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FUCAP FACULDADE CAPIVARI GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO DE CASO NO MERCADO BUSS-ME RAMON PIRES DE OLIVEIRA MARCELO NASARIO OURIQUES Capivari de Baixo, junho de 2017

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FUCAP – FACULDADE CAPIVARI

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO DE CASO NO MERCADO BUSS-ME

RAMON PIRES DE OLIVEIRA

MARCELO NASARIO OURIQUES

Capivari de Baixo, junho de 2017

RAMON PIRES DE OLIVEIRA

MARCELO OURIQUES NASARIO

GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO DE CASO NO MERCADO BUSS-ME

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Ciências

Contábeis da Faculdade Capivari, como requisito parcial à

obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.

Orientação de: Prof. Dr. Aladim Rocha de Jesus.

Capivari de Baixo, junho de 2017

RESUMO

A finalidade deste trabalho é ressaltar a importância na escolha de um sistema informatizado

prático e eficiente para auxiliar na gestão de estoque de um estabelecimento. Isso é crucial

para as vendas de mercadorias e também auxilia o gestor nas tomadas de decisão, garantindo

um bom retorno financeiro para a empresa. O objetivo da pesquisa foi apresentar a rotina do

controle de estoque do Mercado Buss – ME e apontar possíveis melhorias, caso fossem

identificados problemas que pudessem interferir no crescimento da empresa. Para a

elaboração do trabalho, foi utilizada pesquisa bibliográfica, com a qual se buscaram mais

informações sobre o controle de estoque, conciliando a teoria com a prática, aplicando esses

conhecimentos na empresa em estudo. Como o objeto de estudo não possui controle algum

para administrar seu estoque, indicou-se o sistema informatizado denominado NeoGrid, o

qual auxilia no planejamento, armazenagem e controle de todo o estoque. Concluiu-se que é

importante a implantação de sistemas informatizados que tragam ferramentas que auxiliem no

controle de estoques, armazenagem, reposição, compra, em suma, de toda a logística da

empresa, o que pode causar um impacto positivo em seu desenvolvimento e crescimento e em

diversas outras que passam pelos mesmos problemas.

Palavras-chave: Gestão de estoque. Controle de estoque. Armazenagem.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 7

2 EMBASAMENTO TEÓRICO .......................................................................................... 8

2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE ......................................................... 8

2.1.1 O desenvolvimento da contabilidade no Brasil .......................................................... 9

2.1.2 Objeto da contabilidade .............................................................................................. 10

2.1.3 Objetivo e finalidade da Contabilidade ..................................................................... 10

2.1.4 Usuários da Contabilidade ......................................................................................... 10

2.1.5 Conceitos a Teoria Contábil ....................................................................................... 11

2.1.6 A contabilidade como ciência social .......................................................................... 11

2.2 RAMOS DA CONTABILIDADE ................................................................................... 11

2.2.1 Contabilidade Financeira ........................................................................................... 12

2.2.2 Contabilidade Fiscal e Tributária .............................................................................. 12

2.2.3 Contabilidade Gerencial ............................................................................................. 13

2.2.4 Contabilidade de custos .............................................................................................. 13

2.3 ESTOQUE ....................................................................................................................... 14

2.3.1 Conceito em Gestão de Estoque ................................................................................. 14

2.4 CRITÉRIOS DE ESTOQUE ........................................................................................... 14

2.4.1 Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS) ......................................................... 14

2.4.2 Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS) ............................................................ 15

2.4.3 Custo Médio ................................................................................................................. 15

2.5 ESTOQUE DE SEGURANÇA ........................................................................................ 15

2.6 DEMANDA ..................................................................................................................... 15

2.7 LOGÍSTICA .................................................................................................................... 16

2.8 SISTEMA DE INFORMAÇÃO ...................................................................................... 16

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA ................................................................... 16

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO .................................................................... 17

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ...................................................................... 18

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO: HISTÓRIA DA EMPRESA......18

4.1.1 Organograma da empresa .......................................................................................... 20

4.1.2 Métodos utilizados atualmente pela empresa ........................................................... 20

4.1.3 Como funciona o estoque atualmente? ...................................................................... 21

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 23

4.2.1 Empresa NeoGrid ........................................................................................................ 23

4.2.2 Conhecendo o sistema NeoGrid. ................................................................................ 24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 30

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 31

7

1 INTRODUÇÃO

Desde o início dos tempos, a contabilidade surge para controlar e verificar as

necessidades da gestão do patrimônio do homem. O objetivo da contabilidade é analisar as

variações do patrimônio das entidades, auxiliando e transmitindo informações importantes nas

tomadas de decisão das empresas, registrando e controlando o mesmo e, além disso, passando

todas as informações ocorridas no mês corrente, analisando fatores que foram alcançados e

verificando os possíveis acontecimentos futuros.

Segundo Gonçalves e Baptista (2007), no decorrer das décadas, a contabilidade vem

sendo definida como uma forma de arte, técnica ou ciência. É considera também uma ciência,

porque utiliza métodos científicos de investigação apropriados. Estuda as variantes dos

patrimônios e apresenta formas verídicas e confiáveis para sua aplicação, solucionando

possíveis problemas nas finanças.

De acordo com Martins (2003), para a apuração do resultado de cada período, bem

como o levantamento final de todo o patrimônio, bastava-se realizar o levantamento dos

estoques em termos físicos, já que sua medida em valores monetários era simplificado.

O assunto em questão é: Um sistema que auxilie na gestão de estoque como um todo.

Com ele será abordado tudo que diz respeito ao estoque. A escolha desse tema se deve ao fato

de ser uma área importante que está presente em grande parte das entidades. Tem muita

relevância para a área contábil, pois dentro da contabilidade se estuda os estoques das

entidades, sendo feito um balanço, analisando o que tem-se fisicamente, o que foi vendido e

também apurando as quebras e desperdícios.

