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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR BLAURO CARDOSO DE MATTOS – FASERRA
JOSINETE CASTELLO RAIMUNDO SILVA THEANDRA DA SILVA BOONE
GESTÃO FINANCEIRA DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR: ESTUDO DE CASO DA SEGUNDA IGREJA BATISTA
DE SERRA DOURADA I
SERRA – ES 2015
JOSINETE CASTELLO RAIMUNDO SILVA THEANDRA DA SILVA BOONE
GESTÃO FINANCEIRA DAS ENTIDADES DO TERCEIRO
SETOR: ESTUDO DE CASO DA SEGUNDA IGREJA BATISTA DE SERRA DOURADA I
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Jakson Costa Laranja
SERRA – ES 2015
JOSINETE CASTELLO RAIMUNDO SILVA THEANDRA DA SILVA BOONE
GESTÃO FINANCEIRA DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR: ESTUDO DE CASO DA SEGUNDA IGREJA BATISTA
DE SERRA DOURADA I
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovado em _____ de _______________ de 2015.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Prof.(a). Jakson Costa Laranja Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos
Orientador(a)
______________________________________________
Prof.(a). Angelo R. Fiorio Custodio Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos
Convidado(a)
______________________________________________
Prof.(a). Mônica Fernanda Porto Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos
Convidado(a)
Dedicamos este trabalho aos nossos esposos e filhos aos nossos amigos que tanto “nós ajudamos” a chegar até aqui.
AGRADECIMENTO
Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo das nossas vidas, е não somente nestes anos como universitárias, mas que em todos os momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer. Agradeço а todos os professores por nos proporcionar о conhecimento não apenas racional, mas а manifestação de caráter е afetividade da educação no processo de formação profissional, por tanto qυе se dedicaram, não somente por terem ensinado, mas por terem feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça аоs professores dedicados pelos quais sem nominar terão os nossos eternos agradecimentos. Aos nossos maridos e filhos, pelo amor, pelo incentivo e apoio incondicional.
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RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo de caso sob a gestão financeira de entidades do terceiro setor. A entidade objeto desse estudo foi à Segunda Igreja Batista em Serra Dourada, município de Serra ES. As entidades do terceiro setor, por não terem como princípio de seu trabalho o lucro, muitas vezes se descuidam de suas finanças e acabam tendo uma série de dificuldades para honrar com seus compromissos. A fim de procurar um entendimento para esta questão este trabalho objetivou analisar a gestão financeira da segunda igreja batista em serra dourada I. Para abordar este objetivo, foi realizado uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa utilizando uma entrevista semi estruturada. Ao término deste trabalho percebeu-se que a gestão financeira de uma entidade do terceiro setor não deve ser encarada de maneira amadora do que se encararia uma empresa do primeiro e segundo setores de cunho público ou privado, visto que embora não tenha por finalidade a obtenção de lucros, as entidades do terceiro setor, não podem abrir mão deste instrumento, haja vistas que somente com boa saúde financeira é possível sobreviver para que possa servir ao seu propósito.
Palavras-Chave: terceiro setor, gestão financeira, entidades.
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 8
2–REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 10
2.1 – PRIMEIRO E SEGUNDO SETOR E ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS ...... 10
2.2 – TERCEIRO SETOR .............................................................................................. 11
2.3 – CLASSIFICAÇÕES DAS ENTIDADES ................................................................. 15
2.4 – A CONSTITUIÇÃO FEDERAL EM RELAÇÃO AO TERCEIRO SETOR ............... 16
2.5- INSTRUMENTOS ULTILIZADOS PARA O PLANEJAMENTO FINANCEIRO ........ 18
2.6- COMPARAÇÕES DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS COM FINS
LUCRATIVOS E SEM FINS LUCRATIVOS ................................................................... 22
2.7 – ANALISE FINANCEIRA NO 3° SETOR ................................................................ 25
2.8- ANÁLISES, CONTROLES E INTERPRETAÇÕES FINANCEIRAS ........................ 26
3 – DESENVOLVIMENTO ................................................................................................ 29
3.1 - CARACTERIZAÇÃO DO ENTREVISTADO .......................................................... 29
3.2 - CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ............................................................ 29
3.3 - ASPECTOS RELATIVOS AOS BENEFICIADOS E INTERESSADOS DA
ORGANIZAÇÃO. ........................................................................................................... 30
3.4 - ASPECTOS RELATIVOS ÀS PRÁTICAS DE CONTABILIDADE E A
PRESTAÇÃO DE CONTAS DA ORGANIZAÇÃO.......................................................... 30
3.5 – ASPECTOS RELATIVOS AOS ARTEFATOS INTERNOS ................................... 31
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 33
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 36
APÊNDICE 1 ..................................................................................................................... 37
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1 – INTRODUÇÃO
O panorama no mundo moderno apresenta uma economia dinâmica, com constantes
mudanças e nesse cenário as informações obtidas através da contabilidade tradicional
não fornecem bases suficientes para a tomada de decisões relativas a todas as áreas da
organização, por demonstrarem dados globais relativos ao que já aconteceu. Estas
informações podem ser trabalhadas de modo a se tornarem ferramentas para a dinâmica
empresarial, possibilitando efetiva gestão de recursos. As ferramentas de gestão, permite
a empresa conhecer o volume de capital necessário para arcar com seus compromissos
do dia a dia, bem como disciplinar a alocação de recursos para suprimento de caixa, e/ou
investimentos.
O terceiro setor é constituído por organizações que tem por objetivo gerar serviços de
caráter público, não podendo estas entidades distribuir lucros e dividendos por se tratar
de entidades sem fins lucrativos, não governamentais. Fazem parte dessas organizações
do terceiro setor as organizações não governamentais, organizações da sociedade civil
de interesse público. Essas instituições possuem gerenciamento próprio, sem
interferência externas.
Diante deste contexto esse trabalho visa responder a seguinte questão: Qual a
percepção que os Gestores das entidades do terceiro setor possuem com relação a
importância das demonstrações contábeis e ferramentas financeiras para controle
da entidade?
Este trabalho se justifica por estudar o processo contábil e financeiro das entidades do
terceiro setor, por obter informações atualizadas, com projeções do futuro e ao mesmo
tempo de fácil compreensão, que lhes deem condições de melhorar o fluxo de
informações de forma dinâmica e lhes mostre as tendências (positivas ou negativas) de
seus relatórios gerenciais.
Gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos que permitem
analisar planejar e controlar as atividades financeiras da empresa.
O terceiro setor são associações e entidades sem fins lucrativos e não governamentais,
9
que tem por objetivo gerar serviço de caráter público.
A metodologia utilizada neste trabalho será analise financeira na organização do terceiro
setor com estudo de caso na segunda Igreja Batista de Serra Dourada, localizada no
bairro Serra Dourada I, no município da Serra-ES, tendo como material para análise um
questionário respondido com vários temas, dentre as quais podemos citar: características
da organização, aspectos relativos aos beneficiados e interessados da organização,
dentre outros, Aspectos relativos aos artefatos internos, questionário esse pelo Contador
responsável da entidade. Dessa forma teremos um resultado que possibilite o método de
gestão financeira, tendo como foco a área administrativa desta entidade.
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2–REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 – PRIMEIRO E SEGUNDO SETOR E ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS
Iniciado no país por meio da filantropia cristã desde o século XVI, o termo “Terceiro Setor”
é recente no Brasil, passando a ser utilizado apenas por volta de1990, (Empreendimentos
Sociais Sustentáveis: como elaborar planos de negócios para organizações sociais,
2001).
