisado

em regi6es tropicais, destacando sua importancia na for-

macae dos solos. 0 segundo capitulo enfatiza a impor-

tancia dos conceitos basicos pedologicos. destacando as

diversas aplicacoes que os estudos edafo-ambientais

possuem no mundo de hoje. 0 terceiro capitulo apre-

senta os movimentos de massa levando em considera-

<;aoos fatores geol6gicos, geomorfo16gicos, climaticos e

sociais que detonam esses processos. 0 quarto capitulo

trata das relacoes entre biogeografia e geomorfologia

apresentando a importancia dos oceanos, continentes e

ilhas, bem como das formas de relevo como fatores

determinantes da distribuicao dos animais e vegetais na

superffcie da Terra. 0 quinto capitulo aborda a desertifi-

cacao, enfatizando a preocupacao do homem no comba-

te a esse processo, sua recuperacao e 0 consequente

desenvolvimento sustentavel. 0 sexto capitulo analisa 0

papel da Geomorfologia nos EIAs-RIMAs, abordando

os sistemas ambientais face as intervencoes antr6picas.

o setimo e ultimo capitulo destaca a degradacao am-

biental analisando as relacoes entre ambiente, degrada-

<;aoe geomorfologia que representa 0 fio condutor desse

livro.

Prefacio

Este e 0 terceiro livro que os autores lancam nom rcado editorial em curto espa<;ode tempo e que se

mplementam. Trata-se, como seus antecessores, de

mportante contribuicao it bibliografia geomorfol6gica

r sileira, que certamente recebera a melhor acolhida.

Urn prefacio e mais do que simples apresentacao de

Ulnaobra, ja que deve introduzir 0 leitor no seu espirito

( refacio,do latim p r a e = antes e f a r e = falar);por extensao,

n deveria Iimitar-se a derramar elogios: por essas ra-

~ s, elaborar um prefacio nao e tarefa dasmais simples.Este livro apresenta import antes contribuicoes it li-

I r tura geomorfol6gica brasileira, que e um de seus

i p6sitos. Urn outro, seria 0 de mostrar a contribuicao

d 1 Geomorfologia para os estudos ambientais. Final-

III nte. e nao menos ambicioso, tern 0prop6sito de aten-

I r ao ensino da Geografia, das Ciencias Naturais e suas

pllcacoes no campo das Engenharias.

Para entender esta obra, e importante lembrar aoI It r como el\e situa no panorama editorial brasileiro

 

Page 8: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 8/61

PREFAcIO

sobre a materia. Em relacao a Geomorfologia, preenche

urn espaco de tempo consideravol entre 0 aparecimento

das 1~ e 2i!edicoes do texto de MARGARIDA M. PENTEADO

(1973 e 1978) e daquele de CHRlSTOFOLETTI. E bern ver-

dade que sai quase ao mesmo tempo que 0 livro hom6-logo de BIGARELLA (1995). Sobre a aplicacao da Geo-

morfologia para estudos do meio ambiente, tern ja com-

panhia mais recente nas obras de JURANDYR LUCIANO

SANCHES ROSS (1990) e de VALTER CASSETTI (1991). Por

at 0 leitor percebera 0 quao ainda e escassa a producao

nacional de textos basicos, e porque este livro, com seus

companheiros que 0 antecedem de pouco, preenche

uma lacuna no panorama editorial brasileiro.

Em relacao ao terceiro prop6sito, de atender ao en-

sino, e necessario apresentar algumas cortsi deracoes

para permitir ao leitor melhor apreciar 0 espirito deste

trabalho.

Na sua apresentacao, os organizadores lembram,

com muita propriedade, que 0 livro "busca reunir topi-

cos tratados em diferentes publicac;oes" essa observa-

c;ao, com certeza, alerta 0 leitor de que os autores de

cada t6pico0

abordarao livremente sern, necessaria-mente, a presenca de urn fio condutor que os unifique.

Em outros termos, nao se trata de uma obra linear, como

classicamente sao construidos os manuais.

Se essa liberdade faz com que 0 texto, de urn lado,

mostre uma evidente falta de unidade (que os organiza-

dores procuram compensar no capitulo final), que pode

confundir 0 leitor menos avisado (por exemplo, estu-

dante de graduacao), tern, por outro lado, a virtude de

mostrar que 0 caminho do conhecimento nao e umasenda unica, que a sua construcao percorre varias tri-

PREFAcIO

[has, que se complementam ou se completam e, ate

mesmo, se contradizem. Isso esta relacionado ao fato

que os que ai laboram nao seguem os mesmos postula-

d0S te6rico-metodo16gicos. Essa virtude traz consigo a

possibilidade da riqueza de reflexoes, que 0 leitor maisavis ado faz naturalmente (por exemplo, estudantes de

pos-graduacao e outros profissionais).

Por fim, e tambern importante assinalar ao leitor

que os organizadores propoem, com este livro, comple-

mentar a obra anteriormente lancada: Geomorfologia:

uma Aiual izacao d e B as es e C on ce ito s.

Com efeito, os dois primeiros capitulos preenchem

uma lacuna desse texto: 0 capitulo I, de CLAUDIO GER-

HiEIM PORTO trata do "Intemperismo em Regioes Tropi-

cais", abordando seus aspectos fisicos e quimicos, os

principais elementos que compoern solos e alteritas e

suas ev4uais variacoes em funcao dos condicionantes

climaticos: 0 segundo capitulo "Pedologia e Geomor-

fologia", de FRANCESCO PALMIERl e JORGE OLMOS ITURRl

LARACH, aborda brevemente os procedimentos dos tra-

balhos pedo16gicos que resultariam, entre outras coisas,

m mapeamentos. Segue a linha classica de explicar aorganizacao vertical dos perfis de solo e suas relacoes

om os fatores ambientais naturais, ressaltando a influ-

ncia da topografia, como elemento importante para a

mpreensao da relacao da Pedologia com a Geomor-

f logia. Terminam em consideracoes a respeito da apli-

< ; 2 1 . 0 dos estudos pedoI6gicos para a melhor compreen-

I ' l&Q do meio ambiente.

o capitulo 3 "Movimentos de Massa: uma Aborda-

g m Geo16gico-Geomorfo16gica", de NELSON FERREIRA

P'RNANDES e CLAUDIO PALMEIRO DO AMARAL, e tambem

 

Page 9: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 9/61

PREFAcIO

sos naturais. Privilegiam a bacia hidrografica, que inte-

gra (e permite essa visao integradora) a maior parte dos

processos naturais: e ai que os impactos causados pelas

acoes antropicas pod em ser mensurados, avaliados e

monitorados. Porem, mais do que isso, esse capitulo

procuraII

costurar" a unidade do livro, tentando mostrarque, apesar de tudo, ele apresenta certa unidade, sobre-

tudo atraves da identidade de propositos de cada topi-

co: a sua contribuicao aoestudo do ambiente.

Pelo que se depreende da leitura deste livro, ele

nao e apenas muito rico pelas informacoes que contem,

mas muito mais pelas reflexoes que permite a respeito

das relacoes entre 0 estudo das formas do relevo, sua

genese, evolucao e comportamento, e os riscos de

degradacao ambiental e como preve!li-Ios. Certamente,

ocupara urn lugar privilegiado nas mesas de estudo e

trabalho de estudantes e profissionais.

JOSE PEREIRA DE QUEIROZ NETO

20

Autores

Claudio Gerheim Porto e geolcgo, doutor em

,ologia pela Universidade de Londres (Inglaterra) e

professor adjunto do Departamento de Geologia da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (Instituto de

sociencias, Iiha~do Fundao, Cidade Universitaria, CEP

21940-590, Rio de Janeiro)

Francesco Palmieri e engenheiro agronomo, dou-

r em Ciencia do Solo pela Universidade de Purdue

("Istados Unidos) e pesquisador III da EMBRAPA -

NPSoios (Rua [ardim Botanico 1024 CEP 22460-000,

Jorge Olmos Iturri Larach e engenheiro agronomo

I 1 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e

l quisador II da EMBRAPA - CNPSolos (Rua Jardim

Bot nieo 1024 CEP 22460-000, Rio de Janeiro)

Nelson Ferreira Fernandes e geologo, doutor em

Iuclogia pela Universidade da California (Berkeley) e

p 1 ' 6 ssor adjunto do Departamento de Geografia da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (Instituto de

21 

Page 10: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 10/61

AUTORES

Ceociencias, Ilha do Fundao, Cidade Universitaria, CEP

21940-590,Rio de Janeiro)

Claudio Palmeiro do Amaral e ge6logo, mestre em

Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e

tecnico da Fundacao Instituto de Geotecnica do Rio de

Janeiro/ GEORIO (Rua Fonseca Telles 121/l0Q Sao

Cristovao, CEP 20940-020,Rio de Janeiro)

Joao Batista da Silva Pereira e bi6logo, mestrando

em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de

Janeiro e tecnologista senior II da Fundacao IBGE (Rua

Paulo Fernandes 24, Praca da Bandeira, CEP 20271-300,

Rio de Janeiro)

Josimar Ribeiro de Almeida e bi6logo, doutor emCiencias Biol6gicas pela Universidade Federal do Para-

na e professor adjunto do Departamento de Ecologia da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (Instituto de

Biologia, Ilha do Fundao. Cidade Universitaria, CEP

21590,Rio de Janeiro)

Dirce Maria Antunes Suertegaray e doutora emGeografia Fisica pela Universidade de Sao Paulo e pro-

fessora titular do Departamento de Geografia da Uni-

versidade Federal do Rio Grande do SuI (Departamento

de Geografia, Campos do Vale, Rua Bento Goncalves

9500,CEP 91540-000,Porto Alegre, Rio Grande do SuI)

Jurandyr Luciano Sanches Ross e doutor em

Geografia pela Universidade de Sao Paulo (USP) e pro-

fessor assistente doutor do Departamento de Geografia

da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciencias Humanas

da Universidade de Sao Paulo (Caixa Postal 8105,CEP

05508-900,SaoPaulo)

Sandra Baptista da Cunha e doutora em Geografiala Universidade de Lisboa (Portugal) e professora

22

AUTORES

adjunta do Departamento de Geografia da Universida-

de Federal do Rio de Janeiro (Instituto de Geociencias,

Ilha do Fundao, Cidade Universitaria, CEP 21940-590,

Rio de Janeiro)

Antonio Jose Teixeira Guerra e doutor em Geo-

grafia pela Universidade de Londres (Inglaterra), pes-

quisador do CNPq e professor adjunto do Departa-

mento de Geografia da Universidade Federal do Rio de

Janeiro (Instituto de Ceociencias, Ilha do Fundao, Cida-

de Universitaria, CEP 21940-590,Rio de Janeiro)

23

 

Page 11: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 11/61

Toda atividade biol6gica terrestre depende direta

(HI indiretamente do manto de intemperismo, ou regoli-

to , ue nada mais e do que uma fina pelicula represen-

t ind urn contato transicional entre a litosfera e a

1l11l\ sfera. Como regolito entende-se todo material

lueon olidado que recobre 0 substrato rochoso inaltera-

Ill, ou proto lito, sendo formado por material intemperi-

v . 1 I 1 i n s it u ou transportado. No regolito, as proprieda-

I· f leas, quimicas e mineral6gicas do protolito se

I t -r 1 1 -, progressivamente de baixo para cima, ate atin-

I 11 1 s em superficie, sempre buscando atingir 0

[ullthr! om as condicoes ambientais vigentes. Sobre

s atuam tambem os processos geomorfo16gi-

Idam a superficie terrestre. Torna-se portanto

CAPITULO 1

INTEMPERISMO EMREGIOES TROPICAIS

C lau dio~rhe im P orto

1 . Introduciio

25

 

Page 12: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 12/61

INTEMPERlSMO EM REGIOES TROPICAlS

evidente que 0 entendimento dos processos responsa-

veis pela formacao dos regolitos e de fundamental im-

portancia para 0 estudo de muitos t6picos ligados ao

meio ambiente.

Esta importancia e especialmente marcante nas re-

gi6es tropicais onde, devido as mais altas temperaturas e

umidade, a degradacao qufrnica e acelerada podendo re-

sultar em regolitos de mais de uma centena de metros de

espessura. A importancia dos regolitos em regi6es tropi-

cais vern se materializando no meio cientffico atraves de

uma serie de trabalhos mais recentes que sistematizam

conceitos de urn campo de conhecimentos caracteristica-

mente multidisciplinar, uma vez que tern tido a contri-

buicao de geologos, geomorfologos, pedologos, agrono-

mos, mineralogistas, geotecnicos, entre outros. Entre

esses trabalhos destacam-se os de Butt & Zeegers (1992),

com enfase na exploracao mineral, Faniran & Jeje (1983),

McFarlane (1976) e Thomas (1994), com enfase na geo-

morfologia, Nahon (1991) e Tardy (1993), com enfase na

petrologia, e Fookes (1990) com enfase na geotecnia.

Neste capitulo serao focalizados os processos de

evolucao internperica de regolitos em regi6es tropicais,

ap6s uma breve revisao de alguns principios que regem

o intemperismo nessas regi6es.

2. Fatores Condicionantes do Intemperismo

Os fatores que condicionam 0 intemperismo de

uma maneira geral podern ser divididos em dois gran-

des grupos: fatores end6genos e ex6genos. Os fatores

end6genos estao diretamente relacionados a natureza

26

INTEMPERlSMO EM REGIOES TROPICAIS

do protolito e a tectonica associada, Os fatores ex6genos

~ao interdependentes e basicamente controlados pelas

iondicoes climaticas e geomorfol6gicas.

2.1. Fatores End6genos

Urn dos principais fatores end6genos que condicio-

nam 0 intemperismo e a composicao minera16gica do

f rotolito, ja que esta influencia no seu grau de alteracao,

d acordo com a susceptibilidade de alteracao dos mine-

r is presentes. Esta susceptibilidade depende da ligacao

entre os ions que e mais forte naqueles com maior carga e

menor raio atomico, Assim, os ions 5 i / e A13+formamllgacoes mais fortes do que fons cemo 0Mg2+, Fe2+,

(' 2+, Na+ e K+. Este e 0principio basico para se explicar

IS rie de Goldich (1938) que da a ordem de estabilidade

it> minerais como mostra a Figura 1.1 e de onde se

deduz que rochas de composicao basica e ultrabasica ten-

Iern a se alterar mais facilmente do que as mais ricas em

qu rtzo. No entanto a granulometria dos minerais tam-

b nn influencia a alteracao ja que quanto menor 0 grao,

III Ii r a razao entre sua superffcie e seu volume, e conse-

II 'I mtemente, maior sua exposicao aos agentes intempe-Ie w . 0 fabric do protolito tambem vai influenciar na sus-

I -ptibilidade a alteracao da rocha. Craos recristalizados

111) 1 .1 m maior area de contato entre si, resultando numa

1 1 1 iior coesao. Da mesma forma, planos de fratura ou eli-

v I}'. m podem facilitar 0 acesso de fluidos intempericos.

1 '111 ' st motivo, areas muito tectonizadas tendem a gerar

II·golit mais espessos.

27

 

Page 13: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 13/61

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

. Olivine Co plcqioc ldsio

Augita Ca-Na pfagioclcisio

Hornblendo Na - Ca-;;'IOgioclasio j Crescente8iot~ N~Plagioclasio est.abilidode

K-feldspato durante 0

Musdovita intemperismoIQuortzo

Figura 1.1 - Sequencia de susceptibi lidade ao intemperismo de

minerais silicatados (Goldich, 1938).

Por outro lado, em areas tectonicamente estaveis,

os regolitos tendem a se preservar, ao contrario de areas

tectonicamente ativas que, devido a movimentos de

soerguimento, promovem urn aumento da taxa de ero-

sao. Areas estaveis tambem permitem que os regolitos

permanecam expostos por longos periodos e evoluam

de acordocom as mudancas ambientais. A combinacao

desses fatores e suficiente para tornar bastante comple-

xa suas influencias na formacao de regolitos.

2.2. Fatores Exogenos

Estes fatores dependem basicamente das condicoes

climaticas e geomorfol6gicas. Clima quente e umido,

com cobertura vegetal exuberante, favorece a formacao

de espessos regolitos atraves da acao de acidos organi-

cos que facilitam 0 intemperismo qufrnico. A acao fisica

das rafzes tambem induz ao fraturamento e aces so aos

fluidos, alem de proteger 0 regolito da acao erosiva. 0

regime hidrol6gico tambem po de favorecer a formacao

de espessos regolitos em situacoes de livre circulacao de

fluidos e constante lixiviacao, 0 que evita a saturacao

28

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

das solucoes e a conseqiiente diminuicao de sua reativi-

dade. De acordo com os principios termodinamicos isto

se traduz em situacoes onde a atividade da agua e iguala umidade levan do a formacao de minerais secundarios

hidratados (Tardye Nahon, 1985). Isto ocorre em ambi-

entes com boa porosidade associado a terrenos com in-

clinacoes suficientes para permitir 0 escoamento dos

fluid os no lencol d'agua, sem no entanto elevar em de-

masia a taxa de erosao superficial.

3. Intemperismo Fisico

Estes sao subordinados aos pro~cis quimicos delteracao da rocha em regi6es tropicais. Mecanismos tais

eomo fraturamento por cristalizacao de sais e insolacao

'1' ill, geralmente, sobre 0protolito quando suas super-

f des sao expostas. Em regi6es cobertas por regolitos

t' es mecanismos nao atuam, mas 0 fraturamento devi-

10 0 alivio de pressao pode ocorrer na frente de intem-

I l'dsmo, gerando urn conjunto de fraturas teoricamente

i1 ' lelas a superficie. No entanto, 0 microjabric do pro-

IIIlIt e tambem afetado por microfraturamentos intra eIllllrgdios que podem acompanhar planes de fraqueza

III' ~ln is no protolito nao necessariamente paralelos atq 'rf1cie (Dobereiner e Porto, 1993; Barroso et al. ,

I L J ! ' \ ) . Io gera urn complexo sistema de microfraturas

III • 1" ulta num aumento de volume (Porto e Hale,

I I,). na t aumento pode, no entanto, vir a ser compen-

1 0 I or urna reducao volumetrica em areas vizinhas,

Ip 'I'd de massa, devido a lixiviacao quimica (Tres-

It) 2), 0 fraturamento por alivio de pressao e,

29

 

Page 14: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 14/61

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

provavelmente, urn dos primeiros efeitos do intemperis-

mo, permitindo 0 acesso de fluid os que desencadeiam

as reacoes responsaveis pelo intemperismo quimico.

4. Intemperismo Quimico

Reacoes quimicas do intemperismo sao controladas

essencialmente pela agua mete6rica e gases nela dissol-

vidos (02 e CO2), Os produtos dessas reacoes consti-

tuem os minerais secundarios, que formam 0 regolito, e

o material dissolvido, que pode ser removido em solucao

ou reprecipitado em ambientes favoraveis no regolito. Os

produtos secundarios formam 0 plasma enquanto que os

residues de minerais primaries formam 0 esqueleto do

novo fabric desenvolvido (Brewer, 1964). Os produtos

secundarios, quando formados in sit u, a partir da estru-

tura cristalina de urn mineral preexistente, sao denomi-

nados de minerais transformados. Quando estes se for-

mam a partir de ions precipitados das solucoes in tempe-

ricas sao denominados de minerais neoformados.

Os principais tipos de reacoes internpericas serao

apresentados nos itens abaixo:

4.1. Reacoes de Dissolucao

Esta reacao se da pela solubilizacao dos elementos

que compoern os minerais. Sua intensidade vai depen-

.der da quantidade de agua que passa em contato com

os minerais e da solubilidade desses minerais. Assim,

miner ais de alta solubilidade, como halita (NaCI), sao

f~).iimente dissolvidos. Isto contrasta com a solubilidade

30

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

uartzo que e muito baixa «6mg/ <Si02). Normal-

nt as aguas continentais se encontram saturadas

l III a silica dissolvida, proveniente de outros silicatos,

quando estes sao consumidos, como nas porcoes

1I~ eriores de regolitos muito lixiviados, tipo perfis late-

II 'OS, as solucoes passam a ser subsaturadas em silica

o quartzo pode ser dissolvido pela agua meteorica

1 1' I (Trescases, 1992).

4.2. Reacoes de Oxidaciio

rata-se de uma reacao com 02 forman do oxidos,

Ihldroxidos, se a agua tambem e envolvida no produ-

I iundario. J

A f ta principalmente os minerais contendo ionsullv \1 ntes tais como 0 ferro e manganes. Principal res-

t I V I pela coloracao avermelhada caracteristica dos

"lit tropicais. A reacao pode se dar por etapas, pri-

I' un nte com a liberacao do Fe2+ por hidrolise:

uldo da oxidacao do Fe2+:

2 2 + + 3H20 + ~ 02 -7 2FeO.OH + 4H+

1\111 rfis lateriticos esta reacao e referida como

1 1 1 1 1 l' (Mann, 1983).

( ) id s e hidroxidos de ferro, aqui representa-

I Ill' II1 .OH , sao insoluveis e precipitam-se na faixa

I II gI'I'lln nte encontrada em superficie ou sao car-

III I'll • lucoes coloidais. No entanto, e tambern

31

 

Page 15: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 15/61

INTEMPERISMO EM REGIGES TROPICAIS

comum nos solos superficiais de regolitos tropicais con-

dicoes acidas e redutoras devido a abundancia de mate-

ria organica e nestas condicoes os oxihidr6xidos de ferro

se reduzem e sao mobilizados para fora ou para niveis

inferiores do regolito.