No setor contábil, são inúmeras as dificuldades encontradas, principalmente pelas

pequenas empresas. Na maioria das vezes, o empreendedor não possui nenhum entendimento

sobre planejamento financeiro e contábil do negócio, bem a respeito de gestão, o que acaba

gerando graves problemas, porque as decisões não são tomadas com segurança.

Uma boa gestão de estoque em um estabelecimento é crucial para as vendas de

mercadorias e também auxilia o gestor nas tomadas de decisão, garantindo um bom retorno

financeiro para a empresa.

O objetivo geral desta pesquisa é apresentar a rotina do controle de estoque do

Mercado Buss – ME, e apontar possíveis melhorias.

Para atender ao objetivo geral, tem-se como objetivos específicos: analisar a forma

de controle de estoque utilizada pelo Mercado Buss atualmente; propor a implantação de um

sistema que auxilie na gestão de estoque.

8

A entidade estudada não conta com nenhum sistema adequado para seu planejamento

geral, apresentando um grave problema no planejamento financeiro, consequência do fato de

possuir uma estrutura de organização muito simples, não sendo possível saber se a empresa

vem apresentando bons resultados. A pesquisa contribuirá para que a empresa faça melhor

controle em seus estoques, obtendo, por esse meio, informações importantes para tomar suas

decisões no dia-a-dia.

Busca-se trazer melhorias para o estabelecimento em questão, orientado o proprietário

a conduzir sabiamente o estoque para que, assim, amplie suas vendas, fazendo uma boa

análise do que se tem e o que pode ser mudado.

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Conforme Iudícibus (2003), a contabilidade teve origem na necessidade do ser

humano em gerir suas contas do patrimônio. Os primeiros registros contábeis surgiram em

lugares como fazendas, sítios ou até mesmo os negócios locais nas grandes cidades em épocas

passadas. A ferramenta da contabilidade se tornou cada vez mais comum e indispensável para

o homem, administrando seus resultados eficiente e eficazmente por meio de análise mais

clara o patrimônio de sua entidade.

Para Sá (2002), a contabilidade é tão remotamente antiga quanto as origens da

civilização. Ela vista como uma das profissões mais importantes para a sociedade,

considerada uma das primeiras conhecidas pelo homem, pois com ela se conseguia prever

futuras perdas e prejuízos, facilitando à gestão alcançar um melhor resultado.

2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

A Contabilidade já estava inserida na vida do homem bem antes mesmo de ele saber

escrever ou calcular. Isso é comprovado há muitos anos atrás, através de desenhos, inscrições,

pinturas e rabiscos nas paredes das grutas. Segundo Sá (2002), por volta de 20.000 anos atrás,

a civilização primitiva já dispunha de alguns instrumentos usados para evidenciar suas

conquistas e riqueza.

Ainda de acordo com Sá (2002), há mais de 6000 anos o comércio já era intenso e o

controle da Igreja era muito grande, o que dava origem à quantidade de fatos a registrar e

também ao desenvolvimento da escrita contábil. Muitos registros eram feitos em peças de

argila e se calculava o quanto se gastava.

9

Segundo Iudícibus (2003), para alguns historiadores os primeiros sinais objetivos de

contas datam aproximadamente 2000 anos A.C. É possível localizar os primeiros exemplos

completos de contabilidade na civilização da Suméria e Babilônia.

A contabilidade teve uma evolução muito lenta até o surgimento da moeda. Nessa

época, as mercadorias eram negociadas de forma simples, na qual os comerciantes anotavam

suas obrigações e deveres perante terceiros em um inventário físico.

Para que a contabilidade chegasse até o que é hoje, suas formas de registros e cálculos

passaram por muitas transformações e ajustes desde o princípio. Mas o marco básico da

contabilidade teve início em 1494, na cidade de Veneza, na Itália. Quando Luca Paccioli

desenvolveu o método das partidas dobradas a partir do inventário. Paccioli é considerado o

pai dos autores da contabilidade. A partir da sua obra, muitos autores aperfeiçoaram um

detalhe ou outro, mas sua obra permanece intacta até os dias de hoje (SCHIMIDT, 2000).

2.1.1 O desenvolvimento da contabilidade no Brasil

A Contabilidade brasileira pode ser dividida em dois grandes momentos: o período

que vai desde o Descobrimento do Brasil até o ano de 1964 e o período que se inicia em 1964,

quando foi introduzido um novo método de ensino da Contabilidade no país (SÁ, 2002).

Segundo Iudícibus (2003), após a Proclamação da República, uma série de eventos

influenciou o desenvolvimento da Contabilidade no Brasil, dentre eles a criação de um curso

regular que oficializava a profissão contábil pelo Grêmio dos Guarda-Livros de São Paulo.

Em 1902, surge a Escola Prática de Comércio, que conta com o apoio de inúmeras

personalidades e instituições sob a influência da escola italiana. Outro ponto de destaque foi o

reconhecimento oficial dos cursos de Guarda-Livros e de Perito-Contador da Escola Prática

de Comércio em 1905.

Schimidt (2000) afirma que a segunda etapa do desenvolvimento da Contabilidade no

Brasil teve início em 1964, quando o professor José da Costa Boucinhas introduziu um novo

método de ensino contábil, seguindo a linha norte-americana, baseado no livro Introductory

Accounting, de Finney & Miller. O ano de 1976 foi muito importante para a Contabilidade

brasileira por causa da publicação, em 15 de dezembro, da nova Lei das Sociedades por

Ações. Essa lei incorpora normas e práticas contábeis, representando um dos maiores avanços

para a área da Contabilidade e incorporando, definitivamente, as tendências da Escola

Americana.

10

2.1.2 Objeto da contabilidade

A contabilidade tem como objeto o patrimônio das Entidades econômico-

administrativas.

De acordo com Schimidt (2000), o Patrimônio é um conjunto de meios e recursos

materiais e imateriais que visam à satisfação das necessidades da atividade de uma Entidade.

Os fenômenos que ocorrem com o patrimônio, como riqueza das células sociais, são o objeto

de estudos da ciência contábil.

