gestão de sistemas de transporte e movimentação de cargas ... · movimentação de carga e as...
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Gestão de Sistemas de Transporte
e Movimentação de Cargas
Portuárias
Professora: Ariane Canestraro.
Administradora de empresas com ênfase em Comércio Exterior,
pós-graduada em Comércio Exterior, instrutora de Cursos para
Entidades como Abracomex, FIEP, FIAC, Instituto
Mercosul.Grande experiência com o mercado internacional,
através de atividades desenvolvidas como Procurement, Abertura
de Mercado, Agenciamento de Cargas, Importação, Exportação,
Logística Internacional, Câmbio. Participação em Feiras
Internacionais e visitas a clientes e fornecedores a mais de 20
países. Consultora de Comércio Exterior - Trabalhou em Empresas
como Renault do Brasil, Grupo Tecumseh, American Glass,
Citibank, Banco Itaú, DW Logistics, Riffel Motopeças, ocupando
posições de liderança e gestão.
Apresentação do Professor
Carga Portuária – Tipos de Cargas e
Características
Tópicos a serem abordados:
Introdução.
Tipos de Cargas e Características.
Classificação das Cargas.
Introdução
Em um porto, são desenvolvidas muitas atividades de
movimentação de cargas. Para que se tenha êxito, se
faz necessário que os sistemas de transportes estejam
em constante evolução e aperfeiçoamento.
O treinamento das pessoas envolvidas nesse tipo de
atividade é essencial, e deve ter sempre como meta a
segurança e a eficiência das operações.
Cada tipo de carga tem um procedimento considerado
seguro para seu transporte e um processo de trabalho
planejado e estabelecido com foco na eficiência.
A movimentação das cargas e os sistemas de
transportes utilizados devem ser objeto de planejamento
do porto, cujos desempenhos devem ser monitorados
constantemente.
Os sistemas de transportes, as atividades de
movimentação de carga e as atividades de controle e
armazenagem são todas interligadas e
interdependentes.
A ocorrência de falhas em qualquer uma dessas
atividades resulta em ineficiência e em consequente
encarecimento das operações, tornando o porto menos
competitivo.
Carga Portuária: Tipos de Cargas e Características
• Tipo da carga:
Diz respeito às características físicas das mercadorias
que influem na forma de acondicionamento (embalagem
e armazenagem) e na escolha dos modais e
equipamentos empregados no seu transporte e na sua
movimentação.
Classificação das cargas:
Carga geral
Carga unitizada
Carga a granel
Classificação das Cargas:
1. Carga geral: Conhecida como carga solta, composta por
itens avulsos, dotados ou não de embalagem, que são
embarcados separadamente.
Exemplos: embrulhos, pacotes, fardos, sacos, caixas,
tambores, peças, bobinas, toras de madeira, placas de
granito.
2. Carga Unitizada: Formada pelo agrupamento de itens
individuais, que permitem o embarque de grandes
quantidades de mercadoria simultaneamente.
A unitização tem a finalidade de facilitar o manuseio, a
movimentação, a armazenagem e o transporte da
mercadoria.
Sempre que possível, a carga geral deve ser unitizada
para que o número de operações em sua carga e descarga
sejam otimizados, tornando o processo mais rápido e
mais barato.
Vantagens da Unitização:
Diminuição das avarias e dos roubos de mercadorias.
Incentivo à aplicação do sistema porta a porta - door to
door.
Melhoria no tempo de operação de embarque e
desembarque.
Padronização internacional dos recipientes de
unitização.
Redução do número de volumes a manipular.
Redução dos custos de embarque e desembarque.
Redução de custo com embalagens.
Formas Comuns da Unitização:
a) Pré lingado: rede especial, ou
cinta, adequada para permitir o
içamento de mercadorias
ensacadas, empacotadas ou
acondicionadas em outras formas.
b) Contêiner: construído em aço,
alumínio ou fibra suficientemente
forte para resistir ao uso repetitivo.
Possui identificações com
informações pertinentes à carga, ao
proprietário, entre outras.
Carga pré lingada - Fonte:
c429.4shared.com
Contêiner - Fonte: mbscargo.com.br
c) Paletes: estrado plano construído em
madeira, alumínio, aço ou outro
material resistente que permite a
movimentação de cargas com o uso
de empilhadeiras por locais de
armazenagem.
d) Caixas de Papelão: as caixas de
papelão são, indiscutivelmente, uma
das soluções em embalagens mais
dinâmicas no mercado, oferecendo
muitos benefícios ao seu consumidor.
Caixa de papelão - Fonte: nefab.com.br.
e) Caixa de Madeira: caixas
recomendadas para produtos
pesados que necessitem de proteção
para o transporte, o armazenamento
ou a exportação.
f) Caixas de Metal: conhecidas como
rack metálico, podem ser usadas na
indústria alimentícia ou para
armazenagem em geral.
g) Reboques em vagão plataforma – TOFC (trailer on
flat car): equipamento multimodal que traz vantagens
na integração dos modais ferroviário e rodoviário com o
porto.
h) Embalagens que vão diretamente a bordo do navio –
LASH - Lighter Aboard Ship - os veículos e os racks de
grande porte.