4.3.Reaciies de Hidr6lise

Trata-se da reacao mais comum para os minerais

. silicatados. E a reacao qufrnica que se da pela quebra da

ligacao entre os Ions dos minerais pela acao dos Ions H+

e OH- da agua, Os protons H+ sao consumidos e Ions

OH-, cations e acido silicico sao colocados em solucao,

podendo haver urn produto secundario residual.

Na sua forma mais simples pode ser exernplificada

com a hidr6lise da olivina, neste caso sem a producao

de mineral secundario:

A presen<;a de acido carbonico a partir de CO2 dis-

solvido na agua, favorece ainda mais as reacoes de

hidr6lise.

As reacoes de hidr6lise podem tambem ser exem-

plificadas para os feldspatos potassicos que, com a cres-

cente agressividade das solucoes percolantes, pode

gerar ilita, caolinita ou gibsita como produto secunda-

rio. Estes produtos podem tambem ser gerados em esta-

gios, primeiramente para ilita, subsequentemente para

caolinita e por fim para gibsita com a perda gradual de

K e Si (Figura 1.2).

32

INTEMPERISMO EM REGIGES TROPICAIS

KAISi30s(K- f eldspato)

1- 213 K+- 2S i02

1/3 KAI2(AISi

3) 01 0(OH)2

( iii t a )

1-1/3K+

1 /2AI2S i0 5(OH)4(caol inita)

! - S i O ,AI(OH)3

(g ibs i ta)

l'l~ur(l 1.2 - Pos e ioe is r e acoe s i n iempe r ic a s do f el d spa to po tt is s ic o

lIIollll'tmdo a proporcao de K+ e Si0 2 p erdido em cada esttigio de

I'I/INff)rl~Uilr;ilo.

. Regolitos Tropicais e Zonas

Murfoclimaticas

A s oondicoes climaticas que prevalecem dentro dos

I 1~()mOS sao as que determinam os processos intempe-

'1) t 1 . 1 : e atuam nos mesmos. Estes dados saoescassos,

I1(VI't !I i gional, mas refletem 0 clima atmosferico, que

II III ' 1 : ' t ia diretamente na lixiviacao dos regolitos. A

I Iv lnc;a o e dada pela diferenca entre a precipitacao e 0

'll \ll'!I nto superficial e a evapotransp iracao que e 0

f • In 'o['lllbinado da transpiracao das plantas e a evapo-

33

 

Page 16: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 16/61

INTI.~ 11'1:I,ISI\1( 1 r:~1 REClnFS TRl lI'l( ',\IS

racao. Regioes clirn aticas atuais, no entanto, nem sern-

pre refletem 0 tipo de regolito associ ado. Regolitos como

observados hoje podem resultar de longo e cornplexo

processo evolutivo que se da em estreita relacao com a

evolucao dos regimes climaticos e geomorfol6gicos. Re-

golitos pod em, portanto. apresentar caracteristicas her-

dadas de regimes preterites. Para que essas mudancas

de regime possam imprimir suas marcas nos regolitos, e

na paisagem em geral. estas devem ser suficientemente

duradouras. Segundo Butt (1987) uma escala de tempo

de 102 a 103 anos seria necessaria para que os solos

comecem a se adaptar as novas condicoes. Para 0 perfil

internperico e a paisagem em geraL essa escala de tempo

seria da ordem de 106 e 107 anos. respectivamente.Nas regioes temperadas atuais os regolitos sao, em

geral. mais recentes. devido ao eieito exumador das gla-

ciacoes pleistocenicas, [a nas regioes tropicais e subtro-

picais, especialmente aquelas dominadas por areas era-

tonicas, tectonicamente estaveis e de baixo relevo, os

regolitos e a paisagem em geral sao resultados de efeitos

internpericos cumulativos que podem durar dezenas a

centenas de milhoes de anos. Como exemplo pode-se

citar porcoes do escudo Pre-cambriano do oeste da Aus-tralia que estao expostas ao intemperismo desde 0 Pro-

teroz6ico, porern mais comumente desde 0Terciario

(Butt, 1981).

Regioes que foram submetidas a semelhantes his-

t6rias internpericas sao reconhecidas como zonas morfo-

climaticas (Budel, 1982). Estas zonas sao definidas em

termos dos efeitos dos processos morfogeneticos ativos

sobre os regolitos preexistentes. As zonas morfoclimati-

cas relevantes para os tropicos e subtr6picos sao mostra-

34

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

111 Figura 1.3, onde predomina a zona peritropical,

I'•pondente as regices tropicais sazonais atuais.

t irizadas por regolitos espessos e aplainamento

nunciado. J a a zona tropical interior corresponde as

I l!l de clima equatorial, permanentemente umido e

'ph.inamento menos pronunciado.

I:) condicoes que caracterizam a zona peri tropical

m provavelmente bern mais abrangentes durante 0

t ' ) , atingindo nao apenas as regices marginais,

I'll upadas pelas zonas aridas quentes, mas avanca-

1 1 ti tudes men s elevadas.

influericia da migr acao continental\neSsas mu-

~ 1 giobais fOI fundamental como exernplificado na

11 '1 1.4, que mostra a posicao dos continentes Sul-

.,'le II e Africano no Creta ceo e no Mioceno. Obser-

• qu , durante 0 Cretaceo, as areas hoje ocupadas

tl r stas equatoriais eram dominadas por regimes

I 1 tl 'OS sazonais, com precipitacao media de 500 a

1l0ll\m / ano, 0 que favorece a formacao de regolitos

1 ( 11 o I com formacao de crostas ferruginosas. No

stes regoli tos sao submetidos as condicces

is que promovem a destrui cao das crostas.

neir a, as crostas hoje presentes na regi aoa sao feicoes reliquiares. Da mesma forma, as

I III I oje presentes nas regioes semi-aridas do oeste

II II'tltlee do Sahel, na Africa, sao herdadas de regl-

1111)1 ' ( limaticos preterites.

35

 

Page 17: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 17/61

< J:o:J

...J,0

<J :W0J:

C 3 0

RETACEO: 0 <J : INFERIOR MIOCENO ( 15 M.A.)<J : s ::J

(140 M.A.)l..::J

I--

0 ...JZ .- :.w

I-- LL.o

(.j

Z 0 00W . < J :

<J : O'l o- o-

:2 o- 0 N

<J : <J : I-- 0 0:;Z a: Z I--

« w CJ) "e0 :2 s ;::

...J Il.. <J : 1 0 : 1Il.. 0

.._<J : 0 Z

I-- « > . ;!Jw z W t:0 ...J ...J ;::W Il.. W . . . . . .a: :2 <J : a: t:0 <J : W W

'f)

c : z 0 t:

W « 0 .;::...J

...J . . . . . .I-- ...J <J : <J : 't:Z Il.. o .§...J

< J:

a ::g

<J : W0

Il.. ~0 0

'- Ka: a:a :: < J: I-- I--;...

III' 1 1,4 - Posici io relaiioa do s co ntin en tes S ul-a merican o ec :Q

0 III ~a: c : w ::Jt I,'III/f) em rela ciio a o E qu ad or d ura nte 0 C re id ce o e 0 Mioceno-- ' < J : Il.. CJ) 'f)

<:u<J : <J : < J : < J : IQ

'III II I 1 ' I' ll p ec t iv a s is o ie t as (mod if ic ado de Tar dy et al., 1988).z z z .~0000N N N N ~

IIIII"lrl

<CH

;:l00

~

36 37

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

 

Page 18: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 18/61

INTEMPERISMO EM REGIGES TROPICAIS

6. Conceituaciio de Regolitos

o conceito.de regolitos em regi6es tropicais esta

estreitamente ligado ao de perfis laterfticos. 0 termo

laterito, originalmente definido por Buchanan (1807), na

India, para descrever urn material avermelhado e endu-

recido, utilizado para construcao, tern sido mais recente-

mente estendido para abranger 0 perfil laterftico como

urn todo (Nahon e Tardy, 1992; Tardy, 1993). Perfis late-

rfticos podem se encontrar incompletos por truncamen-

to ou por nao terem se desenvolvido na totalidade ou

ainda variadamente modificado ao longo de sua histo-

ria intemperica pela imposicao de diferentes condicoes

morfoclimaticas. Tardy (1992) define como terrenos late-

ritizados toda a area do globo correspondente a ' zona derubeficacao definida por Pedro (1968). Esta area recobre

quase urn terce da area continental emersa. No entanto,

em term os de processos de evol u cao de perfis em

regi6es tropicais Pedro e Melfi (1983) distinguem dois

mecanismos basicos: aquele em que as argilas caolinfti-

cas mantem-se associadas aos oxihidr6xidos de ferro,

formando urn plasma homogeneo nas porcoes superio-

res do perfil, corresponde ao fen6meno da ferralitizacao

gerando latossolos, caracteristicos de ambientes perma-

nentem ente um id os como nas regi6es equatoriais

(Lucas e Chauvel, 1992). 0 outro mecanismo ocorre

quando ha tendencia de separacao das argilas dos oxihi-

dr6xidos de ferro, levando a formacao de ruveis concre-

cionados ferruginosos e a uma maior diferenciacao dos

horizontes intempericos, caracterizando entao a lateriti-

zacao que e favorecida em regimes com marcada alter-

nancia entre as estacoes secas e umidas. Os principais

38

INTEMPERISMO EM REGIGES TROPICAIS

mas de nomenclatura usados para descrever perfis

I' ticos encontram-se sumarizados na Tabela 1.1.

D LA 1.1 - SUMARIO DA TERMINOLOGIA APLICADA A

PERFIS LATERiTiCOS RESIDUAlS COMPLETOS

(MODIFICADO DE BUTT E ZEEGERS, 1992)

Saprock

grosseiro

(arene/grus)

Zona

ferruginosa

Laterite,

duricrust ,

plintito,

ferricrete

Termos Gerais Butt e Zeegers

(1992)

Nahon e Tardy

Leprun (1992)

Cascalho

lateritico

ferruginosa

Couraca

(pisolitica

nodular ou

macica)

Crosta

ferruginosa

conglomeratica

endurecida

Zona Zona de

mosqueada argilas

mosqueadas

I) Saprolito Saprolito

(zona palida)

Crosta nodular

macia ou

carapa<;a

nodular

Zona de

argilas

mosqueadas

(argiles

tache tees)Saprolito fino

(argiles

39

 

Page 19: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 19/61

INTEMPERlSMO EMREGIOES TROPICAIS

7. Estruturaciio de Rego li tos

Na Figura 1.5 sao apresentados esquematicamente

os dois tipos basicos de regolitos tropicais, sendo urn

desenvolvido sob regime equatorial, eo outro, sob regi-

me sazonal com desenvolvimento de crostas ou perfil

lateritico s en s u s tr ic tu (Tabela 1.1). Em termos de proces-

sos esses perfis podem ser divididos em duas grandes

zonas: a saprolitica e a pedolitica que se diferenciam

pela presen~a da acao pedogenetica na ultima.

7.1. Zona Saprolitica

Esta inicia seu desenvolvimento n a frente de

intemperismo sendo caracterizada por intenso microfra-

turamento como visto no item 3. Ate onde 0material e

compacto, pouco poroso e com poucos minerais secun-

darios, aplica-se 0 termo saprock (Tabela 1.1). Com 0

avanco da alteracao passa-se ao saprolito propriarnente

dito quee definido como rocha alterada com preserva-

~ao de estruturas, texturas e volume de protolito e onde

os minerais secundarios sao pseudomorfos sobre os pri-

maries (Millot e Bonifas, 1955; Nahon, 1986; Velbel,1989). Apesar da saprolitizacao ser definida como urn

processo isovolumetrico, alguns trabalhos tern mostra-

do ev i denci as em contrari o (Brimhall et al., 1991;

Dobereiner e Porto, 1993; Porto, 1995). As porcoes infe-

riores do saprolito tendem a apresentar uma granulacao

mais grosseira e porosidade mais acentuada (saprolito

grosseiro, Tabela 1.1). Sua coloracao amarelada eviden-

cia 0 processo de oxid acao do ferro que se precipita

muito localmente, ao longo de microporos, pr6ximo aos

40

INTEMPERlSMO EM REGIOES TROPICAIS

TROPICALEQUATORIAL TROPICAL SAZONAL

I

(

..1

J1 1 "U 1 .S - E etr uiu ra cd o d os r eg olito s s ob r eg im e e qu ato ria l,

, I / I o / J a n d a l a s o s e o t o e ( a) e s az on al, g er an do p er fi s l ate rti ic os ( b) ( m od i-

IfloW io d e Nah on , 1 9 91 ).

41

 

Page 20: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 20/61

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

minerais de origem. Tratando-se de urn ambiente pro-

fundo, abaixo do nivel freatico, neutro a alcalino, as rea-

coes de hidr6lise sao pouco agressivas, 0 que explica a

preservacao parcial da mineralogia do protolito. Apesar

da caolinita predominar, argilas esmectiticas e vermicu-

liticas podem tambern se formar depend endo da mine-

ralogia primaria. Inicialmente as reacoes intempericas

diferem de acordo com 0microambiente de perfil, resul-

tando em uma alta heterogeneidade.

As porcoes superiores do saprolito apresentam

uma textura mais fina (saprolito fino, Tabela 1.1) e os

minerais primaries sao quase inexistentes; excecao feita

ao quartzo e a outros resistatos. A porosidade diminui

em funcao do preenchimento dos vazios pela precipita-

\ao quimica ou translocacao (iluviacao) das caolinitasprovenientes de niveis superiores do perfil. Nas porcoes

superiores do saprolito fino pode ser iniciado urn pro-

cesso de colapso ou compactacao, 0 que descaracteriza

as feicoes estruturais do protolito.

7.2. Zona Pedolitica

Acima do saprolito comeca a se caracterizar uma

zona bastante distinta, com uma estruturacao fortemen-

te influenciada por processos pedogeneticos, Sob regi-

mes umidos bern drenados esta zona forma latossolos

que apresentam uma estrutura fina e microagregada

composta de urn plasma caolinitico com oxihidr6xidos

de ferro e aluminio e urn esqueleto de graos de quartzo

residual (Figura 1.5).

Sob regimes sazonais 0nivel freatico flutua promo-

venda uma alternancia entre condicoes mais e menos

42

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

xidantes, e favorecendo sucessivas rernobilizacoes do

ferro que vai en tao se concentrar gerando n6dulos fer-

ruginosos em meio a uma matriz desferruginizada,

omposta de caolinita e quartzo (Figura 1.6a), caracteri-

zando a zona mosqueada do perfil laterftico (Tabela 1.1

Figura 1.5).

As argilas dessa matriz desagregada sao entao dis-

p rsas em solucao gerando uma microporosidade que

p de ser realcada, atraves da formacao de tubules, pela

~ao biogenica. Estes poros sao entao preenchidos por

giLas supergenicas, a semelhanca do que foi descrito

I 0 saprolito fino (Figura 1.6b) e podem ser secundaria-

m 'l1te ferruginizadas formando n6dulos hematfticos

ndurecidos (Figura 1.6c). De acordo com Tardy e

N hon (1985) a hematita se precipita preferencialmentem microambientes de baixa microporosidade, geral-

l'l te ricos em argilas, onde a atividade da agua enor do que a umidade. Neste microambiente a preci-

t lCaO dahematita acompanha a dissolucao da caolini-

, :t vido aos protons H+ gerados (Ambrosi et al., 1986).

Ions AP+ podem ser parcialmente incorporados na

t ut ira da hematita, no entanto, a maior parte do Al e

lib rados se reprecipitam localmente, gerando uma

V I cumulac;ao de caolinita, que bloqueia a porosida-

i matriz, que por sua vez promove mais precipita-

I d ' nematita, perpetuando-se, assim, 0processo que

1 \'1 t-o a crosta laterftica (Figura 1.7).

N porco es superiores da crosta, os n6dulos

I Itrti os passam a adquirir uma camada concentrica,

ortex, de composicao goetftica que se desenvolve

t l Iet mente, a partir da hidratacao da hematita,

It Ind na formacao de uma estru tura pisolftica

43

 

Page 21: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 21/61

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

Zonas caolinfticas desferruginizadase porosas

N6dulosferruginosos

Poros preenchidospor caolinitas

. superqenicasvazios

N6duloshematfticos

Pisolitos comcortex

I 1em I

Figura 1.6 - E sq uem a d e eoo lucd o da zon a m osqu ead a e crosta

pisoliiica d e u m p er fil la ie ritic o tm o dijic ad o d e N a ho n, 1 98 8) .

a) Z ona m osqueada com nodu les jerrug inoso s em m eio a m atriz

caol in i ti ca des jer rugini zada.

b ) P re en ch im e nt a d a s p a ra s p a r c aa lin it a s up er ge n ic a .

c) F e rr ug in iz ac a o d a s c aa li nit as e j ar m ar ;; ii a de n 6 du la s h em a ti ii co s

(cros ta la iert i ica) .

d ) T ra nsjo rm ac do d e n od ule s hemuiiiicos e m p iso lita s (c ra sta

pisoliiica).

44

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

®. ~ o l- . : ' · · · . I A t o

· . · 2 1 · ; ~ ? ~ 1: ..' '. o· 0....

C DBaixo porosidade

1"F :~elto 0 0 0 ~:" 0 0 0

poro.idode 0 ~' 0 0

of. : .... Feo....o .. '. 0 0

o ." 0o 0 0 o ~ : 0 0 0 0

o ~Fe ". 0 ~Feo

i=;~~ ~FetFe 'Fe

FIRura 1.7 - E sq uem a d a f orm acao d e n 6du las jerru gin asas emJ 'I tI ~· ft od a p o ro si da d e d a z on a m o sq u ea d a (modi ficacno d e N a ho n,1 9 91 ) .

(Figura 1.6d). Isto se da devido a exposicao da crosta a

ur n mbiente mais hidromorfico proximo a superffcie,

nnd , associado a acao pedoturbadora, resulta no des-

l1111ltbetamentoa crosta e formacao de uma camada de

plsoliros desagregados, em meio a urn solo argilo-

fL.rruginososemelhante aos latossolos encontrados nas

lgiees umidas.

Este processo de desmantelamento de crostas ge-

indo latossolos superficiais tern sido reconhecido por

v rios autores em regi6es tropicais (Leprun, 1979;Tardy

t '/ al., 1988;Nahon e t a l., 1989;Costa e t a l. , 1993).No en-

IInto, ha propostas alternativas para origem desses la-

(Of'! clos que em algumas regi6es da Amazonia podem

Iii gir ate 10m de espessura, sendo denominados argila

il' Belterra (Sombroek, 1966).Segundo Truckenbrodt et

, , 1 . / (1991)podem representar uma cobertura sedimentar

lcp sitada a partir de material saprolitico oriundo de

45 

Page 22: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 22/61

INTEMPERISMO EMREGIOES TROPICAIS

elevacoes preexistentes ou ter sua origem a partir do

transporte vertical de material saprolitico para a super-

ficie, atraves da acao de termitas (Freyssinet, 1991;

Tardy e Roquin, 1992).

8. Condiciies para a Formacao e Equilibriados Regolitos Lateriticos

a desenvolvimento de terrenos laterfticos e geral-

mente favorecido durante as fases de aplainamento de

cidos geomorfologicos, quando extensos pediplanos se

desenvolvem, servin do como uma superftcie estavel

para a diferenciacao dos horizontes laterfticos. A asso-

ciacao com dimas sazonais e essencial para a ,forma<;aoda zona mosqueada, na zona de flutuacao de nfvel frea-

tieo. Com 0 gradual rebaixamento da superffcie ao

longo do tempo, 0 ferro se acumula residualmente for-

mando a crosta (Figura 1.8). De acordo com este modelo

o ferro se acumula residualmente, no entanto ha tam-

bern autores que sugerem uma fonte de ferro externa ao

perfil (McFarlane, 1976; allier e Galloway, 1990).

Tempo----

_N(vel fredtico

Co,colho lateriticoCrasta 10teritica

Zona mosqueada

Saprolito

eProtolito

dc

Figura 1.8 - Formacao do perfil lateriiico com a rebaixamento da

superficie (modificado de Butt,1981),

46

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

,0 perfil lateritico quando em equilibrio com as

indicoes morfoclimaticas, alimenta a formacao de 'urna

ro ta a partir da zona mosqueada que, por sua vez se

orma a partir do saprolito. Concomitantemente, a eros-

t destruida pr6ximo

asuperficie gerando latossolos

m pisolitos. Para que esta estruturacao se mantenha

m equilfbrio dinamico e necessario que as taxas de

vance de suas frentes de transformacao sejam seme-

Ihmtes mantendo assim a diferenciacao dos horizontes

(LIas e Chauvel, 1992).

De acordo com os dados apresentados por Nahon e

rdy (1992) regolitos se formam a uma taxa de 20 a 40

m/1000 anos em regi6es tropicais, 0 que implica na

II' < ; a ode alguns milhoes de anos para a formacao de

p ssos regolitos (maior do que 20 metros). Nahon

(1 86) sugere uma escala de tempo de 1 a 6 milh6es de

t ~9 para a formacao de urn perfil lateritico completo.

. Processos de Transtormacdo de Regolitos

A quebra do equilibrio em regolitos tropicais se da,

t1t'll,cialmentepela mudanca do regime hidro16gico. pode ser causado em funcao de mudancas climati-

, seomorfol6gicas ou das condicoes estruturais inter-

regolito, Alguns desses processos sao exemplifi-

Io nesse sub-item:

9.1. Podzolizacao de Latossolos

Um exemplo tipico de alteracao de regolitos gera-

m ambientes equatoriais e a transformacao dos

47

 

Page 23: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 23/61

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

latossolos microagregados em podzols. Estudos realiza-

dos na Amazonia por Lucas et al. (1984);Boulet et al.