Para Iudícibus (2003), na contabilidade, o objeto será sempre o patrimônio da

entidade, representado por um conjunto de bens, direitos e obrigações para com terceiros.

2.1.3 Objetivo e finalidade da Contabilidade

Seu objetivo é permitir o estudo e o controle dos fatos decorrentes da gestão do

patrimônio das empresas, com a finalidade de propiciar a obtenção de informações

econômicas e financeiras acerca da entidade (FRANCO, 1997).

Para Sá (2002), tais finalidades não alcançam somente as áreas da informação, mas

também as da explicação dos fenômenos patrimoniais. A informação sofre efeitos, enquanto a

explicação só se vale da essência de apresentar a verdade sobre os acontecimentos tidos com a

riqueza do patrimônio.

2.1.4 Usuários da Contabilidade

Segundo Iudícibus (2003), os usuários podem ser tanto internos quanto externos:

Usuários internos: são as pessoas que compõem a entidade, como é o caso do gerente

e do diretor, que usam a contabilidade para ajudar no seu processo de tomada de decisão. Os

administradores e os diretores estudam, com as informações da contabilidade, se é possível

determinar o fechamento de uma filial ou fazer novos investimentos.

Usuários externos: são as pessoas que utilizam as informações contábeis para seu

processo decisório. O acesso às informações é mais limitado por possuir uma menor

possibilidade de obter informações sobre a entidade. Um instrumento importante para esses

usuários são as demonstrações financeiras. Ex: fornecedores, bancos, novos acionistas.

O mais interessado dos usuários da contabilidade é o Governo.

11

2.1.5 Conceitos a Teoria Contábil

Schimidt (2000) descreve que a Teoria da Contabilidade é um conjunto de princípios

hipotéticos, conceituais e programáticos que formam um quadro geral de referência para a

investigação da natureza da contabilidade. A Teoria é o conjunto de conhecimentos que dão a

explicação completa de uma arte ou ciência. A Prática é a execução das regras e dos

princípios de uma arte ou ciência, ou simplesmente a aplicação da teoria. A finalidade da

teoria é estudar, sob a orientação de um método próprio, a natureza do patrimônio, a função

do organismo de uma empresa, o controle do movimento, a criação de uma terminologia

própria e adequada, a elaboração de um plano de contas, de forma que da sua aplicação, a

qualquer momento, possa-se analisar a evolução do patrimônio.

Estuda-se teoria com a finalidade de obter conhecimento intelectual para que seja

aplicada de forma correta e simples na prática do processo contábil. Sem a teoria, a

contabilidade não teria foco nem direção, nem as demonstrações contábeis teriam padrões ou

muito menos atenderiam às normas técnicas (SÁ, 2002).

2.1.6 A contabilidade como ciência social

Franco (1997) já conceituava com os seguintes dizeres: Contabilidade é a ciência que

estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e

a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua

composição e variação, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da

riqueza patrimonial.

Nesse sentido, pode-se entender a contabilidade como uma ciência que estuda e

controla o patrimônio, representando-o de forma sistemática para servir como instrumento

básico para a tomada de decisões de todos os seus potenciais usuários.

Segundo Sá (2002), a contabilidade é ciência porque atende aos requisitos que

classificam o conhecimento como tal, assim sendo conhecida pelas academias, intelectuais e

gênios da humanidade. A ciência também é um conjunto de teorias, e a contabilidade possui

muitas delas.

2.2 RAMOS DA CONTABILIDADE

Para Franco (1997), muitos que não são da profissão da contabilidade, ou que ainda

12

estão em dúvida em segui-la ou não, imaginam que a área contábil atua somente com cálculos

e balanços patrimoniais, mas enganam-se, pois a relação do contador com gestão de pessoas é

um diferencial que o evidencia para o mercado de trabalho.

Segundo Marion (2008), na contabilidade geral e financeira, o profissional contábil

além de atuar na parte econômica, tem um alcance social amplo, informando a sociedade

como certas entidades utiliza os recursos conferidos pelos sócios. Sendo assim, exerce um

papel fundamental dentro da sociedade.

Há várias atuações dentro da contabilidade nas quais os profissionais da área podem

especializar-se com mais aprofundamento isso Depende da identificação de cada profissional

com determinado campo de atuação, como se pode observar em algumas das áreas mais

comuns da contabilidade, a seguir:

2.2.1 Contabilidade Financeira

Martins (2001) confirma que a natureza das informações da contabilidade gerencial é

mais subjetiva e relevante. A contabilidade gerencial se diferencia da contabilidade financeira

devido ao fato desta estar ligada diretamente à situação real da empresa.

Segundo Crepaldi (2011), a entidade existe sempre em prol dos empresários. A

contabilidade financeira tem como objetivo adequar um planejamento a fim de aumentar o

capital dos empresários. O setor financeiro está envolvido em todos os aspectos importantes

da entidade. Sendo assim, os administradores jamais poderão executar as ações sem as

devidas informações financeiras.

Para Stickney e Weil (2001), há uma série de pessoas envolvidas na contabilidade

financeira. Os usuários que deverão estar presentes são: um investidor na ação de uma

empresa; um banco que esteja disposto a lhe fornecer empréstimos quando necessários;

clientes para fazer o giro das mercadorias; ter convênios em sindicatos para que os respectivos

trabalhadores sejam assegurados enquanto houver acordos salariais; autoridades tributárias

para averiguar imposto de renda, e concorrentes que estejam interessados na fatia de mercado

e lucros das mercadorias da entidade.

2.2.2 Contabilidade Fiscal e Tributária

O contador, para Pêgas (2007), auxilia na administração da empresa pela adoção do

planejamento tributário e político que visam minimizar os custos tributários, direcionando

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suas ações para as disponibilidades legais e constitucionais. As alternativas legais têm de ser

avaliadas de forma estrutural e organizacional pelo volume de recursos gerados pela atividade

econômica da empresa, lembrando sempre que cada empresa deve levar em consideração o

custo-benefício, que varia muito em função dos valores envolvidos.