Lighter Aboard Ship – Fonte: cargoedicoes.pt
Navio graneleiro de cereais
Fonte: oceanica.ufrj.br
3. Carga a Granel: Carga transportada em grandes
quantidades, medida em massa ou volume (metros cúbicos,
toneladas, litros). Em geral, é composta por mercadorias
sem embalagem individual, constituindo o veículo o
elemento de contenção.
Podem ser granéis sólidos, minerais ou agrícolas, como
grãos e minérios; granéis líquidos, minerais ou vegetais,
como derivados claros e escuros de petróleo e óleos
vegetais; e granéis gasosos, que podem ser de alta ou baixa
pressão, como o GLP e o cloro.
Cuidados com a Carga a Granel
Ângulo de repouso: os navios que transportam cereais
consideram que eles se movimentam durante o transporte, e
para que fiquem estáveis precisam ser acomodados em
ângulos de repouso.
Ângulos de repouso de cereais a granel em um navio:
Cereais Peso
(Ton/m³)
Ângulo de
Repouso
Cevada 0,645 46
Milho 0,710 21
Linhaça 0,645 21
Aveia 0,516 21
Arroz 0,773 20
Centeio 0,750 32
Açafrão 0,530 28
Sorgo 0,735 31
Soja 0,722 22
Trigo 0,800 23
• Proteção contra intempéries: os navios graneleiros
são dotados de duplo fundo, anteparas de colisão (AR e
AV) e tampa da escotilha, a fim de se protegerem contra
intempéries.
• Granulometria: é a especificação do diâmetro de
qualquer material transformado em grãos
(granulometria do café; granulometria da farinha).
Carga a granel individualizada – Break Bulk: Carga que
vem se tornando usual no transporte marítimo. É composta
por produtos que são transportados a granel, mas cujos
elementos apresentam individualmente volume expressivo,
como bobinas de papel e de aço, produtos siderúrgicos em
barras longas, tubos metálicos, toras de madeira, carros, etc.
Esse tipo de carga também é chamado de neo granel.
• Natureza da carga:
Diz respeito às características físicas e químicas das
mercadorias que influenciam na definição da forma de
acondicionamento (embalagem e armazenagem), e na
escolha dos modais de transportes e equipamentos
empregados na sua movimentação.
Perecíveis.
Cargas Frigoríficas.
Frágeis.
Volumosas.
Pesadas.
Perigosas.
Carga Perigosa
Segundo a ANTAQ, com base no IMDG CODE, cargas
perigosas são aquelas formadas por “qualquer substância
que em condições normais tenha alguma instabilidade
inerente, que sozinha ou combinada com outras cargas,
possa causar incêndio, explosão, corrosão de outros
materiais, ou ainda, que seja suficientemente tóxica para
ameaçar a vida ou a saúde pública se não for
adequadamente controlada”.
O IMDG CODE classifica as cargas perigosas da seguinte forma:
Classe 1 Explosivos em geral.
Classe 2 Gases comprimidos, liquefeitos ou dissolvidos sob
pressão.
Classe 3 Líquidos inflamáveis.
Classe 4 Sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas à
combustão espontânea e substâncias que em
contato com a água emitem gases inflamáveis.
Classe 5 Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos.
Classe 6 Substâncias venenosas (tóxicas) e substâncias
infectantes.
Classe 7 Materiais radioativos.
Classe 8 Substâncias corrosivas.
Classe 9 Substâncias perigosas diversas.
Em geral, os portos brasileiros operam com as seguintes
cargas perigosas:
• Na importação – Produtos Químicos: Sodas, xilenos,
toluenos, ácidos.
• Na exportação – Produtos Químicos: Óleos vegetais e
álcool.
• Na importação e exportação – Derivados de Petróleo:
Gasolina, diesel, óleo combustível, óleo Bunker, GLP.
Sinalização Internacional de Transporte de cargas Perigosas
Pela legislação nacional, é proibida a armazenagem de:
• Explosivos em geral (classe 1)
• Gases inflamáveis (classe 2.1)
• Gases venenosos (classe 2.3)
• Perclorato de amônia (classe 5.1)
• Mercadorias perigosas acondicionadas em contêineres
refrigerados (classe 5.2)
• Chumbo Tetraetila (classe 6.1)
• Substâncias tóxicas infectantes (classe 6.2)
• Radioativos (classe 7)
• Poliestireno expansível (classe 9)
Ao chegar ao porto para carga ou descarga, o armador ou
seu preposto deve apresentar a Declaração de Mercadoria
Perigosa, que deve conter:
Nome Técnico do Produto.
Número da ONU.
Ponto de Fulgor.
Grupo de Embalagem.
Quantidade de Embalagem.
Declaração se o produto é considera um poluente
marinho.
Ficha de Emergência escrita em português.