É importante ressaltar que o terceiro setor juntamente com o primeiro, e o segundo setor
constituem a sociedade contemporânea. Por isso, se faz necessário, antes de buscar uma
definição para o Terceiro Setor, uma reflexão lógica de funcionamento e das
características de cada um dos três setores da sociedade contemporânea.
O primeiro setor é representado pela presidência da república, governo de estado,
prefeituras municipais, e todas as entidades ligadas a estes.
Segundo a Constituição Brasileira este setor possui as seguintes funções:
Construir uma sociedade livre, justa e solidaria.
Garantir o desenvolvimento social.
Reduzir as desigualdades sociais.
Eliminar a pobreza e a marginalização
Promover o bem de todos sem descriminação de origem, raça, idade cor, sexo.
O primeiro setor reconhece e organiza suas ações por meio obrigatórios. Tem sua
atuação limitada e regulada por um arcabouço legal, fato esse que torna sua ação
previsível a todos os fatores da sociedade.
O segundo setor é o privado, que abrange o mercado, tem como principal característica a
finalidade lucrativa. Ele é composto por empresas privadas que sobrevivem da venda de
bens e serviços, oferecidos ou não pelo Estado, cuja finalidade é o acúmulo de capital.
De acordo com Salvatore (2003, p.26), “O Segundo Setor, necessita operar segundo uma
11
lógica própria, que viabilize a sua única forma de sobrevivência como setor constitutivo de
uma sociedade capitalista que vem a ser a obtenção do lucro”.
De acordo com Coelho (2002, p.19) “A demanda e os mecanismos de preços baseiam a
atividade de troca de bens e serviços, cujo objetivo principal é a obtenção de lucro”.
Comparativamente com o Governo, o mercado atua sob o princípio da não coerção legal,
ou seja, os clientes têm liberdade de escolher o que e onde comprar.
2.2 – TERCEIRO SETOR
O terceiro setor consiste em organizações cujos objetivos são sociais em vez de
econômico. Sem fins lucrativos que não podem, por lei, distribuir qualquer excedente que
venha a ser gerado por seus donos ou controladores: são institucionalmente separados
do governo são autogeridas e não compulsórias. Esse setor engloba instituições de
caridade, igrejas, organizações religiosas, entidades voltadas para artes, organizações
comunitárias, sindicatos, associações profissionais e outras organizações voluntarias.
De acordo com Falconer (2004), o campo de pesquisas do Terceiro Setor é uma das
áreas mais novas das Ciências Sociais. No país, o terceiro setor não é um tema
extensivamente pesquisado, existindo ainda poucos estudos empíricos abrangentes. Já
nos Estados Unidos, os primeiros estudos remontam apenas à década de sessenta,
estimando-se que a maior parte da produção sobre o tema originou-se nos anos noventa.
Além disso, ressalta-se a importância de explorar a cultura das organizações sem fins
lucrativos no Brasil, que ainda é forte em voluntarismo e fraca no aspecto da gestão,
resultante das práticas contábeis. Grande parte das entidades sem fins lucrativos sofre
uma crise de recursos. No Brasil são cerca de 250 mil organizações, a maioria delas
carente de capacitação gerencial.
As entidades sem fins lucrativos passaram a desempenhar papel de fundamental
importância para o Brasil, na medida em que constituem parte da solução para os
problemas sociais do desenvolvimento. A sociedade vem se conscientizando de que
precisa participar dessas soluções e muitas organizações têm atuado com propriedade
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nesse sentido.
Para superar os desafios que podem ameaçar sua existência e sua eficiência
administrativa, tais entidades devem acrescentar às suas práticas de contabilidade novos
instrumentos que assegurem o cumprimento dos seus objetivos institucionais, tais como:
trabalhar por meio de redes sociais, criarem mecanismos mais eficazes de controle que
possibilitem avaliar o impacto das ações executadas e ganhar maior visibilidade
divulgando o produto do trabalho realizado.
O terceiro setor cresce em número e em qualidade, passa a contar no âmbito das
políticas públicas, recebe atenção da mídia, mobiliza mais recursos e abre oportunidades
de trabalho, acompanha e potencializa o processo de universalização dos direitos, dos
deveres e da participação cidadã.
No Brasil, o terceiro setor depende em grande parte, como se mencionou, de sua
resposta aos desafios do gerenciamento. Assim, na ausência de informações claras e
acessíveis, o público mantém-se naquela postura bem brasileira de simpatia desconfiada
(RITS, 2008). Para Ruth Cardoso, citada por Melo Neto (2001, p.8). O terceiro setor é
uma nova esfera pública, não necessariamente governamental, constituída de iniciativas
privadas em benefício do interesse comum, compreendendo um conjunto de ações
particulares com o foco no bem-estar público.
As instituições do terceiro setor são mais conhecidas são as ONGs (organizações não
governamentais) existem também as entidades beneficentes, fundos comunitários,
fundações, entidades sem fins lucrativos.
As entidades beneficentes são instituições com objetivo de reparação social, atuam em
vários pontos como diminuir a fome, problemas individuais, depressão, problemas
estruturais.
As Fundações são responsáveis pela arrecadação de fundos para o terceiro setor. A
maioria dessas fundações é financiada por empresas particulares, como exemplo temos a
Fundação Bradesco. Elas utilizam as arrecadações no período em que diminuem as
doações e aumentam os problemas sociais.
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Os Fundos Comunitários são centros responsáveis por distribuir recursos de doações
geralmente feitos por empresas privadas.
As Entidades sem fins Lucrativos são empresas que não objetiva lucro e acumulo de
reservas, vivendo basicamente de doações, ou geração de renda própria que deve ser
revertida para a realização de ações sociais.
As Organizações não Governamentais são instituições que não estão necessariamente
ligadas à caridade ou a reparações sociais. Na maioria das vezes, suas atuações ocorrem
na reivindicação de direitos ou de opiniões. Em alguns casos, podem existir ONGs
concorrentes, ou seja, que reivindicam diferentes ações para uma mesma questão. Um
exemplo: uma ONG que é contra a produção de alimentos transgênicos e outra que é a
favor, ou uma ONG que busca a defesa dos direitos dos homossexuais e outra que visa à
luta contra a formação de leis que dão direitos a esse grupo (como o casamento gay).
Fernandes, “Salamon e Anheier, analisam as possibilidades de delimitação e classificação
das organizações do terceiro setor segundo os enfoques legal, funcional e econômico
financeiro da seguinte maneira:
Definições legais: A caracterização das organizações atenderá aos estudos legais
de cada nação. Pois por esse lado facilita a identificação e o agrupamento das
organizações, mas pelo lado outro lado estabelece dificuldades entre países.
Definições Funcionais: as definições funcionais tem como foco a valorização que
atribuem as várias e múltiplas finalidades que essas organizações encerram. Com
isso a valorização da função privilegia os pontos comuns existentes nas
organizações;
Definições econômico-financeira: A classificação das organizações segue o volume
e as fontes de recursos, valorizando seus meios de subsistência, de acordo com
esse critério, a instituição que recebe mais da metade de seus recursos dos
setores privado ou estatal seria definida como integrante do setor privado ou
governamental somente integrariam o terceiro setor as organizações cuja maioria
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dos recursos fosse originária de doações individuais e familiares. Esse tratamento
é utilizado pelo sistema de contas nacionais ONU.
O traço comum que une essas organizações é que todas são orientadas por valores: são
criadas e mantidas por pessoas que acreditam que mudanças são necessárias e que
desejam, elas mesmas, tomar providências nesse sentido.