Segundo Fabretti (2015), o setor fiscal e tributário é um conjunto de ações que reúne

tudo o que diz respeito ao patrimônio da entidade e às variações nela contidas. Tem a

obrigação de demonstrar ao fisco toda sua movimentação mensal. Tem o cumprimento de

regras da legislação como: a Legislação Federal e Normas Tributarias da União; Legislação

Contábil entre outras.

2.2.3 Contabilidade Gerencial

Segundo Iudícibus (1987), a contabilidade gerencial, em um sentido mais profundo,

está voltada única e exclusivamente para a administração da empresa, procurando suprir

informações que se encaixem de maneira válida e efetiva no modelo decisório do

administrador. Porém, atente-se que cada empresa tem sua peculiaridade, sua característica,

seu ponto fraco e forte, e cabe ao gestor estudar as informações contábeis que a entidade

proporciona.

Conforme Pizzolato (2000), a contabilidade gerencial trabalha com informação

contábil que pode ser útil para administração e auxilia os gestores a controlar toda a área

gerencial da entidade. É o conjunto de informações contábeis para circulação interna,

modificada com o propósito assessorar os gerentes no processo decisório.

2.2.4 Contabilidade de custos

Contabilidade de custos é uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar

os custos dos produtos e serviços com a função de informar com precisão e rapidez à

administração para o auxílio na tomada de decisões (BRUNI; FAMÁ, 2008).

Segundo Wernke (2004), na parte de indústria, os fatores ligados à produção são

matérias-primas, salários e encargos dos funcionários da fábrica, e no processo produtivo, são

as máquinas, os móveis e os utensílios usados para a produção, assim diferenciando os gastos

e as despesas usadas pela empresa.

Logo, pode-se afirmar que a contabilidade de custos é uma técnica utilizada para

identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e/ou serviços. Sua principal função é

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fornecer informações úteis e rápidas para os administradores para, assim, efetivarem com

mais certeza a tomada de decisões. É voltada para a análise de gastos da entidade no decorrer

de suas operações (CREPALDI, 2004).

2.3 ESTOQUE

O termo estoque é usado para designar um montante de produtos ou mercadorias da

entidade que nela são estocados, o armazenamento. Geralmente é feito em depósitos

separados do estabelecimento de vendas.

Para Iudícibus (2003), o estoque é representado pelo conjunto de matérias-primas,

produtos em fabricação, produtos prontos, material de aplicação e material de embalagem, nas

indústrias, e pelas mercadorias, nas empresas comerciais. Não ter a mercadoria disponível

implica perda de venda imediata e, consequentemente, o consumidor final irá até outro

estabelecimento. Além disso, fica na memória do cliente a imagem da falta do produto final,

perdendo também possíveis vendas futuras.

2.3.1 Conceito em Gestão de Estoque

Conforme Iudícibus (2003), o controle de estoques é o procedimento usado para

fiscalizar, gerir a entrada e saída de produtos da empresa, que pode acontecer tanto em

indústrias como no comércio varejista e de atacado. A gestão adequada do estoque serve para

ter-se o controle de toda matéria-prima, produção e mercadorias vendidas ou revendidas.

Conforme Martins (2003), a gestão de estoque se constitui em ações que permitem ao

gestor observar se está sendo usado corretamente o estoque da entidade, assim como bem

alocado e estabelecido em ambientes apropriados para cada tipo de produto.

2.4 CRITÉRIOS DE ESTOQUE

Segundo Martins (2003), a gestão busca não deixar os estoques parados ou sem giro,

ou seja, tentando manter um fluxo ativo dos produtos. Para se obter melhor controle do

estoque, adota-se alguns critérios, como:

2.4.1 Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS)

Esse método de avaliação é atribuído aos produtos com custos mais recentes, e para

15

melhor defini-lo é usado o termo “Primeiro que Entra, Primeiro que Sai”, que tem origem

inglesa (CREPALDI, 1999).

Para Leone (2000), o estoque final com valor superior terá consequentemente um

custo de vendas mais baixo; contudo, terá maior lucro. Talvez a maior vantagem desse critério

é que se ajusta ao fluxo físico dos produtos na maior parte das vezes.

2.4.2 Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS)

Para Martins (2001), este outro critério de avaliação é diferente do anterior citado. É

utilizado no controle interno dos estoques, atribuído às mercadorias com os custos mais

antigos. Para definir melhor o termo, que também é de origem inglesa, “Último que entra,

Primeiro que Sai”.

Segundo Leone (2000), aplicando-se esse método onde se encontra uma alta inflação,

o lucro do período será melhor refletido. Ele não se ajusta ao fluxo físico de mercadorias, pois

é um fluxo de custos e não de mercadorias.

2.4.3 Custo Médio

Neste critério, os produtos que são armazenados em seus estoques serão sempre

analisados pela média de custo de aquisição, sempre quando for feita uma nova compra de

mercadorias. Com esse método, sempre quando for efetuada uma aquisição por custo unitário

diferente dos produtos já existentes no estoque, o seu custo médio do estoque mudará

(RIBEIRO, 2005).

2.5 ESTOQUE DE SEGURANÇA

Estoque de segurança, segundo Barbosa (2012), compõe parte dos estoques e é

utilizado somente no fim do ciclo de ressuprimento, no caso de haver uma demanda

subestimada. Assim, cobrirá eventuais problemas como esse ou será necessário ainda se

houver falha na entrega do pedido por greves na alfândega, trânsito ou problemas com

fornecedor.

2.6 DEMANDA

Conforme Viana (2002), a demanda de uma empresa tem associação com o consumo,

16

pois para realizar-se a previsão de demanda, é necessário ter informações adequadas no que

diz respeito ao consumo. Levam-se em conta dois aspectos fundamentais para a realização da

demanda: primeiro, averiguar sua evolução e os afastamentos da empresa, analisando tipos de

funções da própria demanda.

