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FACULDADE CAPIVARI
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO DE CASO NO RESTAURANTE ARRASTÃO
ALDO SAMPAIO RIBEIRO
DIEGO FERRARI PEPPELER
Capivari de Baixo, junho de 2017.
ALDO SAMPAIO RIBEIRO
DIEGO FERRARI PEPPELER
GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO DE CASO NO RESTAURANTE ARRASTÃO
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em
Ciências Contábeis da Faculdade Capivari, requisito
parcial à obtenção do título de bacharel em Ciências
Contábeis.
Orientação de: Prof. Esp.Virsangelo de Souza
Ferreira.
Capivari de Baixo, junho de 2017.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus, que nos concedeu a vida. Em especial
agradecemos aos nossos familiares que sempre estiveram ao nosso lado e acreditaram em nós
nesta trajetória, dando todo o suporte e com muita paciência em todos os momentos de
dificuldade e alegria. Aos professores que com seus conhecimentos nos ajudaram a chegar até
aqui. Não podemos esquecer a atenção e carinho que sempre nos foi dada em cada setor da
FUCAP, desde a recepção até a direção. Fica aqui nosso muito obrigado. Ao nosso orientador
(Prof. Virsangelo) que nos auxiliou e nos conduziu neste trabalho. Em especial agradecemos o
Sr. Volnei Viana, por permitir a pesquisa e a divulgação das informações da empresa em
estudo neste trabalho.
Descobrir consiste em olhar para o que todo
mundo está vendo e pensar uma coisa
diferente. (Roger Von oech).
A mente que se abre a uma nova idéia jamais
voltará ao seu tamanho original. (Albert
Einstein).
RESUMO
O trabalho tem como objetivo geral a proposta de controle de estoque para um
restaurante alacarte. Os objetivos específicos tratam da identificação de aspectos operacionais
do negócio e do elenco de informações que tratam das operações do restaurante, além da
busca por uma alternativa complementar para auxiliar o controle do estoque da organização.
A metodologia prevê um estudo de caso, analisando a forma que é utilizada para fazer esse
controle. Os resultados permitem concluir que a contratação de um sistema a mais para
controlar o estoque, gera um custo a mais para a empresa, assim não sendo aceita pelo
proprietário.
Palavras-chave: Controle de estoque, operações do restaurante, sistema de controle de
estoque.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................7
2. EMBASAMENTO TEÓRICO...................................................................................8
2.1 Origem da Contabilidade..........................................................................................8
2.2 Ramos da Contabilidade...........................................................................................9
2.2.1 Contabilidade Financeira......................................................................................9
2.2.2 Contabilidade Tributária.....................................................................................10
2.2.3 Contabilidade Gerencial......................................................................................11
2.3 Contabilidade de custos..........................................................................................12
2.4 Estoque.....................................................................................................................13
2.5 Métodos de apuração do estoque...........................................................................15
2.5.1 Método PEPS........................................................................................................15
2.5.2 Método UEPS........................................................................................................16
2.5.3 Método CMP.........................................................................................................16
3. MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA...........................................................17
3.1 Qualitativa................................................................................................................17
3.2 Bibliográfica.............................................................................................................18
3.3 Documentais.............................................................................................................18
3.4 Pesquisa de campo...................................................................................................18
4. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS.................................................................19
4.1 Caracterização do objeto de estudo.......................................................................19
4.2 Sistema atual de controle de estoque.....................................................................19
4.3 Análise e discussão de resultados...........................................................................20
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................22
REFERÊNCIAS............................................................................................................23
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1 INTRODUÇÃO
Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio e suas variações. Segundo
Favero et al. (1995), a finalidade da contabilidade é interpretar e analisar a variação do
patrimônio seja ela pessoa física ou jurídica. Busca-se demonstrar a seus usuários através de
relatórios, dados, entre outros, a situação financeira da empresa.
Demonstrações contábeis são feitas em cima de dados apresentados pela própria
entidade. Não há demonstração se não existir os dados ou escrituração da variação do
patrimônio.
O patrimônio é composto de vários bens, aos quais são registrados no balanço
patrimonial. Para Padoveze (2012), Balanço patrimonial é a demonstração contábil mais
importante. Ela especifica os efeitos patrimoniais que a empresa possui. De certa forma o
balanço patrimonial reflete toda riqueza da empresa, pois nela está sendo informado o capital
investido, todo o ativo etc. Em termos gerenciais, o balanço patrimonial reflete nas contas de
ativo, passivo e patrimônio líquido. Assim o balanço patrimonial contém todas as informações
resultantes de todo o esforço que a empresa fez para alcançar seu objetivo.