Para Hudson (2004,p 1):
Essas organizações tem duas características principais, ao contrário de organizações do setor privado não distribuírem lucros aos seus proprietários e diferente das organizações do setor público, não estão sujeitas a controle político direto. Essas organizações tem independência para determinar seu próprio futuro. (HUDSON,2004, p. 1)
Para Freeman e Shoulders (1993) apresentam as seguintes características que são
peculiares as entidades sem fins lucrativos:
O lucro não é a razão de ser dessas entidades
A propriedade pertencem a comunidade.
Os recursos financeiros conseguidos através de contribuições não dão direito ao
doador de participação nos bens da organização.
Algumas decisões operacionais e as maiores decisões políticas são tomadas por
membros de diversos segmentos da sociedade direta ou indiretamente eleitos,
através de assembleia geral e consenso de votos.
Entidades sem fins lucrativos não são aquelas que não têm rentabilidade. Elas podem gerar recursos através de: atividades de compra e venda; de industrialização e venda dos produtos elaborados; e de prestação de serviços, obtendo preço ou retribuição superior aos recursos sacrificados para sua obtenção, sem por isso perderem a característica de sem fins lucrativos. O que lhes dá essa característica é o fato de não remunerarem seus proprietários (acionistas, sócios ou associados) pelos recursos por eles investidos em caráter permanente (capital social, fundo social ou patrimônio), e a eles não reverterem o patrimônio (incluindo os resultados) dessa mesma maneira, no caso de descontinuidade. (PETRI,1981)
O que diferencia essas organizações das demais organizações lucrativas é que a
administração não tem responsabilidade de prover retorno sobre os investimentos.
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Objetivos institucionais: Provocar mudanças sociais (DRUCKER 1994)
Principais fontes de recursos financeiros e materiais: Doações, contribuições, subvenções
e prestação de serviços comunitários.
Lucro: Meio para atingir os objetivos institucionais e não um fim.
Patrimônio/resultados: Não há participações aos provedores
Aspectos fiscais e tributários: Normalmente são imunes ou isentas
Mensuração do resultado social: Difícil de ser mensurado monetária e economicamente
(SUMMERS e MOSCOVE, SIMKIN, 1994).
2.3 – CLASSIFICAÇÕES DAS ENTIDADES
Fonte: Mike Hudson (1999) – pag 237-238.
Grupo 1 – Cultura e Recreação
Esportes, artes, zoológicos, recreação, clubes sociais.
Grupo 2 – Educação e Pesquisa
Escolas e educação superior, treinamento vocacional, pesquisa medica, ciência e
tecnologia, estudos de política empresarial.
Grupo 3 – Saúde
Hospitais, reabilitação, asilos, saúde mental, saúde pública, educação sanitária.
Grupo 4 – Serviços Sociais
Bem estar da criança, serviços para jovens, famílias, idosos e deficientes ajuda de
emergência, complementação de rendimentos, assistência material.
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Grupo 5 – Meio Ambiente
Conservação de recursos naturais, controle da poluição, proteção e bem estar dos
animais, vida selvagem e preservação de ambientes rurais.
Grupo 6 – Desenvolvimento e Habitação
Desenvolvimento econômico, social e comunitário, habitação, emprego e treinamento.
Grupo 7 – Lei, Direito e Política
Organizações de direito, minorias étnicas, associações civis, serviços legais, prevenção
do crime, reabilitação de delinquentes, apoio as vítimas, partidos políticos.
Grupos 8 – Intermediários Filantrópicos e Promoção do Voluntariado
Grupos econômicos de concessão de recursos, organizações de captação de recursos,
organizações de intermediários
Grupo 9 – atividades internacionais
Programas de intercâmbio, assistência de desenvolvimento, amparo em desastres,
direitos humanos e organizações pacificas
Grupo 10 – religião
Organizações religiosas
Grupo 11- Associações Profissionais e Sindicatos
Organizações de empregados, sindicatos, associações profissionais.
2.4 – A CONSTITUIÇÃO FEDERAL EM RELAÇÃO AO TERCEIRO SETOR
A carta Magna proibiu a União aos estados ao distrito federal e aos municípios a
instituição de impostos sobre quaisquer atividades relacionadas a entidades sem fins
lucrativos.
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A constituição determina a aplicação a essa imunidade do disposto no §4º do art.150,
que tem função de complemento ao art.150, VIb. A imunidade compreende somente ao
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das
entidades nela mencionadas.
É importante saber que não ter fins lucrativos não significa, obviamente igualar suas
receitas ao custos e despesas operacionais, até mesmo porque todas as entidades sem
fins lucrativos dependem de lucro para sua sobrevivência. Por esse motivo não é viável
distribuir o seu lucro, porque e é através dele que se terá a garantia da continuidade da
entidade.
O §1º do art.9º dispõe que a vedação da cobrança de impostos sobre as atividades, entidades de bens referidos na constituição. “Não excluía atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não a dispensa de atos, previstos em lei, assecuratórios cumprimento de obrigações tributarias por terceiros” (OLAK. 2010)
Aplicando isso a pratica, tais entidades embora imunes de cobrança de impostos devem
por exemplo, recolher os tributos devidos sobre os rendimentos por elas pagos ou
creditados; apresentar a repartição pública da secretaria da receita federal quando for o
caso a DCTF (declaração de contribuições e tributos federais), com informações mensais
relativas ao imposto IRRF se tiverem efetuado o pagamento ou credito de rendimentos
sujeitos de impostos, tendo também que apresentar ao Ministério do Trabalho a relação
anual de informações sociais, Ministério da Fazenda, Ministério Público.
As entidades sem fins lucrativos de um modo geral contribuem para PIS/PASEP
aplicando-se a alíquota de 1% sobre o total bruto da folha de pagamento mensal dos
empregos. Em geral elas estão isentas tanto da CONFINS como da CSLL (Lei nº
9.532\97, art.15).
Segundo o código tributário nacional, “a isenção, ainda quando prevista em contrato, é
sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para sua
concessão, os tributos a que se aplica e, sendo o caso o prazo de sua duração” (art. 176).
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Quadro 01
Quadro das obrigações Gerais :
Obrigações Gerais
Entidades sem fins lucrativos (ESFL) estão sujeitas a essas obrigações gerais
Periodicidade
RFB Receita Federal do Brasil
DIPJ (Decl.de informaç econ. fiscais- PJ)
Todas as entidades imunes ou isentas
Anual
DIRF (Dec de imposto de renda retido na fonte)
Entidades imunes ou isentas que tenham pago ou creditado rendimentos que sofreram retenção do Imposto de Renda na fonte ou que tenham efetuado retenção da CLL, da Confins e da contribuição do PIS/PASEP sobre pagamentos efetuados a outras pessoas jurídicas.
Anual
DCTF (decl de déb e creditos tributár federais)
Todas as entidades imunes ou isentas
Mensal ou semestral
DACON (Demon apuraç contrib sociais)
Entidades imunes ou isentas cujo valor mensal das contribuições a serem informados no Dacon seja superior R$10000,00 (dez mil)
Mensal ou semestral
TEM (Minist Trabalho e Emprego)
RAIS (Rel anual de inform sociais)
Todas as ESFL, com ou sem empregados.
Anual
GFIT (guia de recolh do FGTS e inf. Previd Social)
ESFL sujeitas ao recolhimento do FGTS ou as contribuições e/ou informações a previdência social
Mensal
CAGED (cadast. empregados e desempregados
ESFL que tenham admitido, desligado ou transferido empregado com contrato de trabalho regido pela CLT
Mensal
Ministério Publico
Exame dos atos constitutivos
Fundações No momento da constituição
Prestação de contas
Fundações Anual
Fonte: Olak e Nascimento (2010, p. 199).
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2.5- INSTRUMENTOS ULTILIZADOS PARA O PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Cada gestor financeiro de uma entidade sem fim lucrativo deve analisar tomar decisões e
atuações, relacionadas com os meios financeiros necessários à atividade da organização.