A armazenagem de mercadorias que estão em trânsito pelo porto,
deve obedecer aos mesmos critérios utilizados para a estocagem
de produtos nos almoxarifados:
• Combustibilidade
• Intoxicação
• Volatilização
• Forma
• Oxidação
• Volume
• Explosividade
• Fragilidade
• Peso
• Corrosão
• Inflamabilidade
• Radiação
Nesta fase, fizemos uma introdução às cargas portuárias,
vimos os tipos de cargas e suas características, a
classificação das cargas, entre outros temas referentes às
características das cargas ,como a unitização, as cargas
perigosas e critérios de estocagem das cargas nos portos.
Sempre que possível, a carga geral deve ser unitizada para
que o número de operações em sua carga e descarga
sejam otimizados, tornando o processo mais rápido e mais
barato.
Resumo Final
Planejamento de Operação
Portuária de Carga Geral
Tópicos a serem abordados:
Movimentação de Cargas Portuárias.
Equipamentos para Movimentação de Carga Portuária.
Planejamento da Operação de Carga Geral.
Macroprocesso de Carregamento de um Navio.
Macroprocesso de Descarregamento de um Navio.
Movimentação de Cargas Portuárias
Em um porto, existem diversos tipos de cargas que
possuem diferentes características ,as quais exigem
determinadas formas de movimentação, conforme as
seguintes situações:
• Cargas que estão sendo desembarcadas de um navio e
serão diretamente embarcadas em outro modal de
transporte.
• Cargas que estão sendo desembarcadas de um navio e
serão armazenadas em local apropriado para aguardar
liberação e posterior transporte.
• Cargas que estão chegando ao local de armazenagem em
um modal complementar, para serem despachadas por um
navio para outro porto (cabotagem) ou para o exterior.
• Cargas que estão chegando em um navio para serem
transbordadas para outro navio.
Para realizar as movimentações, é necessário utilizar-
se de mão de obra especializada (fornecida pelo OGMO
– Órgão Gestor de Mão de Obra, ou pelo arrendador do
terminal particular) e de uma série de equipamentos
que compõem a estrutura portuária.
Fonte: Confederação Nacional do Transporte
Equipamentos para Movimentação de Cargas Portuárias
1. Guindastes
Equipamentos utilizados para movimentação de cargas
geralmente unitizadas apresentam contrapeso e capacidade
de carga SWL (distância x centro de carga) limitada ao
momento do transporte.
São classificados em:
• Guindaste de lança – Jib crane.
• Guindaste de multipropósitos (multipurpose crane).
• Guindastes móveis sobre pneus (mobile habour gantry
crane).
• Guindaste de pórtico - PGC (Portal GantryCraneou) ou
STS (Ship to Shore).
• RTGC (Rubber Tyre Gantry Crane).
• RMG (Rail Mounted Gantry Crane).
Existem muitas configurações para o guindaste de lança,
pois eles podem ser instalados em veículos (caminhões,
navios, trens) e em torres, e podem ser afixados no solo,
em plataformas de concreto, que ofereçam sustentação e
possibilitem os seus movimentos. Podem possuir motor
elétrico ou diesel.
Guindaste de lança – Jib Crane
Guindaste Jib Crane montado sobre torre e sobre base fixa
Fonte: detrolhaaengenheiro. wordpress.com e blogdoguindaste.com.br.
Guindaste de Multipropósitos (Multipurpose Crane)
Guindastes multipropósito instalados no navio "Maya Princess" e guindastes multipropósito
terrestres operando em uma balsa oceânica.Fonte: shipssantos.blogspot.com e
superpesa.com.br.
São equipamentos utilizados para movimentação de
cargas geralmente unitizadas. Apresentam contrapeso e
capacidade de carga (SWL) limitada ao momento do
transporte ( distância x centro de carga ).
Equipamentos utilizados para diversas operações de
carga e descarga. Possuem grande mobilidade e
capacidade.
Guindastes Móveis sobre Pneus (Mobile Habour Gantry Crane)
Guindaste MHGC - Fonte: portuaria.com.br
Conhecidos como portêiner, são guindastes de estrutura
de pórtico utilizados para movimentação de contêineres do
navio para o porto e vice-versa. Apresentam sistema de
travessão para movimentar cargas e efetuam translação
sobre trilhos.
Guindaste de Pórtico - PGC (Portal GantryCraneou) ou
STS (Ship to Shore)
Portêineres sobre trilhos - Fonte:
inventaproducoes.com.br.
Guindastes de estrutura de pórtico utilizados para
movimentação de contêineres (transtêiner) em pátios.
Apresentam sistema de travessão para movimentar cargas e
efetuam translação sobre pneus.
RTGC (Rubber Tyre Gantry Crane)
Guindaste para contentor sobre pneus
Fonte: portuguese.alibaba.com
Guindastes de estrutura de pórtico utilizados
preferencialmente para movimentação de contêineres
(transtêiner sobre trilhos) em pátios. Apresentam sistema
de travessão para movimentar cargas e efetuam translação
sobre trilhos.
RMG (Rail Mounted Gantry Crane)
2. Empilhadeiras:
Veículos auto propulsores projetados para levantar,
transportar e posicionar diversos tipos de materiais.
Motores a combustão (GLP) e elétricos.
Empilhadeira de pequeno porte (Forklift Truck)
Usada para carregar e descarregar mercadorias
em paletes. Capacidade de levantar cargas de 1.000 kg a
16.000 kg. de 2 metros até 14 metros de altura.