Dentre as contas do balanço patrimonial pode-se citar o estoque, que representa
um dos bens. Ele é uma parte do investimento da empresa, tendo grande relevância no
funcionamento da mesma.
A importância de manter estoque surge das necessidades e demandas dos
consumidores. A gestão de estoque em restaurante é uma das principais tarefas do ramo, visto
que a maior parte da matéria prima são produtos alimentícios com datas de validade. Surge o
dever do controle de entrada e saída dos produtos em estoque.
Na atualidade, com concorrência acirrada, as organizações devem ser prevenir
para suprir a demanda. Através dos estoques é possível ter melhores preços e serviços mais
rápidos, dando uma melhor qualidade no serviço prestado.
É significante para a empresa, em saber administrar o estoque. Sendo que o
mesmo representa um dos ativos mais importantes da organização. Através de uma boa gestão
de estoque contribui-se um maior lucro.
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2 EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1. Origem da contabilidade
De acordo com Favero et al. (1995), não se pode dizer a data certa de quando
surgiu a contabilidade. Contudo, acredita-se que ela é tão antiga quanto à origem do homem.
Desde a antiguidade o homem controlava seus bens.
Segundo Iudícibus (2010), a contabilidade é tão antiga, que se imagina que ela
surgiu desde a origem do Homo sapiens. Alguns historiadores afirmam a existência da
contabilidade há aproximadamente 2.000 anos A.C. O homem primitivo ao contar, por
exemplo, seu rebanho de animais, já estava praticando uma forma rudimentar de
contabilidade.
A contabilidade é uma área de conhecimento cuja evolução sempre esteve
associada ao desenvolvimento das atividades mercantis, econômicas e sociais. Com o passar
dos tempos o homem começava a possuir maior quantidade de valores, desta forma, cuidar de
seu patrimônio já não era uma tarefa simples. Todas as informações referentes a posses não
eram de fácil memorização quando já em maior volume. A necessidade levou o homem aos
primeiros registros a fim de controlar seu patrimônio.
Segundo Crepaldi (2010), foi durante o surgimento da indústria que se passou a
produzir em grande quantidade, por conta do uso de maquinas. Tudo começou a mudar,
principalmente para a contabilidade, pois se tornou bastante complexa a tarefa de avaliar,
custos dos produtos, estoques por ela produzida. Justamente pelo fato do produto no meio de
produção passar por diversos fatores até chegar à fase final, quando o produto é concluído.
Nas últimas décadas, a contabilidade vem se modificando e evoluindo,
acompanhando a modernização. Passou a abranger de mais técnicas contábeis deixando de ser
uma simples avaliação do patrimônio. A contabilidade tornou-se um importante instrumento
de controle que auxilia os gestores na tomada de decisões.
Segundo Monteiro (2013), o significado da palavra contabilidade tem variado no
tempo e no espaço. Contabilidade abrange diversas divisões ao qual podem ser divididos em
ramos.
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2.2 RAMOS DA CONTABILIDADE
A contabilidade pode ser dividida em diversas ramificações, dentre elas a
contabilidade financeira, gerencial, de custos, tributárias, entre outras. Nessa seção serão
tratados os ramos da contabilidade que mais têm relação com o tema da pesquisa.
2.2.1 Contabilidade financeira
Segundo Padoveze (2012), contabilidade financeira é chamada de contabilidade
tradicional, que é a contabilidade obrigatória para as entidades. Sua estrutura é em cima de
normas que valem para todas as empresas. Tem como objetivo o controle do patrimônio
esclarecendo o retorno investido. Seu foco são os acionistas e pessoas de fora da empresa,
permitindo aos usuários avaliar a situação e econômica e financeira.
Para Maher (2001), o principal objetivo da contabilidade financeira é fornecer
informações aos sócios da empresa sobre o desempenho da administração da mesma.
A contabilidade financeira é o campo que se foca sobre o relato financeiro da
empresa, incluindo a preparação e demonstrações financeiras da organização. É por meio dos
relatórios contábeis que se analisa a situação financeira da empresa, dessa forma o
administrador tem à mão os elementos para decidir sobre o futuro dos negócios da
organização.