Desta forma a função financeira integra todas as tarefas ligadas à obtenção, utilização e
controle de recursos financeiros, seja eles por meios de relatórios diversos, como também
fluxo de caixa ao qual é o instrumento de planejamento mais utilizado pelas empresas de
todos os portes no mundo inteiro, incluso organizações do 3° setor. Para se ter um bom
planejamento é necessário três instrumentos fundamentais: Balanço patrimonial;
Demonstrativo de resultado e o Fluxo de caixa. O orçamento é considerado uma
ferramenta de gestão por planejar a aplicação dos recursos, analisar as variações entre o
previsto e o realizado, facilitar a prestação de contas, proporcionar uma visão financeira
da organização e gerar informações úteis na tomada de decisão.
Para Freazzatti (2007 p.46) O orçamento é o plano financeiro que implementa a
estratégia da empresa para determinado exercício. É mais do que uma simples
estimativa, pois deve estar baseado no compromisso dos gestores em termos de metas a
serem alcançadas. Contém as prioridades e a direção da entidade para um período e
proporciona condições de avaliação do desempenho da entidade, suas áreas internas e
seus gestores. Em termos gerais é considerado um dos pilares da gestão.
O Balanço de uma entidade sem fins lucrativos não apresenta grande diferença em
relação ao das empresas com fins lucrativos mas há adaptações, como as que dizem
respeito à nomenclatura de algumas contas utilizadas. No ativo a conta Duplicatas a
receber são substituída por valores a receber de associação, membros e sócios. No
Passivo não existe mudanças significativa o que muda é que no patrimônio líquido tem
que considerar que não existe capital, portanto o que utiliza é patrimônio social.
O Demonstrativo de Resultado tem como objetivo prever as receitas e as despesas num
certo período de tempo normalmente mês a mês. O resultado é denomina-se lucro ou
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prejuízo. A DRE tem como objetivo comprovar que a operação da organização gera
superávit ou déficit ao fim do ano. Além disso, ele permite às organizações do terceiro
setor avaliar o quanto a organização é dependente da captação de recursos externos e
das receitas de seus próprios recursos.
Abaixo observamos os componentes de Demonstrativo de Resultado:
Quadro 02
Fonte: Do autor
Conforme Hudson (1999) os executivos principais precisam tanto administrar suas
organizações como proporcionar-lhes liderança, criando um sentido de missão, inspirando
as pessoas e orientando a organização na conquista de objetivos ambiciosos; os
administradores precisam assumir responsabilidades, trabalhar como parte de uma
equipe e aprender a sutil arte de planejar e delegar, responsabilizando os indivíduos.
Acontece muito nas entidades sem fins lucrativos em promover e ou indicar para líder,
Receita
Receita de Venda
Receita de Serviços
Doações
Receita Total
Custos
Salários e Encargos
Impostos e Taxas
Despesas Gerais
Despesas Financeiras
Total das despesas
SUPERAVIT/DEFICIT
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gestor das entidades pessoas aptas para outras funções, mas não preparadas para gerir
num todo a organização, infelizmente nos dias atuais esta pratica é decorrente, na
maioria das vezes seguida pela emoção.
O Fluxo de caixa consiste em comparar todos os recebimentos diretamente com os
desembolsos. Ele deve ser executado com o maior nível de detalhe pois é ele garante
que em todos os momentos haverá dinheiro em caixa disponível para eventuais
desembolsos. Na contabilidade elaborada por fundos, o fluxo de caixa evidenciará os
recursos que ingressaram durante o período nas diferentes categorias de fundo bem
como os recursos utilizados para pagamento diversos, inclusive empréstimos ou
transferências financeiras Inter fundos. Segue abaixo modelo tirado do livro Olak Paulo
método de direito e indireto de demonstração do fluxo de caixa.
Quadro 02
MÉTODO INDIRETO
ASSOCIAÇÃO CARIDADE
DESMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
DESCRIÇÃO
FUNDOS TOTAL IRRESTRITO TEMPORARIAMENTE
RESTRITO ORIGENS Superávit do período Mais: Depreciação do Período Aumento do Passivo Circulante Menores: Aumento em Estoque
723
200 400
200
890
-
2080
(140)
1613
200
2520
60
= caixa Gerado pelas Operações
1.563 2.830 4.393
DESTINAÇÕES Aquisição de imobilizado Empréstimos Inter fundos
-
1000
1.200
(1000)
1.200
- = total das aplicações do disponível
1000 200 1.200
VARIAÇÃO LIQUIDA DO DISPONIVEL
563 2.630 3.193
SALDO INICIAL 1950 - 1950
SALDO FINAL DISPONIVEL 2.513 2.630 5.143
Fonte: Olak e Nascimento (2010, p. 151).
22
Pelo método indireto, o caixa gerado pelas atividades é evidenciado a parti do superávit
do período, ajustado pelas contas que transmutaram na demonstração das atividades do
período, porém sem afetar o caixa da entidade.
Quadro 03
METODO DIRETO
ASSOCIAÇÃO CARIDADE
DESMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (X2)
DESCRIÇÃO
FUNDOS TOTAL
IRRESTRITO TEMPORARIAMENTE RESTRITO
RECURSOS Doações em Dinheiro Juros de Aplica. Financeiras Empréstimos Inter fundos
1500
63 (1000)
1950
- 1000
3450
63 -
Total Rec. Financeiros. 1.563 2.830 4.393 DESTINAÇÕES Aquisição de Estoque Propagandas e Publicidades
- -
140 180
140 180
Total destinação de recursos Financeiros.
- 320 320
VARIAÇÃO LIQUIDA DO DISPONIVEL
563 2.630 3.193
SALDO INICIAL 1950 - 1950
SALDO FINAL DISPONIVEL 2.513 2.630 5.143
Fonte: Olak e Nascimento (2010, p. 152).
Por este método, aparecem somente os ingressos e os pagamentos de recursos que
afetaram o caixa.
2.6- COMPARAÇÕES DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS COM FINS LUCRATIVOS E
SEM FINS LUCRATIVOS
Nas entidades com fins lucrativos a empresa gera lucros, prejuízos, produz, ou vende, ou
23
presta serviço, mas cobra por seus serviços ou por suas vendas de produtos, e com
essas vendas ou cobranças acarretarão em um ganho de capital, sendo assim uma
empresa lucrativa.
Nas Entidades sem fins lucrativos é a mutação do patrimônio líquido é demonstrada pela
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Social, cuja demonstração é útil por
explicar as modificações ocorridas no Patrimônio Líquido Social (PLS) durante
determinado período (OLAK e NASCIMENTO, 2006).
A característica que define uma empresa sem fins lucrativos é a restrição de distribuição
de lucros. Isto significa que ninguém tem direitos legais sobre o saldo financeiro positivo
de uma empresa sem fins lucrativos, ou seja, a diferença entre suas receitas e custos, ou
o que uma empresa chamaria de lucros.
Como não há ninguém a reclamar esse saldo, é possível que os objetivos das empresas
sem fins lucrativos sejam outros que não o lucro, além disso, as organizações sem fins
lucrativos são tipicamente isentas de impostos, e as doações a empresas sem fins
lucrativos recebem tratamento tributário favorável. A prestação de contas de todos os
recursos e bens de origem públicos recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da
Constituição Federal.