(1984)e Lucas e Chauvel (1992)mostram que os latosso-

los em regi6es aplainadas se lixiviam redepositando

caolinita na interface com 0 saprolito por iluviacao,

acarretando uma diminuicao da porosidade. Com isto, a

drenagem no regolito passa a escoar lateralmente e pro-

ximo a superffcie, transformando os latossolos em pod-

zols arenosos. Esta frente de transformacao avanca de

dentro para fora da superficie modificando seu relevo

original (Figura 1.9).

Neste exemplo, a mudanca no regime hidrologico e

causada por transforrn acoes estruturais internas ao

regolito, mas poderia tarnbem ser causada por uma

mudanca no nfvel de base de erosao por soerguimento

ou incisao da superficie, 0que tarnbem promoveria urn

escoamento lateral mais pronunciado e, nesse caso, a

frente de podzolizacao se daria das margens para 0 inte-

rior da superficie (Nahon, 1991).

A -I B 1 ' : : " ; " : : : ]

C [ZJ.

0 I..........

E ~

10 m

L00mv

~~W~·~\~·~~t'N'~

M II 1.9 - E vo lu f: ti o la to ss ol os -p od zo ls n a r eg iti o a m az on ic a d a

1 1 1 1 1 1 1 1 /r a n c e s a ( mo di fi ca do d e L uc as e C h au ve l, 1992).

1,lIh) s o lo m i c roag regado

If I /o ri zo n te a re n os o l ix iv ia d o

I'I'I/{ podz6lica

'awol/ to

'mllinita e lu v ia d a b lo q ue a nd o a p o ro si da d e d o s ap ro li to s up e ri or

9.2. Regolitos Lateriticos Modificados sob

Regimes Equatoriais

Modificacoes desse tipo ocorrem tipicamente nas

regi6es Amazonica e da Africa Equatorial.

A imposicao de urn regime permanentemente umi-

doacarreta numa dirninuicao da flutuacao do myel frea-

tico, interrompendo a formacao da zona mosqueada. No

entanto, os processos de degradacao da crosta lateritica

sao acelerados gerando latossolos na superficie, associa-

dos a remanescentes da crosta que geralmente se acu-

mulam num horizonte stone line, localizado entre 0 sa-

I to • S latossolos. Com 0 avanco da degradacao da

t , ) remanescentes lateriticos no stone line dimi-

, 1 t' 'Ht- se enriquece relativamente em fragmentos

)1 1 lI'tr. . Segundo 0 modele proposto por Lecomte

H),() h rizonte stone line, no novo relevo formado,

material lateritico nas zonas de topo de

48 49

 

Page 24: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 24/61

iNTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

colina, devido sua maior .proximidade da antiga superfi-

cie lateritic a (Figura 1.10). A origem dos fragmentos de

quartzo no s tone l in e e tambem atribuida a sua acumula-cao diretamente a partir de veios de quartzo no saproli-

to durante 0 rebaixamento da superficie (Porto e Hale,

1991;Tardy e Roquin, 1992).

9.3. Regolitos Lateriticos Modificados sob

Regime Arido

Este e 0 caso classico dos terrenos lateriticos do

oeste da Australia. 0 rebaixamento do nivel freatico se

da pela imposicao de condicoes mais aridas e tern como

consequencia a interrupcao da formacao da zona mos-

queada. No entanto, a crosta tende a se fossilizar na

superficie, preservando as antigas superficies de aplai-

namento que passam· a sofrer principaimente erosao

mecanica. Esta fossilizacao e auxiliada peia desidratacaodos hidr6xidos de Fe e Al dos horizontes Iateriticos e

seu consequente endurecimento (Butt, 1981).

Com a diminuicao do fluxo de agua, a taxa de alte-

racao na frente intemperica decresce favorecendo a for-

macae de argilas esmectiticas ou h orizo nte p is ta che

(Tabela 1.1). Com 0 aumento da evaporacao as solucoes

passam a se enriquecer em sais e precipitam silcretes e

calcretes nas porcoes superiores do regolito.

A fossilizacao dos regolitos submete as porcoes

superiores do saprolito a lixiviacao, durante as curtas

estacoes chuvosas. Este fen6meno da origem a zonapalida (Tabela 1.1) que representa saprolitos muito lixi-

viados e caoliniticos. A zona palida, no entanto, e geral-mente mais desenvolvida quando 0rebaixamento do ni-