As demonstrações financeiras apresentam os efeitos econômicos ocorridos
durante a operação da organização. O balanço patrimonial é uma das principais
demonstrações financeiras.
Segundo Marques (2011), o balanço patrimonial é a demonstração utilizada para
analisar a posição financeira da empresa em determinado tempo, também demonstra a posição
de bens, direitos e obrigações onde são divididas entre ativo e passivo.
Ativos são os bens e direitos, é um recurso controlado pela entidade. Além dos
recursos dos sócios a empresa necessita de recurso de terceiros. O passivo representa as
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obrigações a pagar pela empresa. O patrimônio de uma entidade não é constituído apenas de
bens e direitos, mas também de obrigações perante terceiros.
Usando a equação do balanço patrimonial, encontramos o patrimônio líquido
como diferença entre o ativo e passivo.
De acordo com Bruni (2008), no Brasil um dos principais aspectos que devem ser
analisados que interferem no patrimônio da entidade são os tributos onde o mesmo deve ser
analisado.
2.2.2 Contabilidade tributária
De acordo com Pohlmann (2012), a contabilidade tributária, aplica-se à apuração
dos tributos devidos pelas empresas. Nela são analisadas alternativas para redução de
impostos e ao cumprimento das obrigações dadas pelo fisco.
Segundo Pinto (2013), o Brasil possui 83 tipos de impostos, taxas e contribuições.
Os estaduais e municipais são considerados mais complexos, pois cada um tem suas
particularidades, fazendo com que existam vários critérios para um único imposto como, por
exemplo, o ICMS, onde cada estado tem sua alíquota diferente para este imposto.
O planejamento tributário é realizado pelos contribuintes no sentido de reduzir os
tributos de forma lícita, com o objetivo de realizar a correta apuração e reconhecimento dos
tributos e demais normas da lei. A pessoa jurídica por opção ou determinação legal, pode ser
tributada pelo simples nacional, lucro real, lucro presumido e lucro arbitrado.
Dentre os tributos temos o lucro real, onde é apurado o imposto de renda e a
contribuição social, seu pagamento é realizado de forma trimestral.
O lucro presumido é uma forma de tributação onde é usado um determinado
percentual sobre a receita bruta, para apuração do cálculo do imposto.
O simples nacional é aplicável apenas para microempresas e empresas de pequeno
porte. Sua sistemática é diferenciada e simplificada de reconhecimento dos tributos, sendo
que sua apuração é mensal.
O lucro arbitrado é uma forma de apuração do imposto de renda é aplicável pela
autoridade fiscal quando a empresa deixar de cumprir suas obrigações fiscais.
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Segundo Padoveze (2010), o acompanhamento dos impostos gerados pela
empresa deve ser analisado por gestores. Através de relatórios que evidenciam as principais
transações geradas por impostos, a tomada de decisão deve visar a minimização do impacto
do imposto na empresa.
2.2.3 Contabilidade gerencial
Para Padoveze (2012), a contabilidade gerencial tem como foco a tomada de
decisão dentro da organização, ela é mais detalhada que a contabilidade financeira. Apresenta
seus relatórios para qualquer usuário interessados nos dados contábeis da entidade. As
informações da contabilidade gerencial partem da contabilidade financeira. É em cima dos
dados apresentados pela contabilidade financeira, que a gerencial parte suas informações
importantes para os gestores tomarem decisões necessárias para melhoria da empresa.
De acordo com Crepaldi (1998), contabilidade gerencial é o ramo que tem por
objetivo fornecer dados e instrumentos aos gestores. É focada para a melhor utilização dos
recursos da empresa, através de um bom controle.
A contabilidade gerencial não está presa a nenhuma regra especifica. Cada
empresa possui uma realidade diferente de outra. Dependendo da situação, o que for
necessário e importante deve ser feito, e logo colocado nos relatórios da contabilidade. Cada
entidade tem sua necessidade especifica cabendo a contabilidade gerencial dar a melhor
informação para tomar a decisão.
O sistema de informação auxilia a contabilidade gerencial. O sistema é o controle
que auxilia a empresa a alcançar seus objetivos. Muitas empresas bem sucedidas se
distinguem das demais, por conta da qualidade das informações fornecidas aos
administradores.