2.7 LOGÍSTICA

Segundo Bowersox e Closs (2001), hoje a logística não é vista somente como

distribuição de materiais, mas sim como administração de materiais e distribuição física. A

ligação entre setores de produção, armazenagem, compras, financeiro e marketing se tornaram

mais estreitas, aproximando, assim, o conceito e prática da logística, que no início eram duas

coisas distintas.

2.8 SISTEMA DE INFORMAÇÃO

Segundo Pozo (2010), as funções logísticas dentro de uma empresa não poderiam ser

eficientes sem as informações necessárias de custo e desempenho. Essas informações são

essenciais para o planejamento e controle logístico. A função que permitirá o sucesso da ação

logística dentro de uma organização para que ela possa operar eficientemente são as

informações necessárias de custo, procedimentos e desempenho essenciais para correto

planejamento e controle logístico.

Com uma base de dados bem estruturados, as informações sobre clientes, vendas,

padrões de entregas e níveis dos estoques e as disponibilidades físicas e financeiras servirão

como base na eficiência da administração das atividades primárias e de apoio.

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA

O presente capítulo trata da metodologia usada na pesquisa, considerando o

enquadramento metodológico e os procedimentos metodológicos.

De acordo com Ruiz (2006), nem todos os ramos de estudo que empregam esses

métodos são ciências. Dessa forma, conclui-se que a utilização de métodos científicos não é

da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego de métodos científicos.

Ainda de acordo com Ruiz (2006), a palavra método é de origem grega e pode ser

entendido como um conjunto de normas-padrão que devem ser satisfeitas, caso se deseje que

17

a pesquisa seja tida por adequadamente conduzida e capaz de levar a conclusões merecedoras

de adesão racional.

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Quanto à natureza do objetivo, pode-se afirmar que esta é uma pesquisa exploratória.

Segundo Gil (2002), esse tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar mais familiaridade

com o problema e com a finalidade de reunir mais conhecimento ou informações até então

desconhecidas.

No que tange à natureza da pesquisa, trata-se de um estudo teórico e prático, pois parte

de pesquisas em livros e artigos científicos da área contábil, buscando conceitos e teorias.

O objetivo da pesquisa teórica é ampliar generalizações, definir leis mais amplas,

estruturais, sistemas e modelos teóricos, gerar novas hipóteses por força de dedução lógica

(GONÇALVES, 1998).

Gil (2002) nos diz que a pesquisa prática tem por objetivo pesquisar, comprovar ou

rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos e fazer a sua aplicação às diferentes

necessidades humana.

Com relação à lógica do estudo, tem-se que esta é uma pesquisa dedutiva.

Sendo que o pensamento é dedutivo quando a partir de enunciados mais gerais

dispostos ordenadamente como premissas de um raciocínio, chega a uma conclusão particular

ou menos geral (RUIZ, 2006).

A coleta de dados foi feita a partir de fontes primárias, as quais correspondem à

literatura primária e são aqueles dados que se apresentam e são disseminados exatamente na

forma com que são produzidos por seus autores. Já os dados secundários são informações e

avaliações derivadas de fontes primárias (PINHEIRO, 2006).

Podemos afirmar que a abordagem da pesquisa é um estudo qualitativo. Beuren (2003)

afirma que na pesquisa qualitativa, concebem-se análises mais profundas em relação ao

fenômeno que está sendo estudado. Nesse sentindo, essa pesquisa se desenvolve a partir de

dados qualitativos, como documentos e registros para interpretação correta dos documentos

pesquisados.

A pesquisa se classifica do ponto de vista de sua natureza como “pesquisa aplicada”.

De acordo com Gil (2002), tem como característica fundamental o interesse na

aplicação, utilização e consequências práticas dos conhecimentos. Está voltada para interesses

e verdades locais.

18

Quanto aos procedimentos técnicos, trata-se de um estudo de caso no mercado

Ouriques Buss Cia LTDA, que atua no ramo de comércio alimentício, situada na cidade de

Tubarão/SC.

O estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de

maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível

mediante outros delineamentos já considerados. A coleta dos dados e sua análise se dão da

mesma forma que nas pesquisas de campo, em geral (BEUREN, 2003).

Trata-se, ainda, de uma pesquisa bibliográfica, porque foram buscados

conceitos em livros e artigos. Segundo Pinheiro (2006), a pesquisa bibliográfica, é elaborada

com base em material já publicado. Podendo ser materiais impressos, como livros, revistas,

teses, dissertações e outros. Estas pesquisas passaram a incluir também outros tipos de fontes,

como CDs, fitas e outros materiais disponibilizados na internet.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO: HISTÓRIA DA EMPRESA

A empresa que serviu de base para esta pesquisa atua no ramo de comércio

alimentício, sendo de pequeno porte e adotando como regime tributário o Simples Nacional.

Sua razão social é OURIQUES BUSS CIA LTDA e seu nome fantasia é Mercado Buss

(CNPJ: 056588330001/68), localizada na cidade de Tubarão/SC, bairro Passagem, Rua

Floresta, n. 249, CEP: 88706-530.

A empresa foi fundada em 11 de abril de 1997, pelos atuais proprietários, Vilson Buss

e Cleide Ouriques Buss, que optaram por alugar uma pequena sala e montar um açougue com

uma mercearia. Como na maioria das empresas familiares, o começo foi árduo. Vilson

trabalhava no açougue e Cleide no caixa, sendo que contavam também com um colaborador

para repor as mercadorias. Com muita dedicação e trabalho, a empresa cresceu. Mesmo com o

surgimento de alguns obstáculos, persistiram, até que no ano de 1999 adquiriram um terreno e

construíram uma nova sala, saindo do aluguel.

Com o passar dos anos, foram aumentando a sala comercial até a pequena mercearia

virar Mercado, que antes contava com um colaborador, e agora já eram quatro. Visionários, os

sócios Vilson e Cleide almejavam ampliar os negócios e com muito trabalho, esforço e até em

excesso, como virar a madrugada no trabalho, Cleide dedicava seu domingo de descanso para

limpar o mercado. Assim, batalharam e conseguiram adquirir dois terrenos que ficavam

19

localizados atrás do até então Mercado Buss. Posteriormente, iniciaram a construção do que

seria o novo Mercado, onde o sonho de ter uma empresa mais ampla e moderna estava

próximo.