50

"'...:g~...:uUUJzuI" : '"I-wa : : a : :

~~~a

'"

CJ)

0

~"3'0

-:_ ; ; : :00

'"0 "30)

N 0It::!

'" ''-'". . . . . t::!

~ ~Q ~J

'";:s

> - - l <J

'"t::!

"3 IQ <J

"3t::!<J

~ t::!. . . . ."3 CJ)

Q 0

~ lo-<J

'-

'""3.~ CJ)

¢: '". . . .lo- ; ; : :

'". . . . '".s <JCJ)

~ '";: :; ; : : t::!

'" ~:z '"l0-t::! I

~ ~

'")CJ)

.S Q- . - : : ;Q) a~ .~0- ~sr :

'""3

.B - Ig. . . .CJ) '-'" CJ)

ht::! t::!

lo- ~ "3

'" ~t::!

~ t:)

'";:s lo-

<J '"3t::!

CJ)

'"I . . . .. . . . . ~;::~ t::!

CJ)

'"~ t:) t::!

'Qlo-

·s ~ Q) ;:s

~. . . . .

a Q;:s

t:) lo-CJ) . . . . .

; ; : : Q Q) CJ)

'" : - ; : : ~ '"J)

i 2 : l B ~'"Q t::! a: 0

I ~ '"<J

. . . . . Q; ; : : ; ; : : . - : : ;

0 Q 0 a~ . !: :1 . !: :1lo-

,.-; lo- lo- ~ell ~ ~

t::!

,_ , sr ,;::l I I Ieo~ ~ J : : < ' O

, . . ,> . I . o

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

. . . :.. N r<)

:C:r : :r:

1/1

I

I

I

II

III

51

.,c:

 

Page 25: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 25/61

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

vel freatico se da sob um clima umido, como acontece em

consequencia de movimentos tectonicos com soergui-

mento de blocos. Isto acarreta no rebaixamento do nivel

de base de erosao e incisao da superficie (Figura 1.11).

(a)

(b)

(c)

,,', ',. ," :::'.UXIVIAQAO

Figura 1.11 - D e se nv ol vim e nto d a z on a p dli da p or li xio ia cd o d eo i-

d o i nc is iio d a s up er fic ie ( m od if ic ad o d e M c F ar la ne , 1 97 6) .

a ) D e s en v ol vi m en to d a s u pe rf tc ie l at er it ic a

b) lncisiio e e ro si io d a s up er fi cie c om r eb aix am e nto d o nioel freritico

c) L ix io ia cd o c on sta nt e d o s ap ro lit o g er an do a z on a p dli da

52

INTEMPERISMO EM REGIOESTROPICAIS

oeste da Australia, a mudanca para um clima

ride se deu a partir do Mioceno, mas esta tenden-

lcialmente sofreu revers6es peri6dicas que resulta-

111:1maetomada da Iateritizacao. Este fenomenoou suas marcas no regolito com a presen<;a de

os nfveis ferruginosos sub-horizontalizados den-

t) aprolito (Davy e El-Ansary, 1986; Butt, 1989).

• Conclusiies

S processos responsaveis pela formacao de regoli-

im regi6es tropicais podem ser bastante complexos

qu mumeras variaveis, que sao funcao basicamente

n tureza do protolito, clima e geomorfologia, desem-

Iham seus papeis de forma e intensidade que variam

t mpo geol6gico.

Neste capitulo apresentamos apenas alguns desses

) ssos que foram investigados detalhadamente de

) do com trabalhos mais recentes, baseados principal-

It em dados provenientes do oeste da Australia e

da Africa, Nota-se que, no Brasil, ha consideravel

f < ;0 para pesquisa nesse campo de conhecimento.

, t nder os fatores end6genos e ex6genos que contro-

I m 0 desenvolvimento de regolitos em escala local,

glonal e ate continental e de fundamental importancia

o estudo do meio ambiente, pois s6 assim torna-se

() '{vel compartimentar 0territ6rio em regi6es que

ofr m ou sofreram processos evolutivos, comuns para

observar a influencia da acao antropogenica que

ud 'acelerar ou redirecionar os processos naturais.

" sa forma, a importancia dos regolitos para 0meio

53 

Page 26: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 26/61

INTEMPERlSMO EM REGIOES TROPICAIS

ambiente esta justamente no seu entendimento como

urn todo e nao apenas dos solos superficiais que pos-

suem uma dinamica diferente e se modificam a uma

taxa mais elevada, quando comparado com as zonas

saprolfticas subjacentes. Este entendimento pode contri-

buir nos estudos dos processos pedo16gicos e geomorfo-

16gicos, dos movimentos de massa, da distribuicao da

fauna e flora e da degradacao ambiental que sao alguns

dos t6picos tratados a seguir neste livro.

11. Bibliografia

AMBROSI, J.P. , NAHON, D. e HERBILLON, A.J. (1986) A study of

the epigenetic replacement of kaolinite by hematite in laterite-

petrographical evidences and a discussion on the mechanism

involved. Geoderma , 37:283-294 pp.

BARROSO, E.V., POLlYANOV, H., PRESTES, A., NUNES, A.L.S.;

VARGAR [r., E.A. e ANTUNES, F.5. (1993) Basic properties of

weathered gneissic rocks in Rio de Janeiro, Brazil. Geotechnical

E ng in ee rin g o f H a rd S oils - Soft Rocks, Balkema, 29-35 pp.

BOULET, R., CHAUVEL, A. e LUCAS, Y. (1984) Les systemes de

transformation en pedologic. In: L iv re [ ub il ai re d u C in q ua n te na ir e.

Association Francaise pour l'Etude du Sol,Paris, 167-179 pp.

BREWER, R (1964) F ab ric a nd M in era l A na ly sis o f S oils. John Wiley,

New York, 470 p.

BRIMHALL, G.H., LEWIS, C,J. , FORD, c. BRATT, J., TAYLOR, G. eWARIN, O. (1991) Quantitative geochemical approach to pedo-

genesis: Importance of parent rock material reduction, volume

expansion, and eolian influx in laterization. Geoderma , 51: 51-91

pp.

BUCHANAN, F. (1807) A J ou rn ey fro m M a nd ra s th ro ug h the C ou ntrie s

o f M yso re, K an ara a nd M alab ar, Volume 2 and Volume 3. East

India Co., London, vol. 2:. 436-461, 559; vol. 3: 66, 89, 251, 258,

378.

BUDEL, J. (1982) C l ima t ic Ge omo rph o lo g y . Princeton University Press,

Princeton, 443 p.

54

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

1 " 1 ' , C.RM. (1981) T he n atu re a nd o rig in o f th e la te ritic w ea th er in g

mO 'l !l tb ew ith p ar tic ul ar r ef er en ce t o W e ste rn A us tr ali a: University

of Western Australia Geology Department Publication, 6: 11-

2 pp.

' IT, C.R.M. (1987)A basis for geochemical exploration models for

tropical terrains. Chern. Geol. , 60: 5-16 pp.

UTI', C.RM. (1989) Genesis of supergene gold deposits in the late-ritic regolith of the Yilgarn Block, Western Australia . In: RR.

Keays, W.RH. Ramsay and D.1.Groves (Editors), T he G eo lo gy o f

Geld Deposits: The Perspective in 1988. Economic Geology

Monograph, 6:460-470 pp.

UIT, C.RM. e ZEEGERS, H. (1992) Exploration Geochemistry in

ttopical and subtropical terrains. In: Covett, G.].5. (ed.), Hand-

b ee k o f E x pl or at io n G e oc hem is tr y, Elsevier, 4:607 pp.

)S'FA, M.L., COSTA, J.A.V. e ANGELICA, R.5. (1993) Gold-bear-

ing bauxitic laterite in a tropical rain forest climate: Cassipore,

Amapa, Brazil. Ch ro n . R ec h. M i n. , 510: 41-51 pp.

BEREINER, L. e PORTO, e.G. (1993) Considerations on the wea-thering of gneissic rocks. In: T he Eng ineering G eology of W eak

R oc ks C rip ps e t a l . (eds.), Balkema, 193-205 pp.

r AVY, R e EL-ANSARY, M. (1986) Geochemical patterns in the

laterite profile at the Boddington gold deposit , Western Austra-

lia. J . Geoch em . E x p lo r ., 26:119-144 pp.

IIANIRAN, A. e JEJE, L.K. (1983) H um id tr op ic al G eo m or ph oio gy .

Longman, London, 414 p.

flOOKES, P.G. (1990). Chairman, Geological Society Engineering

Group Working Party Report. Tropical Residual Soils. T he Q u ar -

b e. rl yJ ou rn a l o f E n gi ne er in g G e ol og y, 23(1): 101 pp.

FRtEYSSINET, P. (1991) Ceochimie et mineralogic des laterites duSud Mali. Evolution du paysage et prospection geochimique de

lior: Unpublished PhD. thesis, University of Strasbourg, 269 p.

,OLDICH, 5.5. (1938) A study in rock weathering. f. Geol. , 46:

17-58 pp.

LECOMTE, P. (1988) Stone line profiles: importance in geochemical

exploration. J . Geoch em . E x p lo r ., 30: 35-61 pp.

LEPRUN, J.e. (1979) Les cuirasses ferrugineuses des pays cristallins

dAfrique Occidentale Seche. Genese, Transformations, Degra-

dations Sciences Ceologiques, Memoire, 58. Universite Louis

Pasteur, Strasbourg, 224 p.

CUCAS, Y., CHAUVEL, A., BOULET, R, RANZANI, G. e SCATOLI-

55 

Page 27: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 27/61

INTEMPERISMO EM REGIOES TROPICAIS

NI, F. (1984) Transicao latossolos-podzois sobre a formacao

Barreiras na regiao de Manaus, Amazonia. R ev . B ra s. C ie nc . S olo ,

8: 325-335 pp.

LUCAS, Y.e CHAUVEL, A. (1992) Soil formation in tropically wea-

thered terrains, in: Govett, G.J.s. (ed.), H an db oo k o f E xp lo ra tio n

Geochemist ry . Elsevier, 4: 57-78 pp.

MANN, A.W. (1983) Hydrogeochemistry and weathering on theYilgarn Block, Western Australia - ferrolysis and heavy me-

tals in continental brines. G eochim . Cosm ochim . Acta, 47:

181-190 pp.

McFARLANE, M.J. (1976). L ate rite a nd L an ds ca pe . Academic Press,

London, 151 p.

MILLOT, G. and BONIFAS, M. (1955) Transformations isovo-

lumetriques dans les phenomenes de lateritisation et de bauxiti-

zation. B ulle tin S erv ic e C arte G eo lo giq ue , Alsace Lorraine, 8:

3-lOpp.

NAHON, D. (1986) Evolution of iron crusts in tropical landscapes.

In: R ate s o f C he mic al W ea the rin g o f R oc ks a nd M in er als. AcademicPress, London, 169-191 pp.

NAHON, D. (1991) In tro du ctio n to th e P etr olo gy o f S oils a nd C he mic al

Weathering. John Wiley, New York, 313 p.

NAHON, D. (1991) Self organization in chemical lateritic weathe-

ring. Geoderma, 51: 5-13 pp.

NAHON, D., MELFI,A. e CONTE, CN. (1989) Presence diun vieux

systeme de cuirasses ferrugineuses lateritiques en Amazonic du

Sud. Satransformation in situ en latosols sous la foret equatoria-

le actuelle. cs.A ca d ., S ci ., 0, Paris, 308: 755-760 pp.

NAHON, D. e TARDY,Y . (1992) The ferruginous laterite. In:Govett,

G.J.s. (ed.). H a nd bo o k o f E xp lo ra ti on G e oc hem is tr y, Elsevier, 4: 41-78pp. .

OLLIER,C.D. e GALLOWAY, RW. (1990) The laterite profile, ferri-

crete and unconformity. Catena, 17: 97-109 pp.

PEDRO, G. (1968) Distribution des principaux types dfalteration chi-

mique a la surface du globe. Presentation diune esquisse geo-

g ra phiq ue .R ev. G eo gr. P hys . ce« Dyn. , 2(10): 457-470 pp.

PEDRO, G. e MELFI,A.J. (1983) The superficial alteration in tropical

regions and the lateritization phenomena. In: Melfi, AJ e Car-

valho, A. (eds.). II In te rn atio na l S em in ar o n L ate ritiz atio n P ro ce ss es ,

Sao Paulo, Brazil, 3: 13 p.

PORTO, c.G. e HALE, M. (1991) Gold redistribution in the stone line

56

INTEMPERISMO EMREGIOESTROPICAlS

lateritic profile of the posse deposit, central Brazil. fc on . G eo /.,

90: 308-321 pp.

SOMBROEK, W.G. (1966) Amazon soils. A reconnaissance of the

soils of the Brazilian Amazon region. W ag en in ge n, C en tr e fo r A gr .

P ub l. D o c umen t, 292 p.

TARDY, Y. (1992) Diversity and terminology of lateritic profiles. In:

Martini, J.P. e Cheswoth, W. (cds.), W eathering , Soils and

P aleo so ils. D ev elo pm en ts in E arth S ur fa ce P ro ce sse s 2. Elservioj.

379-406 pp.

TARDY,Y. (1993) P et ro lo g ic d e s L a te ri te s e t d es S o ls T ro p ic au x. MaSSOn,

Paris, 460 p.

TARDY, Y.e NAHON, D. (1985) Geochemistry of laterites, stability

of AI-goethite, Al-hernatite and Fe3+-kaolinite in bauxites an.d

ferricretes: an approach to the mechanism of concretion forma_

tion. Am . J . Sci., 285: 865-903 pp.

TARDY, Y.,MELFI, A.J. e VALETON, I. (1988) Climats et paleocjj,

mats tropicaux periatlantiques. Role des fadeurs climatiques et

thermodynamiques: temperature et activite de lieau, sur la

repartition et la composition mineralogique des bauxites et des

cuirasses ferrugineuses au Bresil et en Afrique. c.R. Acad. SCi. ,

Paris, 306: 289-295 pp.

TARDY, Y. e ROQUIN, C (1992) Geochemistry and evolution Of

lateritic landscape. In:Martini, LP. e Chesworth, W. (eds.), Wea_

therin g, So ils and P aleosoils. D evelop men ts in E arth Su rface Pro_

cesses 2. Elsevier, 407-443 pp.

THOMAS, M.F. (1994) Geomorphology in the Tropics. A S tudy o f

. W eathering and Denuda tion in Low Latitudes. John Wiley and

Sons, New York, 460 p.

TRESCASES,J.J. (1992) Chemical Weathering. In: Govett, GJ.s. (ed.).

H a nd b oo k o f E xp lo ra ti on G e oc hem is tr y, 4: 25-40 pp.'FRUCKENBRODT,W., KOTSCHOUBEY,B. e SCHELLMANN, \Y o

(1991) Composition and origin of the clay cover on North

Brazilian laterites. Geo lo g is c he Runds c hau , 80(3): 591-610 pp.

VELBEL,M.A. (1989) Mechanisms of saprolitization, isovolumettic

weathering, and pseudomorphous replacement during rOck

weathering - a review. Ch emi ca l G e o lo g y, vol. 84: 17-18 pp.

57

 

Page 28: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 28/61

CAPITULO2

fEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

Franc e sc o Pa lm i er iJ org e O lm os Itu rri L ara ch

• Iniroduciio

s estudos sisternaticos de solos, no Brasil, come-

m na decada de 50 com a Comissao de Solos do

I I terio da Agricultura, que tinha como objetivo 0

- n t rio dos solos do territ6rio nacional. Esta meta foi

Ilia com a publicacao do Mapa de Solos do Brasil

'nla 1:5.000.000,em 1981, pelo Service Nacional de

1nt.mento e Conservacao de Solos da Empresa

II 'ira de Pesquisa Agrcpecuaria (EMBRAPA).

n ixecutados varies levantamentos de solos a

I · t duais e regionais. Na producao destes levan-

nlo foram estabelecidos criterios e atributos dis-

to I r caracterizacao das classes de solos consti-

unidades de mapeamento que serviram de

 

Page 29: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 29/61

PEDOLOCIA E GEOMORFOLOCIA

base para evolucao do Sistema Brasileiro de Classifica-

c;aode Solos, que, atualmente, esta em sua terceira apro-

ximacao (EMBRAPA,1988).

As varias aproximacoes do sistema nacional apre-

sentam concepcoes e adequacoes estabelecidas no siste-

ma americano Keys ]0 Soil Taxonom y (So il Survey S ta ff

1994) e no W or ld S oil R es ou rc e (FAO, 1991). Por outro

lado salientamos que concepcoes e atributos estabeleci-

dos na Classificacao Brasileira de Solos foram adotados

e/ou adequados nas classificacoes internacionais acima

citadas.

Os mapeamentos de solos executados pelo Centro

Nacional de Pesquisa de Solos, CNPS-EMBRAPAapre-

sentam as unidades de mapeamento subdivididas em

fases, em funcao de caracterfsticas referentes as condi-

coes edafo-ambientais que interferem no comportamen-

to dos solos e/ou que tenham implicacoes eco16gicas

concernentes ao potencial de utilizacao das terras.

Presentemente, nas unidades de mapeamento de

solos, sao reconhecidas as fases de vegetacao primaria,

relevo e de substrato rochoso.

Neste capitulo, nao se tratara de esgotar 0 tema,

porem, de dar uma visao geral e de forma sintetica dos

conceitos basicos de pedologia e das relacoes das classes

de solos com as paisagens brasileiras.

As inforrnacoes sobre solos e paisagens foram

extraidas principalmente do Mapa de Solos do Brasil

1:5.000.000(EMBRAPA,1981),do Mapa de Unidades de

Relevo do Brasil 1:5.000.000 (IBGE,1993), do Delinea-

mento Macroagroeco16gico do Brasil 1:5.000.000

(EMBRAPA,1992/93), e de diversos Levantamentos de

Solos produzidos pela EMBRAPA/SNLC5 a nivel esta-

60

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

dual, bern como do conhecimento acumulado pelos au-

teres sobre solos e meio ambiente.

2. Estudos de Campo e de Laboratorio

Para elaboracao de mapas de solos autenticos ou

originals sao indispensaveis a verificacao dos solos na

sua ambiencia, analises laboratoriais e trabalhos de

gabinete, os quais consistem na transforrnacao dos

dados em informacoes uteis parautilizacao dos mapas

de solos. Ap6s a aquisicao dos materiais basicos neces-

sarios ao levantamento de solos, entre outros, mapas

topograficos, fotografias aereas e imagens orbitais, a

metodologia para execucao dos trabalhos de campo

engloba etapas simples, para que ocorra urn efetivo

entendimento dos aspectos naturais locais e regionais.

2.1. Atividades de Campo

No inicio dos trabalhos ha uma reuniao preliminar

cia equipe tecnica para exame expedito, porem criterio-

so, dos materiais basicos para 0 estabelecimento do

roteiro do primeiro trabalho de campo. Esta reuniao

serve para harmonizar e homogeneizar conceitos e crite-

rios, com 0 objetivo de estabelecer uma linguagem

comum e preliminar sobre parametres e caracteristicas

que serao levados em conta na identificacao e caracteri-

zacao dos padroes naturais e antr6picos identificados

na fotointerpretacao preliminar. Estes padroes permi-

tern verificar as diversas interacoes dosfatores e proces-

sos pedogeneticos que influenciam na caracterizacao,

61

 

Page 30: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 30/61

PEDOLOGJA E GEOMORFOLOGJA

formacao e distribuicao espacial das unidades edafo-

ambientais. Em uma etapa seguinte e elaborada uma

prospeccao de campo, na qual sao percorridos os pa-

droes dominantes identificados na fotointerpretacao,

com a finalidade de elaborar uma legenda preliminar de

identificacao das classes de solos, passiveis de serem

representadas na escala cartografica final de publicacao,

Durante esta prospeccao, observam-se as correlacoes

existentes entre as classes de solos e as corid icoe s

ambientais representadas pelo relevo, tipo de vertente,

declividade, cobertura vegetal, clima, material origina-

rio, drenagem interna e/ou superficial e uso antr6pico.

Simultaneamente a este trabalho sao identificados, tam-

bern, os criterios de fotointerpretacao para delimitacao

espacial das unidades edafo-ambientais. Durante os tra-balhos de campo ocorrem verificacoes dos padroes

identificados, coleta e descricao de perfis representati-

vos das classes de solos e avaliacao do potencial de uti-

lizacao das unidades edafo-ambientais.

Salientamos que os trabalhos de fotointerpretacao e

verificacao de campo constituem-se em ciclos sucessivos

de ajustes de mapeamento e harmonizacao da legenda

preliminar, com 0 objetivo de se conseguir 0 grau de

confiabilidade desejado do mapa de solos da area emestudo.

2.2. Atividades de Laboratorio

As amostras coletadas no campo sao enviadas ao

laborat6rio, onde sao secas ao ar, destorroadas e passa-

das em peneira com abertura de 2mm de diametro. Na

fracao maior que 2mm e feita a separacao de cascalhos e

62

PEDOLOGJA E GEOMORFOLOGIA

alhaus. Na fracao inferior a 2mm (terra tina seca ao ar)

sao procedidas as deterrninacoes ffsicas e qufrnicas, con-

E rme metodologia descrita no Manual de Metodos de

Analise de Solos, Y aproximacao (EMBRAPA, 1979a).

I ara as analises ffsicas e qufmicas, e utilizada terra finaea ao ar e para representacao uniforrne dos resultados,

o referidos a terra fina seca a 105°C, utilizando-se

f tor de correcao que expressa a relacao entre 0 peso da

mostra, de terra fina seca ao ar e 0 peso da mesma

mostra ap6s a secagem a 105°C.

As analises ffsicas compreendem determinacoes da

msidade aparente, densidade real, porosidade, com-

osicao granulometrica, argila dispersa em agua e grau

d floculacao.

As analises qufrnicas compreendem determinacoesd carbono organico. nitrogenio total, pH em agua

(H20) e cloreto de potassic (KCl, N), f6sforo (P) assimi-

I V 1 , ataque por acido sulfurico (H2S04; d = 1,47)e car-

liato de s6dio (Na2C03' 5%),silica (Si02), sesquioxido

no (Fe203),sesqui6xido de alumfnio (A1203),6xido

titanic (Ti02), 6xido de manganes (MnO), relacao

11, / alumfnio (Si02/ A1203, Ki), relacao silica sesquio-

i 6 (Si02/R203, Kr ) e rel acao alumfnio/ferro

( I,03/Fe203)' calcic (Ca), magnesio (Mg), potassic (K)(di (Na) extrafveis, soma de bases extrafveis (valor

Ca + Mg + K + Na, hidrogenio (H) extrafvel e alu-

Inio (AI)extrafvel, acidez extraivel (H + Al), capacida-

i permuta de cations (valor T =S +H +AI), satura-

~ bases (valor V = 100.5 / T) e relacao alumfnio

\ d bases extraiveis (lOOAl/Al + S).

A analises minera16gicas sao procedidas nas

fracoes mais grosseiras, onde sao identificadas

63

 

Page 31: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 31/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

as especies de minerais de forma qualitativa e semi-

quantitativa.

3. Tipos de Mapas de Solos

A elaboracao de urn mapa de solos pode ser consi-

derada como a arte de apresentar a distribuicao espacial

das unidades de solos, passiveis de serem representadas

cartograficamente na escala que 0 trabalho sera publica-

do. Em se tratando de mapas autenticos corresponde a

representacao das unidades de solos, identificadas no

campo, e no caso de mapas compilados corresponde a

unidades de solos inferidas de outras fontes e/ ou levan-

tamentos preexistentes.

a estabelecimento, a pr ior i, do grau de homogenei-

dade requerido das unidades de mapeamento e extre-mamente importante para se selecionar 0 tipo de levan-

tamento de solos que servira de base ao planejamento

e/ou solucao de problemas ambientais, rurais ou urba-

nos. Na Tabela 2.1 encontram-se sumarizados os objeti-

vos, tipos de prospeccao de campo e escala da publica-

cao de cada tipo de levantamento de solos (Olmos,

1983).

4. Pedologia - Conceitos Basicos

as conceitos apresentados neste capitulo expres-

sam as ideias da comunidade de pesquisadores da cien-

cia do solo, especialmente daqueles preocupados com a

natureza e a identificacao de atributos de solos, objeti-

64

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

§ §

S~~~

'"'"

0>x

VI w

~ ~~ ~'"

i2 0

8 8 8z c; zw

~ C

~~ « « ,. .§ I I ~I 0, ;2-..J

;< w..J IL.J <C

"'~0~ : : J t ; : ; t ; : ; Z ..J

0 0..

'" 0 0 0~ ><

Q UJ

~cc

: s ~. . : ,W J ~8_C

" E

~::J

.2 (3

~00

8 _ ~'3u

1) ~r : : :§ .~~

5 e"C 0. §

6 5

 

Page 32: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 32/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

vando agrupa-los em unidades homogeneas, dentro de

urn sistema de classificacao que sirva de referencial para

a execucao de levantamentos- de solos e suas interpreta-

coes utilitarias.

4.1. Solo

o solo neste contexto e formado por urn conjunto

de corpos naturais tridimensionais, resultante da acao

integrada do clima e organismos sobre 0material de ori-

gem, condicionado pelo relevo em diferentes periodos

de tempo, 0 qual apresenta caracteristicas que consti-

tuem a expressao dos processos e dos mecanismos

dominantes na sua formacao. Dentro deste ponto de

vista, solo e uma parcela dinamica e tridimensional da

superficie, constituido por urn conjunto de caracteristi-

cas peculiares internas e externas, com limites definidos

de expressao. Seu limite superior e a superficie terrestre

e seu limite inferior e aquele em que os processos pedo-

genetic os cessam ou quando 0 material originario dos

solos apresenta predominancia das express6es dos efei-

tos do intemperismo geo-fisico-quimico.

4.2. Horizonte de Solo

Ap6s 0 material originario do solo ser produzido

e/ou depositado processa-se a diferenciacao de camadas

e/ou zonas mais ou menos paralelas a superficie. Estas

camadas e/ou zonas as quais representam a expressao

dos processos e dos mecanismos de formacao do solo

sao denominadas de horizontes. Os horizontessao iden-

tificados e diferenciados entre si, com base em caracteris-

66

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

ticas examinadas no campo e complementadas com ana-

lilies quimicas, fisicas e minera16gicas (Figura 2.1).

IMIII'l 2.1 - Diagrama esquemdiico de um Pedoambiente mos-

I,,,,,tin Ilariil, solum e pedon em uma trincheira; e 0 polipedon, 0

f l " I , m11.stitu(do por um conjunto de pedons similares, em urna" " " I / , I ' I r ' topcgrafica.