Segundo Padoveze (2010), sistemas são definidos como elementos em interação,
ou seja, são um conjunto de elementos organizados que interagem entre si tornando uma só
unidade. Sistemas são classificados em sistemas abertos e fechados. Os sistemas abertos
interagem com o meio externo, enquanto os sistemas fechados não interagem com o meio
externo. A empresa é um sistema aberto, pois ela interage com o ambiente externo. Os
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elementos que compõem um sistema são: objetivos do sistema, administração, controle, entre
outros. Sistema de informação é um conjunto de recursos humanos, materiais, etc, que dão o
suporte necessário para a empresa cumprir seus objetivos visando o lucro. O sistema de
informação contábil é um sistema de apoio ao controle da entidade.
Controle consiste em medir e corrigir o desempenho da organização para que seus
objetivos sejam atingidos. A contabilidade gerencial desenvolve um papel de controlar. A
tarefa de controle é verificar tudo ao redor para identificar os erros e corrigi-los.
De acordo com Crepaldi (1998), é necessário ter o controle de custos, a
compreensão das informações de custos é importante para o sucesso do negócio. Qualquer
que seja o sistema necessita das informações de custos, para determinar o preço de venda do
produto ou serviço.
2.3. CONTABILIDADE DE CUSTOS
Segundo Maher (2001), a contabilidade de custos, registra, mede, determina e
analisa custos. Em cima de dados decidem sobre a manutenção ou eliminação de produtos ou
serviços prestados. Toda visão de contabilidade de custo é para economizar dinheiro (custos).
Para Monteiro (2013), a contabilidade de custo é o campo da contabilidade que se
foca na mensuração e controle de custos, a fim de determinar o valor do custo de fabricação
dos produtos.
Custo é o gasto na fabricação do produto, ou seja, é o processo produtivo em que
o produto passa por várias fases até chegar a sua etapa final.
Existe a distinção entre custos e despesas. De certa forma os custos vão para o
estoque, envolve a produção. As despesas não estão diretamente relacionadas na produção dos
produtos ou serviços prestados.
Para Crepaldi (2010), os custos diretos são efetuados exclusivamente com a
fabricação do produto, são custos que podem ser identificados com facilidade, pois estão
diretamente relacionados na produção do produto. Variam junto com a quantidade do volume
produzido.
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Para Leoni (1997), os custos indiretos são aqueles custos que não são fáceis dê-se
identificar, é necessária a utilização de rateio para descobri-los.
De acordo com Bruni (2008), os custos variáveis, são aqueles que acompanham o
volume de produção, seu valor altera conforme a quantidade produzida.
Segundo Padoveze (2010), custos fixos tendem a manterem-se constantes, mesmo
com alterações no processo de fabricação.
De acordo com Bruni (2008), o custeio por absorção caracteriza-se pelo uso do
método pelo qual estabelece que todos os gastos, inclusive os indiretos, devem ser alocados
no valor do estoque.
As informações sobre custos ajudam a organização a tomar melhores decisões
gerenciais. Através das informações contábeis, é indicado o menor custo para uma produção,
por exemplo: a mensuração dos custos representa uma atividade que aciona valor, e através
dos custos é possível formar o preço de venda correto.
Para Garcia et al (2006), existem custos relativos à gestão de estoques. Pode-se
citar o custo de manutenção de estoque, e que ele é proporcional à quantidade estocada e ao
tempo em estoque. Outros tipos de custo são o uso de seguros, espaço, manuseio de materiais
entre outros. Os produtos vão para o estoque com o valor do custo da fabricação incluindo as
despesas.
2.4 ESTOQUE
Segundo Garcia et al. (2006), desde o começo da historia da humanidade, o
homem tem usado estoques de diferentes recursos para permanecer vivo. A gestão de estoque
está presente em todo tipo de empresa e também está no dia-a-dia do ser humano.
Os estoques compreendem mercadorias, produtos acabados, produtos em
elaboração, materiais de consumo entre outros. Esses estoques serão apresentados no Balanço
patrimonial pelo valor de custo.
Segundo Arnold (1999), todas as empresas precisam ter estoques, sendo que ele
representa uma parte do ativo da empresa. Estoques são materiais que uma organização
mantém para o processo de produção.
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De acordo com Viana (2002), o controle de estoque é fundamental dentro da
empresa, qualquer que seja o método, e é indispensável ter um controle ao qual evita
problemas futuros e prejuízos para a empresa.