A lei 9.790, de 23.03.1999, e sua regulamentação inserem-se de forma inquestionável, no Direito, como a legislação que deve servir de parâmetro de referência para a Contabilidade das entidades sem fins lucrativos, uma vez que as demonstrações que a Lei 9.790/99 exige das entidades têm suas estabelecidas na Lei das Sociedades Anônimas (6.404/76). A referida lei exige que a entidade insira em seu estatuto a obrigatoriedade da “observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade” (“art. 4°, VII,” a “), além da elaboração do “Balanço patrimonial e das Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos, a Demonstração das Mutações do patrimônio Líquido e as Notas Explicativas. Todos esses demonstrativos exigidos pela Lei e pelo seu regulamento são tipicamente de contabilidade comercial e possuem sua estrutura definida na Lei 6.404/76 e na NBCT3, do Conselho Federal de Contabilidade CFC, sendo que a Resolução/CFC 837, de 22.02.1999, que aprovou a NBC T 10.4 – Fundações... NBC T 10.19 – Entidade sem Finalidade de Lucros. (PAES, 2004, p.364).
Assim, as organizações do Terceiro Setor são imbuídas de forte sentido de missão.
Hudson (1999, p. XII) afirma que “a missão muitas vezes permeia todos os aspectos
24
dessas organizações”. Muitas empresas com finalidade lucrativa não dão um sentido tão
veemente à sua missão em suas práticas diárias como o fazem as instituições sem fins
lucrativos. Corrobora Hudson (1999, p. 97) ao explicar que “muitas organizações do
terceiro setor compreendem a missão muito melhor que as empresas, justamente
porque a maioria delas foi criada para cumprir uma missão”. Também Olak e
Nascimento (2009, p. 8) salientam que:
Assim como não há empresas sem objetivos, também não há entidades sem fins lucrativos (ESFL) sem objetivos. Entretanto, para as entidades com fins lucrativos, de um modo geral, um dos objetivos básico é a satisfação das necessidades dos consumidores, aliado, obviamente, a uma margem de lucro, até mesmo para garantir a sobrevivência das mesmas. Já para uma entidade sem fins lucrativos, não governamentais, seu objetivo fundamental é o de provocar mudanças nos indivíduos e na sociedade, sem, contudo, “exigir” lucratividade econômica.
Essa diferença está demonstrada no quadro abaixo:
Quadro 05: Diferenças da entre os objetivos da ESFL e das ECFL.
Entidade Objetivos-Meio Objetivos-Fins
Com fins lucrativos Satisfação das necessidades
dos lucros.
Lucros
Sem fins lucrativos Provocar mudanças sociais Indivíduos transformados
Fonte: Olak e Nascimento (2010, p. 8).
Deste modo, entende-se que a declaração de sua missão, para uma entidade do terceiro
setor, está diretamente relacionada à transformação dos indivíduos, ou grupos de
indivíduos, “cujo retorno esperado é tão-somente, de caráter imaterial e emotivo,
exatamente o contrário do que ocorre nas atividades empresariais” (OLAK;
NASCIMENTO, 2009, p. 8).
As entidades sem fins lucrativos, no entanto, enfrentam desafios das mais diversas
esferas. De acordo com Drucker (1997) o primeiro grande desafio é o de converter
doadores em contribuintes. Este ensejo visa a proporcionar a estabilidade da saúde
financeira da instituição de modo que ela possa se autogerir e realizar sua missão,
além disso, possibilita que o ser humano assuma a sua responsabilidade como
cidadão. O segundo grande desafio para as instituições sem fins lucrativos é a criação
25
de identidade e objetivo comum. Trabalhar voluntariamente para uma instituição sem fins
lucrativos dá às pessoas um senso de comunidade, de objetivo, de direção (DRUCKER,
1997).
Uma declaração de missão, portanto, precisa ser viável; caso contrário, não passa de
boas intenções. Não se pode confundir missão com meta. A missão é perene e
pode ser ordenada; as metas são temporárias. Assim, conforme Drucker (1997) três
fatores são essenciais ao sucesso de uma missão: oportunidades, competência e
compromisso. Entretanto, conforme Hudson (1999, p. XIII) “a administração é
igualmente importante para o sucesso dessas organizações”. O terceiro setor requer
de teorias de administração próprias adotadas e adaptadas para adequar-se às suas
necessidades. Missão e Administração, portanto, fazem uma fusão perfeita quando o
objetivo é o sucesso de uma Organização da Sociedade Civil.
2.7 – ANALISE FINANCEIRA NO 3° SETOR
De acordo com Zdanowicz (2000, p. 22), a administração financeira encontra-se
presente em qualquer atividade com ou sem fins lucrativos. O princípio da
administração financeira, segundo o autor, “é fundamentalmente, dispor o numerário
necessário para saldar em tempo hábil os compromissos assumidos com terceiros e
maximizar os lucros.” A fim de atingir este objetivo, faz-se necessário um eficiente e
eficaz planejamento financeiro.
O planejamento financeiro é de suma importância para as atividades da empresa
porque oferece orientação para a direção, a coordenação e o controle das
providências tomadas pela organização para que atinja seus objetivos”. Também em
uma entidade do Terceiro Setor o planejamento financeiro tem papel de destaque no
processo de gestão.
Pode-se dizer que, assim como qualquer empresa, é fundamental seu processo de
gestão nas funções de planejamento, implementação e o controle das dimensões de
serviços:
Deste modo, a gestão financeira é importante em uma organização do Terceiro Setor,
pois tudo o que ela faz envolve o desembolso ou a captação de recursos,
26
necessitando de um planejamento financeiro bem estruturado de longo e de curto prazo.
As empresas se valem do planejamento financeiro para organizar suas finanças, suas
receitas e despesas e outros recursos líquidos.
O processo de planejamento financeiro começa com a elaboração de planos financeiros de longo prazo, ou estratégicos. Por sua vez, tais planos orientam a formulação de planos e orçamentos a curto prazo, ou operacionais, que, em geral, significam a implantação dos objetivos estratégicos de longo prazo da empresa. (GITMAN, 2004, pg .92).
Então podemos dizer que o planejamento financeiro de longo prazo como sendo aquele
que envolve o estabelecimento dos objetivos mais gerais da empresa e a formulação
dos planos em longo prazo; e corresponde geralmente a um período maior que um ano.
Deste modo, ao elaborar o planejamento de longo prazo, a empresa visa definir para
onde ela vai, bem como avaliar preventivamente o ambiente externo no qual ela
operará e desenvolver estratégias para alcançar os objetivos pretendidos.
Muito embora o planejamento de longo prazo seja considerado como aquele que vai de
dois a cinco anos, pode ocorrer de empresas desenvolverem planejamentos que cobrem
um período maior ou menor. De acordo com Gitman (2004, p. 93), geralmente, “as
empresas que estão sujeitas a elevada incerteza operacional [...] tendem a adotar
horizontes de planejamento mais curtos”.
Segundo Gitman (2004, p. 93) “os planos financeiros de curto prazo determinam as
providências financeiras de curto prazo e o impacto previsto dessas providências.
Esses planos quase sempre abrangem um período de um a dois anos.
O planejamento financeiro de curto prazo propicia o controle das operações dando
subsídios para uma movimentação segura de capital em toda organização. Para tanto,
utiliza- se como uma das mais importantes ferramentas de gestão financeira de curto
prazo, o controle do fluxo de caixa.