4.3. Perfil

} I edil do solo e a unidade de descricao e de

Ill' d.' solos no seu ambiente natural (Figura 2.1).

I "t'(lnd. as horizontes pedogeneticos identificados,

i, ) numa secao vertical, desde a superficie do ter-

lllna profundidade de 2 metros, ou ate 0 apare-

67

 

Page 33: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 33/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

cimentode rocha em fase inicial de decomposicao, ou

nao, caso esta ocorra numa profundidade menor que 2

metros (ou ate 0 aparecimento de horizonte diagnostico,

caso este esteja a uma profundidade maior que 2 me-

tros). Os solos tropicais, em geral, apresentam perfis

mais profundos do que os solos de regioes temperadas.

Alguns solos tropicais possuem espessura superior a 2

metros de profundidade, porem, em geral, nao apresen-

tam variacoes evidentes de seus constituintes a partir de

2 metros, no horizonte principal B.0 perfil de solo pode

ser examinado ao longo de cortes de estradas ou em

trincheiras abertas especificamente para descri cao,

exarne e coleta de amostras de solo (EMBRAPA, 1979b).

4.4. Solum

o solum pode ser considerado como urn perfil de

solo incompleto. Compreende apenas os horizontes A, E

e B , os quais evidenciam as acoes dos processes e dos

mecanismos de formacao dos solos (Figura 2.1). Embora

a definicao seja simples, e urn conceito que, algumas

vezes, ocasiona muita discordancia no exame de solos

no campo, devido a dificuldade de distinguir precisa-

mente 0 seu limite inferior, isto e. quais caracterfsticas

sao influenciadas pelos processos pedogeneticos e pelos

processos geoquimicos. (

\\

4.5. Pedon

Pedon e considerado a unidade minima de descri-

<;aoe de coleta de amostras de urn solo (Figura 2.1). Urn

pedon e a menor porcao que podemos descrever e cole-

68

tar amostras de solos representando a natur za 0

arranjo dos horizontes. (S oil S ur ve y S ta ff 1975).0 pedon

c tridimensional, seu limite inferior e urn tanto quanta

Mbitnirio entre 0 que e considerado solo e nao solo, e

Iluas dirnensoes laterais sao largas 0 suficiente para per-

mitir 0 estudo da natureza e da variabilidade dos hori-

zontes. A area de urn pedon pode variar de 1 a 10m2

[cpendendo da variabilidade dos horizontes do solo. 0

'onceito de pedon e mais abrangente que 0 de perfil,

II lui 0 volume de solo, alem das dirnensoes verticais e

ln t rais.

4.6.Po lipedon

Polipedon.e considerado como a unidade de classi-

1I·1~~0.Consiste de urn grupo continuo de pedons simi-

I Il'l-> (Figura 2.1). 0 conceito de polipedon faz a ligacao

nlrc as entidades basicas de solos (pedons) e os indivi-

L I l i A solos que sao as unidades taxonomicas. 0 polipe-

1011 t m urn tamanho mtnimo maior que 1m2 e uma

I'Imaxima nao especificada. (Soi l S ur ve y S ta ff , 1975).

I c . tnese de So 10

solos nao sao iguais em todas as partes, poden-

rir de municipio para municipio, de fazenda

I !W ) nda ou mesmo dentro de uma mesma parcela

t 'ITn ultivada. Existe, frequentemente, uma propen-

I I' dar importancia, apenas, a camada superficial

I vel e de desconhecer 0 que esta abaixo dos pri-

, o ntfrnetros da superffcie. Este fato conduz a uti-

69

 

Page 34: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 34/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

lizacao inadequada, provocando, na maioria das vezes,

a depauperizacao do solo e a degradacao ambiental. Os

solos sao corpos naturais da superficie terrestre que

ocupam areas e expressam caracterfsticas (cor, textura,

estrutura etc.) da acao combinada dos fatores, associa-

dos aos mecanismos e processos de formacao do solo.

As diferencas entre as varias condicoes naturais deter-

minam as caracteristicas peculiares de cada individuo

solo. A quantidade e a intensidade de chuva, radiacao

solar, temperatura, umidade, declividade do terre no,

comunidades de plantas que nele se desenvolvem, afe-

tam a natureza do solo em cada local.0 solo, como enti-

dade natural independente, pode possuir caracteristicas

herd adas do material originario e I ou caracterfsticas

adquiridas, cujas relacoes variam com 0 tempo.

5.1. Fatores

Segundo Jenny (1941), 0 soloe funcao de cinco

variaveis independentes, denominadas fatores de for-

macae dos solos, como segue:

Solos= f (clima, organismos, material originario,relevo e tempo) ,

/

a) C lim a - Atraves de seus elementos meteorologicos,

como por exemplo a temperatura, precipitacao e

umidade, e urn dos mais ativos fatores, influencian-

do diretamente no intemperismo das rochas, produ-

zindo 0 material de origem dos solos, na constitui-

<;:aoe natureza dos horizontes (hidr6lise, hidratacao,

solucao, alcalinizacao, carbonatacao, etc.) na distri-

70

PEDOLOGIA EGEOMORI< LOW A

buicao e translocacao de materiais e na intensidad

com que se processa a pedogenesc do material de

origem e os mecanismos de perdas, transforma<;:oes,

adicoes e translocacoes de constituintes d08 horizon-

tes do solo.

) O rga nism os - A fracao organica do solo e fornecidapelos vegetais e animais e e rep onsavel, em geral,

pela cor escura dos horizontes. A acao dos microor-

ganismos na decomposicao e/ou transformacs., dos

residuos organicos supre 0solo de sais minerais e

'laboram substancias humicas que produzern no solo

propriedades quimicas e fisicas favoraveis ao desen-

volvimento das plantas; fornecem, tambem, ao solo

cidos organicos e di6xido de carbono, os quais, em

rte, sao responsaveis pela decomposicao e/ou Iixi-

vla~aode varies constituintes minerais dos solos,

Ma t er ia l o ri gi nd ri o - Refere-se ao material nao conso-

lid do a partir do qual 0 solo se formou (saprolito).

materiais de partida do solo podem ser autocto-

I I ,quando resultam do intemperismo da rocha sub-

I rente: a16ctones, quando nao estao relacionadosom embasamento local (transportado de outras

'1 ) e pseudo-aut6ctones, quando resultante da

II tura e/ou retrabalhamento de produtos locais ao

IIIlH de encostas. Por vezes e dificil diagnosticar a() d@nciado material de origem dos solos. Anatu-

,/,da composicao textural, minera16gica e quimica

) m t rial tern, em geral, influencia nas caracteristi-

1 1 " sentadas pelos solos.

71

 

Page 35: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 35/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

d) Relevo - Refere-se a configuracao superficial da eros-

ta terrestre e afeta 0 desenvolvimento dos solos, prin-

cipalmente, pela influencia sobre a dinamica da agua,

erosao, microclimas e por conseguinte, na temperatu-

ra do solo. Os solos formados em declives muito

ingremes podem apresentar, localmente, condicoes de

clima serni-arido, mesmo que estejarn em regioes

umidas. Por outro lado, solos de varzea podem apre-

sentar caracteristicas de encharcamento, mesmo que

estejam localizadas em regioes serni-aridas, devido aadicao de agua das partes mais elevadas.

e) Tempo ~_lJm certo periodo de tempo e necessario para

o desenvolvimento de horizontes no solo. A idade de

um solo e avaliada em funcao do grau de desenvolvi-

mento dos horizontes e presen<;a ou nao de minerais

primaries pouco resistentes ao intemperismo.

5.2.Mecanismos

Quaisquer que sejam as causas, cada solo possui

uma combinacao de caracteristicas que the e peculiar e 0

distingue dos outros solos.

a) F ases d e F orma ca o

Os solos sao representados por perfis caractEj-'isti-

cos constituidos por horizontes e a distribuiC;~o e 0

arranjamento desses horizontes e governado por' duas

fases, distintas, (Simonson, 1967):

Fase I - Producao e acumulacao do material originario

- Intemperismo geologico atuando na formacao do

material inicial do solo;

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOCIA

P u s « 11- Diferenciacao de horizontes - Transforrnacao

du Material inicial em horizontes atraves da acao de

rios fen6menos bio-quimico-fisicos agindo coletiva-

In'nte ou isoladamente na evolucao das caracteristicas

~ 'do~eneticas dos horizontes de um perfil de solo.

b) M eca nism os de F orm aca o

A diferenciacao dos horizontes e caracterizada pela

lntcnssdade e evidencias de caracteristicas formadas

F - los mecanismos d eforrnacao do solo (Simonson,

J 1J(7):

A d i q a o : Incorporacao de materia organica, agua etc.

P£1l'das:Lixiviacao, erosao etc.' /hmsformaC;i5es: Formacao de humus e de minerais

ucundarios etc.

' /pcmslocac;i5es: Movimentacao de material de um hori-

~on~epara outro.

5.3. Processos

Os processos de formacao de solos consistem em

III conjunto de eventos que diretamente afetam e ex-

I 'M am seus efeitos, atraves de caracteristicas dos hori-

nil'S. Dentre os principais processos podemos citar:

I l i t o / i z a q a o : Domina a perda de silica e de bases do

I'IIlllw'lJll: e enriquecimento relativo de oxidrox idos de

11'1'1'0 e hidroxido de aluminio.

1 ' I I t 1 z o 1 i z a c ; a o : Domina a translocacao de materia orga-

Ih'l lou oxidos de ferro e aluminio do horizonte A

1'10 horizonte B.

 

Page 36: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 36/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

c) Calcijicacdo: Domina a translocacao e acumulacao de

carbonato de calcic de urn horizonte para outro.

d) Salinizaciio: Consiste na translocacao e acumulacao de

sais soluveis de eloretos e sulfatos. de calcio, magne-

sio, sodio e potassic de urn horizonte para outro.

e) Gleizacao: Domina a transforrnacao (reducao) de ferrosob condicoes de excesso de agua, ocorre em solos

hidromorficos,

6.Relacoes entre Pedologia eMeio Ambiente

Os estudos pedologicos, mapeamento e genese, sao

de natureza interdisciplinar por excelencia, e as interre-

lacoes entre pedologia e meio ambiente ocorrem no

momento em que 0material de origem do solo e afeta-

do pelos agentes atmosfericos, plantas e animais.

A genese e a geografia dos solos tiveram seu impul-

so com os trabalhos e conceitos formulados por Doku-

chaev, em 1883, durante 0 inventario dos solos da Russia,

nos quais os solos foram consider ados como entidades

naturais independentes, que apresentam caracteristicas

espedficas da acao combinada do material de origem,

elima, vegetacao, topografia e idade do material de ori-

gem. Estes conceitos atinaram com a comunidade de

cientistas da epoca, no sentido de que 0 solo, sendo uma

entidade natural independente, alem de possuircaracte-

risticas herd adas do material de origem, possui "iributos

que expressam os efeitos de fatores ambientais.

Nos trabalhos de Jenny (1941), os cinco fatores

estabelecidos por Dokuchaev (1883), foram considera-

74

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

des como variaveis independentes e representados pela

xpressao:

5 = f (el, 0, p, r, t).

5endo os solos funcao do elima (cl), organismos

), material de origem (p), relevo (r) e tempo (t).Estes dois conceitos tern sido aceitos e reconheci-

dos. tanto que os solos sao individualizados atraves de

racteristicas morfologicas, observadas em seus perfis,

l campo, quantificadas em analises laboratoriais, atra-

V s de pedons coletados e como parte integrante das

isagens na delimitacao cartografica da distribuic;ao

spacial das classes de solos.

Como podemos ver, desde os primordios dos estu-

)~da ciencia do solo, 0individuo solo foi consideradoimo uma entidade natural e parte integrante do am-

I 'nte e que expressa os efeitos das condicoes ambien-

t IH , que prevaleceram ou que ainda prevalecem na sua

mbiencia.

As modificacoes resu1tantes da acao dos fatores

mbientais podern corresponder a uma sequencia de

V intos ou a um complexo de reacoes e/ou ao arranja-

Ito de materiais na mass a do solo, provocando alte-

't s que se refletem nas caracteristicas morfologicas/ou nas propriedades quimicas, fisicas e minera10gicas

) olos. Rochas e sedimentos, que estao proximos a

~ rffcie, correspond em, em geral, a porcao interna do

bi nte. Solos se desenvolvem sobre estes materiais

1 1 <;aointegrada dos agentes climaticos e organis-

I condicionados pelo relevo. As relacoes entre as

terfsticas de solos e os agentes ambientais formam

li ta muito extensa. Para 0presente trabalho foram

75

 

Page 37: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 37/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

selecionados 0 relevo, 0 clima e OS organismos como

fatores externos que influenciam ou influenciaram 0

ambiente na qual 0solo esta inserido.

6.1.Relevo e Caracteristicas dos Solos

o relevo exerce uma forte influencia na evolucao edesenvolvimento dos solos. Porem, correlacoes entre

configuracao.do terreno e classes de solos e/ ou caracte-

rfsticas de solos sao validas para condicoes fisiograficas

especfficas. 0 aspecto do relevo local tern marcantes

influencias nas condicoes hidricas e termicas dos solos

e, por conseguinte, no clima do solo. Estas influencias se

refletem, principalmente, em microclimas e na natureza

da vegetacao natural, e em caracterfsticas e proprieda-des dos solos. As caracterfsticas descritas a seguir po-

dem ser relacionadas com 0 relevo e/ ou com a posicao

do solo na paisagem:

a) Dindmica da Agua - Compreende a movimentacao

vertical e subparalela a superffcie do terreno e a fre-

quencia e duracao de perfodos em que 0 solo se apre-

senta saturado ou nao com agua. Nas partes altas e

relativamente planas, os solos apresentam boa drena-gem interna, nas encostascom declives mais acentua-

dos apresentam drenagem boa ou excessiva, porern

sao mais secos, enquanto que nas partes inferiores

das vertentes e nas areas de varzeas e/ou depress6es

ha predominancia de agua na massa do solo durante

o ano. Esta perrnanencia de agua resulta.ern solos

imperfeitamente drenados ou mal drenacfus, depen-

dendo se 0 lencol freatico esta proximo a superficieou nao, respectivamente (Figura 2.2).

76

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

M L U ' O I 2.2 - R ep re se ni ac iio e sq u em d tic a d a i nfl ue nc ia d o r ele vo n a

IIn gem in tern a, n a co r, n a esp essu ra e n a n atu reza d o ho rizo nte

1I/ 'I'~ficial.

S olo s n os q ua is a d gu a e re mo vid a r ap id am en te , a bra ng en do a s

I n , 'I ' d e d re na g em e xc es siv am e nt e, f or te m en te o u a ce ntu a dam en te

1'1It1(~O.0 h o ri zo n ie s up e rf ic ia l A e o rg an ic o- min era l, e m g era l

1 ' ( 1 1 1 1 ' 0 iepesso e d e c olo ra cd o b ru no -e sc ur o o u b ru no -a ve rm e lh ad o-

1 1 1 ' ( 1 . 0 h or iz on te B a pre se nta c ore s v iv as a ve rm elh ad as e /o u a ma -

IlIIllI/.!II nu o a pr es en ta m m o sq ue ad os d e o xi -r ed uc ao .

I f , 'a la s b em d re na do s n os q ua is a rig ua e r em o v id a c om f ac il id a -

, 1 '1 1 1 ' In n t io r ap idamen te . 0 h o ri zo n te s u pe rf ic ia l A e organico-" , 1 1 1 1 ' 1 ' 1 1 1 , em geral pouco espesso e de coloracd o brun o-escuro o u

",w-C/vermelhado-escuro. 0 ho rizo nte B a prese nta co res viv as

',./l II l' lh ad a s o u am ar ela d as , p od en do a p re se nta r p o uc o m o sq ue ad o

,,\ I I'o d lu r; a oa p a rt ir d e 1 8 0cm da s up e rf lc ie .

S nf,o s m o dera da men te d ren ad os n os q ua is a d gu a e removida

II I 11 / 1 / 1 ' 0 lentamente, 0 le nc ol [ re di ic o p od e a fe ta r a p ar te i nf er io r d o

v! ( 1 1 1 1 ' J B e /o u o co rr er a di cii o d e r ig u a a ir ao es d e tr an sl oc ac do l at e-

",IIIII'I'I'/,c/. 0 hor iz on te s uper fi ci a l A e o rg a nic o- min er al , e m g er al,

'" II ( 'ApeSSode co lo r acao br uno- ac in z e nt ado- e sc u r o. 0 horizonte

77

 

Page 38: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 38/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

B apresenta cores vivas am areladas ou auerm elhadas, porem na

parte in ferior ocorrem m osqueados de oxi-reducao cinzentos ou

o cr es d ev id o a in jlu en cia d o le nc ot [ re atic o.

D - Solos im perfeitam ente drenados, nos quais a agua e rem ovida

d o s olo le nta me nte , p er ma ne ce nd o m o lh ad o p or p er io do s ig nif ic ati-

vo . 0horizonie superficial A e norm al e m od era dum ente esp esso de

co loracao bruno-ac inzen iado-escuro, 0 horizon te Bapresenta na

parte superior cores vivas averm elhad as ou am areladas e e co mum

a partir de urn m etro da superfic ie a ocorrencia de m osqueados de

o xi-r ed uc ao d e co res cin zen ta s e o cr es d ev id a a in flu en cia d o len co l

jreatico.

E - S olo s m al d ren ad os n os q ua is 0 le nc ol fr ea tic o e su i n a o u p ro xi-

m o a superfic ie e perm anecem m olhados grande parte do ano, 0

h or izo nie su perfic ia l A e, n or ma lm en ie, fo rm ad o p or m ater ia l o rg a-

n ic o b er n d eco mp os to d e n atu rez a tu rfo sa e d e c or p re ta . O s horizon-tes e lo u ca ma da s s ub ja cen tes a pre se nia m, fr eq iien tem en te, m atiz es

c in ze nio s e /o u a zu la do s e m os qu ea do s d e o xi- re du ca o.

F - Solos m uito m al drenados, nos quais 0 le nc ol f re atic o e st» asuperficie gra nde parte do ano. 0 h or iz on ie s up er fic ia l A f or ma do

p or ma te ri al orgunico bem decom posto de natureza turfosa, esta

sobrejacente a m aterial o rgan ico pou co decom posto. A s cam adas

e lo u h oriz on ies s ob reja ce ntes a pr ese nta m m atize s cin zen io s, a zu la -

d os e /o u e sv er de ad os e m o sq ue ad os d e o xi- re du ciio .

)

78

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

I ; , peseura do Solo e D ijerenciacdo de H orizontes - Os

01 s, em superficies mais suaves, sao mais profun-

los e apresentam, em geral, nftida diferenciacao

-ntre horizontes principais. Nas encostas mais ingre-

III '9 apresentam-se mais rasos com menor diferencia-

C ; 0 ntre os horizontes principais, devido ao acen-

tuado escoamento superficial de agua, que favorece a

omocao do material edafisado (Figura 2.3).

1111 2. - C or te d e es tr ad a em re levo fo rte o nd ula do , m ostr an do

, / 1 1 t I " solo po uco profundo e m uito pequena diferenciaciio entre

, 1 1 , , / 1 ' , . C am bis so lo H um ic o. A pa ra to s d a S err a. S. Jo se . RS .

IIIII 'i2;onte S uperficia l, E spessura e T ear de M ateria O r-

1 / ie 'f J - Areas altimontanas, acima de 700 metros,

• 1 1 1 0 em. regioes tropicais apresentam horizonte

I 'rfi ial A organico-mineral mais espesso e com

-~vados de materia organica devido a lenta

III rul lzacao do material organico, favorecido pelo

79

 

Page 39: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 39/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

clima mais arne no e condicionado pela altitude. Em

areas de varzeas os teores de materia organica e

espessura do horizonte superficial A aumentam, amedida que 0Iencol freatico se aproxima da superfi-

cie. Neste caso, a diminuicao de oxigenacao, devido

ao excesso de agua, diminui a decornposicao dos

materiais organicos.

d) Cor e Temperatura do Solo - 0 relevo local, a orienta-

<;300as encostas e a posicao do solo na paisa gem tern

urn enorme efeito nas condicoes hidricas e termicas

dos solos, favorecendo 0 aparecimento de microcli-

mas e por conseguinte alteracoes na cor, temperatura

(Smith, et a l. 1964) e cobertura vegetal n~turaL

A duracao do periodo em que 0 solo se apresenta

umido, molhado ou encharcado promove uma colora-

<;aodiferenciada dos horizontes em relacao a profundi-

dade (Figura 2.2) Os solos de varzea, que permanecem

encharcados grande parte do ano, apresentam horizonte

superficial bastante espesso e de cor preta devido ao

acumulo de material organico de natureza turfosa e os

horizontes subsuperficiais de matizes neutros: cinzento,

azulado ou esverdeado. A medida em que 0 lencol frea-

tico torna-se mais profundo, ocorre uma diminuicao daespessura do horizonte superficial e devido ao decresci-

mo dos teores de material organico tornam-se mais cla-

ros podendo apresentar tonalidades bruno-escuras, Os\

horizontes sub-superficiais vao perdendo ast:eu-

tras e comecam a apresentar cores com matizes mais

vivas amareladas ou amarelo-avermelhadas. Isto ocorre

em varzeas e/ou vales com diminutas variacoes topo-

80

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

~I' fieas. A temperatura e a umidade do solo varia com

li~enta<;3ooas encostas. No hemisferio sul as verten-

te s v~l'adas para sul e leste sao mais frias e umidas do

I I I as orientadas para norte e oeste.

.) Saturafao de Bases e L ix io ia ciio - A orientacao das

!ID:costas,ern como a posicao topografica dos solost e l . 1 n influencia na reacao do solo e no grau de intern-

per izacao. No relevo acidentado dos macicos da

Tljuca e Pedra Branca - Rio de Janeiro, (Palmieri e

dos Santos, 1980), os solos que ocorrem no topo e no

terce medio superior das encostas apresentam satu-

'a.<;aode bases muito baixa, altamente intemperiza-

dos e profundos. Os solos que estao localizados no

terce medic e nas encostas voltadas para norte e

este apresentam-se mais secos, saturacao de basescima de 50%, moderadamente acidos e pouco pro-

fundos. Em contraste, os solos localizados nas encos-

tas voltadas para sul e leste apresentam-se mais umi-

dos, saturacao mais baixa, fortemente acidos e perfis

mais desenvolvidos, devido a maior umidade ocasio-

nada pela menor exposicao aos raios solares.

6.2.Clima e Caracteristicas dos Solos

o clima, associado aos organismos, atua sobre asO( has produzindo os materiais que irao dar origem aos

ol() . 0 efeito do clima, atraves de variaveis como pre-

I~Ita:<;ao,emperatura e umidade, pode ser considerado

mais importante agente na manifestacao das expres-

S das propriedades dos solos. Estas propriedades

t m resultar como efeito da acao do conjunto de con-

-s meteoro16gicas gerais, de condicoes climaticas

81

 

Page 40: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 40/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

ambientais regionais e/ou de microclimas locais. Em

adicao a estas condicoes climaticas, devemos salientar,

tarnbem, a influencia dos efeitos do pedoambiente, isto

e, do clima e da ambiencia dentro do solo que, embora

seja condicionado pela localizacao topografica, aspectos

e orientacao das encostas, tern influencias marcantes nodesenvolvimento de certas caracteristicas.

As relacoes entre 0 clima e as propriedades do solo

podem ser facilmente visualizadas, quer correlacionan-

do-se as caracteristicas diferenciais, quer as caracteristi-

cas acess6rias das classes de solos representadas no

mapa de solos do Brasil (EMBRAPA, 1981), com a distri-

buicao climatica apresentada no mapa de clima do

Brasil (IBGE, 1990) e/ou com os dominies morfoclimati-

cos do Brasil (Ab'Saber, 1970; Maio, 1990).

A cor e uma das caracteristicas que mais chama

atencao, podendo fornecer indicios sobre composicao,

propriedades e origem dos solos e tendo estreitas rela-

coes com as condicoes atmosfericas e / ou pedoambien-

tais que prevalecem e / ou que atuaram na formacao do

solo. A cor e avaliada atraves da cornparacao visual de

torroes de solo com padroes da escala de cor Munsell