O novo Mercado Buss foi inaugurado no dia 27 de outubro de 2010, com um ambiente

mais acolhedor para atender seus clientes. O novo mercado possui setores de Açougue,

Padaria, Bazar com linha Cama, Mesa e Banho, além de contar com uma lojinha de acessórios

femininos e masculinos. Ainda gerenciada por Vilson e Cleide, hoje contam com importante

ajuda dos dois filhos, Felipe e Bruna. Além da família, o mercado conta com dezessete

colaboradores, divididos nas funções de: açougueiros, padeiros, auxiliar de padeiro,

balconistas, empacotadores, repositores de mercadorias, caixas, motorista, financeiro,

responsável pelas compras e serviços gerais.

Por ser uma empresa familiar, não há nenhum sistema de controle financeiro, sendo

desconhecidos detalhes acerca da saúde financeira da empresa, o lucro, as despesas, as contas

a receber e as contas a pagar. Porém, o proprietário e administrador, Vilson, afirma que, do

jeito dele, sabe mais ou menos todas essas informações. Mas nada é exato, o que gera grande

preocupação, porque um controle gerencial é essencial em qualquer empresa.

No ano de 2017, o Mercado Buss completou 20 anos. Em conversa com os

proprietários, foi relatado que ambos estão satisfeitos com o patrimônio conquistado, pois

tudo foi resultado de muita luta em 20 anos de trabalho sem tirar férias. Hoje o principal

objetivo da empresa é sempre trazer novidades, produtos de qualidade e promoções para seus

clientes.

A contabilidade da entidade é feita pela Contronil Serviços Contábeis Ltda., localizada

na cidade de Tubarão/SC, Avenida Marcolino Martins Cabral, 926, Sala 814, bairro Centro,

CEP: 88701-001.

20

4.1.1 Organograma da empresa

Figura 1 – Organograma do Mercado

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

4.1.2 Métodos utilizados atualmente pela empresa

A entidade em estudo não possui ferramentas adequadas para o seu planejamento em

geral, tendo uma grande dificuldade no planejamento financeiro, em particular quanto à

entrada e saída mensal dos recursos, dificultando o gerenciamento das receitas e despesas e na

tomada de decisões quanto ao uso dos recursos financeiros.

Segundo os sócios, desde o início da atividade foi assim. Não possuem um controle

específico de entradas e saídas, vendas, compras, despesas, não sabendo se está obtendo o

lucro ou prejuízo.

Um dos sócios anota o que é necessário numa simples agenda e assim vai fazendo o

controle da entidade. Na agenda constam todos os financiamentos a serem pagos, os salários

de todos os funcionários, duplicatas a pagar, duplicatas a receber e cheques a serem

compensados. As anotações são feitas todos os meses, seguindo sempre o mesmo padrão.

O sócio se programa para pagar as contas com uma semana de antecedência. No

21

começo do mês, estão sempre pagas em dia e, assim, vai organizando e fazendo do seu jeito,

mas cometendo equívocos, como não anotar a venda do dia, não fazer fechamento e nem

abertura do caixa, não contabilizar o dinheiro que é retirado do caixa durante o dia.

4.1.3 Como funciona o estoque atualmente?

A empresa estudada não utiliza um método de gestão de estoque ou de armazenagem

de seus produtos, portando não se sabe qual importância dos itens que estão esgotados ou

acabando no estoque, ou seja, qual deles precisará ser comprado primeiro e quais deles ainda

podem esperar para serem comprados.

O mercado Buss não possui sistemas para o controle de suas mercadorias. Ambos

sócios acreditam que é muito caro para se instalar um programa específico que os auxilie na

gestão do estoque e de toda a empresa, pois não há um empregado especializado para essa

tarefa, o que exigiria treiná-lo, trazendo mais uma despesa para a empresa.

As compras são efetuadas semanalmente. Um dos sócios, com o auxílio do conferente

e de outros funcionários, fazem o levantamento de todos os produtos que já estão em falta e

outros que estão no fim do estoque e anota em sua agenda. A maioria das mercadorias são

compradas por cotação. Após o levantamento do estoque, que é feito nos fins de semana, são

realizadas as compras para a semana seguinte. A empresa efetua as compras de fornecedores

somente do sul do país, como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Em duas semanas mensais são compradas mais mercadorias: a primeira semana do

mês pelo fato de ter mais vendas, logo a empresa precisa realizar a reposição dos produtos no

mercado, e a última semana do mês, pelo fato de os vendedores terem muitas promoções para

que se cumpram as suas metas de vendas. Dessa forma, o mercado aproveita esses momentos

para adquirir produtos com valores mais baixos do que o normal.

O depósito têm um espaço amplo para a armazenagem das mercadorias e é divido em

corredores com prateleiras que são classificados como: produtos de limpeza, utensílios e

utilidades, frios, açougue, produtos não perecíveis, bebidas, frutas e outros. Desse modo, são

localizados facilmente.

A armazenagem dos produtos é feita através de porta paletes, evitando que os produtos

fiquem em contato diretamente com o chão, e outros são empilhados nas prateleiras. Os itens

não são codificados e classificados em nenhuma forma de sistema informatizado, portanto são

armazenados conforme a classificação nos corredores. Quando chegam produtos novos, são

mantidos no mesmo local onde os antigos estão alocados.

22

No depósito são armazenados mais de três mil itens, há somente um funcionário

responsável pelo recebimento dos produtos (conferente) e não há nenhum registro de

mercadorias. Quando chegam novos produtos, remanejam-se ao depósito funcionários que

estejam ociosos ou os que têm menos serviço naquele momento para ajudarem no

recebimento e na reposição do estoque.