2.8- ANÁLISES, CONTROLES E INTERPRETAÇÕES FINANCEIRAS
Ao relizar-se a análise financeira em certa empresa, independetemente de sua atividade
27
econômica, ou seja, se ela é industrial, comecial ou presatora de serviços, e/ou do seu
tamanho, o que se busca é saber em termos de análise e intepretações a capaciadade de
honrar com seus compromissos firmados mensalmente como isso temos a liquidez
tecnica ou operacional, que se define como sendo a capacidade financeira da empresa
honrar com seus compromissos assumidos de terceiros, na data do vencimento, a partir
de suas atividades normais, ou seja produção e venda decorentes de seu processo
operacional usual, temos também a liquidez real ou não operacional , ao qual consiste na
capacidade financeira da empresa de pagar suas obrigações com terceiros, no momento
do vencimento, mas é complementada por atividades que não decorrem apenas de seu
processo usual, ou seja, por descontos de títulos, liquidações de estoques, vendas de
itens do ativo imobilizado ou através da captação de empréstimos bancários, mediante o
fornecimento de uma ou mais garantias reais do ativo fixo.
Quanto à solvência é a capacidade financeira da empresa em saldar seus compromissos
com terceiros, mediante a utilização do seu conjunto de bens e direitos. Isto não significa
que, necessariamente, a empresa dispõe de cash (caixa), para liquidar seus com-
promissos nas datas de vencimento e, o valor contábil de seus bens e direitos
corresponde ao valor de mercado.
Os indicadores ou índices financeiros podem ser construídos a partir dos
demonstrativos financeiros a fim de avaliar a situação financeira da entidade.
Tendo por base o balanço patrimonial, pode-se inferir sobre a solvência e a liquidez da
entidade. Entende-se por solvência, a capacidade da empresa honrar seus
compromissos de longo prazo, enquanto que liquidez refere-se à capacidade da
empresa em cumprir seus objetivos de curto prazo (Guia de Gestão, 2002).
O coeficiente da solvência (ou solvência relativa) é medido pela razão entre o total do
passivo (passivo corrente mais passivo permanente) e o ativo total. Desde modo temos
(GUIA DE GESTÃO, 2002).
A solvência relativa (solvência absoluta e o próprio valor do patrimônio social) indica
quanto a entidade tem de fração de real de dividas para cada um real de ativo.
Solvência Relativa = Passivo Total/ Ativo Total
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Já a liquidez relativa é medida pela razão entre ativo corrente e passivo corrente:
A liquidez relativa diz quanto de valores a entidade possui disponíveis para pagamento
no curto prazo, para cada um real de dívida (GUIA DE GESTÃO, 2002).
Os indicadores de demonstração de resultados podem ajudar a entidade a mostrar
onde a entidade tem usado o dinheiro que arrecada - o que contribui para a
transparência financeira.
Por estes indicadores, tem-se a fração real que a entidade gasta com o
atendimento as crianças (ou com qual público for o da entidade) para cada um real
arrecadado pela entidade. O mesmo raciocínio se aplica as despesas com
administração e com captação (GUIA DE GESTÃO, 2002).
Embora ainda não existam padrões pré-definidos para comparação (benchmarks), alguns sugerem cuidado se as despesas com atendimento ficam abaixo dos 50% da receita, ou se as despesas com administração ficam acima de 35% da receita, ou ainda se as despesas com captação de recursos ficam acima de 15% das receitas totais (GUIA DE GESTÃO, 2002, p. 94).
Estes, e outros indicadores financeiros que tenham relevância, podem e devem constituir
elemento para legitimar o processo de tomada de decisão dos membros da diretoria,
bem como respaldar a pratica de transparência na prestação de contas, tão exigida
das entidades sem fins lucrativos.
Liquidez Relativa = Ativo Corrente/ Passivo Corrente
29
3 – DESENVOLVIMENTO
O Trabalho apresentado abordou uma pesquisa com questionário dividido em 05 partes
com perguntas fechadas aos quais são: Caracterização da organização; Aspectos
relativos aos beneficiados e interessados da organização; Aspectos relativos às práticas
de contabilidade e à prestação de contas da organização; e Aspecto relativo aos
artefatos internos, de caráter qualitativo. Encaminhamos para o e-mail de 03 instituições
as quais mantivemos contato telefônico, mas somente uma organização do terceiro setor
disponibilizou o material completo e disponibilizou seu tempo para nos atender, as
demais não conseguiram autorização positiva para fornecer os dados necessários,
dados estes fornecido pela empresa de contabilidade Rca Prestação de Serviço - ME,
sendo o questionário respondido pelo sócio contador Rogério Cesar de Andrade.
3.1 - CARACTERIZAÇÃO DO ENTREVISTADO
A entrevista foi realizada com o Contador da entidade citada acima, Sr. Rogério Cesar de
Andrade que é proprietário do escritório de contabilidade RCA Prestação de Serviço-ME.
E atua como contador da entidade há 05 anos.
3.2 - CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
A Segunda Igreja Batista em Serra Dourada situada na cidade de Serra/ Espírito Santo,
foi fundada há mais de cinco anos, tendo mais de 15 voluntários, possuindo cerca de 80
membros ,tendo à organização a missão fazer discípulos, batizando-os e ensinando-os a
guardar todas as coisas que ele mandou, levando-os a viver em comunhão uns com os
outros e à pratica dos valores do reino de Deus em suas vidas, a fim de impactar as
pessoas e as sociedade com o poder do evangelho e sua visão é ser uma igreja
abençoadora que, com seu estilo de vida, adora a Deus, manifesta seu amor ao mundo e
cuida das pessoas.
Quando indagado sobre a missão da organização ficou evidenciado que ela possui um
30
foco bem direcionado, é clara e facilmente compreendida, suficientemente abrangente,
fornece a direção para fazer as tarefas corretas, está adequada às competências da
instituição e inspira compromisso e que a princípio não precisa ser revista.
3.3 - ASPECTOS RELATIVOS AOS BENEFICIADOS E INTERESSADOS DA
ORGANIZAÇÃO.
Quando perguntado sobre incentivos oferecidos aos funcionários/voluntários. Notou-se
que os mesmos não são remunerados, não tem treinamento periódico, palestras,
simpósios e congressos que possam ampliar a visão do que seja uma Entidade do
Terceiro Setor. São realizadas somente reuniões periódicas com o objetivo de apresentar
os principais resultados obtidos pela organização.
Com relação aos parceiros e aos doadores, a situação se repetiu; ou seja, são realizadas
somente reuniões periódicas com o objetivo de apresentar os principais resultados
obtidos pela organização.
Quando indagado sobre identificar o nível de satisfação dos beneficiados com as ações
empreendidas. A resposta foi que as vezes se faz este tipo de pesquisa.
Em se tratando de incentivo para sugestões de melhorias, a organização direciona este
tipo de pesquisa para os Voluntários, Financiadores e Doadores. Não compartilhando
esta situação para os funcionários e Beneficiados.
3.4 - ASPECTOS RELATIVOS ÀS PRÁTICAS DE CONTABILIDADE E A PRESTAÇÃO
DE CONTAS DA ORGANIZAÇÃO.
Quando perguntado que tipo de relatórios contábeis a organização utiliza e fornecendo
um leque de opções. Nenhuma delas foi apontada como utilizada pela organização.
A prestação de contas da organização é direcionada aos Doadores e Financiadores. Não
sendo apresentado nenhuma demonstração contábil. A instituição tem uma média de
doações recebida de R$ 6.000 (Seis Mil Reais) mensais, esses valores são utilizados na
31
forma de investimento e manutenção na igreja, e o valor não utilizado e depositado em
conta da própria entidade.
Ficou evidente na pesquisa que a escrituração contábil é realizada apenas para o controle
das operações da organização.
3.5 – ASPECTOS RELATIVOS AOS ARTEFATOS INTERNOS
A fim de analisar as questões financeiras da organização, constatou-se que ela não
calcula o custo dos serviços oferecidos. Realiza planejamento operacional anual com
base no plano estratégico, que inclui o plano financeiro e o institucional de longo prazo.
Utilizando-se de orçamento apenas para os projetos mais importantes.