-para solos (Munsell, 1975).

A distribuicao e 0arranjo de cores, ao longo de urnperfil de solo, e urn dos criterios empregados para iden-

tificacao e separacao de horizontes, bern como para con-

ceituacao de classes de solos nos diversos levantamen-

tos executados no Brasil. Apesar das cores dos solos

terem uma grande amplitude de variacao, e¥s tern sido

relacionadas, principalmente, com as teoresJde materia

organic a, umidade e predominancia de determinados

tipos de 6xidos de ferro.

82

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

Os solos da Amazonia, quer dos plates, quer dos

1 1 ltosresiduais, ambos sob vegetacao de floresta

u torial perenif6lia e subperenif6lia (Palmieri, 1993),

1 rn a 'IDl1ente,superumido e umido, com estacao seca de

t 3 meses (IBGE, 1990), apresentam horizontes super-

is menos espessos, mais claros e teores de materianica inferiores aquel es do planalto arenitico-

ltico da regiao sul do Brasil sob vegetacao de flores-

ubtropical perenif6lia e subperenif6lia (EMBRAPA,

2/93), clima subtropical superumido e umido e com

t «;ao seca muito pequena e/ou subseca. Solos desen-

lvidos a partir de materiais provenientes de rochas

leas, Latossolos Roxos e Terras Roxas Estruturadas

longo da rodovia Transamazonica (DNPEA, 1973b) e

municipio de Monte Alegre (Falesi, 1970), ambos no

I apresentam horizonte B de coloracao menos ver-

Ih (matiz vermelho-amarelada), variando de 2,5YR

i 5 Y R inclusive ..As mesmas classes de solos na regiao

'l'rib.gulo Mineiro, sob vegetacao de floresta tropical

d I if6lia e clima quente e semi-umido com 4 a 5

s de seca (EMBRAPA, 1982), apresentam cores

Iii vermelhas (matiz vermelha lOR) e no Estado do

l nde do SuI, sob vegetacao de floresta subtropical

t de pinheiros, clima subtropical! tropical, e comnl os e/ou diminuta estacao seca, apresentam cores

matizes l,5YR, isto e, urn pouco mais amareladas

os solos do Triangulo Mineiro (EMBRAPA, 1982),

m bern mais vermelha que os solos da Amazonia

1 i, 1970; DNPEA, 1973b).

Estudos realizados com solos na Europa (Torrent et

1 )83) e do Rio Grande do SuI (Kampf e Schwert-

11 , 1983) evidenciaram que as cores amarelas dos

83

 

Page 41: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 41/61

PEDOLOCIA E CEOMORFOLOCIA

solos estao relacionadas com maiores quantidades de

goetita e que as cores vermelhas com maiores teores de

hematita.

Investigacoes conduzidas em um mesmo dominio

morfoclimatico, nos Estados do Rio Grande do SuI e

Santa Catarina, ao longo de uma topoclimosequencia de

450km (Palmieri, 1986), cuja altitude, no sentido leste-

oeste, decresce de 1250m para 270m, a precipitacao

anual diminui de 2460mm para 1850mm e a temperatu-

ra, aumenta de 14,1°C para 19,3°C evidenciaram que a

medida que os pedoambientes se tornam mais quentes e

mais secos, alem deocorrerem novas classes de solos, a

cor dos solos vprr~ de bruno-forte 7,5YR 4/6 com 90% de- - - ~ - - -

goetita, com a diminuicao gradativa de goetita e aumen-

to gradativo de hematita, para vermelho-escuro 1,5YR

3/5 com 92% de hematita; a quantidade de caolinita

aumenta e a de haloisita diminui; a estrutura do solo

muda de blocos fortemente desenvolvidos para ultra

pequena granular e a superficie especifica e 0 coeficiente

linear de extensao diminuem gradativamente.

Nos dominios das depressoes interplanalticas suba-

ridas do Nordeste, os solos desenvolvidos a partir de

saprolito de rochas metamorficas, clima serni-arido com

periodo seco de ate 11 meses, sob vegetacao de caatinga

hiperxer6fila (DNPEA, 1972, 1973a), devido a pequena

precipitacao e elevadas temperaturas, associadas a inten-

sa evapotranspiracao, ocorrem solos pouco intemperiza-

dos, com presen<;a de minerais primaries pouco resisten-

tes ao intemperismo e fracao argila de alta atividade.

Nao e raro a presen<;a de cascalhos e matac6es na massa

do solo, bern como na sua superficie, e e~ muitas areas

ha ocorrencia de afloramentos de mataea,s, caracteristi-

8 4

1 '1 :1 )( 1 I. \ lC! . . I \ ,h 1\1\ 11,1:\ ' I' ",1.\

It' pedoarnbientes serni-aridos Nas deprcssocs inter-

1(lIh~lticas, proxirnas da regiao semi-arida. os solos dv-

'I volvidos a partir de saprolitos similares. eli rna qucn-

, ob vegetacao de floresta subeadueif6lia e/ ou eaduei-

1111, 10mseea de ate 6 meses apresentarn-se mars desen-

lvidos. mais profundos, poueo lixiviados. atividade de

ill media e em geral nao apresentam camada pedre-

l 11 H L l perfieial.

6.3. Organismose Caracteristicas dos Solos

Estas earaeterfstieas estao intimamente relacioria-

c rn as corid icoes rnacroclimaticas atrnosferrcas.

IIIos pedoclimas e/ou induzidas pelo homem.

A

munidade de organismos, tanto da superffcie como

In issa do solo, alern de ser a fonte de material orga-

u para os solos e de capital importancia na decompo-

I) i] ou na transformacao deste material em substan-

I umicas. Plantas e animais, assim como seus resi-

) I tt m. tambem. importancia como agente mecanico

\ d composicao quimica das rochas e/ ou do material

IlI'lg m dos solos, sendo seus efeitos expressos nos

s de formacao e na fertilidade dos solos. 0 sis-I, I' dicular das plantas pode intensifiear a decompo-

IIdo material mineral, manter os fragmentos e/ou

~PI'( dutos das rochas e minerais, na superffcie, prote-

I to - contra a erosao. A atuacao mecanica dos ani-

i invertebradcs e vertebrados se reflete, principal-

nlu, na translocacao e/ou rernocao de detritos de

I 'l'ia1 mineral e na mescla de materiais organicos e

85 

Page 42: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 42/61

PEDOLOCIA EGEOMORFOLOGIA

A produtividade dos solos esta intimamente rela-

cionada com os teores e a natureza das substancias

humicas. Muitos solos, exceto os tropicais de condicoes

semi-arid as e/ou com excesso de agua permamente,

mostram boa correlacao entre os teores de humus e a

produtividade. Um solo com horizontes superficiais rico

em substancias humicas e de certos elementos, como

calcic e magnesio, favorece 0 desenvolvimento de uma

estrutura granular forte e de tamanho de medio a gran-

de, a qual possibilita a sorcao e retencao de umidade

atmosferica. sem promover 0 encharcamento do mes-

mo, dentro do processo natural de decornposicao e/ou

de transforrnacao das substancias humicas. Alern de

haver liberacao de elementos essenciais para a nutricao

das plantas, ocorre, tambem. a liberacao de di6xido de

carbono, 0 qual facilita a dissolucao de componentes

minerais, que passam a ficar disponfveis para alimenta-

cao das plantas. Portanto, urn solo rico em substancias

humicas apresenta caracteristicas favoraveis de umida-

de, aeracao e nutricional indispensaveis. entre outros

fatores, para uma boa produtividade.

A quantidade, a natureza e a distribuicao de subs-

tancias humicas, ao longo de urn perfil de solo, e um cri-

terio para identificacao e separacao de solos organicos.bem como muito importante para distincao e identifica-

cao de Horizonte B espodico e de varies tipos de Hori-

zonte A (EMBRAPA, 1988), alem de servir para distin-

cao de classes de solos, como, por exemplo, Latossolo

Humico e Podzol.Muito importante, tambem, e a inter-

vencao dos seres humanos, em qualquer parte do globo

terrestre, modificando as propriedades dos solos e/ ou

dos pedoambientes. 0crescimento' das populacoes exer-

86

FEDOLOGIA ECEOMO?FO~

grande influencia na ocupacao dasterras para produ-

zlr alimentos, fibr as, material energetico, no uso de

1 1 as para estradas, saneamento, aeroportos, usinas,

presas, recreacao, residencias e na obtencao de mate-

Is-primas em geral, para industrias.

A acao do hoinem pode influenciar, quer na re-

onstrucao do solo e de sua fertilidade quer, principal-

nte, na degradacao ambiental devido a utilizacao de

rcUicas agricolas, florestais e/ou pastoris nao adequa-

d s as condicoes edafo-ambientais. A atuacao relevante

o homem, como elemento de reconstrucao das proprie-

des e da fertilidade do solo, pode ser citada no nor-

ste da Europa, uma area de aproximadamente 500 mil

ctares. compreendendo parte dos territ6rios da

landa, Belgica e Alemanha (Miedama, 1989). Nesta

r a, a influencia esta restrita aos horizontes superfi-

I is, os quais atualmente apresentam niveis elevados

~ertilidade e de materia organica, devido as modifi-

~6es que se processaram e do continuado periodo de

di<;aode esterco e de material terroso. A formacao des-

t horizontes antropogenicos datarn da Idade Media

1 1 1 ndo fertilizantes minerais nao existiam e onde a fer-

tllldade natural do solo era insuficiente para a producao

ustentada de alimentos. No Brasil, podemos citar os)105 do centro-oeste sob 0 climax de vegetacao de cer-

d , os quais nas condicoes naturais sao incapazes de

nter qualquer tipo de exploracao agricola sustenta-

'1 , porern, com adicao de fertilizantes minerais e orga-

c S associados a utilizacao de praticas de manejo e

11 rvacao de agua e solo, tornaram-se altamente pro-

utlvos com condicoes de manter sistemas agricolas

I.t ntaveis por longo periodo de tempo (Figura 2.4).

87

 

Page 43: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 43/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

Como agente deteriorador do ambiente, 0homem causa

varies danos ao solo e a cobertura vegetal natural e,

como consequencia. tem acelerado a degrada<,;ao dos

recursos naturais e da qualidade de vida.

Figura 2.4 - Terraces com cultura de arroz no sui do E stado de

G 6ia s. C an ais p rin cip al e s ec un dd rio s v eg eta do s. P la nti o d e v eg eta -

p io a rb us tiva a o la ng e da es tr ada e m an uie nc do d as m aia s cilia res

p a ra e vi ta r e r os ti o.

Estas alteracoes tern sido efetuadas a mvel mun-

dial, porem sao mais proeminentes nas regi6es onde

ocorrem ocupacoes desordenadas das terras e / ou onde

a necessidade de sobrevivencia predomina sobre os

fatores econ6micos, sociais e ambientais. A degrada<,;ao

decorrente das modificacoes ambientais, induzidas pelo

homem, no processo de utilizacao dos recursos naturais,

sao inumeras e estao relacionadas, principalmente, com

ocupacao de areas inadequadas para urbanizacao, des-

88

!

m .tamento indiscriminado, mineracao, extracao d s j.

bro. abertura de estradas, aplicacao de agroquimicos \

1I ti~iza<,;aode terras sem aptidao para atividades agrfco-

I I I R /ou 0 usa de praticas de preparo e manejo de solos

, I: gua inadequados as condicoes edafo-ambientais, pro-

vo ando erosao e / ou contamiriacao dos aquiferos e

II. S reamento dos rios, canais, lagos, e vocorocamento

11( , ortes de estradas entre outros (Figura 2.5).

I 1 1 1 ' 1 1 2.5 - V o~ or oca en cr aoa da em a re a d e p la ntio de s oja . P ro -

! ll lI tl lI / l0r c on str ud io d e te rr ac e e m d es nio el e s em c an ai s p rin cip al

I'II/llt/drias. A d gu a e sc oa d ir eia me nie p elo s c or te s d a e sir ad a c au -

'''"" 0 t lJ 1a re ci me nt o d e u oc or oc as a o t on go d os b ar ra nc os d a e si ra -

( '1 11 1 ~C ib r ie ld o O e s te , MS ) .

89

 

Page 44: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 44/61

P E DO L O G IA E G EO M O RF O LO G IA

7. Solos e Paisagens

Este t6pico tern por finalidade salientar as inter-re-

lacoes fundamentais entre caracteristicas das principais

classes de solos (EMBRAPA, 1981) com as unidades de

relevo (IBGE, 1993) e com os aspectos fitofisionomicos

da vegetacao natural (EMBRApA, 1992/93).

1 ) L ato ss olo s - Esta classe e constituida por solos mine-

rais nao hidrom6rficos de sequencia de Horizontes A,

Bw e C, e apresentam como caracteristica diferencial a

ocorrencia de Horizonte B latoss6lico, 0 qual e consti-

tuido essencialmente por minerais altamente intem-

perizados e por conseguinte a fracao argila e de baixa

atividade, apresentando capacidade de troca de ca-

tions de ate 13meq/100g de argila ap6s correcao para

carbono e constituida, principalmente, de argilo-min-

erais do tipo 1:1 e de 6xidos de ferro e de aluminio,

podendo ocorrer ou nao a predominancia de urn des-

ses constituintes. Sao solos profundos e nao raro 0

horizonte B latoss6lico ocorre com mais de 2 metros

de espessura. Apresentam, na maioria das vezes, con-

traste apenas entre os horizontes A e B, sendo muito

difusa a transicao entre os subhorizontes B. A diferen-

ca das propriedades quimicas, fisicas e minera16gicas

e muito pouco perceptivel ao longo do perfil. A classe

textural varia de media a muito argilosa e a drenagem

de acentuadamente a moderadamente drenada. Sao

solos de muito baixa fertilidade natural, fortemente

acidos e elevados teores de aluminio trocavel. Alguns

solos de cores vermelho-escuras e roxas podem apre-

sentar boas reservas de nutrientes.

90

PEDOLOGIA EGEOMORFOL IA

LATOSSOLO AMARELO - Compreende solos de cores

rnareladas de matizes lOYR e/ou pr6ximas, teores de

'squi6xido de ferro (Fe203) ate 7%, fracao argila e cons-

tltufda, essencialmente, de caolinita muito bern cristali-

z c ia e entre os 6xidos de ferro e expressiva a predomi-

ncia de goetita. Na maioria das vezes, expressam coe-

C) e/ou adensamento nos horizontes A/B, B/ A e por

V v , S no Bwl, os quais apresentam consistencia dura a

uito dura quando secos e acumulacao maior de argila

tural, isto e. argila dispersa em agua. Esta caracterfsti-

favorece 0aumento da densidade aparente que se

fl te numa porosidade total mais baixa e maior coesao

) wementos estruturais do que em outros latossolos. °irlzonte A superficial e pouco espesso e de baixos teo-

d materia organica e0horizonte B, principalmente

ntgilosos e muito argilosos, apresentam estrutura

i matica fracamente desenvolvida que se desfaz em

1 0 'c)ssubangulares.

As paisagens distribuem-se com grande expressao

unidades de relevo relacionadas com sedimentos

OIlS lidados atribuidos a coberturas plio-pleistoceni-

i bacia sedimentar amazonica e litoraneas atribuf-

o Grupos Barreiras e congeneres. Nas depressoes

\'/; nicas, Solimoes, na margem direita do Rio Ma-

" Rio Negro/Rio Branco enos planaltos Marginais

'I. nicos ocorre sob vegetacao natural de floresta

II e rial perenif6lia e subperenif6lia, nos planaltos

I I' cis enos patamares Jequitinhonha/ Pardos, sob

,~o de floresta tropical subperenif6lia e subcadu-

, nas depressoes quaternarias interioranas Guapo-

Ingu, sob vegetacao de floresta tropical subcaduci-

• ubperenifolia e na depressao quaternaria Boa

ob cerrado subperenif6lio.

91

 

Page 45: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 45/61

PEDOLOCIA E GEOMORFOLOGIA

A extensao das coberturas e variavel e as superff-

cies sao planas e suave onduladas de altitudes inferiores

a 200 metros. A partir do terce medio das encostas al-

guns indivfduos apresentam horizonte plfntico na parte

inferior do perfil, caracterizando-os como intermedia-

rios para Plintossolos. Os solos, em gera1, apresentam

caracterfsticas ffsicas, qufmicas e mineral6gicas simila-

res, quer nas condicoes amazonicas quer nas condicoes

costeiras.

LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO - Compreende

indivfduos de cores verme1ho-amareladas, com matizes

da ordem de 2,5YR a 7,5YR e teores de sesqui6xido de

ferro (Fe203) entre 7 e 11%. Estes solos, em gera1, apre-

sentam no horizonte Bw a estrutura granular de aspectomacica in situ associ ada a estrutura moderadamente

desenvolvida em blocos subangulares. Embora, ainda

haja predomfnio de goetita, entre os 6xidos de ferro, os

teores de hematita aumentam a medida em que os solos

se tornam mais avermelhados.

Esta classe de solos ocorre nos mais variados dorni-

nios morfoestruturais e unidades de relevo. Areas ex-

pressivas sao encontradas nas depressoes Amazonicas,

relacionadas ao embasamento de estilo complexo e nadepressao do Alto Tocantins/ Araguaia, associadas as

coberturas metassedimentares de dobramentos do Bra-

sil Central; nas chapadas de coberturas sedimentares in-

consolidadas do Sao Francisco, Meio Norte, Araripe,

Parecis e tambem, em superficies mais movimentadas e

com vertentes convexas do planalto Centro-SuI de Mi-

nas e nas serras do Mar e da Mantiqueira. Nos Latos-

solos Vermelho-Amarelos do planalto do suI de Minas e

9 2

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

oraum a ocorrencia de horizonte superficial bern de-

nvolvido do tipo proeminente ou humico. A fitofisio-

n .ia da vegetacao natural pode compreender tanto as

des mais secas como as mais umidas das formacoes

orestais, caatingas, cerrados e campos,

LATOSSOLO VERMELHO-ESCURO - Esta classe com-

r ende solos de coloracao 2,5YR ou mais verme1hos e

t ores de sesqui6xido de ferro (Fe203) entre 11 e 18%. A

<;aoargila e constitufda de caolinita, gibsita e dentre

~ oxidos de ferro e expressiva a predominancia de he-

tHa. Em muites indivfduos a gibsita e a hematita pre-

ominam sobre os argilo-minerais caolinfticos, E co-

um nestes solos a ocorrencia da estrutura ultra peque-

n granular fortemente desenvo1vida com aspecto deic;aporosa in situ, tfpica de latossolo. Embora sejam

ilos de fertilidade natural muito baixa, ocorrencia de

divfduos com boas reservas de nutrientes e mais acen-

do do que nos Latossolos Verme1ho-Amarelos.

Esta classe ocupa grandes extensoes de superficies

nas e suave onduladas e estao relacionadas, princi-

Irnente. as coberturas metassedimentares associadas e

" berturas sedimentares inconsolidadas Plio-P1eisto-

nl as.Nas coberturas metassedimentares associadas as

x s de dobramentos, estes solos se distribuem exten-

v imente na superficie dos planaltos Central, Canas-

/ Alto Rio Grande, sob vegetacao de cerrado e campo

do; moderadamente nos patamares da serra Alto

guai/ Cuapore sob vegetacao de floresta subcaduci-

na depressao do Medio Sao Francisco, sob vege-

o de caatinga hipo e hiperxerofila,

93

 

Page 46: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 46/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

Nos sedimentos Plio-Pleistocenicos ocupam vastas

areas nas chapadas dos Parecis, dos planaltos de Caia-

portia, dos Parecis e da Bodoquena. Com excecao da co-

bertura vegetal do plartalto da Bodoquena que e consti-

tufda de floresta tropical caducif61ia, as outras areas

apresentam vegetacao de cerrado e campo cerrado.

LA TOSSOLO ROXO - Esta classe abrange solos de

cores vermelho-escuros de tonalidades arroxeadas e

matizes, preferencialmente lOR e/ou mais vermelhos, e

teores de sesqui6xido de ferro (Fe203) entre 18 e 40%.

Sao derivados de rochas basicas e sua massa apresenta

grande suscetibilidade rnagnetica. Na fracao argila ha

expressiva dorninancia de hematita e pequenas quanti-

dades de maghemita (Palmieri, 1986) e nas fracoes mais

grosseiras ha dominancia de ilmenita e magnetita. Nos

individuos de matiz lOR, ou mais vermelhos, ha virtual

ausenciade goetita (Figura 2.6). Apresentam textura

argilosa ou muito argilosa e a estrutura e tfpica de latos-

solo, constitufda por elementos granulares ultra peque-

nos e fortemente desenvolvidos, apresentando aspecto

de macica porosa in situ. E usual ocorrer a mudanca de

coloracao da superffcie do solo descoberto e nos barran-

cos de estradas, em funcao do angulo de observacao

e/ou incidencia dos raios solares. Tambem, e comum se

encontrar, na massa do solo, concrecoes muito pequenas

de manganes, tipo chumbinho de caca, que efervescem

quartdo e adicionado agua oxigenada. Nesta classe de

solos e mais comum a ocorrencia de individuos com boa

fertilidade natural, 0que os qualifica como eutr6ficos.

Estas paisagens ocorrem em superficies planas e

suave onduladas relacionadas com derrames basalticos

94

l'lgura 2.6 - T ip o e p ro po r(o es r ela tiv as d e 6 xid os d e fe rr o e m r ela -

r lT l) a c or u mid a d o h or izo nte B (P alm ie ri, 1 98 6).

I Hques de diabasio, Extensivas areas sao encontradas

11 0 planaltos Central e de Araucarias da Bacia do Para-

It . As areas sob influencia do rio Paranafba no Trian-

ulo Mineiro e suI de Coias ocorrem sob vegetacao de

lUI sta tropical subcaducif6lia enquanto que as areas

IL iniluencia do Rio Grande ocorrem sob vegetacao de

I l\ t subperenif6lia. No Estado do Mato Crosse do

II 0 orrem, principalmente, sob vegetacao de cerrado

mpo cerrado. No planalto das Araucarias a vegeta-

rmtural e constitufda de florestras subtropical pere-

III d Araucaria e de subtropical/tropical subpere-

1. No planalto e chapada dos Parecis, nasdepres-

Am zonica Meridional e do Medio Tocantins/ Ara-

l' ta o relacionados a diques de diabasio.

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

X 100en0

(Ij

a :0 (])

0: '0

r : r : c o GoetitaillLL oc

Gtll (])0 . . . .(])0 -0 40. . . .

X 0

-0 D..

:§ en 20a 0'0(Ij

E(j)

2.5YRll._.,

MATIZ MUNSELL - UMIDA

9 5

 

Page 47: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 47/61

PEDOLOGIA EGEOMORFOLOGIA

LATOSSOLO FERRIFERO - Esta classe abrange solos

de coloracao verme1ho-escuro commatizes preferencia1-

mente inferiores a lOR, teores de sesqui6xido de ferro

(Fe203) superiores a 40%. Sao solos derivados de rochas

metam6rficas tipo itabirito e congeneres e a massa dosolo e a1tamente atraida por ima. Neste solo e bastante

frequente a ocorrencia de concrecoes ferruginosas de

diametros variaveis, tanto na superficie como na massa

do solo, 0 que os qua1ifica como casca1hentos, apresen-

tando, nao variave1mente, textura argilosa e/ ou muito

argilosa cascalhenta.Tambem sao comuns as nuances

das tonalidades vermelhas e roxas em funcao da inci-

dencia dos raios solares.Estas paisagens estao relacionadas a re1evos ondu-

lados e forte ondu1ados, com encostas de conforrnacoes

convexas sob vegetacao de campos cerrados e cerrados

pouco densos e arbustivos. Ocorrem nas serras do Espi-

nhaco / Quadrilatero Ferrifero e dos Carajas, relaciona-

dos aos produtos de decomposicao de rochas metamor-

ficas muito ricas em ferro.

LATOSSOLO BRUNO - Esta classe abrange solos de

cores brunadas com matiz, preferencialmente, da ordem

de 5YR.Estes solos sao derivados de derrame basaltico

ou de rochas alcalinas, sob condicoes de clima umido e

frio. No caso dos solos derivados de rochas basalticas,

podemos dizer que sao as contrapartes dos Latossolos

Roxos desenvo1vidos sob condicoes de clima subtropi-

cal. A cor bruna e/ ou vermelho-amarelada do horizonte

Bw, reflete a predominancia de goetita sobre a hematita.

Na fracao argila ha predominancia de haloisita entre os

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

(mal cristalizada) e tarnbem ha ocorrencia regular de

vermiculita com hidr6xido de alurrunio inter-lamelar

(Palmieri, 1986). A estrutura do horizonte Bw e em blo-

cos subangulares fraca e moderadamente desenvolvida

e apresenta muito pouca atracao pelo ima. 0 horizonte

A tern altos teores de materia organica, porem, nao

apresenta cor escura devido as condicoes de clima frio.

Estas paisagens estao associadas a superficies pla-

nas e suave onduladas aeima de 800 metros de altitude,