Quando as mercadorias chegam, o conferente compara as notas de compras com a lista

de pedidos que foram feitas e depois libera para descarregamento. As mercadorias são

descarregadas com o auxílio de uma empilhadeira e direcionadas diretamente às prateleiras.

Também nesse momento, outros empregados separam os produtos que estão faltando e fazem

imediatamente o abastecimento nas estantes do mercado.

Segundo um dos sócios, não há controle do que entra ou sai do estoque. São anotados

em uma agenda simples o que está faltando nas estantes e repassado a vários funcionários,

que imediatamente vão ao depósito, separam os produtos e os recolocam nas estantes. Não é

feita nota de entrada ou saída de produtos do depósito para reposição do mercado.

O mercado não faz inventário, método que ajudaria muito no controle das

mercadorias.

Por não possuir controle de seu estoque, o Mercado Buss apresenta vários problemas

que corroem o lucro da empresa, como não possuir estoque de segurança. Muitos produtos

que faltam são comprados somente na semana seguinte e os proprietários não ficam sabendo

dessa falta, pois não têm conferente responsável para esse controle.

A saída de mercadorias do depósito é feita por vários funcionários. Os responsáveis

pela limpeza do mercado retiram do estoque os produtos que serão utilizados para a sua

função e não comunicam ninguém. Isso aumenta a falta de produtos para a venda.

O tempo de reposição também não é adequado, pois os produtos são comprados para

serem consumidos naquela semana, e muitos fornecedores costumam atrasar suas entregas,

deixando o depósito vazio por mais alguns dias. Por isso, perdem-se clientes pela falta de

mercadoria.

Como a maioria das compras são feitas por cotação e não se controla o que entrou

primeiro ou por último, parte dos produtos se perde por passar do prazo de validade. Muitas

mercadorias são compradas desnecessariamente e na maioria das vezes, quando se percebe

que estão muito tempo no estoque, são feitas promoções muito baixas, assim, havendo perdas

consideráveis no capital investido.

O mercado se torna vulnerável à prática de desvio de mercadorias e roubos, pois não

se têm um controle confiável do estoque da empresa. Produtos danificados durante o

23

transporte de entrega e mesmo no depósito vão direto para uma sala juntamente com as

mercadorias que venceram no estoque para serem devolvidos e renegociados.

Muitas compras ainda são feitas sem notas fiscais. Outro ponto importante é que não

há compras emergenciais. Os proprietários alegam que não é necessário porque as compras

são feitas semanalmente.

Apesar de tudo isso, os sócios admitem que o Mercado Buss possui muitos problemas

que precisam serem resolvidos. Como tudo é feito dessa forma há muito tempo, eles não se

importam.

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

No tempo que se passou na empresa estudada, analisando os procedimentos atuais em

seu controle de estoque, verificou-se muitos problemas gravíssimos como: produtos sem notas

de entrada e saída do estoque, falta de profissionais no recebimento e armazenagem de

mercadorias, falta de um responsável diretamente pelo depósito, não são feitos inventários, e

o principal, não há um sistema informatizado para controle do estoque e do mercado em geral.

Aplicando os conhecimentos adquiridos sobre contabilidade, constatou-se que havia

uma solução para esses problemas: a instalação de um sistema que gerisse toda a logística do

mercado, auxiliando desde a saída dos produtos dos fornecedores até a chegada nas mãos dos

clientes. Esse sistema denomina-se SISTEMA NEOGRID.

4.2.1 Empresa NeoGrid

A empresa NeoGrid é uma multinacional brasileira que desenvolve soluções para toda

a cadeia de suprimentos – Supply Chain Management (SCM). Possui milhares de empresas

conectadas a sua rede em todo o mundo. É a única do segmento de softwares que oferece

soluções de alta tecnologia, desde a produção até o consumidor final, passando pela

distribuição e logística. Possui mais de 100 varejos homologados, entre eles os 10 maiores do

Brasil e do mundo.

Especialista nacional, atende a pequenas, médias e grandes empresas com soluções sob

medida através de uma plataforma exclusiva e completa. A NeoGrid sincroniza indústrias,

distribuidores, operadores logísticos, varejos, instituições financeiras e Governo, usando

tecnologias inovadoras como Cloud Computing, Big Data, Mobile e Social Business. Por dois

anos consecutivos (2012 e 2013), foi considerada pelo FINEP (Financiadora de Estudos e

24

Projetos) uma das empresas mais inovadoras do país. Recentemente, o Gartner Group – líder

mundial na categoria de pesquisa de tecnologia da informação – indicou a NeoGrid entre as

empresas que oferecem as melhores soluções de Supply Chain Management (SCM) do

mercado.

4.2.2 Conhecendo o sistema NeoGrid.

O sistema Neogrid é uma ferramenta muito utilizada por empresas na atualidade. Com

esses serviços, pode-se gerenciar todos os setores da empresa, desde os estoques até o giro de

produtos para compra e revenda. O software permite que a indústria gerencie seus produtos,

visualize-os nos pontos de venda e possa balancear os estoques, graças ao detalhado

inventário que ela oferece. Com dados precisos de consumo, ele facilita a previsão da

demanda para reposição adequada dos produtos, otimiza a produção, os processos de pedidos

e a logística de forma geral. Para os varejos e centros de distribuição ele melhora o

balanceamento e o giro dos estoques, diminuindo os índices de ruptura e os excessos. Além

disso, reduz o tempo de análise e coleta os dados necessários, tais “Como, Onde e Quanto”

deve ser fornecido do produto e, ao mesmo tempo, disponibiliza os produtos de acordo com o

real consumo.

Sua função é de tal importância para o setor produtivo, de venda e revenda dos

produtos comercializados para o consumidor final. Com essa ferramenta, pode-se controlar os

fluxos de produção e de matéria-prima que são utilizados pela empresa. Dessa forma, tem-se

um controle mais preciso e objetivo, de fácil entendimento para o administrador, contudo

ganhado mais tempo para desenvolver outras funções pertinentes. Obtém-se um inventário

com todos os produtos já registrados, sendo cadastrados automaticamente conforme dá-se

entrada em notas de entradas e saída de fornecedores que ocorrem a cada venda realizada.