O gerenciamento de estoque de empresas está relacionado com o planejamento e
controle de estoques de materiais ou de produtos que serão utilizados na produção. A gestão
dos estoques pode interferir nos resultados de uma organização, sendo que se os estoques
forem mal planejados isso pode causar um aumento nos custos, pois o valor investido em
estoque sem precaução torna-se alto e desnecessário, o que acaba prejudicando a organização.
De acordo com Garcia et al. (2006), apesar da grande importância de manter
estoques, existe um grande número de empresas que não dão à devida atenção ao estoque.
Muitas organizações já perceberam como a gestão de estoque pode trazer vantagens,
colocando-as na frente das demais.
Existem vários motivos de se manter estoques, entre os quais se podem citar,
estoque de ciclo, estoque de segurança, estoque de antecipação, estoque especulativo, e
estoque em trânsito.
De acordo com Bertaglia (2005), o estoque de segurança, que tem como objetivo
proteger a empresa contra imprevistos. A empresa deve está preparada com os inúmeros
motivos na falta de fornecimento, muitas vezes existe o atraso nas entregas, indisponibilidade
no fornecedor etc. O estoque de segurança estabelece um nível mínimo para que a empresa
possa sobreviver em meio a dificuldades no fornecimento dos produtos, materiais.
Para Garcia et al. (2006), estoques de ciclo existem por causa da economia,
normalmente quanto maior o volume de mercadorias comprado, menor é o custo unitário.
De acordo com Arnold (1999), o estoque de antecipação, é criado antecipando-se
uma demanda futura, e pode ser criado antes de uma época de grandes vendas para suprir a
necessidade do momento.
Para Garcia et al. (2006), estoque especulativo é usado devido à variação de preço
no mercado. São compradas grandes quantidades de produtos, devido o futuro aumento do
preço.
Segundo Garcia et al. (2006), estoque em trânsito, são estoques levados de um
lugar para outro. É o material em movimento de uma localidade para outra.
Para Ribeiro (2012), os estoques estão sujeitos a perdas ou quebras que variam
conforme o produto e empresa. Elas podem ocorrer na fabricação, no transporte etc. Existem
perdas ou quebras que são consideradas normais dentro da organização, uma vez que
decorrem do próprio bem. Exemplos disso são produtos de congelamento que sofrem perda de
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peso como a carne de peixe, frango. Esses são produtos que, no processo de fabricação,
sofrem perdas. Também existem perdas de estoques, que são consideradas anormais e não
estão previstas.
De acordo com Garcia et al. (2006), as demonstrações contábeis mais usadas
como, por exemplo, o balanço patrimonial, DRE, são técnicas fracas para avaliar a gestão de
estoque. Entretanto, pode-se ver a lucratividade dos estoques no ROI. Este é definido como
razão entre o lucro líquido e o ativo total. Outra maneira semelhante para calcular a
lucratividade dos estoques é pela multiplicação da margem de vendas pelo giro do ativo.
2.5 MÉTODOS DE APURAÇÃO DO ESTOQUE
Existem três principais métodos de estoque que são: PEPS, UEPS e CMP.
2.5.1 Método PEPS
O método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), utiliza uma ordem
cronológica na qual os produtos entram e saem do depósito. Como o nome já diz, prioriza a
venda dos produtos que chegaram primeiro. É um método essencial para organizações que
trabalham com produtos perecíveis, pois ajuda, dessa forma, evitando que a mercadoria
estrague no estoque.
Esse método utiliza os preços baseados no custo de aquisição das mercadorias mais
antigas, sendo assim bom fazer um preço para cada lote de aquisição.
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2.5.2 Método UEPS
O método UEPS (ultimo que entra, primeiro que sai), também se utiliza de uma
ordem cronológica, porém de forma oposta ao PEPS. O preço das mercadorias nesse método
também se olha pelo custo de aquisição do lote, porém, do último lote, que geralmente
costuma ser um valor mais elevado.
Esse método não é permitido pela constituição Brasileira porque pode afetar demais
o preço dos produtos.
2.5.3 Método CMP
O método CMP (custo Médio Ponderado), diferente dos outros dois métodos, não
utiliza de uma ordem cronológica para apurar os preços da mercadoria por lotes. Utiliza-se o
preço de todos os lotes e se faz uma média dos custos individuais de cada mercadoria.