Capaz de elevar contêineres de 42 toneladas e empilhá-los
até 5 níveis de altura. É utilizada para movimentação e
organização no pátio de armazenagem do porto.
Empilhadeira de Grande Porte (Reach Stacker)
Empilhadeira de grande porte – Fonte: www.konecranes.com
3. Equipamento de transferência (Quay Transfer
Equipment):
Utilizados para embarque e desembarque em navios de
produtos que possuem características físicas que impedem
ou tornam a operação muito cara ou arriscada se não ela for
efetuada desta forma. Exemplo: Petróleo, gás, minérios e
cereais.
Transferência de granéis – Fonte: tgg.com.br
Terminal de transferência de petróleo.
Fonte: revistaambientelegal.com.br Transferência de gás – Fonte: sulzer.com
4. Trator para movimentação de contêiner (Terminal
Container Tractor):
Equipamento especializado para movimentação de
carretas tipo MAFI ou Tipo Container Trailer, entre o
navio/costado/pátio.
Caminhão trator para movimentação de cargas no porto – Fonte: logismarket.ind.br -
Tratores terminais – Fonte: mies.com.br
5. Equipamentos de costado (Shore Equipment ou
Quayside equipment):
Todos os equipamentos de terra e de cais utilizados para
movimentação, carga e descarga em um porto.
6. Equipamentos de amarração e içamento:
São dezenas de itens que auxiliam nas operações
realizadas com os equipamentos de movimentação de
cargas: cordas, cabos de aço, cintas, correntes e
acessórios (manilhas, grampos, ganchos, etc.).
Equipamentos de amarração e içamento – Fonte: dassis.com.br e
inovacomercial.com.br
Planejamento da Operação de Carga Geral
O planejamento da operação portuária deve ser dividido em
duas atividades distintas:
1. Operações de Embarque de Mercadorias:
Fonte: transcopa.com.br
• Desembarque de mercadorias dos
modais complementares.
• Armazenagem em locais apropriados
para aguardar a carga no navio.
• Liberação perante a Receita Federal
e Autoridade Portuária.
• Embarque da mercadoria
propriamente dito.
2. Operações de Desembarque de Mercadorias:
• Desembarque de mercadorias dos navios.
• Armazenagem em locais apropriados para aguardar a
liberação perante a Receita Federal e Autoridade
Portuária.
• Embarque da mercadoria no modal que irá levá-la até o
próximo destino ou destino final.
Fonte: comexblog.com.br
3. Operações Complementares:
Desenvolvidas para permitir o controle sobre a
movimentação das mercadorias.
Identificação da mercadoria.
Reconhecimento de avarias.
Despacho Aduaneiro.
Sistemas de Informação.
O planejamento de operações tem como objetivo principal
tornar o porto eficiente, permitindo a mínima permanência
para a atracação do navio no porto, operação de carga e
descarga e liberação do navio.
Indicadores de resultado para medir a eficiência
portuária:
• Avaliação da infraestrutura portuária.
• Grau de segurança em que ocorrem as operações.
• Taxa de carregamento e descarregamento.
Considerações:
• Tipos de cargas.
• Tipo de embarcação e tamanho.
• Disponibilidade e tamanho da equipe de estivadores.
• Grau de mecanização e métodos de manipulação de
cargas.
Silva (2010) propõe que se considere uma subdivisão para
as operações portuárias em dois ciclos operacionais:
1) Ciclo da carga no embarque de mercadorias
Refere-se ao processo todo que ocorre com a carga, desde
sua entrada no porto e transferência do modal para o
terminal, até o processo de expedição para o transporte no
navio.
Etapas do ciclo operacional de carga no embarque de
mercadorias:
• Armazenagem.
•Transferências verticais que consiste nas operações de
manuseio de carga entre o navio e o cais, incluindo as
operações de bordo, a estivagem/desestivagem e o
transbordo (carga/descarga) ou horizontais consistem nas
operações de movimentação da carga na faixa do cais e no
transporte entre a faixa do cais e a área de
estocagem/armazenagem.
• Expedição ou recepção para o transporte externo.
Macro Fluxograma:
Armazém
Pré-embarque
Retro área
Embarcações
Porto
Saída de carga do porto
Descarregamento
Carregamento
Entrada de carga no porto
Fluxograma de entrada de mercadorias em um porto para embarque
Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Balou 2010
Os ciclos da movimentação de carga no porto
Fonte: GOES FILHO (2008)
2) Ciclo do Veículo:
Acontece basicamente “dentro‟ do navio. O ciclo tem início
no momento da recepção da carga do transporte terrestre
para o navio e termina no momento onde o navio recebe a
autorização para sair da área do porto.
Goes Filho (2008) salienta que a operação portuária
normalmente busca privilegiar a carga/descarga do navio
no menor tempo possível, de contrário, haverá acúmulo
indevido de cargas, ou no navio, ou no armazém. Os
equipamentos utilizados nos dois ciclos têm que ser
compatíveis entre si, de maneira que haja equivalência
entre a movimentação.