As metas estabelecidas pelo orçamento são comparadas periodicamente a fim de verificar
se estão de acordo com o planejado.
As metas estabelecidas pela organização são divulgadas para os membros do conselho,
funcionários e voluntários.
Foi informado pelo entrevistado que os controles financeiros da organização são feitos
através de planilhas de Excel. Os controles que a organização utiliza são: planilha de
fluxo de caixa, caixa para pequenas despesas, recibo de doações, lançamentos de
doações a receber, entre outros. Neste trabalho, não se obteve acesso a todos os
controles ou aos seus valores de referência, uma vez que a entidade optou por preservar
os dados considerados por ela confidenciais.
É salientado ainda que grande parte das arrecadações ingressam até o dia 10 (dez) de
cada mês (por ser também o período de recebimento de salários ou outras provisões dos
doadores), de tal modo que a entidade procura se organizar para também saldar seus
compromissos financeiros o máximo possível dentro deste período.
A planilha de caixa para pequenas despesas, refere-se a qualquer numerário de valor
baixo que algum funcionário ou voluntário precise para situações emergenciais.
Também há uma planilha que controla doações pré-datadas. É colocado o nome do
32
doador, o número do recibo que foi fornecido a ele, o número do cheque e banco, a data
que pode ser descontado e o valor correspondente. Assim, é feito um lançamento na
planilha de “contas (doações) a receber”.
Percebe-se que há um vínculo entre as doações a receber, o caixa e o banco.
Ocorre que o valor lançado em doações a receber, sempre entra no caixa ou no banco,
quando chega a data prevista. Assim, a empresa pode fazer um planejamento para um
determinado período, de acordo com a previsão de caixa ou de bancos e assim organizar
seus pagamentos.
Ao ser questionado se considera ser necessária a implantação de um outro controle de
fluxo de caixa, o entrevistado informou que não, pois o atual está atendendo a as
necessidades da organização.
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4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A publicação de balanço patrimonial é uma prática obrigatória para todas as empresas,
quer explore ou não, atividade lucrativa (OLAK; NASCIMENTO, 2009).
Isto porque, é a partir de sua análise, que os tomadores de decisão poderão verificar a
saúde financeira da entidade e tomar medidas para melhorar ou corrigir o que for preciso.
E, no caso de entidades do Terceiro Setor, essas demonstrações podem até mesmo vir a
atrair ou repelir doadores em potencial.
O Terceiro Setor requer práticas diferenciadas em sua gestão no que se refere aos seus
objetivos: é um setor especial, pois ele vive e sobrevive não para obtenção de retornos
financeiros, mas porque se tem uma missão a cumprir. Esta missão normalmente está
relacionada ao atendimento de demandas sociais que ainda carecem de atenção dos
outros setores.
O presente estudo teve por objetivo geral analisar a gestão financeira da segunda Igreja
batista de Serra Dourada I. Para isso, procurou-se identificar quais os controles
financeiros que a entidade possui, qual planejamento financeiro executa e analisou-se
como é a gestão financeira na entidade, sendo ela uma entidade sem fins lucrativos.
Para abordar esses objetivos, foi realizada uma pesquisa exploratória de abordagem
qualitativa utilizando entrevista semiestruturada (apêndice 1). Os resultados encontrados
a que pode chegar neste trabalho foram os seguintes:
Dentro do primeiro objetivo proposto na pesquisa, que foi de identificar quais as práticas
administrativas e financeiras em instituições sem fins lucrativos, constatou-se que a Igreja
Batista de Serra Dourada I, enquanto empresa de Terceiro Setor, tem práticas muito
semelhantes às de empresas do primeiro e do segundo setores, quer seja na forma de
gerenciar, planejar ou executar suas operações. Com uma agravante no que se refere ao
corpo administrativo, que é realizado muitas das vezes por voluntários que na maioria das
vezes não são profissionais específicos da área.
No entanto, percebeu-se que há um fator imperativo, que diferencia este setor, dos
34
demais: as receitas não são oriundas de faturamentos. Não há nada a faturar, nenhum
produto ou serviço. Não existem contas a receber. O que existe são doações e subsídios,
de caráter assistencial para que a entidade possa perseguir o objetivo a que se propõe:
cumprir sua missão.
Quanto ao segundo objetivo proposto, que foi o de verificar os sistemas de controle e
planejamento da Segunda Igreja Batista de Serra Dourada I, constatou-se que a entidade,
embora execute todos os procedimentos de controles, com planilhas de Excel, recibo de
doações, e sistema integrado bancário, carece de um controle integrado de gestão. Isto
porque atualmente a multiplicidade de controles e planilhas diversas que ocupam a rotina
do setor financeiro, pode estar acarretando sobrecarga de trabalho aos funcionários e
principalmente ao gestor financeiro que como foi dito acima são pessoas que trabalham
de forma espontânea e voluntária e que muitas das vezes não tem domínio sobre a área
financeira e ficam sem poder de análise crítica.
Com relação ao planejamento financeiro, que faz parte do segundo objetivo especifico
deste estudo, constatou-se que a Igreja Batista de Serra Dourada I, tem planejamento de
longo e de curto prazo e utiliza mecanismos de mensuração, monitoramento e revisão
constante de seus principais projetos, o que é um ponto positivo.
Dentro do terceiro objetivo específico deste trabalho, que era analisar como ocorre a
gestão financeira na Igreja Batista de Serra Dourada I a fim de verificar como uma
entidade sem fins lucrativos controla suas finanças, a referida análise foi feita e constatou-
se que sendo ela uma entidade sem fins lucrativos, suas práticas financeiras se
assemelham muito com a de empresas dos setores de fins lucrativos. Isso ocorre, pois
embora o Terceiro Setor não viva para o lucro, o lucro aqui é usado como um recurso, um
meio para chegar ao seu real objetivo, que é o serviço assistencial ao seu público-alvo.
Por fim, referente à análise financeira foi observado que a entidade não utiliza as
demonstrações contábeis para tomada de decisões. Pois, utilizando-se as demonstrações
contábeis poderiam com a aplicação de indicadores financeiros, como os que foram
apresentados neste estudo (solvência relativa, liquidez relativa e despesas) ou mesmo
outros indicadores adequados à situação que os tomadores de decisão queiram analisar,
ter uma posição mais real e concreta do seu patrimônio.
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Em linhas gerais, a pesquisa permitiu concluir que uma empresa sem fins lucrativos
controla suas finanças como qualquer outra empresa. Entretanto, os controles são
realizados de forma arcaica e não de forma profissional. Pois, utiliza-se mão de obra
voluntária, que na maioria das vezes não são profissionais treinados para as funções.
Neste tipos de ETS existe um fator preponderante: nela a missão é colocada em primeiro
lugar.
Ressalta-se que o referido estudo não se esgotou neste tópico, pois não foram
analisados, com dados numéricos, os controles financeiros operacionais (como, por
exemplo, o fluxo de caixa). A falta de acesso a estes documentos foi uma limitação
encontrada no presente trabalho.
Ao final, espera-se que este trabalho seja útil, não somente para a entidade estudada,
mas também para as demais pessoas interessadas no assunto bem como para sociedade
em geral, inclusive para outras entidades sem fins lucrativos, com votos de que possam
encontrar neste trabalho, alguma contribuição para suas entidades.
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REFERÊNCIAS
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Disponível em http://saladeimprensa.ibge.gov.br/pt/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=2278%3. Acesso em 12-05-2015.
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COELHO, SIMONE DE CASTRO TAVARES. Terceiro Setor – um estudo comparado
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FREZATTI, Fabio; orçamento planejamento e controle gerencial. São Paulo: Atlas 1999
GUIA DE GESTÃO: para quem dirige entidades sociais. São Paulo: Fundação ABRINQ; SENAC, 2002.