Utilizando assim dessa média para definir o preço que será cobrado dos clientes.
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3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA
Segundo Marconi e Lakatos (2005), na elaboração, o projeto é uma das etapas
componentes do processo de execução e apresentação da pesquisa. Esta precisa ser planejada
e analisada rigorosamente, caso contrário o pesquisador, encontrar-se-á sobre dados colhidos
e sem saber como dispor dos mesmos ou até desconhecendo seu significado e importância
para a pesquisa.
Ao pesquisar procura-se solucionar com maior precisão as respostas para
problemas teóricos ou práticos. A investigação sendo assim utilizada como método científico
é uma atividade que busca encontrar dúvidas ou problemas e facilita assim, o crescimento das
empresas.
O artigo constitui-se como um estudo acadêmico no qual será elaborado por
estudantes de contabilidade. As técnicas de informações da pesquisa são bibliográficas e de
campo.
Com as informações fornecidas direto do dono da empresa, a natureza da pesquisa
é básica, e tem o objetivo de explorar e descrever como é feito a gestão de estoque do
restaurante.
A abordagem do problema será qualitativa, e sua pesquisa bibliográfica será
realizada a partir da leitura de livros, jornais, revistas, artigos, web, etc. O estudo de campo
será realizado na cidade de Laguna no restaurante Arrastão.
3.1 Qualitativa
Esta pesquisa preocupa-se com o que acontece na realidade dos fatos e não podem
ser quantificados, e também se preocupa como o assunto é discutido entre as pessoas na
sociedade. Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o gigantesco quadro de
significados, o que corresponde a um espaço mais aprofundado das relações, dos processos e
dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
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3.2 Bibliográfica
Segundo Lakatos e Marconi (2009, p. 185) “a pesquisa bibliográfica não é
mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um
tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras”.
Lakatos e Marconi (2009), afirmam que a pesquisa bibliográfica, ou secundária,
abrange completamente a bibliografia já tornada pública em relação ao assunto estudado,
desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,
material cartográfico etc.
3.3 Documentais
Para Severino (2012, p. 122 - 123), “na pesquisa documental, tem-se como
fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não só documentos impressos, mas, sobretudo de
outros tipos de documentos, tais como jornais, fotos, filmes, gravações, documentos legais”.
3.4 Pesquisa de Campo
Lakatos e Marconi (2009) defendem que pesquisa de campo é aquela que é
utilizada com o objetivo de colher informações, conhecimentos, e aprender um pouco mais
acerca de um problema, para o qual procura-se uma resposta, ou de uma hipótese, que se
queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles.
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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
A empresa Restaurante Arrastão localiza-se na cidade de Laguna/SC, atuando no
ramo alimentício. Trata-se de uma empresa familiar de pequeno porte.
O estabelecimento original data da década de 1950. A família de Volnei Viana
assumiu a administração e reformulou a casa em 1984. Recentemente o imóvel passou por
uma reforma.
A gestão do estabelecimento é realizada pelos dois sócios do restaurante, sendo
divididas as responsabilidades da empresa entre eles.
O restaurante conta como principais fornecedores as empresas: Ambev, Vompar,
Sardagna, Baia Norte, Taff Alimentos, Nutri Frios entre outros. E os principais clientes do
estabelecimento são a sociedade da região.
A empresa é dividida em três departamentos: cozinha onde é realizada a parte da
produção dos pratos; copa onde é realizada a parte de bebidas e salão, onde é fornecido o
atendimento aos clientes.
A contabilidade do restaurante é externa, sendo que os documentos são enviados
pelos sócios para o escritório de contabilidade. O estabelecimento é optante do simples
nacional.
Com uma visão de futuro a empresa procura o constante aprimoramento em seus
serviços. Para isso, hoje o restaurante conta com climatização, adega climatizada para 90
garrafas/35 rótulos e novos pratos da culinária regional.
4.2 SISTEMA ATUAL DE CONTROLE DE ESTOQUE
Ao acompanhar a rotina do restaurante Arrastão, logo percebemos que não há um
sistema (software) para controlar o estoque do estabelecimento. Porém, percebemos que
apesar de não possuir um sistema, o estoque é controlado a olho nu. O sócio administrador
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apura seu estoque de acordo com o mês ou semana, e utiliza de sua experiência no ramo para
comprar as mercadorias, aumentando ou diminuindo as compras de acordo com o período
atual, pois o restaurante possui uma alta sazonalidade anual, onde nos meses de temporada de
verão há maior movimento, e também uma sazonalidade semanal, pois nos fins de semana o
movimento é maior se comparado com os dias de semana.