Um bom planejamento, a fim de que todas as operações
sejam muito bem coordenadas, é o que torna uma
operação portuária eficaz.
Macroprocesso de Carregamento de um Navio
• A carga portuária é direcionada do armazém da empresa
ou de um Porto Seco ao Porto, por meio do modal de
transporte complementar escolhido (trem, caminhões).
• Após ser admitida pela portaria, a mercadoria é
direcionada para a área de pré-embarque, onde são
realizadas as seguintes atividades:
Registros e controles necessários (sem
movimentação de carga): quando a carga for
destinada diretamente para a área de embarque em
um dos berços do porto e a mercadoria será
descarregada na retro área.
Descarga da mercadoria e armazenagem: realizada
quando for necessário aguardar o carregamento
(diversos motivos). As cargas ficam estocadas nesta
área até que se iniciem as operações portuárias
relativas ao carregamento e direcionamento até sua
respectiva embarcação.
Quando a mercadoria fica armazenada na área de pré-
embarque, é necessário utilizar diversos equipamentos
para a descarga do modal complementar, e para o
armazenamento adequado da mercadoria de acordo com
suas características.
É nesta etapa de pré-embarque que os diversos recursos e
capacidade do Porto se tornam extremamente relevantes.
Carretas vazias se direcionam à área de pré-embarque, e
com o auxílio de operadores e empilhadeiras, é realizado a
operação de carregamento da carreta com destino ao
berço correspondente para o carregamento da
embarcação.
Com a chegada da carreta no píer mais uma vez realiza-se
a operação de carregamento, desta vez da embarcação, a
partir da descarga da carreta relacionada. Nesta etapa
outros recursos são utilizados, como os guindastes.
Além de todos os processos relacionados à entrada do
navio no Porto, a movimentação de mercadorias na
descarga de um navio deve ser planejada com o objetivo
de tornar a operação a mais eficiente possível.
Normalmente, as operações envolvem serviços com
equipamentos de bordo especializados, transporte local
rodoviário, empilhadeiras e armazenamento coberto, ou
ainda em pátio. Outras vezes, as operações são feitas
diretamente no costado do navio, dispensando-se os
serviços de movimentação interna nas dependências do
Porto, seguindo-se assim, as cargas diretamente do navio
aos armazéns privados na retro-área, ou vice-versa.
Os operadores dos terminais devem assegurar-se de só
aceitarem navios que possam atracar com segurança em
suas instalações, levando em consideração questões
como:
Profundidade da água junto ao cais.
Tamanho máximo do navio.
Dispositivos de amarração.
Defensas.
Acesso seguro.
Obstáculos às operações de carregamento/
descarregamento.
É importante que sejam fornecidas ao navio informações
sobre o terminal, de modo que o descarregamento possa
ser planejado. Da mesma forma, o terminal precisará de
informações sobre o navio, para permitir que sejam feitos
preparativos para descarregá-lo.
É importante que as informações sejam trocadas com
uma antecedência suficiente para permitir que os
preparativos sejam feitos.
Os dispositivos de comunicação entre o navio e o terminal
devem ser capazes de responder às solicitações de
informações sobre o processo de descarregamento e de
atender prontamente caso o Comandante determine que
o descarregamento seja interrompido.
Nesta fase, falamos da movimentação de Cargas
Portuárias, conhecemos os equipamentos de
movimentação de cargas, estudamos o planejamento da
operação de carga geral e vimos também o macroprocesso
de carregamento e de um descarregamento de um navio.
Um bom planejamento, a fim de que todas as operações
sejam muito bem coordenadas, é o que torna uma
operação portuária eficaz.
Resumo Final
Aspectos da Movimentação
de Cargas
Tópicos a serem abordados:
Principais documentos de uma operação de carga
geral em um porto.
Preparação da movimentação de cargas no porto.
Considerações do plano de movimentação de cargas.
Riscos envolvidos no levantamento de cargas.
Medidas preventivas nas operações de levantamento
de cargas.
Principais documentos de uma operação de carga geral
em um porto:
Comprovação da qualificação profissional – a mão
de obra utilizada na movimentação de carga no
ambiente portuário é fornecida pelo OGMO e deve ser
capacitada. Os colaboradores são conhecidos como
Mates e precisam comprovar as qualificações que
possuem, desta forma, a documentação dos mates
precisa estar à disposição para verificação. A formação
deve destinar-se a proporcionar familiaridade com os
riscos em geral relativos ao carregamento,
descarregamento e transporte de cargas e aos efeitos
adversos que operações inadequadas com a carga
possam exercer sobre a segurança do navio.
Os operadores do terminal devem assegurar que o pessoal
envolvido nas operações de carregamento e
descarregamento tenha o devido descanso, para evitar
cansaço
Certificação regulamentar - adequada e válida. É
recomendado que o período de validade dos
certificados do navio seja suficiente para que eles
continuem válidos durante os tempos de carregamento,
viagem e descarregamento, mais uma reserva para
compensar atrasos na atracação, mau tempo ou ambos.