Assim se segue sempre controlando o fluxo de entrada e saída dos produtos, evitando o

acontecimento de furos no estoque.

No sistema, podem-se identificar informações como: (LT) Lead Time; (LR) Lote de

Reposição; (ES) Estoque de Segurança; Pedido do Dia; Pedidos Futuros e Ponto de Exposição

Cadastrado.

Lote de Reposição (LR): É a quantidade de dias que o sistema vai utilizar para suprir

as vendas no mercado.

25

Tabela1

Fonte: Elaborada pelos autores (2017).

Lead Time (LT): É o tempo estimado para que as mercadorias cheguem ao mercado,

acrescido de uma margem de segurança.

Lote de Reposição: Quantidade de estoque para cobrir a venda de “x” dias

26

Tabela 2

Fonte: Elaborada pelos autores (2017).

Estoque de Segurança (ES): É a quantidade mínima que se tem no estoque. Pode ser

interpretado como a margem de segurança para as vendas até a chegada dos novos pedidos.

Tabela 3

Fonte: Elaborada pelos autores (2017).

Lead Time: Em quanto tempo a loja vai receber o pedido

Quando o estoque atingir o ES, ele pode gera

novos pedidos

27

Cálculo do Lead Time (LT) e do Lote de Reposição (LR)

Tabela 4

Fonte: Elaborada pelos autores (2017).

Lead Time: 03 dias

Lote de Reposição: 04 dias

Hoje: dia 16/xx

O sistema vai calcular quanto a loja precisa para a venda dos próximos 7 dias, incluindo o

próprio o dia vigente nessa conta.

Ponto de exposição: Quantidade em exposição diferenciada que vai somar na reposição.

Tabela 5

Fonte: Elaborada pelos autores (2017)

Quantidade em exposição diferenciada que

vai somar na reposição

28

Gatilho: Quando temos ponta cadastrada, o Gatilho passa a ser o ponto de gerar

pedido

Tabela 6

Fonte: Elaborada pelos autores (2017).

Exemplo:

Estoque Segurança = 17

Ponta Gôndola cadastrada = 150

Gatilho = 167

Venda média dia = 7un

Venda para os próximos 7 dias = 49un

Estoque da loja = 148un

Pedido = 68un

Gatilho: Estoque de Segurança + Exposição

do dia

29

Ponto cadastrado para exposição de 150un na PONTA DE GÔNDOLA

Tabela 7

Fonte: Elaborada pelos autores (2017).

Pedido do dia: Pedido gerado para o dia

Tabela 8

Fonte: Elaborada pelos autores (2017).

30

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo da pesquisa foi apresentar a rotina do controle de estoque do Mercado Buss

e apontar possíveis melhorias nos problemas identificados que possam interferir no

crescimento da empresa. Para que a empresa tenha um crescimento saudável, é importante

identificar se o sistema de controle apresentado está sendo feito de forma correta, pois o

estoque é uma parte vital para a empresa. Verificou-se que a falta de um sistema

informatizado tanto no controle de estoque quanto no controle da empresa pode trazer

diversos problemas operacionais e de gestão como, por exemplo, não satisfazer as

necessidades dos clientes e nem da própria entidade.

Identificou-se que o Mercado Buss não possui um sistema de estoque, o que pode

causar um impacto negativo no desenvolvimento geral da empresa. A falta de

acompanhamento do estoque faz com que o ele compre quantidades desnecessárias de

mercadorias, aumentando o volume do estoque. Além de não ter uma programação exata do

que pode ser comprado para suprir a reposição, o mercado não consegue evitar a falta de

alguns itens ou até mesmo zerá-los.

Já na armazenagem, não se tem um controle para a reposição das mercadorias e nem

um profissional responsável por essa função. Isso é preocupante, pois a validade de muitos

produtos acaba expirando, devido à falta de critérios para repô-los nas prateleiras. Por

exemplo, lotes novos são colocados sobre os mais antigos, além de qualquer empregado ter

liberdade de remanejar as mercadorias. Os proprietários estão cientes dessas falhas.

O mercado necessita urgentemente de um sistema informatizado para o planejamento

e controle dos estoques. Um sistema que auxilie na realização das compras, na reposição das

mercadorias, na identificação do ponto de pedido, no estoque de segurança, na armazenagem

dos produtos, em suma, que proporcione crescimento saudável para o mercado, o que

consequentemente implicará melhor atendimento aos clientes.

Com todas essas falhas identificadas, tem-se a expectativa de que com a implantação

de um sistema informatizado e integrado, todos os problemas poderão ser amenizados. Esse

sistema poderá trazer muitas melhorias para o mercado como um todo. É possível cruzar as

informações do depósito com estoque da loja, identificando se há produtos suficientes para as

vendas, possibilitando previsões de compra e quantidade e até previsão da chegada do mesmo

ao mercado. Caso seja implantado esse sistema, a empresa terá a necessidade de contratar um

profissional treinado e especializado para fazer a realização desse controle.

31

Dentro de todo esse contexto, apresentou-se como sugestão de melhoria ao Mercado

Buss-ME o emprego do sistema NeoGrid, que permitirá à empresa gerenciar toda sua

mercadoria, seu armazenamento, suas compras, seus pontos de venda e fazer o balanceamento

do seu estoque, graças ao detalhado inventário que ele oferece.

Concluiu-se com esse estudo que é importante a implantação de sistemas

informatizados que tragam ferramentas que auxiliem no controle de estoques, armazenagem,

reposição, compra e de toda a logística da empresa. Isso pode causar um impacto positivo no

desenvolvimento e crescimento do empreendimento pesquisado e em diversos outros que

passam pelos mesmos problemas.

Sugere-se futuros estudos no ramo do comércio e varejo e o aperfeiçoamento de

sistemas para a gestão de estoques.

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