A forma utilizada pelo sócio é antiga, desde que comprou o restaurante nunca
mudou sua maneira de apurar o estoque. O método a olho nu que o proprietário utiliza se
assemelha com o método PEPS (primeiro que entra primeiro que sai), pois o sócio sempre põe
para venda as mercadorias que foram compradas primeiro e depois as que foram compradas
por último e assim sendo até hoje. Mesmo com toda experiência que o sócio administrador
possui, ainda há falhas em seu controle, pois algumas mercadorias são compradas em excesso
passando com o tempo sua validade ocasionando perdas.
Visto a rotina do controle de estoque do estabelecimento, percebe-se que o mesmo
precisa de um sistema de estoque eficiente.
4.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Aconselhamos ao sócio administrador do restaurante, contratar um sistema de
controle de estoque pago. Devido o gestor não demonstrar muito interesse na contratação de
sistema visto que o mesmo gera custos, elaboramos uma planilha no Excel. De forma simples,
mas sem custos, a planilha pode ser a principal ferramenta de controle do estoque.
A planilha apresenta como base as bebidas, já que é apenas para demonstrar ao
gestor como ela funciona, visto que ela pode ter itens acrescentados ou excluídos.
A planilha deve ser alimentada à medida que é colocado ou retirado mercadorias
do estoque, sendo que é avisado quando o resultado final do produto chega ao estoque
mínimo, mudando a cor da célula que apresenta o saldo do produto.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mundo está sempre em evolução, e as empresas se envolvem a cada dia mais
com a tecnologia, e inovar passou a ser uma maneira de sobrevivência no ramo em que atua.
Para manter o bom funcionamento, as empresas precisam estar em constante transformação,
seguindo as tecnologias e mostrando o melhor possível, diante da concorrência para ocupar
seu lugar.
Percebendo a preocupação com as suas necessidades relacionadas à gestão de
estoque, o presente trabalho apresentou uma melhor maneira da empresa em estudo
administrar seu estoque. Analisando a necessidade de a empresa controlar de maneira
adequada seu estoque, foi oferecida para o gestor uma planilha no Excel. No entanto, o ideal
seria a empresa contratar um bom sistema de gerenciamento de estoque.
O estudo em questão é de fundamental importância para a administração da
empresa, a mesma deixa clara a preocupação com os serviços prestados, de forma indireta os
estoques oferecem qualidade nos serviços, desde bebidas à alimentação.
Tendo como base o estudo da empresa Restaurante Arrastão, pode-se concluir que
apesar de investir regularmente em reformas a empresa precisa investir em tecnologia para
manter-se na frente dos concorrentes. Com a conclusão desta idéia um bom sistema de
gerenciamento de estoque influencia de forma indireta o serviço prestado, faz seus clientes
continuarem sempre com a boa impressão.
Este trabalho, tenta apresentar através de uma leitura simples e objetiva e de fácil
entendimento, o quanto é importante manter a empresa inserida com a tecnologia.
Diante do exposto, conclui-se que a empresa Restaurante Arrastão, deve contratar
um sistema de gerenciamento de estoque mesmo aumentando suas despesas com a
contratação da mesma, pois não terá o mesmo sucesso e desenvolvimento sem contratar um
sistema.
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REFERÊNCIAS
ARNOLD, J.R. Tony. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 1999.
BERTAGLIA, Paulo R. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 1ª Ed São
Paulo: Saraiva, 2005.
BRUNI, Adriano Leal. A administração de custos, preços e lucros. São Paulo: Atlas, 2008.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade de custos. 5ª ed. São Paulo:
Atlas, 2010.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.
FAVERO, Hamilton Luiz et al. Contabilidade Teoria e prática. Volume 1. São Paulo:
Atlas,1995.
GARCIA, Eduardo Saggioro; REIS, Leticia Mattos Tavares Valente dos; MACHADO,
Leonardo Rodrigues; FILHO, Virgílio José Martins Ferreira. Gestão de Estoques Otimizando
a logística e a cadeia de suprimentos Rio de Janeiro: E-papers, 2006.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2010.
LEONE, George S. G. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1997.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia
científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia
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