sob vegetacao de campos subtropicais nos planaltos de

Araucaria e de Pocos de Caldas.

2) Terra Roxa E struturada - Esta classe abrange solos decoloracao verrnelho-escuro com nuances arroxeadas

de matiz, preferencialmente da ordem de 2,5YR.Ca-

racterizam-se, tambem, pela ocorrencia de horizonte

'B textural, porem com baixo gradiente textural entre

5 horizontes AeBt (Btextural), estrutura em bloeos

bern desenvolvida apresentando pelfculas de argilas

recobrindo parte dos elementos estruturais, argila de

tividade baixa e teores de sesqui6xido de ferro(F 203) superiores a 15%. °horizonte A e moderada-

m nte desenvolvido e 0horizonte Btapresenta pouca

diferenciacao entre seus subhorizontes. Sao solos

irivados de rochas basicas e/ou ultr abasicas, de

t I tura argilosa e muito argilosa e, em geral, apresen-

t im boa fertilidade natural.

I1staspaisagens ocorrem associadas as dos Latosso-

({(xos, porern, ocupam as superficies onduladas e

onduladas relacionadas com os derrames basalti- 

Page 48: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 48/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

encontradas nos planaltos Central e de Araucarias da

Bacia do Parana nos estados sulinos. Existem pequenas

ocorrencias relacionadas a areas de influencias de di-

ques de diabasios nas depress6es Arnazonicas Meridio-

nal e Setentrional sob floresta equatorial subperenif6lia

e na Depressao Medic Tocantinsl Araguaia sob vegeta-

cao de floresta tropical subperenifolia.

3) Terra B runa E siruiurada - Compreende solos de cores

brunadas e matiz, preferencialmente, da ordem de

5YR e 7,5YR. Podem se desenvolver a partir de I 'O>

chas basicas, intermediarias e alcalinas, porern, sem-

pre sob condicoes de clima frio e umido. Os prove-

nientes de rochas basicas, correspond em as contra-

partes das Terras Roxas Estruturadas, desenvolvidas

sob condicoes de clima subtropical. A cor bruna e/ ou

vermelha-amarelada do horizonte Bt reflete a predo-

minancia de goetita sobre a hematita. Na fracao argi-

la ha predominancia de haloisita entre os argilo-mi-

nerais, a caolinita e mal cristalizada e ha ocorrencia

regular de vermiculita com hidr6xido de aluminio

interlamelar (Palmieri, 1986). A estrutura do horizon-

te B e frequentemente prismatica e se desfaz em blo-

cos moderado a fortemente desenvolvidos. 0 gra-

diente textural e baixo entre os horizontes A e B e assuperficies dos elementos estruturais podem apre-

sentar, ou nao, filmes de argila iluvial (argilan), po-

rem sempre apresentam superficies de compressao,

devido ao alto indice de contratacao destes solos. 0

horizonte A tem uma apreciavel quantidade de mate-

ria organic a, mas esta nao e muito escura devido a scondicoes de clima frio e umido. Nao apresentam

9 8

PEDOLOGIA E GEOMORP LOCIA

tracao magnetica e possuem elevados teores de alu~'

minio trocavel.

IEstaspaisagens estao relacionadas aos campos sub-

tropicais de superficies onduladas e forte onduladas que

lrrem acima de 800 metros de altitude nos planaltos

Araucaria e de Pecos de Caldas (Rodrigues, 1984).

) l'o dz 61 ic o V erme lh o- Ama re lo - Esta classe compreende

olos que apresentam horizonte diagnostico B textu-

r 1 com sequencia de horizonte A, Bt e C ou A, E, Bt e

. Os horizontes sao bem diferenciados e apresentam

nmde gradiente textural, cujo incremento de argila

do horizonte A para 0Bt e facilmente perceptivel. A

texeura, atividade da argila e fertilidade natural sao

mutso variaveis.

sta classe e bastante expressiva e ocorre nos mais

dos dominios morfoestruturais, de unidades e clas-

d ) relevo. Em geral, predominam nas encostas con-

A e plano-inclinadas das superficies onduladas e

t • onduladas. A fitofisionomia da vegetacao natural et nt diversificada e pode ser composta de forma-

n restais, caatingas, cerrados e campos cerrados.

I 'ses que ocorrem em ambientes maissecos e

() umidos apresentam, em geral, solos com boas

, de nutrientes e argila de atividade alta.

lI t1 zo 1ic o B ru no -A ci nz en ta do - Esta classe compreen-

olos minerais moderadamente drenados, com B

rural bem nitido e com a parte superior escureci-

, A atividade de argila e alta, isto e , acima de 24

99

 

Page 49: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 49/61

q/lOOg de argila ap6s correcao para carbona; a

do Bt e formada por blocos bern desenvol-

s e apresentam abundantes argilans na superfi-

os elementos estruturais.

Estes solos ocorrem em paisagens de superficies

suave onduladas e onduladas, sob vegetacao de floresta

perenif6lia subtropical e campestre e estao restritos aos

planaltos Sul-Riograndense e da Campanha Caucha e

aos patamares da Bacia do Parana, nos Estados de Santa

Catarina e Parana.

6) Podz61ico Amarelo - Sao solos profundos que se

caracterizam por apresentar coloracao amarelada dematizes 7,5YRa 10YR,nitida diferenca textural entre

o horizonte A superficial e 0 horizonte B textural

(Bt)subsuperficial, baixa atividade de argila e teores

de sesqui6xido de ferro (Fe203) inferiores a 7%.

Apresentam sequencia de horizontes A, Bt, C ou A,

E, Bt, C com diferenciacao de horizonte variavel,

dependendo do tipo de horizonte A e do incremento

da argila no Bt, sendo mais nitida quando 0horizon-

te E esta presente. Neste caso a transicao e abrupt a

para 0Bt.

Estes solos ocorrem, com bastante frequencia, nas

paisagens de topografia suave ondulada e ondulada sob

vegetacao de floresta tropical subperenif6lia e relacio-

nam-se, principalmente, com as coberturas Plio-Pleisto-

cenicas dos Tabuleiros Costeiros. Muito poucas consta-

tacoes tern sido noticiadas nas coberturas inconsolida-

das similares da bacia sedimentar amazonica.

100

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

7) Brunizem - Esta classe compreende individuos

pouco profundos, horizonte A preto e espesso, do

tipo chernozemico, e horizonte B textural ou cambico

de cores escuras (cromas e valores baixos e argila de

atividade alta). Estes solos apresentam elevados teo-res de materia organica, argilosos e fertilidade natu-

ral muito alta.

Estas paisagens estao limitadas, praticamente, as

superficies de topografia suave ondulada e ondulada

Q J e formam urn conjunto de pequenas elevacoes com

vertentes de dezenas de metros de altitude, em geral,

baixo de 200 metros e com cobertura vegetal preferen-

lalmente de campos com algumas areas de vegetacaorbustiva tipo parque. Ocorrem nos planaltos da Cam-

nha Caucha e Sul-Riograndense.

) Brunizem Avermelhado - Esta classe abrange solos

porucoprofundos com horizonte A chernozemico e

hoeizonte B textural de argila de atividade alta e

turacao de bases alta. Apresentam horizontes bern

diferenciados de sequencia A, Bt (Btextural) e C. 0

horizonte Bt apresenta cores avermelhadas vivas,

trutura prismatica que se desfaz em blocos forte-

n 'nte desenvolvidos e com abundantes argilans (fil-

11 de argila iluvial). Sao solos ricos em materia

Ul'Hnica, fertilidade natural muito alta e elevada

tva de nutrientes.

s paisagens estao relacionadas a areas descon-

muito dedivosas, compreendendo superficies

Iduladas e montanhosas com vale emV e verten-

101

 

Page 50: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 50/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

103

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

tes de fortes declives. Em menor escala podem ocorrer

em topografias onduladas com vertentes de dezenas de

metros. Areas bastante representativas sao encontradas

no planalto de Araucaria, nos Estados de Santa Catarina

e Parana, sob vegetacao de floresta tropical perenif6lia e

subperenif6lia; no planalto Sertanejo, no Ceara, sobvegetacao de floresta/ caatinga; no planalto da Bodo-

quena, sob floresta tropical subacaducif6lia e na depres-

sao Jequitinhonha, na Bahia, e em menor escala nas ser-

ras do Alto Paraguai z Cuapore e da Mantiqueira, no

norte do Estado do Rio de Janeiro e sul do Estado do

Espirito Santo.

Sertanejos como nos de cobertura metassedimentares e

na depressao Sertaneja.

10 ) P Ia nosso Io s - Abrange solos de drenagem deficiente

com sequencia de horizontes, preferencialmente, do

tipo A, E, Bt ou Btg (horizonte B textural gleico) e C

ou Cg e t ransicao abrupta entre os horizontes E e B.

Os horizontes A e E sao, em geral, de textura areno-

sa e apresentam contraste nitido com 0 horizonte B

de textura mais argilosa. Apresentam feicoes as50-

ciadas com drenagem imperfeita (cores cinzentas

associadas a manchas avermelhadas e amareladas).

9) Bruno N iio C alc ic o - Esta classe compreende indivi-

duos pouco profundos e/ou rasos, com horizonte Btextural (Bt) de coloracao avermelhada viva, ativida-

de de argila e saturacao de bases muito alta. 0 hori-

zonte A e, em geral, fracamente desenvolvido e de

estrutura macica. Sao solos de sequencia de horizon-

tes, preferencialmente, do tipo A, Bt e C e a transicao

do horizonte A para 0Bt e, em geral, abrupta.

Estas paisagens estao relacionadas quase que ex-

clusivamente com a zona fisiografica do Sertao Nordes-tino sob vegetacao de caatinga hiperxer6fila arb6rea -

arbustiva e em menor escala na regiao do agreste sob

vegetacao de caatinga hipoxer6fila. Ocorrem em topo-

grafias de superficie suave e forte ondulados com vales

em V abertos e vertentes de dezenas de metros. Na

superficie e comum a ocorrencia de cascalhos e calhaus

de quartzo formando um tipo de pavimento desertico.

Estes solos distribuem-se tanto nos planaltos Residuais

Estas paisagens encontram-se distribuidas por todo

ls, principalmente nos pedimentos de varias unida-de relevo e estao relacionadas a superficies topogra-

'as praticamente planas e suave onduladas, formando

1 s bemabertos com vertentes bastante suaves de

t nas de metros.

Areas representativas com carater so16dico sao

ntradas na zona fisiografica do agreste nordestino

vegetacao de caatinga hipoxerofila e, em menor

la, sob caatinga hiperxer6fila, nos pedimentos dos

n ltos Residuais Sertanejos, nas depressoes Sertane-

I do Medio Sao Francisco e do Meio-Norte, Areas re-

ntativas, tambem, sao encontradas nas depressoes

t rnarias do Pantanal sob vegetacao do Complexo

P ntanal e de Boa Vista sob vegetacao de campinara-

, No Rio Grande do SuI ocorrem nos Planaltos da

panha Caucha e Sul-Riograndense com horizonte

tante espesso do tipo chernozemico e vegetacao

102

 

PEDOLOCIA E CEOMORFOLOCIA

Page 51: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 51/61

11) Solonetz - Solodizado - Compreende solos rasos ou

pouco profundos com alta saturacao com sodio, dre-

nagem impedida e horizonte B natrico. Apresentam

sequencia de horizontes, preferencialmente, do tipo

A, E,Btn (horizonte B textural com acumulacao de so-

dio trocavel) e Cn (horizonte C com acumulacao de

sodio trocavel). Os horizontes A e E sao bastantes are-

nosos e a transicao para 0horizonte Btn e abrupta.

Estas paisagens estao limitadas as superficies qua-

ternarias pratieamente planas e/ ou depressoes de var-

zeas sob influencia de rios intermitente~ na regiao suba-

rida nordestina, na depressao do Pantanal e ao longo da

costa em pedoambientes mais secos. A cobertura vege-

tal e, em geral, constituida por individuos arbustivos e

graminoides tolerantes ao excesso de sais.

12) Solonchack - Esta classe e formada por individuos

pouco desenvolvidos e com horizonte salico. Estao

sujeitos a encharcamento sazonal e/ou permanente

e os subhorizontes apresentam cores cinzentas, azu-

ladas e/ou esverdeadas. 0 horizonte superficial e

pouco espesso e nas estacoes secas pode apresentar

crostas salinas superficiais devido a ascencao capilar

e precipitacao de sais.

Estas paisagens nao sao muito extensas e ocorrem

em areas quaternarias sob influencia fluviolacustremari-

nhas ou em vasas marinhas, ao longo e / ou adjacentes a

costa. A vegetacao natural e constituida de comunida-

des arbustivas e/ ou campos graminiformes tolerantes

ao excesso de sais e de agua,

104

PEDOLOGIA E

13) Cam bissolos - Compreende individuos pou o tit'

senvolvidos e com horizonte B incipiente, onde II

material subjacente ao horizonte A sofreu alteraco '

em grau nao muito avancado, contudo, 0 suficient '

para 0 desenvolvimento de cor e/ ou estrutura, po-

dendo apresentar, no maximo, menos da metade do

volume do horizonte B incipiente, constituido por

fragmentos de material originario ou nao,

As paisagens sao as mais diversificadas e ocorrem

de forma descontinua sob varias coberturas vegetais,

em quase todas as unidades de relevo, sendo, porern,

mais representativas nas superficies topogrMicas forte

onduladas e montanhosas. Algumas podem ocorrer em

superficies planas de sedimentos quaternaries aluviais.

Areas muito representativas aparecern no planalto de

Araucarias enos patamares da Bacia do Parana e nas

formas agudas e linhas de cristas da serra do Mar e da

Mantiqueira, podendo apresentar horizonte superficial

d tipo humico bastante espesso.

14 ) L iio sso lo s - Abrange individuos rasos ou muito ra-

sos, pouco desenvolvidos com sequencia de horizon-

te A, C e R ou A e R. Em geral, apresentam horizonte

A diretamente sobre substrato rochoso, contudo, po-

dem exibir horizonte B incipiente muito pouco espes-

so, acima do material rochoso pouco intemperizado,

breposto ao substrato rochoso. Em geral, sao solos

muito pobres e acidos.

As paisagens desta c1asse sao as mais variadas e

ral, ocorrem associadas as dos cambissolos. Nor-

105

 

Page 52: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 52/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

11)Solonetz - Solodizado - Compreende solos rasos ou

pouco profundos com alta saturacao com sodio, dre-

nagem impedida e horizonte B natrico. Apresentam

sequencia de horizontes, preferencialmente, do tipo

A,E,Btn (horizonte B textural com acumulacao de so-

dio trocavel) e Cn (horizonte C com acumulacao de

sodio trocavel). Os horizontes A e E sao bastantes are-

nosos e a transicao para 0horizonte Btn e abrupta.

Estas paisagens estao limitadas as superficies qua-

ternarias praticamente planas e/ou depressoes de var-

zeas sob influencia de rios intermitentes na regiao suba-

rida nordestina, na depressao do Pantanal e ao longo da

costa em pedoambientes mais secos. A cobertura vege-

tal e , em geral, constituida por individuos arbustivos e

graminoides tolerantes ao excesso de sais.

12) S olo nc ha ck - Esta classe e formada por individuos

pouco desenvolvidos e com horizonte salico. Estao

sujeitos a encharcamento sazonal e/ ou permanente

e os subhorizontes apresentam cores cinzentas, azu-

ladas e/ ou esverdeadas. 0 horizonte superficial e

pouco espesso e nas estacoes secas pode apresentar

crostas salinas superficiais devido a ascencao capilar

e precipitacao de sais.

Estas paisagens nao sao muito extensas e ocorrem

em areas quatemarias sob influencia fluviolacustremari-

nhas ou em vasas marin has, ao longo e/ou adjacentes a

costa. A vegetacao natural e constituida de comunida-

des arbustivas e/ou campos graminiformes tolerantes

ao excesso de sais e de agua.

104

14) L ito ss olo s - Abrange individuos rasos ou muito ra-

80S, pouco desenvolvidos com sequencia de horizon-

te A, C eR ou A e R. Em geral, apresentam horizonte

A diretamente sobre substrato rochoso, contudo, po-dem exibir horizonte Bincipiente muito pouco espes-

80, acima do material rochoso pouco intemperizado,

sobreposto ao substrato rochoso. Em gera1,sao solos

muito pobres e acidos,

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

13) C am bissolos - Compreende individuos pouco de-

senvolvidos e corn horizonte B incipiente, onde 0

material subjacente ao horizonte A sofreu alteracoes

em grau nao muito avancado, contudo, 0 suficiente

para 0 desenvolvimento de cor e/ou estrutura, po-

dendo apresentar, no maximo, menos da metade do

volume do horizonte B incipiente, constituido por

fragrnentos de material originario ounao,

As paisagens sao as mais diversificadas e ocorrem

de forma descontmua sob varias coberturas vegetais,

em quase todas as unidades de relevo, sendo, porem,

mais representativas nas superficies topograficas forte

onduladas e montanhosas. Algumas podem ocorrer em

superficies planas de sedimentos quaternaries aluviais.

Areas muito representativas aparecem no planalto de

Araucarias enos patamares da Bacia do Parana e nas

formas agudas e linhas de cristas da serra do Mar e da

Mantiqueira, podendo apresentar horizonte superficial

do tipo humico bastante espesso.

As paisagens desta classe sao as mais variadas e

in geral, ocorrem associadas as dos cambissolos. Nor-

105

 

Page 53: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 53/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

malmente estao confinados a paisagens mais ingremes,

cornijas e frente de cuestas, alinhamento de cristas e de

cumieiras associadas a afloramentos naturais de rochas

das encostas das serras, alcantilados, penhascos, pene-

dos etc.

1 5) P lin to ss olo s - :, Esta classe e formada, em geral, por

solos hidrom6rficos e com horizonte plintico, isto e,

com abundante presenca de manchas avermelhadas

e amareladas entremeadas por materiais esbranqui-

cades. As manchas avermelhadas tern a habilidade

de endurecer irreversivelmente ap6s sucessivos ci-

clos de umidecimento e secagem dando origem a

coricrecoes ferruginosas chamadas lateritas e/ou

conglomerados lateriticos. .

Essas paisagens estao relacionadas a pedoambien-

tes de superficies com topografias planas e suave ondu-

ladas, com concomitante movimentacao lenta de agua

atraves da massa do solo, promovendo umedecimento

intermitente dos tercos inferiores das encostas e / ou

areas de planicies com drenagem interna intermitente.

Areas muito expressivas sao encontradas na depressao

Solimoes da bacia sedimentar amazonica, compreen-

dendo principalmente 0 medio-baixo curso dos rios

Purus, [urua, [utai e grande parte da ilha de Maraj6; nas

depressoes interioranas quaternarias da ilha do Bananal

e porcao norte do Pantanal e na planicie Maranhense.

Nos dominios geom6rficos dos Tabuleiros Costeiros

estes solos ocorrem com frequencia nos pedimentos e

tercos inferiores das paisa gens.

10 6

PEDOLOGIA E GEOMORP01.0 IA

PLINTOSSOLOS CONCRECIONARIOS - Estes solos

orrespondem a uma variedade dos Plintossolos e dife-

II Indevido a abundante ocorrencia de concrecoes ferru-

gi nos as, com diarnetro de 2mm ate 6cm, na massa do

010. Algumas areas apresentam concrecoes na superff-

I quaseque formando urn tipo de pavimento. As con-r 90es podem ser consequencia do endurecimento irre-

v rsfvel da plintita local e/ou terem sofrido transporte.

Essas paisagens apresentam, geralmente, cobertura

v .getal de cerrado subcaducif6lio e/ ou campo cerrado.

( orrem em superficies mais dissecadas, exceto quando

fit~o relacionadas a substrata de folhelho e/ou conge-

n 'res, que a superffcie topografica e praticamente plana.

as representativas sao encontradas nas depress6es

do Meio Norte, Medio Tocantins/ Araguaia e Alto Para-K I i.no planalto e Chapada dos Parecis.

) Podzol - Esta .cl asse e constitufda de solos areno-

quartzosos corn nftida diferenciacao e sequencia de

horizontes do tipo A, E, Bpodzol (Bhs) e C.0hori-

zonte A, de cor escura, contrasta com 0 horizonte E,

albico de colo racao clara, 0 qual, por sua vez, con-

trasta com 0 horizonte subsequente Bhs, isto e, B

pcdzol de col oracao cafe, que normalmente esta a

urea profundidade maior do que 50cm.

Essas paisagens estao associadas a plarucies e cor-

~Moraneos e dunas estabilizadas, sob vegetacao de

tlnga arb6rea e / ou arbustiva, com substrato gramini-

rme. Algumas ocorrencias tern side observadas em

1uleiros Costeiros e Amazonicos: neste caso estao

I1cionad as a pequenas depress6es e/ ou bols6es areno-

10 7

 

Page 54: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 54/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

quartzosos. Esporadicas ocorrencias tern sido constat a-

das ern materiais provenientes de metaquartizitos na

serra da Mantiqueira. Nos ambientes fora da orla mari-

tima a vegetacao e constituida de especimes florestais

de baixo porte e pouco densas.

PODZOL HIDROMORFICO - Estes individuos inte-

gram variedades hidrom6rficas de podzol, as quais

apresentam lencol freatico pr6ximo a superficie sazonal- .

mente. Nao apresentam cores neutras cinzentas devido

ao material originario ser de natureza areno-quartzosa e

desprovido, totalmente, de qualquer material argiloso.

As classes da orla maritima apresentam paisagens

similares as do podzol nao hidrom6rfico. Grandes

areas desta c1asse ocorrem ern sedimentos areno-quartzosos inconsolidados nas depressoes Rio Bran-

co/Negro e da Amazonia Setentrional, na regiao sob

influencia do Rio Uapes. Ern ambas as areas a vegeta-

cao e constituida de comunidades pioneiras denomina-

das de Campinarana.

1 7) G le isso los - Esta classe compreende solos hidromor-

ficos corn sequencia de horizontes, preferencialmen-

te, A ou He horizonte glei (Cg) ou A, B incipienteglei (Big) e Cg. Apresentam horizonte A superficial

de cor preta, teores de materia organic a elevados e

espessura variando de 10 a 30cm. A partir da base

do horizonte A ou H, os horizontes e / ou camadas

apresentam cores acinzentadas ou cinzentas, corn

mosqueados amarelados e avermelhados causados

pelos processos de oxi-reducao devido as oscilacoes

do lencol freatico.

108

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

Estas paisagens compreendem extensos dominios

das planicies fluviais e fluviolacustres e distribuem-se

por todo 0 Brasil, sob divers as condicoes de clima. A

vegetacao natural pode ser constituida por florestas

/ou campos de v arzeas corn especies tolerantes a

xcesso deagua (hidr6filas e higrofilas) e corn fitofis io-nomia de aspecto perenif6lio.

i8) S olo s T io m6 rfic os - Esta classe abrange solos influen-

ciados pela acao das mares. Compreende individuos

pouco desenvolvidos podendo ser compostos quer

de material organico quer de camadas minerais

estratificadas, porem, ambas nao calcareas, corn alta

percentagem de compostos de enxofre e / ou apre-

. sentando mosqueados de jarosita (sulfato de ferro),

quando artificialmente drenados. Sao extremamente

acidos e apresentam alta condutividade eletrica em

todas as camadas.

Esses solos estao relacionados aos dominies das

plamcies marinhas, fluviomarinhas e fluviolacustrema-

rlnhas, distribuindo-se em areas adjacentes a orla mari-

tima, influenciadas pelo fluxo e refluxo das mares. A

v getacao natural e constituida par campos ha16filos de

vt rzea.

1 9 ) V ertis so lo s - Esta classe e integrada por individuos

de drenagem imperfeita e que apresentam caracte-

risticas verticas, em geral muito argilosos, com pro-

nunciadas variacoes no seu volume, conforme 0 teor

de umidade, apresentando fendilhamento profundo

no periodo seco. A variacao de v olume da massa do

solo e expressa sob forma de estrias denominadas