Plano de embarque ou desembarque - deve
proporcionar a maior segurança possível aos
trabalhadores, ao navio e à carga. Esse plano é
fornecido pelo planejador de navio (Ship Planner), que
o desenvolve de acordo com as características dos
navios, dos porto, dos terminais portuários, dos serviços
de rotas de navegação.
Declaração de Ocorrências (Statement of Facts) –
indica as possíveis avarias e faz observações sobre
ocorrências durante a viagem.
Conhecimento de Embarque (Bill of Lading – BL) -
Compõe o Manifesto de Carga. Emitido pelo Armador
ou por seu Agente. É um contrato de transporte entre o
transportador e o embarcador, um recibo de entrega da
mercadoria, e um título de crédito, o que significa que é
o documento de resgate / liberação da mercadoria no
destino final. Pode, também, ser transferido a terceiros
mediante endosso.
• Embarcador.
• Consignatário.
• Notificado.
•Tipo da carga.
• Quantidade.
• Peso bruto.
• Volume.
• Número de container.
• Lacre.
• Declaração de embarque a
bordo.
• Tipo de frete.
• Valor do frete.
No Conhecimento de Embarque, são informados:
Preparação da movimentação de cargas no porto
O planejamento de movimentação de cargas, em geral,
trata dos equipamentos envolvidos, suas operações e
disponibilidades, das características físicas das cargas
e das formas como elas são acondicionadas, aspectos
os quais definem as estratégias de transporte.
O plano de movimentação de carga é elaborado por
um profissional com conhecimento na área de
movimentação de cargas.
O plano de movimentação de carga deve indicar os
principais riscos existentes para a realização do
trabalho do transporte.
Considerações do Plano de Movimentação de Cargas
Toda a atividade deve ser planejada. O planejamento deve
contemplar não só a própria atividade do transporte, como
também o ambiente onde essa atividade se desenvolverá.
A carga a ser transportada deve ser observada como um
todo, avaliando-se:
Pesos e Dimensões.
Centro de gravidade do conjunto.
Centro de gravidade do componente de maior peso.
Utilização de lingadas (amarrado de mercadorias
correspondentes à porção a ser içada por guindaste ou pau-
de-carga) com coeficiente de segurança maior ou igual a 5.
Existência de protuberâncias, extremidades e ressaltos,
que podem ser pontos de contato com objetos durante o
transporte.
Existência de pontos de pega ou de amarração das
lingadas.
Inspeção de todo o material empregado na atividade,
cabos e todos seus acessórios.
Possibilidade de modularizar o transporte.
Inspeção de todos os pontos, suas conexões e soldas.
Aspectos Pertinentes ao Meio de Transporte
Definição do meio de transporte, assegurando-se que
haja uma folga mínima entre a sua capacidade e o peso
da carga superior a 3.
Verificação de todos os componentes do meio de
transporte.
Avaliação do percurso, com verificação de:
– Possíveis pontos de contato.
– Restrição quanto à largura.
– Irregularidades do piso.
– Proximidade de linhas elétricas.
– Movimentação de pessoal sob a carga.
– Proximidade da movimentação de outras cargas.
– Obstruções a serem ultrapassadas.
– Existência de aclives ou declives.
– Local onde a carga será depositada.
– Existência de guias ou de pontos de conexão com
outros elementos.
– Possibilidade de a carga ser deixada sobre calços
caso haja ventos com velocidade superior a 15
km/h.
– Possibilidade de o equipamento de transporte ficar
parado por razões técnicas, sem que haja o estorvo
na circulação dos demais veículos.
Cargas de grandes dimensões ou pesos deve ser
supervisionada por apenas um responsável, a quem
todos devem se reportar.
Todos os envolvidos na operação são importantes e
necessários, portanto deve haver um meio seguro de
comunicação entre eles.
Responsabilidade Sobre a Atividade de
Movimentação de Cargas
O levantamento de cargas pode causar acidentes devido à
ocorrência das seguintes falhas:
Desconhecimento ou subavaliação das cargas.
Deficiência ou falha mecânica do equipamento de
levantamento de carga.
Sub dimensionamento dos acessórios de levantamento
(manilhas, cabos, roldanas, olhais, cintas metálicas ou
sintéticas etc.).
Preparação inadequada da operação (por exemplo, o
não nivelamento do terreno no trajeto do guindaste).
Riscos Envolvidos no Levantamento de Cargas
Execução em condições ambientais adversas (à noite,
sob vento forte, etc.).
Falha humana.
Nas operações de levantamento de cargas, os seguintes
pontos devem ser observados:
Conformidade da locação e configuração dos
guindastes e especificação dos acessórios,
posicionamento das cargas, estaqueamentos e
demais variáveis, com relação ao plano do rigger
(manuseio de cargas).
Verificação prévia dos equipamentos utilizados no
levantamento, dispensando-se especial atenção aos
mecanismos de direção, içamento, freios e cabos de
tração.
Medidas Preventivas nas Operações de Levantamento
de Cargas
Verificação prévia dos equipamentos utilizados no
levantamento, dispensando-se especial atenção aos
mecanismos de direção, içamento, freios e cabos de
tração.
Verificação das condições do terreno e da necessidade
de mats (dormentes).