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HUDSON, Mike. Administrando organizações do Terceiro Setor. São Paulo: Makron Books 1999.
MARION, José Carlos, contabilidade básica, São Paulo, Editora Atlas.S.a.2009.
OLAK, Paulo A.; NASCIMENTO, Diogo T. do. Contabilidade para entidades sem fins lucrativos (Terceiro Setor). 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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37
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APÊNDICE 1
ANALISE FINANCEIRAS NAS ORGANIZAÇÕES DO TERCERIRO SETOR
Graduadas: Josinete e Theandra Boone
Orientador: Jakson Laranja
Entrevistado:__________Telefone: E-mail: Data:
Local:
CARACTERIZAÇÃO DO ENTREVISTADO
Qual a sua função na instituição?
a) ( ) Presidente b) ( ) Administrador
c) ( ) Integrante do conselho d) ( ) Contador
Qual a sua idade?
a) ( ) Até 25 anos b) ( ) Entre 26 e 35 anos
c) ( ) Entre 36 e 45 anos d) ( ) Acima de 45 anos
Há quanto tempo atua nesta organização?
a) ( ) Há menos de 01 ano b) ( ) Entre 1 e 3 anos
c) ( ) Entre 3 e 5 anos d) ( ) Mais de 5 anos
Qual seu grau de instrução?
a) ( ) Ensino Fundamentalb) ( ) Ensino Médio
c) ( ) Ensino Superior d) ( ) Especialista
e) ( ) Mestre f) ( ) Doutor
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CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
1 - Há quanto tempo à instituição existe?
a) ( ) Há menos de 01 ano
b) ( ) Entre 1 e 3 anos
c) ( ) Entre 3 e 5 anos
d) ( ) Mais de 5 anos.
2 - Qual o número de voluntários da entidade?
A) ( ) Até 5 voluntários b) ( ) Entre 5 e 10 voluntários
c) ( ) Entre 11 e 15 voluntários d) ( ) Acima de 15 voluntários
3 - A organização possui uma missão declarada/explicitada?
a) ( ) Sim b) ( ) Não
4 - Sobre a missão da organização, responda aos itens abaixo:
A MISSAO DA ORGANIZAÇÃO
GRAU DE RELACIONAMENTO
1 2 3 4 5
É curta e possui um foco bem direcionado.
É suficientemente abrangente.
Fornece a direção para fazer as tarefas certas.
Está adequada às competências da instituição.
Inspira compromisso.
Deveria ser revista.
Use a seguinte escala: 01 – Discordo plenamente, 02 – Discordo parcialmente, 03 – Nem discordo/ nem concordo 04 – Concordo parcialmente, 05 – Concordo plenamente.
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ASPECTOS RELATIVOS AOS BENEFICIADOS E INTERESSADOS DA ORGANIZAÇÃO
5. Quais os principais incentivos oferecidos aos funcionários/ voluntários?
( ) Remuneração compatível com a de outras organizações
( ) Treinamento periódico
( ) Palestras, simpósios, congressos que possam ampliar a visão desses clientes sobre o trabalho desenvolvido pela organização
( ) Reuniões periódicas com o objetivo de apresentar os principais resultados obtidos pela organização
6. Quais os principais incentivos oferecidos aos parceiros e aos doadores?
( ) Palestras, simpósios, congressos que possam ampliar a visão desses clientes sobre o trabalho desenvolvido pela organização
( ) Reuniões periódicas com objetivo de apresentar os principais resultados obtidos pela organização
( ) Outros
7. A organização realiza pesquisa para identificar o nível de satisfação dos beneficiados com suas ações?
a) ( ) Frequentemente b) ( ) Raramente
c) ( ) Às vezes d) ( ) Nunca
8. A organização incentiva os funcionários, voluntários, beneficiados, doadores e financiadores a apresentarem sugestões?
INCENTIVADOS SIM NÃO
Funcionários
Voluntários
Beneficiários
Financiadores
Doadores
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ASPECTOS RELATIVOS ÀS PRÁTICAS DE CONTABILIDADE E À PRESTAÇÃO DE CONTAS DA ORGANIZACÃO
9. Que relatórios relacionados abaixo a organização utiliza?
RELATÓRIOS SIM NÃO
a) Balanço Patrimonial
b) Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício
c) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
d) Notas Explicativas
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa
f) Demonstração do Valor Adicionado
g) Demonstração da Mutação do Patrimônio Social
h) Balanço Social
10. Para quem a organização presta contas?
a) ( ) Governo b) ( ) Agências de Cooperação
c) ( ) Doadores d) ( ) Comunidade
11. Que tipo de prestação de contas elabora para cada um deles?
GOVERNO
AENCIAS DE COOPERAÇÃO
DOADORES
COMUNIDADE
OUTROS
Balanço Patrimonial (BP) – Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício (DSDE) – Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - Demonstração das Origens e Aplicações de recursos (DOAR) –Demonstração do Valor Adicionado (DVA) – Balanço Social (BS) – Demonstração das Mutações do Patrimônio Social (DMPS) – Notas Explicativas (NE).
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12. A organização possui escrituração contábil de suas transações?
a) ( ) Sim b) ( ) Não
13. Como utiliza as informações contábeis?
a) ( ) Para fins fiscais b) ( ) Para prestar contas para os financiadores
c) ( ) Para o controle das operações da organização
14. Com que frequência são preparada as informações contábeis e com que tempestividade?
( ) Mensalmente, com no máximo 10 dias de atraso (informações do mês até o décimo dia do mês seguinte)
( ) Trimestralmente, com no máximo 10 dias de atraso (informações trimestrais até o décimo dia do trimestre seguinte)
( ) Semestralmente, com no máximo 10 dias de atraso (informações semestrais até o décimo dia do semestre seguinte)
( ) Anualmente, com no máximo 10 dias de atraso (informações anuais até o décimo dia do ano seguinte)
( ) Não existe regularidade na apresentação das informações contábeis
ASPECTOS RELATIVOS AOS ARTEFATOS INTERNOS
15. A organização calcula custo dos serviços oferecidos?
a) ( ) Sim b) ( ) Não
16. Caso tenha respondido ‘sim’, qual o método de custeio?
a) ( ) Variável b) ( ) Absorção
c) ( ) Variável e Absorção d) ( ) Não sabe afirmar
17. A organização faz planejamento?
( ) Sim, a organização faz um planejamento operacional anual com base no plano estratégico, que inclui o plano financeiro e o institucional de longo prazo
( ) Sim, a organização faz apenas o planejamento operacional anual
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( ) Não
18. A organização utiliza orçamento?
( ) Sim, para todos os projetos
( ) Sim, mas apenas para os projetos mais importantes
( ) Não
19. As metas estabelecidas pelo orçamento são comparadas, periodicamente, para verificar se estão de acordo com o planejado?
a) ( ) Sim b) ( ) Não
20. Essas metas estabelecidas pela organização são divulgadas:
( ) Somente para os membros do conselho
( ) Para os membros do conselho, funcionários e voluntários
( ) Para os membros do conselho, funcionários, voluntários e comunidade em geral
d) ( ) Para os membros do conselho, funcionários, voluntários e comunidade interessada nos trabalhos da entidade
e) ( ) Para os membros do conselho, funcionários, voluntários, comunidade interessada nos trabalhos da entidade e para os doadores / financiadores
f) ( ) Não há divulgação
Para finalizar, gostaríamos que disponibilizasse algum projeto, valores ou material de comunicação do qual possa ser extraído um histórico financeiro resumido da organização.