109

 

Page 55: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 55/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

superficies de friccao, as quais ocorrem nas faces de

agregados cuneiformes ou paralelepipedicos. tam-

bern 0 microrrelevo do tipo gilgai (microrrelevo for-

mado pela expansao da argila) e a autogranulacao

podem ser tornados como indicadores coadjuvantes.

Essas paisa gens nao sao muito extensas e estao

confinadas a areas e/ ou depressoes semifechadas, que

apresentam pedoambientes com drenagem impedida ou

intermitente, devido ao c1ima subarido. Areas represen-

tativas ocorrem nos planaltos da Borborema e Sertanejo

e na depressao Medic Sao Francisco, sob vegetacao de

caatinga hiper e hipoxer6fila; no planalto da Bodoquena

e na depressao Alto Paraguai, no Pantanal, sob vegeta-

C;aode floresta tropical subcaducif6lia; no ReconcavoBaiano, sob vegetacao de floresta tropical subperenif6-

lia/perenif6lia enos planaltos Sul-Riograndense e da

Campanha Caucha, com vegetacao campestre.

20) Rendzinas - Esta classe e integrada por individuos

rasos ou muito rasos, com sequencia de horizontes,

preferencialmente, A, C e R ou A e R desenvolvidos

a partir de rochas calcareas, 0 horizonte A e do tipo

chernozemico com elevados teores de carbonato de

calcic (CaC03) equivalente. Sao solos de muito alta

fertilidade, boa reserva de nutrientes e altos teores

de materia organica,

Essa c1asse de solo nao e muito extensa no Brasil e

ocorre em regioes com deficiencias hidricas. Areas re-

presentativas sao observadas em relevo praticament

plano, sob vegetacao de caatinga hiperxer6fila arbus-

110

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

tiva-arborea, pouco densa nas partes baixas do planalto .

cia Borborema no Rio Grande do Norte e em relevo urn

POllCO mais movimentado, sob vegetacao de fioresta tro-

pical caducif6lia, no planalto da Bodoquena, no Panta-

nal. Em muito menor escala, tern sido observada a ocor-

remlciaem outros estados onde ha ocorrencias de mate-rial calcario pr6ximo a superficie.

2 1) R eg osso lo s - Esta classe compreende solos poucos

profundos, com sequencia de horizontes A, C e R.

Em geral, sao de textura arenosa e cascalhenta com

abundante ocorrencia de minerais facilmente intem-

perizaveis. 0 horizonte A e fracamente desenvolvi-

do com baixos teores de materia organica.

Embora sejam de ocorrencia restrita, as paisagens

o bern diversificadas e ocorrem em superficies de to-

ografia plana a suave ondulada na regiao serni-arida

t relevo forte ondulado e montanhoso das serras do

M r e da Mantiqueira. Em geral, ocorrem associadas as

iagens dos cambissolos e litossolos. Areas represen-

tivas sao encontradas em superficies planas sob vege-

< ; 0 de caatinga hiper e hipoxer6fila no planalto da

rborema e na depressao Sertaneja; na depressao Alto

r guai, no Pantanal, sob vegetacao do Complexo do

ntanal: nas serras do Mar e da Mantiqueira sob flores-

p renif6lia e subperenif6lia e no planalto Sul-Rio-

ndense, com vegetacao campestre.

Areias Q ua rtzo sa s - Esta classe e formada por solos

F r fundos de ccnstituicao areno-quartzosa com-

pr ndendo, apenas, as classes texturais areia e areia

1 1 1

 

Page 56: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 56/61

PEDOLOGlA E GEOMORFOLOGIA

franca, coloracao amarelada e avermelhada, extre-

mamente pobre em nutrientes e com horizonte A

fracamente desenvolvido.

Essas paisagens sao bastante expressivas em quase

todas regioes brasileiras e estao relacionadas a coberturassedimentares areno-quartzosas e cornu mente ocorrem

em superficies de topografia plana e suave ondulada. A

vegetacao natural predominante e a de cerra do subcadu-

cif6lio e/ou campo cerra do nos planaltos dos Guima-

raes, Caiaponia, nas chapadas dos Parecis e Meio Norte e

nas depressoes do Bananal, Pantanal e Medic Tocan-

tins/ Araguaia. A cobertura de vegetacao de caatinga

hiper ou hipoxer6fila ocorre nos planaltos de Ibiapaba e

na depressao do Medio Sao Francisco. Nas depressoesinterioranas quaternarias do Rio Branco/Negro e Boa

Vista ocorrem com cobertura vegetal pioneira - Campi-

narana e na depressao quaternaria do Xingu ha predomi-

nan cia de floresta tropical subcaducif6lia.

AREIAS QUARTZOSAS HIDROMORFICAS - Compre-

ende individuos formados por camadas estratificadas

ou nao de natureza arenosa e com lencol freatico pr6xi-

mo a superficie. Apresentam, em geral, horizonte super-ficial pouco desenvolvido e embora ocorram em am-

bientes de drenagem extremamente deficiente, nao pos-

suem cores neutras cinzentas, devido ao material sedi-

mentar ser de natureza areno-quartzosa e desprovido,

quase que completamente, de material argiloso.

Essas paisagens estao relacionadas com os domi-

nios de depressoes quaternarias e apresentam relevo

praticamente plano e, em geral, ocorrem associadas a

112

PEDOLOGIA E GEO MO RPO LO IA

outros solos hidrom6rficos. Areas representativas sao

encontradas nos sedimentos inconsolidados das depres-

sees quaternarias de Boa Vista e Rio Branco/Negro sob

vegetacao de comunidades pioneiras-Campinarana e

masdepressoes Guapore, Bananal e Pantanal sob vegeta-

' tao de campo cerrado.

AREIAS QUARTZOSAS MARINHAS - Esta classe e inte-

gwada por individuos arenosos constituidos par camadas

estratificadas, com ou sem ocorrencia de fragmentos con-

ciAruteros.Sao individuos com desenvolvimento de hori-

zente A muito fraco e algumas dunas estao incluidas

aesta classe.

Essas paisagens compreendem dominios das plani-

des marinhas, fluviomarinhas e fluviolacustre mari-mnas, distribuindo-se pela faixa litoranea ou pr6ximo do

literal. Ocorrem sob vegetacao de floresta arb6reo-

nrbustiva e/ou campo hidr6filo de restinga. Areas com

grande expressao sao encontradas nos estados do Mara-

n~ao, Ceara, Bahia, Rio Grande do SuI.

23 ) S olos A luviais - Esta classe compreende individuos

com horizontes pouco desenvolvidos e/ou camadas

estratificadas de natureza argilosa, siltosa e/ au are-nasa dependendo da natureza do sedimento. Apre-

sentam drenagem interna varian do de bern a imper-

~eitamente drenado e harizonte superficial de cor

escura com teores medics de materia organica, Os

horizontes e / ou camadas apresentam cores vivas

amareladas e / au avermelhadas. As camadas mais

[pwfundas, em geral, expressam cores neutras acin-

zentadas associada a presen<;ado lencol freatico.

1 1 3

 

Page 57: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 57/61

PEDOLOGIA EGEOMORFOLOGIA

Compreendem extensos domfnios das plarucies

fluviais ocorrendo em todo 0Brasil em areas adjacentes

aos rios em superficies praticamente planas e sob cober-

tura vegetal natural, em geral, florestal com fitofisiono-

mia de aspecto perenif6lio.

2 4) S olos O rg anico e - Esta classe e integrada por indivf-

duos hidrom6rficos constituidos de materiais orga-

nicos produzidos pel a vegetacao natural hidrofila, a

qual tern sua decomposicao bioqufrnica retardada,

devido as condicoes de encharcamento permanente

e a consequente deficiencia de oxigenio. Apresentam

urn horizonte superficial turfoso bastante espesso.

de cor preta, com espessura superior a 40cm e as

camadas subsequentes podem ser constituidas de

restos de vegetais em varies graus de decomposicao,

ou de camadas arenosas e / ou argilosas gleisadas.

Sua ocorrencia compreende areas nao muito exten-

sas e estao circunscritos a depress6es holocenicas fluvio-

lacustres com vegetacao natural, em geral, formada por

carnpina de varzeas.

25) O utras Form acoes - Compreende 0 dominio de ma-

teriais nao considerados como solos devido nao ex-pressarem caracteristicas dos processos e mecanis-

mos de formacao de solos. Esta classe e integrada

por dunas, manguezais e afloramentos de rochas.

DUNAS - As que ainda estao sem cobertura vege-

tal e por conseguinte nao estaveis e sujeitas a novo

transporte pelo vento sao consideradas como tipo de

114

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

terreno. As dunas estaveis, nas quais ja se estabeleceu a

vegetacao e onde ha urn desenvolvimento de horizonte

A superficial sao consideradas dentro dos solos areno-

quartzosos marinhos.

MANGUEZAIS - Compreendem materiais gleiza-dos e sem diferenciacao de horizontes, com alto con-

t udo em sais e compostos de enxofre, provenientes da

gua do mar. Distribuem-se em areas sedimentares

antanosas e alagadas, sujeitas a influencia permanen-

te das mares. Estes terrenos sao constituidos por vasas

de dep6sitos recentes.

AFLORAMENTOS ROCHOSOS - Qualquer exposicao

11 tural de rochas na superficie, tal como: penhascos,

p ned os, alcantilados etc.

8.Aplicacao dos Estudos Edafo-Ambientais

No Brasil, embora haja uma extensao territorial

b astante expressiva, os estudos edafo-ambientais serao

olicitados com maior frequencia em futuro pr6ximo. A

pansao dos centros urbanos, e principalmente os

iral-urbanos e da populacao como urn todo, torna 0

uso da terra cad a mais competitivo e todo e qualquer

l po de solo sofrera pressao continuada para atender a

iscente necessidade de se expandir as infra-estruturas

'Ib,lkas e privadas e a producao de alimentos. Isto re-

I'te a evidencia vital, cada vez maior, da importancia

, terra como um espaco para manutencao e melhoria

\ qualidade de vida dos seres humanos. Muitas das

1 15

 

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

Page 58: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 58/61

decis6es serao irreversiveis, por isso e de capital impor-

tancia que 0 planejamento de uso da terra seja feito em

funcao Qesuas qualidades e caracteristicas para atender

determilladas prioridades e/ou ocupacao de qualquer

espac;o t~rrestre.

Devido a sua extensao continental e a disponibili-dade de terras, no Brasil, as areas para atividades agri-

colas, florestas comerciais, recreacao, preservacao e

outras aUvidades devem ser selecionadas em funcao de

sua VOCClc;aoadequabilidade para os respectivos usos.

Os estudos edafo-ambientais ou levantamentos de

solos saC)ferramentas vitais para 0 planejamento, orde-

narnentr, e / ou reordenamento e ocupacao de areas.

Alem de nos mostrar a distribuicao espacial das diver-

sas classes de solos nos fornecem informacoes essenciaissobre as caracteristicas quimicas, fisicas, minera16gicas e

das condic;6es ambientais dos solos, segundo criterios

referento, as condicoes das terras que interferem direta

ou inditetamente no comportamento e qualidade do

meio aillbiente, para condicoes alternativas de uso e

manejo. Para atender estas necessidades as unidades de

mapeam.ento dos levantamentos de solos sao subdividi-

das, entre outras, em funcao da vegetacaonatural, decli-

vida de e classe de relevo, pedregosidade, rochosidade,substrate, rochoso e drenagem interna do solo.

o conhecimento e a organizacao das qualidades e

das caracteristicas dos solos na sua ambiencia, identifi-

cados n()S levantamentos de solos ou edafo-ambientais

sao essenciais, entre outros no provimento de bases para

os seguintes estudos e/ou grupo de atividades:

- servir de referencial para 0 estabelecimento de politi-

116

cas e estrategias para desenvolvimento sustentavel

associado a conservacao ambiental em nivel Federal,

Estadual e Municipal;

- estabelecer politicas e estrategias de educacao am-

biental, ordenamento e reordenamento de utilizacao

de areas que sejam economicamente viaveis, social-mente justas e ecologicamente adequadas;

- modelar 0 desenvolvimento agricola sustentavel e

melhorar a qualidade de vida para as geracoes atuais

e futuras;

- planejar e implementar 0 desenvolvimento de siste-

mas integrados de producao e selecionar areas para

exploracao agricola, pastoril e florestal intensivas it

nivel de propriedade rural;

- identificar e avaliar os impactos ambientais induzi-dos pela acao do homem e fornecer apreciacao da

qualidade e da realidade dos recursos naturais;

- estudar areas para localizacao e orientacao de rodo-

vias, estradas vicinais, ferrovias e para desenvolvi-

mento urbano, rural-urbano e industriais;

- selecionar areas para turismo ecol6gico, recreacao,

parques, camping, aterro sanitario, cemiterios, pre-

servacao da flora e da fauna;

- selecionar areas para programas e projetos conserva-cionistas, agrovilas, estacoes e campos experimentais,

irrigacao e drenagem;

- selecionar areas para loteamentos urbanos e rural-

urbanos com e sem infra-estrutura de saneamento

basico:

- zoneamento rural, equalizacao de taxacao de impos-

to territorial, seguro agricola e desapropriacao:

- planejar, elaborar programas e identificar problemas

117

 

Page 59: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 59/61

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

na implantacao de praticas de manejo e conservacao

do soloe da agua:

- estabelecer e implementar palos irradiadores para

difusao e transferencia de tecnologias agroambientais

sustentaveis:

- zoneamentos agroambientais, avaliacao da aptidaoagricola das terras, diversificacao agricola, recupera-

cao de areas degradadas; e

- estudos de avaliacao da fertilidade natural, impedi-

mentos a mecanizacao, trafego de maquinas pesadas,

suscetibilidade a erosao, profundidade do solo e len-

< ; 0 1 freatico.

9.

Conclusoes

Este capitulo da uma visao global e de forma sinte-

tica dos conceitos basicos de pedologia e das relacoes

das principais classes de solos com dominios geomorfi-

cos. as estudos pedologicos sao de natureza interdisci-

plinar e as inter-relacoes entre pedologia e 0 ambiente

tern suas origens na fase inicial, durante a evolucao dos

horizontes e depois da maturacao das caracteristicas

dos horizontes que individualizam cada classe de solo.

Os solos sao parte vital e integral do ambiente e sao

definidos como individuos naturais distintos, produzi-

dos pela interacao do clima e organismos sobre 0 mate-

rial de origem, na superficie terrestre, e expressam

caracteristicas dos processos e mecanismos que predo-

minaram na sua formacao. As unidades de mapeamen-

to e suas fases representam a distribuicao cartografica

das diferentes classes, ou associacao de classes de solos,

118

PEDOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

na sua ambiencia. Os solos podem variar em pequenas

distancias, por isso e necessario e muito importante

estabelecer, antecipadamente, 0 grau de homogeneida-

de requerido das unidades de mapeamento para se esta-

belecer o tipo de levantamento de solos ou edafo-

arnbiental que deve ser feito para atender ao planeja-

mento e/ou a solucao do problema ambiental, rural ou

urbano. 0 clima atmosferico associado ao pedoclirna, ao

aspecto e a posicao das encostas, a flora e a fauna e as

acoes do hornern sao os fatores externos que mais afe-

tam 0arnbiente no qual 0solo esta inserido. As infor-

macoes contidas nos levantarnentos de solos ou edafo-

arnbientais, tern sido muito utilizadas, entre outros, por

planejadores, geografos, ecologistas, economistas, enge-

nheiros, botanicos, conservacionistas, professores eagrologistas.

10. Bibliografia

AB'SABER, A. N. (1970)Provfncias geol6gicas e domfnios morfocli-

maticos no Brasil. Geomor fo logia , Sao Paulo. (20):26p.

DOKUCHAEV, V.v. (1883).Citado In: Basic soil science for agricul-

ture, Capitulo I.V.R.VIL'YAMSWeathering of rocks and diffe-

rentation of the properties of soil-forming rocks. Translatedfrom Russian by N. Kaner em 1968. Israel Prog. for scientific

translations. Jerusalem. Avaiable from u.s. Dept. of Agricultureand National Scie~ceFoundation. Washington, D.C. p. 25-42.

ONPEA (1972)Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuaria.

Ministerio da Agricultura. Equipe de Pedologia e Fertilidade do

Solo, atual Centro Nacional de Pesquisa de Solos, CNPS-EM-

BRAPA. Levantamento Explorat6rio-reconhecimento dos solos

do Estado da Parafba, Rio de Janeiro, RJ.683p. (Bol.Tee, 15).

NPEA (1973a)Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuaria.

Ministerio da Agricultura. Divisao de Pesquisa Pedol6gica,

119

 

Page 60: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 60/61

I'EDOI.(X;IA I'CEOMORFOI.OCIA

atual Centro Nacional de Pesquisa de Solo, CNPS-EMBRAPA.

l.cvantamento cxploratorio-rcconhccimcnto dos solos do Estado

de Pernambuco. Rio de Janeiro, RJ.312p. (Bol.Tee. 26).

DNPEA (1973b) Departamento Nacional de Pesquisa e Experimen-

tacao Agropecuaria. Min isteri o da Agricultura. Di v isao de

Pesquisa Pedologica. atual Centro Nacional de Pesquisa de So-

los, CNPS-EMBRAPA.Rio de Janeiro, RJ. Levantamento Explo-

ratorio dos solos que ocorrern ao longo da Rodovia Transama-

zonica (Trecho Itaituba-Estreito). 65p. (Bol. Tee. 33).

EMBRAPA (1979a) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria.

Service Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,

SNLCS. Rio de Janeiro, RJ. M an ua l d e M eto do s d e a na lise d e so lo s

(3:' Aprcximacao). Iv.

EMBRAPA (1979b) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria.

Service Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,

SNLCS. Rio de Janeiro, RJ.Sumula XReuniao Tecnica de Levan-

tamento de Solos. 83p. (Miscelanea, 1).

EMBRAPA (1981) Empresa Brasileira de Pes qui sa Agropecuaria.

Service Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,SNLCS. Rio de Janeiro, RJ. Mapa de Solos do Brasil. Esc.

1:5.000.000.

EMBRAPA (1982) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria,

Serv ico Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,

SNLCS. Levantamento de reconhecimento de media intensida-

de dos solos e avaliacao da aptidao agrIcola das terras do

Triangulo Mineiro, Me. Rio de Janeiro, RJ. 525p. (Bol. Tee.I),

EMBRAPA (1988) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria,

Service Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,

SNLCS. Rio de Janeiro, RJ. S is te ma B ra sile ir o d e C la es ific ac ao d e

Solos (3: ' Aproximacao). 122p. (mimeografado).EMBRAPA (1992/93) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria.

Service Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos,

SNLCS. Rio de Janeiro , RJ. D e li ne am e nt o m a cr oa g ro ec ol 6g ic o d o

Brasil. 158p. (rAproximacao. Mapa publicado. Relat6rio mi-

meografado ).

FAa (1991) Food and Agriculture Organization of the United

Nations . An exploratory note on the FAO world soil resources

Map at 1:25.000.000 scale. Wo rl d S oi l R es ou rc es R ep o rt s 66. Rome.

59p.

FALESI, I.e. (1970) S olo s d e M on te A leg re. Instituto de Pesquisas e

120

PEDOLOGIA EGEOMORFOLO [A

Experimentacao Agropecuar ia do Norte. IPEAN. Minis terio da

Agricultura. Belem, PA. 127p. vol. 2 (Serie. Solos da Amazonia).

IBGE(1990) Fundacao Instituto Brasileiro de Geografia. Mapa clima-

tico do Brasil. (Ese. 1:5.000.000).

IBGE (1993) Fundacao Instituto Brasile iro de Geografia. Mapa de

urudades de relevo do Brasil. Esc. 1:5.000.000.

JENNY, H. (1941) Fac to r s o f S o il F o rma ti on . Mc. Craw-Hill, New York.

USA. 281p.

KAMPF, N. & SCHWERTMANN, U. (1983) Goethite and hematite

in a climosequence in Southern of Brazil and their application in

classification of Kaolinitic soils. Ceoderma, 29: 27-39.

MAIO, CR. (1990) Divisao morfoclimatica do Brasil. In: Diagn6st ico

B rasil. A ocupacao do territ6 rio e 0 m e io am bi en te . Rivaldo P.

Cusmao, e t a l. Rio de Janeiro, RJ. lEGE. Diretoria de Ceociencia,

p.129-161.

MIAOEMA, R. (1989)Mineral soil conditioned by human influences:

Anthrosols. In: L ec tu re n ote s o n g eo gr ap hy , fo rm atio n, p ro pe rtie s

a nd u se of the m ajo r S Oils o f the w orld. P.M. Driessen & R. Dudal

(Eds), Agriculture University. Wageningen. The Netherlands.Catholic University Leuen, Belgium. p. 35-40.

MUNSELL COLOR COMPANY (1975) M unsell soil color chart.

M un sell c olo r. Macbeth Division of Kollmorgen Corporation.

2441 North Calvert Street, Baltimore, Maryland. USA.

OLMOS, J.I.L. (1983) Bases para leitura de mapas de solos. Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuaria, EMBRAP A. Servi co

Nacional de Levantamento e Conservacao de Solos. SNLCS. Rio

de Janeiro, RJ. 91p. (SNLCS - Serie Miscelanea.d).

PALMIERI, F, & dos SANTOS, RG. (1980) Levantamento Semi-

detalhado e aptidao agricola dos solos do municip io do Rio de

Janeiro, RJ. EMBRAPA/SNLCS, 389p. (Bol. Tee. 66).

PALMIERt F. (1986) A Study of a climosequence of Soils derived

from vulcanic rock parent material in Santa Catarina and Rio

Grande do SuI States. Brazil . West Lafayet te, Indiana. Purdue

University, 259p. (Thesis Ph.D.).

IALMIERI, F. (1993) Unidades gerais edafo-ambientais da Ama-

zonia Legal e seu potencial de utilizacao. Escola Superior de

Guerra. Departamento de Estudos. Rio de Janeiro, RJ. 66P.

IDRIGUES,T.E. (1984)Caracterizacao e genese de solos brunos do

rnacico alcal ino de Pecos de Caldas, Me. Piracicaba, Sao Paulo.

ESALQ. 255p (Tese 0.5.).

1 2 1

 

Page 61: Geomorfologia e Meio Ambiente - 1

5/13/2018 Geomorfologia e Meio Ambiente - 1 - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/geomorfologia-e-meio-ambiente-1 61/61

PEDOLOGIA EGEOMORFOLOGIA

SIMONSON, R.W. (1967) Outline of a generalized theory of soil In:

S el ec te d p ap er s i n s oi l f or ma ti on a nd c la ss if ic at io n. JV . DREW (Ed.)

SSA Special Publication Series N.1. Soil Science Society of

America, Inc. Publisher. Madison. Wisconsin. USA. P : 301-310.

SMITH, GD.; NEWHALL, F. ; ROBINSON, L. H. & SWANSON, D.

(1964) Soil Temperature regimes: Their characteristics and pre-

dictability. Soil Conservation Service. SCS-USDA. Washington,

D.C. 13p. (SCS-TP-144).

SOIL SURVEY STAFF (1975) United States Department of Agricultu-

re. Soil Conservation Service. SCS.Soil taxonomy. A basic system

of soil classification for making and interpreting soil surveys.

Washington, D.C., USA. 754p. ( Ag r ic u lt ur e Handboo k N. 436).

SOIL SURVEY STAFF (1994) United State Department of Agri -

culture. Soil Conservation Service. SCS. Keys to soil taxonomy.

Sixth edition. Washington, D.C., USA. 306p.

TORRENT, J ; SCHWERTMANN, U; FECHTER, H. & ALFAREZ,.F.

(1983) Quantitative relationship between soil color and hematite

content. S o l S c ie n ce . 136:354-358.

CAPITULO 3

MOVIMENTOS DE MASSA: UMA

ABORDAGEM GEOLOGICO-

GEOMORFOLOGICA

Ne ls on F e rr ei ra F e rn a nd e s

C la ud io P a lm e ir o d o Ama ra l

1 . Introducao

Dentre as varias formas e processos de movimen-

tos de massa, destaeam-se os deslizamentos nas encos-

tas em funcao da sua interferencia grande e persistente

om as atividades do homem, da extrema variancia de

sua escala, da complexidade de causas e mecanismos,

alem da variabilidade de materiais envolvidos. Neste

apitulo, dedieado principalmente aos deslizamentos,

desenvolve-se uma abordagem que enfatiza as tecnicas

d investigacao e previsao, bern como 0papel desempe-

nhado pelos condicionantes geo16gicos e geomorfol6gi- .

s na sua deflagracao, com base em exemplos vivencia-

Ios na regiao sudeste brasileira.