Verificação das condições ambientais e da sua
adequação às operações programadas.
Condução da operação de levantamento por um
supervisor de rigger qualificado.
Verificação de possíveis interferências com as cargas ou
com a lança do guindaste, especialmente com redes
elétricas aéreas.
Verificação da habilitação e autorização dos operadores
de guindaste.
Sinalização e isolamento da área da operação com
cordas, não sendo permitida a passagem de pessoas
sob cargas suspensas.
Verificação do bom estado dos estropos (cabo para
içamento), devendo ser substituídos quando
apresentarem mais de 10% de fios partidos em um
mesmo trecho.
Emprego das manilhas, dos olhais e de outros
acessórios em conformidade com o projeto, sendo
vedado o seu uso quando apresentarem deformações e
trincas visíveis.
Sinalização de toda espia (cabo que liga o navio ao cais)
com bandeirolas. No caso de travessia em vias de
tráfego obrigatório, deverão ser sinalizadas por meio de
luzes, evitando-se interferência com outros veículos e
guindastes.
Proibição da subida de pessoas sobre a carga içada.
Restrição à execução de levantamento de cargas sob
condições de chuva e de vento forte e durante a noite.
Neste caso, o levantamento não deve ser realizado.
Disposição das tabelas de capacidade de seus
equipamentos pelos operadores de guindaste.
Perfeito conhecimento do código de sinais pela equipe
de rigger e pelos operadores de guindastes.
Uso de EPI
Nas operações de levantamento de carga, a equipe de
campo envolvida deverá utilizar o EPI (Equipamento de
Proteção Individual) obrigatório:
Uniforme padronizado, bota de segurança, óculos de
segurança, capacete de segurança.
Luvas de couro (para manuseio de estropos de aço).
Rádio portátil.
Cintos de segurança (para trabalho em altura).
Nesta fase, falamos dos aspectos na movimentação de
cargas, que abrangeu, os principais documentos de uma
operação de carga geral em um porto, a preparação da
movimentação de cargas no porto, as considerações do
plano de movimentação de cargas, os riscos envolvidos no
levantamento de cargas e as medidas preventivas nas
operações de levantamento de cargas.
Toda a atividade de movimentação de carga deve ser bem
planejada. O planejamento deve contemplar não só a
própria atividade do transporte, como também o ambiente
onde essa atividade se desenvolverá.
Resumo Final
Projeto de Pesquisa e Draft Survey
nas Operações Portuárias
Tópico a ser abordado:
Importância do Projeto de Pesquisa nas Operações
Portuárias.
Estudo de Caso.
Importância do Draft Survey nas Operações Portuárias.
Cálculo do Draft Survey.
Importância do Projeto de Pesquisa para Melhoria das
Operações Portuárias
Objetivo do projeto de pesquisa sobre as operações
portuárias:
Entender o funcionamento dessas operações e oferecer
soluções de melhorias aos processos.
Entender como estão sendo realizados os
investimentos em infraestrutura, tecnologias de controle
e gestão de operações.
Comparar resultados com operações portuárias que
acontecem em portos mais evoluídos – Benchmarking.
Disponibilizar resultados para serem utilizados pelos
órgãos de gestão portuária.
Todos os portos possuem características próprias e isso os
torna únicos em relação à execução de seus processos. Os
projetos específicos de cada atividade desenvolvida em um
porto, tratam exclusivamente da melhoria de processos que
existem naquele porto, e raramente servem para serem
utilizados da forma como foram concebidos em outros
portos.
Estudo de Caso
Uma boa alternativa para fazer um projeto de pesquisa
é realizar um estudo de caso sobre o processo de
trabalho que necessita de melhoras e aperfeiçoamento.
Um estudo de caso deve relatar rigorosamente os fatos
observados, precisar as declarações obtidas e
documentadas e analisar os problemas encontrados.
O relatório de um estudo de caso tem a seguinte sequência:
Introdução - define o problema a ser examinado e
explica os parâmetros ou as limitações da situação.
Visão Geral / Análise - o caso deve ser rico em aspectos
contextuais (cenários, personalidades, culturas, urgência
das questões etc.).
Relato de situação: descreve as ações e os locais onde
os eventos estudados ocorrem e identifica claramente
todos os participantes e:
• Inclui declarações dos participantes e suas relações
com o caso estudado.
• Deixa claro o período temporal e a cronologia do caso
estudado.
Problemas de caso: um estudo de caso não deve
apresentar mais do que um ou dois problemas que
requerem solução, para evitar que existam implicações
adicionais que dificultem a solução dos problemas
identificados, de modo que:
• As análises devem ter foco em uma questão
específica.
• As análises devem ser apresentadas de forma clara.
Sugestão de melhoria: descreve as melhorias que
serão implementadas, seu custo, seu modo de
realização e os benefícios que serão obtidos com elas.
Fatores críticos de sucesso: devem ser abordados os
principais fatores positivos e negativos que podem
impactar na implantação e até mesmo na elaboração
prévia do projeto (cultura da empresa, existência ou não
do orçamento necessário, dificuldade de aceitação do
projeto pelo público-alvo).
Importância do Draft Survey nas Operações Portuárias
Draft Survey são cálculos hidrostáticos para determinação
do peso de carga embarcada ou desembarcada em um
navio, por meio da diferença entre os deslocamentos final e
inicial.
A medição de calado é essencial na movimentação de
cargas em um porto, para que as autoridades portuárias,
responsáveis pela segurança da operação dos navios,
possam controlar o seu acesso aos portos, canais e barras
de acordo com as marés.
A marca de carga estabelecida (marca de calado) no casco
do navio, determina a linha de água segura para cada carga
e a densidade esperada da água.
O conhecimento do calado do navio em cada condição de
carga e de densidade da água (em função
da salinidade e temperatura), é fundamental para
determinar a sua navegabilidade nos portos.
Marcas de calado no casco de um navio – Fonte
pt.wikipedia.org/wiki/calado
Existem diversas formas de calado:
Calado a meia nau: distância vertical entre a superfície
da água e a parte mais baixa do navio, medida na
secção a meia nau, isto é, a meio comprimento entre as
perpendiculares dos pontos extremos da proa e popa.
Calado máximo: distância vertical entre a superfície da
água e a parte mais baixa da quilha do navio, medida
quando este estiver na condição de deslocamento em
plena carga (ou deslocamento máximo).
Calado médio: média aritmética dos calados medidos
sobre as perpendiculares à frente e a ré.
Calado
Calado mínimo: distância vertical entre a superfície da
água e a parte mais baixa da quilha do navio medida
quando este estiver na condição de deslocamento
mínimo.
Calado moldado: distância vertical entre a superfície
da água e a linha da base moldada do casco. É
utilizado no cálculo dos deslocamentos e para a
determinação das curvas hidrostáticas da embarcação.
Calado normal: distância vertical entre a superfície da
água e a parte mais baixa da quilha de uma
embarcação, quando ela está com o seu deslocamento
normal.
Cálculo de Draft Survey:
O método tradicional para determinar o real deslocamento
de um navio é feito pelo uso de marcas de calado.
Um navio mercante tem normalmente, seis conjuntos de
marcas de calado, colocados à frente, a meia-nau e à ré,
tanto a estibordo como a bombordo.
Estes conjuntos permitem determinar o deslocamento de
um navio com uma precisão de 0,5%.
O primeiro passo é calcular a média dos vários calados e
obter o valor do calado médio.
O segundo passo é introduzir o valor do calado médio na
tabela de curvas hidrostáticas do navio, obtendo-se o
deslocamento correspondente.
Com o cálculo de draft survey, o que queremos saber é a
diferença de peso na chegada do navio (deslocamento) e o
peso na saída do navio (deslocamento também).
Temos o seguinte exemplo, a grosso modo:
Na chegada do navio:
• Deslocamento 20.000 ton
• Carga: 0
• Lastro***: 6.000 ton
• Outros Pesos: 1.000 ton
*** água que é posta nos porões para dar peso e equilíbrio
ao navio, quando está sem carga, afim de manter a
estabilidade.
Na saída do Navio:
• Deslocamento: 50.000 ton
• Carga: ???
• Lastro: 500 ton
• Outros Pesos: 1.000 ton
A diferença de deslocamento é 30.000 ton. Foram
removidas 5.500 ton de lastro e foi carregada alguma
carga no porto.
Por este cálculo simples sabemos que a quantidade de
carga carregada no porto é de 35.500 ton.
Após este cálculo simples são feitas as correções,
levando em consideração vários outros aspectos.
Existem várias medidas de deslocamento correspondentes
aos vários estados de carga do navio:
Deslocamento leve: também chamado de
deslocamento mínimo, corresponde à massa total do
navio, excluindo a carga, o combustível, o lastro e a
tripulação, mas com água nas caldeiras suficiente para
manter a pressão.
Deslocamento carregado: também chamado de
deslocamento em plena carga ou deslocamento
máximo, é definido como o deslocamento de uma
embarcação quando flutua com o máximo calado
estabelecido. É equivalente ao deslocamento leve
acrescido da massa total da capacidade máxima de
transporte de um navio em termos de carga,
passageiros, combustível, água, consumíveis, tripulação e
todos os restantes itens necessários para uma viagem.
Deslocamento padrão: o deslocamento padrão ou
deslocamento standard é uma medida estabelecida
pelo Tratado Naval de Washington de 1922, só sendo
aplicado aos navios de guerra.
Deslocamento normal: corresponde ao deslocamento
carregado, mas sem a massa correspondente a 2/3 das
dotações de combustível e da água de reserva das
caldeiras.
Resumo Final
Nesta fase, estudamos a importância do projeto de pesquisa
nas operações portuárias, vimos o estudo de caso, a
importância do Draft Survey nas operações portuárias e
soubemos como se efetua o cálculo do Draft Survey.
Todos os portos possuem características próprias e isso os
torna únicos em relação à execução de seus processos.
A medição de calado é essencial na movimentação de
cargas em um porto, para que as autoridades portuárias,
responsáveis pela segurança da operação dos navios,
possam controlar o seu acesso aos portos, canais e barras
de acordo com as marés.
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